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CURSO PRIME – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 1 OS: 0010/10/16-Gil OAB – 1ª FASE – XXI EXAME DA ORDEM OS: 0010/10/16-Gil CURSO PRIME – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 2 OS: 0010/10/16-Gil OAB – 1ª FASE – XXI EXAME DA ORDEM CURSO PRIME – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 3 OS: 0010/10/16-Gil OAB – 1ª FASE – XXI EXAME DA ORDEM DIREITO TRIBUTÁRIO Prof. Giuliano Menezes Apostila 2016 1 – RECEITAS ESTATAIS ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO 1 - Receita/ Despesa O Estado como qualquer pessoa ou empresa precisa de uma receita para cumprir com as suas despesas. 1.2. Receitas - Originárias – São as que decorrem/ defluem do próprio patrimônio do Estado. O Estado tem esta receita em função do próprio patrimônio. O Estado excepcionalmente pode exercer atividade econômica. Ex. Petrobrás (sociedade de economia mista), assim como o foro anual cobrado de que ocupa terrenos de marinha. É estudado no direito Administrativo. - Derivadas (tributos) – Decorrem do patrimônio do particular, NÃO são obtidas a partir do patrimônio do Estado e sim do Particular. Ex. Tributos (IPTU, IPVA, IR....). No Direito Tributário nos preocupamos com as receitas derivadas como sendo nosso objeto de estudo (Fisco/Contribuinte). ** Cada vez mais o Estado depende das receitas derivadas, pois o Brasil fez opção pelas privatizações. 2 - Direito Financeiro x Direito Tributário O Direito Tributário na sua origem integrava o Direito Financeiro. No entanto, ganhou autonomia, pois o Direito Financeiro se preocupa com o fenômeno financeiro completo ( receitas e despesas), tais como a aprovação da lei orçamentária, a aprovação da LDO, dentre outros assuntos pertinentes ao orçamento, sendo que ao longo do século XX a questão tributária passa a ter relevância maior. Esta relação tributária é conflituosa, pois o particular quer pagar menos tributo e o Estado quer arrecadar mais, surgindo a necessidade de um regramento constitucional e infraconstitucional que discipline a relação FISCO- CONTRIBUINTE. 3 - Princípios Constitucionais Tributários 3.1 – Princípio Federativo – O Brasil é uma federação, onde o poder está descentralizado, pois existem várias instâncias de governo: União, Estados/DF e Municípios. O Brasil é uma federação sui generis porque o município também é considerado ente federativo. O princípio federativo é uma cláusula pétrea. Entes integrantes de uma Federação ( Art. 18 CF) – União. Estados/DF e Municípios são autônomos). - União - Estados/ DF - Municípios 4 - Características de uma Federação- É possível citar algumas características de uma federação. - Eleições próprias – No Brasil, cada ente federativo tem suas próprias eleições. A investidura de um Prefeito, por exemplo, não depende da vontade do Governador ou do Presidente da República. - Competência Administrativa própria para prestar serviços públicos – Função principal do Estado. Os entes federativos recebem do texto constitucional competência para prestar serviços públicos próprios. O país opta pela Federação para melhorar a prestação do serviço público, comum em Estados geograficamente grandes. - Autonomia Administrativa – A organização político administrativa do Brasil compreende em União, Estados/DF e municípios com autonomia do ponto de vista administrativo, com capacidade de se auto- administrar. - Competência Tributária própria -“Não existe autonomia sem dinheiro – isto é essencial para fazer valer a federação”. IR – União, IPVA- Estado, IPTU – Município. Para que seja autônomo realmente cada ente que integre a federação tem competência para tributar. A CF prevê impostos para cada ente – essencial para fazer valer a autonomia. Nos arts. 153, 154, 155 e 156 da Constituição Federal estão elencadas as competências dos entes federativos para a instituição dos impostos. A união concentra ainda grande parte dos impostos, mas comparando-se com o Brasil, antes da atual Constituição, houve um avanço muito grande, principalmente em relação aos municípios, que atualmente possuem uma situação financeira muito melhor do que a que existia anteriormente. CURSO PRIME – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 4 OS: 0010/10/16-Gil OAB – 1ª FASE – XXI EXAME DA ORDEM LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR (art 150. CF) Princípios Constitucionais Tributários A CF atribui aos entes competência tributária, cada um recebe uma parte da competência tributária. A competência tributária é a 1ª forma de limitação do poder de tributar. Ex. IPVA - imposto exclusivo do Estado. No entanto, não é a única forma de limitação. Os princípios tributários também limitam o poder de tributar. Referidos princípios (alguns previstos no art. 150 da Constituição Federal) condicionam o poder de tributar. Princípio da Legalidade (art. 150, I CF). A essência da CF é dar poder e ao mesmo tempo limitar o poder. O tributo só pode ser criado/majorado por lei específica. Não pode ser criado por decreto ou portaria. Quem o aprova são os nossos representantes. A competência tributária só é outorgada a entes políticos federativos porque só eles são dotados de poder legislativo O que adiantaria entregar a competência tributária sem poder para legislar? Somente os entes políticos podem criar tributos, por ser dotados de poder legislativo. “Exceções ao Principio da Legalidade” (art.153, p1º CF) – Mitigações – A lei do I.R alíquota fixa em 15, 20, 27,5% mas em alguns impostos a alíquota não é fixada, ou seja, tem um patamar mínimo e máximo a ser cobrado, por exemplo, a alíquota pode variar de 0% até 100% e um decreto fixa o valor da alíquota dentro do intervalo legal. A lei prevê o intervalo e o decreto fixa o valor. São os seguintes impostos: II (imposto de importação), IE (exportação), IPI (produtos industrializados), IOF (operações financeiras) (art. 153, § 1º, CF). São impostos sem alíquotas fixas por lei e sim pelo Poder Executivo através de decreto. O Poder Executivo fixa a alíquota no intervalo que a lei autorizar, razão pela qual existe imposto sem alíquota fixa (para isso as leis tem que verificar as funções dos tributos). Funções dos tributos: - Fiscal: A sua função principal é arrecadar. O Estado através dos impostos tem objetivo de arrecadação. - Extrafiscal: Objetivo central é intervir na economia, estimulando ou desestimulando determinados comportamentos dos contribuintes. Ex. o governo diminuiu a cobrança do IPI sobre automóveis aumentando quase que imediatamente o consumo interno, tendo como resultado o aumento do consumo em 2009 maior do que o ano de 2008. O poder público é o tutor da economia. Essa é a razão pelo qual esses impostos tem que ter alíquotas flexíveis para ter respostas imediata (II,IE,IPI,IOF). Ex. Imposto sobre Importação alíquota alta para valorizar o consumo dos bens nacionais. Instrumento de política econômica (função extra-fiscal), flexibilidade dentro da limitação da lei – o executivo é quem define. - Parafiscais Função do Código Tributário Nacional No art. 146, II CF – Lei complementar – regular as limitações constitucionais ao poder de tributar. – Regula os princípios tributários (dentre outras matérias). O CTN seria uma Lei complementarque esclareceria os princípios. O CTN regulamenta o poder de tributar (dentre outras matérias). O CTN no Art. 97 esclarece a CF, regula as limitações ao poder de tributar, esclarece os princípios. É importante ressaltar que o Código Tributário Nacional foi elaborado como lei ordinária e recepcionado pela nova ordem constitucional como lei complementar (cuida-se do fenômeno da Recepção Constitucional) Existe hierarquia entre lei complementar e lei Ordinária? Uma lei complementar poderá ocasionalmente ser revogada por lei ordinária? O STF sempre teve uma posição contrária a este posicionamento. O STF entende que não há hierarquia o que há é uma RESERVA DE MATÉRIA. Princípio da Anterioridade Princípio da Anterioridade: Como regra geral, a criação ou majoração de um tributo fica postergada para o exercício financeiro seguinte. No Brasil, o ano fiscal coincide com o ano civil, ou seja, se o governo aumentar um tributo em fevereiro de 2009, em regra só poderá ser cobrado no exercício financeiro de 2010. Anterioridade X Anualidade: A anualidade não se aplica no Brasil. Anterioridade refere-se a cobrança de tributo a partir do exercício seguinte, valendo de forma indefinida, só deixando de valer quando revogada por outra lei. A anualidade – significa que a majoração/criação terá que ser ratificada todo ano para poder cobrar no ano seguinte, como se exigisse do Executivo que justifique todo ano a cobrança. Não se aplica a anualidade no Brasil no campo tributário. Quando se fala em principio da Anterioridade, postergando a cobrança do tributo para o ano seguinte, não significa que tenha que esperar 1 ano inteiro, por exemplo, aumento em CURSO PRIME – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 5 OS: 0010/10/16-Gil OAB – 1ª FASE – XXI EXAME DA ORDEM dezembro/09, cobra-se em jan/10 (inicio do exercício fiscal seguinte). O principio da anterioridade também é chamado de princípio da não surpresa: Para que o contribuinte não seja surpreendido na cobrança de novos impostos. ART. 150, III “b”– Fica vedada a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Os princípios tributários existem para nos proteger (proteção para o contribuinte), mas se o Governo reduz ou extingue o tributo e coloca no corpo da lei “esta lei entra em vigor após a publicação” tem efeito imediato – não há que se falar em principio da anterioridade em caso de redução ou extinção. Princípio da Anterioridade Genérica (art. 150,III, “b”, CF) Posterga a eficácia para o ano seguinte (Art. 150, III “B” CF) – Regra Geral Princípio Anterioridade Mitigada (nonagesimal ) (Art.195,§ 6º e Art 150,III “C”- CF) ** Contribuições sociais para a seguridade social (Art. 195, § 6º) – A cobrança desse tipo de tributo terá eficácia conforme preceito do art. 195, p.6º quando determina que a exigibilidade só poderá ocorrer após decorridos 90 dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b. A Anterioridade Mitigada era restrita às contribuições sociais para a seguridade social. No entanto, a EC. Nº 42/03 estendeu referida imunidade também para os tributos em geral (Art. 150, III, “C”, CF) Exceções ao princípio da Anterioridade (Art. 150, §1º CF) A extrafiscalidade flexibiliza o principio da anterioridade Art. 150, § 1º Na verdade o art.150, § 1º diz que existem algumas espécies tributárias que não estão sujeitas ao principio da anterioridade mitigada e nem genérica, são eles: Art. 148,I – empréstimo compulsório (guerra), Art. 150, I,II,V (I.Importação, II. Exportação, V.operações financeiras), Art. 154 II( imposto da guerra) – Essas espécies não estão sujeitas, nem ao Princípio da Anterioridade Genérica, nem ao Princípio da Anterioridade Mitigada – Publica-se hoje e a cobrança amanhã. Existem outras que não seguem a mitigada aplicando-se somente a genérica. Exemplo: Imposto de Renda Art 153,III – IR – ainda é possível o aumento no final do ano e a cobrança no exercício seguinte com menos de 90 dias. Também não se aplica a mitigada (nonagesimal) a base de cálculo dos impostos previstos nos artigos 155 III (IPVA), 156 I (IPTU). Não se aplica a anterioridade Genérica ao IPI- só segue a mitigada – art. 153, IV CF (se aumentar o teto) ** Os que não estão ressalvados seguem os dois princípios. O ITR segue os dois, o ITBI segue os dois (genérica e mitigada- aplicando o mais benéfico). Principio da Irretroatividade (Art 150,III “a”, CF) É uma consequência lógica do principio da anterioridade. Talvez não fosse necessário o constituinte expressá-lo. Ex. Jan/08 alíquota IR - 27,5% e o Governo em Jun/08 aumenta para 28% - esta nova alíquota só será cobrada em Jan/09 (genérica-IR), pelo principio da anterioridade os fatos futuros poderão ser protegidos (período de jun/o8 e dez/08) – não serão alcançados. E devido ao principio da irretroatividade não pode alcançar fatos passados – segurança jurídica. Ex. Atividades estimuladas por tributação baixa e não seria justo cobrar os passados (art.150, III “a”) O principio da irretroatividade não tem Exceções – até mesmo os extrafiscais que são cobrados imediatamente (I. importação, I. exportação) não podem retroagir. Princípio da Isonomia (Art. 150, II, CF) O respeito à Isonomia é exigência do próprio Estado de Direito. Não existe Justiça sem passar pela Isonomia. Houve por parte do Constituinte de 1988 uma preocupação muito grande com a necessidade de respeitar este princípio, tendo um grande destaque no art. 5º do seu texto em que há três referências a este princípio. “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: No sistema constitucional tributário brasileiro, particularmente no art. 150, inciso II, há expressamente referência a este princípio, quando afirma que: “Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou CURSO PRIME – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 6 OS: 0010/10/16-Gil OAB – 1ª FASE – XXI EXAME DA ORDEM função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; Princípio da Capacidade Contributiva (Art. 145, § 1º, CF) A Isonomia se realiza quando se trata igualmente os iguais e desigualmente os desiguais de acordo com as suas desigualdades. Em Direito Tributário, este princípio se realiza com o rspeito ao Princípio da Capacidade Contributiva que, em linhas gerais, corresponde a cobrar mais de quem pode pagar mais e cobrar menos de quem pode pagar menos. Este princípio vem expressamente previsto no texto constitucional no art. 145, § 1º da Constituição Federal, a seguir transcrito: § 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. Princípio da Vedação ao Confisco (art. 150, IV CF). A essência da CFé dar poder e ao mesmo tempo limitar o poder. O tributo não pode destruir a atividade produtiva que enseja o mesmo. Sendo assim, o tributo não pode ter efeito confiscatório. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: IV - utilizar tributo com efeito de confisco; Princípio da Liberdade de Tráfego (art. 150, V CF) A tributação não pode ser utilizada como forma de impedir o tráfego de mercadorias e de bens, sob pena de ferir o Princípio Federativo. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; Princípio da Uniformidade Geográfica (Art. 151, I, CF) Art. 151. É vedado à União: I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País; Princípio da Não Cumulatividade § 3º - O imposto previsto no inciso IV: II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores; Outros Princípios Imunidade Tributária x Isenção x Não Incidência Imunidade Tributária (Ex. Art. 150, VI, CF) – É uma vedação constitucional ao poder de tributar, ou seja, a Constituição Federal resolve retirar do alcance do legislador infraconstitucional a tributação de alguns fatos da vida. Isenção – É uma vedação legal ao poder de tributar. Na isenção, é o legislador ordinário que resolve dispensar da tributação alguns contribuintes, ou seja, segundo a Constituição Federal, estes fatos podem ser tributados. Quem afasta a tributação é a legislação infraconstitucional Não Incidência – É quando o contribuinte não realiza o fato gerador disciplinado na lei, ou seja, o contribuinte não realiza a hipótese normativa tributada. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; (Imunidade Recíproca) b) templos de qualquer culto; (Imunidade Religiosa) c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; (Imunidade Partidária e Social) d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. (Imunidade Cultural) § 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. CURSO PRIME – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 7 OS: 0010/10/16-Gil OAB – 1ª FASE – XXI EXAME DA ORDEM § 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. § 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. _________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ _________________________________________________ 2 – CONCEITO DE TRIBUTO Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. TÍTULO VI Da Tributação e do Orçamento CAPÍTULO I DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL Seção II DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; III - cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) IV - utilizar tributo com efeito de confisco; V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais deCURSO PRIME – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 8 OS: 0010/10/16-Gil OAB – 1ª FASE – XXI EXAME DA ORDEM autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013) § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) § 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. § 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. § 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. § 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. § 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) § 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) Art. 151. É vedado à União: I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País; II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes; III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. Questão 28 (EO XV) Em dezembro de 2006, foi publicada a Lei Complementar nº 123, que instituiu o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, e criou novo regime de tributação simplificada, abrangendo, além dos impostos e contribuições federais, o Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviço de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), bem como o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta. A) A referida lei é inconstitucional, pois é vedada à União instituir benefício fiscal de tributo de competência dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. B) O regime de tributação simplificada é obrigatório a todos os contribuintes que cumpram os requisitos previstos na referida lei complementar. C) A referida lei é inconstitucional, no que se refere ao ICMS, pois institui benefício fiscal do imposto sem a competente autorização por meio de convênio do Conselho Nacional de Política Fazendária – CONFAZ. D) Segundo a Constituição Federal, a fiscalização do cumprimento das obrigações principais e acessórias do regime único de arrecadação poderá ser compartilhada pelos entes da Federação. CURSO PRIME – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 9 OS: 0010/10/16-Gil OAB – 1ª FASE – XXI EXAME DA ORDEM 2. Questão 28 (EO XII) A respeito dos Princípios Tributários Expressos e Implícitos, à luz da Constituição da República de 1988, assinale a opção INCORRETA. A) É vedado à União instituir isenções de tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. B) O princípio da irretroatividade veda a cobrança de tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. C) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. D) Pelo princípio da anterioridade, para que os tributos possam ser cobrados a cada exercício, é necessária a prévia autorização na lei orçamentária. 3. Questão 27 (EO X) Suponha que determinada Medida Provisória editada pela Presidenta da República, em 29/09/2012, estabeleça, entre outras providências, o aumento para as diversas faixas de alíquotas previstas na legislação aplicável ao imposto de renda das pessoas físicas. Nesse caso, com base no sistema tributário nacional, tal Medida Provisória A) não violaria o princípio da legalidade e produzirá efeitos a partir da data de sua publicação. B) violaria o princípio da legalidade, por ser incompatível com o processo legislativo previsto na Constituição Federal/88. C) não violaria o princípio da legalidade e produzirá efeitos a partir de 90 (noventa) dias contados a partir da data de sua publicação. D) não violaria o princípio da legalidade e só produzirá efeitos a partir do primeiro dia do exercício financeiro subsequente à data de sua conversão em lei. 4. Questão 25 (EO XIV) Visando a proteger a indústria de tecnologia da informação, o governo federal baixou medida, mediante decreto, em que majora de 15% para 20% a alíquota do Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros para monitores de vídeo procedentes do exterior, limites esses que foram previstos em lei. A respeito da modificação de alíquota do Imposto de Importação, assinale a afirmativa correta. A) Deve observar a reserva de lei complementar. B) Deve ser promovida por lei ordinária. C) Deve observar o princípio da irretroatividade. D) Deve observar o princípio da anterioridade. 5. Questão 26 (EO XIV) Empresa X, constituída em 1980, entrou com ação na Justiça Federal impugnando a cobrança da Contribuição Sobre o Lucro – CSLL, alegando que, apesar de prevista no Art. 195, I, c, da Constituição Federal, trata-se de um tributo que tem o lucro como fato gerador. Dessa forma, haveria um bis in idem em relação ao Imposto Sobrea Renda das Pessoas Jurídicas (Art. 153, III da CRFB), o que é vedado pelo próprio texto constitucional. A partir do caso narrado e considerando a jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, assinale a afirmativa correta. A) A empresa tem razão porque os dois tributos têm o lucro como fato gerador, o que é vedado pela Constituição Federal. B) A empresa, por ter sido constituída anteriormente à Constituição Federal de 1988, tem direito adquirido a não pagar a CSLL. C) A empresa não tem razão, porque ambos os tributos estão previstos na CRFB. D) A empresa tem razão, pela clara violação à vedação ao confisco prevista no Art. 150, IV, da CRFB. 6. Questão 26 (EO XI) Determinada editora de livros, revistas e outras publicações foi autuada pela fiscalização de certo Estado, onde mantém a sede da sua indústria gráfica, pela falta de recolhimento de ICMS incidente sobre álbum de figurinhas. Nessa linha, à luz do entendimento do STF sobre a matéria em pauta, tal cobrança é A) inconstitucional, por força da aplicação da isenção tributária. B) inconstitucional, por força da aplicação da imunidade tributária. C) constitucional, por força da inaplicabilidade da imunidade tributária. D) inconstitucional, por estar o referido tributo adstrito à competência tributária da União Federal. 7. Questão 26 (EO XII) Em procedimento de fiscalização, a Secretaria da Receita Federal do Brasil identificou lucro não declarado por três sociedades empresárias, que o obtiveram em conluio, fruto do tráfico de entorpecentes. Sobre a hipótese sugerida, assinale a afirmativa correta. A) O imposto sobre a renda é devido face ao princípio da interpretação objetiva do fato gerador, também conhecido como o princípio do pecunia non olet. B) Não caberá tributação e, sim, confisco da respectiva renda. CURSO PRIME – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 10 OS: 0010/10/16-Gil OAB – 1ª FASE – XXI EXAME DA ORDEM C) Não caberá tributo, uma vez que tributo não é sanção de ato ilícito. D) Caberá aplicação de multa fiscal pela não declaração de lucro, ficando afastada a incidência do tributo, sem prejuízo da punição na esfera penal. 8. Questão 28 (EO XVII) Em 17/07/2014, o Tribunal de Justiça do Estado X da Federação instituiu, por meio de Provimento da Corregedoria Geral da Justiça, as custas judiciais e os emolumentos cartorários vigentes a partir da data da publicação. Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta. A) As custas judiciais e os emolumentos cartorários têm natureza jurídica de preço público e, portanto, não estão sujeitos às limitações constitucionais ao poder de tributar. B) As custas judiciais e os emolumentos cartorários têm natureza jurídica de taxa de serviço. Sendo assim, o provimento da Corregedoria Geral viola os princípios da legalidade, da anterioridade de exercício e nonagesimal. C) As custas judiciais e os emolumentos cartorários têm natureza jurídica de contribuição social. Sendo assim, o provimento da Corregedoria Geral viola os princípios da legalidade, da anterioridade de exercício e nonagesimal. D) As custas judiciais e os emolumentos cartorários têm natureza jurídica de taxa de poder de polícia. Sendo assim, o provimento da Corregedoria Geral viola os princípios da legalidade e da anterioridade de exercício. GABARITO 01 02 03 04 05 06 07 08 D D D C C B A B _________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ __________________________________________________ 3 – COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA, CONCEITO DE TRIBUTO E ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS - IMPOSTOS FEDERAIS, ESTADUAIS E MUNICIPAIS 1 – Princípio Federativo – O Brasil é uma federação, onde o poder está descentralizado, pois existem várias instâncias de governo: União, Estados/DF e Municípios. O Brasil é uma federação sui generis porque o município também é considerado ente federativo. O princípio federativo é uma cláusula pétrea. Entes integrantes de uma Federação ( Art. 18 CF) – União. Estados/DF e Municípios são autônomos). - União - Estados/ DF - Municípios 2 – Características de uma Federação- É possível citar algumas características de uma federação. - Eleições próprias – No Brasil, cada ente federativo tem suas próprias eleições. A investidura de um Prefeito, por exemplo, não depende da vontade do Governador ou do Presidente da República. - Competência Administrativa própria para prestar serviços públicos – Função principal do Estado. Os entes federativos recebem do texto constitucional competência para prestar serviços públicos próprios. O país opta pela Federação para melhorar a prestação do serviço público, comum em Estados geograficamente grandes. - Autonomia Administrativa – A organização político administrativa do Brasil compreende em União, Estados/DF e municípios com autonomia do ponto de vista administrativo, com capacidade de se auto- administrar. - Competência Tributária própria -“Não existe autonomia sem dinheiro – isto é essencial para fazer valer a federação”. IR – União, IPVA- Estado, IPTU – Município. Para que seja autônomo realmente cada ente que integre a federação tem competência para tributar. A CF prevê impostos para cada ente – essencial para fazer valer a autonomia. Nos arts. 153, 154, 155 e 156 da Constituição Federal estão elencadas as competências dos entes federativos para a instituição dos impostos. CURSO PRIME – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 11 OS: 0010/10/16-Gil OAB – 1ª FASE – XXI EXAME DA ORDEM A união concentra ainda grande parte dos impostos, mas comparando-se com o Brasil, antes da atual Constituição, houve um avanço muito grande, principalmente em relação aos municípios, que atualmente possuem uma situação financeira muito melhor do que a que existia anteriormente. IMPORTANTE Além da competência Tributária, qual seria a outra forma através da qual os Estados e Municípios podem auferir receitas derivadas? Através das receitas da União que são repassadas para os Estados e para os Municípios, e também receitas do Estado que são repassadas para os Municípios. Essas receitas derivadas são transferidas, Ex. O que a União arrecada com IR e IPI grande parte será repassado (Arts.157. 158 e 159 CF). O IPVA arrecadado pelo Estado será em parte repassado para o município. A CF determina este repasse, pois além da competência própria para tributar, os Estados/DF e Municípios também possuem essas receitas que lhe são transferidas. DISTRIBUIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS Atribuição da Competência Tributária Outra Forma: Receitas Transferidas, além da própria competência tributária, os Estados e municípios recebem receitas transferidas por outro ente. Ex. FPE (21,5%) e FPM (22.5%) FPM. Quem fiscaliza é o TCU. A União e o Estado não ficam com 100% do que arrecadam. O porquê desse repasse? Primeiramente, o tributo existe onde estão as riquezas ou presunção de riquezas, ou seja onde há consumo, onde há poder de compra. Vamos partir da hipótese de um município localizadono sertão central do estado do Ceará com 10.000 habitantes – Os impostos municipais previstos nos arts 156 CF são (IPTU, ISS, ITBI). – Nesta hipótese, não existirá muita transferência de bens imóveis, pois a quantidade de imóvel vendido é mínima e quando existem imóveis à venda, o valor é muito pequeno, chegando a ser irrelevante, desta forma a arrecadação através do ITBI será quase inexistente. Em relação ao ISS, – sabe-se que o setor de serviços é próprio de cidades mais desenvolvidas. Em relação ao IPTU, – a arrecadação será baixa devido ao valor do imóvel e parte desses imóveis são isentos de IPTU. Nesse caso, o município tem baixa receita tributária, mas tem obrigações e competências constitucionais de prestar serviço público. Em razão disso, é necessário receber essas receitas (derivadas) transferidas através do FPM e do FPE, existindo municípios que recebem mais receitas transferidas do que receitas oriundas de sua competência tributária. É importante ressaltar, no entanto, que o repasse de receitas de um ente federativo para outro ente federativo não altera a competência tributária. Competência Tributária – Poder de Tributar juridicamente limitado “É o poder de tributar juridicamente limitado; O que está limitando? A CF é quem limita. Ex. União não pode tributar IPVA, um ente não pode invadir a competência tributária de outro ente. Formas de Competência Tributária: - Competência Exclusiva – Exs. Arts 153,155,156 CF A Competência exclusiva existe em relação aos Impostos. CTN – Imposto é um tributo independente de qualquer atividade estatal específica à pessoa do contribuinte. Não está associado a nenhuma ação do Estado, é um tributo não contra-prestacional. Ex. IPVA é pago somente porque tenho carro – não é necessário o Estado prestar um serviço. Por sua vez, as taxas e contribuições de melhorias são vinculadas a alguma atuação do Estado. São tributos contra- prestacionais. A CF em seu art. 145 II – “A União, os Estados, O Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:” II – Taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. Poder de Polícia- Restringir a esfera individual em prol da coletividade. Ex. Alvará de construção ( o município verifica se o meu projeto respeita o espaço de calçada, se respeita a lei municipal), podendo cobrar uma taxa para liberar o alvará. A Contribuição de melhoria sempre existiu, mas de difícil cobrança. Ex. particular com terreno no Eusébio comprado por um preço X (muito barato) e depois das melhorias provenientes do Estado como, por exemplo, rodovia que valorizou o terreno. A rodovia beneficia a todos, mas no caso em questão, a obra gerou uma valorização imobiliária no seu imóvel especificamente, podendo existir uma lei que cobre um valor sobre a valorização do terreno, também é um tributo vinculado/ contra-prestacional. - Competência Comum – Art 145 II, III CF – Existe em relação às taxas e às contribuições de melhorias (outras espécies tributárias). Porque o constituinte resolveu discriminar as competências dos impostos? CURSO PRIME – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 12 OS: 0010/10/16-Gil OAB – 1ª FASE – XXI EXAME DA ORDEM - Porque se não houver a discriminação como saberia a quem pertence os impostos? Não existe outra forma de definir, pois em relação aos impostos não há vinculação / contra- prestação, desta forma é preciso ser definido pela CF. Já no caso das taxas e contribuições de melhorias, por serem tributos vinculados, o ente que prestar será o competente para cobrar, por estar associado a atuação prévia do Ente, somente ele pode cobrar – não sendo necessário discriminar/ previsão clara exclusiva. *** Imposto como não é vinculado é necessário a discriminação pela CF – com isso gera a competência exclusiva. Mas, quando se falar em competência comum (no plano abstrato), é no sentido de que não existe a pré- definição constitucional. No entanto, quando o ente prestar o serviço, será o competente para cobrar. É