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Técnicas de Recrutamento e 2° Ciclo Seleção QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 2 SUMÁRIO AULA 1 ............................................................................................................................ 5 QUADRO RESUMO: RECRUTAMENTO E SELEÇÃO ........................................................ 5 1. TÉCNICAS DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO: O CANDIDATO ................................... 5 1.1 O que é Recrutamento e Seleção? .............................................................................. 6 1.2 Currículo ................................................................................................................... 6 1.3 Como atrair os candidatos......................................................................................... 8 1.3.1 Pessoalmente ..................................................................................................................... 8 1.3.2 Sites das empresas ............................................................................................................ 8 1.3.3 Feiras e Palestras .............................................................................................................. 8 1.3.4 Indicação de outros funcionários ....................................................................................... 8 1.3.5 Redes Socias ...................................................................................................................... 8 1.3.6 Sites de Empregos ............................................................................................................. 9 1.3.7 Consultorias de RH ............................................................................................................ 9 1.3.8 Headhunters ...................................................................................................................... 9 1.3.9 Outplacement ................................................................................................................... 10 1.3.10 Universidades, Escolas de Educação Técnica e Profissionalizante ............................... 10 1.3.11 Jornal classificados ....................................................................................................... 10 1.4 O impacto do processo de seleção na vida do candidato .......................................... 10 AULA 2 .......................................................................................................................... 13 2. PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO ......................................................... 13 2.1 Tipos de Recrutamento ............................................................................................ 13 2.1.1 Recrutamento interno ....................................................................................................... 13 2.1.2 Recrutamento externo ...................................................................................................... 13 2.1.3 Recrutamento misto ......................................................................................................... 14 QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 3 2.2 Etapas do Processo ................................................................................................. 14 2.2.1 Tipos de vaga ................................................................................................................... 15 2.2.3 Pretensão salarial ............................................................................................................ 15 2.3 Etapas da Seleção ................................................................................................... 16 2.3.1 Triagem de currículos ....................................................................................................... 16 2.3.2 Entrevista com RH ........................................................................................................... 16 2.3.3 Entrevista com o gestor .................................................................................................... 16 2.3.4 Fechamento de processo com o gestor responsável pela vaga ........................................ 17 AULA 3 .......................................................................................................................... 20 3. FERRAMENTAS DE SELEÇÃO .................................................................................. 20 3.1 Ferramentas de Seleção .......................................................................................... 20 Entrevista .................................................................................................................................. 20 3.1.1 Tipos de entrevista ........................................................................................................... 20 3.1.2 Como conduzir entrevistas ............................................................................................... 21 3.1.3 Entrevista por competências ............................................................................................ 23 3.1.4 Competências técnicas X comportamentais ..................................................................... 24 AULA 4 .......................................................................................................................... 27 4. FERRAMENTAS DE SELEÇÃO .................................................................................. 27 4.1 Ferramentas de Seleção .......................................................................................... 27 4.1.1 Dinâmicas de grupo ......................................................................................................... 27 4.1.2 Testagem Psicológica ....................................................................................................... 29 4.1.3 Prova de Conhecimento Especifico ................................................................................... 30 4.1.4 Exame médico admissional ............................................................................................. 30 4.1.5 Parecer final do candidato ............................................................................................... 31 AULA 5 .......................................................................................................................... 32 5. TÉCNICAS DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO: A EMPRESA ..................................... 32 5.1 Papel da área de RH na seleção ............................................................................... 32 5.1.1 Planejamento do recrutamento e seleção ......................................................................... 33 5.1.2 Definição do perfil da vaga .............................................................................................. 33 QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 4 5.1.3 Divulgação da vaga ......................................................................................................... 36 5.1.4 Modelos de Divulgação .................................................................................................... 36 5.2 Processo de admissão/integração dos novos colaboradoresna empresa .................. 39 5.3 Avaliação do processo de Recrutamento e Seleção ................................................... 40 5.3.1 Medidas de critério global ................................................................................................ 40 5.3.2 Medidas de critério orientado para o método de recrutamento ........................................ 40 AULA 6 ............................................................................................................. ............. 42 6.1 Papel do gestor no recrutamento ............................................................................. 42 6.1.1 Definição da vaga ............................................................................................................ 42 6.1.2 Requisição de pessoal ...................................................................................................... 42 6.1.3 Análise funcional ............................................................................................................. 44 6.1.4 Infraestrutura de trabalho ............................................................................................... 45 6.1.5 Acompanhamento funcional/Contrato de experiência ..................................................... 45 6.1.6 Substituição de funcionário .............................................................................................. 46 6.2 Programas de Recrutamento e Seleção .................................................................... 47 6.2.1 Seleção de Estagiários ..................................................................................................... 47 6.2.2 Seleção de Trainees ......................................................................................................... 