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DIREITO DO TRABALHO REFLEXO DE HORAS EXTRAS SOBRE DSR (DESCANSO SEMANAL REMUNERADO) - Cálculo de reflexo de horas extras sobre DSR. Ex: Salário: 1.000,00 Jornada: 8h por dia Horas extras: 400,00 Dias úteis no mês: 25 Domingos e feriados: 5 - Para calcular o reflexo, use o valor das horas extras, divida pelo número de dias uteis do mês e multiplique pelos domingos e feriados do mês (dias não uteis). 400/25 = 16 16x5 = 80,00 reais em reflexo de horas extras. - O reflexo funciona de modo que, ao realizar uma hora extra, o trabalhador não usufruir do seu direito de descanso, portanto, ele recebe o reflexo correspondente ao período em que deixou de descansar. INTERVALO PARA DESCANSO. - Conceito São períodos na jornada de trabalho, ou entre uma jornada e outra, em que o empregado não presta serviços, seja para se alimentar ou descansar. - Natureza jurídica Norma de ordem pública, obrigado ser observado este instituto, onde as partes são proibidas de convencionar para reduzir este intervalo. É uma obrigação de empregado de não trabalhar para repousar ou se alimentar, assim como o empregador não poderá exigir trabalho do empregado durante este período. - intrajornada: art. 71 CLT São intervalos realizados dentro da própria jornada de trabalho. - menos de 4 horas trabalhadas: não há intervalo, salvo se for convencionada por ACT ou CCT. - de 4 a 6 horas: intervalo de 15 minutos. - mais de 6 horas: no mínimo 1hr de intervalo, não excedendo 2hrs, não podendo ser diminuído por CCT ou ACT. - intervalo superior a 2hrs: deve comprovar jornada diferenciada por ACT ou CCT. - as horas não podem ser fracionadas. - Inter jornada: art. 66 CLT. São intervalos entre uma jornada de trabalho e outra. - ao termino de uma jornada até a outra, deve ter no mínimo 11 horas de intervalo. - caso não for observado tal intervalo, infração administrativa, devendo ser pagas em horas extras. - outros intervalos - serviços de mecanografia/digitação: art. 72 CLT - a cada 90 minutos de trabalho consecutivo, intervalo de 10 min. - frigoríficos/câmaras frias – art. 253 CLT - abaixo de 10⁰C: 1hr e 40min de trabalho, 20 min de intervalo. - mineiros: art. 298 CLT - a cada 3hrs de trabalho, 15 min de descanso. DESCANSO E REPOUSO SEMANAL REMUNERADO – DSR E RSR Origem: Cristianismo, na Igreja Católica, descanso aos domingos. - Feriados: civis e religiosos católicos. Civis: leis municipais, estaduais e federais. (Feriados civis: leis municipais, estaduais e federais). Conceito É o período em que o empregado deixa de prestar serviços uma vez por semana, de preferência aos domingos, nos feriados, mas recebe remuneração. Este período é de 24hrs consecutivas. Natureza Jurídica Norma de ordem pública; salarial; onde este descanso deve ser concedido, recebendo por este dia que descansou. - Remuneração: art. 7 da CF, está embutida no salário. - Condição: art. 6 CF, Para poder ter direito ao descanso remunerado, o trabalhador não pode faltar injustificadamente, na semana em que antecede o descanso, podendo o empregador descontar o dia do descanso e o dia do trabalho. - compensação: pode ocorrer a compensação desde que a folga compensatória seja na mesma semana do descanso, devendo ser lavrado e assinado um Termo de Compensação entre o empregado e o empregador. - violação: Caso não ocorra o descanso remunerado ou repouso, incide infração administrativa ao empregador, pagamento das horas extras em dobro, com 100% de acréscimo, também nos feriados que caírem no domingo. - cálculo igual ao das horas extras. Salário: 1.000,00 1 domingo Sem compensação 1.000/220 = 4,54 + 100% (4,54) = 9,10 (valor da h/e). Foram trabalhados 8 horas sem compensação no domingo. 8hrs x 9,10 = 72,80. Este valor a ser pago possui caráter salarial, devendo ser pago, gerando reflexo nas demais verbas (dividindo pelo número de dias uteis e multiplicando por domingos e feriados). SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO Conceito: Paralização da execução do contrato de trabalho de forma temporária, sem que ocorra a extinção da relação jurídica do emprego. - distinção: - suspensão: cessão provisória e total dos efeitos do Contrato de Trabalho. O contrato de trabalho continua em vigor mas não conta tempo de serviço não há remuneração. - interrupção: cessação parcial e provisória do contrato de trabalho. Continua a contar o tempo de serviço e percebendo a remuneração. Hipóteses: - Suspensão: - aborto criminoso - greve legal/ legítima - Aposentadoria provisória por invalidez - Interrupção: - férias - aviso prévio não trabalhado - feriados - casamento - falecimento do cônjuge - licença maternidade e paternidade - doação de sangue - jurado ESTABILIDADE – art. 492 a 500 CLT. Conceito: Impede a dispensa do empregado. Pode ser decorrente de uma norma coletiva, regulamento empresarial ou de próprio contrato de trabalho. É o direito do empregado continuar no emprego, mesmo contra a vontade de empregador, desde que não existe uma causa objetiva a determinar sua despedida. - Origem: - Legal: aplica-se pela lei ordinária, é a garantia de emprego. - ACT ou CCT: estabilidade convencional aos trabalhos daquele oficio. - Regulamentar: decorre do regimento interno de uma empresa. - Tipos de estabilidade: - temporária: em razão do cargo ou estado em que o empregado se encontra, - quanto ao cargo: - dirigente sindical: a partir do momento de sua candidatura até o final do seu mandato, se eleito, inclusive como suplente e 12 meses após o término do mandato. - Membros da CIPA: apenas ao titular da representação da CIPA. Assegura desde o registro da candidatura até um ano após fim do seu mandato. - quanto ao estado: - gestante: desde a confirmação da gravidez até o 5 mês após o parto. - acidentado: garantia de 12 meses após a cessação do auxílio doença. - permanente: - empregado público: após completar estágio probatório de 3 anos. - por tempo de serviço: ao empregado que possui mais de 10 anos de serviço. - Extinção da Estabilidade: - Inquérito para apuração de falta grave – art. 853 a 855. - Conceito: é um instrumento processual utilizado para obter autorização para rescindir o contrato de trabalho estável, ou seja, acabar com a estabilidade. - Forma: escrita, através de uma petição inicial - Legitimidade: - ativa: empregador - passiva: empregado - Competência: absoluta (em razão da matéria), na justiça do trabalho, para dar mais proteção ao empregado. - Prazo: quando o empregador tomar conhecimento da falta grave ou gravíssima do empregado, ele aplica a suspensão ao empregado e tem 30 dias para ingressar com a ação. - Procedimento processual do Inquerito: 1- propositura da ação: entra com a ação em 30 dias após a suspensão do empregado. 2- citação: o empregado é citado para que venha a juízo para contar, sob pena de confissão e revelia, até a data da audiência. 3- conciliação: audiência, tentativa de acordo. 4- defesa: autor apresenta impugnação a contestação do réu. 5- instrução: audiência para produzir provas, se necessárias pericias, provas orais, oitiva de testemunhas (máximo 6), depoimento das partes. 6- conciliação: mais uma tentativa de acordo. Se o juiz não fizer esta conciliação antes da sentença, a ação poderá ser nula. 7- julgamento: sentença. - Efeitos da sentença: - Pedido procedente: o empregador tinha razão e pode demitir o empregado estável, por justa causa, podendo rescindir o contrato de trabalho, sendo este o efeito retroage até a data da suspensão. - Pedido improcedente: o empregador não tinha razão. Retroage até a data da suspensão, impedindo de rescindir o contrato, pagando os salários atrasados. O empregado pode pedir danos morais em uma outra ação. - Demissão direta: se o empregador demitir o empregado estável sem o inquérito, deverá reintegrá-lo e indenizar em dobro. - renuncia: pedido de demissão.O empregado estável pedir demissão e se arrepender, pode voltar ao trabalho, salvo se o empregador estiver acompanhado de duma assinatura de um representante de um sindicato dizendo que não poderá mais voltar. Art. 500 CLT. FÉRIAS – art. 129 a 148 CLT Conceito: Proporcionar longo período de descanso ao trabalhador, após certo período de trabalho. O empregado não presta serviços, mas recebe sua remuneração. - Período Aquisitivo: art. 129 e 130 CLT. Após completados 12 meses de contrato de trabalho, e não ao final de cada ano. - Duração: A duração do período de férias vai ocorrer conforme as faltas injustificadas dentro do período aquisitivo: Número de faltas injustificadas Período de dias de férias Até 5 30 dias corridos De 6 a 14 24 dias corridos De 15 a 23 18 dias corridos De 24 a 32 12 dias corridos - Acima de 32 faltas, o empregado não tem direito a férias. - Trabalhadores em regime parcial, se tiver mais de 7 faltas injustificadas durante o período aquisitivo, terá o período de férias reduzido à metade. Perda do direito de férias - pedir demissão e for readmitido no prazo de 60 dias após sua demissão - permanecer em gozo de licença por mais de 30 dias (licença remunerada) - deixar de trabalhar por mais de 30 dias, em virtude de paralização parcial ou total da empresa, sem culpa do empregador, ainda recebendo salário. - tiver recebido auxilio-acidentário