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MANEJO DAS VIAS AÉREAS E VENTILAÇÃO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BELO HORIZONTE Daniela A Morais daniela.morais@prof.unibh.br 1 Sistema respiratório: • Vias aéreas superiores • Vias aéreas inferiores Alvéolos: • Unidades funcionais do pulmão, compostos por pequenos sacos de ar rodeados por capilares contendo sangue. • Local de troca gasosa onde os sistemas respiratório e circulatório. 2 3 A expiração normal ocorre como resultado da elasticidade passiva da caixa torácica. Músculos intercostais e abdominais podem ser recrutados para aumentar ativamente o processo expiratório 4 mailto:daniela.morais@prof.unibh.br mailto:daniela.morais@prof.unibh.br Ventilação - Processo de troca gasosa resultante da inspiração e expiração. O O2 deve ser conduzido aos pulmões. Oxigenação - Processo pelo qual o oxigênio molecular inspirado atravessa a membrana alveolar e se liga à hemoglobina para posterior entrega aos tecidos do corpo. 5 O volume de ar que permanece no pulmão ao final de uma expiração normal é a capacidade residual funcional (CRF). É impossível expelir todo o ar dos pulmões. Durante a ventilação normal em repouso, cerca de 500 mL de ar são levados para os pulmões. Parte desse volume, 150 mL, permanece nas vias aéreas e não participa das trocas gasosas. Apenas 350 mL estão disponíveis para troca gasosa nos alvéolos. Hipoxemia - diminuição da pressão parcial de oxigênio no sangue; Hipóxia é definida como redução da oxigenação tecidual. 6 • Lugar de destaque no atendimento ao paciente em situação de emergência • Assegurar a permeabilidade da via aérea e manter a oxigenação e a ventilação, quando necessário, são etapas cruciais na redução da lesão cerebral global • Incapacidade do sistema respiratório fornecer oxigênio às células resulta no metabolismo anaeróbio e pode levar rapidamente a morte. VIAS AÉREAS E VENTILAÇÃO 7 Sinais de provável comprometimento das vias aéreas e/ou ventilação 8 CONTROLE DE VIA AÉREA TÉCNICAS ESSENCIAIS 9 CONTROLE DE VIA AÉREA TÉCNICAS ESSENCIAIS 10 Aspiração DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS Técnicas Básicas 11 Dispositivo de plástico no formato de um J usado para criar uma passagem entre a boca do paciente e a parede posterior da faringe Indicação - pacientes inconscientes Contra-indicada se houver reflexo de engasgo Uso temporário Não protege a via aérea CÂNULA OROFARÍNGEA 12 CÂNULAS: GUEDEL E BERMAN 13 14 Dispositivo de plástico, desenhada para manter a língua fora da porção posterior da orofaringe. Indicações – pacientes com alteração do nível de consciência com reflexo faríngeo preservado CÂNULA NASOFARÍNGEA 15 CÂNULA/CATETER NASAL O aumento de 1L/min no fluxo de oxigênio aumentará a concentração de oxigênio inspirado em 4%. Sistema de administração de oxigênio de baixo fluxo. 16 Chamada de máscara padrão A 5-10L/min é capaz de fornecer uma concentração de O2 inspirado de 35-60% Não é bem tolerada por pacientes com dispnéia grave Fluxos de O2 maiores de 10L/min não aumentam a concentração de O2 fornecida. O fluxo deve ser no mínimo de 5L/min. MÁSCARA FACIAL SIMPLES 17 Não é bem tolerada por pacientes com dispnéia grave Fluxos de O2 maiores de 10L/min não aumentam a concentração de O2 fornecida. O fluxo deve ser no mínimo de 5L/min. MÁSCARA FACIAL REINALANTE Semelhante a máscara facial simples, mas possui um reservatório. A 5-10L/min é capaz de fornecer uma concentração de O2 inspirado de 60-80% 18 MÁSCARA FACIAL NÃO-REINALANTE Não permite a mistura do ar exalado pelo paciente com o oxigênio a 100%. Possui válvulas que impedem a mistura dos gases Pode fornecer 80% ou