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AULA DE PROCESSO CIVIL IV – EXECUÇÃO – 7º Semestre
Professor: Reinaldo J. de Araújo 
Email: rei-araujo@uol.com.br portal: www.unic.br 
Títulos executivos
Artigos 515 e 784 do NCPC
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Como visto em aulas anteriores, o título executivo (judicial ou extrajudicial) é o instrumento indispensável, junto com o inadimplemento do devedor, para qualquer execução. Os títulos executivos judiciais estão previstos no art. 515 do NCPC e o extrajudicial no art. 784 do NCPC.
A distinção é relevante, para a verificação do procedimento a ser observado, isto é, se for judicial, haverá o simples cumprimento da sentença, não sendo mais um processo autônomo de execução, devendo ser utilizado o art. 509, NCPC. O extrajudicial será normalmente o estabelecido no livro II dos arts. 771 e seguintes do NCPC.
Em suma, o título executivo é um documento capaz, para constituir a prova da inadimplência, capaz para desencadear a sanção executiva. O título executivo é criado por lei, previstos no Código de Processo Civil ou leis especiais (ex. lei do cheque nº 7.357/85), possuindo desta forma, um rol com numerus clausus, isto é, não existem títulos sem previsões legais.
Ressalta-se, que além de serem taxativos, é preciso que os títulos executivos sejam típicos, isto é, a lei fornece modelos, padrões, tipos etc., que devem ser respeitados por quem queiram criá-los, como ex. promissória, cheque etc.
Em linhas gerais, os títulos executivos podem ser utilizados através de cópia, eis que conservam a mesma autenticidade dos originais nos termos do art. 425, III, NCPC, mas existem momentos que devem ser anexados em sua cártula original por questão de segurança jurídica, como exemplo os títulos de créditos, por sua natureza e ser de livre circulação, com o intuito de se evitar a multiplicidade de ações sobre o mesmo título. 
Obs.: Agora com o processo judicial eletrônico, se digitaliza o título e depois apresenta o original no juízo para constatação, onde uns recolhem e arquivam em pasta específica e outros gravam no titulo a presente ação judicial, ou seja, varia de juízo para juízo.
No processo de execução o juiz ao deferir o processamento da execução, se limitará se há um título executivo, judicial ou extrajudicial, formalmente em ordem, não cabendo neste momento inicial, averiguar a existência ou não do crédito, matéria que deverá ser objeto de apreciação de embargos ou impugnação, eis que seria o modo pela qual o devedor irá objetivar retirar a eficácia do título, demonstrando a inexistência do crédito.
TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS.
Como já acima citado, os títulos executivos judiciais estão no artigo 515 do CPC. Em suma, são chamados de Judiciais, pois são emanados pelo próprio judiciário e como acima também informado, todos são criados por lei, ou seja, taxativos.
Abaixo, passaremos a estudá-los de forma individual, vejamos:
I – As decisões proferida no processo civil: 
Cabe ressaltar que o legislador corrigiu tal inciso frente ao CPC/73, que expressava Sentença, onde o acerto fora melhor no NCPC, pois tem títulos executivos que não eram sentença, como ex. liminares (Ressalto apenas para fins didáticos).
Já quanto ao tema, este é o título judicial mais comum e típico. Ao aplicar a vontade concreta da lei “que passou como sendo a sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia” passou a existir uma controvérsia ao passo que não ser executadas, pois falta-lhe requisito de execução, eis que são declaratórias, isto declarando a existência ou inexistência de uma relação jurídica como as sentenças constitutivas, que provocam por si mesmas as alterações no mundo jurídico ou se cumprem através de mandado ao registro competente, como ex. sentença de separação judicial.
Já a sentença condenatória, que impõem o cumprimento de uma obrigação e, pode ainda encontrar a inércia ou resistência do devedor quanto à sua satisfação, necessitando, portanto, ser executada através procedimento próprio da execução, é a única, portanto, que enseja a execução propriamente dita, é considerada como o título executivo judicial por excelência, haja vista, que as demais não se executam, em seu sentido estrito, mas sim se cumprem.
Ressalta-se, que não há necessidade da sentença ser transitada em julgado para se iniciar a execução, basta que o recurso não seja recebido como efeito suspensivo, posto que dar-se-á a execução provisória.
Lembrando, ainda, que se o cumprimento da obrigação for de fazer ou não fazer, ou de entrega de coisa, a sentença irá ser cumprida nos termos do art. 497 do NCPC e, quando em obrigação de pagamento, pela forma do art. 509 do NCPC.
