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Introdução a Cinética e Reatores Helder Guerreiro 2018 Observações! ❑ Este material é baseado nas aulas do professor; ❑ Este material tem como livro base o Fogler, 4° edição; ❑ Todas as imagens e conteúdos não pertencentes ao autor serão devidamente referenciadas; ❑ As referências adicionais serão representadas por numerações (1), (2), (3) etc. Conceitos e classificações Sumário CSTR Tubular Exercícios Resolvidos Exemplo 1 Dimensionamento de Reatores Aplicações das equações Considerações gerais sobre CSTR e PFR Métodos numéricos para cálculo de reatores Associação de Reatores Tempo de residência Exercícios Resolvidos Reações químicas e as Leis de velocidade Termodinâmica Constante de velocidade de reação Energia de Ativação Sistemas em batelada e em escoamento contínuo Reações com volume variável Conceitos e Classificações Sumário Taxa de reação A taxa de reação geralmente é dada em 𝑚𝑜𝑙 𝐿.𝑠 e é representada pela letra r, que pode ter um sinal de menos para indicar o consumo. −𝑟 ≠ 𝑟 Uma taxa de reação é definida quimicamente pela concentração sobre o tempo. 𝑟𝐴 = 𝑑𝑐𝐴 𝑑𝑡 Taxa de produção (produto)Taxa de consumo (reagente) Balanço de massa em reatores As reações recorrentes nos reatores químicos são representadas pelo princípio básico do balanço de massa, em que: 𝐸𝑛𝑡𝑟𝑎 − 𝑆𝑎𝑖 + 𝐺𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 = 𝐴𝑐𝑢𝑚𝑙𝑎𝑑𝑜 Por exemplo, para o reator abaixo, temos que o seu balanço de massa fica: 𝐹𝑗𝑖𝑛 − 𝐹𝑗𝑜𝑢𝑡 + 𝐺𝑗 = 𝑑𝑁𝑗 𝑑𝑡 𝐹𝑗𝑜𝑢𝑡 𝐹𝑗𝑖𝑛 Entra Sai Gerado Acúmulo Balanço de massa em reatores Esse acúmulo representa a variação do número de mols de j no tempo t, ou seja, taxa do resultado da reação química. “Se todas as variáveis do sistema forem espacialmente uniformes em todo o volume do sistema” nós podemos fazer: 𝐺𝑗 = 𝑉. 𝑟𝑗 Essa relação se torna útil quando queremos representar um sistema onde a velocidade varia de acordo com a localização. Balanço de massa em reatores Por exemplo, em um reator tubular, temos que: 𝑟1 𝑟2 𝑟3 𝑟4 𝑟5 𝑟6 Cada trecho do reator possui uma velocidade diferente. Logo: ∆𝐺𝑗1 = 𝑟𝑗1∆𝑉1 Que na verdade é um somatório: 𝐺𝑗 = 𝑖=1 𝑛 ∆𝐺𝑗𝑖 Balanço de massa em reatores Como estamos tentando representar um caso geral, não se pode saber quantas divisões são necessárias para se representar cada tipo de situação existente ne engenharia, por isso devemos adotar o uso de integrais. 𝐺𝑗 = න 𝑉 𝑟𝑗 𝑑𝑉 Portanto, concluímos que o balanço de massa para os casos onde a velocidade varia de acordo com a localização é: 𝐹𝑗𝑖𝑛 − 𝐹𝑗𝑜𝑢𝑡 +න 𝑉 𝑟𝑗 𝑑𝑉 = 𝑑𝑁𝑗 𝑑𝑡 Classificação! Batelada Reator em batelada Um reator em batelada se equipara ao método adotado para se fazer um bolo. Para fazermos um bolo, temos que juntar todos os ingrediente dentro de um recipiente e depois batê- lo e aquecê-lo, a mesma coisa ocorre na batelada. Um reator em batelada não opera em continuidade, simplesmente colocamos os ingredientes dentro dele e ajustamos as suas configurações de acordo com a reação. Logo depois disso, já tiramos o produto final do reator, assim como quando fazemos uma comida numa panela de pressão. Pós e Contras Um reator em batelada foi feito para se obter produtos em pequena escala e realizar testes. Seu uso é evidente quando os produtos são caros, ou seja, uma reação cujo produto é pouco mas é muito valioso, assim como ocorre na farmácia. Os medicamentos são estimados em miligramas, mas possuem um alto valor agregado no mercado. Então nesse caso, adota-se um reator em batelada. Processos complexos são melhor de se fazer nesses reatores, pois o engenheiro terá mais opções e foco ao monitorar e controlar. Pós e Contras Outro ponto forte do reator em batelada é que o engenheiro pode deixa-lo funcionando por um bom tempo, ou seja, ele não necessita ficar colado o tempo todo ao reator, as suas reações são realizadas em um tempo confortável de operação. Porém, há uma desvantagem ligada ao seu alto custo operacional, pelo simples fato de não ser um processo contínuo. Isso ocorre porque o reator em batelada sempre terá que ser parado para que o produto seja retirado, isso demanda maior mão de obra. Pós e Contras A variabilidade de produtos pode ser algo bom ou ruim. A parte boa disso é que o reator em batelada pode ser utilizado para vários fins, ou seja, a sua utilização não necessita está ligada a somente um tipo de reação. O mesmo reator pode realizar vários processos totalmente diferentes um do outro. O ruim disso é que isso causará uma diferença na qualidade entre produtos, ou seja, se o operador tentar realizar a mesma reação várias vezes, pode ser que haja resultados diferentes nas suas qualidades. Pós e Contras Por exemplo, uma reação ontem resultou em 80 % de rendimento, porém hoje resultou em 70 %. Isso é péssimo em alguns tipos de indústrias. Gráficos Observamos dois gráficos do reator em batelada abaixo: 𝑁𝐴1 𝑁𝐴0 𝑁𝐵1 𝑁𝐵0 𝑡 𝑡 𝐴 → 𝐵 Gráficos Temos que os dois gráficos representam a mesma coisa, a reação de um reator em batelada. Porém o gráfico de A mostra o consumo do reagente (A) e o gráfico de B mostra a produção do produto (B). Daí você pode entender porque o símbolo da reação (r) é negativo quando se fala em consumo e positivo quando se fala em produção. Equações Então, podemos equacionar um reator em batelada partindo do seguinte balanço de massa: 𝐹𝑗𝑖𝑛 − 𝐹𝑗𝑜𝑢𝑡 +න 𝑉 𝑟𝑗 𝑑𝑉 = 𝑑𝑁𝑗 𝑑𝑡 න 𝑉 𝑟𝑗 𝑑𝑉 = 𝑑𝑁𝑗 𝑑𝑡 “Se a mistura estiver perfeitamente misturada, então não haverá variação na velocidade de reação do volume do reator” em consequência disso temos: Enquanto a reação ocorre, não há a retirada ou adição de qualquer material. Batelada Equações 𝑟𝑗න 𝑉 𝑑𝑉 = 𝑑𝑁𝑗 𝑑𝑡 → 𝒓𝒋𝑽 = 𝒅𝑵𝒋 𝒅𝒕 A equação apresentada acima descreve um ambiente homogêneo, ou seja, uma reação perfeitamente misturada. Essa equação também descreve o caso de um reator em batelada a volume constante, mas nem sempre o volume será constante. Um engenheiro pode primeiramente encher o reator pela metade e, após conseguir progresso, enche-o por completo. Equações Podemos rearranjar a equação, fazendo-a ficar assim: 𝑑𝑡 = 𝑑𝑁𝑗 𝑟𝑗𝑉 Estabelecendo os limites de integração, para esse caso, observamos qualquer um dos gráficos, o gráfico de A por exemplo. Isso se chama condição de contorno. ൝ 𝑡 = 0 ; 𝑁𝐴 = 𝑁𝐴0 𝑡 = 𝑡1 ; 𝑁𝐴 = 𝑁𝐴1 Equações Logo: න 𝑡0 𝑡1 𝑑𝑡 = න 𝑁𝐴1 𝑁𝐴0 𝑑𝑁𝐴 𝑟𝑗𝑉 → 𝑡1 = න 𝑁𝐴1 𝑁𝐴0 𝑑𝑁𝐴 𝑟𝑗𝑉 Classificação! Escoamento contínuo Escoamento contínuo Geralmente, esses tipos de reatores operam em regime estacionário, ou seja, permanente. O regime permanente é aquele onde as propriedades do objeto em estudo não mudam, ou seja, permanecem constantes. Quando você liga uma lâmpada, a sua luz se torna mais forte de acordo com a corrente elétrica, esse é o estado transitório, porque a lâmpada ainda está acendendo, a partir do momento que a lâmpada estiver completamente acesa, teremos o regime permanente. Escoamento contínuo Exemplos de reatores com escoamento contínuo: ❑ Reator contínuo de tanque agitado (CSTR) ❑ Reator com escoamento pistonado (PFR) ❑ Reator de leito fixo (PBR) O reator de leito fixo não será abordado nesta disciplina, pois os reatores abordados aqui são e serão sempre homogêneos, e o PBR é um reator heterogêneo. O PFR faz parte dos reatores tubulares. CSTR Sumário CSTR Sua condição é homogênea, isto é, perfeitamente misturado e a concentração da reação não depende de tempo ou posição, se você se lembra de PPQ (princípiosdos processo químicos) você deve saber que a consequência disso é um acúmulo igual a zero, mas porque? Imagine uma banheira, a torneira está ligada e o ralo é aberto. Depois de alguns segundos a água que cai da torneira será a mesma que escorre pelo ralo, logo, o volume não vai variar, porque a quantidade que entra é a mesma que sai. Por isso, o acúmulo de água é zero. CSTR Todas essas características são comuns para qualquer reator que opere em regime estacionário, ou seja: 𝑑𝑁𝑗 𝑑𝑡 = 0 , 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 Logo, seu balanço de massa será: 𝐹𝑗𝑖𝑛 − 𝐹𝑗𝑜𝑢𝑡 +න 𝑉 𝑟𝑗 𝑑𝑉 = 𝑑𝑁𝑗 𝑑𝑡 𝐹𝑗𝑖𝑛 − 𝐹𝑗𝑜𝑢𝑡 + 𝑟𝑗𝑉 = 0 𝐹𝑗𝑜𝑢𝑡 𝐹𝑗𝑖𝑛 CSTR CSTR Pelo balanço de massa, temos que: 𝑉 = 𝐹𝑗𝑖𝑛 − 𝐹𝑗𝑜𝑢𝑡 −𝑟𝑗 Podemos dar mais detalhes a essa equação, usando as equações da continuidade e vazão. 𝐹𝑗 = 𝑐𝑗𝜑 𝑉𝑎𝑧ã𝑜 𝑚á𝑠𝑠𝑖𝑐𝑎 𝜑𝑖𝑛 = 𝜑𝑜𝑢𝑡 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑖𝑛𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 Não se confunda, 𝐹𝑗 é a vazão mássica (𝑚𝑜𝑙/𝐿) e 𝜑 é a vazão volumétrica (𝐿/𝑠) enquanto 𝑐𝑗 é a massa (𝑚𝑜𝑙). CSTR A equação da continuidade é válida aqui justamente por causa do regime estacionário. Temos que a equação reformulada fica: 𝑉 = 𝜑 𝑐𝐴𝑖𝑛 − 𝑐𝐴𝑜𝑢𝑡 −𝑟𝐴 Tubular Sumário Tubular A sua utilização é mais comum em fluidos de fase gasosa, mas também nada impede que se aplique a outro tipo de fluido. A concentração da reação varia de forma axial, isso quer dizer que ao longo do tubo (reator) haverá uma variação de concentração. O seu escoamento é pistonado, o que faz com que não haja necessidade de uma pá para mistura. Escoamento pistonado O escoamento pistonado é um termo do Fenômenos de Transporte I, esse termo é utilizado quando o perfil de velocidade do fluido, dentro de um tubo, se comporta como uma linha reta, desprezando os efeitos da camada limite. É bem evidente o porque do nome “escoamento pistonado”, veja que a segunda imagem parece um pistão. Escoamento pistonado Segundo os estudos dos fluidos (1), o desprezo da camada limite ocorre por causa do aumento da velocidade do fluido, que leva ao regime turbulento, que é um comportamento aleatório e difuso do interior do fluido. Ou seja, a turbulência faz com que o fluido vire uma máquina de lavar roupa, e esse é o motivo pelo qual não necessitamos de agitação desse reator, porque o próprio fluido fará isso por nós. Equacionando O balanço de massa desse tipo de reator fica: 𝐹𝑗𝑉 − 𝐹𝑗𝑉+∆𝑉 + 𝑟𝑗∆𝑉 = 0 Você já sabe que o zero é por causa do regime estacionário do reator. Mas e o resto? Você entende o que foi que aconteceu? 