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CASO HABEAS CORPUS

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL 
DE JUSTIÇA DO ESTADO ... 
 
 
10linhas 
 
 ADVOGADO (NOME COMPLETO), com OAB n° ..., com endereço profissional ... 
, para fins do art. 77, V do CPC, em favor da paciente MATILDE, nacionalidade, estado 
civil, profissão, identidade, inscrita no CPF sob n° ..., residente e domiciliada ..., e-mail 
..., com base no art. 5°, LXVIII da CRFB/88, impetrar 
HABEAS CORPUS 
Contra ato praticado pelo JUIZ DE DIREITO DA 10ª VARA DE FAMÍLIA, pelos fatos e 
fundamentos a seguir: 
 
I- DOS FATOS 
A paciente Matilde está sendo executada por seus filhos Jane e Gilson Pires, 
menores, com treze e seis anos, respectivamente, representados por seu pai, 
Gildo, pelo rito do Artigo 911 do CPC. Na execução de alimentos, que tramita 
perante o juízo da 10ª Vara de Família da Capital, a paciente foi citada para pagar 
a quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), referente aos últimos cinco meses 
inadimplentes dos alimentos fixados por sentença pelo juízo da mesma Vara de 
Família. Ocorre que a paciente está desempregada há 1 ano, fruto da grave 
situação econômica em que passa o país, com isso não está conseguindo se inserir 
novamente no mercado de trabaho nem tampouco possui condições financeiras 
para quitar a dívida alimentar. Diante da real impossibilidade da executa em 
adimplir a sua dívida, o magistrado decretou a prisão da mesma, pelo prazo de 
sessenta dias. 
II- DO DIREITO 
A prisão civil por alimentos teve seu cerne na Convenção Americana sobre 
Direitos Humanos, sendo absorvida pela legislação brasileira pelo Decreto 
Legislativo 27, de 25/09/1992. O pacto de San José da Costa Rica, que em seu 
artigo 7º, vedou a prisão civil do depositário infiel, somente permitindo-a na 
hipótese de dívida alimentar. A origem do dispositivo no artigo 5º, LXVII, da CF/88, 
afirma que será concedido “habeas corpus” sempre que alguém sofreu ou se acha 
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por 
ilegalidade ou abuso de poder. 
A execução da prestação alimentícia com a utilização do instrumento coercitivo 
da ameaça de prisão civil somente é possível nas hipóteses em que o débito 
executado compreenda o inadimplemento dos três meses anteriores ao 
ajuizamento da ação. Assim, será impossível obter- s e o decreto prisional por 
dívida referente a prestação alimentícia prevista há mais de três meses . 
Entende-se que não justifica a excepcionalidade da supressão da liberdade do 
executado quando se refira a execução a débitos vencidos a mais de quatro 
meses, pois o credor já não precisa urgentemente de tal valor para prover a 
sua subsistência, visto que decorrido prazo razoável. E, portanto, a execução 
por quantia certa contra devedor solvente será procedimento eficaz para a 
obtenção da satisfação do crédito. Não obstante, o STJ editou a Súmula 
309 que afirma : “O débito alimentar que autoriza prisão civil do alimentante 
é o que compreende as três prestações anteriores à citação e as que 
vencerem no curso do processo”. 
III- DOS PEDIDOS 
Pelo exposto, requer: 
a) Requer que seja concedido o salvo conduta para a paciente para que a mesma 
se mantenha dentro do seu direito constitucional de locomoção; 
b) Notificar autoridade coatora para prestar informações 
 
IV- DAS PROVAS 
Segue em anexo. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Advogado 
OAB

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