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UNIDADE 1 INTROD AO DIR DO TRABALHO [Modo de Compatibilidade]

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DIREITO DO TRABALHO I – CCJ0024
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO AO DIREITO DO UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO AO DIREITO DO 
TRABALHO.
PROFª.MS. MARIA JOSÉ VASCONCELOS TORRES.
DIREITO DO TRABALHO I
Conteúdo Programático desta aula:
1.1 Origem e evolução do Direito do Trabalho; Aspectos históricos;
Cadeias evolutivas do Trabalho;
1.2 Conceito do Direito do Trabalho; Natureza Jurídica;
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
1.3 A inter-relação com demais ramo do direito e outras ciências;
1.4 Princípios peculiares do Direito do Trabalho, indisponibilidade e
flexibilização;
1.5 Fontes do direito do trabalho;
1.6 Aplicação do direito do trabalho no tempo e no espaço.
DIREITO DO TRABALHO I
ORIGEM E EVOLUÇÃO - SOCIEDADE PRÉ-INDUSTRIAL.
1 - ESCRAVIDÃO (primeiro momento-vinculação do homem ao
homem) - No Brasil foi abolida a escravidão em 1888, porém
anteriormente já havia sido proibida a importação de escravos
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
anteriormente já havia sido proibida a importação de escravos
(1850), libertados os nascituros (1871), assim como os maiores de
65 anos (1885).
DIREITO DO TRABALHO I
2 – SERVIDÃO (segundo momento – vinculação do homem a terra): A
evolução foi sutil : o escravo era coisa, de propriedade de seu amo; o
colono era pessoa, pertencente à terra. Sendo, "pessoa", sujeito de
direito, podia transmitir, por herança, seus animais e objetos pessoais:
mais transmitia também a condição de servo. Tem seu início no século I
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
e declínio a partir do século IX o regime feudal, com a servidão, entrou
em crise. Os senhores feudais davam proteção militar e política aos
servos, que não eram livres, mas, ao contrário, tinham de prestar
serviços na terra do senhor feudal. Os servos tinham de entregar parte
da produção rural aos senhores feudais em troca da proteção que
recebiam e do uso da terra. Nesta época o trabalho era considerado um
castigo. Os nobres não trabalhavam.
DIREITO DO TRABALHO I
3 - CORPORAÇÕES DE OFÍCIO (terceiro momento – idade média –
vinculação do homem a profissão) - Com a decadência do regime feudal,
os colonos refugiaram-se nas cidades e pouco a pouco esses
trabalhadores livres constituíram instrumentos da produção econômica
local, surgindo no século X as corporações de ofício. Era formada por
grupos de artesões com o mesmo ramo de atividade e se agrupavam em
localidades diferentes.
Dividiam-se em três personagens:
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
Dividiam-se em três personagens:
Mestres - eram os proprietários das oficinas, que passaram pela prova da
obra-mestra;
Companheiros - trabalhadores que percebiam salários dos mestres;
Aprendizes - menores que recebiam dos mestres o ensino do ofício ou
profissão. Estes trabalhavam a partir dos 12 ou 14 anos, em alguns países
idade inferior, ficando, sob responsabilidade dos mestres;
OBS.: suprimidas com Revolução Francesa, em 1789
DIREITO DO TRABALHO I
4 - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – Séc. XVIII, na Inglaterra.
Conjunto de transformações decorrentes da descoberta da máquina a
vapor como fonte de energia e da sua aplicação nas fábricas e meios de
transportes, com a expansão da indústria e do comércio. Principal causa
econômica.
Aparecimento das máquinas: de fiar, o tear mecânico, máquina de vapor.
O que substituía a força humana. Causadoras da crise do trabalho.
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
O que substituía a força humana. Causadoras da crise do trabalho.
Desemprego no campo.
Inicio da substituição do trabalho manual pelo o trabalho com o uso
das máquinas.
A Revolução Industrial acabou transformando o trabalho em emprego,
os trabalhadores recebiam salários.
Afirma-se que o Direito do Trabalho e o contrato de trabalho passaram a
desenvolver-se com o surgimento da revolução industrial.