48 6.2.3 Jovem aprendiz ................................................................................................................ 48 6.2.4 Pessoas com deficiência (PCD) ......................................................................................... 48 AULA 7 .......................................................................................................................... 50 7. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DE SELEÇÃO ................................................. 50 7.1 Rotatividade de Pessoal ........................................................................................... 50 7.2 Absenteísmo ............................................................................................................ 52 7.3 Entrevista de Desligamento ..................................................................................... 53 7.3.1 Objetivos de uma entrevista de desligamento ................................................................. 53 7.3.2 Condução de uma entrevista de desligamento ................................................................ 53 7.4 Para pensar: Expectativa X frustração – Como Cobrar Resultados .......................... 56 AULA 8 .......................................................................................................................... 58 8. TÉCNICAS DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO: VISÃO SOCIAL ................................. 58 QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 5 8.1 Leis que regem/ interferem os processos de recrutamento e seleção ....................... 58 8.1.1 Constituição Federal ........................................................................................................ 58 8.1.2 Lei de Cotas ..................................................................................................................... 58 8.1.2 Jovem Aprendiz ............................................................................................................... 59 8.1.3 Estagiários ....................................................................................................................... 60 8.2 Mercado de Trabalho ............................................................................................... 61 8.2.1 Fatores condicionantes do mercado de trabalho ............................................................. 61 8.3 Atuação de instituições público-privadas no processo ............................................. 62 8.3.1 Sindicatos ........................................................................................................................ 62 8.3.2 Sine - Sistema Nacional de Emprego ............................................................................... 62 8.3.3 Sistema “s” ...................................................................................................................... 63 REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA INDICADA ................................................................. 65 QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 6 1. TÉCNICAS DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO: O CANDIDATO Atualmente a realidade organizacional tem passado por diversas mudanças. O cenário político, econômico e social se alterou muito desde que o processo de globalização teve início e as tecnologias se difundiram. O processo de recrutamento e seleção é de suma importância para o sucesso das empresas, pois é através dele que as organizações conseguem identificar talentos que fazem o diferencial neste mercado competitivo. O principal objetivo da área de Recursos Humanos é atrair, desenvolver e reter profissionais que façam a diferença dentro da empresa. Esse desafio começa, com a atração de talentos no mercado de trabalho, ou seja, com o Recrutamento e Seleção. Esta atividade é considerada vital em uma organização e revela, por meio da capacidade de atrair bons profissionais, a imagem da empresa perante o mercado de trabalho. AULA 1 QUADRO RESUMO: RECRU TAMENTO E SELEÇÃO 1. Processo de recruta mento e seleção: O Candidato => Aulas 1 a 4. Bases tecnológicas a serem atingidas: Técnicas de recrutamento e seleção: O que é Recrutamento e Seleção; Currículo; Como atrair candidatos; Tipos de Recrutamento e etapas do processo seletivo; Ferramentas de Seleção. 2. Processo de recrutamento e seleção: A Empresa => Aulas 5 a 7. Bases tecnológicas a serem atingidas: Papel do RH na seleção; Processo de Admissão e Integração; Avaliação do processo; Papel do Gestor; Programas de Recrutamento e Seleção; Apresentação dos Resultados. 3. Processo de recrutamento e seleção: Visão Social => Aula 8. Bases tecnológicas a serem atingidas: Leis que interferem nos processos de recrutamento e seleção; Mercado de trabalho e Atuação de instituições público - privadas. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 7 “Para serem bem sucedidas, as organizações necessitam das pessoas certas, na quantidade certa, na hora certa. Assim, atrair as pessoas certas, pelo custo certo, na hora certa é o resultado de um sistema de recrutamento eficaz. As Organizações de ponta Recrutamento de Pessoal é uma atividade que tem por finalidade a captação de recursos humanos (em fontes internas e externas), objetivando municiar o subsistema de seleção de pessoal no atendimento aos clientes internos da empresa. Recrutar significa reunir um grupo de pessoas potencialmente aptas para preencher os cargos disponíveis de uma empresa. A partir deste grupo é que é feita a seleção do candidato que irá preenchera vaga. Já a Seleção, pode ser definida por atividades de escolha, de opção e decisão por aqueles candidatos recrutados que estão mais adequados a preencher os cargos existentes na empresa, objetivando manter ou aumentar a eficácia do potencial humano na organização. A seleção de pessoal é que vai apontar dentre os candidatos recrutados, o mais apto a desempenhar as funções pretendidas pela empresa. Basicamente o processo de seleção busca atender as exigências do cargo. É traçado um perfil do candidato para o cargo em aberto. Através de diversas técnicas identifica-se dentre todos os candidatos aquele que QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 8 possui o conjunto de conhecimentos e habilidades mais próximos ao que a empresa busca. 1.2 Currículo Trata-se do documento com as principais informações de quem está buscando a uma vaga e tem como objetivo apresentar um resumo da vida profissional do candidato. Nele devem constar informações relacionadas ao trabalho bem como informações de contato caso a organização tenha se interesse em incluí-lo no processo seletivo. O que deve constar no currículo: é um resumo profissional e obrigatoriamente devem constar em primeiro lugar informações de contato como: nome, telefone, e-mail e endereço físico. Na sequência devem ser informados os dados profissionais, com o nome empresa, mês e ano de início e de fim dos últimos três empregos em ordem cronológica do mais atual ao mais antigo (ou ainda os três últimos empregos mais significativos, que não necessariamente sejam os três últimos). Além disto, deve constar a formação educacional, cursos extras e o conhecimento de idiomas. Cabe ao candidato o cuidado com a formatação e com possíveis erros de gramática. Como fazer triagem de currículos: em geral, o currículo deve apresentar um resumo da vida profissional do candidato e não ultrapassar mais de duas páginas. Na prática observa-se que muitos candidatos não têm estes cuidados na elaboração dos currículos e por vezes podem perder oportunidades de emprego. Para auxiliar na triagem de currículos a área de recursos humanos pode solicitar aos candidatos que preencham um modelo de currículo padrão que pode ser enviado por e-mail ou disponibilizado em um site. O recrutador deve ter muita atenção nesta triagem para não perder um bom candidato ou incluir no processo os profissionais que estão fora do perfil desejado. Para isso, devem dominar o perfil da vaga que estão selecionando e buscar na leitura dos currículos as informações necessárias como, por exemplo: a formação desejada, a experiência, estabilidade nos empregos anteriores, idiomas, cidade que reside, ou seja, todas as informações necessárias para o preenchimento da vaga. A triagem de currículos é uma etapa trabalhosa e que deve ser feita com atenção, pois é um filtro que é realizado e irá definir quais os candidatos seguirão ou não para as próximas etapas do processo seletivo. Ficha de emprego: é um formulário que pode substituir o currículo na captação de candidatos. É uma ferramenta muito comum em empresas que demandam elevado número de mão de obra. Os dados do formulário são solicitados conforme as necessidades do local, por isso pode questionar dados como peso, altura a fim de serem utilizados na compra de QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 9 uniformes e EPIs quando necessários, além das informações profissionais conforme as solicitadas em um currículo. Figura 1 – Currículo Fonte: Internet A organização disponibiliza no seu site um cadastro padronizado ou um e-mail para recebimento de currículos. Este canal pode estar permanentemente disponível aos candidatos que demonstram interesse em enviar suas informações para se candidatarem a vagas na empresa. As informações enviadas são classificadas e arquivados em um banco de dados. Quando surge uma vaga, é possível fazer uma triagem desses currículos levando-se em consideração o perfil desejado para o determinado cargo, o que pode acelerar o processo seletivo. 