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Anestesiologia: Conceitos e Parâmetros Vitais

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CLÍNICA CIRÚRGICA I 
Aula prática - Martielo (10 de agosto) 
REVISÃO FISIOLOGIA, FARMACOLOGIA, CÁLCULO DE DOSE E INTRODUÇÃO ANESTESIOLOGIA 
 Anestesiologia engloba desde o pré-operatório até o pós-operatório! 
 A anestesia geral atua com uma série de mecanismos, nunca ninguém bateu o martelo pra dizer que 
ela acontece de tal forma, pois atua em diversos locais (provavelmente a anestesia geral atua em tal 
receptor, mas não é só nele, age em tudo). 
 Conceito de anestesia: ausência de sensibilidade 
 Anestesia local envolve ausência de sensibilidade em determinado local. Já anestesia geral 
vai desligar literalmente a sensibilidade do corpo, porém tem que preservar parâmetros 
vitais. 
 A anestesia geral precisa mais do que o animal estar em hipnose, estar dormindo, contido. Precisa 
ter miorelaxamento (não pode ter nenhum reflexo voluntário) e precisa ter analgesia (muito 
importante). 
 E mesmo dormindo, o animal tá sentindo dor? Não, dor ele não sente, porque não 
interpreta a informação, mas ele tá tendo toda a resposta em cadeia da dor e isso quando 
ele acordar, se não foi feito um analgésico adequado, vai receber toda essa informação 
(acorda gritando, vocalizando ou acorda muito quieto, sem se mexer). 
 A anestesia vai envolver o sistema nervoso central e também o periférico, relacionando com o 
sistema cardiovascular e o pulmonar. 
 Se eu utilizar um fármaco errado para fazer anestesia, acabo comprometendo o cardíaco e 
o pulmonar! 
 Temos duas situações: o anestésico ou sedativo ou analgésico pode agir no sistema nervoso 
e indiretamente resultar em alterações no cardíaco e pulmonar ou ele pode simplesmente 
chegar direto no cardíaco e causar toxicidade. 
 O que precisa chegar em todas as células é o oxigênio e isso reflete em metabolismo. Então em toda 
a nossa fisiologia baseia-se em fornecer oxigênio para a demanda do metabolismo. 
 Então quanto mais atividade cerebral temos, o teu cérebro tá aumentando o metabolismo, 
que por sua vez vai requisitar mais oxigênio, que por sua vez vai forçar os sistemas a 
trabalhar mais eficaz pra fornecer esse oxigênio (mesma coisa quando tu tá correndo e te 
dá taquicardia e aumento da respiração, porque teus músculos precisam de mais oxigênio 
e pra chegar mais oxigênio o sistema cardiovascular e o pulmonar tiveram que se ativar 
então a taquicardia é um resultado do aumento da demanda de oxigênio). 
 
 
 
 
 
 
FC 
Pulso 
PA 
DC 
Sistema cardiovascular 
Frequência cardíaca (não tem um valor fixo, depende muito do animal) 
 Um animal de tamanho mediano, esperamos uma frequência de 100-120 bpm. 
Agora não posso esperar essa mesma frequência para um dogue alemão que 
deve ser de 50-60 bpm. Num pinscher esperamos 140-160 bpm. Felino 180-200 
bpm. 
 Quanto menor a massa corporal do animal, maior a frequência cardíaca, porque 
o metabolismo é mais acelerado, precisa de mais oxigênio. 
 Então durante a anestesia é óbvio que a frequência cardíaca vai cair. Isso não é 
ruim, é esperado, pois cai o metabolismo, aí diminui o requerimento de oxigênio 
e o coração pode trabalhar mais devagar. 
 É esperado uma queda no metabolismo, da frequência cardíaca em torno 
de 20-30% durante a anestesia. 
 A gente trabalha com um valor mínimo de frequência de 60 bpm. Abaixo 
disso não quer dizer que ele tá muito mal, mas a chance de o paciente 
ter uma parada é muito grande, pois o coração tá muito lento. 
 Ressaltando que um pinscher com frequência de 60 bpm tá muito ruim, 
enquanto que um dogue alemão tá bom. 
 Paciente que está com infecção, uma sepse, vai tá com a frequência 
cardíaca bem alta, porque ativa todo o organismo, fica em 
hiperatividade, aumenta a demanda de oxigênio e dá taquicardia. 
 Aumento da frequência cardíaca na anestesia: vai indicar principalmente dor ou 
ação de fármaco (fiz algum fármaco que dá taquicardia) ou ainda pode ser uma 
compensação da pressão arterial. 
 Diminuição da frequência cardíaca na anestesia: também pode ser fármacos, 
pode estar relacionada com a pressão arterial ou profundidade anestésica 
(quaseeee morrendo). 
Pulso 
 Um pulso forte indica que a pressão arterial tá boa ou elevada, eles tem correlação, mas o ajuste 
dele é muito fino, depende da experiência e em diversas situações não diz muita coisa. Por ex.: chega 
um cachorro meio mal e palpa pulso da artéria femoral. Gente, pra perder o pulso femoral, o animal 
tem que tá morto, porque ele é central. 
 O organismo não é burro, frente a qualquer alteração, primeira coisa que ele vai fazer é 
redirecionar todo o sangue dele pra parte central. É certo quando vai palpar pulso, vai 
palpar o periférico (patinhas, orelhas, língua, base da cauda), porque se ele tá com pulso 
periférico, eu tenho grande chance de estar com a pressão normal, a não ser que ele tenha 
algum bloqueio de alguma via que faça vasoconstrição. 
 O pulso quer dizer se tá chegando sangue ali. Porque o pulso nada mais é que a diferença entre a 
pressão arterial sistólica e da pressão arterial diastólica (não é a média). Por ex.: a pressão arterial 
do animal é 120 por 80 (120-80=40), então o que eu tô sentindo pulsar é o 40. 
 Pensem assim: tenho um animal hipertenso que tem pressão arterial de 140 por 100, a 
diferença ainda é 40, então vamos sentir o pulso na mesma intensidade. Numa situação 
inversa, o animal hipotenso com pressão arterial de 80 por 40, a diferença ainda é 40. 
Então nessas três situações, eu tô sentindo o pulso da mesma maneira, ou seja, não tenho 
como dizer se o animal tá hipotenso, normotenso e hipertenso pelo pulso, e sim somente 
com a pressão arterial. 
 O pulso é utilizado para saber se tá chegando sangue nas extremidades, pode ser utilizada também 
pra contar frequência cardíaca. 
 
Pressão Arterial 
 Parâmetro fácil de medir e muitas vezes é negligenciado. Conseguimos guiar bem mais a anestesia 
com base nesse parâmetro do que com os outros, porque ele altera rápido e é um bom indicativo 
de como esse animal está com a anestesia. 
 A pressão arterial vai nos dizer se o sangue está chegando adequadamente nos órgãos. 
 A pressão arterial sistólica (PAS) não pode ser inferior à 90 e a pressão arterial média (PAM) não 
pode ser inferior à 60. Abaixo de 90, o organismo não consegue gerar pressão de pulso suficiente 
em rins, vísceras e principalmente também no sistema nervoso central (abaixo disso estamos tendo 
morte renal, morte cardíaca, morte do snc aos poucos). 
 A gente sabe que só vai ter falência renal quando 75% do rim for afuncional e isso acontece ao 
longo da vida do animal. Então um animal hígido, ao longo da vida vai perdendo e chega no final 
da vida com mais ou menos uns 30% da capacidade renal, mas ele ainda não é nefropata, consegue 
viver com 30% dos rins. 
 O problema é se eu fizer uma anestesia de baixa qualidade, acabo perdendo 20, 30, 40 ou até 50% 
do rim, só que no pós-operatório não se percebe, porque o animal tá produzindo urina, a creatinina 
tá normal. E aí ao longo da vida, vai tendo aquela perda renal e chega aos 10 anos com insuficiência 
renal, aí vai puxar a ficha e ele foi anestesiado com 2-3 anos de idade. 
 Aumento da pressão arterial na anestesia: principalmente por dor, fármaco que eleva a pressão e 
pode ser por compensação de frequência cardíaca. 
 Se eu tiver uma elevação abrupta da pressão arterial, o cardíaco consequentemente baixa 
pra compensar. Da mesma forma que se a pressão arterial baixar muito, o cardíaco eleva 
pra compensar. 
 Imaginem lá na cirurgia, do nada baixou a frequência cardíaca e você tá monitorando só 
frequência cardíaca, aí vamos pensar que a anestesia tá muito profunda. Nisso vamos 
diminuir a anestesia, mas pode ser que baixou o cardíaco pra compensar a pressão arterial 
que seelevou por dor. Ou seja, o animal tá acordando e eu tô diminuindo a anestesia, aí 
o animal salta da mesa ou tem uma resposta extrema à dor e entra em choque. 
 Outra situação é quando aumenta a frequência cardíaca e tu entende que o animal tá com 
dor, aí administra um analgésico que vai diminuir o cardíaco e o respiratório, ai teu animal 
morre. Isso ocorre porque pode ser que a frequência cardíaca tenha se elevado não por 
dor, mas sim por diminuição da pressão arterial por perda de sangue, por exemplo. 
 Em um animal hígido, numa castração, não teremos essas alterações bruxas. O mais comum é 
aumentou cardíaco, tá com dor, baixou cardíaco, anestesia profunda. 
 
 
 
 
As vezes o animal tá mal e a 
frequência cardíaca e respiratória 
estão normais, mas quando mede 
pressão arterial foi de 100 pra 200. 
Débito cardíaco (é o que manda em tudo, mas não tem como mensurar clinicamente) 
 O débito cardíaco envolve todas as outras variáveis que nós vimos acima. 
 É o quanto o coração consegue bombear de sangue por minuto. 
 Em humanos, o debito cardíaco é de 5 litros/minuto (normalmente a cada batimento larga 
em torno de 100-200 ml). 
 Em animais é em torno de 100-200 ml por quilo (cachorro de 2 kg bombeia 2 litros de 
sangue/minuto). 
 Quanto maior a frequência cardíaca, maior o débito cardíaco (se ele tá trabalhando mais rápido, vai 
tá jogando mais sangue na circulação, até certo ponto). 
 Vai chegar num ponto que a frequência cardíaca é tão alta que vai diminuir o débito, 
porque o coração ele consegue jogar pra fora o que entrou nele. Se ele bater muito rápido, 
o tempo de enchimento dele diminui, então ele tá jogando menos sangue a cada batida. 
 Na frequência cardíaca fisiológica, o débito tá normal. Quando a frequência começa a se 
elevar demais, diminui o débito cardíaco, assim como se ele bater muito lento, vai baixar 
o débito (os dois extremos comprometem o débito). 
Taquicardia/bradicardia comprometem o débito cardíaco! 
 Uma pressão arterial muito baixa, resulta em baixa perfusão de órgãos e então acaba 
voltando menos sangue pro coração e diminui o débito. 
 Por outro lado, uma pressão arterial elevada dificulta o trabalho cardíaco, porque o 
coração vai ter que vencer uma resistência maior pra saída do sangue, então também baixa 
o débito. 
 Precisou de mais sangue no tecido, aumenta o débito. Precisou de menos sangue no tecido, 
diminui o débito. 
 Muitas vezes a anestesia mexe nisso aí. Tem um tecido que precisa de mais sangue, mas a 
tua anestesia provocou uma bradicardia. 
 