DIREITO DO TRABALHO I
5. ASPECTOS IMPORTANTES:
1. Contratação em massa;
2. Desemprego no campo;
3. Surgimento do trabalho assalariado;
4. Jornadas de trabalho excessivas;
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
4. Jornadas de trabalho excessivas;
5. Exploração de menores e mulheres;
6. Reivindicações dos trabalhadores;
7. Surgimento de uma causa jurídica;
8. Intervenção do Estado;
9. Trabalho subordinado.
DIREITO DO TRABALHO I
6. DOUTRINA SOCIAL – SENTIDO HUMANISTA:
Surgimento da justiça social; O primeiro e principal documento publicado
em 1891 pelo Papa Leão XIII - Encíclica Rerum Novarum – “não pode
haver capital sem trabalho, nem trabalho sem capital” (Capítulo 28), defesa
da melhoria das condições de vida do trabalhador. A partir de então, há
uma nova valorização do trabalho humano.
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
O trabalhador passa a ser protegido juridicamente e economicamente.
O Estado passa a intervir nas relações entre os trabalhadores e os
capitalistas, a lei passa a estabelecer normas mínimas de proteção sobre
condições de trabalho, que devem ser respeitadas pelos donos das
indústrias. Daí nasce o Direito do Trabalho.
DIREITO DO TRABALHO I
7. Principais causas que fomentaram o surgimento do Direito do
Trabalho:
Econômica (Revolução Industrial) – O direito do trabalho nasce com a
sociedade industrial e o trabalho assalariado. Principal causa econômica foi
à descoberta da máquina a vapor como fonte de energia;
Política (transformação do estado Liberal –Revolução Francesa – em
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
Política (transformação do estado Liberal –Revolução Francesa – em
Estado Social) – preocupação do Estado com a ordem, instituindo normas
especiais que regulassem as relações entre patrões e empregados;
Jurídica – justa reivindicação dos trabalhadores no sentido de se implantar
um sistema de direito destinado à proteção como o reconhecimento da
dignidade do trabalhador, onde todo ser humano é igual, independente da
condição econômica e social, seja ele capitalista ou proletário.
DIREITO DO TRABALHO I
8. PRIMEIRAS LEIS TRABALHISTAS:
Quanto à forma: Leis Ordinárias e Constitucionais. Quanto à finalidade
visaram proibir o trabalho em determinadas condições, como o dos
menores até uma certa idade, o das mulheres em ambiente ou sob
condições incompatíveis.
Constitucionalismo Social: inclusão de leis trabalhistas nas Constituições,
tratando normas de interesse social e de garantia de direitos.
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
tratando normas de interesse social e de garantia de direitos.
Constituição do México(1917): Primeira Constituição do mundo que
dispõe sobre direito do trabalho, art. 123 – jornada diária de trabalho de 8
(oito) horas, a jornada máxima noturna de 7 (sete) horas, a proibição do
trabalho de menores de 12 (doze) anos, a limitação da jornada do menor de
16 (dezesseis) anos a 6 (seis) horas, descanso semanal, a proteção à
maternidade, o direito ao salário mínimo, igualdade salarial, proteção contra
acidentes no trabalho, direito de sindicalização, de greve, de conciliação e
arbitragem dos conflitos, de indenização de dispensa e de seguros sociais.
DIREITO DO TRABALHO I
8. PRIMEIRAS LEIS TRABALHISTAS:
Constituição da Alemanha(1919) – Segunda da Constituição, a de
Weimar, que repercutiu na Europa, considerada a base das democracias
sociais. Disciplina a participação dos trabalhadores nas empresas, a
criação de um direito unitário do trabalho, a liberdade de coalizão dos
trabalhadores para defesa e melhoria das suas condições de trabalho, o
direito a um sistema de seguro social, o direito de colaboração dos
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
direito a um sistema de seguro social, o direito de colaboração dos
trabalhadores com empregadores na fixação dos salários e demais
condições de trabalho e a representação dos trabalhadores na empresa.
1919 - Tratado de Versailles - Surge prevendo a criaçãoda Organização
Internacional do Trabalho (OIT).
1927 - Carta Del Lavoro(Itália) - Institui um sistema corporativista-fascista,
que inspirou outros sistemas políticos, como Portugal, Espanha e
especialmente Brasil. O Estado nacional colocava-se acima dos interesses
dos particulares, regulando praticamente tudo, tendo como principio a
intervenção do estado na ordem econômica, o controle do direito coletivo
do trabalho e, em contrapartida, a concessão, por lei, de direitos aos
trabalhadores
DIREITO DO TRABALHO I
9. PRIMEIRAS LEIS ORDINÁRIAS:
1802 - Lei de Peel - INGLATERRA - disciplina o trabalho dos aprendizes
paroquianos nos moinhos e que eram entregues aos donos das fábricas.
