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FACULDADE CATÓLICA RAINHA DA PAZ CURSO DE DIREITO ÉTICA A NICÔMACO JUNIEL VILETE PEREIRA Araputanga, MT 2016 JUNIEL VILETE PEREIRA ÉTICA A NICÔMACO Resenha sobre o livro Ética a Nicômaco apresentada como requisito parcial à obtenção de menção em todas as disciplinas, 3º semestre do curso de Direito da Faculdade Católica Rainha da Paz (FCARP). Araputanga, MT 2016 ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. 4. Trad.Edson Bini. São Paulo: Edipro, 2014 Juniel Vilete Pereira1 Aristóteles nasceu em Estagira, cerca de 300 km a norte de Atenas, cidade localizada no litoral noroeste da península da Calcídia. Não se sabe precisamente o ano de seu nascimento, sabe-se apenas que é aproximadamente entre 385 ou, mais provavelmente, 384 a.C. Aos 17 anos foi para Atenas complementar sua educação e lá frequentou a Academia de Platão. A partir daí Aristóteles aprimorou sua visão sobre a ética e, logicamente, seu pensamento filosófico. Hoje ele é reconhecido por suas obras com manifestos morais, físicos, políticos, lógicos, metafísicos, retóricos e poéticos. Entretanto seu legado sobre a Ética tornou-se algo muito importante, já que a princípio nos ajuda a ter uma visão correta de que práticas efetuar para assim alcançar a felicidade com êxito, tornando-se assim uma pessoa ética. Pois para ele a Ética é uma virtude que nasce do cotidiano. Esta obra foi escrita pelo grande filosofo Aristóteles como uma homenagem a seu filho Nicômaco. Aborda pensamentos sobre a Ética, e é mundialmente considerada a mais importante obra dele sobre o assunto. A obra é separada em 10 livros, que seriam os tradicionais capítulos, nos quais o autor expõe suas concepções, sendo elas eudaimonista e teleológicas, isto é, a teoria da finalidade e a doutrina da qual a felicidade é o objetivo da vida. Transportando a virtude como mediana e seu ponto de vista sobre o hábito e a prudência na ética. Conhecida como ética Aristotélica, é considerada a base do pensamento humano, já que com ela Aristóteles ensina a fazer o bem, até tal atitude se tornar rotina e assim o indivíduo torna-se cheio de boas virtudes, como a honra, integridade, honestidade e etc. Pois a ética diz respeito ao homem, diferente da política que é mais abrangente tendo uma dimensão de tamanho social. E segundo estudos, Aristóteles foi primeiro a dividir tais conceitos. Ética a Nicômaco é uma obra recomendada a todos, por se tratar de um assunto de interesse mútuo. Assim sendo, considera-se uma obra para se construir um 1 Acadêmico do 3º semestre do Curso de Direito da Faculdade Católica Rainha da Paz-FCARP, Araputanga-MT. Resenha apresentada para obtenção de menção em todas as disciplinas. pensamento humano que assimile o fazer o bem sem interesses, e obtendo como resultado a felicidade. É uma obra muito antiga que apresenta um raciocínio crítico o convívio do homem sobre a sociedade e que supreedentemente se encaixa perfeitamente com o agir humano dos tempos atuais. Devemos ressaltar que esta obra serve como um manual para a vida em sociedade, para que seja alcançada uma harmonia entre todos, e finalmente chegando ao que todos pretendemos obter que é a felicidade. O livro inicia discutindo a respeito do comportamento humano, que teria como principal objetivo a prática do bem. Praticando o bem, chega-se no destino final que é a felicidade. Portanto, esta felicidade é nada mais que um desempenho virtuoso da alma, pois ela não é concebida pela posse de bens materiais, mas sim no aperfeiçoamento e prática de conceituados bons valores do próprio individuo. A respeito de virtude, o autor faz uma divisão entre as virtudes intelectuais que podem ser aprendidas e ensinada, e as virtudes morais, que são obtidas com hábito, “tornamo-nos justos praticando atos justos.” Também nas virtudes o exagero ou a ausência podem ser