Sistema respiratório 
 
 Sistema mais tranquilo de trabalhar na anestesia, porque eu tenho controle sobre ele (se o animal 
parou de respirar, eu faço isso por ele, manual ou por máquina). 
 Por mais que tenha um pulmão muito bom, o oxigênio só vai passar do pulmão pro sangue se tiver 
chegando sangue nele. Se temos comprometimento do cardíaco, não passa sangue pelo pulmão e 
não leva oxigênio (pulmão se enche de oxigênio, mas joga tudo fora porque não consegue passar 
pro sangue). 
 
 
PROTOCOLO RUIM: CETAMINA + XILAZINA 
 
 
 
 
 Protocolo horrível de segurança! 
 Do ponto de vista ético, a analgesia é possível contornar adicionando um analgésico. 
 O grande vilão desse protocolo é a xilazina. 
 A cetamina diminui a frequência cardíaca e eleva a pressão arterial, ás vezes acima do fisiológico, o 
que diminui o débito. 
 O que vai influenciar nisso é a dose. Se eu utilizar doses analgésicas que é complementar à 
anestesia, ela não vai alterar isso aqui de forma significativa. Mas se eu utilizar doses 
elevadas pra anestesiar um animal, vai ter taquicardia e elevação da pressão arterial. 
 A elevação da frequência cardíaca e pressão arterial pela cetamina é mediada pela liberação 
da adrenalina, então não é ação direta nos órgãos, é uma consequência. 
 O problema é que a xilazina vai lá em receptor central e causa diminuição da frequência 
cardíaca e uma elevação da pressão arterial, também deixa o coração mais fraco. 
 Aí tu pensa a taquicardia da cetamina com a bradicardia da xilazina vai deixar a frequência 
normal, só que não. Isso porque a xilazina tem ação central, então a chance de tu ter 
bradicardia é muito grande, raros animais conseguem manter a taquicardia. 
 Então a gente tem um coração fraco, batendo mais lento, cai muito o débito cardíaco e 
ainda vai ter que vencer uma resistência desumana que é a de dois fármacos elevando a 
pressão arterial. 
 Esse aumento de pressão arterial causa problemas no coração, pois as vezes não vence essa 
resistência e o sangue volta lesando a válvula; nos rins, pois essa pressão absurda vai causar 
lesão no parênquima renal e principalmente retina (animal volta cego da cirurgia). 
 Se a gente fosse medir o débito cardíaco com esse protocolo, garanto que não passa de 20 ml. 
FC 
PA PA 
FC 
 Muitos profissionais mediante a bradicardia, administram a atropina. Só que aí vamos ter aumento 
da contração, só que não vai levar mais sangue, porque o coração segue fraco. 
 Isso tudo altera o sistema respiratório também, que ao receber xilazina + cetamina passa a ter PO2 
de 40 mmHg e o normal seria de 80-100 mmHg, porque tá tudo em vasoconstrição e o sangue não 
entra no pulmão. Além disso, a chance de se ter edema pulmonar é muito grande e todo esse sangue 
acumulado na circulação central acaba aumentando a pressão hidrostática e extravasa líquido. 
 Em ovinos, é muito comum ter edema pulmonar. 
 A grande vantagem da xilazina + cetamina pra contenção, mas pra cirurgia não dá, já que não causa 
analgesia e nem te segurança. 
 
 
Farmacocinética: como o medicamento caminha pelo organismo (absorção, distribuição, metabolização e 
excreção). 
Farmacodinâmica: como o medicamento atua (acepromazina age em receptores de dopamina). 
 O que eu quero que saibam é por qual via é administrada, dali a quanto tempo vai ocorrer 
o efeito, quanto tempo dura, qual a dose. 
 
Absorção 
 Caminho do fármaco até chegar ao sangue (anestésico intravenoso não tem absorção, vai direto pro 
sangue). 
 Na anestesia, a gente só vai utilizar a via extravenosa quando for administrar medicação pré-
anestésica (intramuscular – faz do lado da coxa, pra evitar o nervo ciático). 
 Volumes muito grandes ou fármacos que ardem ou causam bastante dor é preferível aplicar nos 
músculos lombares, porque a sensibilidade aqui é menor. 
 Depois que eu aplico um fármaco por via intramuscular, o que vai depender pra chegada dele ao 
sangue ser mais ou menos rápido é devido à lipossolubilidade (afinidade dele por membrana 
lipídica). Então quanto mais lipossolúvel, mais fácil ele atravessa as células e mais rápido chega à 
circulação. Ou se for um anestésico intravenoso, isso quer dizer que a ação dele no sistema nervoso 
central é rápida (determina velocidade). 
 Dois exemplos disso é a morfina e a metadona (dois opióides). 
 A morfina é hidrossolúvel, demora 15-20 minutos pra fazer efeito. 
 A metadona é lipossolúvel, demora apenas 5 minutos pra fazer efeito. 
 A xilazina utilizada pra grandes animais é tão lipossolúvel que quase não tem diferença de velocidade 
entre a vida intramuscular e a intravenosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Distribuição 
 Assim que o fármaco é administrado, ele se distribui por todo o corpo e vai ficar circulando até 
chegar no seu alvo de ação. 
 
Metabolização 
 O fármaco quando é metabolizado já começa a ser excretado (que no caso quer dizer que tá 
perdendo o efeito), o qual é transformado em metabólito inativo ou ativo. 
QUANTO MAIS 
PRÓXIMA DA 
COLUNA 
VERTEBRAL, MENOR 
A SENSIBILIDADE! 
 Administramos o fármaco por via intramuscular, quando chega 
ao “efeito”o animal dorme e ainda sobra um pouquinho, a partir 
disso o animal começa a eliminar esse fármaco. 
 Já quando eu faço por via intravenosa, o fármaco já sai numa 
concentração alta e aí vem caindo. Começa mais rápido e termina 
mais rápido também. 
 O repique é melhor quando administrado por via intravenosa, 
porque modula melhor. 
 Se eu repicar a mesma dose por via intramuscular, vai passar o 
“efeito”, porque ele tem toda aquela concentração de fármaco 
residual (por isso que no repique a gente faz 2/3 da dose, pra 
tentar compensar isso aqui). Porém é muito difícil compensar e 
ao longo dos repiques vai alcançar a dose tóxica por cumulativa. 
 NA ANESTESIA DEVE-SE EVITAR A READMINISTRAÇÃO DE 
MEDICAMENTOS!! 
 Na infusão contínua, eu dou a dose inteira por via intravenosa 
para que o animal durma e vou administrando o equivalente ao 
que o organismo tá retirando. Por ex.: se a cada hora, o 
organismo retira 5 mg do fármaco do meu paciente, então a cada 
hora vou administrar 5 mg desse fármaco (propofol e fentanil). 
 Inativo: o fígado pegou o fármaco, desmembra ele e não tem mais ação (fica circulando 
até o rim colocar ele fora). 
 Ativo: passa pelo fígado, é quebrado e o fármaco ainda tem atividade, fica circulando até 
o rim colocar ele fora. Esse é o cara que tem que tomar cuidado. 
Por exemplo: a cetamina é metabolizada no fígado, sendo quebrada em norocetamina, 
então ainda tem efeito circulando. Se o animal é um nefropata ou tiver com a bexiga 
obstruída, não vai rolar usar a cetamina. Porque ela vai sair na urina, vai cair na bexiga, 
por ser muito lipossolúvel vai atravessar a parede da bexiga e vai cair na circulação de 
novo. 
 Metabolização vai depender diretamente do fígado, principalmente. Por isso que em animais 
hepatopatas e idosos a gente tem que fugir dos fármacos que dependam do fígado. Então é muito 
utilizados o propofol e a inalatória para esses pacientes. 
 Isoflurano: cerca de 0,2% é metabolizada pelo fígado e não é metabolizado pelos pulmões, 
ou seja, tudo é liberado na mesma forma. 
 Opióides dependem exclusivamente do fígado para ser metabolizado, isso não quer dizer 
que não vamos utilizar para animais hepatopatas, vamos usar, mas com dose reduzida. 
 
Excreção 
 Nesta fase, temos que tomar o máximo de cuidado com pacientes nefropatas. 
 Se não tiver como verificar a função renal, passa uma sonda e vê se o animal tá produzindo urina. 
Se tá produzindo, ele vai conseguir excretar o fármaco. 
 O animal tem que urinar pra acordar! 
 Quando são administrados xilazina + cetamina para equinos, assim que ele levanta deve-se ajudar a 
posicionar pra urinar pra eliminar mais rápido. 
 
 
Cálculo de doses 
 
Acepromazina 
 Dose: 0,01-0,1 mg/kg (sempre utilizar a dose média 0,05mg/kg) 
 Se tiver um paciente muito debilitado, ou não vamos utilizar esse fármaco (dependendo 
das complicações que ele dá) ou vamos dar a dose mínima. 
Paciente canino de 10 kg 
 
 V= 0,05mg x 10kg/[ ] 
 
 
 
 
 
 
 
Dose: 5µg/kg 
Paciente canino de 10 kg V= 5µg x 10 / 50µg/ml 
[ ]= 0,05 mg/ml= 50 µg/ml V= 1 ml 
 
 
Tiopental (sempre que é em pó, coloca 1 em V1) 
 
 
 
1000mg x 1= 25 mg/ml x V2 1000 mg x 1= 50 mg/ml x V2 
V2= 40 ml para cão e gato V2= 20 ml para equino 
 
V= D x P 
 [ ] 
[ ] - concentração 
% (x10) 1% equivale à 10 mg/ml 
50% equivale à 500 mg/ml 
 
mg/ml x1000 (µg/ml) 
µg/ml /1000 (mg/ml) 
Sempre utilizar o número de “dose equivalente” do frasco! 
Algumas doses são em µg/kg 
C1.V1= C2.V2 
2,5% 5% 
Pede dose na prova, 
geralmente de 2-3 
fármacos mais utilizados. 
Ampolas geralmente são em mg/ml 
A concentração de 
tiopental para pequenos 
animais não pode passar 
de 2,5%, pois causa 
necrose do baço! 
Cetamina 
 
 
Tenho uma concentração de 10% (C1) e quero passar pra 1% (C2). 
10% ou 100 mg/ml x 0,1 ml = 10 mg/ml x V2 
V2= 1 ml (volume final – cetamina + solução) 
0,1 ml de cetamina + 0,9 ml de solução 
 
 O certo seria fazer o acesso venoso antes da MPA, mas muitas vezes o paciente não colabora! 
 Quanto maior a numeração do cateter, mais fino ele é. 
 24G: utilizar para pacientes com menos de 1 kg ou um vaso muito difícil de pegar. 
 22G: utilizar para gatos e cachorros de pequeno porte 
 20G: utilizar para cachorros acima de 10 kg 
 18G: utilizar para cachorros acima de 20-30 kg e ovinos na veia cefálica 
 14-16G: grandes animais e ovinos na veia jugular 
 
Fluidoterapia da cirurgia 
 Utilizada por causa do sangramento, do jejum, da desidratação por evaporação da cavidade que 
tá aberta que é igual à mais ou menos 10 ml/kg/h. 
 
