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Saúde e Segurança no Ambiente de Trabalho SEST – Serviço Social do Transporte SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte ead.sestsenat.org.br CDU 331.45 56 p. :il. – (EaD) Curso on-line – Saúde e Segurança no Ambiente de Trabalho – Brasília: SEST/SENAT, 2017. 1. Segurança do trabalho. 2. Medicina do trabalho. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. III. Título. 3 Sumário Apresentação 5 Unidade 1 | Cuidados com a Saúde do Trabalhador 6 1 Introdução 7 2 Iluminação no Ambiente de Trabalho 8 3 Conforto Acústico no Ambiente de Trabalho 11 4 Conforto Térmico no Ambiente de Trabalho 13 Atividades 15 Referências 16 Unidade 2 | Postos de Trabalho e Movimentação dos Profissionais 17 1 Introdução 18 2 Condições Adequadas de Trabalho 19 3 Planejamento dos Locais de Trabalho 23 3.1 Equipamentos dos Locais de Trabalho 26 3.1.1 Instalações e Áreas de Trabalho 26 3.1.2 Uso Adequado de Máquinas e Equipamentos 28 3.2 Organização do Trabalho 30 Atividades 32 Referências 33 Unidade 3 | Acidentes e Enfermidades Relacionadas com o Trabalho 34 1 Introdução 35 2 Doenças Relacionadas com o Trabalho 35 3 Acidentes do Trabalho 36 3.1 Aspectos Gerais sobre Acidentes do Trabalho 37 4 Programas de Apoio à Prevenção de Acidentes do Trabalho e Melhoria da Saúde 38 4 4.1 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA 38 4.2 Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional – PCMSO 39 4.3 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA 40 4.4 Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho – LTCAT 41 Atividades 42 Referências 43 Unidade 4 | Normas Técnicas Relacionadas à Saúde e Segurança no Trabalho 44 1 Introdução 45 2 Equipamento de Proteção Individual – EPI 45 2.1 Lista de Equipamentos de Proteção Individual 47 3 Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais 50 Atividades 53 Referências 54 Gabarito 55 5 Apresentação Prezado(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) ao curso Saúde e Segurança no Ambiente de Trabalho! Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos, você verá ícones que têm a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e ajudar na compreensão do conteúdo. Este curso possui carga horária total de 25 horas e foi organizado em 4 unidades, conforme a tabela a seguir. Fique atento! Para concluir o curso, você precisa: a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas “Aulas Interativas”; b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60; c) responder à “Avaliação de Reação”; e d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado. Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de dúvidas, entre em contato através do e-mail suporteead@sestsenat.org.br. Bons estudos! Unidades Carga Horária Unidade 1 | Cuidados com a Saúde do Trabalhador 5h Unidade 2 | Postos de Trabalho e Movimentação dos Profissionais 10h Unidade 3 | Acidentes e Enfermidades Relacionadas com o Trabalho 5h Unidade 4 | Normas Técnicas Relacionadas à Saúde e Segurança no Trabalho 5h 6 UNIDADE 1 | CUIDADOS COM A SAÚDE DO TRABALHADOR 7 Unidade 1 | Cuidados com a Saúde do Trabalhador 1 Introdução Doenças relacionadas com o trabalho sempre existiram e a busca constante para tentar evitá-las sempre fez parte da vida das empresas. Essas doenças geram uma série de custos que comprometem muito a produtividade da empresa. Dentro desse princípio, a responsabilidade por manter um ambiente adequado ao desenvolvimento das atividades do trabalhador passou a ser das empresas, inclusive as de transporte, que têm por obrigação proporcionar as condições necessárias para que o profissional possa trabalhar com o mínimo de risco para sua saúde. Os agentes agressivos do ambiente que podem afetar a saúde dos trabalhadores são divididos em quatro classes: • Químicos: poeiras, fumos, neblinas, aerossóis, gases e vapores. • Físicos: ruídos, vibrações, ambiente térmico, radiações ionizantes e não ionizantes. • Biológicos: vírus, bactérias e fungos. • Ergonômicos: fatores fisiológicos e psicológicos inerentes à execução das atividades profissionais. 8 e A segurança no trabalho deve ser encarada como sinônimo de Prevenção de Acidentes e de Promoção da Saúde. Vamos agora aprender sobre os cuidados básicos que a empresa deve ter quando o assunto é a saúde do trabalhador. 2 Iluminação no Ambiente de Trabalho Os olhos são os órgãos de recepção da luz. É por meio dos olhos que se pode ter a percepção do mundo exterior. Dois fatores são considerados para determinar a correta iluminação do ambiente de trabalho, os quais são conceituados a seguir: • Intensidade de iluminação é a intensidade do fluxo luminoso (facho de luz) projetado em uma determinada direção. • Iluminância é o fluxo luminoso que incide sobre uma superfície situada a certa distância da fonte que emite a luz, como uma lâmpada, por exemplo. A iluminância é importante, pois define se o ambiente de trabalho se encontra bem iluminado. As más condições de iluminação provocam fadiga visual e queda de rendimento. Se a intensidade da iluminação e da iluminância não for adequada em um ambiente de trabalho, o trabalhador pode sentir fadiga visual. A fadiga visual é caracterizada por ardor e vermelhidão dos olhos. Normalmente, está associada à dor de cabeça, à irritação dos olhos, a vertigens, à sensação de desconforto e a enjoos. Sua relação com a má iluminação é direta, principalmente com a existência de reflexos no campo visual do trabalhador, bem como com situações de baixa iluminação que exigem empenho visual, com alta iluminância e com oscilações da iluminação. 9 Os ambientes de trabalho devem observar as seguintes recomendações, em relação à iluminação: • Nível de iluminância adequado, respeitando os valores recomendados pela norma técnica brasileira NBR 5413, que prevê os níveis mínimos por grupo de tarefas visuais e por tipo de atividade. • Pessoas mais idosas necessitam de maior iluminância. • Em galpões de oficina, devem-se prever aberturas de janelas adequadas e cobertura que permita fileiras de telhas translúcidas para maior aproveitamento da luz natural; caso esta não seja suficiente, deve ser suplementada segundo a exigência visual de cada função, de preferência por tubos fluorescentes defasados entre si, pois a luz fluorescente é intermitente. • Evitar reflexos e ofuscamentos. Para isso, é preciso tomar alguns cuidados, tais como: • Adotar superfícies de trabalho foscas, para diminuir o brilho refletido. • Cobrir as fontes de luz com material translúcido, para difundir a luz. • No caso de janela muito baixa, utilizar vidro branco na parte inferior, ou, ainda, persianas que impeçam a incidência da luz do sol diretamente no campo visual do trabalhador ou sobre a superfície de trabalho. • Posicionar as luminárias de tal maneira que a eventual reflexão não encontre o campo visual do trabalhador. 10 • Situar mesas de escritório perpendicularmente à janela. • Adaptar o tamanho dos objetos – letras, figuras, fio de corte de uma fresa, ou qualquer outro elemento a ser observado, a fim de serem adequadamente percebidos pelo olho humano. O tamanho mínimo de um objeto deve ser tal que uma pessoa com visão normal possa enxergá- lo em todos os detalhes a 30 cm dos olhos. • Controlar o contato com agentes químicos causadores de irritação nos olhos, como colas, detergentes para limpeza de veículos, desengraxantes, etc. • Controlar os agentesfísicos causadores de irritação nos olhos: a umidade relativa do ar deve ser mantida entre 50% e 65% e o ambiente, bem ventilado. Iluminação Geral Iluminação Localizada Iluminação Combinada 11 e De todos os acidentes de trabalho, 5% têm como causa direta a iluminação insuficiente no ambiente. 