Há sentenças que têm seu dispositivo ou parte conclusiva complexa, ou seja, parte condenatória e parte declaratória ou constitutiva. Cada parte se efetivará pelo meio próprio, como se tratassem de sentenças separadas. É o que ocorre, por exemplo, com a sentença que julga improcedente a ação (declaratória, portanto, quanto ao pedido inicial), mas que condena o autor ao pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios. O réu é o credor desse título e poderá executá-lo contra o ex-autor, agora devedor de despesas e honorários.
E há sentenças condenatórias que poderá ser líquida ou ilíquida. No primeiro caso, a execução poderá ser feita desde logo, isto é sem nenhum outro procedimento, mas no segundo caso, dependerá de prévia liquidação.
Há sentença de obrigação alternativa, onde deverá ser observado os procedimentos do art. 800 do NCPC, isto é, a escolha do devedor e/ou ao credor, onde será aberto prazo para um requerer, que se não requer volta passa ao credor. 
Existe caso em que a obrigação esteja sujeita a condição de termo, onde deverá ser observado o art. 514 do NCPC, onde irá aguardar providencia do outro.
Valendo também ressaltar que há sentenças em jurisdicional contenciosa ou voluntária.
Há, ainda, sentenças de conteúdo condenatório com relação às quais a lei exclui o processo de execução, cumprindo-se por ordem do juiz, como a sentença que decreta o despejo, que intitulam de execução imprópria.
II - A decisão homologatória de autocomposição judicial:
Em suma, o Inciso II, atribui eficácia executiva à decisão homologatória, ainda que verse matéria não posta em juízo, onde poderá o acordo ultrapassar o pedido.
O juiz ao homologá-la, não profere nenhuma decisão de condenação, não apreciando o pedido inicial etc., mas sim limitando-se somente a examina os aspectos formais do acordo celebrado entre as partes, atribuindo-se somente força a mérito por força legal, para atribuir a mesma a eficácia de coisa julgada material.
Lembrando que transação é que provem de iniciativa das partes e ocorre fora do processo, para posterior homologação em juízo e a conciliação é celebrado em juízo e por sua iniciativa.
A decisão homologatória só produzirá eficácia executiva desde que contenha alguma obrigação, equiparando-se a do reconhecimento do pedido (art. 487, III, NCPC), quando o réu reconhece, em favor do autor, a existência de determinada obrigação ou dever.
Realizado o acordo, por meio de transação ou conciliação, não poderá mais ser desfeita, por ter natureza bilateral, exceto se constar vício formal ou efetuada por meio de coação, desde que constatada de plano, mesmo embora exista a obrigatoriedade desde a celebração e, sua homologação é o caráter fundamental para a eficácia de título executivo judicial, ocasião que se faltar, dar-se-á apenas por título executivo extrajudicial, desde que preenchidos seus respectivos requisitos, como veremos mais adiante.
Assim, em caso prático, caberá aos magistrados, em suma, supervisionar os acordos e homologá-los somente se estiverem claros quanto aos efeitos a serem produzidos no caso de descumprimento, bem como decretar a carência se não houver clareza quanto à providência jurisdicional a ser adotada, ou seja,
se não corresponder a um modelo típico legal.
III – A decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza:
O acordo extrajudicial de qualquer natureza poderá ser homologado judicialmente pelas partes, independentemente da existência ou não de um processo em andamento, mediante um simples requerimento ao juiz competente para a devida homologação. O acordo quando homologado se revestirá de eficácia executiva, que em caso de descumprimento, bastará à parte requerer ao juízo competente sua execução.
Tal possibilidade já existia no CPC/73 com o advento da Lei nº 11.232/2005 que acrescentou tal permissivo legal no art. 475-N, V, do CPC/73. Ressalta-se, porém, que mesmo antes desta lei já era possível referida homologação mediante o mesmo procedimento do cível, porém através do Juizado Especial Cível nos termos do art. 57 da Lei 9.099/95, que em suma prescreve que o acordo extrajudicial de qualquer natureza ou valor poderá ser homologado pelo judiciário, independente de termo.
Cumpre observar que anteriormente existia uma discussão sobre o dispositivo contido na lei do juizado especial, pois ultrapassava os limites deste no tocante a limitação da competência do juizado pelo valor da causa, que ficou superado pela redação expressa do citado artigo, entretanto, podendo as partes elegerem tanto o juizado especial como a cível para seu processamento.
O acordo não necessita de duas assinaturas para sua validade, bastando tão-simplesmente que o mesmo esteja formalmente em ordem e sendo homologado se valerá de título executivo judicial.