Se é um paciente de 10 kg, ele tem que tomar 100 ml/hora. 
 
 
 
 
 
 
 
No microgotas, se eu pegar o valor que o animal tem que tomar (por ex. 100 ml/hora) e dividir por 60, já 
vai dar o valor em gotas/segundo direto. 
 
No macrogotas, se eu pegar o valor total que deve ser administrado ao animal e dividir por 3, vai dar o 
valor em gotas/minuto, aí divide de novo por 60 e dá gotas/segundo. 
 
Em caso de fazer infusão contínua de anestésico, por exemplo, propofol: 
 Um animal de 10 kg tem que ser colocado 100 ml/hora de fluidoterapia e a gente calculou 
propofol numa dose de 20 ml/hora. Então a gente vai colocar 80 ml de fluido + 20 ml de 
propofol. 
 
 
Teórica – Profº Fabrício (10 de agosto) 
 
 
 
 
 
 Tudo que se faz na cirurgia (regras) é para evitar a infecção cirúrgica! 
 
Infecção cirúrgica: 
 Deve-se evitar 
 Se caso ocorrer, deve-se saber diagnosticá-la 
 Se caso ocorrer, deve-se saber tratar essa infecção 
É muito mais inteligente evitar a infecção ao invés de trata-la! 
Prova 1 – 5 de outubro Trabalho 1 – entrega 15 de setembro 
Prova 2 – 7 de dezembro Trabalho 2 – entrega 29 de setembro (?) 
Trabalho 3 – entrega 20 de outubro 
Trabalho 4 – entrega 17 de novembro 
 
C1.V1= C2.V2 
Volume inicial (V1): o quanto que eu quero diluir 
da cetamina pra chegar no volume final (diluir o 
frasco todo- 10 ml ou pra um animal só – 0,1 ml) 
Microgotas (60 gotas 1 ml) 
 100 ml/hora 6000 gotas/hora ÷ 60 
 100 gotas/minuto ÷ 60 
 1,6 gotas/segundo +/- 3 gotas/2 segundos 
Macrogotas (20 gotas 1 ml) 
 100 ml/horas 2000 gotas/hora ÷ 60 
 +/- 33 gotas/minuto ÷ 60 
 0,57 gotas/segundo +/- 1 gota/2 segundos 
Cirurgia atraumática e asséptica 
 Quando falamos em evitar a infecção cirúrgica estamos falando também em realizar a cirurgia 
atraumática (com menor grau possível, pois sempre irá existir trauma) e asséptica. 
 O rompimento excessivo das células pelo trauma cirúrgico propicia a saída de enzimas (qualquer 
célula rompida libera enzimas) que retardam a cicatrização (quando lesa a célula, esta libera 
enzimas que vão causar inflamação e seus sinais, retardando a cicatrização favorece a infecção). 
 
Louis Paseur: ao invés de eliminarmos os germes, seria mais inteligente não introduzi-los! 
Pessoa mais importante para a cirurgia (pai da cirurgia moderna): HALSTED – William S. Halsted, 1913 – 
Métodos pioneiros na defesa da técnica cirúrgica asséptica e meticulosa (cirurgia sem contaminação) 
 
Conceitos histológicos de Halsted: 
 Tecidos vivos são formados por células unidas por tecido elástico. 
 Trauma cirúrgico ocorre por liberação de enzimas e essas enzimas causam a inflamação, edema. A 
inflamação, o edema e o retardo da cicatrização favorecem a infecção. 
 Foi Halsted que disse que é melhor fazer uma incisão menor para causar menos danos ao paciente, 
se recuperando muito mais rápido da cirurgia. 
 
Princípios de Halsted (dizem que cai em prova) 
 Cirurgião sem tensão (a tensão é diminuída com conhecimento).Movimentos mínimos e precisos 
 Saber exatamente o que está fazendo 
 Acessar a linha alba (união dos retos abdominais), 
 Baço está localizado na curvatura maior do estômago, pâncreas está entre o duodeno 
descendente e o duodeno ascendente, a bexiga está localizada retro- umbilical (vazia se 
encontra na cavidade pélvica e cheia se encontra na cavidade abdominal), fígado 
localizado lado direito cranial. 
 Dissecar somente o indispensável. 
 Reduzir a exposição dos tecidos (quanto mais o tecido é exposto mais evapora líquidos dele, mais 
irrita o tecido, mais morre células, voltando ao problema já comentando que é a liberação de 
enzimas). 
 Manipulação suave (para não haver ruptura dos órgãos). 
 Uso de instrumentos e técnicas corretas (não se deve fazer uma uretrostomia (comunicação da 
uretra com meio exterior) com uma pinça grande na qual vai causar danos a uretra. 
 Evitar o ressecamento tecidual (vai ocorrer morte celular, liberando enzimas). 
 
Desenvolvimento da infecção 
 Condições da ferida (exemplo: tecido necrótico favorece a infecção). 
 Tempo da cirurgia (quanto mais longo, maior risco de infecção). 
 Extensão da dissecação e manipulação (quanto maior a dissecação, maior vai ser o trauma 
cirúrgico). 
 Experiência do cirurgião (quanto maior a experiência a tendência é ter menor infecção). 
 Antibióticos pré, trans e pós (não adianta suprir a ineficiência utilizando antibiótico, causa custo, 
trauma desnecessário e resistência). 
 
A resistência (menor resposta imunológica): 
 Obesidade: tecido gorduroso tem pouca vascularização, quanto mais obeso é o paciente mais 
suscetível a infecção ele é. 
 Idade avançada: quanto mais idoso o paciente menor é a resistência, menor resposta imunológica 
ele tem. 
 Diabetes: pacientes com diabetes menor resposta imunológica possuem. 
 Infecções distantes: é inviável, por exemplo, fazer um procedimento cirúrgico com o animal que 
possui a cavidade bucal bastante comprometida, por isso nunca se deve fazer limpeza bucal do 
paciente em um procedimento de castração, pois na limpeza vai ser liberada grande número de 
bactérias na corrente sanguínea que podem causar infecção no procedimento cirúrgico. 
 
Deve-se apoiar o dedo mínimo para fazer a incisão para não haver tremor e o fatiamento do 
procedimento! 
 
 A contaminação pode ser por fontes exógenas (ar, ambiente, contato direto com pessoas não 
paramentadas, contato direto com equipamentos não esterilizados, o próprio paciente pode ser 
fonte de contaminação pela pele, por exemplo, ou através de bactérias nas gaiolas, gramas que 
podem contaminar a ferida). 
 Existe uma flora transitória e residente. O nosso objetivo na antissepsia de mãos e braços é 
eliminar a flora transitória e diminuir a residente, a cada hora de procedimento elas saem e 
começam a colonizar novamente a superfície da pele, por isso o antisséptico ideal deve possuir 
efeito residual para que ao longo dos minutos ele ainda tenha efeito. 
 Há como fazer esterilização (terminar com todos os organismos vivos) da pele? NÃO, somente 
com a caloria, o que torna inviável. 
 Endógenas: contato através da borda, infecção distante… não consegui pegar 
 
Causas sistêmicas da diminuição da resistência orgânica: 
 Idade 
 Estado nutricional - obesidade e caquexia (paciente debilitado tem maior chance de apresentar 
infecção) 
 Corticoides- deficiência ou excesso (diminuem a resposta imunológica do paciente) 
 Choque- ineficiência do organismo de perfundir um tecido, baixou a pressão o animal pode entrar 
em choque, pois não está chegando sangue e células de defesa. 
 Irradiação - utilizado para neoplasias (pode causar alterações na cicatrização) 
 Malignidade- por exemplo a leucemia na qual causa retardo na cicatrização 
 Queimaduras- traumas de pele, primeira linha de defesa no organismo é a pele, o maior 
problema da queimadura a longo prazo é a infecção. 
 Esplenectomia- hoje é discutível, hoje em dia sabe- se que não causa tanta alteração 
 Margem 
 
Seroma – acumulo de líquido no subcutâneo 
 
Fatores locais que diminuem a resistência 
 Tecido necrosado- quando chega um paciente com grande quantidade de tecido desvitalizado é 
necessário tirar esse tecido, se permanecer o tecido não cicatriza (enquanto não tirar tudo que 
atrapalha a cicatrização, o tecido não cicatriza), tecido necrosado e corpo estranho como o fio 
sutura pode atrapalhar a cicatrização, deve-se utilizar o mínimo possível do fio de sutura e o 
menor calibre possível para a nesse caso em questão. 
 Perfusão local diminuída: o sangue precisa chegar ao local para levar oxigênio 
 Corpo estranho- sutura 
 Hematoma 
 Espaço morto- redução do espaço morto é quando e feita uma cirurgia descolou através da incisão 
pele-subcutâneo- músculo, se for realizada somente a sutura da pele ocorre o aparecimento do 
espaço morto, todas as células que foram lesadas liberam líquidos que irá causar o seroma 
(acúmulo de líquido no subcutâneo), com o seroma vai demorar para cicatrizar e se por ocasião 
alguma bactéria aparecer naquele local vai ocasionar infecção, o correto é suturar primeiro o 
subcutâneo e depois suturar a pele, deve ser respeitada essas sequência para reduzir o espaço 
morto, se caso não for possível reduzir o espaço morto deve ser colocado um dreno no local. 
 
Classificação das feridas cirúrgicas 
 Ferida limpa: sem contaminação e cicatrização por primeira intenção (quando direcionamos a 
cicatrização). Ex: ferida cirúrgica é feita a incisão e logo rafia (sutura). 
 Ferida limpa-contaminada: contém clinicamente um grau significante de contaminação. Ex: trato 
urinário, GI, etc (dose de antibiótico antes do procedimento por via intravenosa – antibiótico 
profilático) 
 Ferida contaminada: presença de inflamação, mas sem pus. Ex: perda de conteúdo gastrointestinal 
 Ferida suja ou infectada: presença de pus. Ex: víscera perfurada (tem que fazer antibioticoterapia 
de 5-7 dias). 
 