1.3.3 Feiras e Palestras Muitas empresas realizam a divulgação das suas atividades em feiras e palestras relacionadas à sua atividade fim. A ideia é divulgar no mercado informações sobre a QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 10 empresa com objetivo de despertar nos profissionais o interesse em trabalhar nela. Neste momento é importante orientar os candidatos sobre o encaminhamento de currículos. 1.3.4 Indicação de outros funcionários Pode-se pedir as pessoas de dentro da empresa para indicar candidatos. Além de ser um meio econômico, os funcionários geralmente indicam pessoas com perfil para aderir à cultura da empresa. Neste caso é importante informar aos funcionários que os profissionais indicados passarão por um processo seletivo assim como os demais candidatos, ou seja, que a indicação não é emprego certo. 1.3.5 Redes Socias A divulgação de vagas na Internet através das redes sociais tem sido um recurso muito utilizado para captar candidatos para os processos seletivos. A internet conecta as pessoas a muitas outras, o que facilita a comunicação e a passagem da informação a baixo custo. 1.3.6 Sites de Empregos Estes sites, normalmente administrados por empresas de consultoria em recursos humanos ou agências de emprego, disponibilizam aos interessados formulários específicos para preenchimento dos dados curriculares do interessado. As informações obtidas são processadas pelo administrador do site e oferecidas às empresas conveniadas ou interessadas em candidatos com determinadas qualificações. Figura 2 – Redes Sociais Fonte: Internet 1.3.7 Consultorias de RH A grande vantagem na contratação deste serviço é que a empresa não precisa ter uma estrutura interna de recursos humanos para realizar todas as etapas do processo seletivo bem como pode se proteger em relação ao sigilo da vaga. A empresa contratante QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 11 recebe da consultoria somente a indicação de profissionais alinhados com o perfil da vaga em aberto. As consultorias realizam as etapas de divulgação, triagem de currículos, entrevistas e avaliação dos candidatos bem como mantém sigilo sobre a empresa nos primeiros contatos com os candidatos. Com a contratação deste serviço, a área de RH da empresa pode se dedicar exclusivamente ao acompanhamento do processo e apoio ao gestor na tomada de decisão. Consultorias de RH podem ser contratadas para realizar seleção de vagas de nível operacional, tático ou estratégico, de acordo com o seu foco de atuação. 1.3.8 Headhunters Também conhecidos como caça-talentos, é usada para a contratação de executivos de alto nível. Estes são contratados por empresas, de diferentes setores para prestarem serviços em recrutamento e seleção de executivos altos nível, que estão ocupando posições estratégicas em empresas, com objetivo de oferecer uma nova oportunidade de trabalho. 1.3.9 Outplacement Trata-se do caminho contrário aos dos headhunters. Neste caso o candidato contrata serviço de consultoria de carreira a um profissional especializado que busca oportunidades no mercado de trabalho de acordo com o seu perfil além de prepará-lo para os processos de seleção. Como o custo deste serviço é do profissional,para a organização é zero. A empresa, então, pode divulgar a sua vaga para empresas de outplacement, assim estas verificam se há profissionais assessorados com o perfil desejado. 1.3.10 Universidades, Escolas de Educação Técnica e Profissionalizante É enviado por meio eletrônico o perfil da vaga para divulgação junto aos estudantes. Algumas instituições possuem cadastro direto no site, como é o caso, por exemplo, das Escolas e Faculdades QI. O Objetivo é atrair os jovens talentos e comunicar oportunidades de trabalho para pessoas que estão sendo qualificadas. 1.3.11 Jornal classificados Este é o canal de comunicação de oportunidades de emprego mais tradicional. O jornal vem sendo substituído fortemente pela internet devido ao seu alcance, mas ainda é bastante utilizado conforme o público que se quer atingir como, por exemplo, na divulgação de vagas operacionais. 1.4 O impacto do processo de seleção na vida do candidato QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 12 A aprovação de um candidato em uma empresa depende dos mais diversos fatores, entre eles: o número de candidatos que concorrem à vaga, os requisitos, as experiências desejadas, verba disponível, empatia entre o candidato e a futura chefia e comportamento do indivíduo durante a entrevista. Geralmente, a decisão de contratação ocorre em pelo menos dois níveis na empresa: junto ao selecionador e à chefia. Na verdade, estes seriam os níveis básicos de decisão que cuidam da admissão do novo funcionário, porém há um importante elemento, muitas vezes esquecido: o candidato. Além do candidato aprovado, os demais participantes do processo seletivo devem receber o retorno da empresa de que o processo foi encerrado. Durante o processo seletivo o candidato, além de analisar as condições do emprego em oferta e aceitar, mesmo que de forma subentendida, os critérios de seleção estabelecidos pela empresa, deve também ser informado claramente sobre as decisões da empresa em cada uma das etapas. O candidato que não possui o perfil desejado pela empresa deve receber o retorno de que não seguirá no processo seletivo de acordo com os critérios previamente comunicados no perfil da vaga. Esta comunicação pode ser feita por telefone ou por e-mail e tem objetivo de agradecer a participação do candidato no processo. Palavras como, por exemplo: contraindicado, inapto, reprovado ou desfavorável devem ser evitadas no momento do retorno, pois despertam estigmas que são prontamente absorvidos por quem os recebe, pois a pessoa vê frustrados os seus objetivos, sem conhecer os verdadeiros motivos disto. Essas frustrações combinadas com a desinformação despertam, entre muitas outras fantasias, as sensações de inutilidade, incompetência, menosprezo e até parcialidade no processo seletivo. Daí a importância de estruturar claramente as formas de transmissão de resultados de seleção. Deve ser iniciado no primeiro contato com o candidato, esclarecendo a política e os critérios da empresa para a função em questão. Quando se tratar de situações confidenciais, deve-se esclarecer que determinados tipos de informações sobre o processo não poderão ser transmitidos, mas nunca deixar de demonstrar que a seleção de pessoal é feita com base nos critérios eleitos pela própria instituição e que isso não pode ser generalizado para outras situações. Especialmente, não significa que um candidato não admitido é incapaz, deficiente ou problemático. Apenas significa que para aquela função, naquela empresa, dentro daquele e apenas naquele período ele não será admitido, quer por motivo de excessiva concorrência, quer por falta de habilitação desejada, quer por características pessoais desejadas para aquela empresa, ou então, por problemas administrativos internos. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 13 Agindo assim, os responsáveis pela empresa evitarão mal-entendidos e dissabores para quem vem procurando satisfazer as suas necessidades afetivas, econômicas e sociais. Portanto, o resultado de seleção, quando estabelecidos com clareza nos critérios e retorno dos resultados ao candidato, permite que ele analise com objetividade suas possibilidades de concorrência, levantando, inclusive, a hipótese de não ser escolhido. Assim evitam-se sentimentos de inferioridade e incapacidade pessoal, que muitas vezes não foram cogitados nem foram à causa de sua não contratação. A empresa precisa ter a clareza que os profissionais que se candidatam a uma vaga de emprego também observam a forma como este é conduzido e conforme for o caso podem ou não aceitar a proposta de trabalho. Os valores e princípios éticos da empresa precisam estar alinhados com os dos candidatos para que a relação de trabalhos seja saudável e duradoura. Neste caso, mesmo os candidatos não aprovados devem sair com uma boa impressão da empresa, pois no futuro podem ser de interesse, bem como podem fazer indicações do outros profissionais. AULA 2 2. PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO 2.1 Tipos de Recrutamento 2.1.1 Recrutamento interno É o processo seletivo realizado somente com profissionais que estão dentro da organização. Antes de abrir um recrutamento externo é indicado que a empresa avalie se possui pessoas no seu quadro de funcionários com potencial para ocupar uma posição vaga na empresa. O Recrutamento Interno gera oportunidades