prejudiciais, e por isso Aristóteles defende a caracterização da virtude como intermediária/equilibrada, pois não pode ter a falta e muito menos a sobra, tem-se que procurar o equilíbrio, a medida exata, ou ao menos tentar chegar próximo disso. Tratando-se de ato moral, Aristóteles também faz uma separação entre ações voluntarias e ações involuntárias. Segundo ele, as ações voluntárias depende da escolha do individuo em querer praticar ou não estas certas ações, já as involuntárias são ações que ocorrem por compulsão e ignorância, isto é, não são escolhidas. Mais uma vez trazendo a questão da virtude, o autor afirma que a mesma pode estar em nosso poder de escolha, que ser virtuoso é uma questão de ação voluntária, pois nós podemos escolher entre as virtudes e os vícios. Novamente a respeito de virtudes morais, a mediana aristotélica se faz demasiado presente. A coragem é tida como o intermediário entre o medo e a confiança, a temperança é o equilíbrio entre os prazeres e as dores, a liberalidade é a moderação entre a prodigalidade e a avareza, a generosidade é o meio-termo entre o vulgar e o mesquinho, o justo-orgulho é o meio-termo entre a honra e a desonra, a calma é o diferencial entre o irascível e o pacato, entre outras virtudes tidas como meio- termo entre seus excessos e suas deficiências. A justiça na percepção aristotélica é uma virtude completa. Pois ela pode ser desempenhada sobre si mesmo e sobre o próximo. E o indivíduo apenas é tido como justo quando exerce suas ações de maneira voluntária, pois desempenhou a justiça por sua vontade, sem nenhum tipo de coerção ou de futuros pagamentos/benefícios. Em Ética a Nicômaco também é citada outro tipo de virtudes, as virtudes dianoéticas, que diz respeito quanto ao intelectual, e são elas: a arte, a ciência, a prudência, a sabedoria e a inteligência. A arte se aplica na criação, a ciência está relacionada aos fatos, a prudência se baseia na razão, a sabedoria propicia a reflexão e a inteligência ao conhecimento . O autor critica os homens que utilizam da sabedoria para objetivos maléficos, pois para ele todo esse conhecimento tem que ser usado para o bem, e então, obtendo- se o objetivo final que é a felicidade. E só chegará a esse objetivo aquele que optar pelas virtudes no lugar dos vícios. Conjuntamente, a amizade do mesmo modo é um assunto abordado em Ética a Nicômaco, é apresentados traços de um ponto de vista um tanto quanto egoísta, por ela exigir reciprocidade. A amizade é qualificada como o amor do homem por si próprio, e esse ‘si próprio’ inclui os amigos, pois estes são considerados como os outros ‘eus’. Trazendo assim, a amizade como uma virtude fundamental, que com o apoio e convivência de amigos pode-se alcançar a felicidade e evitar o desvio de um caminho desvirtuoso resultando em poupar erros, e assim tornando o homem bom. Por fim, a felicidade, sendo o objetivo do ser humano, é encontrada relacionando-se com o bem-estar, com a interação da razão, moral e a vida ideal. A satisfação de ser virtuoso, de ser bondoso, de não possuir vícios, faz do indivíduo um homem feliz, sábio e assim, completo. A relevância desta obra consiste no preceito de como nós seres humanos devemos agir. O autor nos conduz de uma forma objetiva, fácil e clara de ser interpretada, as relações entre os indivíduos, e destes com a sociedade no cotidiano. Ele distribui um legado ético que pode ser utilizado como um verdadeiro tutorial para a importância das virtudes e como devemos utiliza-las para nostornar pessoas boas, à procura da felicidade. Sendo assim importantíssimo para a construção do intelecto humano, podendo ser lido por qualquer pessoa que se preocupe com seu aprimoramento e desenvolvimento ético. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. 4. Trad.Edson Bini. São Paulo: Edipro, 2014
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