Classificação do instrumental cirúrgico 
 Itens Crítico: introduzidos abaixo da pele e devem ser esterilizados (tem contato com sangue). 
 Itens Semi-críticos: em contato com as mucosas, preferencialmente esterilizados. 
 Itens não críticos: não entra em contato direto com o paciente. Por exemplo: balão de oxigênio, 
aparelho de anestesia. 
 
 
Esterilização: destruição de todos os germes, patogênicos ou não (objetos inanimados) 
Desinfecção: destruição de quase todos os germes (não consegue esterilizar a sala cirúrgica e sim realizar a 
desinfecção) 
Antissepsia: são manobras que impedem a proliferação de bactérias (tecidos vivos). Ex: braços da equipe, 
pele do paciente. 
Assepsia: conjunto de manobras que visa a diminuição dos organismos patogênicos. Todos os 
procedimentos que evitam infecção dos tecidos durante as intervenção cirúrgicas (antissepsia – tecidos vivos, 
desinfecção – objetos inanimados e esterilização – objetos inanimados). 
 
 Consciência cirúrgica (ex. coçar a orelha na cirurgia e trocas as luvas, saber o que é errado e exercer 
as formas de evitar o errado) 
 São todos os passos anteriores juntamente com o conhecimento da técnica a ser empregada. Atuar 
de forma correta, independentemente da situação. 
 
Controle da contaminação 
Regras básicas para a esterilização: 
 Limpeza rigorosa de todo material a ser esterilizado, visando a remoção principalmente de matéria 
orgânica, não adianta colocar na caixa material cheio de sangue (matéria orgânica) e colocar para 
esterilizar. A função do instrumentador é lavar o material, secar, embalar e colocar para esterilizar. 
 Todas as partes do material devem estar dispostas de forma que sejam facilmente atingidas pelo 
agente esterilizante. 
 Manutenção da propriedade esterilizante (após a esterilização), através de empacotamentoe 
armazenamento correto. 
 
Formas de esterilização 
Formas físicas (métodos físicos mais confiáveis) 
 Filtração: medicamentos passados por filros 
 Radiação: não se usa na rotina do hospital 
 Energia térmica: 
 Calor seco 170 graus por uma hora (estufa) 
 Calor úmido (auto- clave), ajustar os instrumentos cirúrgicos na caixa de forma adequada 
para o vapor passar. 
 Autoclave (indicadores químicos e indicadores biológicos) 
 Há fitas que são colocadas juntas com material esterilizado e quando é atingido o calor 
de 128 graus essa fita muda de cor. É importante para saber se a temperatura correta foi 
atingida, porém para um material ser esterilizado deve atingir a temperatura e manter 
essa temperatura ideal durante 20 a 25 minutos. Essas fitas somente indicam a 
temperatura que atingiu, mas não o tempo que se manteve, dessa maneira há um teste 
(ampola) que deve ser colocado na autoclave que possuem bactérias resistentes ao calor, 
logo se pega essa ampola e faz um meio de cultura, se caso houver algum crescimento 
bacteriano a autoclave está apresentando problema. 
Não deve-se colocar a caixa fechada na autoclave, pois impede a entrada de vapor que é o agente 
esterilizante! 
Formas químicas 
 Morte de matéria orgânica por contato direto, alguns materiais não podem ser submetidos a calor 
extremo, não são tão confiáveis por que podem diluir e não fazer efeito. 
 Quanto mais variáveis forem necessárias para um método de esterilização, maior chance desse 
método ser problemático. Exemplo: o tempo para gases, líquidos, vapor, filtração e radiação é 
importante, já temperatura para filtração não é importante, o PH para gases é importante, pressão 
para gás é importante. Dessa maneira existem vários itens que devem ser levados em consideração, 
quanto mais itens que devem ser levados em consideração mais difícil o método de esterilização. 
 Na cirurgia 95% do material é auto clavado. 
 
Capacidade do desinfetante hospitalar ideal 
1. Capacidade de destruir esporos 
2. Não ser corrosivo 
3. Não é irritante 
4. Não deixa resíduos 
5. É estéril 
6. É eficiente em curto tempo 
7. Possui estabilidade na presença de matéria orgânica 
8. Não ter mal cheiro 
9. Fácil aquisição 
 
 
 
 
Desinfetantes de primeiro grau 
 Destroem todas as formas de vida ou seja, bactérias, esporos, vírus...possuem dessa maneira ação 
esterilizante, por exemplo: formaldeído, glutaldeido, hidróxido de etileno, peroxido de hidrogênio 
em alta concentração. 
 O formaldeído não é utilizado hoje em dia por ser carcinogênico. 
 
Desinfetantes de segundo grau 
 Não possuem ação em esporos. 
 Ex. composto clorados, iodóforos, álcool iodado, álcool 70 e 90 possuem uma ação intermediária 
de primeiro e segundo grau, formaldeído de 3 a 4 % tem ação intermediária entre primeiro grau e 
segundo 
 Compostos fenólicos não são utilizados hoje em dia devido a toxidade (segundo e terceiro grau). 
 Os melhores desinfetantes são os de primeiro grau (formaldeído, glutaraldeído). 
Desinfetantes de terceiro grau 
 Utilizados somente sobre formas vegetativas, não tem ação da tuberculose, nem ação esporicida e 
viricida. 
 
Diferença entre desinfetantes e antissépticos 
 Os desinfetantes são utilizados em materiais inanimados e antissépticos para pele da equipe e 
paciente. 
 Normalmente o antisséptico pode ser um desinfetante em uma concentração menor 
 O antisséptico basicamente tem a mesmas características ideais do desinfetante ideal, 
principalmente em não interferir no processo de cicatrização. Ex.: PVPI existe o tópico a base de 
água, alcoólico a base de álcool e o degermante (com detergente). 
 
Antissépticos 
 Ex.: álcool iodado, líquido de dakin 
 Desinfetantes usados na pele ou em feridas. Ex.: antissepsia da equipe ou do paciente 
 Agente antissépticos, agentes de superfícies (sabões), compostos halogenados e derivados. 
 
Causas de contaminação: muita conversa, movimentação, pessoas na sala, desconhecimento de 
procedimentos e principalmente o não seguimento de procedimentos. 
 
Funções 
Cirurgião: ajuda na tricotomia, entra no bloco e se paramenta, preenche a ficha do pós-operatório. 
Intrumentador: entra no bloco, se paramenta e prepara a mesa cirúrgica. 
 Importante: o instrumentador deve após o procedimento lavar e secar o material. Deve ser feita 
essa lavagem e secagem de forma correta para a durabilidade dos materiais cirúrgicos. 
 
Lixo branco (tipo A): tudo que tiver sangue, secreções contaminantes. 
Lixo amarelo: ampola, agulha, cateter, lâmina de bisturi. 
 
 
 
(17 de agosto) – Prof Fabrício 
TÉCNICAS CIRÚRGICAS 
Existem três passos para a cirurgia básica: 
 Diérese: Incisão 
 Hemostasia: Parada do sangramento 
 Síntese: Rafia, ou seja sutura – Fios, adesivos, grampos 
 
A cirurgia é uma disciplina muito descritiva. Se descreve o procedimento, de forma sucinta. Ao final do 
procedimento, é feito uma descrição do que foi feito e o que aconteceu no procedimento. 
 OBS: Quando pedir para descrever a técnica na prova, tem que dizer tudo desde o pré-operatório, só 
descreve do começo da cirurgia se pedir após o posicionamento do paciente na calha. 
É importante mentalizar o que vai ser realizado antes de começar o prodecimento. 
- Primeiramente foi descoberta a anestesia, depois a antissepsia e essas contribuíram pra cirurgia atual. 
 
 Antissepsia 
 Anestesia 
 
 Ambas dependem uma da outra. 
 
Cirurgia atual 
Fatores importantes que contribuíram para a cirurgia: 
Controle da dor 
Controle do sangramento 
Controle da infecção 
 
Falar que foi realizado um processo cirúrgico e não uma cirurgia. 
 Objetivos: Restituir a saúde (animais de companhia), qualidade de produção e qualidade de trabalho 
(animais de produção). 
 Uso: Valorizar animais de companhia, aumentar valor econômico dos animais, corrigir através de 
cirurgias cosméticas ou plásticas. 
Diagnóstico e tratamento de doenças, pesquisa através da cirurgia experimental. 
 Finalidades: Salvar vidas. Reestabelecer a função – qualidade de trabalho. 
 Fatores limitantes: Econômicos, atitude do proprietário. 
 
Classificação 
Quanto à atividade: 
 Reparação de feridas 
 Cirurgia extripativa: Extirpar órgãos ou tumores 
 Cirurgia reconstrutiva: Animais atropelados, multifraturados, as vezes neoplasias que não tem pele 
para fechar 
 Fisiológica: Vai alterar a fisiologia – ex: OSH. Pode ser tratativa ou preventiva 
 
Quanto ao tipo de cirurgia: 
 Leve: Sem perigo de vida 
 Grave: Com perigo de vida 
 Simples 
 Composta 
 Incruenta: Menor grau de sangramento, às vezes nem sangra 
 Incruenta: Maior grau sangramento 
 Regulares: Normas pré-estabelecidas 
 Irregulares: Sem planejamento 
 Radical 
 Paliativa 
 Corretiva 
 Urgente: Apresentação grave, porém tu pode estabilizar o paciente – ex. piometra 
 Emergência: Risco de morte imediato, vai direto pro bloco 
 Eletiva: Apresentação não grave, pode agendar com tempo 
 
De acordo com especificidade: Depende do sistema afetado 
 Cardíaca 
 Oftálmica 
 Microcirurgia 
 
Técnica cirúrgica Geral: Estudas manobras gerais que são aplicadas em qualquer procedimento. Diérese, 
hemostasia, síntese. Como vou empunhar os instrumentos, como utilizar os fios... 
 
Técnica cirúrgica Especial: Além da cirurgia, o que vai se fazer especificamente em um determinado 
procedimento. Manobras especiais para o procedimento. 
 