de crescimento na carreira e melhoria na satisfação dos colaboradores que conseguem ser promovidos a uma nova posição. Quando realizado com planejamento, pode ter impactos positivos como a melhoria no clima organizacional, mas também pode causar desmotivação, caso ocorram falhas no processo. É importante ter consciência de que os colaboradores que participam do recrutamento interno continuarão na empresa após o encerramento do processo seletivo. Caso a empresa opte pela realização de recrutamento interno e existam mais do que um candidato para concorrer à vaga, a área de recursos humanos deve planejar juntamente com o gestor da vaga em questão, como será realizado o processo seletivo. • Alguns cuidados devem ser tomados, como: • Definir perfil da vaga e critérios de seleção; • Comunicar internamente a vaga e os critérios para todos; • Comunicar e envolver as lideranças; • Solicitar a liberação do candidato pela sua liderança; • Dar retorno sobre a aprovação ou não aprovação dos candidatos. Prós: Aproveita melhor os potenciais da empresa, oportuniza crescimento na carreira, motiva os funcionários, gera engajamento, não requer integração institucional, probabilidade de seleção ser em menor tempo. Contras: Pode bloquear entrada de novas ideias e favorece rotina existente. Pode gerar insatisfação nos colaboradores não aprovados e clima de competição. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 15 2.1.2 Recrutamento externo O recrutamento externo incide sobre candidatos que estão no mercado de trabalho onde se busca um profissional para assumir uma posição vaga na empresa. Estes profissionais podem estar colocados em outras empresas ou em fase de transição de carreira. Antes de abrir um recrutamento externo é importante que a empresa tenha esgotado as possibilidades de recrutamento interno para evitar ruídos e insatisfações por aqueles funcionários que se consideram aptos a ocupar a posição. Vejamos os aspectos de são favoráveis edesfavoráveis no recrutamento externo: Prós: Introduz novos talentos, habilidades e expectativas, incentiva interação da organização com mercado de trabalho e indicado para enriquecer mais rapidamente o patrimônio intelectual. Contras: pode afetar negativamente a motivação e fidelidade dos funcionários atuais. Gera custos operacionais para selecionar os candidatos, exige estratégias de integração organizacional dos novos funcionários, tempo de ocupação da vaga pode demorar mais do que o recrutamento interno. 2.1.3 Recrutamento misto Para Chiavenato (2004), existem três tipos de recrutamento misto: 1) Recrutamento externo, seguido de recrutamento interno, caso o externo não apresente resultados desejáveis; 2) Recrutamento interno, seguido de recrutamento externo, caso o interno não apresente resultados desejáveis; 3) Recrutamento externo e recrutamento interno, concomitantemente. É a modalidade de recrutamento que envolve tanto o interno quanto o externo. Segundo Carvalho, Passos e Saraiva (2008) o recrutamento misto pode ser arriscado, como, por exemplo, em uma dinâmica de grupo, onde os profissionais da empresa que podem sentir-se ameaçados pela experiência do grupo externo e os candidatos externos podem sentir-se em desvantagem, pois os recrutadores já possuem um grau de relacionamento com os funcionários da organização. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 16 Quando a empresa utilizar os dois tipos de recrutamento (interno e externo), é recomendável iniciar com o recrutamento interno e, se não for encontrado o perfil desejado, busca-se no mercado o profissional para preencher a vaga. 2.2 Etapas do Processo O recrutamento e seleção de profissionais é um processo que será definido em etapas conforme o tipo de vaga em aberto. A área de RH não tem autoridade de efetuar qualquer atividade de recrutamento e seleção sem a devida tomada de decisão por parte do setor que possui a vaga a ser preenchida. No entanto, o RH deve oferecer suporte e orientações à área solicitante a respeito da definição do perfil, remuneração e etapas que compõe o processo seletivo. Conforme o tipo de vaga, o RH juntamente com a área solicitante, irá desenhar quais serão as estratégias de divulgação para captar candidatos com o perfil desejado e assim definir as etapas do processo. 2.2.1 Tipos de vaga Vaga operacional: são ocupadas por profissionais que executam a atividade fim da empresa. Exemplo: operador de máquina numa fábrica, vendedores em uma loja que atende ao varejo, o atendente de telemarketing numa empresa de call center ou ainda um programador numa empresa que desenvolve ERP. Vaga tática: são ocupadas por profissionais que conduzem um processo dentro da empresa ou que requerem alguma habilidade ou conhecimento especifico que suporta o principal processo da empresa. Exemplos: profissional de Recursos Humanos responsável pelo recrutamento e seleção de novos colaboradores, o projetista responsável pelo desenho em CAD numa construtora, o orientador pedagógico numa escola, o analista de manutenção em uma fábrica com linha de produção. Vaga estratégica: são ocupadas por profissionais responsáveis pela adminstração empresa, com atuação na gestão de pessoas e ou processos. Exemplos: presidentes, diretores, gerentes, coordenadores regionais ou de área, especialistas que assinam em nome da empresa como contadores e advogados. 2.2.3 Pretensão salarial Ao se definir o tipo de vaga a empresa deve ter uma definição do quanto remunera ou pode remunerar a um profissional com as qualificações que pretende buscar no QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 17 mercado de trabalho. A pretensão salarial deve ser questionada com objetivo de saber se será possível contar com o candidato ou não até o final do processo. O candidato muitas vezes não sabe como responder ou que valor informar a sua pretensão salarial, pois em muitas ocasiões está há muito tempo fora do mercado de trabalho ou há muitos anos na mesma empresa. Neste caso o RH pode perguntar qual a sua remuneração atual ou última e questionar a partir deste valor, qual seria um valor atrativo para se candidatar a uma nova vaga. A empresa poderá fazer uma pesquisa salarial e obter comparações de remuneração com outras empresas do mesmo setor, porte e localização com objetivo de estruturar sua política de remuneração. A realização de recrutamento externo, também é uma oportunidade da empresa ter contato com o mercado de trabalho. Obtém informações de quanto os profissionais estão sendo remunerados em outras empresas e verificando se a sua remuneração é atrativa aos profissionais que deseja contratar. Por vezes questões de remuneração, geram impacto no processo seletivo. Pode levar a flexibilização no perfil da vaga ou pode estender o tempo do processo até que seja encontrado o profissional adequado ao perfil de empresa e que aceite a remuneração proposta. 2.3 Etapas da Seleção 2.3.1 Triagem de currículos O que é: é leitura dos currículos encaminhados e triagem de candidatos que atendam aos requisitos do perfil traçado para a seleção. Envolvidos: profissional de RH responsável pelo processo. Itens a serem verificados nesta etapa: se os candidatos prospectados atendem aos requisitos como: formação, experiência, nível de idioma, trajetória profissional entre outros mínimos requeridos para a vaga em aberto. 2.3.2 Entrevista com RH O que é: é o primeiro contato presencial entre o candidato e o profissional de RH que está conduzindo o processo. A entrevista deve ocorrer em local e horário préestabelecidos e agendado com o candidato. Tem objetivo de verificar se o profissional apresenta o perfil e as competências para a vaga. Envolvidos: candidatos e profissional de RH responsável pelo processo. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 18 Itens a serem verificados nesta etapa: a entrevista deve ser uma conversa entre o entrevistador e o candidato com objetivo de verificar se as informações foram informadas no currículo estão de acordo. São analisadas as competências comportamentais através dos exemplos de situações de trabalho que o entrevistador pede para o candidato relatar. Assim avalia a sua adequação junto à cultura da organização. 2.3.3 Entrevista com o gestor O que é: é o primeiro contato dos candidatos mais qualificados segundo área responsável pelo recrutamento com o gestor responsável pela vaga. Envolvidos: Candidatos selecionados e gestor responsável pela vaga. Itens a serem verificados nesta etapa: considera-se a etapa decisiva e fundamental para o processo. Muitas vezes, o processo encerra-se neste item. O gestor da área deve certificar- se das condições técnicas e comportamentais do candidato de acordo com o perfil que está buscando. 