𝐹𝑖𝑛 𝐹𝑜𝑢𝑡 Equacionando No caso do CSTR, a concentração não variava com o tempo e nem com a localização, porém aqui já temos uma variação de concentração em relação a localização. Por causa disso, faz-se necessário analisar cada ponto do reator tubular, onde o que determina esses pontos é a mudança na concentração. Equacionando 𝐹𝑗𝑖𝑛 𝐹𝑗𝑜𝑢𝑡 ∆𝑉 Cada ponto é analisado como se fosse um sistema, a partir do momento em que a concentração mudar um sistema termina e outro começa. Equacionando Ao isolar o 𝑟𝑗 temos: 𝑟𝑗 = 𝐹𝑗𝑉 − 𝐹𝑗𝑉+∆𝑉 ∆𝑉 Isso faz você lembrar algo? Bom, acabamos de nos deparar com a definição de derivada. lim ∆𝑥→0 𝑓 𝑥 + ∆𝑥 − 𝑓 𝑥 ∆𝑥 = 𝑑𝑓 𝑑𝑥 Logo, podemos resumir a taxa da reação como: 𝑟𝑗 = 𝑑𝐹𝑗 𝑑𝑉 Volume Vamos rearranjar essa equação para: 𝑑𝑉 = 𝑑𝐹𝑗 𝑟𝑗 Porque rearranjamos? Um dos dados mais importantes a se encontrar num reator é o volume da sua reação, então por isso estamos isolando o volume. Vamos realizar novamente a condição de contorno, isto é, dar limites à equação. Veja que a derivada é um ponto infinitesimal no reator e a integral é a soma de todos os pontos infinitesimais. Volume Se vamos somar tudo, então devemos colocar os limites entre as extremidades do reator para que a integral englobe todo o reator. ൝ 𝑉 = 0 ; 𝐹𝑗 = 𝐹𝑗𝑖𝑛 𝑉 = 𝑉1 ; 𝐹𝑗 = 𝐹𝑗𝑜𝑢𝑡 Logo, temos a integral: න 𝑉0 𝑉1 𝑑𝑉 = න 𝐹𝑗0 𝐹𝑗1 𝑑𝐹𝑗 𝑟𝑗 → 𝑽𝟏 = න 𝑭𝒋𝟎 𝑭𝒋𝟏 𝒅𝑭𝒋 𝒓𝒋 Vamos conversar? . . . Reator? Peraí? Mas que diabos é um reator? Acho que não definimos isso antes, né. A culpa é do Fogler. Pelo pouco que já aprendemos até aqui você já ter uma noção do que seria um reator não? Vamos pensar, o reator em batelada é um reator em que jogamos os reagentes, deixamos a reação ocorrer e retiramos o produto; já o CSTR contém a entrada contínua de reagentes e a saída contínua de produtos, onde a reação ocorre sem parar. Qual a semelhança entre os dois reatores? Reator? A palavra chave que você procura é reação química. Porém, existe uma diferença no termo reator, porque um reator pode não somente químico, ou seja, reator é um termo geral e reator químico é um termo específico. Um reator é o local onde se ocorre reações químicas, não importando o que é esse local ou do quê ele é feito. Reatores químicos são vasos projetados para conter reações químicas de interesse e escala industrial (1). “Um reator químico é uma super panela de pressão mutante que pode ser modificada de acordo com o que se pede. Exercícios Resolvidos Sumário Questão 1 Enunciado Considere a isomerização cis-trans em fase líquida do 2- buteno que escrevemos simbolicamente como A → B. A B cis-2-buteno trans-2-buteno Enunciado A reação de 1° ordem (−𝑅𝐴 = 𝑘 𝑐𝐴 ) ocorre em um reator tubular em que a vazão volumétrica é constante, ou seja, vazão de entrada = vazão de saída. a) Esquematize o perfil de concentração; b) Deduza uma equação relacionando o volume do reator para as concentrações de A entrando e saindo, a constante de velocidade k e a vazão volumétrica; Enunciado c) Determine o volume necessário do reator de modo a reduzir a concentração existente para 10 % da concentração de entrada quando a vazão volumétrica for igual a 10 L/min e a velocidade específica da reação é k = 0,23 1/min. Interpretação Você viu que têm um k bem ali no enunciado? Como assim ele é a constante de velocidade? Bom, se você lembra do seu ensino médio, se é que isso é possível, na química existe um estudo voltado a cinética, que é o estudo da velocidade das reações, esse k é a constante que define o quão rápido um produto é formado e o reagente é consumido, mas não vamos nos preocupar em defini-lo agora. Letra a) A letra a) fala em esquematizar o perfil de concentrações. O que? Esse pessoal complica tudo. Na verdade, é só para você desenhar um gráfico que mostre o comportamento do reagente ao participar da reação. Bom, você sabe o que acontece na reação né? O reagente é consumido! Simplesmente o reagente é consumido, o que faz o gráfico ser algo decrescente, mas que tipo de função o definiria? Letra a) Olha, e se fosse uma reta? Veja que uma reta vai de um ponto e ao decair bate no zero, mas a concentração do reagente realmente pode ir a zero? Vamos discutir isso melhor. O reator começa lotado de reagentes, você já deve saber desde da química geral que uma reação ocorre quando há uma interação entre moléculas e átomos, olha esse exemplo: 𝐴 + 𝐵 → 𝐶 Você sabe que na química A e B são átomos né? Espero que sim, tem que ser sim. Letra a) Como tem abundância de reagentes, as moléculas reagem a mil por hora, pois o choque entre átomos é bem forte e intenso, mas quando o reagente vai acabando, as interações e os choques diminuem, e o produto presente no meio também atrapalha a interação. Conclusão, a concentração do reagente nunca chegará a zero, porque haverá um momento em que não ocorrerá mais reação. Letra a) Que a função é decrescente nós já sabemos, mas quetal procurar observar a sua equação matemática? A concentração está relacionada com a velocidade da reação, então vamos utilizar a equação da cinética da reação: 𝑣 = 𝑘 𝑅𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 𝛼 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝛽 𝑅𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 𝛼 = 𝑣 𝑘 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝛽 A velocidade é constante, k é constante, 𝛼 e 𝛽 também são constantes, então as variáveis são... Reagente e produto. Letra a) Imagine que o regente seja y e o produto seja x, logo temos uma função semelhante a: 𝑦 = 1 𝑥 Então a nossa concentração terá um gráfico semelhante a uma hipérbole? Não, ainda não podemos definir se é essa hipérbole. Lembra que o reagente e o produto estavam elevados a um número 𝛼 e 𝛽? Então, para isolar o reagente devemos jogar o expoente para o outro lado e isso vai gerar uma raiz do outro lado da equação. Letra a) Pelo fato de ser uma raiz, essa equação não pode assumir valores negativos, ou seja, somente a parte positiva da hipérbole poderá representar o comportamento da concentração do reagente. 𝑐𝑖𝑛 Letra b) O enunciado da letra b) é uma enrolação, só para mandar você encontrar uma equação que relacione o volume, a constante de velocidade e a vazão volumétrica juntos. Nós já calculamos uma equação geral para o volume num reator tubular: 𝑉1 = න 𝐹𝑗0 𝐹𝑗1 𝑑𝐹𝑗 𝑟𝑗 Bom, primeiramente, você sabe o que é esse “F”? Só uma dica, se nós fizemos um balanço de massa, então o que sai e entra são vazões mássicas, porque o objeto é a massa, né? Letra b) Então, podemos desmembrar esse F em vazão volumétrica e concentração, porque? Bom... 𝑚𝑜𝑙 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 = 𝑚𝑜𝑙 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 . 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 → 𝐹 = 𝑐𝐴. 𝜑 Se você não entendeu, a junção das unidades da concentração e vazão volumétrica resultam na unidade de vazão mássica. Portanto, temos que: 𝑉1 = න 𝐹𝑗0 𝐹𝑗1 𝑑 𝑐𝐴. 𝜑 𝑟𝑗 = 𝜑න 𝐹𝑗0 𝐹𝑗1 𝑑𝑐𝐴 𝑟𝑗 Letra b) Agora, temos que mudar os limites de integração. Bom, se a questão nos pediu para encontrar uma equação que envolva a entrada e a saída de A, vamos usar as concentrações na entrada e na saída. 𝑉1 = 𝜑න 𝑐𝐴𝑜𝑢𝑡 𝑐𝐴𝑖𝑛 𝑑𝑐𝐴 𝑟𝐴 E o enunciado nos diz que 𝑟𝐴 = −𝑘. 𝑐𝐴 𝑉1 = 𝜑න 𝑐𝐴𝑜𝑢𝑡 𝑐𝐴𝑖𝑛 𝑑𝑐𝐴 −𝑘. 𝑐𝐴 Letra b) Por fim, nossa equação está pronta para integrar, depois de alguns ajustes: 𝑉1 = − 𝜑 𝑘 න 𝑐𝐴𝑖𝑛 𝑐𝐴𝑜𝑢𝑡 𝑑𝑐𝐴 𝑐𝐴 E isso vira: 𝑉 = − 𝜑 𝑘 ln 𝑐𝐴𝑜𝑢𝑡 𝑐𝐴𝑖𝑛 → 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑡𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑜 𝑙𝑛 → 𝜑 𝑘 ln 𝑐𝐴𝑖𝑛 𝑐𝐴𝑜𝑢𝑡 Voalá. Sentindo-se um engenheiro? Hahaha.... (sarcasmo) A vazão volumétrica e o k são constantes. Letra c) Nós acabamos de encontrar uma equação genérica para o volume do reator que estamos trabalhando. Então, basta pegar os dados que a questão deu e usar nessa coisa linda. 𝑉 = 𝜑 𝑘 ln 𝑐𝐴𝑖𝑛 𝑐𝐴𝑜𝑢𝑡 = 10 𝐿/𝑚𝑖𝑛 0,23 1/𝑚𝑖𝑛 ln 𝑐𝐴𝑖𝑛 0,1𝑐𝐴𝑖𝑛 = 100 𝐿 Esse 0,1𝑐𝐴𝑖𝑛 é justamente o que o enunciado chama de “10 % da concentração de entrada”. Preste mais atenção no enunciado. Questão 2 Enunciado Calcule o volume de um CSTR para as condições usadas para calcular um volume do PFR da questão anterior. Que volume é maior? Do PFR ou do CSTR? Explique. Respondendo Aí você começa a pensar... “as condições usadas para calcular um volume do PFR ?”