Técnica cirúrgica: 
 Tempos operatórios: Reunião de manobras de várias manobras, executadas em determinada 
região, ex. tempo para abrir a cavidade abdominal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cirurgia moderna 
Pré operatório: Preparar o animal para o procedimento. Étudo que ocorre antes da incisão. 
 Avaliação pré-anestésica 
 Coleta de material 
 Limpeza do instrumental 
 Banho para diminuir a carga microbiana; 
 Tricotomia ampla para não entrar pelos no procedimento. 
O tricótomo causa micro lesões podendo inflamar, por isso se possível se utiliza a máquina e se 
realiza a tricotomia na hora do procedimento pois se for feito muito antes, vai ter uma inflamação 
ali. OBS: Em grandes animais se usa mais o tricótomo, pois é difícil usar máquina já que o animal é 
grande. 
 Jejum: 8/10-12h 
 Jejum hídrico: 2-6h 
 Fluidoterapia 
 Antibiótico profilático quando necessário 
 Antiemeticos quando necessários 
Contenção 
Tranquilizante 
Preparação do campo 
Posicionamento da mesa 
Antissepsia da pele 
Monitoração: Paciente sob monitoração eletrocardiográfica, pressão arterial, fluido, termômetro 
retal, estetoscópio esofágico. 
 
Lavagem cirúrgica de mãos e braços: 
 1ª lavagem 30s à 1min para retirada da gordura da pele 
 2ª lavagem 3 à 5min é a lavagem realmente efetiva. 
 Após isso, se coloca o avental cirúrgico e as luvas. 
 
 
Antissepsia do paciente: 
QUEM FAZ É O VOLANTE. 
 É feita em toda região da tricotomia e o pelo que está ao redor 
 Utilizar álcool iodado primeiro e PVPI depois, pois o álcool iodado retira a gordura mas tem 
menos tempo de ação, já o PVPI tem ação mais potente mas é mais demorado para ter a 
efetividade, então até o cirurgião se preparar ele tá diminuindo a carga bacteriana. 
 Utilizar gaze e pinça 
 Utilizar luva de procedimento – volante 
 Pode fazer uma primeira escovação com degermante 
 
Colocação dos panos de campo ou delimitação do campo operatório: 
 Campo operatório: Região onde o cirurgião incisa no início de uma operação 
 Muitas vezes se usa campo plástico e o campo de tecido por cima – ESSES SÃO OS PANOS DE 
CAMPO! 
 Por extensão, dá-se também esse nome ao conjunto de tecidos e de órgãos, que pode ser 
percebido através da incisão, quando se mantém os bordos afastados. 
 Existem campos adesivos, que tu cola no animal, e quando tu faz a incisão onde teria pele tem o 
campo, porém são muitos caros. 
 Quanto menos pele melhor, então quanto menor o campo melhor. 
 Colocar o campo de acordo com o posicionamento da incisão: Laterais, caudal, cranial. 
 Pode afastar os campos, mas nunca aproximar o campo. 
 Podem existir campos acessórios que tu coloca para proteger o campo. 
 
Transoperatório: 
 Diérese 
 Hemostasia 
 Procedimentos especiais da técnica 
 Síntese 
 
Pós operatório: Momentos após o último ponto. Pós imediato (até tirar os pontos por exemplo) e tardio 
(Ex. fisioterapia). 
 Monitoramento do paciente 
 Limpeza da ferida cirúrgica com solução fisiológica de 12/12 – 24/24 hrs. Se o proprietário for mais 
atencioso e que tem condições de limpar, pode se indicar o clorexidine. Não se indica a rifocina 
por exemplo, porque o macrófago tem que ir lá e retirar o corante, e acaba retardando a 
cicatrização. 
 Colocação das bandagens: Não tem porque contaminar teoricamente pois foi um procedimento 
estéril, então as vezes se usam como na cirurgia humana o microporo. 
 Administração de medicamentos 
 Retirada de suturas 
 
 
 
 
 
 
Terminologia 
Termo=órgão 
 
 
Prefixo+órgão 
SUFIXOS TIPO 
TOMIA Secção, abertura, incisão 
ECTOMIA Retirada, remoção 
OSTOMIA Ligação, abertura de boca, comunicação com 
meio exterior 
RAFIA Sutura 
PEXIA Fixação 
PLASTIA Plástica, dar nova forma 
PUNCTURA Perfuração 
CENTESE Punção 
CELE Hérnia 
 
Junção dos prefixos e/ou sufixos: 
TORACOTOMIA Abertura do tórax 
ESPLENOCTOMIA Remoção do baço 
EPISIOPLASTIA Plástica da vulva 
VENOPUNCTURA Perfuração da veia 
PARACENTESE Punção de uma cavidade 
GASTROPEXIA Fixação do estômago 
ENTERORRAFIA 
GASTRODUONENOTOMIA 
Sutura do intestino 
União do segmento estomago com o 
duodeno 
 
 
Etapas da técnica cirúrgica geral: 
Instrumentação cirúrgica: Na UFPel se usa a mesa de mayo. 
 
DIÉRESE 
 Divisão de tecidos, manobras cirúrgicas que dividem os tecidos, fazer a incisão. 
 Se usa bisturi, tesoura. 
 SE ABRIR com os dedos também se considera diérese (divulsão romba ou dígito-digital). 
 Cabo de bisturi de Bard Parker: 
Empunhar – Forma de golpe (Animais maiores com o dedo sobre a lâmina 
 – Forma de lápis, onde se pega como um lápis e apoia o minguinho (Pequenos 
animais e tecidos delicados). 
 Lâminas da primeira dezena: Cabo 3. Lâminas da segunda dezena cabo 4. 
ORGÃO TERMO 
ADENO Glândula 
CISTO Bexiga 
ENTERO Intestino 
GASTRO Estômago 
ESPLENO Baço 
MIO Músculo 
HISTERO Útero 
NEFRO Rim 
NEURO Sistema nervoso 
OVÁRIO Ovário 
OFTALMO Olhos 
ORQUI Testículo 
OTO Ouvido 
OSTEO Osso 
PNEUMO Pulmão 
TENO Tendão 
VENO Veia 
TRAQUEO Traqueia 
 Tesoura: Empunhadura 1° e 4° dedo nas argolas, 3° dedo nos ramos dando segurança e o 2° dedo 
na articulação. Na pinça hemostática também se empunha dessa forma. 
 
Traçado da incisão: Dermografia – Sentido da incisão, onde vai ser traçada. 
 Azul de metileno 
 Escarificação com agulha ou compressão por fio ou com as costas do bisturi. 
 Lápis dermográfico 
 Sangue 
 Lâmina perpendicular à pele, incidir apenas o necessário ?????? 
 
Secção da pele: 
 Fixação da pele, sob tensão (com mãos, pinças e agulhas), o bisturi vai cortar muito melhor. 
 Sentido da incisão – paciente deitado à tua frente, com a cabeça para a esquerda, a incisão é feita 
da esquerda para a direita (destro). 
 – Bovino em pé: incisão vertical: dorso-ventral. 
 – Bovino deitado: Distal – proximal. 
Tipos de incisão: 
 Magistral: Incisão que se faz em um movimento de braço e punho. Incisões maiores. 
 Magistral breve: Somente o punho. Incisões menores. 
 Serrilhado: Movimento de serra. Geralmente em cartilagem ou tendões. 
 Punção: usado em abcessos ou cavidades com líquidos. 
 Transfixação (lâmina invertida – parte cortante pra cima): De baixo pra cima. 
 Circular: Ao redor de por exemplo um tumor. Sempre em meia lua, uma metade depois a outra. 
Não deve ser feito em 360°. 
 Bisturi ampliado com tesoura ou tesoura: geralmente se faz a primeira incisão com o bisturi e 
quando se quer alongar a incisão ai sim usa a tesoura. (Vídeo). NUNCA FATIAR. SEMPRE SE 
TENTA FAZER 1 INCISÃO. 
 A incisão deve ser a primeira sempre maior que as subsequentes. 
 Despregamento cutâneo (divulsão) – Digito-digital, ou divulsão romba (tesoura de preferência 
romba-romba). Desprende a pele do tecido subcutâneo, cria um espaço. (subdérmico, subcutâneo, 
supra-aponeurótico). Usa em tumores de mama pra remover a digito digital, e por exemplo 
quando falta pele e tem que fazer uma reconstrução tu usa a técnica com tesoura. 
 Diérese no subcutâneo: Com bisturi. 
 Diérese muscular simples: Todos os planos são seccionados na mesma direção da primeira incisão. 
 Diérese complexa: Secção no sentido das fibras. – Trauma menor, porém é menos usada. 
 
Sutura 
 Sempre ao contrário. Se a incisão foi da esquerda para a direita, agora a sutura vai da direita para 
esquerda. 
 
Eletrocirurgia 
 
Vaporização do tecido pela corrente elétrica – BUSTURI ELÉTRICO 
Se tem um eletrodo ativo e um passivo. O passivo é uma placa que vai nas costas do paciente. 
Tem que saber usar se não é CHURRASQUINHO. Deve ter carga correta e intensidade e NÃO DEVE 
ENCOSTAR NO PACIENTE. 
Não pode usar quando se faz antissepsia com álcool ou quando se usa técnicas com oxigênio se não 
EXPLODE. 
 
Tipos:Monopolar: Só tem o eletrodo ativo, energia passa por todo o corpo do paciente 
 Bipolar: Tem os dois na placa, a corrente entra numa placa e sai na outra. 
 
Vantagens: 
 Redução da perda sanguínea, ao mesmo tempo que faz a incisão coagula. 
 Menor necessidade de ligaduras 
 Redução do tempo de operação 
 A ponta dele tá sempre estéril porque tá recebendo descarga. 
 
Desvantagens: 
 Retarda a cicatrização se usado de forma exagerada. Normalmente já atrasa mas se tu usar correto 
não retarda significativamente. 
(Vídeo) 
 
Criocirurgia: 
 Feita com Nitrogênio líquido. Descongela e congela causando a morte da célula, forma um 
microcristal e esse destrói as organelas da célula. (Vídeo) 
 Quando se usa por exemplo perto do olho, tem que proteger a córnea com glicerina por exemplo. 
Tem uma ponteira especial, uma técnica especial, um tempo. Se aplica o spray de nitrogênio 
líquido, e assim vai determinar o diâmetro e a profundidade da aplicação. 
 Usa muito em CCE, e outras neoplasias. 
 
 
HEMOSTASIA 
Hemorragia é a perda de sangue circulante para fora dos vasos, qualquer perda de sangue, hemostasia 
é o controle da hemorragia. 
 
OS mecanismos que o corpo tem para evitar a hemostasia são: 
 1ª fase: (3 a 5 min) Vasoconstrição 
 2ª fase: Coagulação do sangue (plaquetas ou fatores). 
 Se não tem nada para fazer a hemostasia, pega e faz pressão e conta até 300. 
 