Jornada limitada a 12 horas, excluindo-se os intervalos para refeição. O
trabalho não poderia iniciar-se antes das 6:00 e terminar após às 21:00
horas.
1813 - FRANÇA vedado trabalho de menores em minas.
1814 - FRANÇA vedado o trabalho aos domingos e feriados.
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
1814 - FRANÇA vedado o trabalho aos domingos e feriados.
1819 - INGLATERRA - Lei tornando ilegal o trabalho a menores de 9 anos.
O horário do trabalho dos menores de 16 anos era de 12 horas diárias, nas
prensas de algodão.
1833 - INGLATERRA - proibido trabalho para menores de 9 anos e a
jornada de trabalho era de 9 horas para menor de 13 anos e 12 horas para
menor de 18 anos.
1839 - ALEMANHA - proibido trabalho para os menores de 9 anos e a
jornada de trabalho era de 10 horas para os menores de 16 anos.
DIREITO DO TRABALHO I
1844 - INGLATERRA - Limitou trabalho feminino em 10 horas diárias.
1847 - MAIS IMPORTANTE - INGLATERRA - SEPULTOU O TABU DO NÃO
INTERVENCIONISMO DO ESTADO NAS RELAÇÕES DE TRABALHO -
Limitou em caráter geral a jornada para 10 horas diárias. Essa Lei coroou a
campanha sindical por uma jornada diária de 8 horas.
1891 - A Encíclica RERUN NOVARUM (COISAS NOVAS), do Papa Leão
XIII, traça regras para intervenção estatal na relação entre trabalhador e
patrão. Dizia o Papa "não pode haver capital sem trabalho, nem trabalho
sem capital".
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
sem capital".
1897 - RÚSSIA - 10 HORAS DIÁRIAS
1901 - AUTRÁLIA - PIONEIRA NAS 8 HORAS DIÁRIAS.
1907 - ITÁLIA - 10 HORAS DIÁRIAS.
1908 - GRÃ-BRETANHA - 8 HORAS PARA MINEIROS.
1948 - DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM -
Prevendo também direitos como férias remuneradas periódicas, repouso e
lazer, limitação razoável ao trabalho....
1910 - FRANÇA(1910). Code du travail.
DIREITO DO TRABALHO I
10. EVOLUÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL.
FASE 1 - CARTA DA REPÚBLICA - DA INDEPENDÊNCIA AO IMPÉRIO -
1822 À 1889.
Foi decretada em 1824, dois anos após a Declaração da Independência,
adotou pensamentos da Revolução Francesa, surgindo, por conseqüência
uma ampla liberdade para o trabalho e abolido as corporações de ofício.
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
FASE 2 - A PRIMEIRA REPÚBLICA - 1889-1930.
A Constituição Federal de 1891, apenas garantiu, quanto ao trabalho humano
o livre exercício de qualquer profissão moral, intelectual e industrial,
garantindo também o direito a associação, que mais tarde serviu de
fundamento jurídico para o Supremo Tribunal Federal considerar lícita a
organização de sindicatos. Nesse período foram editadas diversas Leis no
Brasil dispondo sobre trabalho:
1891 - Lei dispondo sobre trabalho dos menores;
1903 - Organização dos sindicatos rurais;
1907 - sindicatos urbanos – ESTADO;
DIREITO DO TRABALHO I
3 FASE- O GOVERNO PROVISÓRIO DA REVOLUÇÃO DE 1930.
Getúlio Vargas assumiu a chefia do governo provisório da Revolução em
24/10/1930 e no dia 26 do mês seguinte criou o MINISTÉRIO DO
TRABALHO.
Constituição de 1934: Garantia a liberdade sindical, isonomia salarial,
salário mínimo, jornada de oito horas de trabalho, proteção do trabalho das
mulheres e menores, repouso semanal, férias anuais remuneradas,
destacando-se com o pluralismo sindical, autorização para criação, na
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
destacando-se com o pluralismo sindical, autorização para criação, na
mesma base territorial, de mais de um sindicato da mesma categoria
profissional ou econômica, enquanto que as demais adotariam o princípio do
sindicato único.
Carta Constitucional de 10.11.1937. fase intervencionista do Estado,
decorrente do golpe de Getúlio Vargas. Era uma Constituição de cunho
eminentemente corporativista. Instituiu o sindicato único, proibindo a
existência de mais de um sindicato representativo dos trabalhadores, imposto
por lei, vinculado ao Estado, exercendo funções delegadas de poder público,
podendo haver intervenção estatal direta em suas atribuições, a proibição da
greve, a continuidade da elaboração de leis trabalhistas com amplitude.