. Olha, a letra a) pedia um gráfico, a letra b) uma equação e a letra c) para calcular o volume, onde você acha que estão essas condições? Isso tá parecendo show do milhão. Então, vamos usar os mesmos dados da letra c) para calcular o volume no CSTR. E o que muda? A equação do volume, nós já vimos isso antes. 𝑉 = 𝜑 𝑐𝐴𝑖𝑛 − 𝑐𝐴𝑜𝑢𝑡 −𝑟𝐴 = 𝜑 𝑐𝐴𝑖𝑛 − 0,1𝑐𝐴𝑖𝑛 𝑘. 𝑐𝐴𝑜𝑢𝑡 Respondendo 𝑉 = 𝜑𝑐𝐴𝑖𝑛 1 − 0,1 0,1. 𝑘. 𝑐𝐴𝑖𝑛 = 10 1 − 0,1 0,1 0,23 = 391,3 𝐿 Você percebeu que −𝑟𝐴 ficou igual a 𝑘. 𝑐𝐴𝑜𝑢𝑡? O que impede desse 𝑐𝐴 ser um “in” em vez de “out”? O −𝑟𝐴 é a taxa da reação de consumo de A. A letra c) da primeira questão fala que devemos encontrar o volume necessário para reduzir a concentração existente para 10 %. Como vamos saber se reduziu algo se estamos observando a concentração na entrada? Respondendo Então, nós usamos o “out” justamente porque é ele que irá dizer se a concentração de A diminuiu o suficiente. Agora indo para a outra pergunta, a questão fala “que volume é maior?”, nós já sabemos que é o do CSTR, mas o interessante é a próxima em que diz: “Explique”. Agora complicou. Como é possível, utilizando os mesmos dados, o volume de um ser muito maior do que o outro? Respondendo Primeiro vamos raciocinar, esse volume é volume de quê mesmo? Ele é o volume necessário para se ter 10 % da concentração de entrada. Então, esse volume serve para se ter uma certa concentração. Vamos observar a diferença entre o PFR e o CSTR. O CSTR possui uma entrada contínua de reagentes e uma saída contínua de produtos, já o PFR é um tubo onde os reagentes entram pelo seu início e os produtos saem pelo seu fim. Respondendo No CSTR, as pás misturam os reagentes para que o produto venha ser originado, mas os reagentes continuam sendo cada vez mais adicionados no meio da mistura. No PFR a mistura ocorre durante o fluxo, sem adição contínua no meio da mistura. Perceba bem a diferença que eu estou citando: ambos possuem adição de reagentes contínuas, porém o CSTR mistura tanto produto quanto reagentes no seu meio, já o PFR no início do tubo possui maioria reagentes e no seu fim maioria produtos. Respondendo A mistura sem interferência no PFR faz com que o produto seja formado mais rapidamente, ou seja, o reagente atingirá os 10 % em pouco tempo. Como o tempo está diretamente relacionado com o volume, pouco volume será adicionado. A mistura do CSTR é constantemente perturbada, o produto será formado mais lentamente, pelo mesmo motivo que o consumo do reagente não pode chegar a zero, porque o CSTR é apertado, as moléculas do produto colidem com as moléculas do reagente, sendo uma forma de empecilho para a reação ocorrer. “Todos os cálculos realizados com reatores PFR supõe não haver mistura das correntes de montante (reagentes) e jusante (produtos). Respondendo Você pode observar isso pelo balanço de massa desses reatores: 𝐹𝑗𝑖𝑛 − 𝐹𝑗𝑜𝑢𝑡 + 𝑟𝑗𝑉 = 0 𝐹𝑗𝑉 − 𝐹𝑗𝑉+∆𝑉 + 𝑟𝑗∆𝑉 = 0 O primeiro é o CSTR e o segundo é o PFR, veja que a diferença está no volume, no CSTR ele é constante e no PFR ele pode variar, o que sustenta a discussão anterior em que a diferença entre os dois é o espaço para a reação ocorrer. “Um reator PFR normalmente tem uma eficiência mais alta que um reator de agitação do mesmo volume. Isto é, dado o mesmo espaço-tempo, uma reação irá ocorrer a uma maior taxa de completação em um PFR que num reator de agitação. Exemplo 1 Sumário Enunciado A reação A para B deve acontecer isotermicamente em um reator de escoamento contínuo. Calcule os volumes dos reatores CSTR e PFR necessários para consumir 99 % de A (𝑐𝐴 = 0,01𝑐𝐴0) quando a vazão molar de entrada for igual a 5 𝑚𝑜𝑙/ℎ e a volumétrica 10 𝐿/ℎ, considerando a velocidade de reação como: a) −𝑟𝐴 = 𝑘; 𝑘 = 0,05 𝑚𝑜𝑙 ℎ 𝐿 b) −𝑟𝐴 = 𝑘𝑐𝐴; 𝑘 = 0,0001 𝑠 −1 c) −𝑟𝐴 = 𝑘𝑐𝐴 2; 𝑘 = 3 𝐿 𝑚𝑜𝑙 ℎ Interpretando Quando o enunciado fala em porcentagem de consumo sempre tenha em mente que a questão está lhe dando uma equação. No enunciado é falado que devemos calcular a quantidade de volume necessário para consumir 99 % de A, isso significa: 𝑐𝐴 = 0,01𝑐𝐴0 Eu sei que o enunciado já deu essa equação, mas nem sempre as questões serão boazinhas desse jeito. As vezes pode ser mais confortável usar o dado da questão de uma forma diferente, vamos modificar esse dado. InterpretandoVocê deve estar lembrado que: 𝐹 = 𝑐𝜑 Então, se isolarmos a concentração temos que: 𝑐 = 𝐹 𝜑 Consequentemente, podemos usar a equação dada no enunciado: 𝐹𝐴 𝜑 = 0,01 𝐹𝐴0 𝜑 Interpretando Como a vazão volumétrica é constante, encontramos o seguinte resultado: 𝐹𝐴 = 0,01𝐹𝐴0 O que significa que tanto faz usarmos as vazões molares ou as concentrações, nós encontraremos o mesmo resultado. Para você não se perder nos símbolos, 𝐴 é a corrente de saída do reator enquanto 𝐴0 é a corrente de entrada. Pois se nós queremos a porcentagem do reagente, devemos primeiro deixar a reação acontecer para depois calcular. Letra a) Tanto faz começar por CSTR ou PFR, mas vamos organizar as coisas desse jeito: primeiro CSTR e depois PFR. O CSTR possui duas equações, uma depende das vazões molares e a outra das concentrações acompanhadas das vazões volumétricas. Olha, tanto faz cara, um ou outro, só vamos calcular logo isso. 𝑉 = 𝐹𝐴0 − 𝐹𝐴 −𝑟 = 𝐹𝐴0 − 0,01𝐹𝐴0 𝑘 = 5 𝑚𝑜𝑙/ℎ − 0,01 5 𝑚𝑜𝑙/ℎ 0,05 𝑚𝑜𝑙/ℎ𝐿 = 99 𝐿 Letra a) Agora partimos para o PFR. A equação que define o volume de um PFR é: 𝑉 = න 𝐹𝐴 𝐹𝐴0 𝑑𝐹 𝑟 Veja que não temos nada que venha tornar essa integral especial, simplesmente o r é constante e temos uma diferença entre correntes molares. Consequentemente, a equação do PFR será igual a do CSTR. 𝑉 = 𝐹𝐴0 − 𝐹𝐴 −𝑟 = 99 𝐿 Nem preciso calcular de novo porque você sabe que vai ser a mesma coisa que o CSTR. Interpretação Bom, acabamos de ver em uma questão anterior que o volume de reagentes necessário no CSTR será maior do que no PFR, como agora nos deparamos com o mesmo volume utilizado para ambos? A resposta para isso está na ordem da taxa de reação. Como assim ordem? A ordem de qualquer equação é determinado pelo maior expoente presente na mesma: 𝑘𝑥2 𝑆𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑎 𝑘𝑥 𝑃𝑟𝑖𝑚𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑘 𝑂𝑟𝑑𝑒𝑚 𝑧𝑒𝑟𝑜 Interpretação Como você pode perceber, o valor da taxa de reação da letra a) é: −𝑟𝐴 = 𝑘 Ou seja, a reação que estamos trabalhando é de ordem zero. O impacto que isso causa pode ser visto no PFR, porque o volume do CSTR é encontrado basicamente por balanço de massa, mas o PFR além do balanço necessita de tratamento de cálculo, o que faz a sua equação ficar sujeita a integração. Interpretação Como a ordem da nossa reação é zero, significa que temos: −𝑟𝐴 = 𝑘𝑐𝐴 0 Ou seja, temos uma reação que é independente da concentração, logo, como k não participará da integração, a equação do PFR se igualará ao do CSTR. O que quero dizer a você é que reações de ordem zero ocorrem na mesma taxa independente do reator. Veja que para cada ordem de taxa o PFR irá apresentar um comportamento diferente no seu volume. “Quanto maior a ordem da taxa de reação maior será a diferença entre os volumes de PFR e CSTR. Letra b) Bom, com mais um mistério resolvido seguimos para novos dados, só que dessa vez não podemos usar qualquer equação, pois temos que a taxa de reação é de primeira ordem, ou seja, ela contém uma variável de expoente 1 que é a concentração. Logo, a equação que vamos utilizar é: 𝑉 = 𝜑 𝑐𝐴0 − 𝑐𝐴 −𝑟𝐴 = 𝜑 𝑐𝐴0 − 0,01𝑐𝐴0 𝑘𝑐𝐴 = 0,99𝜑𝑐𝐴0 𝑘0,01𝑐𝐴0 = 99𝜑 𝑘 99 10 𝐿/ℎ 0,0001 𝑠−1 1 ℎ 3600 𝑠 = 2750 𝐿 Isso se chama conversão de unidades. CSTR Letra b) Partindo para o PFR temos: 𝑉 = න 𝐹𝐴 𝐹𝐴0 𝑑𝐹 𝑟 Não podemos mais usar a vazão molar (F) porque a taxa de reação está em função da concentração e não da corrente. Usando a equação abaixo, temos: 𝐹 = 𝑐𝜑 → 𝑉 = න 𝐹𝐴 𝐹𝐴0 𝑑 𝑐𝐴𝜑 𝑘𝑐𝐴 = 𝜑 𝑘 න 𝐶𝐴 𝐶𝐴0 𝑑𝑐𝐴 𝑐𝐴 Letra b) Se você não consegue enxergar, estamos nos deparando com um caso igual ao apresentado abaixo: න 𝑑𝑥 𝑥 Logo o resultado é: 𝑉 = 𝜑 𝑘 ln 𝑐𝐴0 𝑐𝐴 = 𝜑 𝑘 ln 𝑐𝐴0 0,01𝑐𝐴0 = 𝜑 𝑘 ln 100 10 𝐿/ℎ 0,0001 𝑠−1 ln 100 1 ℎ 3600 𝑠 = 128 𝐿 Interpretação Agora sim vimos uma diferença, veja que o CSRT deu 2750 L enquanto o PFR deu 128 L. O aumento da ordem da taxa de reação causa uma grande diferença nos resultados dos reatores. Isso ficará bem mais evidente na letra c) pois iremos trabalhar com uma taxa de reação de segunda ordem. Letra c) Começando novamente pelo CSTR, utilizamos a mesma equação: 𝑉 = 𝜑 𝑐𝐴0 − 𝑐𝐴 −𝑟𝐴 = 𝜑 𝑐𝐴0 − 0,01𝑐𝐴0 𝑘𝑐𝐴 2 = 0,99𝜑𝑐𝐴0 𝑘0,0001𝑐𝐴0 2 0,99 10 𝐿/ℎ 3 𝐿 𝑚𝑜𝑙 ℎ 0,0001 5 𝑚𝑜𝑙/ℎ 10 𝐿/ℎ = 66000 𝐿 Não temos a concentração, então vamos calcula-la. Letra c) Fechando com o PFR agora: 𝑉 = න 𝐹𝐴 𝐹𝐴0 𝑑𝐹 𝑟 = න 𝐹𝐴 𝐹𝐴0 𝑑 𝑐𝐴𝜑 𝑘𝑐𝐴 2 = 𝜑 𝑘 න 𝑐𝐴 𝑐𝐴0 𝑑𝑐𝐴 𝑐𝐴 2 Depois de integrar a equação: 𝑉 = 𝜑 𝑘 − 1 𝑐𝐴0 − − 1 𝑐𝐴 = 𝜑 𝑘 𝑐𝐴0 − 𝑐𝐴 𝑐𝐴𝑐𝐴0 = 𝜑 𝑘 0,01𝑐𝐴0 − 𝑐𝐴0 0,01𝑐𝐴0𝑐𝐴0 Letra c) 𝑉 = 𝜑 𝑘 0,99𝑐𝐴0 0,01𝑐𝐴0 2 = 𝜑 𝑘 99 1 𝑐𝐴0 = 10 𝐿 ℎ 3 𝐿 𝑚𝑜𝑙 ℎ 99 10 𝐿/ℎ 5 𝑚𝑜𝑙/ℎ 𝑉 = 660 𝐿 Veja que, neste caso, o CSTR tem o volume 100 vezes maior do que o PFR . Dimensionamento de reatores Sumário Dimensionamento de reatores Geralmente, uma reação química é representada pela seguinte equação: 𝑎𝐴 + 𝑏𝐵 → 𝑐𝐶 + 𝑑𝐷 Onde o A é tido como o reagente limitante no nosso estudo, por isso, usualmente utiliza-se a equação química com os coeficientes estequiométricos dependentes do reagente