Classificação das hemorragias: 
1. Quanto ao tipo de vaso sanguíneo: (Vídeo) 
 Arterial: Sangue pulsante – Vermelho escuro 
 Venosa: Sangramento em lençol (contínua) – vermelho vivo 
 Capilar: Tu não sabe de onde vem, pressiona e continua. – Geralmente por falta de 
fatores. 
2. Quanto à profundidade: 
 Interna: Fratura de baço, lobo hepático. 
 Externa: Incisão, corte de faca, perfuração, laceração. 
3. Quanto à velocidade: 
 Aguda: Ruptura de uma artéria 
 Crônica: Sangramento oriundo da vulva 
 
Consequências da hemorragia: 
 Risco de morte 
 Impede visualização de estruturas 
 Infecção e má circulação 
 Atrapalha a cicatrização 
 
Como a remover o sangue derramado: 
 Secagem ou aspiração 
 
Instrumental: 
 Pinça hemostática de Kelly, Crile – Hemostasia definitiva. 
 Pinça hemostática atraumática, clamp ou pinça vascular – hemostasia temporária. 
 
Hemostasia temporária: 
 Tamponamento ou compressão manual 
 Pinças 
 Elevação do membro acima do nível do coração 
 Vasoconstritores 
 
Hemostasia definitiva: 
 Substâncias de ação local 
 Coagulação térmica – Cauterização com ferro quente 
 Pinçamento 
 Ligadura 
 Ligadura com transfixação 
 Torção 
 
Hemostasia preventiva: 
Quando se sabe que tem uma artéria, por exemplo, se encontra ela, pinça e secciona ela, antes dela 
começar a sangrar. Essa é a melhor hemostasia. 
Quando se tem por exemplo uma veia saindo de uma neoplasia, se tu rompe ela, a chance de sangue com 
metástase se espalhar é muito maior. 
 
Ligaduras 
 Simples 
 Transfixante de Halsted 
 Tranfixante de Halsted modificada 
 Em x Simples 
 Acessória 
 Cruzada 
 Wolf 
(Video) 
 
Como usar a pinça: 
Quando for realizar algum procedimento com órgão, a ponta da pinça não deve ser fixada para o órgão e 
sim para o lado contrário. A ponta deve estar em direção pra cima, pois pode lesionar o órgão. (vídeo) 
 
SÍNTESE 
É a união de tecidos preferencialmente de mesma natureza. 
Normas para uma boa sutura: 
 Antissepsia e assepsia corretas: Fundamental 
 União de tecidos da mesma natureza, nem sempre é possível, mas a maioria é. 
 Hemostasia mais perfeita possível, se faz síntese em cima de uma mal feita pode causar seroma 
(acumulo de líquido em local operado) ou coágulo e ai vai atrapalhar a cicatrização. 
 Abolição do espaço morto, pois o espaço morto proporciona seroma que aumenta a chance de 
infecção, atrasa a cicatrização. 
 Bordas limpas e sem anfractuosidades (irregularidades), quando mais lisa a borda melhor, se não o 
organismo tem que tornar essa borda lisa e demora mais a cicatrização. 
 Ausência de corpos estranhos e tecido necrosado 
 Emprego de suturas adequadas 
 Tração moderada sobre fios e tecidos. PELE NÃO APERTA O NÓ, da dor no pós e o animal se 
arrasta nos locais, tira com os dentes, dá edema, inflamação, dá alterações graves. 
 Excesso de fios, por calibre, número ou por nós exagerados atrapalham a cicatrização. 
 
Para um bom resultado depende de: 
 Tipo de ferida, se tá infectada é um fio, se não tá é outro. 
 Região à ser operada: Mobilidade e força de tensão 
 Espécie e raça 
 Temperamento 
 Idade: Se é muito jovem ou muito idoso. 
 Condição física nutricional: Catgut é um exemplo de fio que tem proteína e se tu coloca em um 
animal com HIPOPROTEINEMIA o organismo vai tirar do fio e a sutura vai rebentar. 
 Perfusão tecidual 
 Presença ou não de corpo estranho 
 Medicação 
 Preferência do cirurgião 
 
Falhas na cicatrização: 
 Infecção 
 Hipoproteinemia 
 Idade avançada 
 Diabetes 
 Corticóides 
 Hipóxia 
 Tipo de sutura inadequada: Pode ocorrer problemas de imediato, ou 3-7 dias depois. 
 
 
 
 
 
 
 
Formas de síntese: 
Deve limpar a pele e remover secreções. 
 Cola cirúrgica: vetbond (cianoacrilado), porém é caro. 
Eventração: Saída das vísceras até o subcutâneo, passando por exemplo por dentro dos músculos – 
HÉRNIA 
Evisceração: Animal que por exemplo foi operado e o ponto foi mal feito, edemaciou , o ponto 
rasga o tecido e as vísceras saem para fora. 
 Grampos cirúrgicos: Tem aplicadores e grampos de vários tipos. São muito rápidos e eficientes, 
porém não muito usuais, alguns para cirurgia gastrointestinal tu coloca um no tgi e outro pelo ânus 
e eles se juntam e unem os segmentos (vídeo) 
 Cerclagem – utilização de fios de aço. Pode ser usada em ossos, é comum para fraturas de 
mandíbula, 
 Fios – mais usados 
 Materiais de sutura: Fios, agulhas, porta-agulhas, tesouras, material auxiliar de sutura. 
 Agulha traumática: Pele e tecidos com bastante resistência. 
 Agulha atraumática: Tecido parenquimatodos, sensíveis. 
 
Características do fio ideal: 
 Manter tensão de estiramento 
 Não capilar – Capilaridade é a capacidade de conduzir água. Então não se quer um fio com 
capilaridade, pois no momento que ele molhar vai levar sujidades e micoorganismos para dentro 
do subcutâneo. 
 Monofilamentoso: Nylon é um exemplo. Multifilamentoso é por exemplo o fio de algodão, que 
não é o desejado. 
 Não ser alergênico ou carcinogênico 
 Ser confortável de usar: Quanto mais escorregadio o fio, mais ele escapa, então tem que saber 
fazer o nó se não dá problema. O fio de nylon por exemplo é escorregadio e tem memória, ou 
seja, quando ele sai do rolo ele fica enrolado, então o ideal é retirar do pacote e tracionar um 
tempo para que ele perca a memória e fique mais retilíneo. 
 Provocar reações teciduais mínimas 
 Ser absorvível 
 Ser esterilizado 
 QUANTO MAIS VANTAGENS MAIS CARO. 
 
Classificação dos fios de sutura 
 Absorvíveis 
 Não absorvíveis 
 Natural: Ex. fio de algodão (Não é muito utilizado). 
 Sintético: Ex. Poliglactina 910 
 Monofilamentosos 
 Multifilamentosos 
 IDEAL: Absorvível, monofilamentoso e sintético – porém mais caro. 
 Força tênsil x absorção: Toda ferida tem força tênsil, a função do fio é manter essa força nula 
equanto tá cicatrizando, após cicatrizar o fio perde essa força e é absorvido. Problemas: ás vezes a 
absorção é mais rápida que a cicatrização e ai abre a ferida porque o fio já foi absorvido. Comum 
em tecidos que demoram a cicatrizar e fios do tipo Catgut. 
 Quanto maior o número de zeros, menor o fio. Ex: Fio 10 zeros para microcirurgias, 1,2,3 zeros 
para grandes animais, 2 a 4 zeros para pequenos, 6 a 8 zeros para uretra, olhos. 
 Tipo de agulha: É3/8 mais aberta, meio círculo. Tem ponta corpo e fundo, pode ter fundo falso 
ou não. O fio pode ser agulhado ou não, quando ele é agulhado ele tem o mesmo diâmetro em 
relação ao fundo da agulha e é menos traumático quando realizada a sutura. Pode ter várias 
pontas. Agulha em “S”. 
 Nós: Quadrado, Nó de cirurgião, Nó com porta agulhas, Nó com as mãos (muito usados com 
hemostasia). 
 
Grupos de suturas: 
 Interrompidas: Ponto isolado simples. Tem segurança, pois são idependentes, o problema é 
demorada e tem maior a quantidade de corpo estranho que tu põe no animal. 
 Contínuas: Sutura contínua simples. Maior vedação, pouco matéria, mais rápida. Problema é que 
quando rebenta um nó, a sutura toda é perdida. 
 Tecido: Aposição, invaginantes, evaginantes, sobreposição, relaxamento. 
 Ponto chinês ou ponto em sapatilha, comum em fixação de drenos (vídeo) 
 Novidade em sutura: Sutura sem nó, passa o fio e ele é autobloqueante, porque ele tem espículos 
microscópicos, quando tu passa ele vai bem, mas não volta, como se fosse um anzol. Porém muito 
caro. 
 
Para situações de combate e emergência, criaram ‘’lacres’’ que fecham uma lesão, como por exemplo de 
mutilação, existe também uma espuma biocompatível que tu aplica por exemplo num orifício de bala, para 
fazer hemostasia. (Pode usar para reconstruir a cidade – TAVARES. V. 2016) 
 
 
(24 de agosto) – Profº Martielo 
 
AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA 
 
 Importância 
 É de extrema importância essa avaliação para verificar que se o nosso paciente está apto 
ou não para entrar na cirurgia. 
 Em emergências não se tem o que fazer, entra na cirurgia sem a avaliação. Porém em 
castrações, por exemplo, que pode ser detectado alguma coisa que você vai protelar e vai 
decidir não fazer o procedimento agora. 
 Quando? Quem? Como? 
 Essa avaliação é feita na consulta pelo clínico, preenchendo muito bem a ficha e passando 
as informações para o anestesista. 
 Antes da cirurgia é feita nova avaliação pra saber como o paciente está no dia da cirurgia. 
 Então, é de extrema importância fazer uma anamnese boa, tirando o máximo de 
informações possíveis do tutor e do paciente, exame físico geral antes de pedir exames 
complementares. Lembrando que os exames complementares devem ser solicitados para 
serem úteis e não pra vender serviço. 
 Sequência: 
 Então, é de extrema importância fazer uma anamnese boa, tirando o máximo de 
informações possíveis do tutor e do paciente, exame físico geral antes de pedir exames 
complementares. Lembrando que os exames complementares devem ser solicitados para 
serem úteis e não pra vender serviço. 
 