2.3.4 Fechamento de processo com o gestor responsável pela vaga O que é: trata-se do fechamento do processo de seleção, ou seja, é a tomada de decisão em relação ao profissional que foi escolhido pelo gestor. Envolvidos: profissional responsável pela área de recrutamento e gestor da vaga. Itens a serem verificados nesta etapa: trata-se da avaliação final de processo seletivo com aquele que primeiro apontou a necessidade de contratação. O gestor irá apresentar dentre os candidatos avaliados qual ele entende que atende melhor as necessidades da empresa.Neste momento o responsável pela seleção tem o papel de auxiliar o gestor na tomada de decisão discutindo cada um dos perfis avaliados, trocando informações coletadas nas entrevistas e conduzindo ao consenso de qual profissional será o selecionado para ocupar a vaga. O momento de fechamento do processo também é uma oportunidade para o RH avaliar com o gestor como foi conduzido o processo seletivo, que ações foram positivas e quais as oportunidades de melhorias existem para a condução de processos futuros. 2.3.5 Formalização da proposta de trabalho O que é: refere-se à criação de um documento que é apresentado pela empresa ao candidato formalizando a proposta de trabalho. É a partir da formalização que o candidato QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 19 dá o aceite ou não a proposta. A partir do aceite, o candidato será orientado pelo RH para as etapas de exames médicos e entrega de documentos. Envolvidos: área responsável pelo recrutamento, gestor e candidato. Itens a serem verificados nesta etapa: devem constar informações como: cargo, salário, função, horário de trabalho, infraestrutura necessária para exercer a função como uniformes equipamentos/ferramentas de trabalho (telefone, carro, etc), benefícios oferecidos e por fim data que o candidato deverá iniciar na empresa. A proposta pode ser feita de forma presencial ou por e-mail. Este documento formaliza as condições de trabalho iniciando assim de forma clara a relação de trabalho entre o futuro colaborador e a empresa. 2.3.6 Admissão do colaborador - contratado na empresa O que é: acorda o início do trabalhador na empresa com orientação sobre a realização de exame médico admissional e entrega de documentos. Envolvidos: recrutador, candidato e gestor da vaga. Itens a serem verificados nesta etapa: para que seja realizada a assinatura do contrato de trabalho todas as etapas anteriores do processo seletivo devem ter sido cumpridas, inclusive exame médico admissional e entrega dos documentos. O dia de admissão do colaborador tem como objetivo organizar o início do funcionário na empresa e assim garantir que ele receba todas as informações necessárias para exercício de sua função, bem como sua integração no ambiente de trabalho. 2.3.7 Retorno aos candidatos não aprovados para a vaga O que é: o fechamento do processo de seleção com todos os envolvidos no processo. Envolvidos: recrutador e candidatos não selecionados. Itens a serem verificados nesta etapa: é a forma de se fechar o processo seletivo com todos os profissionais que em algum momento foram contatados e envolvidos no processo seletivo. Uma vez que o candidato selecionado já está trabalhando na empresa ou em vias de, todos os demais que foram envolvidos devem receber um retorno que o processo foi fechado e que o material deles continua em ativo no banco de currículos da empresa para futuras oportunidades. Essa etapa é fundamental para a imagem da empresa perante o QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 20 candidato e com isso manter a possibilidade de contratação dele no futuro assim como de outros profissionais. Por se tratar de um processo seletivo onde o candidato se expõe aos selecionadores, a ética deve estar presente acima de tudo. Afinal, a pessoa está procurando um novo emprego ou buscando a sua recolocação no mercado de trabalho depara com uma série de avaliações com o objetivo de saber sobre sua formação, experiências profissionais, características de personalidade, interesses, sociabilidade e vida pessoal. Não ser contratado após um processo seletivo pode levar o candidato a questionar sobre as suas capacidades, habilidades e ferir a sua autoestima, mesmo sabendo que apenas um, dentre vários, pode ocupar a vaga existente. Ele também pode ficar com uma má impressão sobre a empresa e relatar a sua experiência para o mercado de trabalho influenciando negativamente outros candidatos. Por isso, os resultados devem ser comunicados, os critérios divulgados previamente e a posição geral da empresa deve ser esclarecida. Deve-se evitar personalizar restrições ou falhas observadas nas entrevistas, testes ou vivenciais. Em casos especiais, devem-se recomendar melhorias ou investimentos pessoais/profissionais, com o esclarecimento das razões da escolha ou rejeição, de maneira a evitar traumas e frustrações. Da mesma forma, os resultados das várias etapas do processo devem ser confidenciais, restritos a área de seleção e/ou ao próprio candidato. AULA 3 Os profissionais de Recursos Humanos com foco em Recrutamento e Seleção utilizam ferramentas de investigação que aponte, dentre um universo de candidatos, os mais qualificados para ocupar um determinado cargo dentro das empresas. As bases primordiais dessa procura se baseiam em características pessoais dentro de seus conhecimentos, suas habilidades, postura para o trabalho, entre outras competências. 3. FERRAMENTAS DE SELEÇÃO 3.1 Ferramentas de Seleção Entrevista Trata-se de uma conversa com o objetivo de conhecer a pessoa que está sendo entrevistada. No caso do processo de recrutamento e seleção, o objetivo é conhecer se a pessoa tem as habilidades e conhecimentos necessários para desempenhar o papel profissional proposto que o entrevistador tem em mente. É a ferramenta mais importante do processo de seleção, e por isso, deve ser feita por um profissional experiente e que identifique que fatores de ordem pessoal podem interferir no processo (antipatia, atração, rejeição, etc.). As entrevistas podem ser Dirigidas (com roteiro preestabelecido) ou Não dirigidas (sem roteiro ou livres). Figura 3 – Quadro resumo entrevista Fonte: próprio autor 3.1.1 Tipos de entrevista A entrevista dirigida ou semi dirigida a partir de um roteiro de perguntas definidas a fim de questionar o candidato às competências necessárias para a execução das responsabilidades que o cargo exige. O tipo de entrevista será escolhido pelo entrevistador QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 22 de acordo com o tipo de informações que desejar obter do candidato bem como o seu domínio sobre o uso desta ferramenta. A entrevista não dirigida É o tipo menos estruturado, e só se distingue da simples conversação porque tem como objetivo básico a coleta de dados. O que se pretende é a obtenção de uma visão geral do problema pesquisado, bem como a identificação de alguns aspectos da personalidade do entrevistado. Independente do tipo de entrevista escolhido, identificamos: • Pontos positivos da entrevista: contato e interação com candidato; permite avaliar o comportamento, experiências e reações do candidato frente às perguntas realizadas. Diante de questionamentos observaremos que recursos o candidato apresenta para solucionar ou lidar com situações pertinentes a posição que irá ocupar. • Pontos negativos da entrevista: pode gerar erros e variações pela subjetividade do entrevistador por isto o entrevistador deve estar preparado para obter do candidato às informações que precisa para definir se este é indicado os não para a vaga; nem sempre o candidato se sai bem numa entrevista de empresa devido aos graus de ansiedade que gera. Cabe ao entrevistador criar um ambiente psicológico favorável para a realização da entrevista. Pode ser difícil para o entrevistador comparar vários candidatos quandoestes apresentam o mesmo nível de qualificação. A entrevista é um instrumento importante para o processo de seleção. Exatamente por essa razão, ela deve ser conduzida por um profissional experiente e capaz de identificar quando fatores de ordem pessoal podem estar interferindo no processo (antipatia, atração, rejeição etc.). O uso desta ferramenta exige treinamento por parte do entrevistador e bem como conhecimento a respeito do cargo que este selecionado e das características que deve buscar nos candidatos. É recomendável que vários entrevistadores avaliem o mesmo candidato, para minimizar esse problema e podem ser utilizadas em vários momentos do processo seletivo. Para isso, todos os entrevistadores devem ter presente às expectativas da área. 3.1.2 Como conduzir entrevistas 1. Identifique os objetivos principais da entrevista 2. Crie um bom clima 3. Conduza a entrevista orientada para objetivos QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 23 4. Evite questões discriminatórias 5. Anote as impressões imediatamente após a entrevista. O entrevistador pode começar falando sobre a oportunidade que está selecionando e conduzir a entrevista conforme o tipo escolhido. Uma maneira de conduzir a entrevista é pela utilização do currículo do candidato como roteiro, agregando as informações não mencionadas por ele. Durante a entrevista, o entrevistador deverá averiguar os interesses e expectativas do candidato, sua remuneração atual, sua pretensão salarial, como ocorreu o desenvolvimento da sua carreira, suas contribuições e melhorias nos processos, a disponibilidade para viagens, entre outras informações pertinentes para vaga. Deve ser realizada a partir