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REVISÃO DE FUNDAMENTOS EPISTEMICOS DA PSICOLOGIA

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REVISÃO DE FUNDAMENTOS EPISTEMICOS DA PSICOLOGIA
AUGUSTO COMTE E O POSITIVISMO
O positivismo é uma corrente filosófica que surgiu na França no começo do século XIX. Os principais idealizadores do positivismo foram os pensadores Augusto Comte e John Stuart Mill. Esta escola filosófica ganhou força na Europa na segunda metade do século XIX e começo do XX, período em que chegou ao Brasil.
O positivismo defende a ideia de que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro. De acordo com os positivistas somente pode-se afirmar que uma teoria é correta se ela foi comprovada através de métodos científicos válidos.
A linha de pensamento que entende que o conhecimento científico sistemático é baseado em observações empíricas, na observação de fenômenos concretos, passíveis de serem apreendidos pelos sentidos do homem. Não apenas isso, o positivismo é a ideia da construção do conhecimento pela apreensão empírica do mundo, buscando descobrir as leis gerais que regem os fenômenos observáveis.
Os positivistas não consideram os conhecimentos ligados as crenças, superstição ou qualquer outro que não possa ser comprovado cientificamente. Para eles, o progresso da humanidade depende exclusivamente dos avanços científicos.
KANT E A REVOLUÇÃO COPERNICANA DO CONHECIMENTO
Kant revolucionou a forma de olhar e pensar da sociedade de sua época. 
Antes de Kant, os filósofos buscavam encontrar um centro, uma verdade absoluta e única, porém, ele mostrou que a questão não se baseava na busca de uma verdade como centro absoluto, e sim, o estudo da razão e o conhecimento de seus limites. 
Desta forma, Kan mostrou que existem mais questões além do que se buscavam na época.
Questões tais quais: O que é a razão?; O que a razão pode conhecer?; O que é necessário para que o conhecimento possa existir?; quais seus limites?
TEORIA DE KANT
A teoria de Kant se baseia no estudo da Razão.
De acordo com Kant, a estrutura da razão é a priori. E o que isto significa? A priori nos diz que algo vem em um momento anterior, ou seja: para Kant, a estrutura da razão é a priori, se dando antes da experiência.
Mas a razão possui elementos. Estes elementos dependem da experiência. Deste modo, a forma do conhecimento vem após a experiência, ou seja, a posteriori. Sendo assim, a experiência não é a causa das ideias, como pensavam os empiristas, mas é a oportunidade para que a razão receba este conteúdo e assim, formule as ideias.
Um conhecimento que seja totalmente independente dos sentidos é chamado a priori. São, por exemplo, equações matemáticas, que posso fazer mentalmente sem me apoiar em qualquer evidência material. 
Um conhecimento que possui sua fonte na experiência é dado a posteriori, como as leis da física clássica, que necessitam de testes práticos para serem comprovadas.
Mas, além disto, para Kant existem também o JUIZO ANALITICO e o JUIZO SINTETICO 
Juízo analítico – Olhar para um objeto e ter uma descrição rápida e breve sobre o mesmo. EX: AZUL é uma cor.
Juízo Sintético – É o detalhamento do objeto, levar mais informações sobre o mesmo. EX: A parede da sala é um AZUL ROYAL. 
Todos os juízos da experiência são sintéticos, uma vez que, para obter um juízo analítico, não é preciso sair do próprio conceito, isto é, recorrer à experiência (não preciso sair de "azul" para saber que é uma cor, mas preciso ver a "parede" para saber de que cor ela é).
Kant propõe o sistema crítico, que foi apresentado em três obras:
A CRITICA DA RAZÃO PURA: investiga o uso TEÓRICO da razão, busca estabelecer as possibilidades da razão ao conhecer.
A CRITICA DA RAZÃO PRATICA: investiga o uso PRATICO, onde determina a vontade e os princípios do comportamento moral, ou seja, estabelece como os homens devem agir. 
CRITICA DO JUIZO: analisa a ação da razão nas formas de pensamento.
DIALETICA DE HEGEL
Hegel utilizava uma dialética HISTÓRICA. Onde a razão era a fonte e a condição para a obtenção de uma verdade, e sendo assim, não poderia ser modificada com o passar do tempo, mas sim ser atemporal.
A dialética demonstra os movimentos complexos e dinâmicos da realidade, estando nos objetos e nos pensamentos. O mundo real e o pensamento estão assim ligados por uma lei da contradição.
Para Hegel, tal movimento é composto por três fases:
• Em si – Tese – Ideia – Afirmação 
• Para si – Antítese – Natureza – Negação 
• Em si-para – Síntese – Espirito – Negação da Negação 
Deste modo, o movimento do mundo se dá de modo em que cada sujeito limita-se a si (em si, tese), mas busca superar-se. Assim, se transforma, sendo então para si (antítese). A partir de uma nova negação, ele irá buscar novamente um novo estado, em si-síntese.
Hegel concebe o ser, a partir de seus pensamentos, em um sujeito que está sempre em movimento, estando em processo constante, que não retira quem ele é, mas é exatamente o processo contraditório que o orienta e desenvolve. O verdadeiro ser seria então um ser em movimento.
FENOMENOLOGIA 
A fenomenologia surge no século XX propondo uma volta das pesquisas filosóficas ao homem abrangendo seus aspectos racionais e irracionais. Ela aparece como crítica tanto ao idealismo, que visava a ideia ou consciência como a instância última de criação de realidade, quanto ao positivismo que afirmava o conhecimento com sua origem estritamente vinculada aos sentidos.
O método fenomenológico abre mão de afirmar uma realidade ou coisa-em-si kantiana para voltar-se ao homem e sua experiência, oriundas tanto dos aspectos racionais quanto irracionais. Seu foco está em avaliar a experiência humana do mundo no âmbito das coisas como aparecem (fenômeno).
A fenomenologia, está baseada na análise da experiência tal como se manifesta. A observação individual e subjetiva da análise do fenômeno.
 O conhecimento é essencialmente intencional. O que significa isso? Primeiramente, é importante saber que para conhecer é necessário compreender três elementos. (1) A hýle (matéria) que são os dados sensíveis. (2) A noesis (forma) que dá o sentido ao objeto apreendido pela sensibilidade. (3) A noema é o significado ideal da coisa.
REDUÇÃO FENOMENOLOGICA / ÉPOCHE: trata-se do esforço de voltar à experiência original e ao mundo original despojados da contaminação pelo mundo científico, ou seja, é a suspensão do juízo, das ideias antes já concebidas.
KARL MARX
A teoria de Marx se baseia no Materialismo Dialético. Marx dizia que o indivíduo é formado a partir das suas relações sociais, por isto, ele dizia que a maneira como o indivíduo se comporta, age e sente está ligada a forma como está baseada as suas relações sociais. 
O materialismo dialético tem como proposta a disputa sem ser baseada em coletividade, mas sim em indivíduos e seus interesses.
O indivíduo estando ligado com a sociedade, ele tem que se tornar útil e valioso para a mesma, desta forma, tendo MAIS VALIA ou MENOS VALIA.
Podemos resumir a dialética de Marx em dois pontos:
Materialista: porque é na economia, na produção, e no trabalho do ser humano que se constrói a história;
Histórica: porque é fruto a ação humana no decorrer dos séculos.
Na dialética marxista, portanto, a burguesia seria a tese – e o proletariado, sua antítese. A síntese seria a superação da sociedade de classes por uma sem classes, o comunismo. As crises do capitalismo, então, decorreriam dos conflitos entre burguesia e proletariado, e seria o prenúncio de uma superação dialética da economia política.

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