Identificação do paciente 
 Ficha clínica e proprietário 
 Tem uma ficha que é utilizada pelo anestesista, onde tem espaço para identificação do 
paciente e avaliação pré-anestésica. Tem espaço para identificação dos fármacos utilizados 
e como o paciente se comportou com a anestesia. 
 Usar identificação do paciente por número no hospital pra evitar que seja confundido 
medicações entre pacientes de mesmo nome. 
 Espécie 
 Cada paciente tem uma peculiaridade. 
 Um fármaco que no gato vai causar excitação, via deixar ele mais brabo, no cão vai sedar. 
 Raça 
 Temos alterações raciais tanto farmacologicamente quanto comportamental. 
 Se pega um paciente com baixa gordura corporal, vai ser mais sensível ao fármaco que 
tende a se acumular em gordura. 
 Algumas raças, como o galgo são sensíveis ao estresse e a temperatura se eleva. 
 Pitbull, Rottweiler e Pastor Alemão são muito resistentes à dor, então é um desafio saber 
se tem que aumentar a analgesia dele e também é um desafio saber se ele tá mal. 
 Animais braquicefálicos são um pepino pra nossa anestesia, principalmente por causa das 
vias aéreas. Então os braquicefálicos não respiram direito e muitas vezes chegam cianóticos. 
Muitas vezes esses animais tem o palato mole maior, que acaba cobrindo a traqueia e na 
hora que o animal inspira, o palato mole acaba parando dentro da traqueia e o animal se 
engasga. 
 Pra essas raças também é importante após desentubar, o anestesista permanecer 
avaliando o paciente, pois o anestésico deixa o palato mole mais mole e pode 
acabar indo pra traqueia e o animal morre sufocado. 
 O traqueotubo para anestesia desses animais são os menores, pois eles tem a 
traqueia mais fechada. 
 Idade 
 O paciente geriátrico vai ser sedado muito fácil, então vamos ter que reduzir dose, mas ele 
vai descompensar o sistema cardiorrespiratório mais fácil também. 
 O neonato é um paciente que chora toda hora, então é difícil de identificar dor nele e a 
dose da anestesia também é reduzida. 
 Animais de raça de maior porte tem expectativa de vida menor quando comparado com 
animais de raça de pequeno porte. 
 O animal é considerado idoso quando atinge 70-75% da expectativa de vida. Por ex. um 
dogue alemão com 7 anos já é considerado idoso, mas um pinscher com 7 anos é um guri 
ainda. 
 O animal é considerado neonato até 4 semanas de vida, porque ainda tem estruturas que 
não estão completamente formadas. 
 De 4 semanas até mais ou menos 4 meses, o paciente é considerado pediátrico. Depois 
disso ele é adulto. 
 O que eu quero dizer com isso é que a anestesia para um paciente de 6 meses e 
para um paciente de 2 anos é praticamente a mesma, mas pra um paciente de 3 
meses já muda. 
 Sexo 
 A fêmea normalmente é mais tranquila pra sedação do que o macho, principalmente 
quando a gente fala em animais não castrados. 
 Em relação à analgesia, a fêmea é mais resistente que o macho, dependendo da raça. 
 Normalmente as doses sedativas e de indução são um pouco menores nas fêmeas, se ela 
for mansa, pois uma fêmea mais agressiva vai utilizar a dose para machos. 
 Em gatos machos mais tranquilos que as fêmeas, acaba se utilizando uma dose menor. Já 
as fêmeas das raças de pequeno porte são tinhosas, aí precisa de uma dose maior de 
sedativos. 
 Fêmeas com ovários policísticos que tem alteração hormonal viram uns demônios e muitas 
vezes não pega a anestesia. 
 
Anamnese 
 Como realizar? 
 Retirando a maior quantidade de informações sobre o paciente do tutor, lembrando 
sempre que muitas vezes o tutor mente. 
 Pontos chave: 
 Histórico 
 Saber se o animal já foi anestesiado alguma vez na vida, como que reagiu à 
anestesia, se teve alguma parada na cirurgia. 
 Muitas vezes o paciente com hérnia diafragmática não apresenta sinais clínicos. Aí 
quando vamos castrar esse animal, como a cavidade abdominal preserva a pressão 
negativa, quando abrimos a cavidade o animal para de respirar. 
 Saber se o animal toma alguma medicação. Por ex.: é um animal cardíaco e fica 
uma semana internado e morre, aí lá na patologia se descobre que o animal tinha 
alteração cardíaca e tomava benazepril. 
 Saber se o tutor administrou algum medicamento em casa (fazer a pergunta de 
diversas formas, porque o tutor mente). 
 Jejum 
 Extremamente importante, pois tem o risco de o animal vomitar na cirurgia e 
pode aspirar esse vômito, causando uma pneumonia aspirativa. 
 Sistema cardiorrespiratório 
 Se o animal tosse quando corre, se tem alguma alteração perceptível quando o 
animal está em exercício. 
 O cãozinho fica tão feliz com a volta do dono que desmaia (esse animal pode ter 
sopro e o coração bate mais forte ou o animal tem convulsões) 
 Medicamentos 
 Se toma algum medicamento de forma crônica ou foi medicado recentemente. 
 Convulsões 
 O desmaio pode ser um sinal de convulsão. 
 Procedimentos anteriores 
 
 
Exame físico 
 Temperamento e comportamento 
 Com proprietário é um anjo, sem proprietário é um demônio e vice-versa (muitas vezes se 
pede para o proprietário sair um pouco da sala) Comportamento também é importante, pois um animal ativo que se demonstra prostrado 
tem algum problema. 
 Estado corporal 
 Animal muito gordo ou muito magro vai interferir na anestesia. 
 Inspeção geral do animal 
 Fazer inspeção de todo o animal e não somente do sistema que é visível que está afetado. 
 Paciente que tem miíase, primeiro se cura essa miíase e depois se faz a cirurgia se não for 
emergência, pois leva contaminação pra dentro do bloco. 
 Ausculta cardíaca e respiratória 
 Além de contar a frequência cardíaca, deve-se auscultar mesmo, identificar sopros, sons 
diferentes. 
 Saber se no pulmão tem estertor, se o pulmão tá limpo. 
Saber filtrar as emergências 
(anamnese pode ser feita depois) 
 Movimentos respiratórios 
 Por exemplo, esse animal da hérnia respirava com o abdômen, tá errado, tem que mexer 
o tórax. 
 As vezes a respiração é toracoabdominal, mas só abdominal não existe. 
 Taquipnéia ás vezes pode indicar uma hérnia, pode indicar dor. 
 Mucosas 
 Branca: o animal pode estar extremamente anêmico ou teve uma descarga de adrenalina 
pelo estresse que causou vasoconstrição. 
 Cianótica: pode ter edema pulmonar, pode ser um cardiopata. 
 Pulso 
 Saber se tá chegando sangue nas extremidades. 
 Temperatura 
 Paciente hipertérmico ou hipotérmico vai atrapalhar na anestesia. 
 
 
 
 
 
 
 
Exames complementares 
 Importância 
 Serve pra saber o estado do paciente e o que esperar dele no pós-operatório. 
 Jamais, em hipótese alguma vamos montar protocolo anestésico com base em exame 
complementar. O que vai determinar o protocolo é o exame físico, é a visualização do 
animal. 
 Os exames complementares serve para detectar alguma alteração subclínica e pra saber o 
que esperar no pós-operatório. 
 Se eu tenho um paciente que tem um leve aumento das enzimas renais que 
possibilita uma nefropatia, no trans e pós-operatório vamos cuidar muito mais o 
sistema renal do paciente, ver se o animal tá urinando. 
 Pede exame complementar sempre, mesmo em emergência, não importando a 
hora que sair o exame (não espera pra fazer a cirurgia, faz mesmo sem exame e 
quando chegarem os resultados a gente vai saber o que fazer no pós operatório). 
 De via de regra, se tu não tem acesso à exames complementares, faz o teu 
protocolo mais top, mais seguro, o que menos alterar a fisiologia do paciente. 
 
 Perfil do paciente 
 Não vai fazer todos os tipos de exames pra qualquer paciente. 
 
 Exames laboratoriais 
 Hemograma (é o mais básico de todos, não importa qual a cirurgia que ele vai passar, 
todos os pacientes vão passar pelo hemograma) 
 Dificilmente o paciente que passou por uma anamnese boa e exame clínico bom 
vai ter alguma alteração no hemograma, mas é uma segurança que o médico 
veterinário tem frente à possíveis processos. 
 Bioquímico (perfil renal e hepático) 
 É interessante pra pacientes mais velhos, geriátricos, onde a gente sabe que eles já 
tão perdendo a função renal e hepática; para neonatos também e pacientes que 
tem histórico de lesões nesses sistemas. 
 Quais exames que medem função hepática? Fator de coagulação, vitaminas, 
albumina (pra saber se ele está exercendo as suas funções). ALT e FA são enzimas 
que estão dentro das células hepáticas que quando sofrem alguma alteração, se 
rompem e liberam essas enzimas (indicativo de lesão hepática). 
o Quando a gente tem uma hepatopatia crônica é comum essas enzimas 
não estarem alteradas pelo fato de que não tem mais célula pra romper 
e liberá-las. 
o Se eu tenho ALT e FA aumentada isso quer dizer que meu fígado ainda 
tá funcionando e não vou ter grandes problemas na anestesia. Agora 
com a albumina baixa, ferrou a minha anestesia. 
o Então para a anestesia é muito melhor pedir função hepática do que 
lesão hepática. 
o Tem que tomar cuidado também porque outras coisas alteram ALT e FA. 
Paciente que foi atropelado vai estar com a ALT lá no talo, porque a 
Na anestesia é muito importante, 
principalmente, cardiovascular, 
respiratório, renal e hepático. 
Anestesiar um hepatopata ou um 
nefropata é tranquilo, mas um 
cardiopata é mais complicado. 
ALT tá no músculo. FA tá no osso, então em fraturas vai estar aumentada 
(animal com a boca podre de cálculo dentário também vai estar com a 
FA aumentada). 
 Quais exames que medem função renal? Ureia e Creatinina, porque a função do 
rim é eliminar essas duas, se tá muito alto, que dizer que eles não tão trabalhando 
direito. 
o Aumento principalmente da creatinina, pois a ureia pode estar 
aumentada pela alimentação. 
 Urinálise 
 Muitas vezes a ureia e creatinina aumentada não nos diz muita coisa, mas com a 
urinálise é possível detectar a densidade e outras possíveis alterações. 
 O que tem se pedido muito é a GGT urinária, que do mesmo jeito da GGT 
hepática, quando a célula se rompe libera essas enzimas e é indicativo de lesão, 
mas não que esse rim é insuficiente (só é insuficiente quando mais de 75% do rim 
está afuncional). Isso vai nos dizer se a minha anestesia foi feia, causou uma lesão 
no rim e daqui 8 anos é que o animal vai ter problema ou se o animal tem uma 
lesão renal, vou tomar cuidado pra não lesionar ainda mais o rim. 
 Hemogasometria (dosar oxigênio, CO2 e eletrólitos sanguíneos função pulmonar) 
 Vale bem mais a pena utilizar isso aqui para pulmonar. Por ex.: o paciente vai 
tirar um tumor pulmonar, utilizar a hemogasometria pra ver se o animal tá 
conseguindo trabalhar. 
 