IV – O formal e a certidão de partilha:
Refere-se à homologação da partilha dos bens, transmitidos via causa mortis, que após todo procedimento do inventário ou arrolamento será proferida uma sentença com a respectiva partilha e após o trânsito em julgado da mesma se extrai o competente formal ou certidão de partilha para os devidos registros aos órgãos competentes.
Caso haja eventual terceiro, credor do falecido, que tenha tido o seu crédito reconhecido no inventário, deverá valer-se de prévio processo de conhecimento, antes de executá-lo, exceto se for título judicial ou extrajudicial com força executiva.
O formal ou a certidão, não significa necessariamente a entrega dos bens correspondente ao quinhão, de forma que pode haver necessidade de executá-los contra quem os detenha. A força executiva do formal ou da certidão atua apenas contra o inventariante, os herdeiros e os sucessores. Se os bens estiverem em mãos de terceiros, os quais não foram parte no inventário, o caso não será de execução, mas sim de ação de conhecimento para a reivindicação do bem.
Em suma, a execução do formal de partilha será efetuada nos próprios autos do inventário, obedecendo às regras da execução comum.
A natureza da obrigação cuja prestação o herdeiro tem direito é que irá ser o fator determinante no tocante ao tipo de execução, isto é, execução para entrega de coisa, execução de quantia etc. Porém, se o quinhão consistir em parte ideal de imóvel, impossível será a execução imediata, sendo necessário inicialmente a ação divisória ou de extinção do condomínio, como ex. o art. 1.320 e ss do CC.
Todavia, com o advento da lei nº 11.441/2007 o inventário passou a ser aceito em forma extrajudicial via uma escritura pública, desde que preenchidos os requisitos legais, tais como, ser amigável, partes maiores e capazes, representadas por advogados etc.
V – O crédito de auxiliares em geral da justiça.
Referido dispositivo, no CPC/73 vinha como título executivo extrajudicial, já o NCPC acabou por adotar, de forma certa claro, este como título judicial, haja vista tratar-se em suma de créditos de auxiliares da justiça que eventualmente não tenham sido pagos junto com a execução do principal da condenação ou adiantados pelo autor no curso da demanda. 
A despeito de os créditos serem aprovados por decisão judicial, como informado acima, estes no CPC/73, não eram títulos judiciais e sim extrajudiciais, uma vez que a decisão que os fixava ou aprovava era meramente homologatória, ou seja, não é sentença ditada em contraditório e, por isso, não tem força de coisa julgada. 
O requisito da aprovação judicial é para dar-lhes certeza e liquidez.
Existiam já entendimentos que defendiam tratar-se de título executivo judicial pelo fato de ter sido proferido em juízo, que em caso de inadimplência, basta requerer a emissão da certidão e requerer a execução em processo autônomo da parte sucumbente.
Abordo o acima apenas para fins de conhecimento, mas hoje é tratada como executivo judicial, portanto, aplica-se se este as regras da execução com base em títulos judiciais, que mais a frente iremos abordar.
VI - A sentença penal condenatória transitada em julgado.
Ao contrário da sentença cível, esta somente poderá ser constituída como título executivo judicial, somente após o seu transito em julgado, pelo principio da presunção de inocência, posto que não pode produzir efeitos, enquanto não se tornar definitiva.
Outra diferença da sentença cível é que não há execução provisória na sentença penal, em obediência do art. 5, LVII, da CF, que expõe que “ninguém poderá ser considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória”.
Isto se deu tendo em vista que as maiorias dos crimes, geram obrigações em várias esferas, inclusive na cível, como exemplo, indenização dos prejuízos do crime decorrentes, ou de restituir coisas, o ainda de fazer ou não fazer, eis que sentença penal condenatória torna certo o dever de reparação do dano ainda que não o diga expressamente e é certamente ilíquida, devendo ser liquidada por liquidação de artigos, com prova do dano e/ou sua extensão etc., nos termos do art. art. 509, NCPC e seguintes.
A parte poderá ajuizar de duas formas, desde logo na esfera cível (preparatória) ou aguardar o resultado da ação criminal, que se favorável, formará o título executivo judicial. Se houver situações simultâneas, Isto é, esfera cível e criminal, o juiz poderá suspender o processo, aguardando o resultado daquela nos termos do art. 265, NCPC, porém sendo ato facultativo do magistrado no caso concreto.
Se a primeira segunda hipótese tem a vantagem de partir de um título executivo judicial e, portanto, indiscutível, na primeira é possível incluir outro eventual responsável, como, por exemplo, a empresa de que o agente criminoso é preposto nos casos de acidente de veículo. A sentença penal condenatória é exeqüível exclusivamente contra o réu da ação penal, podendo ser de nenhuma valia se o réu for pobre.
