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Faculdade Estácio de João Pessoa Curso de Bacharelado em Engenharia Civil ESTRUTURAS DE CONCRETO I Prof.: Pedro França João Pessoa - 2018 INTRODUÇÃO O concreto é um material composto, constituído por cimento, água, agregado miúdo (areia) e agregado graúdo (pedra ou brita); É o produto mais consumido do mundo depois da água. INTRODUÇÃO Cimento Agregado miúdo Agregado graúdo Pasta de cimento e água INTRODUÇÃO Argamassa Concreto simples Pode também conter adições (cinza volante, pozolanas, sílica ativa, etc.) e aditivos químicos com a finalidade de melhorar ou modificar suas propriedades básicas. INTRODUÇÃO Apesar de possuir elevada resistência à compressão e durabilidade, o concreto simples possui baixa resistência à tração; O ferro e o aço, por sua vez, possuem alta resistência a esforços mecânicos (tração e compressão), contudo possui durabilidade limitada; INTRODUÇÃO O concreto armado surgiu então pela necessidade de se aliar a durabilidade da pedra com a resistência do aço; HISTÓRIA DO CONCRETO ARMADO Os materiais de construção feitos à base de cimento, chamados “materiais cimentícios”, podem ser considerados os materiais mais importantes produzidos pelo homem; A abundância das matérias primas em quase todas as regiões, somada à sua grande versatilidade para aplicação nas mais variadas formas, foram os principais motivos para o seu desenvolvimento, desde os tempos primórdios até a atualidade; HISTÓRIA DO CONCRETO ARMADO Os romanos se destacaram na aplicação dos concretos e argamassas: HISTÓRIA DO CONCRETO ARMADO Os romanos se destacaram na aplicação dos concretos e argamassas: HISTÓRIA DO CONCRETO ARMADO Eles utilizavam cimentos feitos a partir de hidratação e calcinação de calcário: HISTÓRIA DO CONCRETO ARMADO No ano de 1770, em Paris, associou-se ferro com pedra para formar vigas como as modernas, com barras longitudinais na tração e barras transversais ao cortante. ; Considera-se que o cimento armado surgiu na França, no ano de 1849, com o primeiro objeto do material registrado pela História sendo um barco, do francês Lambot, o qual foi apresentado oficialmente em 1855; HISTÓRIA DO CONCRETO ARMADO Barco de Lambot, construído com telas de fios finos de ferro preenchidas com argamassa: HISTÓRIA DO CONCRETO ARMADO A partir de 1861, outro francês, Mounier construiu reservatórios (25, 180 e 200 m3) e uma ponte com vão de 16,5 m, com argamassa de cimento com armadura de arame, consideradas marcos do uso do concreto armado na engenharia civil ; HISTÓRIA DO CONCRETO ARMADO A primeira teoria realista ou consistente sobre o dimensionamento das peças de concreto armado surgiu com uma publicação, em 1902, de E. Mörsch, eminente engenheiro alemão, professor da Universidade de Stuttgart (Alemanha); Suas teorias resultaram de ensaios experimentais, dando origem às primeiras normas para o cálculo e construção em concreto armado. HISTÓRIA DO CONCRETO ARMADO As fissuras (trincas de pequena abertura, ≈ 0,05 a 0,4 mm), causadas pelas tensões de tração no concreto, atrasaram o desenvolvimento do concreto armado devido à dificuldade de como tratar e resolver o problema; Como forma de contornar o problema da fissuração no concreto, M. Koenen propôs, em 1907, tracionar previamente as barras de aço, para assim originar tensões de compressão na seção para eliminar a tração no concreto. Surgia assim o chamado “Concreto Protendido”. HISTÓRIA DO CONCRETO ARMADO NO BRASIL Em 1901 ocorreram construções de galerias de água em cimento armado, com 47 m e 74 m de comprimento. Em 1909 foi construída a