 Raio x e ultrassom 
 Qualquer neoplasia, pede raio-x, porque pode gerar metástase no tórax. 
 Na anestesia inalatória, se o animal não tem um pulmão bom, não vai funcionar a anestesia 
e o paciente vai ficar acordando (pneumonia, pulmão senil). 
 Prestar atenção também em pacientes politraumatizados, porque tem um raio-x de fratura 
de fêmur, mas a anestesia não tá pegando e vai descobrir que tem uma hérnia 
diafragmática. 
 
 Eletrocardiograma e Pressão arterial 
 Eletrocardiograma mede ritmo e atividade elétrica e ecocardiograma mede força do 
coração, débito cardíaco, refluxo valvular (o ideal é fazer os dois, porque cada uma mede 
uma coisa diferente). 
 É utilizado para pacientes que tem alguma cardiopatia ou animal idoso. 
 Pressão arterial: verificar se o animal é hipertenso. 
 
 
Classificação ASA (a partir do exame clínico) 
 
 Classifica o risco do paciente à anestesia. 
 
 
 
 
A chance de um ASA I 
morrer na anestesia é muito 
inferior do que um ASA V. 
Já tem alguma alteraçãozinha 
na fisiologia, então tem que 
diminuir um pouco a dose. 
Já tem uma infecção, sendo esta 
moderada que está alterando a vida 
dele, mas não é necessariamente 
uma coisa crítica. Por ex.: tumor 
Aqui já vai ter um mente de fármaco 
que não vou poder utilizar. 
Tem risco de vida. É um paciente que vai 
ter que entrar pra cirurgia logo porque tá 
mal. 
*Sistema descompensados: rompeu lobo 
pulmonar, hérnia diafragmática que o 
paciente não tá conseguindo fazer a troca. 
A chance de morte é bem grande! 
 
Aquele paciente que tu manda pra 
cirurgia pra terminar de morrer, que 
se sobreviver tem que relatar. 
É difícil de se ver um ASA V em 
cirurgia, pelo fato de que na maioria 
das vezes não adianta, mas é uma 
decisão do tutor fazer ou não. 
Qualquer um dos ASA podem ser 
emergencial, mas é difícil ver a classificação 
E, porque geralmente o paciente chega 
depois de dias com o problema 
Preparo do paciente 
 Jejum 
 Sólidos: 6-12 horas 
 Líquidos: não é necessário hoje em dia fazer jejum hídrico por muitas horas, deixa 30 
minutos ou 1 hora na internação o animal sem água que já tá bom. 
 Internamento(termos e condições) 
 Tem que assinar todos os termos (se o paciente parar na mesa, autoriza a reanimar, a abrir 
o tórax pra massagear o coração, tricotomia). 
 Estabilização prévia 
 Nem toda emergência tem que entrar diretamente no bloco. Pode-se fazer fluidoterapia, 
analgesia, descomprimir alguma coisa antes de entrar pra cirurgia. 
 Medicação pré-anestésica (MPA) 
 Acesso Vascular 
 Muitas vezes é possível fazer o acesso antes da MPA, mas geralmente se faz a MPA primeiro. 
 
 
 
MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA 
 
 
 Medicação pré-anestésica é toda medicação que administramos antes da anestesia (antibiótico, 
fluidoterapia). 
 A medicação pré-anestésica vai depender de alguns pontos como a avaliação pré-anestésica, então 
como esse paciente se apresentou pra nós; quais são os fármacos que eu tenho disponíveis; o tipo 
de procedimento que vai ser realizado no paciente, visto que vai causar níveis de dor diferentes, vai 
precisar de níveis de anestesia diferentes; e a finalidade da MPA, o que esse fármaco tá contribuindo 
para a anestesia do meu paciente. 
 
Finalidades da MPA 
 Sedação e tranquilização 
 Obviamente a gente vai ter animais que não cooperam, sendo eles de qualquer espécie. 
 Essa finalidade é utilizada principalmente para animais estressados/ansiosos/agressivos, 
porque esses animais estão com descarga adrenérgicas e vão ter taquicardia, hipertensão e 
isso tudo compromete a anestesia. 
 Tem pacientes que chegam num estado tão crítico, que ele tá alheio ao ambiente, aí não 
precisa de sedativo. 
 Mesmo que o paciente seja bonzinho, não esteja te afetando em nada, aí se administra 
uma dose baixa do sedativo pra ele sofrer menos estresse. 
 Sedação: teoricamente é aquele paciente que tá dormindo e não reage ao estímulo externo. 
 Tranquilização: é aquele paciente que tá dormindo, mas reage ao estímulo externo. Na 
prática, a gente utiliza os termos sedação leve, moderada e profunda, quase não usa o 
termo tranquilização. 
 Não importa qual dose cavalar dermos de tranquilizantes, o animal vai responder 
ao estímulo externo. 
 Já com o sedativo, dependendo da dose, a gente pode alcançar a tranquilização 
ou alcançar a sedação mesmo. 
 Um animal que tá ansioso, a gente pode utilizar somente um tranquilizante. Já 
um animal que é brabo, tem que usar o sedativo. 
 
 
 Analgesia 
 O animal que tá em coma, não precisa de sedação, mas precisa de analgesia. Então sempre 
vamos utilizar analgésicos, não pode faltar. 
 Na grande maioria das vezes, o nosso analgésico tem potencial tranquilizante ou sedativo, 
como é o caso da morfina (podemos sedar e levar a analgesia com um fármaco só). 
 Redução da dor pré, trans e pós operatório 
 
 Potencializar agentes indutores 
 Indução e manutenção anestésica 
 A partir do momento que eu tenho MPA, seja só com analgesia e sedação, eu vou utilizar 
bem menos fármacos pra induzir e vou usar bem menos anestésico pra manter o animal 
anestesiado (poupa no bolso e diminui os efeitos colaterais) 
 Ex.: o propofol causa hipotensão, só que o propofol puro, sem a MPA, vou 
precisar do dobro da dose e vou causar muito mais hipotensão. Com MPA, eu 
uso metade da dose de propofol e tenho menos hipotensão. 
 
 Inibir efeitos indesejáveis 
 Vômito/Secreção respiratória/ mioclonias 
 Hoje em dia não tem tantos fármacos com efeitos indesejáveis. O máximo que vamos ter 
de efeitos indesejados é o vômito e salivação que o meu tranquilizante inibe. 
 Por ex.: a metadona causa uma salivação intensa, então eu posso associar a 
acepromazina que é um tranquilizante pra diminuir essa salivação quando não 
tiver nenhuma contra indicação. 
 
 
 
 
 
Grupos farmacológicos 
 
ANTICOLINÉRGICOS (atropina) 
 
 Já é descartado da MPA, é usado somente em livro. Antigamente era utilizado quando era 
administrado fármacos que causavam salivação intensa e bradicardia, pois a atropina diminuía as 
secreções e causava taquicardia. 
 A gente utiliza a atropina no transoperatório quando o animal entra em bradicardia. 
 
Fenotiazínicos (Acepromazina) 
 São os mais utilizados, principalmente naqueles pacientes psicóticos que tão querendo te matar. 
 Mecanismo de ação principal: antagonismo dopaminérgico (bloqueia receptor dopaminérgico) 
 Muito utilizado na neuroleptoanalgesia (tranquilizante + opióide) junta a sedação do opióide com 
a sedação do tranquilizante ou do sedativo, tendo maior sedação. 
 Tem outros mecanismos de ação, como anti-histamínico, efeito anticolinérgico (diminui a salivação). 
 Latência: 15-20 minutos 
 Ação: 2-4 horas (mas metabólitos ativos por até 12h, por isso é muito utilizado para tranquilizar os 
animais em viagem) 
 Tem metabolização hepática, então devemos tomar cuidado com hepatopatas (o ideal seria não 
utilizar, mas se tiver, usar uma dose bem baixinha). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Sequestro esplênico: o miorrelaxamento principalmente de musculatura lisa faz com que ocorra 
vasodilatação, ocorrendo vasodilatação dos vasos do baço e o sangue dele vai todo pro baço. Por 
isso que quando é feito acepromazina no animal, o baço aumenta de tamanho e por isso no paciente 
da hérnia diafragmática não foi feito acepromazina, pelo fato de que o baço ia aumentar de tamanho 
O protocolo pode variar em sedação e tranquilização, potencializar agentes indutores e inibir 
efeitos indesejáveis, mas a analgesia sempre vai ser feita! 
 Miorelaxamento leve: o animal sai caminhando meio 
cambaleando, mas esse relaxamento se dá principalmente 
em músculo liso, ou seja, visceral. Então é muito utilizada 
em cirurgia renal e também utilizada para cálculo urinário, 
porque faz um relaxamento da uretra e facilita a saída do 
cálculo. 
 Antiarrítmico: é interessante a utilização em cirurgias 
cardíacas, porque previne as arritmias por manipulação 
excessiva 
 Antiemético: evita que o animal vomite no pré e pós 
cirúrgico, mas o animal pode vomitar mesmo com a 
administração da acepromazina quando a ação do 
opióide começou primeiro. 
 A principal desvantagem desse fármaco é a hipotensão. 
Qualquer coisa que baixe 
volume sanguíneo, não usa 
acepromazina (chega a diminuir 
30-50% do hematócrito) 
e ia comprimir o coração, descompensando o paciente ou até mesmo pelo baço se mostrar mais 
friável por estar cheio de sangue e poderia romper ao tracionar. 
 
 
 
 
 
 
 
 Diminui o limiar convulsivo (mas não é nada demais): é bom evitar em animais que tem histórico 
de convulsões, mas se for muito necessário dá pra fazer associando à um anticonvulsivante (se puder 
evitar, evita). 
 Inibe a termorregulação: o animal não consegue mais regular a temperatura (se colocar num 
ambiente frio, o animal gela; se colocar num ambiente quente, o animal esquenta). 
 
Cães da raça Boxer são sensíveis à acepromazina, então se puder evitar a utilização, evitem. Porém se tiver 
que usar, administrar uma dose bem baixinha da acepromazina e acompanha o paciente. 
Geralmente animais braquicefálicos são mais sensíveis, pois como os fenotiazínicos relaxam a musculatura, 
acaba ocorrendo obstrução da traqueia e pode engasgar. 
 
 Acepromazina (é a mais barata) 
 Dose: 0,01-0,1 mg/kg (IV, IM, SC) geralmente se usa no máximo 0,05 mg/kg 
(dose média), mas se chegou um cão idoso ou cão de grande porte devemos 
utilizar a metade da dose média, ou seja, 0,025 mg/kg. 
 Dose máxima: 3-4 mg totais 
 Via de regra: 
o Paciente de porte pequeno utiliza 0,05 mg/kg e paciente de grande porte 
usa 0,03 mg/kg. 
o Paciente idoso ou com problema cardíaco usar menor dose também (já 
usou 0,01 mg/kg pra dar uma leve tranquilização, aquele efeito 
antiarrítmico).

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