O credor do título de sentença penal condenatória é o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros (CPP, art. 63), independentemente de quem tenha promovido a ação penal (pública ou privada) ou de ter participado como assistente do Ministério Público. Se o titular do direito à reparação do dano for pobre, a execução da sentença penal condenatória ou a ação civil será promovida, a seu requerimento, pelo Ministério Público (CPP, art. 68). Trata-se de caso de substituição processual, legitimação extraordinária por disposição legal, que completa o art. 778, § 1º, I NCPC, quanto à possibilidade de o Ministério Público promover a execução.
Como observação, cumpre esclarecer que poderá ocorrer diversas hipóteses no tocante a sentença penal condenatória, mesmo após o seu trânsito em julgado caso o réu venha a ser absolvido através de revisão criminal, isto é, várias são as alternativas possíveis, vejamos:
se a execução civil da sentença não foi iniciada, não mais poderá sê-lo porque desapareceu o título;
se a sentença penal está com execução em andamento, extinguir-se-á a execução pela mesma razão;
se a execução já se consumou com o pagamento do credor-ofendido, a situação irá variar conforme o fundamento e conteúdo da sentença proferida na revisão, ou seja, se na revisão foi julgada extinta a punibilidade ou decidido que o fato imputado não
constitui crime, não desaparece a responsabilidade civil, e o pagamento, a despeito de ter obtido agora com meio inidôneo (execução com título extinto), não podendo haver repetição; se a absolvição teve por fundamento a legítima defesa, tal circunstância elimina a responsabilidade, cabendo, pois, a repetição (CC, arts. 927 e ss), permanecendo, porém, a responsabilidade se outra for a causa que considere o crime justificável.
VII - A sentença arbitral:
Como visto o NCPC, como também no CPC/73, considera título executivo judicial a sentença arbitral, haja vista o expresso contigo no art. 31 da Lei de Arbitragem nº 9.307/96 que assim expõe “A sentença arbitral produz, entre as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos da sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e , sendo condenatória, constitui título executivo”.
LEI Nº 9.307, DE 23 DE SETEMBRO DE 1996.
Art. 31. A sentença arbitral produz, entre as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos da sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e, sendo condenatória, constitui título executivo.
Em suma, trata-se da única hipótese de título judicial não criado por um juiz, mas que mesmo assim não necessita de homologação no judiciário e vem tratada no artigo 23 e seguintes da Lei nº 9.306/96 e seu processo de execução é autônomo e, com normal citação do devedor.
VIII e IX – A Sentença/decisão estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça:
A homologação da sentença estrangeira após a Emenda Constitucional nº 45/2004 modificou o dispositivo constitucional que atribuía ao Supremo Tribunal Federal a homologação da sentença estrangeira, transferindo ao Superior Tribunal de Justiça (art. 105, I, “i”, CF).
Em suma, a sentença estrangeira pura e simples não tem eficácia alguma em nosso pais, porém após a homologação pelo STJ, passa a valer com total eficácia como se aqui fosse proferida, passando as regras normais de competência contida NCPC a partir do art. 21, como já estudado anteriormente.
A execução das sentenças estrangeiras homologadas pelo STJ é da competência da Justiça Federal da Capital do Estado do domicílio do devedor, obedecidas as regras normais para a execução de julgado nacional da mesma natureza, com base no NCPC.
Obs.: de acordo com citado art. (515), § 1º, verifica-se que:
§ 1o Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias.
Lembrando que este tema, será abordado em aula específica.
TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS.
O rol de títulos executivos extrajudiciais, previstos em lei estão numerados no art. 784 do NCPC e outros em leis especiais.
Em suma, são considerados como extrajudiciais devido não ser precedido de fase cognitiva, com isso seu grau de certeza é menor que os títulos judiciais.
São conhecidos como títulos executivos extrajudiciais pela forma como são constituídos e pelas suas garantias que se revestem, gozam (devido a legislação) de um grau de certeza que se justifica precedida de um prévio processo de conhecimento. Esse grau de certeza trazido no título justifica o risco de promover diretamente a sua execução, sem a necessidade de se transcorrer pelo processo de conhecimento, que em muitas vezes, gerado por um grande lapso temporal.
Porém, apesar deste grau de certeza, a legislação autoriza a apresentação de embargos como meio de sua defesa nos termos do art. 917, do NCPC, que será estudado em momento oportuno.
Abaixo, passaremos a estudá-los de forma individual, vejamos:
I - A letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque:
O inciso I, trata basicamente de títulos de créditos, aos quais a lei atribui força executiva.
Letra de Câmbio e Nota Promissória – Decreto-Lei nº 2.044/1908 e pela Lei Uniforme de Genebra (Decreto Lei nº 57.663/66).