3 Conforto Acústico no Ambiente de Trabalho Assim como os olhos permitem a visualização dos objetos, o aparelho auditivo traduz os sons do ambiente, transformando-os em informação. A interpretação desses sinais varia para cada indivíduo: sons que para uns são ruídos, para outros significam música. O ouvido humano percebe sons em uma determinada faixa de frequência. As frequências correspondem à medida de intensidade do som: se o som é alto e forte, a faixa de frequência também é alta. As frequências são medidas em Hertz (Hz), sendo que o ouvido humano percebe frequências entre 16 Hertz (som muito grave) e 20.000 Hertz (som muito agudo). O decibel (dB) é uma medida prática criada para quantificar a intensidade do som quanto ao volume. Ou seja, serve para simplificar a maneira de medir a intensidade do som em alto ou baixo. Vamos conhecer agora qual é a medida aproximada, em decibéis (dB), para sons muito comuns em nosso dia a dia. Som Decibéis (dB) Tipo de Ruído Muito baixo 0 a 20 Barulho do ar condicionado do carro Baixo 20 a 40 Conversa em voz baixa Moderado 40 a 80 Motor em marcha lenta Alto 60 a 80 Ruído do trânsito em avenida movimentada Muito alto 80 a 100 Sacadora de porcas de rodas pneumática funcionando Ensurdecedor 100 a 120 Estouro de pneu 12 Ruído, por definição, é um som que incomoda a pessoa momentaneamente. As fontes de ruídos podem ser internas, dentro do mesmo ambiente, como máquinas, motores, campainhas de telefones, conversas, passos, instalações de ar comprimido, etc., e externas, fora do ambiente de trabalho, tais como trânsito, obras, etc. A intensidade e repetição sonora levam a prejuízos de audição, inicialmente passageira. No início do problema, é característica a perda de audição de sons graves, mas progressivamente, a lesão se alastra e deixam de ser ouvidos também os sons mais agudos. Sabe-se que o ouvido humano é mais tolerante aos ruídos de baixa frequência (mais graves). c Na maioria dos países industrializados, como o Brasil, a surdez por ruído é uma das doenças profissionais mais comuns. Quando um trabalhador fica exposto a um ruído prejudicial a sua audição, o tempo para que a audição retorne ao normal é aproximadamente dez vezes mais longo do que a duração da exposição ao ruído. Ou seja, se o mecânico fica cinco minutos sujeito ao ruído de um teste de motor, esse profissional vai levar aproximadamente 50 minutos para voltar a ouvir de modo normal. h A surdez temporária é caracterizada pelo tempo que o trabalhador leva para recuperar o nível normal de audição, chamado de limiar de audição. Quando exposto a uma quantidade excessiva de ruídos, o trabalhador apresenta como sintomas dificuldade de concentração. Isso ocorre principalmente em trabalhos que exijam sobrecarga mental, trabalhos complexos e com necessidade de atenção a detalhes são prejudicados pelo ruído. Além disso, a música, muitas vezes, compromete a atenção, pois pode causar um efeito relaxante e tirar a atenção do trabalho a ser executado. h A alternância entre ruído e fases de descanso reduz a surdez temporária. 13 4 Conforto Térmico no Ambiente de Trabalho O corpo humano apresenta uma temperatura média de 36,5°C. Esta temperatura, no entanto, apresenta variações. Quando o corpo está com excesso de calor, o organismo inicia a produção de suor e os tremores dos músculos. Um clima desconfortável é imediatamente percebido. Esse sentimento indica aos animais de sangue quente o que é necessário para restabelecer o equilíbrio da temperatura do organismo, fazendo-o procurar um lugar que não esteja exposto a excesso de frio ou de calor. Já o homem buscará o equilíbrio através da vestimenta, de atividade física ou, ainda, do uso de tecnologias, tais como ventiladores, aquecedores, aparelhos de ar condicionado, etc. O calor excessivo provoca, em um primeiro momento, cansaço e sonolência, que reduzem a prontidão de resposta e aumentam a tendência a falhas, principalmente em atividades de rotina. Se a pessoa estiver exposta ao resfriamento, é necessário um acréscimo de atividade para aumentar a produção interna de calor; igualmente, a concentração para o trabalho diminui. A faixa de temperaturas nas quais o ser humano se sente bem varia de pessoa para pessoa; ela depende da vestimenta, do grau de atividade corpórea, da nutrição, da época do ano, da hora do dia, da idade e do sexo. A sensação de conforto térmico, ou seja, de temperatura ideal depende de vários fatores, vejamos: • Temperatura do ar e das superfícies limitantes, como as paredes de uma sala, por exemplo: é importante que a diferença entre as temperaturas do ar e das superfícies limitantes permaneça pequena, para que o ambiente não perca calor. • Temperatura do ar e umidade relativa do ar (quantidade de água no ar): em ambientes aquecidos, é desejável uma umidade relativa do ar entre 40% e 45%; valores abaixo de 30% provocam desidratação das mucosas dos olhos e das vias respiratórias. 14 • Temperatura e movimentação do ar: correntes de ar com baixa temperatura são desagradáveis. Recomenda-se, então, para proporcionar conforto térmico, seguir as seguintes regras: • O ambiente de trabalho deve apresentar uma temperatura efetiva, que corresponde à percepção térmica do ser humano, entre 20°C e 23°C. • A umidade relativa do ar deve estar entre 50% e 60%; em regiões de clima quente e úmido, recomenda-se o uso de aparelhos de ar condicionado; em lugares de clima seco, é importante controlar a umidade, se necessário, instalando umidificadores artificiais. • É importante prestar atenção ao nível de ruído provocado por ventiladores e aparelhos de ar condicionado. • Devem-se usar roupas adequadas para cada ambiente de trabalho, de maneira que as vestimentas proporcionem conforto térmico. • Em ambientes fechados com controle de temperatura, deve ser proibido fumar. Resumindo As adequações do ambiente quanto à iluminação, nível de ruído e conforto térmico, em geral, são simples e trazem resultados relevantes para a produtividade dos profissionais. É muito importante que o trabalhador se sinta bem no ambiente de trabalho, isso vai prevenir doenças e, consequentemente, tornar a rotina dos profissionais mais segura. 15 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. Nos países industrializados como o Brasil, a surdez por ruído não é uma doença profissional muito comum. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. O calor excessivo provoca, em um primeiro momento, cansaço e sonolência, que reduzem a prontidão de resposta e aumentam a tendência a falhas, principalmente em atividades de rotina. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 16 Referências ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14280. Cadastro de acidente do trabalho: procedimento e classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2001. ALMEIDA, I. M. Trajetória da análise de acidentes: o paradigma tradicional e os primórdios da ampliação da análise. Botucatu: Interface, 2006. _______. Caminhos das análises de acidentes. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2003. BOSSOLAN, E. M. Crescem os acidentes de trabalho e seus custos. Jornal Segurança e Saúde no Trabalho, n.16, outubro, 1997. DIMENSTEIN, G. Desgaste no trabalho afeta economia. São Paulo: Folha de São Paulo, 1993. IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgar BucherLtda., 1992. MACHADO, J. M. H.; GOMEZ, C. M. Acidentes de trabalho: uma expressão da violência social. Cadernos de Saúde Pública, 1994. RIBEIRO, H. P., LACAZ, F. A. C. De que adoecem e morrem os trabalhadores. São Paulo: DIESAT/ IMESP, 1984. SELL, I. Qualidade de vida e condições de trabalho. In: Medicina básica do trabalho. Curitiba: Gênesis, 1995. VIEIRA, S. I. Acidentes do trabalho e em serviço, doenças profissional e do trabalho. Florianópolis: Atlas, 1997. WISNER, A. Por dentro do trabalho. Ergonomia: método & técnica. São Paulo: FTD/ Oboré, 1987. WISNER, A. A inteligência no trabalho. São Paulo: Fundacentro, 1994. 