limitante, para que possamos saber o quanto de reagente usaremos e o quanto de produto será gerado: 𝐴 + 𝑏 𝑎 𝐵 → 𝑐 𝑎 𝐶 + 𝑑 𝑎 𝐷 Conversão Conversão A conversão, no estudo dos reatores, é a quantização do progresso da reação em estudo. A conversão pode ser irreversível, quando ela está completa, ou seja, o reagente já foi consumido, e também pode ser reversível, quando a reação se encontra exatamente no seu equilíbrio químico. O progresso da reação é descrito por: 𝑋𝐴 = 𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝐴 𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝐴 Conversão A conversão é irreversível quando: 𝑋𝑚á𝑥 = 1 A conversão é completa, ou seja, atingiu 100 % da reação. A conversão é reversível quando: 𝑋𝑚á𝑥 = 𝑋𝑒𝑞𝑢𝑖𝑙í𝑏𝑟𝑖𝑜 A conversão atinge o equilíbrio químico da reação. Projeto reator batelada Projeto reator batelada O reator de batelada é aquele que funciona como a panela de pressão de casa, você bota todo os ingredientes, e deixa um tempo parado, então depois de tudo acabar abrimos a panela e retiramos a comida. Por causa disso, quanto mais tempo a reação permanecer no reator em batelada maior será a conversão da reação. Então, podemos equacionar a conversão no reator de batelada. Projeto reator batelada 𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝐴 = 𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝐴 𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝐴 𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝐴 Se 𝐴0 é a quantidade de entrada e ele representa a quantidade de mols alimentados de A e temos a quantidade de mols reagidos de A, então podemos calcular a quantidade de mols que permanecerá no reator. 𝑁𝐴 = 𝑁𝐴0 − 𝑁𝐴0𝑋 𝑁𝐴0 𝑋 Projeto reator batelada Entenda bem o que está acontecendo aqui: 𝑁𝐴0𝑋 é a quantidade de mols reagidos de A, 𝑁𝐴0 é a quantidade de mols alimentados de A, então o que está sendo feito é uma simples diferença para que encontremos a quantidade de mols que permanecerá no reator. 𝑁𝐴 = 𝑁𝐴0 − 𝑁𝐴0𝑋 = 𝑁𝐴0 1 − 𝑋 Para o reator de batelada, temos da primeira aula a sua equação: 𝑟𝐴𝑉 = 𝑑𝑁𝐴 𝑑𝑡 Projeto reator batelada Vamos substituir a equação de 𝑁𝐴 que encontramos: 𝑟𝐴𝑉 = 𝑑𝑁𝐴 𝑑𝑡 = 𝑑 𝑁𝐴0−𝑁𝐴0𝑋 𝑑𝑡 = 𝑑𝑁𝐴0 𝑑𝑡 − 𝑑𝑁𝐴0𝑋 𝑑𝑡 Ora, se 𝑁𝐴 é a quantidade de mols que permanece no reator, então ele é uma constante, um número qualquer, por isso a sua derivada é zero. 𝑟𝐴𝑉 = −𝑁𝐴0 𝑑𝑋 𝑑𝑡 Projeto reator batelada Agora necessitamos da condição de contorno para este caso. Veja que o tempo está relacionado a conversão, pois temos uma derivada de X em relação ao tempo. Quando o tempo é zero (𝑡 = 0) a conversão ainda está no seu início, mal houve reação quanto menos produto, então a conversão também será zero (𝑋 = 0). Mas quanto temos um tempo qualquer (𝑡 = 𝑡) a conversão também terá atingido um certo valor em escalas proporcionais (𝑋 = 𝑋). Assim, temos os limites de integração das funções. Projeto reator batelada Organizando a equação: −𝑟𝐴𝑉 = 𝑁𝐴0 𝑑𝑋 𝑑𝑡 → 𝑑𝑡 = 𝑁𝐴0 𝑑𝑋 −𝑟𝐴𝑉 Aplicando os limites de integração: න 0 𝑡 𝑑𝑡 = 𝑁𝐴0න 0 𝑋 𝑑𝑋 −𝑟𝐴𝑉 Por fim: 𝑡 = 𝑁𝐴0න 0 𝑋 𝑑𝑋 −𝑟𝐴𝑉 Projeto reator batelada Como estamos falando de um reator em batelada, o que nos interessa é o tempo, pois nos outros reatores sempre corremos atrás das equações de volume enquanto neste aqui procuramos uma equação para o tempo. Nos reatores de escoamento contínuo (CSTR e PFR) a reação está ocorrendo o tempo inteiro, então o tempo já não é mais relevante, mas sim o quanto de reagente devo utilizar para produzir tanto de produto. Encontrar o tempo na batelada nos ajudar a responder: “em quanto tempo essa reação se completará?” Projeto reator EC Projeto reator escoamento contínuo Agora não nos interessa mais relacionar o quanto de A será reagido ou o quanto de A será alimentado, mas sim a taxa. Perceba a diferença, na batelada estávamos falando em quantidade em mols enquanto agora vamos falar em taxa, que é a quantidade de mols pelo tempo. Isso nos é interessante agora porque esses tipos de reatores possuem correntes de entrada e saída, logo, precisamos saber o quanto de volume devemos utilizar para atingir uma certa conversão. Projeto reator escoamento contínuo De semelhante modo ao apresentado na situação de reator em batelada: 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑒 𝐴 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑎𝑖 𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑒 𝐴 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝐴 Agora a conversão é representada pela taxa molar de consumo de A. Do mesmo jeito que achamos o número de mols que permanecerá no reator podemos encontrar a taxa molar de A que permanecerá no reator. 𝐹𝐴0 𝑋 Projeto reator escoamento contínuo Temos que: 𝐹𝐴 = 𝐹𝐴0 − 𝐹𝐴0𝑋 = 𝐹𝐴0 1 − 𝑋 Aplicando essa equação no volume de um CSTR: 𝑉 = 𝐹𝐴0 − 𝐹𝐴 −𝑟𝐴 = 𝐹𝐴0 − 𝐹𝐴0 + 𝐹𝐴0𝑋 −𝑟𝐴 𝑉 = 𝐹𝐴0𝑋 −𝑟𝐴 Projeto reator escoamento contínuo Partindo para o PFR: 𝑑𝑉 = න 𝐹𝐴 𝐹𝐴0 𝑑𝐹𝐴 𝑟𝐴 Substituindo a equação que encontramos: 𝑑𝑉 = න 𝐹𝐴 𝐹𝐴0 𝑑 𝐹𝐴0 − 𝐹𝐴0𝑋 𝑟𝐴 = න 𝐹𝐴 𝐹𝐴0 𝑑𝐹𝐴0 𝑟𝐴 −න 𝐹𝐴 𝐹𝐴0 𝑑𝐹𝐴0𝑋 𝑟𝐴 𝑑𝑉 = 𝐹𝐴0න 𝐹𝐴 𝐹𝐴0 𝑑𝑋 −𝑟𝐴 Projeto reator escoamento contínuo Mesmo que estejamos no meio de uma integração a derivada de uma constante sempre será zero. E você percebeu que eu sempre coloco o negativo no r? Isso porque a definição de r é “-r” para reação de consumo, que é a maioria dos casos que estudamos, por isso, colocamos o negativo na frente do r para facilitar nossa vida. Falta definirmos os limites de integração. Veja, quando o volume é zero, a conversão também é zero, pois sem volume não há reagentes e quando o volume é um qualquer, a conversão também será um qualquer proporcionalmente. Projeto reator escoamento contínuo Geralmente eu não uso o 𝑑𝑉 na equação do PFR, como tive que usar agora, porque é inútil, na maioria dos casos 𝑑𝑉 se torna 𝑉, então para facilitar nossas vidas usamos logo 𝑉. Aplicando os limites de integração: න 0 𝑉 𝑑𝑉 = 𝐹𝐴0න 0 𝑋 𝑑𝑋 −𝑟𝐴 𝑉 = 𝐹𝐴0න 0 𝑋 𝑑𝑋 −𝑟𝐴 Aplicações das equações Sumário Aplicação Aplicação de quê mesmo? Ora, se você não percebeu, estamos estudando dimensionamento de reatores, então, chegou a hora de entendermos a importância da taxa de reação na hora de dimensionar um reator. Quando falamos em dimensionar reatores não viaje na maionese pensando que vamos fazer que nem a engenharia mecânica ou a civil, que calculam milímetro por milímetro o objeto de estudo, a coisa mais importante para os reatores é você definir o seu volume, a partir daí sim, podemos fazer muitas coisas mais. Filosofando Bom, nada melhor do que uma citação maneira do Fogler né? Então, segundo Fogler: “vamos mostrar como podemos dimensionar CSTR’s e PFR’s a partir do conhecimento da velocidade de reação em função da conversão. ”. Para casos simples, onde somente uma reação está ocorrendo, a conversão se torna uma variável tão importante quanto a velocidade. Filosofando Fogler utilizou a equação que você já conhece e a inverteu, só para fazer um estudo gráfico, olha ae: −𝑟𝐴 = 𝑘𝑐𝐴 → 1 −𝑟𝐴 = 1 𝑘𝑐𝐴 Tá mais e daí? Bom, depois disso, disque ele foi para um laboratório e pegou alguns dados, como não estamos numa disciplina de laboratório, isso não nos interessa agora, mas o interessante é o seu resultado: um gráfico maneiro. Gráfico maneiro Veja só a lindeza: Bom, o sentido dele ter usado o inverso da taxa é que ele estava querendo analisar o volume do reator. Eu já expliquei a você que a quantidade de reagentes no reator nunca poderá atingir o zero, mas ele chega próximo, o que significa que ele tende a zero. Resultados Se você está lembrado das equações de dimensionamento que encontramos saberá que a taxa de reação é inversamente proporcional ao volume, veja: 𝑉 = 𝐹𝐴0𝑋 −𝑟𝐴 𝑉 = 𝐹𝐴0න 0 𝑋 𝑑𝑋 −𝑟𝐴 Mas, o Fogler usou o inverso da taxa, o que significa que agora não será mais inversamente proporcional e sim diretamente proporcional ao volume. Resultados Como a taxa de reação tende a zero, porque a quantidade de reagente também tende a zero, temos que: 1 −𝑟𝐴→0 → ∞ 1 sobre uma coisa muito pequena resulta em algo muito grande, logo, temos que o inverso da taxa tende ao infinito, o que significa que o volume também tenderá ao infinito. 