A duplicata - Lei nº 5.474/68.
Debênture – Leis nº 6.404/76, modificada pelas Leis nºs 9.457/97 e 10.303/01.
Cheque – Lei nº 7.357/85.
Trata-se dos chamados títulos cambias ou cambiariformes, havendo os que são causais (exigíveis desde que acompanhados de comprovação da relação jurídica subjacente, como duplicata) e não causais (que guardam autonomia sobre qualquer relação subjacente, como os cheques e a nota promissória).
A duplicata, devido a lei nº 5.474/68 só será título executivo se aceita e se não aceita, e vier acompanhada do instrumento de protesto, do comprovante de entrega de mercadoria ou da prestação de serviço, desde que o sacado não houver recusado o aceite, na forma como lhe é facultado na Lei de Duplicatas, arts. 7º, 8º e 15º, I, c.
A duplicata é um título sacado pelo próprio credor, sem a participação do devedor. Daí a necessidade de ficar demonstrada a relação jurídica subjacente, seja com o aceite do devedor, seja com a comprovação do negócio.
Quando não aceita, o instrumento de protesto é indispensável para a caracterização do título executivo. O protesto pode decorrer de falta de aceite, de pagamento ou de devolução.
Há as vezes em que a duplicata, enviada ao devedor para aceite, fica retida por ele. Nesse caso, faz-se o protesto por indicação do credor, e a execução poderá ser feita sem a juntada do título.
A letra de câmbio e nota promissória são reguladas pelo Decreto nº 2.044/1908 e pela Lei Uniforme de Genebra (Decreto Lei nº 57.663/66). Na verdade, vigora no Brasil a Lei Uniforme, como ela foi ratificada com reservas, alguns dos seus dispositivos não se aplicam entre nós. Naquilo que a Lei Uniforme for omissa, ou a respeito do qual houver alguma reserva, aplica-se o Decreto nº 2.044/1908.
A letra de câmbio é uma ordem de pagamento dirigida a determinada pessoa para que faça um pagamento a outra. Nela há três envolvidos, isto é, o que emite a ordem de pagamento, denominado sacador, o que a recebe e deve cumprir a ordem, o sacado e aquele a quem o pagamento deve ser feito, chamado beneficiário.
A nota promissória é o título emitido pelo devedor, em que ele se compromete a pagar a determinada pessoa a soma constante do título. Não é título causal, e, por isso, independente da prova de qualquer negócio jurídico subjacente.
Os requisitos, tanto para a nota promissória quanto para a letra de câmbio, são aqueles estabelecidos na Lei Uniforme (Decreto Lei nº 57.663/66) e no Decreto n. 2.044/1908.
Com muita frequência, a nota promissória tem sua emissão vinculada a determinado contrato, em especial bancário. Ela é emitida como mais uma garantia do pagamento.
Isso não lhe retira sua força executiva, podendo a execução fundar-se em dois ou mais títulos de créditos (súmula 27 do STJ).
Controverte-se sobre a possibilidade de executar o avalista da promissória, pelos encargos e verbas acessórias, que figuram no contrato, mas não no título de crédito. Será preciso verificar se o avalista firmou apenas a promissória, ou se assumiu, no contrato, a responsabilidade solidária pelo pagamento do débito e dos encargos. Se o fez, poderá ser executado também pelos encargos (súmula 26 do STJ).
Cheque – Lei nº 7.357/85, ordem incondicional de pagamento à vista, possuem 3 figuras, sacador, sacado e beneficiário ou tomador
Debêntures – Em resumo, são valores mobiliários representativos de dívida de médio e longo prazos que asseguram a seus detentores (debenturistas) direito de crédito contra a companhia emissora.
Emitidas por Ações (S.A.), de capital fechado ou aberto. Entretanto, somente as companhias abertas, com registro na CVM – Comissão de Valores Mobiliários, podem efetuar emissões públicas de debêntures.
Reguladas pela lei nº 6.404/76, modificada pelas Leis nºs 9.457/97 e 10.303/01.
Diferente de ações, onde estas são valores adquiridos da empresas S/A., já a debênture são empréstimos concedidos as mesmas.
Ressaltando, que os títulos supra mencionados, serão objeto de estudos na disciplina específica de direito cambial e contratos mercantis.
II
– Escritura Pública ou documento público assinado pelo devedor.