17 UNIDADE 2 | POSTOS DE TRABALHO E MOVIMENTAÇÃO DOS PROFISSIONAIS 18 Unidade 2 | Postos de Trabalho e Movimentação dos Profissionais 1 Introdução É necessária a adaptação das condições de trabalho considerando as características psicológicas e fisiológicas dos trabalhadores em relação ao local em que o profissional desempenha suas atividades, visando proporcionar conforto, segurança e desempenho eficiente. Mas o que significa ergonomia? Ergonomia é ciência que estuda a adaptação do ambiente às medidas do corpo humano, considerando assim a interação perfeita entre os funcionários e o ambiente de trabalho, como luz, calor, ruídos, odores e os equipamentos e ferramentas utilizados. Existem outras definições importantes relacionadas às atividades desempenhadas pelos trabalhadores e que sofrem influência da aplicação das regras de ergonomia descritas pelo Ministério do Trabalho. São elas: Atividade penosa é aquela que, em razão de sua natureza ou da intensidade com que é exercida, exige do empregado esforço fatigante, capaz de diminuir-lhe significativamente a resistência física ou produção intelectual. Como exemplo de 19 atividade penosa, podemos citar as atividades que demandam esforço físico intenso no levantamento, transporte, movimentação, carga e descarga de objetos, materiais, produtos e peças. Atividade insalubre é aquela que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, expõe os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. Como exemplo de atividade insalubre, podemos citar o trabalho em minas, pedreiras, estações de tratamento de esgoto e ambientes sujeitos a radiação química, descargas elétricas, excesso de ruídos, umidade, mofo e gases químicos. Atividade perigosa é aquela que, por sua natureza, coloca em condições de risco a integridade física do trabalhador. Podemos citar como exemplo de atividades perigosas as que impliquem contato permanente com produtos ou líquidos inflamáveis ou materiais explosivos em condições de risco acentuado. 2 Condições Adequadas de Trabalho Podemos definir condições de trabalho como tudo o que caracteriza uma situação de trabalho e permite ou impede a atividade dos trabalhadores. Desse modo, distinguem- se as condições: • Físicas: características dos instrumentos, máquinas, ambiente do posto de trabalho (ruído, calor, poeiras, perigos diversos). • Temporais: em especial os horários de trabalho. • Organizacionais: procedimentos prescritos, ritmos impostos, de um modo geral, o “conteúdo” do trabalho. • Subjetivas: características do operador como saúde, idade, formação. • Sociais: remuneração, qualificação, vantagens sociais, segurança de emprego, em certos casos condições de alojamento e de transporte, relações com a hierarquia, etc. 20 A seguir, vamos abordar como devem ser as condições físicas do trabalho. Para cada atividade de trabalho, a empresa deve prover as condições adequadas para que o empregado desempenhe sua rotina diária sem prejudicar sua saúde nem colocar em risco sua integridade física, ou seja, sem se machucar. Por isso, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho desenvolvido pelo empregado, devendo observar, no mínimo, os seguintes aspectos: • O empregador não pode exigir do empregado que este faça movimentação manual de cargas que excedam em muito a capacidade física do trabalhador. Por exemplo, um trabalhador em condições normais de saúde só pode movimentar cargas (sacas, caixas) com até 60 kg de peso. Movimentando cargas acima desse peso, o trabalhador coloca sua saúde e integridade física em risco. • Todo trabalhador designado para o transporte manual de cargas pesadas deve receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar, visando salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes. • Para limitar ou facilitar o transporte manual de cargas, a empresa deverá colocar à disposição dos trabalhadores os equipamentos apropriados a cada tipo de manuseio e de produto a ser deslocado. Devemos racionalizar o aproveitamento do ser humano no trabalho. Assim, algumas regras devem ser observadas: • O trabalhador não pode iniciar uma tarefa que exige esforço excessivo, como, por exemplo, movimentação manual de sacas de café de 60 kg, sem antes passar por um período de treinamento e adaptação. Para exercer tais atividades, o profissional deve ir se adaptando gradativamente ao esforço exigido na tarefa. • O trabalhador deve praticar ginástica de aquecimento e de alongamento no início das jornadas de trabalho, realizando especialmente aqueles movimentos que serão mais exigidos durante sua atividade. 21 • A forma mais adequada para o trabalho consiste na variação entre as posições sentada, em pé e em movimento. Algumas profissões não permitem variar muito; por isso, é importante criar intervalos fixos para alongar ou relaxar os músculos. A sobrecarga de esforço físico no trabalho pode resultar em sérios problemas para a saúde do trabalhador. A sobrecarga pode ocorrer quando o trabalhador se encontra nas seguintes situações: • Movimentando cargas que exigem grande força física. • Movimentando cargas ou fazendo movimentos com o corpo fora do eixo vertical natural. • Quando o trabalhador trabalha na postura em pé, parada, por muito tempo durante a jornada de trabalho. • Quando o trabalhador trabalha com os braços acima do nível do ombro. • Quando o trabalhador não faz alongamento ou aquecimento do grupamento muscular envolvido antes de iniciar uma atividade física moderada ou intensa. • Quando o trabalhador novo é exposto a esforços pouco comuns na sua vida diária sem o tempo devido de adequação de seus músculos e ligamentos. • Quando o trabalhador desempenha atividades de trabalho com alta repetição, sem dar o devido tempo para o preparo do corpo ao automatismo. • Em atividades que tenham que ser desempenhadas em pé, na maior parte do tempo parado, ou com pouca probabilidade de se sentar. • Ficando sentado durante toda a jornada, com pouca ou nenhuma possibilidade de se levantar periodicamente para movimentar-se. • Quando o trabalhador desempenha atividades de trabalho em uma posição forçada durante uma parte significativa da jornada de trabalho, com pouca possibilidade de obter alívio através da mudança de posição. A postura é uma posição adotada pelo corpo. Uma postura natural é aquela em que as articulações (pescoço, ombros, joelhos) ocupem posição neutra, ou seja, sem movimentos. Uma postura natural durante as atividades no trabalho não exige grande 22 esforço para mantê-la e, assim, não prejudica o organismo. A postura correta não cria sobrecargas nas articulações e nos músculos, nem situações que possam originar problemas de saúde ao trabalhador no curto ou longo prazo. Em relação à postura do trabalhador e a fim de evitar problemas de saúde, é importante observar algumas recomendações: • Reduzir o esforçomuscular na realização das tarefas, principalmente para os trabalhadores que realizam movimentação manual de cargas ou esforços repetitivos, tais como operadores de máquinas. • Manter o tronco na posição vertical, em qualquer postura que se trabalhe. • Evitar situações em que ações musculares não necessitem de mudanças no comprimento do músculo. Exemplificando, quando um trabalhador carrega um peso, o músculo do braço está contraído, mas o braço não está se movimentando. Esse tipo de contração muscular realizada durante muito tempo pode trazer problemas para a saúde do trabalhador. • Fazer exercícios de aquecimento e de alongamento. Esta indicação serve para todo e qualquer tipo de trabalho, mesmo aquelas atividades que exigem um mínimo de esforço físico. • Instituir pausas e ginástica de alongamento ao longo do período de trabalho. • Escolher a melhor posição para atividades de trabalho, por exemplo: • Os trabalhadores que necessitam ficar sentados durante muito tempo, como o pessoal de escritório e atendentes de telemarketing, devem alternar o tempo em que permanecem sentados (em torno de 50 minutos a cada hora) com períodos em pé (10 minutos a cada hora), de preferência se movimentando no período em que estejam em pé. • Os trabalhos desempenhados na posição em pé durante muito tempo devem ser alternados com períodos de movimentação (pequenas caminhadas) e períodos sentados. 