comum no plano abstrato, pois quando a obra é feita, a competência deixa de ser comum e passa a ser exclusiva. Competência Residual – Art 154, I CF ** Principio da legalidade: Os tributos não são criados pela CF. A CF limita-se a autorizar a tributação A CF delimita espaços de tributação. Na verdade quem cria o tributo é o ente competente – União, Estados/DF e municípios quando aprovam suas leis, como conseqüência lógica do Principio da Legalidade. Ex. A CF autoriza a tributação sobre grandes fortunas, porém não há lei que regulamente a tributação – a CF prevê a possibilidade de haver tributo, porém enquanto não houver uma lei (podendo ser lei ordinária em alguns casos) não poderá ser tributado. “A CF assina o cheque, mas quem preenche os valores deste é o Ente competente e este ato é feito através da lei.” Residual – Também é exclusiva, pois só quem pode exercê- la é a União, através de lei complementar, não sendo um tributo cumulativo. Pode a União Federal criar imposto residual sobre renda? Não, pois já é tributado através do I.R – tem que ser fato novo não tributado. Para os demais impostos, basta a lei ordinária (maioria simples dos votos) e para o exercício da competência residual é necessário uma lei complementar (maioria absoluta dos votos). Qual a razão? Quando a União, Estados/DF e municípios aprovam as lei para regulamentar os impostos já previstos na CF, já estão limitados materialmente. Ex. Veículo automotor para a cobrança de IPVA – existe uma limitação material maior por isso exige-se uma lei menos rígida (lei ordinária). No caso de impostos residuais por ser fato NOVO ainda não tributado, e sem previsão constitucional, a União tem maior liberdade no plano material. Em razão disto, o constituinte restringe através de uma lei mais formal (lei complementar- maioria absoluta de votos- anuência do congresso maior). Este formalismo é para compensar a liberdade material maior, é uma forma de contrabalancear. “ A União nunca exerceu, mas em tese poderá fazê-lo.” A qual ente federativo pertence à competência Residual em relação as taxas? Em matéria de impostos, a competência residual é exclusiva da União. Em matéria de taxas, a competência residual é do Estado (art. 25 p. 1º CF). As taxas estão vinculadas aos serviços públicos e os novos serviços públicos que surgirão são de competência do Estado (podem surgir serviços novos), razão pela qual as novas taxas serão cobradas pelo Estado Residualmente as taxas incubem aos Estados. A Doutrina questiona essa competência entregue ao Estado, pois verifica-se que seria mais razoável ser entregue aos municípios pois este ente está mais próximo do cidadão e verifica-se mais detalhadamente a necessidade de prestação de novos serviços. COMPETÊNCIA EXTRAORDINÁRIA (ART.154,II CF) Tem um aspecto semelhante à competência residual porque também é exclusiva da União Federal, nenhum outro ente poderá exercê-la. A cobrança de impostos de competência extraordinária só pode acontecer em períodos de guerra, porém nunca foi exercida, pois o Brasil não se envolve em conflitos armados. Nunca foi cobrada, mas poderá ser. Evidentemente quando se está em guerra, é necessário receita extraordinária, mesmo porque a receita ordinária diminui e precisa haver uma compensação, desta forma o constituinte viu uma maneira de equilibrar o orçamento autorizando a união a cobrança de impostos extraordinários. Neste caso, devido ao caráter de urgência, basta ser autorizado através de lei ordinária Não exige-se leicomplementar por esta ser mais formal e consequentemente mais demorada, porque precisa-se que a arrecadação seja da forma mais rápida possível. O constituinte visualizou tornar mais rápida sua criação, exigindo-se apenas lei ordinária. O imposto da guerra pode ser cumulativo por fatos já tributados (lógico), pois a rentabilidade é mais imediata, pode alcançar situações tributadas por imposto Federal, Estadual ou Municipal (art. 154 II). Ambos: impostos residual e extraordinário são de competência da união. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. Questão 25 (EO XX) Determinado ente da Federação instituiu um tributo incidente sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que preste serviço a empregador privado, ainda que sem vínculo empregatício, com o objetivo de financiar a seguridade social. Em sintonia com a CRFB/88, assinale CURSO PRIME – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 13 OS: 0010/10/16-Gil OAB – 1ª FASE – XXI EXAME DA ORDEM a opção que indica o ente da federação competente para a instituição do tributo descrito e o nome do tributo em questão. A) Estados-membros e o Distrito Federal. Contribuição previdenciária. B) União. Contribuição social. C) União. Imposto sobre a renda. D) Todos os entes da Federação. Contribuições sociais. 2. Questão 27 (EO XX) O Estado Alfa institui, por meio de lei complementar, uma taxa pela prestação de serviço público específico e divisível. Posteriormente a alíquota e a base de cálculo da taxa vêm a ser modificadas por meio de lei ordinária, que as mantém em patamares compatíveis com a natureza do tributo e do serviço público prestado. A lei ordinária em questão é A) integralmente inválida, pois lei ordinária não pode alterar lei complementar. B) parcialmente válida – apenas no que concerne à alteração da base de cálculo, pois a modificação da alíquota só seria possível por meio de lei complementar. C) parcialmente válida – apenas no que concerne à alteração da alíquota, pois a modificação da base de cálculo só seria possível por meio de lei complementar. D) integralmente válida, pois a matéria por ela disciplinada não é constitucionalmente reservada à lei complementar. 3. Questão 28 (EO XIX) O Estado X, visando aumentar a sua arrecadação, instituiu novo imposto, não previsto na Constituição Federal. Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta. A) O Estado X pode instituir imposto, mediante lei complementar, desde que previsto na Constituição Estadual. B) Para exercer a competência residual do Estado X, é necessária lei de iniciativa do Governador do Estado. C) O Estado X não pode instituir o imposto novo, tendo em vista que a competência residual para a instituição de novos impostos é somente da União. D) É vedada à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, a instituição de impostos não previstos na Constituição Federal. 4. Questão 25 (EO XVIII) A União instituiu determinado tributo federal e conferiu a uma autarquia as tarefas de fiscalizá-lo e arrecadá-lo. Tendo em vista a situação narrada, assinale a opção correta. A) A capacidade tributária ativa (realizar atos de fiscalização e arrecadação) é delegável. B) Trata-se de caso de delegação da competência tributária da União. C) Não é possível que a União revogue, a qualquer tempo e por ato unilateral, a atribuição que conferiu a tal autarquia. D) Em eventual discussão judicial proposta por um contribuinte do tributo, a autarquia não terá prazo em dobro para recorrer. 5. Questão 26 (EO XV) O Art. 146, III, a, da Constituição Federal estabelece que lei complementar deve trazer a definição dos fatos geradores, da base de cálculo e dos contribuintes dos impostos previstos na Constituição. Caso não exista lei complementar prevendo tais definições relativamente aos impostos estaduais, os estados A) não podem instituir e cobrar seus impostos, sob pena de violação do Art. 146 da Constituição. B) podem instituir e cobrar seus impostos, desde que celebrem convênio para estabelecer normas gerais. C) podem instituir e cobrar seus impostos, pois possuem competência legislativa plena até que a lei complementar venha a ser editada. D) podem instituir e cobrar seus impostos, desde que seja publicada Medida Provisória autorizando. 