mais de oxigênio, a 10L/min 19 VENTILAÇÃO COM DISPOSITIVO BOLSA VALVA- MÁSCARA Objetivo de ventilar por um breve período o paciente incapaz de fazê-lo espontaneamente 20 VENTILAÇÃO COM DISPOSITIVO BOLSA-VALVA- MÁSCARA 21 Pode ser utilizada como via aérea primária, como uma opção ao tubo traqueal ou para o manejo da via aérea difícil. Não há risco de intubação esofágica ou brônquica Pode ser inserida rapidamente O treinamento é simples Não protege contra aspiração MÁSCARA LARÍNGEA 22 23 A escolha do tamanho é de acordo com a altura Deve ser lubrificado e introduzido ate a marcação TUBO LARÍNGEO Dispositivo retroglótico, possui um tubo curvo com dois balonetes, que promovem a oclusão do esôfago e da orofaringe. 24 Mantém via aérea patente Permite fornecer altas concentrações de oxigênio Permite aspiração eficaz da traquéia INTUBAÇÃO TRAQUEAL Um mal posicionamento do tubo pode levar a complicações fatais Caso a intubação não seja bem sucedida, o paciente deverá ser ventilado com bolsa-valva- máscara por 20-30 segundos com oxigênio a 100% antes de nova tentativa 25 Laringoscópio - Lâmina reta: •Miller, Wisconsin ou Flagg •Durante a intubação, a ponta da lâmina reta é colocada sob a epiglote. •Ao levantar o cabo do laringoscópio, a lâmina eleva a epiglote para expor a abertura da glote. INTUBAÇÃO TRAQUEAL 26 Laringoscópio - Lâmina curva: •Macintosh •Durante a intubação, a ponta da lâmina é inserida na valécula. •Ao levantar o cabo do laringoscópio, a lâmina eleva a língua, levantando indiretamente a epiglote. INTUBAÇÃO TRAQUEAL 27 Tubo: •Aberto em ambas as extremidades •Possui conector padrão de 15mm na extremidade proximal •Extremidade distal angulada •Possui uma abertura adicional na extremidade distal - olho de Murphy INTUBAÇÃO TRAQUEAL 28 É um fio flexível revestido com plástico que é inserido dentro do tubo endotraqueal. Usado para moldar e manter o formato do tubo. Ao inseri-lo no tubo, a ponta do guia deverá ficar retraída pelo menos 1 cm da extremidade do tubo para evitar o trauma nas vias aéreas. FIO GUIA 29 INTRODUTOR DE INTUBAÇÃO – BOUGIE 30 INTUBAÇÃO TRAQUEAL • Confirmação da posição: sensação do atrito da entre a ponta do introdutor e os anéis cartilaginosos da traquéia. • Durante a introdução do tubo, caso haja resistência na altura das aritenóides, ele deve ser tracionado e levemente rodado a 90º para facilitar a progressão do tubo. Introdutor de intubação – BOUGIE 31 “Sequência rápida de intubação (SRI)” “INTUBAÇÃO ASSISTIDA POR DROGAS (IAD)” OU “INTUBAÇÃO FARMACOASSISTIDA” Deve ser realizada para todos os pacientes com risco de aspiração pulmonar de conteúdo gástrico. INTUBAÇÃO TRAQUEAL ➔ 32 Condições ideais de intubação são definidas: •Relaxamento completo da mandíbula •Cordas vocais abertas e imóveis •Ausência de tosse, de resistência ou de movimentos diafragmáticos em resposta a intubação. INTUBAÇÃO TRAQUEAL Intubação Assistida por Drogas 33 Os 7 “P’s” da intubação traqueal: • Preparo adequado •Pré-oxigenar •Pré-tratamento •Proteção das vias aéreas •Paralisia muscular •Passar o tubo e confirmar •Pós-intubação (cuidados) INTUBAÇÃO TRAQUEAL 34 Medicação na pré-indução - lidocaína (1 mg/kg): •Pode ser usada para melhorar as condições de intubação; •Suprime os reflexos da tosse e reduzindo a resposta simpática; • Indicação principal nos casos de trauma craniano ou outras situações em que se suspeita de hipertensão intracraniana. INTUBAÇÃO TRAQUEAL Intubação Assistida por Drogas 35 Opióide mais usado e disponível – Fentanil (50 mcg/ml) •Potente analgésico com efeitos sedativos leves. Reduz a resposta hipertensiva a intubação. •Duração do efeito: 0,5-1h •Pode causar rigidez torácica - doses altas e injeção rápida. •Tem efeitos hipotensores e inotrópicos negativos, principalmente quando associado a benzodiazepínicos. INTUBAÇÃO TRAQUEAL Intubação Assistida por Drogas 36 Sedativos – Etomidato • Início de ação rápido (30-60 segundos), pico de ação com 1 minuto e meia-vida curta (10-15 minutos). •Praticamente não afeta a pressão arterial. • Sedativo de escolha no TCE. •Não tem efeitos analgésicos. •Pode reduzir o limiar de convulsão em pacientesde risco para crises convulsivas. INTUBAÇÃO TRAQUEAL Intubação Assistida por Drogas 37 Sedativos – Quetamina/Cetamina • Início de ação rápido (30-60 segundos), pico de ação com 1 minuto e meia-vida curta (10-15 minutos). •Potente analgesia, sedação e amnésia. •Mantém estabilidade cardiovascular e preserva respirações espontâneas e reflexos de proteção de vias aéreas. •Propriedades broncodilatadoras - escolha nas situações de broncoespasmo INTUBAÇÃO TRAQUEAL Intubação Assistida por Drogas 38 Sedativos – Midazolan • Início de ação: 30-60seg, duração (15-30 min) •Tem efeitos sedativo, amnésico, ansiolítico, relaxante muscular e anticonvulsivante. • Deve ser usado com cautela em condições de instabilidade hemodinâmica •Efeitos inotrópicos negativos e vasodilatadores, principalmente se associado ao opióide. INTUBAÇÃO TRAQUEAL Intubação Assistida por Drogas 39 Bloqueador neuromuscular despolarizante - Succinilcolina (suxametônio) •Rápido início de ação (1minuto) e curto tempo de duração (5-15 minutos). •Relaxante de escolha nas situações de intubação na urgência. •Risco de hipertermia maligna, hipercalemia, bradycardia e hipotensão. INTUBAÇÃO TRAQUEAL Intubação Assistida por Drogas 40 Bloqueadores neuromuscular não-despolarizante Rocurônio é um dos mais usados na prática clínica. É o relaxante neuromuscular não-despolarizante com início de ação mais rápido. Início de ação: segundos e duração de 5-10 minutos em média Pode ser completamente antagonizado por neostigmine. INTUBAÇÃO TRAQUEAL Intubação Assistida por Drogas 41 42 Informações necessárias: Volume do cilindro de oxigênio Pressão do cilindro de oxigênio (não usar PSI) Fluxo de oxigênio Cálculo de duração do cilindro de oxigênio 43 Você irá transferir um paciente da unidade de emergência para a unidade de internação. Considerando que o tempo de deslocamento é de, em média 8 a 10 minutos, o cilindro disponível é suficiente para este transporte? Cilindro - 3L Paciente usando máscara com reservatório a 10L/min Pressão com o manômetro aberto: 100 Kgf/cm2 Tempo de oxigênio = 3 x 100/10 Tempo de oxigênio = 30 minutos • Avaliar se há a possibilidade de alguma circunstância que possa atrasar o tempo estimado de deslocamento. • Sempre considerar uma margem de seguranca para possiveis atrasos. 44 • É uma medicação e deve ser prescrita para situações específicas, onde os benefícios do seu uso superam os seus riscos, sua prescrição deve especificar a dose e o dispositivo de oferta de oxigênio para um alvo específico de saturação, evitando a hipoxemia e também a hiperoxia. • As fontes de oxigênio devem ficar bem fechadas quando não estiverem em uso. O oxigênio é inflamável e pode provocar explosões; • É ofertado para melhorar a oxigenação, mas ele não trata o distúrbio de base que está causando a hipoxemia, que deve ser diagnosticado e tratado com urgência. Considerações quanto ao uso do oxigênio 45 46 REFERÊNCIAS Alencar JCG et al. Manual de via aérea na emergência. Barueri: Manole, 2023. 488p. Aehlert B. ACLS - Suporte Avançado de Vida em Cardiologia. Elsevier, 2017. 304p. National Association of Emergency Medical Technicians. PHTLS – Prehospital Trauma Life Suppoort. Tenth Edition. 2023 47