23 3 Planejamento dos Locais de Trabalho A norma regulamentadora NR 08 do Ministério do Trabalho define os aspectos que devem ser observados para garantir segurança e conforto para os trabalhadores em seus respectivos locais de trabalho. Vamos conhecer as mais importantes. Os locais de trabalho devem ter a altura do piso ao teto, pé direito, de acordo com as normas de condições de conforto, segurança e salubridade, estabelecidas pela autoridade competente em segurança e medicina do trabalho. Quanto à circulação dos trabalhadores nos locais de trabalho, devem ser observados os seguintes aspectos: • Os pisos dos locais de trabalho não devem apresentar saliências nem depressões que prejudiquem a circulação de pessoas ou a movimentação de materiais. • As aberturas nos pisos e nas paredes devem ser protegidas de forma que impeçam a queda de pessoas ou objetos. • Os pisos, escadas e rampas devem oferecer resistência suficiente para suportar as cargas móveis e fixas para as quais a edificação se destina. • As rampas e as escadas fixas de qualquer tipo devem ser construídas de acordo com as normas técnicas oficiais e mantidas em perfeito estado de conservação. • Nos pisos, escadas, rampas, corredores e passagens dos locais de trabalho onde houver perigo de escorregamento, serão empregados materiais ou processos antiderrapantes. • Os andares acima do solo, tais como terraços, balcões, compartimentos para garagens e outros, que não forem vedados por paredes externas devem dispor de guarda-corpo de proteção contra quedas, de acordo com os seguintes requisitos: • Ter altura de 0,90 m (noventa centímetros), no mínimo, a contar do nível do pavimento. • Quando for vazado, os vãos do guarda-corpo devem ter, pelo menos, uma das dimensões igual ou inferior a 0,12 m (doze centímetros). 24 • Ser de material rígido e capaz de resistir ao esforço horizontal de 80 kgf/m2 (oitenta quilogramas-força por metro quadrado) aplicado no seu ponto mais desfavorável. Quanto à proteção contra intempéries (chuvas, incêndios, etc.), os seguintes aspectos precisam ser observados: • As partes externas e internas de uma edificação devem, obrigatoriamente, observar as normas técnicas oficiais relativas à resistência ao fogo, isolamento térmico, isolamento e condicionamento acústico, resistência estrutural e impermeabilidade. • Os pisos e as paredes dos locais de trabalho devem ser, sempre que necessário, impermeabilizados e protegidos contra a umidade. • As coberturas dos locais de trabalho devem assegurar proteção contra as chuvas. As edificações dos locais de trabalho devem ser projetadas e construídas de modo a evitar insolação excessiva ou falta de claridade. Os locais de trabalho devem ser adaptados para atender às necessidades do corpo humano. Por isso, o planejamento adequado desses espaços é fundamental. As bancadas, mesas, escrivaninhas e painéis devem proporcionar ao trabalhador que trabalha em pé condições de boa postura, visualização e operação. Além disso, devem atender aos seguintes requisitos mínimos: • A superfície de trabalho deve ter altura e características compatíveis com o tipo de atividade. Atentar para a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e para a altura do assento. • A área de trabalho deve ser de fácil alcance e visualização pelo trabalhador. • A superfície deve ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequados do corpo. 25 Para as atividades que necessitem também da utilização dos pés, como a operação de empilhadeiras, os pedais e demais comandos acionados pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil alcance, evitando esforços de movimentação do trabalhador. Os assentos utilizados nos locais de trabalho devem atender aos seguintes requisitos mínimos de conforto: • Altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida. • Características de pouca ou nenhuma deformação na base do assento. • Borda frontal arredondada. • Encosto com forma adaptada ao corpo para proteção da região lombar. 10 0 10 0+ 3 11 0+ 1 90 +3 10 10 20 30 50 A altura depende das dimensões das peças. Bom Superfície para os braços soltos. Superfície para apoio dos antebraços. Superfície para agarrar peças pesadas. ESPAÇO DE TRABALHO POSTO DE TRABALHO POSIÇÃO EM PÉ Aceitável Sofrível Dimensões em cm. 50 30 26 h Para adaptar o comprimento da perna do trabalhador em atividades sentadas, é possível exigir o suporte para os pés. O suporte garante que o trabalhador possa se posicionar de maneira adequada no assento, podendo corrigir sua postura a partir do apoio dos pés no suporte, caso seja necessário. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados em pé, devem ser colocados assentos para descanso em locais que poderão ser utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas. 3.1 Equipamentos dos Locais de Trabalho Todos os equipamentos que compõem um local de trabalho devem estar adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. A Norma Regulamentadora n.º 12 do Ministério do Trabalho estabelece diretrizes gerais para a organização dos equipamentos no local de trabalho, que podem ser aplicadas a qualquer atividade, mesmo nas rotinas de uma empresa de transporte rodoviário. 3.1.1 Instalações e Áreas de Trabalho As áreas de trabalho, tais como as oficinas de manutenção, pátios de estacionamento e portarias de tráfego necessitam ser bem planejadas para que os trabalhadores possam desempenhar suas funções com eficiência e segurança. Se os equipamentos de trabalho, como máquinas de solda e tornos, estiverem instalados sem um planejamento adequado, fica difícil para os trabalhadores utilizarem tais equipamentos e, consequentemente, surgem os riscos de doenças do trabalho, riscos de acidentes e queda da produtividade. 27 Vamos agora conhecer algumas regras para a instalação de equipamentos, adequação e divisão das áreas de trabalho: • Os pisos dos locais de trabalho, principalmente o local onde se instalam máquinas e equipamentos, devem ser vistoriados e limpos, para que não apresentem vestígios de graxas, óleos e outras substânciasque podem torná- los escorregadios e provocar acidentes. • As áreas de circulação e os espaços em torno de máquinas e equipamentos devem ser dimensionados de forma que o material, os trabalhadores e os transportadores mecanizados possam movimentar-se com segurança. • Entre partes móveis de máquinas e/ou equipamentos deve haver uma faixa livre variável de 0,70 m (setenta centímetros) a 1,30 m (um metro e trinta centímetros), a critério da autoridade competente em segurança e medicina do trabalho. • A distância mínima entre máquinas e equipamentos deve estar entre 0,60 m (sessenta centímetros) e 0,80 m (oitenta centímetros). • Além da distância mínima de separação das máquinas, devem existir áreas reservadas para corredores e armazenamento de materiais, devidamente demarcadas com faixas nas cores indicadas pela Norma Reguladora 26 do Ministério do Trabalho. • Cada área de trabalho situada em torno da máquina ou do equipamento deve ser adequada ao tipo de operação e à classe da máquina ou do equipamento a que atende. • As vias principais de circulação no interior dos locais de trabalho e as que conduzem às saídas devem ter, no mínimo, 1,20 m (um metro e vinte centímetros) de largura e ser devidamente demarcadas e mantidas permanentemente desobstruídas. 