de questões estruturadas, apresentadas no decorrer do diálogo entre entrevistador e entrevistado, permitindo a espontaneidade e exposição do candidato. Perguntas fechadas que levem a respostas sim ou não, por exemplo, devem ser evitadas. Quanto menos tensão for gerada e maior a confiança conquistada por ambos, melhor será a qualidade do diálogo. Portanto, o entrevistador deve estar extremamente preparado, garantindo uma boa entrevista - de onde ele possa extrair "o melhor" dos candidatos (mais informações a respeito de cada um deles). Segundo Weiss (1992), a entrevista deve seguir quatro estágios: • Abertura: é um momento de aquecimento, no qual o entrevistador se apresenta e expõe a proposta da entrevista e como será conduzida; • Pesquisa: tem como objetivo obter do candidato informações necessárias para avaliação do seu perfil pessoal e profissional; pesquisar a sua trajetória profissional, experiências, contribuições e resultados obtidos, motivação para a vaga, relacionamento com colegas e líderes. • Troca: deixar o candidato fazer as perguntas que revelem seus interesses, valores, atitudes e preocupações. Normalmente, são perguntas relacionadas ao cargo, as condições de trabalho e a empresa; • Fechamento: dar um breve feedback da entrevista e informar as etapas futuras do processo seletivo. A entrevista deve pesquisar aspectos de conteúdo profissional e pessoal do candidato, tanto relacionados com a sua vida no presente e expectativa de vida futura. Alguns tópicos essenciais para apurar na entrevista são: o Desenvolvimento na carreira: abordagem da sua formação profissional, experiências passadas, empresas em que trabalhou e os motivos pelos quais saiu QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 24 dessas empresas, insatisfações na vida profissional, planos e ambições na carreira. Investigar o relacionamento profissional, ou seja, como o candidato se relacionava com colegas, subordinados e chefias nos empregos anteriores. Nas perspectivas futuras: verificar qual o planejamento e autogestão de carreira que o candidato possui. Possibilitará avaliar de que maneira a empresa poderá estar incluída nesse projeto pessoal. o Relacionamentos Sociais: conhecer como o candidato se relaciona com amigos, familiares e comunidade. Ambiente Familiar: qual a estrutura familiar e responsabilidades econômicas que possui. Interesses pessoais: investigar quais são os interesses do candidato em relação aos seus hobbies e atividades de lazer e que trazem satisfação. Estas informações poderão trazer revelações importantes sobre suas preferências e valores de vida. o Linguagem do corpo: gestos e posturas que indicam o estado emocional do candidato e podem estar de acordo ou não com o que é verbalizado. A linguagem do corpo pode demonstrar o seu grau de interesse pela oportunidade e suas reações podem acrescentar informações importantes sobre como o candidato reage a diferentes situações. 3.1.3 Entrevista por competências O que são Competências? As Competências são as características pessoais que diferenciam os níveis de desempenho de uma função. É o conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e comportamentos manifestados no desempenho em determinadas atividades por meio de ações observáveis pelos outros. Veja no quadro abaixo um resumo sobre o conceito de competências: COMPETÊNCIAS CONHECIMENTO HABILIDADE ATITUDE SABER SABER FAZER QUERER FAZER TREINAMENTO TEÓRICO: Escolaridade; Conhecimentos técnicos; Cursos gerais; Especializações. TREINAMENTO PRÁTICO: Experiência; Prática do saber. DEPENDE DO PROFISSIONAL: Ações compatíveis para atingir os objetivos, aplicando os conhecimentos e habilidades e/ou a serem adquiridas. Tabela 1 – Quadro resumo competências QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 25 Fonte: próprio autor Cada vez mais utilizada nos processo seletivos, a entrevista por competências parte do pressuposto de que os comportamentos passados podem dar indícios de comportamentos futuros. Adota-se como instrumento de trabalho uma pesquisa de comportamentos e resultados anteriores, objetivando a previsão de comportamentos futuros que podem ou não colaborar para o sucesso do profissional na organização. Para planejar a Entrevista por Competência, o selecionador deve ter em mãos o Perfil de Competências do cargo ou função, que ajudará na elaboração de perguntas específicas para investigar cada atributo ou Competência. As perguntas utilizadas na Entrevista por Competência, considerando-se a premissa de que comportamento passado prediz comportamento futuro, devem ser: claras e objetivas; abertas e específicas; com foco em competências; com o verbo de ação no passado e investigar como aconteceu determinada ação. Vejamos um exemplo: se a competência iniciativa for necessária para o cargo, pode-se pedir ao candidato que conte uma situação de trabalho onde ele se destacou por ter mostrado iniciativa na realização de uma atividade. Ao ouvir a reposta do candidato, a partir da situação relatada, verificam- se como ele utilizou seus conhecimentos, suas habilidades e qual a atitude teve na situação apresentada, assim verificamos se ele apresenta a competência necessária para a vaga. A entrevista por competência também pode ser utilizada para avaliar candidatos sem experiências profissionais anteriores, pois podemos pedir ao candidato que relate situações de sua vida pessoal ou escolar onde teve que apresentar as competências que estamos investigando. Por exemplo: podemos pedir situações que teve que trabalhar em equipe, que mostrou iniciativa ouque influenciou as pessoas. 3.1.4 Competências técnicas X comportamentais As Competências Técnicas estão relacionadas ao conhecimento formal e acadêmico que o indivíduo adquiriu (domínio de idiomas, formação acadêmica, domínio de metodologias de trabalho, etc.). As Competências Comportamentais estão relacionadas ao comportamento manifesto, ou seja, as ações ao nível de equilíbrio e adequação do individuo com o meio que está inserido. São exemplos de competências comportamentais habilidades como proatividade, flexibilidade, criatividade, organização, comunicação, foco em resultados, planejamento, etc. Exemplos de perguntas com foco em competências: QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 26 • Adaptabilidade: Conte uma situação onde teve que se adaptar ao um novo ambiente e como reagiu? Cite um exemplo de uma mudança de rumo na sua vida que você tenha se sentido obrigado a fazer. • Assertividade: Conte-me uma situação onde você foi particularmente assertivo. Fale-me de uma situação na qual você não foi assertivo e como você a retomaria hoje. • Autoconfiança: Qual a coisa mais importante que você fez por você mesmo? Qual a situação mais perigosa que você já enfrentou? Qual a maior ousadia que você já cometeu? Conte a situação. • Autocontrole: Conte uma situação que tenha perdido o seu equilíbrio emocional? Fale-me de uma situação no trabalho em que você perdeu a calma ou ficou irritado. O que você faz para manter o seu autocontrole no trabalho? Conte-me uma situação difícil em termos de relacionamento interpessoal no trabalho. • Capacidade de Análise: Você já identificou um problema da sua empresa antes que seu chefe ou outra pessoa o fizesse? Qual foi ele? O que você fez? Cite uma ação que você tenha tomado para enfrentar um impacto de concorrência. Descreva um projeto ou ideia significativa que você tenha tido no último ano. Como você identificou que era necessário? Foi implantado? Quais foram os resultados? • Automotivação: O que o motiva em seu trabalho? Relate uma situação em que isso ocorreu. Conte-me uma situação em que você ficou particularmente desmotivado. O que você fez para lidar com esta situação? O que o desmotiva em seu trabalho? Conte-me uma situação em que isso aconteceu. • Capacidade para desenvolver equipe: Conte-me uma situação em que você efetivamente contribuiu para o desenvolvimento do seu grupo. Se você pudesse retomar uma situação em que você sente que não contribuiu para o desenvolvimento da sua equipe, como o faria? Quais são as estratégias que você utiliza para desenvolver a sua equipe de trabalho? • Comunicação: Conte-me qual a maior influência que você deixou para sua equipe. O que você faz para manter um bom fluxo de informações? • Criatividade: Fale-me de algum projeto que foi interrompido por algum problema e o que você fez para superá-los. Conte-me uma situação imprevista que você precisou administrar. Como se saiu? Quais as ideias ou sugestões mais produtivas que você teve na sua área de atuação? Qual o feedback mais construtivo que você já forneceu? Qual o feedback mais difícil ou delicado que você já recebeu? QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 27 • Foco em Resultados: Como você procura saber se o seu trabalho está sendo eficiente? Conte-me sobre algum depoimento espontâneo de algum cliente interno sobre os resultados do seu trabalho e de sua equipe. Conte-me sobre algum resultado inesperado, que tenha ultrapassado as expectativas. • Trabalho em Equipe: Cite um exemplo de uma dificuldade de relacionamento profissional que