ponte na Rua Senador Feijó, com vão de 5,4 m. Em 1904 foram construídas casas e sobrados em Copacabana, no Rio de Janeiro. Em São Paulo, no ano de 1910, foi construída uma ponte de concreto armado com 28 m de comprimento, na Av. Pereira Rebouças sobre o Ribeirão dos Machados. HISTÓRIA DO CONCRETO ARMADO Ponte concreto armado com mais de 100 anos na Av. Pereira Rebouças: HISTÓRIA DO CONCRETO ARMADO NO BRASIL Em 1913, a vinda da empresa alemã Wayss & Freytag constituiu o ponto mais importante para o desenvolvimento do concreto armado no Brasil. A empresa importou mestres de obras da Alemanha para realizar mais de 40 projetos de pontes, e terminou servindo de escola para a formação de especialistas nacionais, evitando a importação de mais estrangeiros. HISTÓRIA DO CONCRETO ARMADO Marquise da tribuna do Jockey Clube do Rio de Janeiro, com balanço de 22,4 m (recorde mundial em 1926): HISTÓRIA DO CONCRETO ARMADO Ponte Presidente Feliciano Sodré em Cabo Frio, em 1926, com arco de 67 m de vão (recorde na América do Sul): HISTÓRIA DO CONCRETO ARMADO Edifício Martinelli em São Paulo em 1925, com 106,5 m de altura (30 pavimentos – recorde mundial) HISTÓRIA DO CONCRETO ARMADO Ponte da Amizade em Foz do Iguaçu em 1965, com extensão de 552 m e o maior arco de concreto armado do mundo, com 290 m de vão VANTAGENS DO CONCRETO ARMADO Boa resistência à maioria das solicitações; Boa trabalhabilidade, o que permite projetos mais ousados; Permite obter estruturas monolíticas; Técnicas de construção dominadas em todo o país; Em diversas situações pode competir com estruturas de aço em termos econômicos; Material durável e alta resistência à incêndio; Possibilita a utilização da pré-moldagem; Resistente a choques, vibrações, efeitos térmicos, atmosféricos e desgaste mecânicos. DESVANTAGENS DO CONCRETO ARMADO Resulta em elementos com maiores dimensões que o aço; Com seu peso específico muito elevado γ ≈ 25kN/m³ (3x maior que o aço), limita seu uso em algumas situações e eleva o custo; As reformas e adaptações são muitas vezes de difícil execução; É bom condutor de calor e som, o que pode exigir associação com outros materiais para sanar o problema; Necessidade de um conjunto de formas e escoramentos (quando não se usa a pré- moldagem), que geralmente precisam ficar no local até que o concreto adquira resistência adequada. SISTEMAS E ELEMENTOS ESTRUTURAIS Elementos estruturais são peças que compõem uma estrutura geralmente com uma ou duas dimensões preponderantes sobre as demais; O modo como essas peças são arranjadas é chamado de sistema estrutural. SISTEMAS E ELEMENTOS ESTRUTURAIS SISTEMAS E ELEMENTOS ESTRUTURAIS Para se montar modelos físicos e matemáticos na análise de construções de concreto armado, é preciso usar a técnica da discretização; Consiste em desmembrar a estrutura em elementos cujos comportamentos possam ser admitidos já conhecidos e de fácil estudo. SISTEMAS E ELEMENTOS ESTRUTURAIS SISTEMAS E ELEMENTOS ESTRUTURAIS ETAPAS DA CONCEPÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ESTRUTURAL Análise conceitual; Dimensionamento; Memorial de cálculo Visualização da sequencia construtiva; Desenhos; Especificações; Qualidade; ANÁLISE CONCEITUAL Desenho esquemático em escala adequada; Indicação das cargas atuantes, hipóteses adotadas, materiais utilizados; Visualização e análise dos diversos caminhos que as cargas atuantes devempercorrer até chegar à fundação; Visualização da sequência construtiva. DIMENSIONAMENTO Análise simplificada em seções críticas, para que se tenha ideia das ordens de grandeza envolvidas; Definidas as dimensões dos