𝑉 → ∞ Conclusão O significa tudo isso? Ora, se a taxa de reação está tendendo a zero e o volume do reator tendendo ao infinito, significa que um reator somente conseguirá a proeza de atingir uma conversão de 100 % (todos os reagentes viram produtos) se o seu volume for muito mas muito grande mesmo, o que é impossível. Simplesmente acabamos de provar que é impossível ocorrer uma conversão de 100 % ao mesmo tempo que é impossível todos os reagentes presentes no reator serem consumidos. Considerações gerais sobre CSTR e PFR Sumário Considerações Gerais Nas indústrias geralmente é convencionado uma padronização para um limite do tamanho de um CSTR: a altura deve ser no máximo o dobro do seu diâmetro. Isso é uma forma de evitar situações de erros de estrutura de um reator, as consequências de um reator mal estruturado podem ser catastróficas. Um reator muito largo terá problemas na sua distribuição de calor, pois o centro está distante das bordas, logo, se o calor vem das bordas (através de uma manta) o meio estará frio, mas se o calor vier do centro, as bordas estarão frias. “A altura de um CSTR deve ser no máximo o dobro do seu diâmetro. Considerações Gerais Reações gasosas geralmente ocorrem em PFR’s enquanto nos CSTR’s ocorrem reações líquidas. E é justamente as reações gasosas que ocupam maiores espaços, que são compensados pelo tudo do PFR, onde se pode percorrer distâncias e se dobrar, resultando em mais volumeem um curto espaço. Métodos numéricos para cálculo de reatores Sumário Quadratura Quadratura Então, você já viu a equação que encontramos para o PFR? Sim, a equação para dimensionamento. Então, ela tem um probleminha: não pode ser resolvida pelos métodos convencionais, então devemos recorrer ao cálculo numérico utilizando o método da Quadratura. Veja um exemplo de uma equação de PFR para 80 % de conversão: 𝑉 = 𝐹𝐴0න 0 0,8 𝑑𝑋 −𝑟𝐴 Quadratura O Fogler nos diz que devemos utilizar esse método somente com cinco pontos, pois já é o suficiente, então vamos lá. A equação do método, para cinco pontos, fica: 𝑉 = ∆𝑋 3 𝐹𝐴0 −𝑟𝑋 1 + 4𝐹𝐴0 −𝑟𝑋 2 + 2𝐹𝐴0 −𝑟𝑋 3 + 4𝐹𝐴0 −𝑟𝑋 4 + 𝐹𝐴0 −𝑟𝑋 5 O que acontece aqui é que vamos ter que utilizar tabelas, onde para cada valor de X devemos ter um respectivo valor para 𝐹𝐴0, isso na verdade é obtido experimentalmente, mas deixa isso para lá. Quadratura Esse ∆𝑋 é definido por: ∆𝑋 = 𝑃𝑓 − 𝑃𝑖 𝑁 − 1 Onde N é o número de pontos, que sempre será cinco, e P são os valores de X tabelados, ou seja, vamos ter que pegar o primeiro valor de X e o último para fazer uma diferença. O valor encontrado de ∆𝑋 nos informará a distância que um ponto deve ter do outro, ou seja, se encontrarmos 2 os pontos que participarão do cálculo serão 0, 2, 4, 6 etc.. Quadratura Os valores de X não participam do cálculo, ou seja, o que vai fazer parte desse método é somente 𝐹𝐴0 −𝑟 , que deve fazer parte dos valores da tabela. Vamos ver um rápido exemplo do Fogler para vermos na prática tudo que estamos aprendendo, usando a seguinte integral: 𝑉 = 𝐹𝐴0න 0 0,8 𝑑𝑋 −𝑟𝐴 Exemplo Veja essa tabela do Fogler: Agora observe a aplicação desses dados no método: ∆𝑋 = 𝑃𝑓 − 𝑃𝑖 𝑁 − 1 = 0 − 0,8 5 − 1 = 0,2 𝑉 = 0,2 3 0,89 + 4 1,33 + 2 2,05 + 4 3,54 + 8,0 Ponto 0,0 Ponto 0,2 Ponto 0,4 Ponto 0,6 Ponto 0,8 Distância de 0,2 Exemplo Logo temos que: 𝑉 = 𝐹𝐴0න 0 0,8 𝑑𝑋 −𝑟𝐴 = 2,165 𝑚3 Neste método também é muito importante prestar atenção nas unidades utilizadas pelos dados. Regra de Simpson Regra de Simpson É a mesma coisa, não vou nem perder meu tempo e o seu definindo isso. Resumidamente, é o que vimos antes, só que com três pontos. 𝑉 = ∆𝑋 3 𝐹𝐴0 −𝑟𝑋 1 + 4𝐹𝐴0 −𝑟𝑋 2 + 𝐹𝐴0 −𝑟𝑋 3 Onde: ∆𝑋 = 𝑃𝑓 − 𝑃𝑖 𝑁 − 1 E N sempre será 3. Regra de Simpson Não sei se você notou a diferença mas o terceiro termo não tem nenhum número multiplicando na regra de Simpson enquanto que no método da quadratura tinha o número 2. Vamos logo a um exemplo para você observar a diferença entre os dois métodos. Vamos usar a seguinte integral no exemplo, utilizando o ponto 0,2 como o último ponto: 𝑉 = 𝐹𝐴0න 0 0,2 𝑑𝑋 −𝑟𝐴 Exemplo Vamos usar a mesma tabela: ∆𝑋 = 𝑃𝑓 − 𝑃𝑖 𝑁 − 1 = 0 − 0,2 3 − 1 = 0,1 𝑉 = 0,2 3 0,89 + 4 1,08 + 1,33 Logo: 𝑉 = 𝐹𝐴0න 0 0,2 𝑑𝑋 −𝑟𝐴 = 2,18 𝑚3 Distância de 0,1 Ponto 0,0 Ponto 0,1 Ponto 0,2 Associação de Reatores Sumário Associação de reatores Sempre quando estamos associando algo devemos ter em mente que aquela ideia da eletricidade sempre vai permanecer, veja: Na eletricidade, resistores em série possuem a mesma corrente, porém tesões diferentes. Resistores em paralelo possuem a mesma tensão, porém correntes diferentes. Em fenômenos de transporte I, bombas em série possuem a mesma vazão, porém pressões diferentes. Bombas em paralelo possuem a mesma pressão, porém vazões diferentes. Associação de reatores Já no caso dos nosso reatores não é tão simples assim, veja que muitas coisas rodeiam um reator e a reação que o envolve. Algumas das consequências sobre a associação de reatores serão expostas quando convier. CSTR em série CSTR Veja o desenho abaixo: 𝐹𝐴1 𝐹𝐴0 𝐹𝐴2 O balanço de massa do primeiro reator fica: 𝐹𝐴0 − 𝐹𝐴1 + 𝑟𝐴1𝑉1 = 0 Onde: 𝐹𝐴1 = 𝐹𝐴0 − 𝐹𝐴0𝑋1 Ou seja, a corrente de saída do reator é a corrente de entrada menos a quantidade reagida. CSTR Logo temos que: 𝐹𝐴0 − 𝐹𝐴1 + 𝑟𝐴1𝑉1 = 0 → 𝑉1 = 𝐹𝐴0 − 𝐹𝐴1 −𝑟𝐴1 𝑉1 = 𝐹𝐴0 − 𝐹𝐴0 − 𝐹𝐴0𝑋1 −𝑟𝐴1 = 𝐹𝐴0 1 −𝑟𝐴1 𝑋1 Mas para o segundo reator o balanço será diferente, pois 𝐹𝐴2 dependerá da corrente de entrada no primeiro reator e da conversão ocorrida no segundo reator. 𝐹𝐴2 = 𝐹𝐴0 − 𝐹𝐴0𝑋2 CSTR O que significa que no segundo reator o volume dependerá grandemente da conversão do primeiro e do segundo reator veja só: 𝐹𝐴1 − 𝐹𝐴2 + 𝑟𝐴2𝑉2 = 0 Usando as equações usadas para 𝐹𝐴1 e 𝐹𝐴0: 𝑉2 = 𝐹𝐴0 − 𝐹𝐴0𝑋1 − 𝐹𝐴0 − 𝐹𝐴0𝑋2 −𝑟𝐴2 = 𝐹𝐴0 −𝑟𝐴2 𝑋2 − 𝑋1 Veja que o cálculo do volume é individual para cada reator. Mais para frente discutiremos a situação que envolva mais reatores. CSTR Como o volume é constante no CSTR o seu comportamento gráfico é um retângulo, mas se dois CSTR’s dividirem a mesma reação dois retângulos irão ocupar o gráfico da reação: CSTR Esse gráfico representa o volume do reator em relação a conversão. Perceba que um CSTR possui um erro muito grotesco entre o seu comportamento e o comportamento ideal da reação, mas quando mais um CSTR é adicionado o erro diminui, ou seja, quanto mais CSTR’s estiverem em série mais perto a reação estará da conversão ideal. Veja o que ocorre com mais CSTR’s em série: CSTR Por exemplo, há reações em que a sua máxima conversão é de 50 %, mas somente um CSTR conseguirá somente uns 30 %, então, para que isso melhore, o engenheiro irá projetar a quantidade necessária de CSTR’s em série para que a reação ocorra de tal forma a atingir os 50 %. Portanto, reatores em série possuem a mesma vazão, que no exemplo anterior é 𝐹𝐴0, porém volumes diferentes. PFR em série PFR A situação muda completamente com o PFR, pois pelo simples fato do seu volume ser variável, temos que utilizar pontos infinitesimais para representar um PFR qualquer, e quando integramos esses pontos eles representam o sistema perfeitamente, de tal forma que o gráfico do volume por conversão coincide com o gráfico do reator. Então, é desnecessário associar PFR’s em série, pois ele já representa perfeitamente o sistema. Associá-los em série é simplesmente somar os seus volumes. PFR A equação é: 𝑉 = 𝑉1 + 𝑉2 𝐹𝐴0න 0 𝑋2 𝑑𝑋 −𝑟𝐴 = 𝐹𝐴0න 0 𝑋1 𝑑𝑋 −𝑟𝐴 + 𝐹𝐴0න 0 𝑋2 𝑑𝑋 −𝑟𝐴 Essas integrais querem dizer o seguinte: para um volume total de 0 até 𝑋2, devemos somar o volume do reator 1 e o volume do reator 2, onde o 2 começa depois do 1. É basicamente isso, agora veja como fica a situação gráfica dessa soma. PFR Percebeu como não faz sentido colocar PFR’s em série? É melhor que use um PFR do tamanho dos dois juntos, que vai dar a mesma coisa. CSTR e PFR juntos CSTR e PFR combinados Temos a combinação entre dois tipos de reatores diferentes: 𝐹𝐴1 𝐹𝐴0 𝐹𝐴2 𝐹𝐴3 𝑉1 𝑉2 𝑉3 𝑋1 𝑋2 𝑋3 CSTR e PFR combinados Nenhum mistério, os reatores vão utilizar as mesmas equações que vimos antes. Como visto anteriormente, a conversão é uma variável muito importante neste caso em que estamos estudando, ela pode representar as reações dos sistemas. 𝐹𝐴0 1 −𝑟𝐴1 𝑋1 𝐹𝐴0 −𝑟𝐴2 𝑋2 − 𝑋1 𝐹𝐴0න 𝑋2 𝑋3 𝑑𝑋 −𝑟𝐴3 Reator 1 Reator 2 Reator 3 CSTR e PFR combinados Vamos ver o que aconteceu: O reator 1 é um CSTR, o que define o reator ser o número 1 é a sua conversão (𝑋1), somente ela, pois os reatores estão em série, possuem a mesma vazão, logo 𝐹𝐴0 é constante, então a única variável que resta é a conversão. Pode ser que haja outravariável eventualmente, mas o maior impacto vem da conversão porque ela está presente diretamente na equação do volume. CSTR e PFR combinados Portanto, o que define o segundo reator CSTR da série é a diferença 𝑋2 − 𝑋1 , nada mais, e no PFR o seu limite de integração vai de 𝑋2 até 𝑋3, justamente de onde o reator 2 parou até a última corrente, que é a terceira. Só quero que tenha uma coisa em mente: as equações para calcular os volumes dos reatores em série não mudaram, a única coisa que devemos prestar atenção é na conversão de cada reator, pois será ela que definirá a posição de cada um. “Como calcular reatores em série: conheça a conversão de cada um. Tempo de residência Sumário Tempo de residência O tempo de residência é definido como “o quanto tempo eu levo para encher o reator”. Vamos lá, quando vamos fazer uma reação química precisamos de um solvente, então inicialmente o reator está cheio de solventes, então ao passo que o reagente é adicionado o solvente deixa de ser um simples solvente e passa a ser uma mistura da reação, logo o tempo de residência é o tempo necessário para que todo o solvente se torne mistura de reação. Tempo de residência Mas qual o sentido do nome “tempo de residência”? Porque quando o solvente está recebendo o reagente o reator não pode liberar a corrente de saída, porque ele acabará por liberar solventes puros e não vai deixar a reação acontecer direito. Então o reator deve ficar um certo tempo sem liberar nada, só recebendo, até que a mistura seja bem feita e não aja mais solvente no meio, assim, resultando no produto. Esse tempo é o tempo de residência, definido por: 𝜏 = 𝑉 𝜑 Volume do reator Vazão volumétrica Tempo de residência “O tempo de residência é o tempo necessário para que todo o solvente se torne mistura de reação. Exercícios Resolvidos Sumário Questão 1 Enunciado Para os dois CSTR’s em série, uma conversão de 40 % é atingida no 1° reator. Qual é o volume necessário de cada um dos dois reatores de modo a atingir uma conversão global de 80% da espécie A que entra no reator. Calcule o tempo de residência. 