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ProcessualPenal 3

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Direito Processual Penal 
Prof. Flavio Cardoso 
Matéria: Encerramento do Inquérito Policial/ Ação Penal 
02/05/2011 
Encerramento do Inquérito Policial: É encerrado com um ato formal do Delegado, 
denominado de relatório. Este relatório será elaborado de forma minuciosa, isto não 
significa que o Delegado faça um juízo de valores. 
O prazo para concluir o inquérito é de: 
- 10 dias = indiciado preso; 
- 30 dias = indiciado solto. 
 
Obs.: Em inquérito de competência policial federal o prazo para concluir será de: 
- 15 dias = indiciado preso, podendo ser prorrogado por + 15 dias. 
 
Obs.: Na Lei de Tráfico de Drogas e Condutas Assemelhadas o prazo para concluir o 
inquérito será de: 
- 30 dias = indiciado preso, podendo ser prorrogado por + 30 dias. 
- 90 dias = inciado solto, podendo ser prorrogado por + 90 dias. 
 
Concluído o inquérito policial a remessa será encaminhada para o Judiciário. 
Obs.: O inquérito não é encaminhado diretamente para o Ministério Público. 
 
O juiz imediatamente abre vista para o representante do Ministério Público. 
 
O Promotor poderá seguir 3 caminhos distintos, são eles: 
1º Oferecer Denúncia: Quando constatar a presença de elementos mínimos para a 
propositura da ação; 
 
2º Requerer o Arquivamento: Quando estiver ausente os elementos para sustentar uma 
ação em juízo. 
 
O juiz ao analisar a cota do Promotor, poderá decidir se arquiva ou não arquiva. 
Sendo que, surgindo novos elementos de prova o inquérito poderá ser reaberto, conforme 
o Art. 18, do CPP e pela Súmula 524, do STF. 
Obs.: A repetição de provas não autoriza a retomada das investigações. 
 
Art. 18 – “Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, 
por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas 
pesquisas, se de outras provas tiver notícia.” 
 
Súmula 524 – STF – “Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a 
requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas 
provas.” 
 
 
O juiz ao analisar o requerimento do Ministério Público para aquirvar - poderá recusar o 
pedido (não concordar). Diante, desta circunstância os autos serão encaminhados para o 
Procurador Geral de Justiça (função: solucionar o conflito da recusa do juiz pelo 
arquivamento e pelo requerimento do arquivamento solicitado pelo Promotor), conforme 
o Art. 28, do CPP. 
 
Art. 28 – “Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer 
o arquivamento de inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no 
caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou 
peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro 
órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao 
qual só então estará o juiz obrigado a atender.” 
 
O Procurador poderá: 
- Oferecer (ele próprio) a denúncia; 
- Designar outro Promotor para oferecer a denúncia. 
- Insistir no arquivamento (hipótese em que o juiz ficará obrigado a arquivar). 
 
Porque o Procurador designa outro Promotor e não o mesmo? 
Resp.: A resposta está pautada no princípio da indepêndencia funcional. 
Princípio da Indepêndencia Funcional (Art. 127, da CF): Indica que o representante 
ministerial, no exercício de suas funções, é independente e submete-se apenas e, tão-
somente, aos imperativos da Constituição, legais e da sua própria consciência, 
assegurando-lhe, pois, liberdade de convencimento e de opinião, requisitos de 
fundamental importância para a manutenção e cumprimento dos objetivos constitucionais 
e institucionais do Ministério Público. Portanto, cada membro do Ministério Público pode 
ter sua livre convicção, ou seja, não se vinculando a idéia de ninguém, inclusive a do 
chefe (Procurdor Geral de Justiça). 
Sendo que, por determinação o 2º Promotor designado é obrigado a redigir a denúncia, 
mas estará atuando em nome do Procurador, bem como não manifestando sua livre 
convicção, ou seja, atuará de forma extremamente técnica nas obrigações de suas 
funções, razão pela qual não poderá invocar a dependência funcional. 
Obs.: Âmbito Federal: Se um Procurador Geral da Justiça não oferecer a denúncia e o 
Juiz Federal descordar dos autos, estes serão remetidos para a Câmara de Coordenação e 
Revisão do Ministério Público Fereal (Orgão Colegiado). 
3º O Promotor pode requerer o retorno dos autos para a Delegacia – realização de novas 
diligências imprescindíveis para a denúncia. 
Ação Penal Privada: 
Findo o inquérito policial na Ação Privada: 
1º Poderá ser encaminhado ao juiz – aguardando a provocação do ofendido; 
2º Poderá ser entregue diretamente nas mãos do ofendido (via requerimento do mesmo). 
Será entregue o inquérito oficial original, e o ofendido dará a ele o destino que desejar. 
 