Por escritura ou documento público entende-se lavrado por um tabelião ou funcionário público, no exercício das suas funções. Não é preciso que venha assinado por duas testemunhas. A escritura pública é aquela lavrada por um escrivão ou tabelião, que reduz a escrito as declarações da vontade do devedor. Não é necessária a assinatura do devedor, bastando que o tabelião, que goza de fé pública, certifique que a declaração de vontade foi emitida. No documento público, considerado como tal aquele emitido por órgão público, no qual o devedor reconhece sua obrigação perante terceiros, é indispensável a assinatura.
Para que se caracterize como título executivo, é preciso que contenha uma obrigação imposta àquele que o assina, sela ela de pagamento de determinada quantia, de entrega de coisa, de fazer ou de abster-se. 
 
III – Documento particular firmado pelo devedor e duas testemunhas.
Toda e qualquer declaração, na qual o devedor reconheça a existência de uma obrigação, terá força executiva, se vier subscrita por duas testemunhas.
A Redação do artigo, entende a executividade de toda espécie de obrigação, onde não há nenhuma exigência quanto a forma do documento particular, bastando-se somente que fique evidenciado a intenção do devedor de reconhecer a obrigação e que venha com assinatura de duas testemunhas.
A necessidade da testemunha é para que em caso de lide as mesmas possam comprovara em juízo que o devedor manifestou sua vontade de forma livre e espontânea, valendo-se observar as vedações do art. 447 do NCPC, quanto a suspeição, impedimento etc.
Existe controvérsia sobre os contratos de prestação de serviços educacionais, havendo decisões do STJ que lhe atribuem executividade. Porém existem correntes que não entendem pela referida força executiva, porque o contrato é firmado e subscrito por duas testemunhas antes que o serviço tenha sido prestado, podendo haver controvérsia se ele foi adequadamente ou sobre o tempo pelo qual se estendeu, por isso o torna duvidoso no tocante o quantum debeatur, o que afasta sua executividade, inclusive sendo corroborado pela Súmula 40 do extinto Primeiro Tribunal de Alçada Civil de São Paulo, que assim expõe “O contrato de prestação de serviços educacionais, mesmo que subscrito por duas testemunhas instrumentárias, não é título executivo extrajudicial”.
De igual forma ocorre com a executividade dos contratos de abertura de crédito bancário, que a muito tempo, subscrito por duas testemunhas possuía força executiva, exemplo Súmula 11 do extinto Primeiro Tribunal de Alçada Civil de São Paulo, que posteriormente o STJ firmou entendimento contrário, pela falta de liquidez necessária, pois o correntista e as testemunhas firmam o contrato e não os extratos bancários, que apontam o saldo devedor. Por outro lado, tais documentos são produzidos de forma unilateral pela instituição bancária, o que também afasta a certeza que se exige dos títulos, inclusive sendo pacificado com a Súmula 233 do STJ que considera que referido título não tem força executiva, facultando ao banco o ajuizamento de ação monitória, sem prejuízo das ações de procedimento comum.
Existe uma controvérsia sobre a assinatura das testemunhas, posto ser comum as mesmas subscreverem o documento depois que ele foi firmado pelo devedor, sem que estivessem presentes no ato da assinatura, o que as impede de atestar que foi subscrito pelo devedor de forma voluntaria. Entretanto, tal entendimento vem sendo aceito normalmente pelo judiciário, pois a legislação não exige que as testemunhas seja contemporânea à do devedor, da mesma forma que não exige que as testemunhas estejam identificadas, desde que o devedor não as questione eventual falsidade da declaração ou do documento.
IV – Instrumento de transação referendado pelo MP, Defensoria Pública, pela Advogados Pública, advogados dos transatore, conciliador ou mediador.
Trata-se de transação extrajudicial, não homologada pelo juiz, porque a que foi constitui título executivo judicial.
Não basta que a transação tenha assinatura das partes, posto ser necessário que tenha sido referendada (aprovada) pelos membros descritos no citado inciso, o que assegura a idoneidade do documento, lembrando que os últimos devem ser homologados pelo Tribunal.
V e VI – Contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese (imóvel obter frutos) ou outro direito real em garantia, garantido por caução e seguro de vida.
São direitos reais de garantia, tratados pelo Código Civil, onde pressupõem uma obrigação principal, cujo cumprimento é por eles garantidos, daí sua natureza acessória.
A garantia é real, porque recai sobre determinado bem, que fica afetado ao pagamento da dívida. Em caso de excussão do bem dado em hipoteca, penhora ou anticrese, o credor titular da garantia será preferencialmente pago.
O que se executa não é propriamente a garantia, mas o débito em dinheiro por ela assegurado. É título executivo o documento que contém obrigação de o devedor pagar dívida liquida, quando garantida por hipoteca, penhor ou anticrese. Haverá título executivo se a garantia real constar do mesmo instrumento em que ficou consignada a dívida, ou de documento distinto.