𝐹𝐴0 = 0,4 𝑚𝑜𝑙 𝑠 , 𝑐𝐴 = 0,2 𝑚𝑜𝑙 𝐿 . X 0 0,1 0,2 0,4 0,6 0,7 0,8 𝐹𝐴0 −𝑟𝐴 𝑚3 0,89 1,08 1,33 2,05 3,54 5,06 8,0 Justificativa Toda vez que uma questão falar para você que a conversão global da reação é de X %, significa que o último reator possui uma conversão X %. Logo, o nosso segundo reator possui uma conversão de 80 %. Já no caso do segundo reator, o enunciado já nos impõe que ele possui uma taxa de 40 %, logo, para resolver esta questão basta calcularmos o volume dos CSTR’s para as suas respectivas taxas de conversões, lembrando que eles estão em série. Justificativa Reatores CSTR’s em série sempre vão obedecer a seguinte equação: 𝑉𝑛 = 𝐹𝐴0 −𝑅𝐴 𝑋𝑛 − 𝑋𝑛−1 Exceto o primeiro, pois não possui um antecessor. O último reator possui a taxa de conversão global porque a taxa de reação se acumula ao longo dos reatores, logo, o último reator possuirá a soma final de todas as taxas de conversão. Resposta Primeiro reator: 𝑉 = 𝐹𝐴0 −𝑟𝐴 𝑋1 = 2,05 𝑚 3 0,4 = 0,82 𝑚3 = 820 𝐿 Segundo reator: 𝑉 = 𝐹𝐴0 −𝑟𝐴 𝑋2 − 𝑋1 = 8,0 𝑚 3 0,8 − 0,4 = 3,2 𝑚3 = 3200 𝐿 Se não houvessem dois reatores em série o volume calculado seria de 6,4 𝑚3. Daí você percebe a finalidade de usar CSTR’s em série, o volume de um reator seria muito maior do que de dois reatores em série juntos, veja que 0,82 + 3,2 = 4,02 𝑚3. Valor tabelado Valor tabelado Resposta Tempo de residência: - Vazão volumétrica: 𝜑 = 0,4 𝑚𝑜𝑙 𝑠 1 𝐿 0,2 𝑚𝑜𝑙 = 2 𝐿 𝑠 = 0,002 𝑚3 𝑠 - Primeiro reator: 𝜏 = 𝑉 𝜑 = 0,82 𝑚3 0,002 𝑚3/𝑠 = 410 𝑠 = 6 𝑚𝑖𝑛 𝑒 50 𝑠 - Segundo reator: 𝜏 = 𝑉 𝜑 = 3,2 𝑚3 0,002 𝑚3/𝑠 = 1600 𝑠 = 26 𝑚𝑖𝑛 𝑒 40 𝑠 Teoria Nunca esqueça de que graficamente os CSTR’s se comportam como retângulos, ou seja, se a reação é uma curva e você coloca um retângulo em cima o erro será muito grande, veja na imagem abaixo o que eu estou tentado lhe explicar: Volume necessário Erro Teoria Esse “erro” seria a quantidade de volume não muito útil do reator, então, se aumentarmos a quantidade de “retângulos” no gráfico temos: Teoria Pelo fato do CSTR representar o seu volume como um retângulo, não podemos mudar o seu volume sem interferir na quantidade necessária para se realizar a reação, mas se nós associarmos vários reatores de uma vez podemos mudar o volume de cada um a tal ponto a minimizar os erros de volume. Uma quantidade infinita de CSTR’s em série resultaria numa curva perfeita, que é a representação de um PFR, mas não é por isso que o PFR é melhor que o CSTR, cada caso é um caso, vamos discutir sobre isso mais para frente. “A conversão global é a conversão do último reator. Questão 2 Enunciado Pra dois PFR’s em série calcule o volume dos mesmos quando a conversão intermediária é de 40 % e a conversão global é de 80 %. A vazão molar de entrada é igual a 0,4 mol/h. Calcule o tempo de residência. 𝐹𝐴0 = 0,4 𝑚𝑜𝑙 𝑠 , 𝑐𝐴 = 0,2 𝑚𝑜𝑙 𝐿 . X 0 0,1 0,2 0,4 0,6 0,7 0,8 𝐹𝐴0 −𝑟𝐴 𝑚3 0,89 1,08 1,33 2,05 3,54 5,06 8,0 Justificativa Pelo fato do CSTR representar o seu volume como um retângulo, não podemos mudar o seu volume sem interferir na quantidade necessária para se realizar a reação, mas se nós associarmos vários reatores de uma vez podemos mudar o volume de cada um a tal ponto a minimizar os erros de volume. Uma quantidade infinita de CSTR’s em série resultaria numa curva perfeita, que é a representação de um PFR, mas não é por isso que o PFR é melhor que o CSTR, cada caso é um caso, vamos discutir sobre isso mais para frente. Justificativa Porque toda vez que encontramos PFR’s em série temos que usar métodos matemáticos para encontrar o resultado da integral? Simples, nós ainda não estamos trabalhando com a modelagem da taxa de reação (−𝑟𝐴), logo, não temos uma equação para integrar. Então a saída que temos é utilizar dados experimentais e inseri-los em um método matemático para encontrar o resultado da integral. Justificativa Você sabe que temos o método da quadratura e de Simpson, mas perceba que não temos tantos dados assim, precisamos dividir todos os dados disponíveis na tabela entre os dois reatores, logo fica inviável utilizar quadratura para dois reatores utilizando 7 dados. Vamos utilizar a regra de Simpson, que usa somente três dados, nesta questão. Resposta Primeiro reator: 𝑋1 = 0,4 ∆𝑋 = 0,4 2 = 0,2 න 0 𝑋1 𝐹𝐴0 −𝑟𝐴 𝑑𝑋 = 0,2 3 0,89 + 4 1,33 + 2,05 = 0,551 𝑚3 = 551 𝐿 Segundo reator: 𝑋2 = 0,8 ∆𝑋 = 0,8 − 0,4 2 = 0,2 න 𝑋1 𝑋2 𝐹𝐴0 −𝑟𝐴 𝑑𝑋 = 0,2 3 2,05 + 4 3,54 + 8 = 1,614 𝑚3 = 1614 𝐿 Resposta Temo de residência: - Primeiro reator: 𝜏 = 𝑉 𝜑 = 551 𝐿 2 𝐿/𝑠 = 275,5 𝑠 = 4 𝑚𝑖𝑛 𝑒 36 𝑠 - Segundo reator: 𝜏 = 𝑉 𝜑 = 1614 𝐿 2 𝐿/𝑠 = 807 𝑠 = 13 𝑚𝑖𝑛 𝑒 27 𝑠 Questão 3 Enunciado A isomerização do butano ocorre adiabaticamente na fase líquida de acordo com os seguintes dados. Calcule o volume de cada um dos reatores para uma vazão molar de entrada do reagente igual a 50 kmol/h. O primeiro reator é um CSTR conversão de 20 %, o segundo reator é um PFR com conversão de 60 %, o terceiro reator é um CSTR com conversão de 65 %. X 0 0,2 0,4 0,6 0,65 −𝑟𝐴 𝑘𝑚𝑜𝑙/𝑚3ℎ 39 53 59 38 25 Justificativa Aqui temos o caso de um reator CSTR em série com um PFR que prossegue para outro reator CSTR. As equações continua a mesma coisa, nada vai mudar. Só atente para a mudança na tabela, agora temos somente os valores da taxa de reação,mas o enunciado fala que a vazão molar é de 50 kmol/h. Resposta Primeiro reator: 𝑉 = 𝐹𝐴0 −𝑟𝐴 𝑋1 = 50 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ 53 𝑘𝑚𝑜𝑙/𝑚3ℎ 0,2 = 0,189 𝑚3 = 189 𝐿 Segundo reator: ∆𝑋 = 0,6 − 0,2 2 = 0,2 න 𝑋1 𝑋2 𝐹𝐴0 −𝑟𝐴 𝑑𝑋 = 0,2 3 50 53 + 4 50 50 + 50 38 = 0,417 𝑚3 = 417 𝐿 Resposta Terceiro reator: 𝑉 = 𝐹𝐴0 −𝑟𝐴 𝑋3 − 𝑋2 = 50 𝑘𝑚𝑜𝑙/ℎ 25 𝑘𝑚𝑜𝑙/𝑚3ℎ 0,65 − 0,60 𝑉 = 0,1 𝑚3 = 100 𝐿 Quando trabalhamos com CSTR e PFR juntos pode ocorrer uma certa confusão, você deve ter percebido que o volume do PFR é maior do que o do CSTR, se você prestou atenção na nossa conversa antes sabe que o volume do CSTR é maior do que o do PFR para a mesma reação. Teoria Isso se deve ao fato de estarmos trabalhando com a mesma tabela de dados para os dois reatores, veja que os dados da tabela desta questão apresenta uma certa semelhança, ou seja, são números próximos, nada tão discrepante, isso de cara parece ser dados de um único tipo de reator, mas na verdade estamos trabalhando com dois tipos de reatores. A tabela é constituída com dados da taxa de reação, a taxa de reação deve ser bem maior em um PFR, pois o reator propicia um desenvolvimento melhor da reação, logo a reação acaba mais rápido, exigindo menos volume. Teoria Lembre-se de que o que determina uma maior distância entre os resultados de um reator CSTR para um PFR é a ordem da reação, para uma reação ser uma ordem alta o seu resultado tem que ser um valo alto, pois um número elevado ao quadrado é sempre maior do que o mesmo número sem expoente. Então, se houvesse uma mudança de ordem na taxa de reação da tabela, com certeza veríamos um número tipo 100, 500 ou 1000 na tabela, mas não é o que vemos. Teoria Podemos supor que talvez a reação desta questão seja de ordem zero, isso porque taxa de reações de ordem zero possuem um volume independente do reator, ou seja, não importa qual reator se use, sempre o volume será o mesmo utilizado. Isso explicaria o porquê do volume do PFR ter sido alto em relação ao CSTR, porque a taxa de reação é de ordem zero e o fato da reação ser realizada em um PFR não afeta em nada no desenvolvimento da mesma, ou seja, a facilidade que o PFR proporciona à reação é inútil. Questão 4 Enunciado A reação exotérmica ocorre adiabaticamente e os seguintes dados foram registrados (tabela). A vazão molar de A na entrada foi de 300 mol/min. a) Quais são os volumes do PFR e do CSTR necessários para atingir uma conversão de 40 %? b) Sobre que faixa de conversão os volumes dos reatores CSTR e PFR serão idênticos? c) Qual é a conversão máxima que pode ser atingida em um CSTR de 105 L? Enunciado d) Que conversão pode ser atingida se um PFR de 72 L for colocado em série com um CSTR de 24 L? e) Que conversão pode ser atingida se um CSTR de 24 L for colocado em série com um PFR de 72 L? X 0 0,2 0,4 0,45 0,5 0,6 0,8 0,9 −𝑟𝐴 𝑚𝑜𝑙/𝑑𝑚3𝑚𝑖𝑛 1,0 1,67 5,0 5,0 5,0 5,0 1,25 0,91 Letra a) Esta primeira letra é simples, basta calcularmos os volumes para os reatores utilizando os dados de conversão de 40 %. CSTR: 𝑉 = 𝐹𝐴0 −𝑟𝐴 𝑋 = 300 𝑚𝑜𝑙/𝑚𝑖𝑛 5 𝑚𝑜𝑙/𝑑𝑚3𝑚𝑖𝑛 (0,4) = 24 𝑑𝑚3 = 24 𝐿 PFR: න 0 𝑋1 𝐹𝐴0 −𝑟𝐴 𝑑𝑋 = 0,2 3 300 53 + 4 300 1,67 + 300 5 = 72 𝑑𝑚3 Letra b) Aqui já teremos que analisar com cuidado os dados da questão. Veja que em casos anteriores eu sempre mostrei os gráficos das reações como sendo uma curva perfeita e bonitinha, mas nem sempre é assim. Pelo fato de estarmos trabalhando com uma curva nós somos obrigados a utilizar a integral, pois somente ela pode somar tantos retângulos a ponto de formar um a curva. Mas o que acontece se a curva da reação formar um retângulo no meio do seu desenvolvimento? Letra b) Mas antes, o que significa a curva da reação formar um retângulo? Isso quer dizer que a taxa de reação está se mantendo constante. Se formos calcular um retângulo tanto faz você usar uma integral ou geometria, você sabe que o resultado sempre vai ser o mesmo, porque é a própria integral que leva aos cálculos geométricos, como volume e área de objetos. O que eu estou querendo dizer é que tanto faz você utilizar PFR ou CSTR, a reação está constante, ou seja, ordem zero, o que significa que o volume independe do reator. Letra b) Você pode facilmente montar um gráfico dessa reação observando os dados da tabela. 