ou doença por mais de 6 meses, mesmo que descontínuos. - Período Concessivo: art. 134 CLT. Serão concedidas ao empregado nos 12 meses seguintes após ter adquirido direito a férias, para que o empregador possa escolher a melhor época da concessão, que não lesione drasticamente a atividade empresarial. Ex: trabalhei do dia 01/03/2013 à 29/02/2014, completei meu período aquisitivo de 12 meses. O empregador deverá me conceder férias do dai 01/03/2014 à 29/02/2015, sendo nos 12 meses subsequentes. Época da concessão: art. 136 CLT - Excessão: menor de 18 anos tem o direito de usufruir suas férias durante o período de férias escolares. Maiores de 50 e menores de 18 não podem ter suas férias fracionadas. - Membros da mesma família; os membros que trabalharem na mesma empresa ou estabelecimento terão direito de gozar suas férias no mesmo período, desde que assim o requeiram e não cause prejuízo ao serviço. Fracionamento das férias: As férias não podem ser fracionadas, sendo que um dos períodos não pode ser inferior a 10 dias. Observando a convenção 132 da OIT, diz que neste caso, o período não pode ser inferior a 14 dias, devendo seguir o que for mais benéfico ao trabalhador, 10 dias. Férias coletivas: §1 do art. 139. Podem ser gozadas em dois períodos anuais, não sendo estes inferiores a 10 dias. Serão dias corridos, totalizando 30 dias. Portanto um período pode ser 10 dias e outros 20 dias, totalizando 30 dias. Férias concedidas após período concessivo: Se as férias forem concedidas após 12 meses subsequentes da aquisição, deverão ser pagas em dobro. O empregador não vai pagar dois períodos de férias. A dobra é da remuneração. 13 SALARIO OU GRATIFICAÇÃO NATALINA Conceito: A correta denominação do 13 salário é a gratificação de natal. Nasceu dos hábitos das empresas de pagar espontaneamente uma gratificação ao empregado no fim de cada ano, para que pudesse fazer as compras de natal. Era o que se chamada de gratificação natalina, adotada pelo costume, tornou-se lei, acabando com a espontaneidade do pagamento. - Possui natureza salarial, pois é pago todo ano e as gratificações integram o salário. - o 13 salário é calculado como base na remuneração. - o calculo é de 1/12 meses de serviço, considerando um mês inteiro e o trabalhador que trabalhou 15 dias ou mais. Assim o empregado que trabalhou de agosto a dezembro terá direito a 5/12 de 13 salário, ou seja, proporcional a 5 meses de salário. - Se o trabalhador possui salário variável (comissão), o calculo do 13 deverá ser feito de acordo com a media dos valores recebidos nos meses trabalhados durante o ano. - A lei dividiu o pagamento do 13 salario em duas parcelas. - A primeira parcela deve ser feito entre os meses de fevereiro à novembro (30/11) de cada ano, vindo a ser um adiantamento. - Para o trabalhador de salário variável, o pagamento da 1 parcela deverá ser feito com base na media dos valores pagos ao empregado até o mês anterior ao pagamento, dividindo-se em dois, para pagar a metade. - A 2 parcela deverá ser paga até o dia 20 de dezembro. - Para empregado com salário variável, fixo mais comissões, sera calculado o 13 com base em 1/11 das somas dos salários devidos até novembro de cada ano. A 1 parcela será deduzida dessa segunda. Ate 10 de janeiro de cada ano, o calculo da gratificação será revisto a 1/12 do total devido do ano anterior. Ex: o empregado recebia 100,00 por mês fixo de salário + comissões. As comissões foram pagas da seguinte forma: Jan – 150,00 Fev – 250,00 Mar – 300,00 Abr – 200,00 Mai – 300,00 Jun – 350,00 Jul – 400,00 Ago – 350,00 Set – 200,00 Out – 400,00 = totalizando 2.900,00 / 10 meses trabalhados = 290 reais a média. Resolução da atividade em sala. Trabalho de 10/05/2012 à 08/09/2014 Salario: 2.300,00 Isalubridade: 144,80. Calculo: 2.300,00 + 144,80 = 2.444,80 de remuneração. 13 salario: 2012: trabalhou 8 meses. 2.444,80 / 12 = 203,73 por mês de 13 salário. 203,73 x 8 = 1.629,86. 2013: trabalhou 12 meses 2.444,80 2014: trabalhou 8 meses 203,73 x 8 = 1.629,86 Férias: De 10/05/2012 à 09/05/2013 = P.A. De 10/05/2013 à 09/05/2014 = P.C. Obs: não foi concedido, pagamento em dobro 2.444,83 + 1/3 (814,96 obrigatório) = 3.259,81 x 2 (por não ter concedido, pagamento em dobro) = 6.519,63 De 10/05/2013 à 09/05/2014 = P.A. De 10/05/2014 à 09/05/2015 = P.C. Obs: Pagamento simples, não concedeu as férias. 2.444,83 + 1/3 (814,96) = 3.259,81 De 10/05/2014 à 08/09/2014 = P.A. Pagamento proporcional 2.444,83 + 1/3 (814,96) = 3.259,81 / 12 = 271,65 (valor de cada mês de férias) 271,65 x 4 = 1.086,57
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