você tenha tido e como lidou com ela? Com que tipo de pessoas e situações foi mais difícil trabalhar? Por quê? Dê exemplos. Que tipo de pessoas e situações você trabalha mais eficazmente e por quê? • Planejamento: Como você planeja e organiza o seu dia, a sua semana e o seu mês? Com que frequência o seu planejamento de trabalho e tarefas é quebrado por imprevistos? Dê um exemplo. • Visão de Mercado: O que a empresa na qual trabalha poderia fazer para obter mais sucesso? Cite uma ação nesse sentido. Quais as mudanças importantes você tem observado que estão acontecendo no ramo de atuação da empresa na qual trabalha? Qual a ação que você tomou que julgou mais coerente como foco nos resultados? AULA 4 4. FERRAMENTAS DE SELEÇÃO 4.1 Ferramentas de Seleção 4.1.1 Dinâmicas de grupo São técnicas muito utilizadas nos processos seletivos, pois permitem observar o comportamento das pessoas na realização das tarefas vivenciais e relacionar com o ambiente de trabalho. Consiste na realização de jogos ou tarefas de grupo, que podem estar relacionadas ou não com as atividades do cargo, nas quais exigem dos candidatos interação e participação ativa. Através das dinâmicas, observa-se comportamentos que atendam melhor ao perfil da vaga. A área de RH deve ter preparo técnico suficiente para conduzir o processo de dinâmicas de grupo de forma que os candidatos se sintam descontraídos e mostrem seu potencial, pois para muitos candidatos a exposição em um grupo pode ser percebida como uma situação constrangedora. Para isto, é necessário ter clareza dos objetivos a serem alcançados nas dinâmicas propostas, bem como a habilidade para conduzir cada uma delas de forma efetiva. Trata-se de uma ferramenta de seleção comumente utilizada em seleção de vagas operacionais com grande número de candidatos ou em programas de seleção de estágio e trainees. Objetivo é filtrar candidatos com o perfil mais adequado para a empresa. As dinâmicas não devem ser utilizadas em seleções de cargos estratégicos devido à exposição que proporciona aos candidatos, sendo mais indicada a entrevista por competências. Este tipo ferramenta de seleção é muito interessante, pois é possível avaliar como o candidato se relaciona dentro de um grupo. Estas informações possibilitam levantar hipóteses sobre a compatibilidade do perfil do candidato e o perfil da função para a qual está concorrendo. As imagens abaixo apresentam dinâmicas que podem ser aplicadas em processos seletivos, bem como em programas de motivação ou integração entre colaboradores. Nos dois casos é fundamental orientar os participantes quanto aos objetivos da atividade. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 29 Figura 4 – Dinâmica Fonte: internet Figura 5 – Dinâmica Fonte: internet É de extrema importância a escolha correta da dinâmica para cada perfil buscado bem como seus objetivos. A análise das características que o candidato deverá apresentar ao longo da dinâmica deve condizer com as exigências de cada vaga. Sua utilização auxilia a identificar comportamentos e atitudes, difíceis de serem observados em uma entrevista individual, tais como: liderança, trabalho em equipe, negociação, oratória, engajamento, dentre outras competências comportamentais. Além do RH, os gestores responsáveis pela vaga devem participar das dinâmicas com objetivo de conhecer e avaliar os candidatos. Desta forma, selecionarão quais os candidatos terão interesse em entrevistar. As etapas de uma dinâmica de grupo são: • Dinâmica de Aquecimento e Apresentação: Com objetivo de quebrar o gelo, propõe-se um jogo que propicie oportunidades de integração do grupo. Exemplo: Dinâmica de apresentação - O coordenador explica que a dinâmicaé feita para o conhecimento de quem é quem no grupo. Inicia-se com apresentação em duplas, para isso se formam pares desconhecidos e durante alguns minutos esses pares se entrevistam. Após a entrevista feita pelos pares volta ao grupo, e cada pessoa QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 30 apresentará a pessoa que entrevistou, não podendo fazer a sua própria apresentação. Quem estiver sendo apresentado vai verificar se as informações a seu respeito estão corretas conforme foi passada na entrevista. Termina com uma reflexão sobre a validade da dinâmica. Outro exemplo pode-se propor uma dinâmica que oportunize uma pequena descrição da vida pessoal e profissional com objetivo que os candidatos se apresentem ao grupo. Exemplo: Individualmente, cada candidato fará uma breve apresentação ressaltando a sua trajetória profissional e pessoal. Caso fique alguma dúvida por parte do avaliador, esse poderá questionar o candidato. • Atividade principal: será a atividade ou jogo proposto ao grupo para realizar em conjunto ou em pequenos grupos conforme o número de participantes. É através da forma que cada um participa na realização destas atividades em grupo, que os selecionadores observarão como os candidatos expressam seus os conhecimentos, habilidades e atitudes. A escolha da atividade dependerá dos objetivos e do tipo de cargo. Exemplo: para uma vaga de vendedor pode-se propor: Organizar a turma em pequenos grupos para que estes criem de forma criativa, com os materiais disponibilizados, um produto, em um determinado tempo para vender ao grupo adversário ou gestores. O grupo adversário poderá questionar em relação ao produto oferecido proporcionando a análise de algumas competências, tais como: negociação, técnicas de vendas utilizadas e o poder de persuasão. • Atividade de fechamento e retorno do processo: tem objetivo de agradecer a presença e participação dos candidatos e de explicar as próximas etapas (caso tenha) e qual a previsão de retorno do processo seletivo. Pode-se abrir espaço para o esclarecimento de dúvidas. Após a saída dos candidatos, o responsável pela realização das dinâmicas reúne-se com os gestores presentes (caso a empresa opte pela sua participação, pois em algumas empresas é somente o RH quem realiza esta etapa da seleção) para definir quais os candidatos seguirão no processo seletivo. 4.1.2 Testagem Psicológica São instrumentos padronizados de avaliação ou mensuração de características psicológicas, cujo, o uso e aplicação são exclusivos dos psicólogos. Os testes psicológicos podem ser divididos em psicométricos e projetivos. Os testes psicométricos fazem uso de medidas quantitativas e matemáticas para avaliar o sujeito, já os projetivos permitem que sejam manifestados aspectos da história e personalidade sem que o sujeito perceba. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 31 A aplicação de testes psicológicos nos processos seletivos é opcional e quando realizados devem ser utilizados como mais uma ferramenta para conhecimento e avaliação dos candidatos. Os testes por si só não aprovam ou desaprovam candidatos, pois não existe uma forma certa de responder. Muitas vezes os testes reforçam as percepções já obtidas nas entrevistas e/ou dinâmicas de grupo e apoiam a tomada de decisão de qual candidato atende melhor o perfil necessário para a vaga. 4.1.3 Prova de Conhecimento Especifico A realização de provas pode ser mais uma ferramenta utilizada no processo de recrutamento e seleção. Este recurso serve para verificar se os candidatos possuem os conhecimentos mínimos necessários para o exercício da função. O objetivo de sua utilização deve estar bem claro para o selecionador e gestor. Esses instrumentos devem ser desenvolvidos, validados internamente na empresa e podem ser utilizados como filtro de candidatos ou como um indicador para futuro desenvolvimento técnico. As provas específicas podem avaliar os conhecimentos dos profissionais em informática, contabilidade, redação, inglês, entre outros, indispensáveis para o bom desempenho da função. Provas de conhecimentos gerais podem ser utilizadas para avaliar a cultura geral dos candidatos. O fato do candidato se sair bem na realização das provas não quer dizer que ele executará bem suas atividades, pois seus conhecimentos devem ser complementados por suas habilidades e atitudes. Por este motivo não devem ser utilizadas como única ferramenta de seleção. 4.1.4 Exame médico admissional É avaliação médica realizada por força de lei antes da admissão do novo funcionário com objetivo de verificar suas condições de saúde para realizar a função na qual está sendo contrato. O médico emitirá o seu parecer, através do ASO (Atestado de Saúde Ocupacional), indicando se o candidato está apto ou não em temos de saúde para o exercício das atividades, devendo esta, ser considerada mais uma etapa do processo seletivo. Igualmente, o médico deve ter conhecimento da função para avaliar as condições de saúde do candidato e verificar se ele está ou não habilitado ao seu desempenho. A avaliação de saúde é acompanhada de exames clínicos específicos de acordo com a legislação brasileira e política da empresa. É importe ressaltar que é proibida a adoção de qualquer prática discriminatória para efeito de admissão de empregado, manutenção do contrato de trabalho, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar ou idade (Artigo 7º, XXXIII-CF). A saúde QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 32 do colaborador será acompanhada desde a admissão até o desligamento pelo Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promover e preservar da saúde dos trabalhadores ao logo de sua trajetória profissional na empresa. 