28 3.1.2 Uso Adequado de Máquinas e Equipamentos Outra questão importante é o uso adequado das máquinas e equipamentos. O trabalhador deve ser capacitado pela empresa a operar esses instrumentos e não deve executar procedimentos quando tiver dúvidas ou quando suspeitar de qualquer problema no funcionamento dos mesmos. Vamos conhecer algumas normas de segurança para dispositivos de acionamento, partida e parada de máquinas e equipamentos. • As máquinas e os equipamentos devem ter dispositivos de acionamento e parada localizados de modo que: • Sejam acionados ou desligados pelo operador na sua posição de trabalho. • Não se localizem na zona perigosa da máquina ou do equipamento. • Possam ser acionados ou desligados, em caso de emergência, por outra pessoa que não seja o operador. • Não possam ser acionados ou desligados, involuntariamente, pelo operador, ou de qualquer outra forma acidental. • Não acarretem riscos adicionais. • As máquinas e os equipamentos com acionamento repetitivo devem ter dispositivos apropriados de segurança. • As máquinas e os equipamentos que utilizarem energia elétrica devem possuir chave geral em local de fácil acesso e acondicionada em caixa que evite o seu acionamento acidental e proteja as suas partes energizadas. • As máquinas e os equipamentos devem ter suas transmissões de força fechadas dentro de sua estrutura ou devidamente isoladas por anteparos adequados. • As máquinas e os equipamentos que ofereçam risco de ruptura de suas partes e/ou projeção de peças ou partes destas devem ter os seus movimentos, alternados ou rotativos, protegidos. 29 • As máquinas e os equipamentos que, no seu processo de trabalho, lancem partículas de material devem ter proteção. Uma simples partícula pode oferecer risco aos trabalhadores. • As máquinas e os equipamentos que utilizarem ou gerarem energia elétrica devem ser aterrados eletricamente. • Os protetores removíveis só podem ser retirados para execução de limpeza, lubrificação, reparo e ajuste, ao fim do que devem ser obrigatória e imediatamente recolocados. • Nas áreas de trabalho com máquinas e equipamentos devem permanecer apenas o operador e as pessoas autorizadas. • Os operadores não podem se afastar das áreas de controle das máquinas sob sua responsabilidade quando em funcionamento. • Nas paradas temporárias ou prolongadas, os operadores devem colocar os controles em posição neutra, acionar os freios e adotar outras medidas com o objetivo de eliminar riscos provenientes de deslocamentos. • Nas atividades que envolvam operação de equipamentos como empilhadeiras, deve ser fornecido suporte adequado e ajustável para as ferramentas e equipamentos de apoio, a fim de proporcionar boa postura, visualização e operação, evitando movimentação frequente do pescoço e fadiga visual. A figura apresenta alguns exemplos de incompatibilidade entre o trabalhador e seu posto de trabalho. Esticar o pescoço para aumentar a altura dos olhos. Aumentar o comprimento do percoço. Comprimir seus joelhos. Aumentar o alcance do braço. 30 Quanto ao uso de computadores, deve-se observar o seguinte: • As condições de uso devem ser adequadas e suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos e proporcionando corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador. • O teclado deve ser independente, permitindo ao trabalhador ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas. • A tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que as distâncias olho–tela, olho–teclado e olho–documento sejam aproximadamente iguais. • Os computadores devem ser posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável. 3.2 Organização do Trabalho A organização do trabalho define quem faz o quê, como e em quanto tempo. É a divisão dos trabalhadores e das tarefas. Ao invés de examinar procedimentos individuais das rotinas de trabalho, o conceito de organização do trabalho busca analisar se os diferentes elementos de uma organização trabalham em conjunto e funcionam de forma eficiente. Uma melhor organização do trabalho não precisa ser complicada nem consumir muito tempo. Muitas vezes, uma pequena mudança de um procedimento de rotina pode ajudar a resolver importantes problemas relacionados ao trabalho. Para que o ambiente de trabalho esteja organizado e adequado para o desempenho das tarefas diárias, deve-se considerar, além das máquinas e equipamentos utilizados, toda a situação em que ocorre o relacionamento entre o trabalhador e o seu trabalho, ou seja, como esse trabalho é programado e controlado para produzir os resultados desejados. 31 O melhor caminho para alcançar a produtividade é planejar áreas de trabalho de forma que os trabalhadores não tenham que alcançar objetos e se deslocar além de certos limites, pois, se as limitações e capacidades do trabalhador forem respeitadas na sua atividade de trabalho, isso proporcionará melhor performance, tornando-o mais eficiente. A organização do trabalho deve levar em consideração, no mínimo: • as normas de produção • o modo de operação de máquinas e equipamentos • a exigência de tempo • o ritmo de trabalho • o conteúdo das tarefas Tanto os trabalhadores quanto os administradores devem estar atentos para esses pontos, visando garantir que a empresa funcione como um relógio, sincronizado para que nenhuma engrenagem se desgaste mais do que as outras. A organização do trabalho é fundamental para que a saúde física e moral do trabalhador seja preservada. Resumindo A configuração adequada dos postos de trabalho é fundamental para a eficiência do trabalhador. A empresa que atenta para os aspectos ergonômicos do trabalho certamente colhe resultados positivos por meio de serviços bem feitos e, consequentemente, mais lucros. O trabalhador tem a obrigação de sinalizar para os dirigentes quando as suas condições de trabalho não estão adequadas, sob o risco de ter sua produtividade afetada e até mesmo adquirir doenças do trabalho. 32 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. As áreas de trabalho, tais como as oficinas de manutenção, pátios de estacionamento e portarias de tráfego necessitam ser bem planejadas para que os trabalhadores possam desempenhar suas funções com eficiência e segurança. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiroou falso. O trabalhador não tem a obrigação de sinalizar para os dirigentes quando as suas condições de trabalho não estão adequadas, sob o risco de ter sua produtividade afetada e até mesmo adquirir doenças do trabalho. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 33 Referências ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14280. Cadastro de acidente do trabalho: procedimento e classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2001. ALMEIDA, I. M. Trajetória da análise de acidentes: o paradigma tradicional e os primórdios da ampliação da análise. Botucatu: Interface, 2006. _______. Caminhos das análises de acidentes. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2003. BOSSOLAN, E. M. Crescem os acidentes de trabalho e seus custos. Jornal Segurança e Saúde no Trabalho, n.16, outubro, 1997. DIMENSTEIN, G. Desgaste no trabalho afeta economia. São Paulo: Folha de São Paulo, 1993. IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgar Bucher Ltda., 1992. MACHADO, J. M. H.; GOMEZ, C. M. Acidentes de trabalho: uma expressão da violência social. Cadernos de Saúde Pública, 1994. RIBEIRO, H. P., LACAZ, F. A. C. De que adoecem e morrem os trabalhadores. São Paulo: DIESAT/ IMESP, 1984. SELL, I. Qualidade de vida e condições de trabalho. In: Medicina básica do trabalho. Curitiba: Gênesis, 1995. VIEIRA, S. I. Acidentes do trabalho e em serviço, doenças profissional e do trabalho. Florianópolis: Atlas, 1997. WISNER, A. Por dentro do trabalho. Ergonomia: método & técnica. São Paulo: FTD/ Oboré, 1987. WISNER, A. A inteligência no trabalho. São Paulo: Fundacentro, 1994. 