DIREITO DO TRABALHO I
Foi criado o imposto sindical, como uma forma de submissão das
entidades de classe ao Estado, pois este participava do produto de sua
arrecadação. Estabeleceu-se a competência normativa dos Tribunais do
Trabalho, que tinha por objetivo principal evitar o entendimento direto entre
trabalhadores e empregados.
1939 – criação da Justiça do Trabalho – por Getúlio Vargas.
01/05/1943. Criação da CLT - GETÚLIO VARGAS FOI DEPOSTO EM
1945.
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
1945.
A Constituição de 1946. O PRESIDENTE EURICO DUTRA institui uma
nova Constituição Federal considerada norma democrática, rompendo com
o corporativismo acolheu os princípios liberais na ordem política, mas
conservou, embora restabelecendo o direito de greve, as mesmas diretrizes,
na medida em que não respaldou o direito coletivo de trabalho; destaca-se,
na mesma Constituição, a transformação da Justiça do Trabalho, até
então de natureza administrativa, em órgão do Poder Judiciário.
DIREITO DO TRABALHO I
6 - A Constituição de 1967 - Exprimiu os objetivos dos governos militares
iniciados em 1964 e introduziu o Fundo de Garantia de Tempo de Serviço,
que havia sido criado por lei ordinária em 1966.
empregadas domésticas (5.859/72)
.trabalhador rural (Lei 5.889/73)
. trabalhador temporário (6.019/74)
7. A Constituição de 05.10.1988 – Capítulo II “Dos Direitos Sociais”, do
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
7. A Constituição de 05.10.1988 – Capítulo II “Dos Direitos Sociais”, do
Título, “ Dos Direitos e Garantias Fundamentais.
Trata o art. 7º da Constituição de direitos individuais e tutelares do
trabalho.
O art. 8º versa sobre o sindicato e suas relações.
O art. 9º especifica regras sobre greve. O art. 10 determina disposição
sobre a participação dos trabalhadores em colegiados. Menciona o
art.11 que nas empresas com mais de 200 é assegurada a eleição de um
representante dos trabalhadores para entendimentos com o
empregador.
DIREITO DO TRABALHO I
DIREITO DO TRABALHO 
1. CONCEITO – é o ramo da ciência jurídica constituído de um conjunto de
princípios, regras, valores e institutos destinados à regulação das
relações individuais e coletivas entre empregados e empregadores, bem
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
como de outras relações de trabalho normativamente equiparadas à
relação empregatícia, tendo como escopo a progressividade da proteção
da dignidade humana e das condições sociais do trabalho, econômicas,
culturais, e ambientais dos trabalhadores. (Leite, Carlos Henrique).
2. 2. DIVISÃO INTERNA:
a) Direito Individual;
b) Direito Coletivo do Trabalho.
DIREITO DO TRABALHO I
3. AUTONOMIA.
Autonomia Legislativa: intensa e contínua proliferação de diplomas legais;
Autonomia doutrinária ou cientifica: existência de inúmeras pesquisas e
referências bibliográficas específicas, bem como a existência do princípio
tutelar que divorciou o direito do trabalho do direito civil.
Autonomia didática: todas as faculdades de Direito possuem a matéria Direito
do Trabalho, como também de Economia, Administração Serviço Sociale
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
do Trabalho, como também de Economia, Administração Serviço Social e
Contabilidade.
Autonomia Jurisdicional: Têm-se pelos julgamentos de pleitos administrativos
pertencentes ao Poder Executivo e a partir da CLT.
Em 1946 a CF consagrou a autonomia jurisdicional da Justiça do Trabalho
que passa a fazer parte integrante do Poder Judiciário, com um ramo
especializado que aplica a matéria.
DIREITO DO TRABALHO I
4. RELAÇÕES DO DIREITO DO TRABALHO COM OS DEMAIS RAMOS
DO DIREITO :
DIREITO CONSTITUCIONAL
DIREITO CIVIL
DIREITO TRIBUTÁRIO
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
DIREITO PENAL
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
DIREITO EMPRESARIAL
DIREITO INTERNACIONAL
5. NATUREZA JURÍDICA.
a) Direito Público – Não é o entendimento majoritário. Fundamentado na
existência de normas de caráter imperativo a reger as relações contratuais de
trabalho, não só prevendo direitos mínimos, mas também tutelando
interesses maiores do que o das partes vinculadas, como as normas
referentes à segurança e medicina do trabalho.