elementos estruturais, é feito um cálculo detalhado da estrutura; Eberick, TQS, SAP 2000, Revit Structure, Robot Structural Analysis, entre outros. DIMENSIONAMENTO EBERICK DIMENSIONAMENTO TQS DIMENSIONAMENTO REVIT STRUCTURE DIMENSIONAMENTO AUTODESK ROBOT MEMORIAL DE CÁLCULO, DESENHO E ESPECIFICAÇÕES Produto final de um projeto estrutural é constituído por memorial de cálculo, desenhos e especificações; Memorial de cálculo é um documento de auxílio e esclarecimento de dúvidas sobre um determinado projeto, contendo descrição da concepção, do cálculo e do detalhamento do mesmo; MEMORIAL DE CÁLCULO, DESENHO E ESPECIFICAÇÕES QUALIDADE A NBR 6118:2003 procurou inserir novos conceitos de qualidade dentro do projeto estrutural, muito além do que simplesmente a garantia da estabilidade da obra; Uma estrutura deve apresentar requisitos relativos à sua capacidade resistente, bom desempenho em serviço (não pode haver fissuração excessiva, deformações inconvenientes e vibrações indesejáveis) e durabilidade. QUALIDADE Economia na execução da obra; Melhor aproveitamento da tecnologia dos materiais; Metodologia da análise numérica; Garantia de durabilidade e vida útil das construções; Segurança não apenas imediata das estruturas, mas também a longo prazo. DISCIPLINA ESTRUTURAS DE CONCRETO I Fundamentos do Concreto Armado; Materiais Constitutivos; Critérios de dimensionamento; Estados Limites de desempenho; Ações e solicitações; Resistências; Ação conjunta do aço e do concreto; Aderência. DISCIPLINA ESTRUTURAS DE CONCRETO I Lajes Retangulares de Concreto Armado; Tipos de lajes; Carregamentos; Pré-dimensionamento; Determinação de Esforços; Dimensionamento a flexão simples; Prescrições da Norma e Detalhamento; Representação de projeto e lista de armadura. DISCIPLINA ESTRUTURAS DE CONCRETO I Vigas retangulares de Concreto Armado; Cargas em vigas; Esforços em vigas; Pré-dimensionamento; Dimensionamento a flexão; Dimensionamento ao cisalhamento; Prescrições da Norma e detalhamento de seção; Prescrições da Norma e detalhamento da armadura longitudinal; Representação de projeto e lista de armadura. BIBLIOGRAFIA FUSCO, Péricles Brasiliense. Técnica de Armar as Estruturas de Concreto. 2. ed. São Paulo: PINI, 2013. SOUZA, Joao Climaco Carlos Teatini de. Estruturas de Concreto Armado. 2. ed rev. Brasília: Campus, 2013. CARVALHO, Roberto Chust; FIGUEIREDO FILHO, Jasson Rodrigues De. Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado. São Carlos: EdUFSCar, 2013. NORMAS TÉCNICAS RELATIVAS AO CONCRETO ARMADO NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto – procedimento; NBR 6120 – Cargas para o cálculo de estruturas de edificações – procedimento; NBR 6123 – Forças devido ao vento em edificações – procedimento; NBR 8681 – Ações e segurança nas estruturas – procedimento; NBR 7187 – Cálculo e execução de pontes de concreto armado; NBR 14931 – Execução de estruturas de concreto – procedimento NORMAS TÉCNICAS RELATIVAS AO CONCRETO ARMADO NBR 7808 – Símbolos gráficos para projetos de estruturas; NBR 5732 – Cimento Portland comum – especificação; NBR 5733 – Cimento Portland de alta resistência inicial – especificação; NBR 5735 – Cimento Portland de alto forno – especificação; NBR 5736 – Cimento Portland pozolânico – especificação; NBR 5738 – Concreto – procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova; NBR 5739 – Concreto – ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos; NORMAS TÉCNICAS RELATIVAS AO CONCRETO ARMADO NBR 6004 – Arames de aço – ensaio de dobramento alternado – método de ensaio; NBR 6122 – Projeto e execução de