34 UNIDADE 3 | ACIDENTES E ENFERMIDADES RELACIONADAS COM O TRABALHO 35 Unidade 3 | Acidentes e Enfermidades Relacionadas com o Trabalho 1 Introdução Quando o ambiente de trabalho não é adequado às características e ao funcionamento do corpo humano e não são adotados procedimentos de segurança e de prevenção de acidentes, o empregado estará em situação penosa ou insalubre. Outros fatores não profissionais, ligados ao estado de saúde ou aos hábitos de vida (alcoolismo, tabagismo), também têm um papel importante para a aparição e o progresso das doenças profissionais, que podem ser relacionadas com a atividade desempenhada pelo trabalhador. 2 Doenças Relacionadas com o Trabalho Quando as condições de trabalho e as condições do ambiente de trabalho ultrapassam os limites toleráveis do organismo, a probabilidade de o trabalhador adquirir uma doença no trabalho é grande. Neste caso, tem-se uma doença profissional, que é definida como uma doença causada por fatores físicos, químicos e biológicos encontrados no meio de trabalho a que o trabalhador está sujeito e no qual não tem acesso aos recursos de proteção contra esses agentes. Exemplo: a exposição a um nível elevado de ruído gera uma perda auditiva nos trabalhadores expostos. 36 Seguem alguns exemplos de doenças relacionadas ao trabalho: • As lesões por esforço repetitivo (LER) São inflamações provocadas por atividades de trabalho que exigem movimentos manuais repetitivos durante longo tempo; como exemplo, podemos citar a digitação. • Perda auditiva A perda auditiva é provocada, na maioria das vezes, pelos altos níveis de ruído, como, por exemplo, barulhos de motor, equipamentos de manutenção, etc. Existem inúmeras doenças profissionais que irão se caracterizar de acordo com o risco, podendo causar vários problemas ao organismo e até a morte. h As doenças profissionais podem ser prevenidas respeitando-se os limites de tolerância de cada risco e utilizando-se adequadamente os equipamentos de proteção individual. Não são consideradas como doença do trabalho: as doenças degenerativas, as inerentes à idade avançada do trabalhador, as que não produzem incapacidade de trabalhar e as que sejam próprias da região onde o trabalhador habite e onde essas doenças se desenvolvam, salvo comprovação de que a doença é resultante de algum fator do trabalho. 3 Acidentes do Trabalho Acidente de trabalho ocorre quando o trabalhador, pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, sofre algum dano que provoque lesão corporal ou perturbação funcional, podendo causar tanto a morte como a perda ou redução da capacidade para o trabalho, temporária ou permanente. 37 Equiparam-se também ao acidente do trabalho: • O acidente ligado ao trabalho quando este não é causa única, mas contribuiu para a morte do trabalhador, redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produziu lesão que exija atenção médica para a sua recuperação. • O acidente sofrido pelo trabalhador no local e no horário do trabalho. • A doença proveniente de contaminação acidental do trabalhador no exercício de sua atividade. • O acidente sofrido pelo trabalhador, ainda que fora do local e horário de trabalho. 3.1 Aspectos Gerais sobre Acidentes do Trabalho Os acidentes do trabalho revestem-se de grande importância por diversos fatores, que vão desde o grande número de pessoas expostas até a possível gravidade dos mesmos. Os acidentes do trabalho implicam altos custos sociais: aposentadorias, às vezes, precoces; indenizações; anos de vida perdidos; perda de familiares, entre outros. c Os acidentes geralmente resultam de interações inadequadas entre o homem, a tarefa e o seu ambiente. As causas dos acidentes, frequentemente, têm três componentes: organizacional, tecnológico e humano. Nesse sentido, seria falso acreditar que somente o operador comete os erros. A complexidade dos sistemas deve respeitar as capacidades do cérebro humano. Não se podem prever todos os acidentes, nem todas as reações dos operadores, mas deve-se colocar todas as condições ótimas de segurança e de prevenção para os trabalhadores. 38 Os acidentes ocorrem principalmente devido a: • falta de conscientização dos riscos de serviço e das formas de evitá-los; • falta de atenção; • falta de conhecimento do trabalho que deve ser feito; • falta de uso dos equipamentos de proteção individual e coletivo; • falta de treinamento e informação; • falta de organização; • excesso de confiança; • máquinas e equipamentos com defeitos. 4 Programas de Apoio à Prevenção de Acidentes do Trabalho e Melhoria da Saúde 4.1 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA As empresas privadas e públicas e os órgãos governamentais com empregados registrados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) são obrigados a organizar e manter em funcionamento, por estabelecimento, uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA – conforme o número de empregados. As empresas que não se enquadrarem na obrigatoriedade da constituição da comissão deverão anualmente designar um empregado como representante, o qual deverá participar do curso da CIPA. 39 Esta comissão é formada por representantes dos empregados, eleitos em eleição direta, e representantes indicados pela empresa, tendo como objetivo prevenir acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a presença da vida e a promoção da saúde do trabalhador. Objetivos da CIPA: • Observar e relatar as condições de riscos nos ambientes de trabalho. • Solicitar medidas para reduzir ou eliminar os riscos existentes. • Discutir os acidentes ocorridos, encaminhando ao SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) e ao empregador o resultado da discussão, e solicitar medidas preventivas. • Orientar os demais trabalhadores quanto à prevenção de acidentes. • Investigar as causas e circunstâncias dos acidentes e doenças ocupacionais. • Promover anualmente Seminários Internos de Prevenção de Acidentes do Trabalho(SIPAT). 4.2 Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional – PCMSO O PCMSO é um relatório de elaboração obrigatória por parte da empresa, com o objetivo de propor o planejamento e subsequente implantação de um Programa de Promoção de Saúde/Prevenção de Doenças em ambiente de trabalho. Esse programa é exigido pela Norma Regulamentadora 07 (NR 7) do Ministério do Trabalho, sendo composto de consultas médicas, exames subsidiários, atividades de educação em saúde e acompanhamento do estado de saúde dos empregados atendidos, com enfoque preventivo. h O PCMSO deve ser um projeto de melhoria da qualidade de vida do empregado e deve contemplar todos os colaboradores da empresa. 40 Os exames que devem constar do PCMSO são: • Admissional – Realizado antes de o empregado assumir suas funções. • Periódico – Realizado em intervalo de tempo variável de acordo com os riscos aos quais os profissionais estão expostos, de acordo com a faixa etária dos trabalhadores, em caso de periculosidade e insalubridade ou segundo determinação do médico do trabalho. • Retorno ao trabalho – Realizado no primeiro dia do retorno do empregado ausente por trinta dias ou mais, por estar enfermo, por acidente do trabalho ou por licença maternidade. • Mudança de função – Realizado antes da mudança do trabalhador para a função ou setor que implique a sua exposição a riscos diferentes daqueles aos quais estava exposto anteriormente. • Demissional – Realizado nos quinze dias que antecedem o desligamento do trabalhador da empresa. 4.3 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA Todos os empregadores e instituições que admitam empregados estão obrigados a elaborar e implementar o PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais –, previsto na Norma Regulamentadora nº 9 do Ministério do Trabalho. O programa consiste em ações que visam à preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle das ocorrências de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, considerando a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. 