A ação penal divide-se em: 
- Ação Penal Pública (titular é o Ministério Público) – incondicionada e condicionada; 
Incondicionada: É a regra. 
Condicionada: É a Ação Penal Pública que, para ser iniciada pelo Ministério Público, 
depende de representação do ofendido ou requisição do Ministro de Justiça. 
- Ação Penal Privada (titutlar é o ofendido ou representante legal) - propriamente dita, 
subsidiária da pública e personalíssima. 
 
Princípios Específicos da Ação Penal Pública: 
I. Princípio da Obrigatoriedade: O Ministério Público é obrigado a oferecer a denúncia 
(deve oferecer). Ação penal pública – inicia se com o oferecimento da denúncia feita pelo 
Ministério Público, quando houver indícios suficientes de autoria e materialidade. 
Exceção: Art. 76, da Lei 9.099/95 (Juizados Especiais) – este dispositivo apresenta o 
instituto da transação penal (acordo entre MP e o autor do fato). Diante, da transação o 
autor submete-se ao cumprimento de uma pena não privativa de liberdade, evitando ser 
processado. 
 
Art. 76. “Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública 
incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a 
aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na 
proposta.” 
 
II. Princípio da Indisponibilidade: O Ministério Público não pode desistir da ação 
penal. Obs.: O Promotor tem momento oportuno para pedir a absolvição do réu. 
Exceção: Art. 89, da Lei 9.099/95 – este dispositivo disciplina a suspensão condicional 
do processo. O MP propõe que o processo fique suspenso, cumprido todos os requisitos – 
o processo se extingue. 
 
Art. 89. “Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, 
abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá 
propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja 
sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais 
requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena.” 
 
III. Princípio da Oficialidade: A ação penal pública é exercida (desenvolvida) 
obrigatoriamente por um órgão do poder público (Ministério Público). 
 
Modalidades de Ação Penal Pública Condicionada: 
1º Da Representação do Ofendido: 
1. A representação é uma manifestação de vontade do ofendido no sentido de ver 
processado o autor do fato (autoriza o início da ação ou não). 
Esta manifestação não precisa de formalidade específica, bastando a manifestação 
inequívoca de querer ver processado o autor. 
Obs.: A manifestaçao de vontade não obriga o MP a propor à ação (o princípio da 
obrigatoriedade está relacionado com elementos mínimos de indícios – e não com a 
manifestação de vontade). 
 
 
2. Natureza Jurídica: Condição de procedibilidade. 
 
3. Prazo: 6 meses para oferecer a representação, contados do início do conhecimento da 
autoria. Obs.: Tomar cuidado para não confundir o prazo de contagemcom a consumação 
do fato criminoso. 
Este prazo tem natureza decadencial. 
 
Passado o prazo de 6 meses para representar, opera-se a decadência (causa de extinção da 
punibilidade – Art. 107, IV, do CP). 
 
Art. 107 – “Extingue-se a punibilidade: 
IV - pela prescrição, decadência ou perempção.” 
 
