Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Enfermagem em UTI Prof. Aloísia Pimentel Estrutura e Organização de uma UTI A metodologia de trabalho de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) deve ser definida a partir de sua organização. O projeto deve ser conduzido por um grupo interdisciplinar composto por médicos, enfermeiros, arquitetos, engenheiros e administradores que devem analisar: - Todas as características da UTI, - Os serviços que serão oferecidos, - Os critérios de admissão e alta hospitalar, - A demanda e a taxa esperada de ocupação, - Recursos humanos e serviços de apoio. Planejamento da Área A unidade de internação do paciente propriamente dita deve: - Proporcionar condições de internação de pacientes graves em ambientes individuais e/ou coletivos conforme o grau de risco, faixa etária, doença e requisitos de privacidade; - Executar e registrar assistência médica e d enfermagem intensiva; - Prestar apoio diagnóstico-laboratorial, de imagem e terapêutico 24 h; - Manter condições de monitoração e assistência respiratória contínua. Localização A UTI deve ter uma área geográfica distinta dentro do hospital e, quando possível, com acesso controlado; Sua localização deve permitir fácil acesso aos elevadores de serviço e de emergência, centro cirúrgico, sala de recuperação pós-anestésica, unidade de emergência, unidades semi-intensivas e serviços de laboratório e radiologia. Número de Leitos Depende da população atendida pelo hospital, do n° de cirurgias, n° de médicos e enfermeiros, e dos recursos institucionais; Um método empírico frequentemente relatado é que um hospital geral deve destinar 10% da sua capacidade de leitos para a UTI; Na prática, o n° mínimo de leitos para o funcionamento de uma UTI é cinco. Entretanto, estabelecimentos realizados, como cirurgia, cardiologia, devem fazer um cálculo específico. O ideal do ponto de vista funcional, são oito a doze leitos por unidade. Tipo de Unidade Os pacientes devem ser alocados de modo que sua visualização direta pela equipe seja possível durante todo o tempo, permitindo sua monitoração contínua. A disposição de leitos pode ser realizada em uma área comum ou em quartos fechados. A central de monitoração, localizada no posto de enfermagem, é de fundamental importância para a identificação de eventos adversos e ação rápida e eficaz pela equipe de saúde. Ruídos O Conselho Internacional de Ruído recomenda que os níveis de ruídos nas áreas de terapia intensiva não ultrapassem 45dB(A) durante o dia, 40dB(A) durante a noite e 20 dB(A) durante a madrugada. Por estas razões, alguns cuidados devem ser adotados: - Utilização de pisos que absorvam os sons, levando sempre em consideração os aspectos da CCIH; - As paredes e o teto devem ser construídos com materiais dotados de alta capacidade de absorção acústica; - Atenuadores e defletores instalados no teto podem ajudar a reduzir os sons. Posto de Enfermagem Deve ser confortável, proporcionar a visualização de todos os leitos e permitir todas as funções da equipe de trabalho; Deve conter: - Área destinada ao preparo de medicação, alocada de maneira a isolar a equipe de outras atividades; - Iluminação adequada para tarefas específicas; - Sistema de energia de emergência (gerador); - Sistema funcional de estocagem de medicamentos, soluções e materiais; - Espaço adequado para terminais de computador e locais apropriados para prontuários e impressos. Sala de Utensílios Limpos e Sujos As salas de utensílios limpos e sujos devem ser separadas. Os pisos devem ser cobertos com materiais sem junções ou emendas, para facilitar a limpeza. A sala de utensílios limpos é utilizada para armazenar suprimentos limpos e esterilizados, podendo acondicionar também roupas limpas. A sala de materiais sujos (expurgo) deve ser localizada fora da área de circulação da unidade. Outros Locais Toalete de pacientes Copa de pacientes Sala de serviços gerais Sala de procedimentos especiais Armazenamento de equipamentos Laboratório Sala de reuniões e estudo Áreas destinadas as funcionários Conforto médico e de enfermagem Recepção Sala de espera de visitantes Recursos Humanos de Enfermagem O papel das atividades humanas nos hospitais não está mais relacionado apenas a descrição de cargo, função, mas envolve um perfil capaz de trazer dinamismo, inteligência e criatividade; Uma equipe de enfermagem altamente capacitada do ponto de vista técnico e comportamental é hoje um diferencial para a UTI. Recrutamento O Dept° de Enfermagem da instituição deve definir o perfil e as características dos profissionais de enfermagem que trabalharão na instituição, e a UTI deve estar alinhada a esse perfil; Seleção: - Análise do currículo; - Testes; - Entrevista. Dimensionamento de Pessoal Alguns quesitos são importantes nesse processo: - Planta física; - N° de leitos; - Características do hospital; - Grau de dependência dos pacientes; - Capacidade do pessoal; - Quantidade e qualidade dos equipamentos; - Processos internos Dimensionamento de Pessoal A portaria n° 3.432/1988 do MS determina: - Um enfermeiro coordenador, exclusivo da unidade, responsável pela área de enfermagem; - Um enfermeiro, exclusivo da unidade, para cada dez leitos, por turno de trabalho; - Um técnico de enfermagem para cada dois leitos, por turno de trabalho. - TISS-28 e NAS→têm como objetivo mensurar a quantidade de intervenções realizadas nos pacientes, sendo um guia em muitas instituições para identificar a quantidade de pessoal de enfermagem necessário para uma determinada UTI. Perfil do Enfermeiro O enfermeiro da UTI deve ter um preparo especial. Cuidar de pacientes em UTI demanda conhecimentos muito específicos e diferenciados; Os enfermeiros trazem sobre si a responsabilidade da vigilância contínua dos pacientes e dos equipamentos em uso e da interpretação de alterações de sinais e sintomas clínicos, devendo adotar medidas iniciais de emergência; É imprescindível a fundamentação teórica aliada a capacidade de discernimento, tomada de decisão, trabalho em equipe, iniciativa, liderança e responsabilidade. Treinamento da Enfermagem em UTI Treinamento admissional institucional Treinamento admissional setorial Treinamento continuado na UTI
Compartilhar