41 4.4 Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho – LTCAT O LTCAT é obrigatório, devendo ser atualizado anualmente. O não atendimento deste dispositivo legal expõe a empresa a multas por parte da Previdência Social e deverá estar em concordância com o PPRA e PCMSO, não podendo substituir e nem ser substituído por eles. Resumindo Não ter programas que promovam a saúde e segurança do trabalhador ou ter apenas no papel para cumprir a lei acarreta uma série de prejuízos. Além de afastamentos constantes, queda na produtividade e qualidade do trabalho, a empresa ainda pode sofrer uma ação indenizatória por doenças profissionais, acidentes, solicitação de aposentadoria especial e reclamações trabalhistas. Cabe ao profissional ficar atento quanto à própria segurança e sempre solicitar orientações sobre as tarefas sob sua responsabilidade, exigindo do empregador o equipamento de proteção individual compatível com sua rotina de trabalho. A participação ativa do trabalhador na prevenção de acidentes é uma das medidas mais eficazes para evitar que esses acidentes ocorram. 42 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. Os acidentes geralmente resultam de interações inadequadas entre o homem, a tarefa e o seu ambiente. Esses acidentes do trabalho implicam baixos custos sociais. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais consiste em ações que visam à preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 43 Referências ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14280. Cadastro de acidente do trabalho: procedimento e classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2001. ALMEIDA, I. M. Trajetória da análise de acidentes: o paradigma tradicional e os primórdios da ampliação da análise. Botucatu: Interface, 2006. _______. Caminhos das análises de acidentes. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2003. BOSSOLAN, E. M. Crescem os acidentes de trabalho e seus custos. Jornal Segurança e Saúde no Trabalho, n.16, outubro, 1997. DIMENSTEIN, G. Desgaste no trabalho afeta economia. São Paulo: Folha de São Paulo, 1993. IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgar Bucher Ltda., 1992. MACHADO, J. M. H.; GOMEZ, C. M. Acidentes de trabalho: uma expressão da violência social. Cadernos de Saúde Pública, 1994. RIBEIRO, H. P., LACAZ, F. A. C. De que adoecem e morrem os trabalhadores. São Paulo: DIESAT/ IMESP, 1984. SELL, I. Qualidade de vida e condições de trabalho. In: Medicina básica do trabalho. Curitiba: Gênesis, 1995. VIEIRA, S. I. Acidentes do trabalho e em serviço, doenças profissional e do trabalho. Florianópolis: Atlas, 1997. WISNER, A. Por dentro do trabalho. Ergonomia: método & técnica. São Paulo: FTD/ Oboré, 1987. WISNER, A. A inteligência no trabalho. São Paulo: Fundacentro, 1994. 44 UNIDADE 4 | NORMAS TÉCNICAS RELACIONADAS À SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO 45 Unidade 4 | Normas Técnicas Relacionadas à Saúde e Segurança no Trabalho 1 Introdução As Normas Regulamentadoras, também conhecidas como NRs, regulamentam e fornecem orientações sobre procedimentos obrigatórios relacionados à saúde e segurança no trabalho no Brasil, como anexos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A aplicação dessas regras é obrigatória por todas as empresas. Vamos conhecer um pouco mais sobre as normas que têm grande influência nas atividades do transporte rodoviário de cargas e passageiros. 2 Equipamento de Proteção Individual – EPI A Norma Regulamentadora nº 6 delibera sobre o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), suas propriedades e características. O EPI pode ser definido como todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador e destinado à proteção contra riscos ao qual o trabalhador está exposto no desempenho de suas funções. 46 Para garantir a segurança no desempenho de atividades que envolvam algum risco à saúde do empregado, os seguintes procedimentos devem ser seguidos: • A empresa tem a obrigação de fornecer o ambiente adequado para os funcionários. • Os funcionários devem ser capacitados e estar cientes da situação de potencial risco a saúde no ambiente de trabalho. • Caso seja necessário, os funcionários devem utilizar o EPI fornecido pela empresa, conforme a orientação dada pela mesma. • Os funcionários devem seguir as orientações da empresa em relação aos procedimentos de segurança, bem como ter a atitude de exigir as condições necessárias para desempenhar suas funções com o mínimo de riscos para a saúde. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: • Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho. • Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas. • Para atender a situações de emergência. Cabe ao empregador, quanto ao EPI: • Adquirir o(s) equipamento(s) adequado(s) ao risco de cada atividade. • Exigir seu uso. • Fornecer ao trabalhador somente equipamentos aprovados pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho. • Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação do equipamento. • Substituir o equipamento imediatamente, quando danificado ou extraviado. 47 • Responsabilizar-se pela higienização e manutençãoperiódica. • Comunicar ao Ministério do Trabalho qualquer irregularidade observada. Cabe ao empregado, quanto ao EPI: • Usar o equipamento, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina. • Responsabilizar-se pela guarda e conservação do equipamento. • Comunicar ao empregador qualquer alteração que torne o equipamento impróprio para uso. • Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado do equipamento. 2.1 Lista de Equipamentos de Proteção Individual EPI para proteção dos olhos e face: Óculos • óculos de segurança para proteção dos olhos contra impactos de partículas. • óculos de segurança para proteção dos olhos contra luminosidade intensa. • óculos de segurança para proteção dos olhos contra radiação ultravioleta. • óculos de segurança para proteção dos olhos contra respingos de produtos químicos. Máscara de solda • máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra radiação ultravioleta. • máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra radiação infravermelha. 48 • máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra luminosidade intensa. EPI para proteção da cabeça: Capacete • capacete de segurança para proteção contra impactos de objetos sobre o crânio. • capacete de segurança para proteção contra choques elétricos. Capuz • capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço contra riscos de origem térmica. • capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço contra respingos de produtos químicos. • capuz de segurança para proteção do crânio em trabalhos onde haja risco de contato com partes giratórias ou móveis de máquinas. EPI para proteção respiratória: Respirador purificador de ar • respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas e fumos • respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra gases emanados de produtos químicos EPI para proteção dos membros superiores: Luva de segurança • proteção das mãos contra agentes abrasivos e escoriantes. • proteção das mãos contra agentes cortantes e perfurantes. • proteção das mãos contra choques elétricos. 