A execução de débito garantido por hipoteca é chamada hipotecária e por penhor, pignoratícia. Para que a hipoteca seja oponível erga omnes, e capaz de atribuir ao título força executiva, é preciso que tenha sido inscrita no Cartório de Registro de Imóveis.
O art. 835 do NCPC estabelece que na execução destes tipos de crédito que a penhora independentemente de nomeação, recairá sobre a coisa dada em garantia.
O credor com garantia real tem preferência de receber o produto da excussão do bem, e por essa razão a penhora deve recair sobre ele, porém se for insuficiente para garantir em juízo, a penhora estender-se-á a outros. Se houver venda do bem por superior o saldo será restituído ao devedor.
Não há empecilho para que os bens dados em garantia real sejam penhorados em execução aforada por outro credor, porque a garantia não os torna inalienáveis ou impenhoráveis, mas sendo necessário a intimação do credor hipotecário ou pignoratício para que possa exercer o direito de preferência, conforme art. 804 do NCPC, sob pena de ato ineficaz. O art. 674 do NCPC, atribui a ação de embargos de terceiros ao credor com garantia real que queria obstar a alienação judicial do objeto da hipoteca, penhor ou anticrese.
A garantia real não impede que o bem vá à hasta pública, na execução movida por terceiro, porém exige que o credor com garantia real seja intimado para exercer o direito de preferência. Todavia, não pode invocando a garantia, tentar impedir que o bem seja excutido (venda judicial), a não ser que não tenha sido intimado, mas se feita não pode obstar a hasta, cabendo-lhe somente receber o direito de preferência, exceto se o credor descobrir que o devedor possui outros bens sobre os quais poderá incidir a penhora.
Assim, intimado o credor com garantia real, cumpre-lhe requerer a preferência no pagamento. Aquilo que sobejar a dívida poderá ser pago ao credor que ajuizou a execução. Se intimado e não comparecer ao processo para reclamar prioridade no pagamento, o credor preferência a perderá.
Já os contratos de caução (depósito em dinheiro ou bens) são tidos como acessórios, pois visam assegurar ao credor o pagamento e podem ser de duas espécies nos termos do art. 301 do CPC:
garantias reais: garantia por meio de um bem móvel (penhor), imóvel (hipoteca) ou anticrese;
garantias fidejussórias (pessoais): pois são prestadas por pessoas e não por bens e em caso de descumprimento de determinada obrigação, a satisfação do débito será garantida por uma terceira pessoa, que não o devedor. As modalidades de garantia pessoal são o aval e a fiança.
Ou seja, em suma a caução visa garantir o pagamento de uma dívida em favor do beneficiário caso a obrigação não seja cumprida, onde o fiador
poderá ser executado. A fiança esta regulamentada no CC e pode ser de três tipos, convencional (acordo entre as partes), legal (autorização legal) e judicial (processo).
Porém deve-se observar se existe preferência de ordem ou se houve renuncia, que em caso positivo poderá o credor executar diretamente o fiador, sem a necessidade de que o devedor integre o pólo passivo, porém se não houve, só poderá ser demandado o fiador se o devedor também integre o pólo passivo. 
A execução ajuizada diretamente contra o fiador com beneficio de ordem, sem a inclusão do devedor no pólo passivo, o juiz extinguirá, por falta de interesse.
Para que a fiança seja título executivo extrajudicial é preciso que a obrigação principal esteja consubstanciada em um título, haja vista ser acessória.
A responsabilidade do fiador estende-se apenas pela duração prevista em contrato, assim se o contrato for prorrogado a mesma não prorroga, exceto se houver manifestação do fiador, de acordo com a Súmula 214 do STJ.
Por fim o contrato de seguro de vida é ato pelo qual uma das partes, o segurador, se obriga, mediante o recebimento de um prêmio, a garantir o outro contratante de risco predeterminados e também é regido pelo CC. 
Em suma nem todo contrato de seguro é título executivo extrajudicial,, mas apenas os de vida por questão de facilidade no recebimento da indenização.
Ademais, a Lei nº 11.382/2006 exclui os seguros de acidentes pessoais do rol de títulos executivos extrajudiciais, posto que não gozam de liquidez, eis que o valor da indenização depende de prova da lesão, de sua permanência e do grau de incapacidade que provocou.
VII – O crédito decorrente de foro e laudêmio (imóvel pertencente a União, tipo praia).
Foro e laudêmio estão associados a enfiteuse, onde foro é a renda anual que a enfiteuta deve pagar ao proprietário do imóvel e laudêmio é o valor devido pelo alienante ao senhoria direto, sempre que se realizar a transferência do domínio útil, por venda ou dação em pagamento.