DIREITO DO TRABALHO I
b) Direito Privado – É a aceita pela doutrina e pelas bancas examinadoras.
Porque surge de um contrato de trabalho cujas partes são dois particulares
agindo no interesse próprio. “historicamente, o direito do Trabalho provém do
direito civil e o contrato de trabalho, da locação de serviços do Código Civil”.
(Amauri Máscaro do Nascimento).
c) Direito Social – Também não é o entendimento majoritário. Há a noção de
que o Direito do Trabalho tem um aspecto social mais acentuado do que os
demais ramos do direito, sendo a relação de emprego forma de inserção
social do indivíduo, cuja finalidade reside na proteção aos mais fracos, aos
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
social do indivíduo, cuja finalidade reside na proteção aos mais fracos, aos
hipossuficientes.
d) Direito Misto – Os que defendem essa teoria alegam que o Direito do
Trabalho é constituído tanto de normas de direito público (tutela
administrativa exercida pelo MTE), como de direito privado (contratos de
trabalho, convenções e acordo coletivos), paralelamente, sendo portanto de
natureza híbrida;
e) Direito Unitário – É a teoria defendida por Evaristo de Moraes Filho, para
quem o Direito do Trabalho é um Direito Unitário, derivado da fusão dos
conceitos públicos e privado.
DIREITO DO TRABALHO I
6. DO OBJETO: Estabelecer um arcabouço normativo que propicie a paz e o
equilíbrio entre as duas forças que propulsionam o progresso econômico e
social da humanidade. Os valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa são
princípios fundamentais da República Federativa do Brasil (CF, art. 1º, IV),
ampliando o objeto do direito do trabalho.
7. FONTES DO DIREITO DO TRABALHO.
a) Fontes Reais ou Materiais: representam o momento pré-jurídico,
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
a) Fontes Reais ou Materiais: representam o momento pré-jurídico,
inspirador da norma, em função dos fatores sociais, psicológicos,
econômicos, históricos etc., que intervêm no nascimento da regra
jurídica.
b) Fontes Formais: são aquelas que tem a forma do direito, com a regra
já plenamente materializada e exteriorizada, que conferem conteúdo
formal à norma. São derivadas da vontade do Estado (heterônomas) e
as fontes provenientes da vontade dos próprios agentes sociais
(autônomas).
DIREITO DO TRABALHO I
São fontes formais autônomas:
a) acordos coletivos do trabalho – são ajustes sobre condições de trabalho
celebrados entre a empresa ou grupo de empresas e determinado sindicato
de categoria profissional;
b) convenções coletivas – acordo de caráter normativo sobre condições de
trabalho celebrado entre sindicatos (obreiro e patronal), quer dizer em
os sindicatos de empregados e empregadores.
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
São as principais fontes formais heterônomas:
Constituição Federal
Leis – que são normas emanadas do Poder Legislativo para regular
condutas e impor sanções. Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) –
principal diploma legal na esfera laboral, dita as regras das relações e
do processo trabalhista;
DIREITO DO TRABALHO I
Decretos executivos – norma regulamentadoras de lei expedidos pelo
Presidente da República;
Sentenças normativas – é editada pelo judiciário trabalhista ao julgar
dissídio coletivo de determinada categoria econômica;
Tratados internacionais – são as convenções e recomendações da OIT;
Contrato de trabalho- estipulam direitos e deveres do empregado e do
empregador.
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empregador.
DIREITO DO TRABALHO I
8. EFICÁCIA DA LEI SEGUNDO O TEMPO E O ESPAÇO :
Eficácia da norma trabalhista no tempo: leva-se em conta dois princípios
constitucionais: irretroatividade, uma vez que a lei não pode retroagir para
prejudicar pois deve respeitar o direito adquirido, a coisa julgada e o ato
jurídico perfeito (CF, art. 5º. inciso XXXVI) e o da aplicabilidade imediata dos
direitos fundamentais (CF, art. 5º, § 1º), na medida em que as normas que
criam direitos fundamentais sociais entram em vigor imediatamente.
VACATIO LEGIS: período entre a edição da lei e sua aplicação.
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
VACATIO LEGIS: período entre a edição da lei e sua aplicação.
LEI FGTS (5107/66) ENTROU EM VIGOR EM 01/01/1967.
REFORMA TRABALHISTA – Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017. Esta Lei
entra em vigor após decorridos cento e vinte dias de sua publicação oficial.