49 • proteção das mãos contra agentes térmicos. • proteção das mãos contra agentes biológicos. • proteção das mãos contra agentes químicos. Creme protetor • proteção dos membros superiores contra agentes químicos h O creme protetor de segurança para proteção é muito importante para profissionais que lidam com óleo diesel e graxa. EPI para proteção dos membros inferiores: Calçado • proteção contra impactos de quedas de objetos sobre os pés. • proteção dos pés contra agentes cortantes e escoriantes. • proteção dos pés e pernas contra respingos de produtos químicos. EPI para proteção do tronco • vestimentas de segurança que ofereçam proteção ao tronco contra riscos de origem térmica, mecânica, química, radioativa e meteorológica e umidade proveniente de operações com o uso de água. • colete à prova de balas de uso permitido para vigilantes que trabalhem portando arma de fogo, para proteção do tronco contra riscos de origem mecânica. 50 3 Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais Para a movimentação de cargas por equipamentos, os seguintes cuidados devem ser tomados: • Em todo equipamento deve ser indicada, em lugar visível, a carga máxima de trabalho permitida. • Os carros manuais para transporte devem possuir protetores das mãos. • Para a operação de equipamentos de transporte com força motriz própria, como as empilhadeiras, o operador deverá receber treinamento específico que o habilitará nessa função. • Os equipamentos de transporte motorizados deverão possuir buzina. • Nos locais fechados ou pouco ventilados, a emissão de gases tóxicos por máquinas transportadoras deverá ser controlada para evitar concentrações acima dos limites permitidos no ambiente de trabalho. Denomina-se “Transporte manual de sacos” toda atividade na qual o peso da carga é suportado, integralmente, por um só trabalhador, compreendendo também seu levantamento e sua deposição. Para a movimentação manual de sacas, os seguintes cuidados devem ser tomados: • A distância máxima para o transporte manual de um saco é de 60,00 m (sessenta metros). • Além do limite previsto na norma respectiva, a carga e a descarga de sacas deverão ser realizadas mediante impulsão de vagonetes, carros, carretas, carros de mão apropriados, ou qualquer tipo de tração mecanizada. 51 • É vedado o transporte manual de sacos, através de pranchas, sobre vãos superiores a 1,00 m (um metro) ou mais de extensão, sendo que essas pranchas deverão ter a largura mínima de 0,50 m (cinquenta centímetros). • As pilhas de sacos, nos armazéns, terão a altura máxima correspondente a 30 (trinta) fiadas de sacos quando for usado processo mecanizado de empilhamento. • A altura máxima das pilhas de sacos será correspondente a 20 (vinte) fiadas quando for usado processo manual de empilhamento. No processo mecanizado de empilhamento, aconselha-se o uso de esteiras-rolantes ou empilhadeiras. Quando não for possível o emprego de processo mecanizado, admite- se o processo manual, mediante a utilização de escada removível de madeira com as seguintes características: • Largura mínima de 1,00 m (um metro), apresentando o patamar as dimensões mínimas de 1,00 m x 1,00 m (um metro x um metro) e a altura máxima, em relação ao solo, de 2,25 m (dois metros e vinte e cinco centímetros). • Proporção conveniente entre o piso e o espelho dos degraus, não podendo o espelho ter altura superior a 0,15 m (quinze centímetros), nem o piso largura inferior a 0,25 m (vinte e cinco centímetros). • Corrimão ou guarda-corpo na altura de 1,00 m (um metro) em toda a sua extensão lateral. • Perfeitas condições de estabilidade e segurança, sendo substituída imediatamente a que apresente qualquer defeito. O piso do armazém deverá ser constituído de material não escorregadio, sem aspereza, e mantido em perfeito estado de conservação, sendo que deve ser evitado o transporte manual de sacos em pisos escorregadios ou molhados. e A empresa deverá providenciar cobertura apropriada dos locais de carga e descarga da sacaria. 52 O peso do material armazenado não poderá exceder a capacidade de carga calculada para o piso, sendo que tal material deverá ser disposto de forma a evitar a obstrução de portas, equipamentos contra incêndio, saídas de emergências, etc. O material empilhado deverá ficar afastado das estruturas laterais do prédio a uma distância de, pelo menos, 0,50 m (cinquenta centímetros), sendo que a disposição da carga não deverá dificultar o trânsito, a iluminação e o acesso às saídas de emergência. O armazenamento deverá obedecer aos requisitos de segurança específicos a cada tipo de material. Resumindo As normas regulatórias existem para padronizar as regras de segurança e garantir a saúde dos trabalhadores. É muito importante que cada orientação seja seguida à risca, evitando assim acidentes e doenças do trabalho e, principal – mente, garantindo que os trabalhadores produzam com eficiência e segurança. 53 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. O EPI pode ser definido como todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador e destinado à proteção contra riscos ao qual o trabalhador está exposto no desempenho de suas funções. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. O “Transporte manual de sacos” é toda atividade na qual o peso da carga é suportado, integralmente, por um só trabalhador, compreendendo também seu levantamento e sua deposição.Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 54 Referências ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14280. Cadastro de acidente do trabalho: procedimento e classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2001. ALMEIDA, I. M. Trajetória da análise de acidentes: o paradigma tradicional e os primórdios da ampliação da análise. Botucatu: Interface, 2006. _______. Caminhos das análises de acidentes. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2003. BOSSOLAN, E. M. Crescem os acidentes de trabalho e seus custos. Jornal Segurança e Saúde no Trabalho, n.16, outubro, 1997. DIMENSTEIN, G. Desgaste no trabalho afeta economia. São Paulo: Folha de São Paulo, 1993. IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgar Bucher Ltda., 1992. MACHADO, J. M. H.; GOMEZ, C. M. Acidentes de trabalho: uma expressão da violência social. Cadernos de Saúde Pública, 1994. RIBEIRO, H. P., LACAZ, F. A. C. De que adoecem e morrem os trabalhadores. São Paulo: DIESAT/ IMESP, 1984. SELL, I. Qualidade de vida e condições de trabalho. In: Medicina básica do trabalho. Curitiba: Gênesis, 1995. VIEIRA, S. I. Acidentes do trabalho e em serviço, doenças profissional e do trabalho. Florianópolis: Atlas, 1997. WISNER, A. Por dentro do trabalho. Ergonomia: método & técnica. São Paulo: FTD/ Oboré, 1987. WISNER, A. A inteligência no trabalho. São Paulo: Fundacentro, 1994. 55 Gabarito Questão 1 Questão 2 Unidade 1 F V Unidade 2 V F Unidade 3 F V Unidade 4 V V Apresentação Unidade 1 | Cuidados com a Saúde do Trabalhador 1 Introdução 2 Iluminação no Ambiente de Trabalho 3 Conforto Acústico no Ambiente de Trabalho 4 Conforto Térmico no Ambiente de Trabalho Atividades Referências Unidade 2 | Postos de Trabalho e Movimentação dos Profissionais 1 Introdução 2 Condições Adequadas de Trabalho 3 Planejamento dos Locais de Trabalho 3.1 Equipamentos dos Locais de Trabalho 3.1.1 Instalações e Áreas de Trabalho 3.1.2 Uso Adequado de Máquinas e Equipamentos 3.2 Organização do Trabalho Atividades Referências Unidade 3 | Acidentes e Enfermidades Relacionadas com o Trabalho 1 Introdução 2 Doenças Relacionadas com o Trabalho 3 Acidentes do Trabalho 3.1 Aspectos Gerais sobre Acidentes do Trabalho 4 Programas de Apoio à Prevenção de Acidentes do Trabalho e Melhoria da Saúde 4.1 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA 4.2 Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional – PCMSO 4.3 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA 4.4 Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho – LTCAT Atividades Referências Unidade 4 | Normas Técnicas Relacionadas à Saúde e Segurança no Trabalho 1 Introdução 2 Equipamento de Proteção Individual – EPI 2.1 Lista de Equipamentos de Proteção Individual 3 Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais Atividades Referências Gabarito
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