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RAPHAELLA MARQUES DE CARVALHO 201301432849 
SEMANA 3 
CASO CONCRETO 
Em 29/01/2010, ABC Barraca de Areia Ltda. ajuizou sua recuperação judicial, 
distribuída à 1ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro. 
Em 03/02/2010, quarta-feira, foi publicada no Diário de Justiça Eletrônico do Rio de 
Janeiro ("DJE-RJ") a decisão do juiz que deferiu o processamento da recuperação 
judicial e, dentre outras providências, nomeou o economista João como administrador 
judicial da sociedade. 
Decorridos 15 (quinze) dias, alguns credores apresentaram a João as informações que 
entenderam corretas acerca da classificação e do valor de seus créditos. 
Quarenta e cinco dias depois, foi publicado, no DJE-RJ e num jornal de grande 
circulação, novo edital, contendo a relação dos credores elaborada por João. 
No dia 20/04/2010, você é procurado pelos representantes de XYZ Cadeiras Ltda., os 
quais lhe apresentam um contrato de compra e venda firmado com ABC Barraca de 
Areia Ltda., datado de 04/12/2009, pelo qual aquela forneceu a esta 1.000 (mil) 
cadeiras, pelo preço de R$ 100.000,00 (cem mil reais), que deveria ter sido pago em 
28/01/2010, mas não o foi. 
Diligente, você verifica no edital mais recente que, da relação de credores, não consta 
o credor XYZ Cadeiras Ltda. E, examinando os autos em cartório, constata que o 
quadrogeral de credores ainda não foi homologado pelo juiz. Na qualidade de 
advogado de XYZ Cadeiras Ltda., analise a questão à luz da Lei 11.101/2005 para 
regularizar a cobrança do crédito desta sociedade. 
RESPOSTA: 
(i) o devedor não relacionou o crédito para os fins do art. 51, III, da Lei n. 11.101/05, do 
contrário ele teria sido mantido ou excluído da relação do administrador judicial; 
 
(ii) o credor não habilitou tempestivamente seu crédito e contrata o advogado para que realize 
sua cobrança no processo de recuperação judicial pela via cabível; 
 
 
(iii) a impropriedade de impugnação à relação de credores com fundamento no art. 8º, seja pelo 
escoamento do prazo de 10 dias, seja pela ausência do crédito tanto na relação 
apresentada pelo devedor quanto naquela elaborada pelo administrador judicial; 
 
(iv) a inadequação da AÇÃO DE RETIFICAÇÃO DO QUADRO-GERAL DE CREDORES, prevista no 
parágrafo 6º do art. 10 da Lei n. 11.101/05; 
 
(v) o descabimento da AÇÃO REVISIONAL DO QUADROGERAL DE CREDORES, prevista no art. 19 
da Lei n. 11.101/05. Assim sendo, a peça cabível é “HABILITAÇÃO DE CRÉDITO 
RETARDATÁRIA”, com fundamento no art. 10, caput, da Lei n. 11.101/05 (“Não observado 
o prazo estipulado no art. 7º, § 1º, desta Lei, as habilitações de crédito serão recebidas 
como retardatárias”). 
Alternativamente, admite-se a propositura de “IMPUGNAÇÃO À RELAÇÃO DE CREDORES” ou 
“IMPUGNAÇÃO”, com base no parágrafo 5º do art. 10, sob o fundamento de que as 
habilitações serão recebidas e autuadas como impugnação à relação de credores (arts. 13 a 
15). Sem embargo, é fundamental precisar que já foi exaurido o prazo do art. 7º, § 1º da Lei n. 
11.101/05 OU foi exaurido o prazo de 15 dias da publicação do edital, mas ainda não foi 
homologado o quadro geral de credores pelo juiz. 
 
A petição deve ser endereçada ao Juízo onde se processa a recuperação judicial (art. 3º da Lei 
n. 11.101/05), que é a 1ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro 
(dado contido no enunciado). Deve haver referência ao processo de recuperação e que a 
petição será distribuída por dependência ao Juízo da Recuperação. 
 
No cabeçalho, o candidato deverá qualificar a sociedade XYZ Cadeiras Ltda. e informar que 
está procedendo à habilitação retardatária do crédito ou à impugnação da relação de credores 
elaborada por João, administrador judicial, que não é o representante legal da sociedade 
recuperanda (art. 64 da Lei n. 11.101/05), eis que não é contra esta que se destina a 
habilitação. 
 
Como se trata de habilitação retardatária, ainda que recebida como impugnação, a petição 
inicial deve preencher os requisitos constantes dos incisos I a III, do art. 9º, valendo destacar 
que, conforme impõe o inciso III deste artigo e o art. 13 da Lei n. 11.101/05, o examinando 
também deve indicar as provas que pretende produzir.

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