4. Retratação: É possível a retratação da representação, no entanto, ela só pode ocorrer 
até o oferecimento da denúncia. Após o oferecimento da denúncia à ação passa 
definitivamente para as mãos do Ministério Público e a vítima já não pode mais decidir 
sobre nenhum aspecto os rumos do processo. 
 Obs.: Ficar atento quanto aos termos oferecimento e recebimento no exame. A retratação 
pode ocorrer até o oferecimento da denúnicia, pois se fosse o recebimento ocorrendo a 
retratação, ensejaria na cassação da denúncia (questão totalmente incoerente). 
Exceção da Retratação: Lei 11.340/06 – Maria da Penha. A retratação poderá ocorrer até 
o recebimento da denúncia, pois a retratação será realizada em audiência (finalidade 
evitar a coação da vítima). 
5. É possível retratar da retratação (revogação da retratação): Não tem previsão legal, 
mas é admitida pela jurisprudência, desde que, reflita seriedade e realizada dentro do 
prazo de 6 meses (prazo iniciado com a descoberta da autoria). Findo o prazo não tem 
como ocorrer a retratação da retratação. 
6. Titularidade do direito de representação: Em regra pertence ao ofendido o direito de 
representação, salvo exceção quando for menor de idade ou doente mental – 
representante legal. Na ausência de representante ou se os seus interesses colidirem, 
nomea-se um 3º descompromissado (curador especial). 
Se o ofendido estiver morto ou declarado ausente, o direito de representação passará para: 
cônjuge, ascendentes, descendentes ou irmãos. 
7. Destinatários (aptos para receber a representação): 
- Delegado de Polícia; 
- Representante do Ministério Público; 
- Juiz de Direito. 
 
2º Da Requisição do Ministro da Justiça: 
Esta ação tem por finalidade apurar o crime de natureza política. Ex.: Crime contra à 
honra do Presidente da República. 
Obs.: Inexiste no Código ou na jurisprudência qualquer forma de procedimento a ser 
seguida quanto a requisição. 
 
A requisição não vincula o MP, mas procede na autorização para agir (concedida pelo 
Ministro). 
 
1. Prazo: Doutrina (praticamente unânime) determinou que de fato não há um prazo 
limitado, mas segue-se a possibilidade de propositura da ação enquanto não estiver 
prescrito o crime. 
 
2. Retratação: A doutrina divide-se quanto a possibilidade e a impossibilidade da 
ocorrência da retratação. Obs.: Inexiste uma corrente majoritária quanto ao tema. 
 
Espécies de Ação Penal Privada: 
1. Propriamente dita (exclusiva); 
2. Personalíssima; 
3. Subsdiária da Pública. 
 
Princípios Específicos da Ação Penal Privada: 
I. Princípio da Oportunidade: Com base neste princípio, o ofendido ou seu 
representante legal pode analisar e decidir se irá impetrar ou não a ação. Salienta-se, que 
o princípio da oportunidade somente será valido na ação penal privada. O Estado, diante 
destes crimes concede ao particular, ou seja, ao ofendido ou ao seu representante legal, o 
direito de invocar a prestação jurisdicional. Porém, se o ofendido não quiser processar o 
seu injuriador, ninguém poderá obrigá-lo a fazer. 
II. Princípio da Disponibilidade: É um princípio exclusivo das ações privadas. 
Significando dizer, que o titular da ação penal pode utilizar-se dos institutos da renúncia, 
da desistência, etc. Conclui-se portanto que o ofendido pode desistir da ação, ou seja, 
abandonar a causa quando bem entender. Pode, inclusive, após proferida a sentença 
condenatória, o titular da ação perdoar o réu, desde que a sentença não tenha transitado 
em julgado. 
III. Princípio da Indivisibilidade: Estabelece que a queixa contra qualquer dos autores 
do crime obrigará ao processo de todos, tem o escopo de evitar, nos casos em que o delito 
é praticado por várias pessoas (concurso de agentes), que o ofendido escolha apenas um 
ou alguns daqueles que colaboraram com o ilícito. Obs.: O Ministério Público quando 
vela pela indivisibilida ou adita ação exclusiva do ofendido, está exercendo tão somente a 
função de “custos legis” no processo, ou seja, de verdadeiro fiscal da lei. 
Como vimos, na ação penal privada a titularidade da ação é do ofendido ou de seu 
representante legal. O Ministério Público não tem legitimidade para a propositura da ação 
penal privada, mas atua com o título de “custus legis” (fiscal da lei).

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