6. Questão 28(EO XV) Em dezembro de 2006, foi publicada a Lei Complementar nº 123, que instituiu o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, e criou novo regime de tributação simplificada, abrangendo, além dos impostos e contribuições federais, o Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviço de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), bem como o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta. A) A referida lei é inconstitucional, pois é vedada à União instituir benefício fiscal de tributo de competência dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. B) O regime de tributação simplificada é obrigatório a todos os contribuintes que cumpram os requisitos previstos na referida lei complementar. C) A referida lei é inconstitucional, no que se refere ao ICMS, pois institui benefício fiscal do imposto sem a competente autorização por meio de convênio do Conselho Nacional de Política Fazendária – CONFAZ. CURSO PRIME – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 14 OS: 0010/10/16-Gil OAB – 1ª FASE – XXI EXAME DA ORDEM D) Segundo a Constituição Federal, a fiscalização do cumprimento das obrigações principais e acessórias do regime único de arrecadação poderá ser compartilhada pelos entes da Federação. 7. Questão 27 (EO XII) Em relação ao imposto sobre a propriedade de veículos automotores – IPVA -, assinale a única opção INCOMPATÍVEL com o previsto na Constituição Federal. A) Poderão ser estabelecidas alíquotas diferenciadas do IPVA em função da procedência do veículo, se nacional ou estrangeira. B) O IPVA é um imposto de competência dos Estados e do Distrito Federal. C) Poderão ser estabelecidas alíquotas diferenciadas do IPVA em função do tipo e da utilização do veículo. D) Pertence aos municípios parte do produto da arrecadação do IPVA relativamente aos veículos automotores licenciados em seus territórios. 8. Questão 28 (EO X) A União criou um novo imposto não previsto na CRFB mediante lei complementar sobre a propriedade de veículos de duas rodas não motorizados, que adota fato gerador e base de cálculo diferente dos demais discriminados na Constituição. Nessa situação, a União terá feito uso de competência A) comum. B) residual. C) cumulativa. D) extraordinária. GABARITO 01 02 03 04 05 06 07 08 B D C A C D A B _________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ 4 – CONCEITO DE TRIBUTO E ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS CONCEITO DE TRIBUTO: Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nelase possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. IMPOSTO O art. 145 da Constituição Federal (CF) leva o leitor a vislumbrar três espécies do gênero: tributo, quais sejam: imposto, taxa e contribuição de melhoria. No entanto, alguns doutrinadores entendem que além das espécies supra aludidas, pode-se acrescentar duas outras, previstas expressamente da Magna Carta, quais sejam: empréstimo compulsório (art. 148, CF) e contribuição social ou especial (art. 149, CF). Esta última subdivide-se em: contribuição de intervenção no domínio econômico, contribuição de interesse de categorias profissionais ou econômicas, contribuição de seguridade social e contribuição de iluminação pública. DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS IMPORTANTES - Art. 150, VI - A imunidade nestas hipóteses existe somente em relação aos impostos; - Art. 150, par. 1º - O princípio da Anterioridade não se aplica aos impostos de importação, exportação, produtos industrializados, operações de crédito, câmbio, seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários e o imposto extraordinário; - Art. 153, par. 1º - Mitigação do princípio da Legalidade. O Poder Executivo, atendidas as condições e os limites da lei, pode alterar as alíquotas dos impostos de importação, exportação, produtos industrializados e operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários. É instrumento de política fiscal;. - Art. 154, I - Competência residual em relação aos impostos; - Art. 154, II - Competência em relação aos impostos extraordinários; - Art. 153 - Impostos de competência da União Federal; - Art. 155 - Impostos de competência dos Estados e do Distrito Federal; - Art. 156 - Impostos de competência dos Municípios. CURSO PRIME – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 15 OS: 0010/10/16-Gil OAB – 1ª FASE – XXI EXAME DA ORDEM CONCEITO DE IMPOSTO Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte. Fala-se, por consequência, que o imposto é o tributo não vinculado, ao passo que, a taxa e a contribuição de melhoria são tributos vinculados a uma atuação estatal. A taxa, pela utilização de serviços públicos ou em razão do poder de polícia e a contribuição de melhoria, vinculada a uma obra pública. A não-vinculação é o ponto característico e distintivo do imposto em face das demais espécies tributárias. A cobrança do imposto relaciona-se sempre com uma situação cotidiana da vida do contribuinte. Jamais a uma atividade estatal específica. Ex.: Imposto de Renda, IPVA, IPTU, etc.... Imposto Pessoal - Vislumbra a pessoa. Os impostos pessoais são mais justos Ex.: Imposto de Renda (Art. 145, par. 1º, CF) Imposto Real - Vislumbra somente a matéria tributável Ex.: IPI, ICMS A Constituição Federal (CF) de 1.988 distribuiu a competência para instituir os impostos entre os três entes (União, estados e DF e municípios) estatais de forma clara e incontroversa, em seus arts. 153, 155 e 156. Competem à União os impostos de importação, exportação, renda e proventos de qualquer natureza (IR), sobre produtos industrializados (IPI), sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários, sobre a propriedade territorial rural (ITR) e sobre grandes fortunas. (art. 153, CF). Deve-se destacar os parágrafos 1º, 2º, 3º e 4º do art. 153, CF Além dos impostos supra mencionados, a União dispõe da competência residual em relação aos impostos (art. 154, inciso I, da CF) e poderá instituir impostos extraordinários na iminência ou no caso de guerra externa. (art. 154, inciso II, da CF) Competem aos Estados e ao Distrito Federal os impostos sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos, sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) e sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA). (art. 155, CF) Competem aos Municípios o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU), sobre transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis (ITBI) e sobre serviços de qualquer natureza (ISS). (art. 156, CF) Ressalte-se ainda que competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais. (Art. 147, CF). TAXAS São tributos vinculados. Têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou o serviço público, prestado ou posto à disposição do contribuinte (art. 145, inciso II, CF e art. 77, CTN). Distingue-se do imposto por ser uma espécie tributária vinculada a uma atividade estatal específica em relação ao contribuinte. Por sua vez, o traço distintivo da contribuição de melhoria, deve-se ao fato de que esta vincula-se à obra pública, ao passo que a taxa vincula-se ao poder de polícia ou a serviço público. Conceito de poder de polícia (art. 78, CTN) Utilização efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis (art. 79, CTN) Art. 145, parágrafo 2º, CF - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. O ente estatal competente para cobrar determinada taxa é o ente público competente, segundo os dispositivos constitucionais e administrativos, para exercer determinado serviço público. Só pode cobrar a taxa por aquele determinado serviço público, quem for o competente para executá-lo. TAXA x PREÇO PÚBLICO. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA É o tributo instituído para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. (Art. 81 do Código Tributário Nacional e art. 145, III, da Constituição Federal. É imprescindível para a cobrança deste tributo que os imóveis sejam valorizados em virtude da obra pública. Não exige-se somente a obra pública. É indispensável que o imóvel seja valorizado. Competente para instituí-la é o ente estatal que realize a obra pública. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS São espécies tributárias previstas no art. 149 do Código Tributário Nacional. Suas finalidades estão constitucionalmente definidas: intervenção no domínio CURSO PRIME – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 16 OS: 0010/10/16-Gil OAB – 1ª FASE – XXI EXAME DA ORDEM econômico, interesse de categorias profissionais e econômicas e seguridade social Competência: União, exclusivamente, para as contribuições de intervenção no domínio econômico, de interesse das categorias profissionais ou econômicas, bem como para custear o regime geral de previdência e assistência social e para os sistemas de previdência e assistência social dos servidores públicos federais. Estados, Distrito Federal e Municípios podem instituir contribuições para os sistemas de previdência e assistência social dos seus respectivos servidores públicos (Art. 149, parág. Único da CF) As contribuições sociais devem obedecer aos princípios constitucionais tributários, por expressa determinação constitucional. As contribuições sociais destinadas à Seguridade Social não obedecem ao princípio da anterioridade. No entanto, só podem ser cobradas depois de 90 dias da publicação da lei que as houver instituído ou modificado. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO Existem duas espécies básicas: Art. 148, I, CF - para atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência (não obedece ao princípio da anterioridade); Art. 148, II, CF - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional (obedece ao princípio da anterioridade) Necessidade de lei complementar. Há quem questione a natureza tributária do empréstimo compulsório pelo fato de ser restituível. No entanto, atualmente não há divergência quanto à natureza tributária do Empréstimo Compulsório. EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 1. Questão 28 (EO XX) Após verificar que realizou o pagamento indevido de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS, determinado contribuinte requer administrativamente a restituição do valor recolhido. O órgão administrativo competente denega o pedido de restituição. Qual o prazo, bem como o marco inicial, para o contribuinte ajuizar ação anulatória da decisão administrativa que denega a restituição? A) 2 (dois) anos contados da notificação do contribuinte da decisão administrativa. B) 5 (cinco) anos contados da notificação do contribuinte da decisão administrativa. C) 5 (cinco) anos contados do primeiro dia do exercício seguinte ao fato gerador. D) 1 (um) ano contado da data do julgamento. 2. Questão 26 (EO XIX) A pessoa jurídica Verdes Campos Ltda. realiza transporte de cargas entre os estados “X” e “Y” por meio de sua frota de 30 caminhões. Sobre a referida prestação de serviço de transporte, assinale a opção correta. A) Incide o ISS, de competência dos Municípios. B) Não incide qualquer imposto. C) Incide o ICMS, de competência dos Estados. D) Incide o IPVA, de competência dos Estados. 3. Questão 28 (EO XI) Com relação ao Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), assinale a afirmativa correta. A) É instituído pela União e repartido com o Estado em que tenha sido licenciado o veículo. B) É instituído pelo Estado e repartido com o Município em que tenha sido licenciado o veículo. C) É instituído pelo Estado em que tenha sido licenciado o veículo, que ficará com a integralidade do produto da arrecadação. D) É instituído pelo Município em que tenha sido licenciado o veículo, que ficará com a integralidade do produto da arrecadação. 4. Questão 26 (EO X) Uma autarquia federal, proprietária de veículos automotores adquiridos recentemente, foi surpreendida com a cobrança de IPVA pelo Estado responsável pelos respectivos licenciamentos, não obstante vincular a utilização desses veículos às suas finalidades essenciais. Com base na hipótese sugerida, assinale a afirmativa correta. A) A cobrança é constitucional, por se tratar de fato gerador do IPVA. B) A cobrança é constitucional, por se aplicar o princípio da capacidade contributiva. C) A cobrança é inconstitucional, por se tratar de isenção fiscal. D) A cobrança é inconstitucional, por tratar de hipótese de imunidade tributária. 5. Questão 26 (EO XX) Fulano de Tal prometeu adquirir de uma autarquia federal um imóvel residencial urbano. O sinal e parte substancial do preço são pagos no momento da lavratura da escritura pública de promessa de compra e venda, que é prontamente registrada no Registro Geral de Imóveis (RGI) competente. O saldo do preço será pago em várias parcelas. Após o registro da promessa de compra e venda A) passa a incidir o IPTU, a ser pago pela autarquia. B) continua a não incidir o IPTU, por força da imunidade da autarquia (cujo nome continua CURSO PRIME – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 17 OS: 0010/10/16-Gil OAB – 1ª FASE – XXI EXAME DA ORDEM vinculado ao imóvel no RGI, ainda que agora a autarquia figure como promitente vendedora). C) passa a incidir o IPTU, a ser pago solidariamente pela autarquia e por Fulano de Tal. D) passa a incidir o IPTU, a ser pago por Fulano de Tal, uma vez que registrada no RGI a promessa de compra e venda do imóvel. 6. Questão 28 (EO XVIII) Prefeito de um determinado município resolveu conceder isenção de IPTU, por 10 (dez) anos, a proprietários de imóveis que sejam portadores de deficiência e que realizem investimento nas condições de acessibilidade de suas propriedades. Com base na situação apresentada, assinale a afirmativa correta. A) É possível que o município institua a isenção por meio de decreto. B) Tal isenção constitui caso de suspensão da exigibilidade daqueles créditos tributários. C) Somente por meio de lei específica municipal pode ser concedida isenção de IPTU. D) A isenção concedida em função de determinadas condições, como é o caso, pode ser revogada a qualquer tempo. 7. Questão 26 (EO XVIII) Antônio, prestador de serviço de manutenção e reparo de instrumentos musicais, sujeito à incidência do Imposto Sobre Serviços (ISS), deixou de recolher o tributo incidente sobre fato gerador consumado em janeiro de 2013 (quando a alíquota do ISS era de 5% sobre o total auferido pelos serviços prestados e a multa pelo inadimplemento do tributo era de 25% sobre o ISS devido e não recolhido). Em 30 de agosto de 2013, o Município credor aprovou lei que: (a) reduziu para 2% a alíquota do ISS sobre a atividade de manutenção e reparo de instrumentos musicais; e (b) reduziu a multa pelo inadimplemento do imposto incidente nessa mesma atividade, que passou a ser de 10% sobre o ISS devido e não recolhido. Em fevereiro de 2014, o Município X promoveu o lançamento do imposto, exigindo do contribuinte o montante de R$ 25.000,00 – sendo R$ 20.000,00 de imposto (5% sobre R$ 400.000,00, valor dos serviços prestados) e R$ 5.000,00 a título de multa pela falta de pagamento (25% do imposto devido). Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A) O lançamento está correto em relação ao imposto e à multa. B) O lançamento está incorreto tanto em relação ao imposto (que deveria observar a nova alíquota de 2%) quanto em relação à multa (que deveria ser de 10% sobre o ISS devido e não recolhido). C) O lançamento está correto em relação à multa, mas incorreto em relação ao imposto (que deveria observar a nova alíquota de 2%). D) O lançamento está correto em relação ao imposto, mas incorreto em relação à multa (que deveria ser de 10% sobre o ISS devido e não recolhido). 8. Questão 27 (EO XVII) A pessoa jurídica X foi contemplada com isenção do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) do imóvel utilizado para suas atividades comerciais. A referida isenção foi concedida pelo prazo de 5 (cinco) anos e sob a condição de que o imóvel seja utilizado para a produção de artesanato regional. Com base no caso apresentado, sobre a referida isenção assinale a opção correta. A) Poderá ser suprimida por lei, a qualquer tempo, ainda que o contribuinte atenda à condição de utilizar o imóvel para a produção de artesanato regional. B) Não poderá ser suprimida no prazo de 5 (cinco) anos, caso o contribuinte cumpra a condição de utilizar o imóvel para a produção de artesanato regional. C) Não poderá ser suprimida no prazo de 5 (cinco) anos, ainda que o contribuinte utilize o imóvel para a realização de atividades comerciais diversas da produção de artesanato regional. D) Poderá ser suprimida por decreto, a qualquer tempo, ainda que o contribuinte cumpra a condição de utilizar o imóvel para a produção de artesanato regional. 