Eficácia da norma trabalhista no espaço: o princípio que prevalece é o da
territorialidade, insto é, a lei nacional é aplicada tanto a trabalhadores
nacionais como estrangeiros que trabalhem no Brasil.
DIREITO DO TRABALHO I
9. PRINCÍPIOS DO DIREITO MATERIAL DO TRABALHO:
9.1. Conceito dos princípios: princípios são as idéias fundamentais que lhe
dão forma e estrutura próprias dentro do Direito, servindo-lhe de instrumento
de identidade e autonomia. (Rodrigues Pinto).
9.2. Funções dos princípios: tríplice função:
a) Função informadora: é destinado ao legislador, inspira em sintonia com
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
a) Função informadora: é destinado ao legislador, inspira em sintonia com
os princípios e valores políticos, sociais, éticos e econômicos do
ordenamento jurídico;
b) Função normativa: atuam como fonte supletiva, no caso de ausência de
lei. São meios de integração do direito;
c) Função interpretadora: é destinada ao aplicador do direito pois os
princípios se prestam à compreensão dos significados e sentidos das normas
que compõem o ordenamento jurídico.
DIREITO DO TRABALHO I
10. CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS:
a) PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO: É o de maior amplitude e importância no
Direito do Trabalho, consiste em conferir ao pólo mais fraco da relação
laboral – o empregado – uma superioridade jurídica capaz de lhe
garantir mecanismos destinados a tutelar os direitos mínimos
estampados na legislação laboral vigente. O princípio da proteção
assegura uma rede protetiva ao obreiro, com o claro propósito de
diminuir a desigualdade no pacto de emprego celebrado com o
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
diminuir a desigualdade no pacto de emprego celebrado com o
empregador.
O PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO DESMEMBRA-SE EM OUTROS TRÊS
PRINCÍPIOS: in dubio pro operario, norma mais favorável e condição da
clausula mais benéfica.
b) PRINCÍPIO IN DUBIO PRO OPERARIO: induz o interprete, ao analisar
um preceito que disponha sobre regra trabalhista, a optar, dentre duas ou
mais interpretações possíveis, pela norma mais favorável ao empregado.
DIREITO DO TRABALHO I
c) PRINCÍPIO DA APLICAÇÃO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL: Existindo
mais de uma norma no ordenamento jurídico versando sobre direitos
trabalhistas, prevalecerá a quemais favoreça ao empregado. Aplica-se a
norma mais favorável ao trabalhador, independente de sua posição na escala
hierárquica.
d) PRINCÍPIO DA CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA: determina que as
condições mais vantajosas estipuladas no contrato de trabalho do obreiro, ou
mesmo as constantes no regulamento da empresa, prevalecerão,
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
mesmo as constantes no regulamento da empresa, prevalecerão,
independente da edição de norma superveniente dispondo sobre a mesma
matéria, estabelecendo nível protetivo menor. (S. 51 e 228, do TST).
e) PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE DE DIREITOS: Tal princípio torna
os direitos dos trabalhadores irrenunciáveis, indisponíveis e inderrogáveis,
conferindo importante mecanismo de proteção ao obreiro em face da pressão
exercida pelo empregador, o qual, muitas vezes, utilizando-se de
mecanismos de coação, induz, obriga o trabalhador a dispor contra a vontade
direitos conquistados a suor e trabalho.
DIREITO DO TRABALHO I
f) PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO: O
contrato de trabalho é tido como ajustado por tempo indeterminado, ou seja,
haverá a continuidade da relação de emprego. A exceção à regra é são os
contratos de trabalho por prazo determinado, inclusive o temporário.
g) PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE: Estabelece o princípio da
primazia da realidade que a verdade real prevalecerá sobre a verdade formal,
predominando, portanto, a realidade sob a forma.
h) PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE: É aplicado na interpretação das
situações fáticas que ordinariamente acontece.
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO – AULA2
situações fáticas que ordinariamente acontece.
h) PRINCÍPIO DA INALTERABILIDADE CONTRATUAL: O contrato de
trabalho não poderá ser alterado para gerar prejuízo ao trabalhador.
i) PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE OU IRREDUTIBILIDADE SALARIAL:
Consiste na defesa do salário do trabalhador, em face das condutas abusivas
do próprio empregador, impenhorabilidade dos salários junto aos credores do
trabalhador, dos credores do empregador nos casos de falência. Art. 7º,
incisos VI e X da CF/88.

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