4.1.5 Parecer final do candidato O parecer final dos candidatos finalistas é uma síntese do processo seletivo e tem por objetivo descrever e relacionar os dados obtidos nas diversas etapas desse processo de acordo com o perfil exigido pelo cargo. Realizado pelo profissional de RH responsável pelo processo, sua redação deverá ser simplificada, constituindo-se numa consolidação das informações colhidas e reunidas em um documento, de modo que o requisitante da vaga possa ter uma noção das reais competências do candidato. Como dica, os dados relevantes colhidos nas entrevistas e nas demais atividades (se houver) devem ser anotados durante ou imediatamente após o seu término, a fim de facilitar a lembrança das informações na hora de escrever o parecer. AULA 5 5. TÉCNICAS DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO: A EMPRESA O recrutamento e seleção de recursos humanos devem ser tomados como duas faces de um mesmo processo: a introdução de recursos humanos na organização. Se o recrutamento é uma atividade de divulgação, de chamada, de atenção, de incremento da entrada, portanto, uma atividade convidativa, a seleção é uma atividade de escolha, de decisão, de filtragem da entrada, de classificação e, portanto, restritiva. O principal objetivo da área de Recursos Humanos é atrair, desenvolver e reter profissionais que façam a diferença dentro da empresa. Esse desafio começa, com a atração de talentos no mercado de trabalho, ou seja, com o Recrutamento e Seleção. Esta atividade é considerada vital em uma organização e revela, por meio da capacidade de atrair bons profissionais,a imagem da empresa perante o mercado de trabalho. Segundo Carvalho, Passos e Silva (2008) como as empresas são sistemas abertos, ou seja, com entradas (recursos financeiros, materiais, informacionais, entre outros) e saídas de produtos e serviços, o processo de recrutamento e seleção deve ser adequado aos objetivos das organizações. O processo de recrutamento e seleção varia de acordo com os procedimentos adotados por cada empresa. Este processo inicia-se quando o pedido formal parte de uma área da organização, porque a área de Recursos Humanos não tem autonomia para recrutar sem a devida solicitação. Se compararmos as organizações, observamos que recrutar e selecionar pessoas não são práticas exatamente iguais, pois dependem de alguns fatores como, por exemplo, a cultura organizacional, o planejamento estratégico e os custos envolvidos. 5.1 Papel da área de RH na seleção O profissional de recursos humanos que realiza o papel de selecionador de pessoas tem como responsabilidade: • Abertura da vaga através da requisição de pessoal enviada pelo gestor solicitante; • Levantamento do perfil do cargo junto ao gestor solicitante; QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 34 • Definição do tipo de recrutamento: interno, externo ou misto; • Definição das fontes de recrutamento; • Divulgação da vaga nas fontes de recrutamento; • Triagem dos currículos recebidos; • Entrevistas de seleção; • Dinâmicas de grupo (se a empresa optar); • Se Psicólogo aplicar testes psicológicos ou contratar o serviço (se a empresa optar); • Aplicar provas de conhecimentos específicos (se a empresa optar); • RH e Gestor expõem o parecer dos candidatos; • Definição do candidato selecionado junto ao gestor; • Retorno aos candidatos não aprovados; • Admissão; • Integração; • Acompanhamento funcional. 5.1.1 Planejamento do recrutamento e seleção O recrutamento precisa ser visto como uma ferramenta promissora para a organização para a captação de talentos. O sucesso ou insucesso de uma seleção está inteiramente ligado ao recrutamento realizado. Deve ser visto de forma estratégica dentro da organização. Para o planejamento do processo é necessário levar em conta: • Detalhamento do cargo; • Detalhamento do perfil desejado; • Recursos financeiros e humanos disponíveis; • Tempo para preenchimento da vaga; • Localização da realização da seleção. 5.1.2 Definição do perfil da vaga O perfil da vaga consiste em uma análise detalhada das características necessárias ao preenchimento do cargo e as atividades específicas da função, bem como os aspectos que a empresa está oferecendo ao profissional. É um instrumento elaborado a partir das análises de cargos, mas necessita ser especificado, de acordo com as necessidades do momento. Um perfil bem elaborado e especificado poderá garantir a eficácia do processo de R&S, como também servirá de apoio para analisar o insucesso do processo. QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 35 O perfil da vaga deve ser considerado como o “ideal”, mas ao longo do processo, cabe aos gestores de área e RH flexibilizarem aspectos de acordo com a realidade com que se deparam no mercado de trabalho. A elaboração de um perfil prevê uma relação de parceria do Gestor da área requisitante com a área de RH, como forma de obter maior eficácia. Almeida (2004), propõe dois elementos básico que compõe o “perfil ideal do candidato”, que são: o perfil do cargo e o perfil de competências. O primeiro oferece uma visão geral do cargo, principais atividades, responsabilidades, oportunidade, vantagens do cargo. A partir deste, definem- se as competências que o ocupante deve apresentar. É importante salientar que a elaboração de um perfil ideal é um trabalho minucioso. Não basta importarmos conceitos ou aplicarmos receitas e fórmulas sobre a seleção por competências se não entendermos e alinharmos com a estratégia e a cultura da empresa. O modelo de competências é uma evolução em relação ao modelo tradicional, pois por ser mais específico e complexo está mais fundamentado em fatos concretos e mensuráveis. Já no modelo tradicional a fundamentação estava mais calcada na intuição do selecionador. (Faissal, 2005) O perfil de cargo é a informação primordial em qualquer processo de seleção, pois se a empresa por ventura não possuir a descrição dos cargos, caberá ao RH definir o perfil juntamente com o gestor. Lembre-se: A definição do perfil de cargo deverá ser elaborada de acordo com os padrões estabelecidos pela empresa buscando estabelecer a busca pelo candidato mais próximo as necessidades atuais. Veja um modelo de perfil de cargo alinhado às competências inerentes a função: QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 36 Figura 6 – Perfil de Cargo Fonte: internet Caso a empresa não possua manual de descrição e especificação de cargos, é necessário incluir campos destinados a esse fim, onde constam os critérios que podem ser obtidos na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE), cujo site é http://www.mtecbo.gov.br REQUISITOS PROFISSIONAIS: Conhecimentos e experiências anteriores necessárias para executar as atividades com os resultados exigidos (empresas do mesmo ramo de atividade, escolaridade, cursos técnicos e/ou benefícios). QI ESCOLAS E FACULDADES CURSOS TÉCNICOS – EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS Coordenação Pedagógica – Cursos Técnicos Pág. 37 NÍVEL DE ESCOLARIDADE: Necessário - aquele que é imprescindível para a ocupação do cargo. Desejável - aquele que não é indispensável para a ocupação do cargo, porém se o candidato possuir será interessante. 5.1.3 Divulgação da vaga Não existe uma regra sobre qual ferramenta utilizar em cada caso, tudo dependerá da necessidade do recrutador e qual o público que pretende atingir. Os recursos financeiros da empresa e o tempo disponível também são determinantes para o tipo de divulgação e abordagem que será utilizada. Cabe ressaltar que, para alguns perfis mais exigentes (cargos gerenciais) seria mais conveniente buscar uma divulgação, por exemplo, nos meios acadêmicos, rede de contatos ou abordagem direta, realizada através das redes sociais. Pode-se optar por contratar consultorias de RH para conduzir as etapas iniciais do processo. Para cargos mais operacionais (cozinheira, auxiliar de serviços, motoboy, operadores, por exemplo) poderão ser utilizados meios de comunicação em massa como o jornal e a internet, visto que atingem com facilidade e eficiência destes públicos. Sabemos que existem diversas fontes de recrutamento. Cabe a empresa definir qual (quais) as ferramentas de divulgação são as mais adequadas a sua necessidade e orçamento. Nos dias atuais a internet tem sido uma grande aliada, tanto das empresas quanto dos profissionais por ser muito dinâmica e diretiva com o público que se pretende alcançar. 5.1.4 Modelos de Divulgação De acordo com a vaga em aberto e o perfil desejado, será direcionada a divulgação da vaga, nos canais de comunicação entendidos como os mais eficazes. Ao anunciar uma vaga deve-se observar para o tipo de anúncio: • Aberto: Quando identificamos a empresa que está selecionando; • Fechado: Quando não é possível identificar a empresa,
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