9. Questão 28 (EO XVI) Em 2007, a pessoa jurídica Y recebeu notificação para pagamento de débitos de Imposto sobre a PropriedadePredial e Territorial Urbana (IPTU). Em 2014, diante da constatação de que a contribuinte não havia apresentado qualquer impugnação e nem realizado o pagamento, o Município X ajuizou execução fiscal para a cobrança destes créditos. Considerando os fatos narrados e as disposições da Lei nº 6.830/80, o juiz, ao analisar a inicial da execução fiscal proposta pelo Fisco, A) poderá, de ofício, reconhecer e decretar a prescrição somente depois de ouvida a Fazenda Pública. B) poderá, de ofício, reconhecer e decretar a prescrição somente depois de ouvida a Fazenda Pública e a contribuinte. C) poderá decretar a prescrição de ofício, independentemente da prévia oitiva da Fazenda Pública. D) só poderá decretar a prescrição se esta vier a ser suscitada pela contribuinte. CURSO PRIME – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 18 OS: 0010/10/16-Gil OAB – 1ª FASE – XXI EXAME DA ORDEM 10. Questão 26 (EO XVI) Determinado contribuinte verificou a existência de débitos vencidos de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e da taxa de coleta de lixo com o Município M. Os dois tributos são relativos ao ano-calendário de 2012 e se referem ao imóvel onde reside. O contribuinte pagou ao Município M montante insuficiente para a quitação de ambos os tributos. Diante de tais débitos, a autoridade administrativa municipal que recebeu o pagamento A) determinará, primeiramente, a imputação do pagamento à taxa e, posteriormente, ao imposto. B) determinará o pagamento na ordem decrescente dos prazos prescricionais. C) determinará o pagamento na ordem crescente dos montantes. D) determinará, primeiramente, a imputação do pagamento ao imposto e, posteriormente, à taxa. 11. Questão 25 (EO X) Três irmãos são donos de um imóvel, em proporções iguais. Em relação ao IPTU, cada irmão A) só pode ser cobrado pelo fisco na razão de 33,33% do imposto. B) é devedor solidário em relação ao todo do imposto. C) é devedor na razão de 33,3% do imposto e responsável subsidiário pelo restante. D) não pode ser cobrado judicialmente pela parte de outro irmão que tenha recursos para pagá-la. 12. Questão 27 (EO XVIII) A Presidência da República, por meio do Decreto 123, de 1º de janeiro de 2015, aprovou novas alíquotas para o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), dentro das balizas fiadas na lei tributária, a saber: Cigarro – alíquota de 100% Vestuário – alíquota de 10% Macarrão – alíquota zero Sobre a hipótese, é possível afirmar que A) o referido decreto é inconstitucional, uma vez que viola o princípio da legalidade. B) o referido decreto é inconstitucional, uma vez que viola o princípio do não confisco. C) as alíquotas são diferenciadas em razão da progressividade do IPI. D) as alíquotas são diferenciadas em razão do princípio da seletividade do IPI. 13. Questão 27(EO XV) Um empresário consulta um escritório de advocacia sobre a possibilidade de a sociedade da qual é administrador participar de uma licitação, sendo certo que, para tal, terá que apresentar uma certidão demonstrando a inexistência de débitos fiscais com o governo federal. Ele informa que a sociedade foi autuada pelo não recolhimento do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR), e a defesa administrativa, apresentada no prazo, ainda não foi apreciada pelo órgão competente. Considerando apenas os dados apresentados, é correto afirmar que a sociedade A) não poderá participar da licitação, pela existência de crédito tributário vencido e não pago. B) poderá participar da licitação, pois o crédito tributário está com a exigibilidade suspensa. C) poderá participar da licitação somente após a defesa administrativa ser analisada. D) somente poderá participar da licitação se depositar o valor do crédito tributário. 14. Questão 25 (EO XIV) Visando a proteger a indústria de tecnologia da informação, o governo federal baixou medida, mediante decreto, em que majora de 15% para 20% a alíquota do Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros para monitores de vídeo procedentes do exterior, limites esses que foram previstos em lei. A respeito da modificação de alíquota do Imposto de Importação, assinale a afirmativa correta. A) Deve observar a reserva de lei complementar. B) Deve ser promovida por lei ordinária. C) Deve observar o princípio da irretroatividade. D) Deve observar o princípio da anterioridade. 15. Questão 26 (EO XIV) Empresa X, constituída em 1980, entrou com ação na Justiça Federal impugnando a cobrança da Contribuição Sobre o Lucro – CSLL, alegando que, apesar de prevista no Art. 195, I, c, da Constituição Federal, trata-se de um tributo que tem o lucro como fato gerador. Dessa forma, haveria um bis in idem em relação ao Imposto Sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (Art. 153, III da CRFB), o que é vedado pelo próprio texto constitucional. A partir do caso narrado e considerando a jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, assinale a afirmativa correta. A) A empresa tem razão porque os dois tributos têm o lucro como fato gerador, o que é vedado pela Constituição Federal. B) A empresa, por ter sido constituída anteriormente à Constituição Federal de 1988, tem direito adquirido a não pagar a CSLL. C) A empresa não tem razão, porque ambos os tributos estão previstos na CRFB. D) A empresa tem razão, pela clara violação à vedação ao confisco prevista no Art. 150, IV, da CRFB. CURSO PRIME – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2222 19 OS: 0010/10/16-Gil OAB – 1ª FASE – XXI EXAME DA ORDEM 16. Questão 25 (EO XI) Assinale a alternativa que indica os impostos cujas alíquotas podem ser majoradas por ato do Poder Executivo, observados os parâmetros legais. A) Imposto de Renda (IR), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR). B) Imposto sobre a Importação (II), Imposto sobre a Exportação (IE) e Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF). C) Imposto de Renda (IR) Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) e Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF). D) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e Imposto sobre a Importação (II) 17. Questão 27 (EO XI) A remuneração que os Municípios pagam a seus servidores está sujeita à incidência do Imposto sobre a Renda retido na fonte (IR-Fonte). Assinale a alternativa que indica o ente público ao qual pertence o produto da arrecadação do IRFonte nesse caso específico. A) Ao Município que efetua o pagamento da remuneração. B) À União. C) Ao Estado em que está situado o Município que efetua o pagamento da remuneração. D) Metade à União e metade ao Município que efetua o pagamento da remuneração. 18. Questão 27 (EO XIII) José recebeu auto de infração pelo inadimplemento de determinado tributo instituído por lei ordinária. José contesta a exigência fiscal sob o argumento, correto, de que o tributo em questão deveria ter sido instituído por lei complementar. A partir da hipótese apresentada, assinale a opção que indica o tributo exigido no referido auto de infração. A) Contribuição de Interesse de Categoria Profissional. B) Contribuição de Melhoria. C) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico. D) Empréstimo Compulsório. 19. Questão 25 (EO XIII) Segundo o entendimento do STF, a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes
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