1,0 0 0,2 0,4 0,45 0,5 0,6 0,8 0,9 0,8 0,2 0,6 1,1 1/−𝑟𝐴 𝑋 1/−𝑟𝐴 𝑋0,4 0,6 Letra b) É fácil de perceber onde está a faixa da taxa de reação constante, né? As conversões de 0,4 até 0,6 determinam um retângulo, justamente porque nessa faixa a taxa de reação é a mesma para quatro valores de conversão diferentes. Essa é a nossa resposta: a faixa de conversão em que os volumes dos reatores CSTR e PFR são constantes é de 0,4 até 0,6. A mais eu não tenho certeza... Então vamos provar ué. Letra b) CSTR: 𝑉 = 𝐹𝐴0 −𝑟𝐴 𝑋0,6 − 𝑋04 = 300 𝑚𝑜𝑙/𝑚𝑖𝑛 5 𝑚𝑜𝑙/𝑑𝑚3𝑚𝑖𝑛 (0,6 − 0,4) = 12 𝐿 PFR: න 0,4 0,6 𝐹𝐴0 −𝑟𝐴 𝑑𝑋 = 𝐹𝐴0 −𝑟𝐴 න 0,4 0,6 𝑑𝑋 = 300 𝑚𝑜𝑙/𝑚𝑖𝑛 5 𝑚𝑜𝑙/𝑑𝑚3𝑚𝑖𝑛 (0,6 − 0,4) = 12 𝐿 Constante não participa da integração “A taxa de ração pode assumir várias ordens ao longo do seu desenvolvimento. Letra C) Isolamos a conversão sobre a taxa de reação na equação do volume do CSTR: 𝑉 = 𝐹𝐴0 −𝑟𝐴 𝑋 → 𝑋 −𝑟𝐴 = 𝑉 𝐹𝐴0 Fazemos isso porque claramente não sabemos o valor da taxa de reação porque não sabemos o valor da conversão. 𝑋 −𝑟𝐴 = 105 𝐿 300 𝑚𝑜𝑙/𝑚𝑖𝑛 = 0,35 𝐿 𝑚𝑖𝑛/𝑚𝑜𝑙 Letra C) Vamos interpolar esse valor com o da tabela, pegando os valores da tabela e fazer 𝑋 −𝑟𝐴 : Da para perceber que o nosso valor está entre 0,6 e 0,8 né? Então, vamos usá-lo para interpolar. X 0 0,2 0,4 0,45 0,5 0,6 0,8 0,9 𝑋 −𝑟𝐴 𝑑𝑚3ℎ/𝑚𝑜𝑙 0 0,12 0,08 0,09 0,1 0,12 0,64 0,99 Letra C) Bom, interpolar é fácil, existem dois modos: usando calculadora e por equação, vou ensinar pelos dois métodos. No calculo numérico, uma das mais simples de se usar é o polinômio de Lagrange definido pela equação abaixo: 𝐿𝑛 𝑥 = 𝑖=0 𝑛 𝑦𝑖ෑ 𝑖=0 𝑗≠𝑖 𝑛 𝑥 − 𝑥𝑗 𝑥𝑖 − 𝑥𝑗 Sem showzinho para cá, isso é só um somatório e produtório juntos, nada de susto. Letra C) Vou desmembrar a equação para você entender melhor: Claro que você tem que definir que é x e y nessa equação, veja se você quer encontrar X através dos valores de 𝑋 −𝑟𝐴 então a conversão é o y (resposta) e 𝑋 −𝑟𝐴 é x (variável). 𝑦0 𝑥 − 𝑥1 𝑥0 − 𝑥1 𝑥 − 𝑥2 𝑥0 − 𝑥2 ⋯ 𝑥 − 𝑥𝑛 𝑥0 − 𝑥𝑛 + 𝑦1 𝑥 − 𝑥0 𝑥1 − 𝑥0 𝑥 − 𝑥2 𝑥1 − 𝑥2 ⋯ 𝑥 − 𝑥𝑛 𝑥1 − 𝑥𝑛 + 𝑦𝑛 𝑥 − 𝑥0 𝑥𝑛 − 𝑥0 𝑥 − 𝑥2 𝑥𝑛 − 𝑥2 ⋯ 𝑥 − 𝑥𝑛−1 𝑥𝑛 − 𝑥𝑛−1 O Ponto desejado O ponto da vez Nunca pode haver dois pontos com o mesmo índice no denominador das frações. Letra C) Mas para deixar você menos preocupado, praticamente toda vez que precisarmos interpolar vamos usar a equação reduzida com somente dois pontos: 𝑦0 𝑥 − 𝑥1 𝑥0 − 𝑥1 + 𝑦1 𝑥 − 𝑥0 𝑥1 − 𝑥0 Ponto desejado: 𝑥 = 0,35. 0,6 0,35 − 0,64 0,12 − 0,64 + 0,8 0,35 − 0,12 0,64 − 0,12 = 0,69 = 0,7 Viu, nada de difícil, temos somente dois pontos e a equação fica bem pequena. Letra C) Aqui ensinarei a interpolar utilizando a calculadora HP®50g, uma das mais utilizadas da Engenharia Química. Mas para quem não tem a calculadora não se preocupe, a interpolação utilizada nestes exercícios são praticamente somente entre dois pontos, logo a equação que vamos utilizar é somente aquela que acabamos de ver, Lagrange reduzido para dois pontos.Siga os passos. Letra C) 1. Selecione a seta laranja; 2. Aperte o número 5 (stat); 3. Selecione a opção 3 (Fit data...). Letra C) 1. Selecione o botão PRED; 2. Veja que x está na coluna 1 e y na coluna 2. 3. Vá em ∑DAT e selecione EDIT. Letra C) 1. Insira os dados; 2. Insira o dado de X que temos; 3. Aperte PRED. Letra C) O resultado foi: 𝑋 = 0,69 = 0,7 O mesmo resultado só que dessa vez utilizando a calculadora HP®50g. Letra d) Nesta questão, temos os volumes e queremos encontrar a conversão. Se você estiver atento você não vai cair nessa pegadinha. Pegadinha? Sim, a letra d) fala de um PFR de 72 L, esse PFR é justamente aquele que nós calculamos na letra a), ou seja, é o PFR com a conversão de 40 %. Já é meio caminho andado. Letra d) Como o PFR está em série com um CSTR a equação do CSTR será a seguinte: 𝑉 = 𝐹𝐴0 −𝑟𝐴 𝑋2 − 𝑋1 → 𝑋2 − 0,4 −𝑟𝐴 = 𝑉 𝐹𝐴0 𝑋2 − 0,4 −𝑟𝐴 = 24 𝐿 300 𝑚𝑜𝑙/𝑚𝑖𝑛 = 0,08 𝐿 𝑚𝑜𝑙/𝑚𝑖𝑛 Não tente tirar aquele 0,4 dali se não você vai se meter em confusão. Vamos trocar esse 𝑋2 − 0,4 por 𝑦 e depois interpolar. Letra d) Temos que: 𝑦 −𝑟𝐴 = 0,08 𝐿 𝑚𝑜𝑙/𝑚𝑖𝑛 Agora devemos fazer outra tabela onde todos os X deverão ser subtraídos por 0,4 e então depois divididos pelo −𝑟𝐴. X-0,4 0 0,05 0,1 0,2 0,4 0,9 𝑋 −𝑟𝐴 𝑑𝑚3ℎ/𝑚𝑜𝑙 0 0,01 0,02 0,04 0,32 0,55 Letra d) Por interpolação, usando os pontos 0,2 e 0,4, temos que: 𝑦 = 0,23 Então, substituindo: 𝑋2 − 0,4 = 0,23 → 𝑋2 = 0,63 Veja que nós não podemos colocar valores negativos na tabela de conversão porque não existe conversão negativa. Letra E) Agora estamos invertendo os papeis, mas ainda temos a mesma pegadinha, o CSTR da letra a) possuía uma conversão de 40 % e encontramos 24 L, logo nos resta somente encontrar a conversão no PFR. 𝑉 = න 0,4 𝑋2 𝐹𝐴0 −𝑟𝐴 𝑑𝑋 → 72 𝐿 = 300න 0,4 𝑋2 𝑑𝑋 −𝑟𝐴 Logo: න 0,4 𝑋2 𝑑𝑋 −𝑟𝐴 = 0,24 𝐿 𝑚𝑜𝑙/𝑚𝑖𝑛 Letra E) Esse tipo de questão não pode ser resolvida por interpolação, logo temos que utilizar o método da tentativa e erro. Esse método funciona do mesmo jeito que balanceamos equações químicas, chutamos um valor e vemos se da certo, se não der tentamos outro de novo até conseguir o certo. Para isso devemos utilizar um parâmetro para nos guiar, esse parâmetro é o volume, pois a integral tem o objetivo de encontrar o volume, que é o que já temos. Letra E) Perceba que a nossa equação fica assim: 72 𝐿 = 300න 0,4 𝑋2 𝑑𝑋 −𝑟𝐴 Isso significa que para encontrarmos o volume de 72 L temos que multiplicar 300 pelo resultado da integral. Então, lá de Cálculo I, você se lembra o que é uma integral graficamente? Sim, ela é a área debaixo da curva, e nós temos essa curva. A nossa curva é formada pelos pontos de conversão e pelos inversos da taxa de reação. Letra E) Uma dica: a segunda conversão sempre será maior do que a primeira, então vamos começar a procurar por um número maior que 0,4. Outra coisa, como estamos trabalhando com áreas devemos ficar de olho no gráfico para saber se essa área é um retângulo ou triângulo. Letra E) 1/−𝑟𝐴 𝑋0,4 0,6 1,0 0 0,2 0,45 0,5 0,8 0,9 0,8 0,2 0,6 1,1 Letra E) Primeira tentativa: 0,6. (1 retângulo) 𝑉 = 300𝐴 = 300 𝑏𝐻 𝑉 = 300 0,6 − 0,4 0,2 = 12 𝐿 Segunda tentativa: 0,8. (2 retângulos e 1 triângulo) 𝑉 = 300𝐴 = 300 𝑏𝐻 + 𝑏𝐻 + 𝑏𝐻 2 𝑉 = 300 0,6 − 0,4 0,2 + 0,8 − 0,6 0,2 + 0,8 − 0,6 0,6 2 𝑉 = 42 𝐿 Letra E) Terceira tentativa: 0,9. (2 retângulos e 1 triângulo) 𝑉 = 300𝐴 = 300 𝑏𝐻 + 𝑏𝐻 + 𝑏𝐻 2 𝑉 = 300 0,6 − 0,4 0,2 + 0,9 − 0,6 0,2 + 0,9 − 0,6 1,1 2 = 79,5 𝐿 Interpolando o gráfico, temos que para X = 0,85 temos que 1 −𝑟𝐴 = 0,95. Então prosseguimos para mais uma tentativa. (a interpolação foi feita usando os dados 0,8 e 0,9 de X e 0,8 e 1,1 de 1 −𝑟𝐴 ). Letra E) Quarta tentativa (interpolação): X = 0,85 e 1 −𝑟𝐴 = 0,95. 𝑉 = 300𝐴 = 300 𝑏𝐻 + 𝑏𝐻 + 𝑏𝐻 2 𝑉 = 300 0,6 − 0,4 0,2 + 0,85 − 0,6 0,2 + 0,85 − 0,6 0,95 2 = 62,6 𝐿 Letra E) Quinta tentativa (interpolação): X = 0,88 e 1 −𝑟𝐴 = 1,04. 𝑉 = 300𝐴 = 300 𝑏𝐻 + 𝑏𝐻 + 𝑏𝐻 2 𝑉 = 300 0,6 − 0,4 0,2 + 0,88 − 0,6 0,2 + 0,88 − 0,6 1,04 2 = 72,5 𝐿 Então, podemos dizer, por um valor aproximado de 72,5 L, que a conversão do PFR é de 0,88. Este método não é o mais eficiente, há outros com resultados mais exatos, mas o método que utilizamos é correto e possui uma precisão aceitável. Posteriormente veremos outros métodos. Reações químicas e as Leis de velocidade Sumário Reações químicas Revendo alguns conceitos básicos sobre as reações químicas, temos que essas reações possuem as seguintes características: ▧ Complexa ou simples: - Reações simples são rápidas e diretas, não possuem mais de uma etapa; porém as complexas são o contrário, elas são demoradas e possuem várias etapas para que se ocorra perfeitamente. Reações químicas ▧ Paralelas ou não: - Reações paralelas ocorrem quando uma certa mistura desencadeia uma série de reações ao mesmo tempo. Por exemplo, quando utilizamos um solvente orgânico que não é puro, as impurezas desse solvente irão reagir ao mesmo tempo que a reação principal, ou seja, temos uma reação ocorrendo ao mesmo tempo que outras. Reações químicas ▧ Reversível ou irreversível: - Nas palavras de Fogler: “reação irreversível é aquela que ocorre em apenas uma direção e continua nessa direção até que os reagentes se esgotem. ”. Bem, se você prestou atenção no que foi lhe ensinado antes, você sabe que não é possível os reagentes serem totalmente consumidos, logo, não existem reações irreversíveis, mas, por convenção, reações que consomem os seus reagentes a tal ponto