fundações – procedimento; NBR 6152 - Materiais metálicos – determinação das propriedades mecânicas à tração – método de ensaio; NBR 6153 – Produto metálico – ensaio de dobramento semi-guiado – método de ensaio; NBR 6349 – Fios, barras e cordoalhas de aço para armaduras de protensão – ensaio de tração – método de ensaio; NBR 7190 – Projeto de estruturas de madeira – procedimento; NORMAS TÉCNICAS RELATIVAS AO CONCRETO ARMADO NBR 7222 – Argamassa e concreto – determinação da resistência à tração por compressão diametral de corpos de prova cilíndricos – método de ensaio; NBR 7477 – Determinação do coeficiente de conformação superficial de barras e fios de aço destinados a armaduras de concreto armado – método de ensaio; NBR 7480 – Aço destinado à armaduras para estruturas de concreto armado – especificação”; NBR 7482 – Fios de aço para concreto protendido – especificação; NBR 7483 – Cordoalhas de aço para concreto protendido – especificação; NORMAS TÉCNICAS RELATIVAS AO CONCRETO ARMADO NBR 7484 – Fios, barras e cordoalhas de aço destinados a armaduras de protensão – ensaios de relaxação isotérmica – método de ensaio; NBR 8522 – Concreto – Determinação do módulo de deformação estática e diagrama – tensão - deformação – método de ensaio; NBR 8548 – Barras de aço destinadas a armaduras para concreto armado com emenda mecânica ou por solda – determinação da resistência à tração – método de ensaio; NBR 8953 – Concreto para fins estruturais – classificação por grupos de resistência – classificação; NORMAS TÉCNICAS RELATIVAS AO CONCRETO ARMADO NBR 8965 – Barras de aço CA 42S com características de soldabilidade destinadas a armaduras para concreto armado – especificação; NBR 9062 – Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado – procedimento; NBR 11578 – Cimento Portland composto – especificação; NBR 11919 – Verificação de emendas metálicas de barras de concreto armado – método de ensaio; NBR 12142 – Concreto – determinação da resistência à tração na flexão em corpos de prova prismáticos método de ensaio; NORMAS TÉCNICAS RELATIVAS AO CONCRETO ARMADO NBR 12519 – Símbolos gráficos de elementos de símbolos, símbolos qualitativos e outros símbolos de aplicação geral; NBR 12654 – Controle tecnológico de materiais componentes do concreto – procedimento; NBR 12655– Concreto: preparo, controle e recebimento – procedimento; NORMAS TÉCNICAS RELATIVAS AO CONCRETO ARMADO Observações: Como toda norma está sujeita a revisões, deve-se verificar qual é norma vigente e se houve atualização (www.abnt.gov.br) A NBR 6118/2014 não inclui requisitos exigíveis para evitar os estados limites gerados por certos tipos de ação, como sismos, impactos, explosões e fogo. Para ações sísmicas, deve-se consultar a NBR 15421, e para ações em situação de incêndio deve-se consultar a NBR 15200; NORMAS TÉCNICAS RELATIVAS AO CONCRETO ARMADO Observações: No caso de estruturas especiais, tais como de elementos pré-moldados, pontes, obras hidráulicas, estruturas off-shore, ou em que se utilizam técnicas construtivas não convencionais, as condições da NBR 6118/2014 ainda são aplicáveis, devendo no entanto ser complementadas por outras normasbrasileiras específicas; Desde que seja devidamente justificado, pode-se também utilizar alguns regulamentos internacionais. DICA DE ESTUDO Assistir documentário do History Channel “Maravilhas Modernas – Concreto” http://bit.ly/docconcreto Exemplo de memorial de projeto estrutural http://bit.ly/memorialconcreto CONTATO Email: pedro.franca@live.estacio.br Cel: 83 9.9823-3964 Obrigado!
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