Enfiteuse, em suma, é o direito que uma pessoa adquire de usar, gozar, fruir de determinado bem imóvel alheio, mediante uma remuneração paga anualmente, que se denomina foro. 
Em suma as enfiteuses e a subenfiteuses com o advento do novo CC (art. 2.038) passou a ser proibida sua constituição, porém respeitando aquelas construídas antes da sua vigência que terão validade até que sejam extintas.
VIII e X – O crédito decorrente de contrato de aluguel e encargos acessórios e condomínio.
Apesar do contrato de locação poder ser constituído de forma verbal ou formal, vale ressaltar que a lei somente atribuiu força executiva quando o mesmo for devidamente formal, independente de assinatura de duas testemunhas, sendo irrelevante o tempo de duração, se comercial, residencial etc., pois neste caso somente importará a mora da locação e sua correção em razão do atraso no pagamento de alguma das prestações.
Em suma, existe uma divergência sobre a execução da multa compensatória quando a execução inviabilizar a continuação da locação pelo término antecipado da locação, mesmo sendo comum sua prática e sua inserção nos contratos.
A divergência existe no sentido de que a cláusula penal poderá ser objeto de modificação pelo juiz pelo fato do cumprimento parcial do contrato, nos termos do art. 413 do CC, e assim não poderia de plano ser executada, mas sim objeto de ação de conhecimento. Porém, deve se observar o caso concreto, pois no STJ existem os dois entendimentos.
O contrato de locação sendo garantido por fiança é possível aforar a execução também contra o fiador ou somente contra ele, se renunciado o benefício de ordem, sendo o devedor responsável até a desocupação e o fiador até onde anuiu expressamente.
A execução poderá ser feita apenas contra o devedor ou fiador, mas se somente contra o devedor o fiador não poderá ser executado pela sentença por força da súmula 268 do STJ, haja vista não ter sido citado (posto que intimado ele até pode ser), exceto em um novo com base no contrato escrito garantido pela fiança, mas podendo ser incluso todo o débito da ação anterior.
Agora no tocante aos débitos condominiais estes também podem ser executado, porém existe uma controvérsia posto que as cobranças condominiais não pagas, devem ser objeto de ação de cobrança.
A ação deverá ser proposta contra o proprietário do imóvel ou compromissário comprador a quem tenha sido transferido a posse, desde que cientificado o condomínio. Em caso de locação a cobrança não será contra o locatário, já que o condomínio não tem relação com ele, mas sim contra o titular da unidade que responde pelas despesas ordinárias ou extraordinárias, no processo de conhecimento.
Mas em caso de pagamento pelo proprietário este poderá ajuizar uma ação de regresso em faço do locatário pelas despesas pagas.
IX – A certidão da dívida ativa.
A certidão da dívida ativa da Fazenda Pública da União, Estado, Distrito Federal, Território e Município corresponde aos créditos inscritos na forma da lei. Hoje a execução da dívida ativa da Fazenda Pública está regulada por lei especial, a Lei nº 6.830, de 22 de setembro de 1980.
		
	
XI – Serventia Notarial e afins.
Valores contidos nas tabelas específicas por serviços prestados em gerais pelo tabelionato.
XII – Todos os outros títulos previstos em lei especiais.
Como não existem títulos executivos sem previsões legais, vale observar que além dos inseridos no NCPC, existem outros criados por lei especial, tais como, mas não exclusivamente, as cédulas hipotecárias, de crédito industrial e rural, de comércio, contrato de alienação fiduciária em garantia, os prêmios de seguro e as decisões do Tribunal de Contas da União (multas, débitos etc. – art. 71, IX, §3º da CF).
Outro exemplo são os honorários advocatícios prescrito no art. 24 da Lei nº 8.904/94 que estabelece como sendo título executivo extrajudicial. Ressalta-se não se deve confundir com os honorários de sucumbência, pois este último é executado nos próprios autos e por sua vez são títulos executivos judiciais.
O contrato de honorários advocatícios, desde que escrito, possui força executiva e dispensa a assinatura de testemunhas ou outra formalidade para sua eficácia executiva, mas tão somente que seja liquido e que contenha todos os elementos necessários para a apuração do quantum debeatur, porém se existir honorários a serem arbitrados ou cujo valor não seja possível efetuar via simples cálculo aritmético, faz-se necessário o ajuizamento da ação de cobrança.
A execução deste tipo de contrato deverá vir acompanhado das provas de que o serviço foi executado e das peças e manifestações em que atuou em favor do executado no processo para o qual foi contratado.

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