de ser quase impossível de se reverte-la são consideradas irreversíveis. Reações químicas - Uma reação irreversível é aquela que ocorre consumindo todo o reagente possível e ela não entra em equilíbrio, mas, segundo Fogler, “uma reação reversível, por outro lado, pode ocorrer em ambas as direções, dependendo das concentrações de reagentes e produtos em relação às concentrações de equilíbrio. ”. Para você entender melhor, uma reação reversível pode entrar em equilíbrio no meio da reação e uma reação em equilíbrio pode ser deslocada para os reagentes ou produtos, tornando-a reversível. “Uma reação reversível pode entrar em equilíbrio, a irreversível não. Velocidade Veja uma equação química simples: 𝑎𝐴 + 𝑏𝐵 → 𝑐𝐶 + 𝑑𝐷 As velocidades são sempre equacionadas de acordo com o reagente limitante, o porquê disso é bem evidente. Ora, se o reagente A é o limitante, então significa que ele vai acabar primeiro do que o B, logo a reação não vai mais ocorrer por causa do A, portanto o reagente A é o que determina o tempo da reação. Velocidade Sendo A o reagente limitante, formulamos a equação química dessa forma: 𝐴 + 𝑏 𝑎 𝐵 → 𝑐 𝑎 𝐶 + 𝑑 𝑎 𝐷 Portanto, a taxa de reação de cada composto será dependente da taxa de reação de A: 𝑅𝐵 = 𝑏 𝑎 −𝑟𝐴 𝑅𝐶 = 𝑐 𝑎 −𝑟𝐴 𝑅𝐷 = 𝑑 𝑎 −𝑟𝐴 Velocidade Se nós separarmos os coeficientes e deixarmos um para cada lado temos: 𝑟𝐵 𝑏 = −𝑟𝐴 𝑎 𝑟𝐶 𝑐 = −𝑟𝐴 𝑎 𝑟𝐷 𝑑 = −𝑟𝐴 𝑎 Veja que cada uma dessas taxas de reação são iguais a −𝑟𝐴 𝑎 , logo, temos que: 𝑟𝐴 −𝑎 = 𝑟𝐵 −𝑏 = 𝑟𝑐 𝑐 = 𝑟𝑑 𝑑 O negativo significa consumo e o positivo é geração, esses sinais são colocados de acordo com a substância. Velocidade Por exemplo, temos a seguinte reação: 2NO + O2 →← 2NO2 Então as nossas taxas de reação fica: 𝑟𝑁𝑂 −2 = 𝑟𝑂2 −1 = 𝑟𝑁𝑂2 2 Para 𝑟𝑁𝑂2 = 4𝑚𝑜𝑙 𝑚3 𝑠 temos que: 𝑟𝑁𝑂 −2 = 𝑟𝑂2 −1 = 4 2 Velocidade A partir dessas equações podemos encontrar a velocidade tanto de formação como de consumo das nossas substâncias. Caso queiramos encontrar a velocidade de formação de 𝑁𝑂: 𝑟𝑁𝑂 −2 = 4 2 = 2 → 𝑟𝑁𝑂 = −4 𝑚𝑜𝑙 𝑚3 𝑠 Caso queiramos encontrar a velocidade de consumo de 𝑂2: 𝑟𝑂2 −1 = 4 2 = 2 → −𝑟𝑂2 = 2 𝑚𝑜𝑙 𝑚3 𝑠 Velocidade Veja que a diferença entre calcular um ou outro é que na velocidade de formação não consideramos o 𝑅 negativo, mas na velocidade de consumo sim. Depois de você ter encontrado o resultado do consumo de uma substância, basta trocar o sinal para encontrar o resultado da formação da mesma: 𝑟𝑁𝑂 = −4 𝑚𝑜𝑙 𝑚3 𝑠 −𝑟𝑁𝑂 = 4 𝑚𝑜𝑙 𝑚3 𝑠 𝑟𝑂2 = −2 𝑚𝑜𝑙 𝑚3 𝑠 −𝑟𝑂2 = 2 𝑚𝑜𝑙 𝑚3 𝑠 ConsumoFormação Lei de velocidade A lei que descreve a velocidade de uma reação é: −𝑟𝐴 = 𝑘𝐴𝐶𝑎 𝛼𝐶𝑏 𝛽 Onde temos que 𝑅 e 𝑘 referem-se a uma espécie em particular, além de 𝑘 (constante de velocidade) ser influenciado por vários fatores químicos. Já α e β são os expoentes de cada concentração. Não é nossa obrigação determinar a lei de velocidade para cada reação, quem geralmente faz isso são os químicos através de experimentos. Ordem de reação Você viu que a lei de velocidade tem as concentrações dependentes de expoentes α e β, né? Então, esses expoentes determinam a ordem da reação, algo que já discutimos antes. Quanto maior a ordem da reação maior será a dependência da velocidade em relação a concentração, ou seja, em reações de ordem grande uma variação muito pequena nas concentrações afetará grandemente a velocidade dessa reação. Ordem de reação Com o aumento da ordem, as leis se comportam da seguinte forma: Ordem Lei de velocidade Unidades 0 −r𝐴 = 𝑘𝐴 𝑘𝐴 = 𝑚𝑜𝑙 𝐿 𝑠 1 −r = 𝑘𝐴𝐶𝐴 𝑘𝐴 = 𝑠−1 2 −r𝐴 = 𝑘𝐴𝐶𝐴 2 𝑜𝑢 − r𝐴 = 𝑘𝐴𝐶𝐴𝐶𝐵 𝑘𝐴 = 𝐿 𝑚𝑜𝑙 𝑠 3 −r𝐴 = 𝑘𝐴𝐶𝐴 3 𝑜𝑢 − r𝐴 = 𝑘𝐴𝐶𝐴𝐶𝐵𝐶𝐶 𝑘𝐴 = 𝐿 𝑚𝑜𝑙 2 𝑠−1 Ordem de reação Observe o comportamento das unidades, veja como elas se modificam. Essa tendência pode ser representada por: 𝑘 = 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 1−𝑁 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 Logo, toda vez que você necessitar conhecer a unidade da constante de velocidade utilize essa representação acima. A ordem global da reação é dada por: 𝛼 + 𝛽 Lei de velocidade elementar Quando as reações químicas tem os seus coeficientes estequiométricos iguais aos expoentes das suas respectivas leis de velocidade, dizemos que essa reação obedece a lei de velocidade elementar, onde: 2NO + O2 →← 2NO2 −𝑟𝑁𝑂 = 𝑘𝑁𝑂𝐶𝑁𝑂 2 𝐶𝑂2 Veja, que os coeficientes estequiométricos estão no expoente de suas respectivas concentrações. Quando a reação não está de acordo com essa lei, a equação pode adotar várias formas diversas. Reações reversíveis Quando estamos trabalhando com reações reversíveis, encontramos um padrão nas leis de velocidade, onde podemos encontrar a constante de velocidade da seguinte forma: 𝑎𝐴 + 𝑏𝐵 → ← 𝑐𝐶 + 𝑑𝐷 → 𝑘𝑐 = 𝐶𝐶𝐸 𝑐 𝐶𝐷𝐸 𝑑 𝐶𝐴𝐸 𝑎 𝐶𝐵𝐸 𝑑 = 𝑘1 𝑘−1 Onde 𝑘1 significa formação e 𝑘−1 consumo. Essa constante está com um subscrito “c” porque ela está relacionada com as concentrações no equilíbrio da reação. Reações reversíveis Imaginemos a seguinte reação: 2𝐴 → ← 𝐵 + 𝐶 Para encontrar a velocidade de A devemos encontrar a sua velocidade de consumo (velocidade inversa) e a velocidade de formação (velocidade direta). 2𝐴 → 𝐵 + 𝐶 𝑟𝐴 = −𝑘𝐴𝐶𝐴 2 𝐷𝑖𝑟𝑒𝑡𝑎 𝐴 + 𝐵 → 𝐶 𝑟−𝐴 = 𝑘−𝐴𝐶𝐵𝐶𝐶 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎 Reações reversíveis A sua velocidade será definida pela soma dos dois casos: 𝑟𝐴 = 𝑟𝐴𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜 + 𝑟𝐴𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠𝑜 = −𝑘𝐴𝐶𝐴 2 + 𝑘−𝐴𝐶𝐵𝐶𝐶 Colocando 𝑘𝐴 em evidência: −𝑟𝐴 = 𝑘𝐴 𝐶𝐴 2 − 𝑘−𝐴 𝑘𝐴 𝐶𝐵𝐶𝐶 Mas foi mostrado antes que: 𝑘−𝐴 𝑘𝐴 = 𝑘𝑐 Reações reversíveis Logo: −𝑟𝐴 = 𝑘𝐴 𝐶𝐴 2 − 𝐶𝐵𝐶𝐶 𝑘𝑐 Geralmente, essa equação é usada para representar a constante de velocidade de reações em equilíbrio. Como estamos estudando uma reação em equilíbrio, temos que a velocidade será zero, claramente porque a reação não está ocorrendo. 𝐶𝐴 2 − 𝐶𝐵𝐶𝐶 𝑘𝑐 = 0 → 𝑘𝑐 = 𝐶𝐵𝐶𝐶 𝐶𝐴 2 Reações reversíveis Para determinar as unidades da constante de equilíbrio de concentração, temos a seguinte relação: 𝑘𝑐 = 𝑚𝑜𝑙 𝐿 𝑑+𝑐−𝑏−𝑎 Onde as letras a, b, c e d são os expoentes da equação da constante de equilíbrio. Termodinâmica Sumário Termodinâmica A constante de equilíbrio 𝑘𝑐 é uma constante termodinâmica, logo podemos fazer a seguinte análise: ▧ Se aumentar a temperatura numa reação exotérmica, 𝑘𝑐 diminuirá; ▧ Se aumentar a temperatura numa reação endotérmica, 𝑘𝑐 aumentará. Veja que uma reação exotérmica já libera calor por si só, então se aumentarmos a temperatura estaremos modificando o meio reacional para uma temperatura acima do ambiente comum, logo estaremos atrapalhando a reação. Termodinâmica A reação é atrapalhada porque uma reação exotérmica necessita liberar calor para acontecer, isto é, a reação necessita superar o calor que está no ambiente, porém se o ambiente já estiver quente então a reação somente irá ocorrer se o seu calor liberado conseguir superar o calor do ambiente, o que atrapalha a reação. É bem evidente que o aumento da temperatura acelera uma reação endotérmica, simplesmente porque essa reação necessita de calor para ocorrer. Termodinâmica Nos nossos estudos, essa mudança de temperatura está muito relacionada com a lei Le Chatelier, onde encontramos casos em que o aumento da temperatura, da concentração, do volume do reator etc. podem deslocar a reação ou para o lado dos reagentes ou para o lado dos produtos, dependendo dessas substâncias serem endotérmicas ou exotérmicas. Constante de velocidade de reação Sumário Constante de velocidade de reação Essa constante pode ser determinada pela equação de Arrhenius: 𝑘𝐴 𝑇 = 𝐴𝑒 − 𝐸 𝑅𝑇 Onde temos que “A” é o fator de frequência da reação, ou seja, o quanto as moléculas se chocam no meio reacional, “E” é a energia de ativação, “R” é a constante dos gases e “T” é a temperatura em Kelvin. Nesses estudos, convencionou-se que a constante de equilíbrio aumentará a cada 10 °C. Linearização Podemos linearizar essa equação dessa forma: ln 𝑘𝐴 = ln𝐴 − 𝐸 𝑅 1 𝑇 Se tivermos um gráfico como o apresentado ao lado, podemos encontrar a seguinte relação: tan 𝛼 = 𝐸 𝑅 ln 𝑘 1 𝑇 Temos que quanto maior a energia de ativação mais a curva ficará inclinada, consequentemente, a reação ficará mais sensível a temperatura. Energia de Ativação Sumário Energia de ativação Há três considerações muito importantes a serem feitas sobre a energia de ativação das reações: ▧ É a energia para distorcer ou alongar ligações, para quebra-las; - Ou seja, a energia de ativação é aquela que afeta diretamente as moléculas, tornando-as mais carregadas eletronicamente, isso irá aumentar as forças eletrostáticas e consequentemente elas irão ficar inquietas até que as suas ligações se quebrem. Energia de ativação ▧ Forças de repulsão devem ser superadas; - Significa que, naturalmente, as moléculas possuem suas cargas positivas e negativas e tendem a se repelir, porém, a energia de ativação faz com que as moléculas fiquem carregadas a ponto delas se chocarem e começarem a reagir umas com as outras, formando os produtos. A repulsão das moléculas a se reagirem é uma barreira, podendo ser calculada pela energia livre de Gibbs, que deve ser superada para que a reação possa ocorrer.
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