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Gasometria arterial Prof.ª Me. Bárbara M S C Sobral, março de 2014 O termo gasometria arterial refere-se a um tipo de exame de sangue colhido de uma artéria e que possui por objetivo a avaliação de gases (oxigênio e gás carbônico) distribuídos no sangue, do pH e do equilíbrio ácido-básico. Nesta mesma amostra podem ser dosados, ainda, alguns eletrólitos como o sódio, potássio, cálcio iônico e cloreto, a depender do aparelho (gasômetro) utilizado. pH Potencial hidrogeniônico ou potencial hidrogênico, que indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de uma solução aquosa. 7,0 7,35 7,45 7,8 6,8 acidose normal alcalose 8,0 Escala de pH Parâmetros da Gasometria Arterial e Venosa PARÂMETRO SANGUE ARTERIAL SANGUE VENOSO PH PaCO2 PaO2 HCO3 BE SatO2 7,35 a 7,45 35 a 45mmHg 80 a 100 mmHg 22 a 28 mmEq/l -2 a +2 95 a 100% 0,05 unidades menos 6 mmHg maior ~50% (40 a 50mmHg) 22 a 28 mmEq/l -2 a +2 60% Parâmetros da Gasometria Arterial e Venosa pH 7,35 a 7,45 PO2 80 a 100 mmHg PCO2 35 a 45 mmHg BE -2 a +2 HCO3 22 a 28 mEq/L SatO2 >95% pH Avaliar o pH para determinar se está presente uma acidose ou uma alcalose; Um pH normal não indica necessariamente a ausência de um distúrbio ácido-básico; O desequilíbrio ácido-básico é atribuído a distúrbios ou do sistema respiratório ou metabólico. PaO2 Exprime a eficácia das trocas de oxigênio entre os alvéolos e os capilares pulmonares. PaCO2 A pressão parcial de CO2 do sangue arterial exprime a eficácia da ventilação alveolar, sendo praticamente a mesma do CO2 alveolar, dada a grande difusão deste gás; Seus valores normais oscilam entre 35 a 45 mmHg. PaCO2 Se a PaCO2 estiver <35 mmHg, o paciente está hiperventilando, e se o pH estiver maior que 7,45, ele está em Alcalose Respiratória; Se a PCO2 estiver >45 mmHg, o paciente está hipoventilando, e se o pH estiver menor que 7,35, ele está em Acidose Respiratória. HCO3- As alterações na concentração de bicarbonato no plasma podem desencadear desequilíbrios ácido- básicos por distúrbios metabólicos. HCO3- Se o HCO3- estiver maior que 28 mEq/L com desvio do pH > 7,45, o paciente está em Alcalose Metabólica; Se o HCO3- estiver menor que 22 mEq/L com desvio do pH < 7,35, o paciente está em Acidose Metabólica. Parâmetros ácido-básico em função da idade Idade pH PaCO2 HCO3- 1 mês (RN) 7.39 ± 0.02 31 ± 1.5 20 ± 0.7 3-24 meses 7.39 ± 0.03 34 ± 4.0 21 ± 2.0 1.5-3.4 anos 7.35 ± 0.05 37 ± 4.0 20 ± 2.5 3.5-5.4 anos 7.39 ± 0.04 38 ± 3.0 22 ± 1.5 5.5 - 12.4 anos 7.40 ± 0.03 38 ± 3.0 23 ± 1.0 12.5-17.4 anos 7.38 ± 0.03 41 ± 3.0 24 ± 1.0 Adultos 7.40 ± 0.02 41 ± 3.5 25 ± 1.0 Acidose respiratória Uma acidose (diminuição anormal do pH sanguíneo) devido à ventilação diminuída dos alvéolos pulmonares, levando a uma concentração aumentada de dióxido de carbono arterial (PaCO2). Manifestações clínicas Respiração de Kusmaull (é uma respiração rápida e profunda, vai aumentando de profundidade e intensidade) Sudorese; Hipotermia; Depressão do SNC (Torpor ou Coma): análise pela Escala de Coma de Glasgow Hipotensão Arterial; Arritmias cardíacas. Acidose metabólica Excesso de acidez no sangue caracterizada por uma concentração anormalmente baixa de carbonatos. Causas Lesão no Centro Respiratório (AVE, TCE, tumor); Depressão no Centro Respiratório (intoxicações, anestésicos, sedativos, lesões, narcóticos); Obstrução de Vias Aéreas (Asma, DPOC, secreção, corpo estranho); Causas Infecções agudas (Pneumonias); Edema Pulmonar; SDRA, Atelectasias, Pneumotórax, Fibrose Pulmonar; Causas Trauma torácico, deformidades torácicas severas; P.O cirurgia abdominal alta, toracotomias; Distensão abdominal severa; Causas Doenças Neuromusculares (Poliomelite, Polirradiculoneurites); Tromboembolia Pulmonar; Fadiga e falência da musculatura respiratória. Exemplo pH = 7.30 PaO2 = 140 PaCO2 = 50 HCO3 = 24 BE = -6 SatO2 = 99% Alcalose metabólica Condição metabólica na qual o pH do sangue está elevado acima da faixa normal. Manifestações clínicas Respiração superficial Tontura Confusão mental Obnubilação Predisposição à convulsão Palpitação e arritmias Irritabilidade muscular Tetania Causas Uso de Bicarbonato em excesso; Vômitos; Aspiração gástrica (através de remoção da secreção gástrica) Hipopotassemia (através da perda de K+ pela urina); Diuréticos (por perda renal de íons H+ pela diurese); Transfusão maciça de sangue. Exemplo pH = 7.50 PaO2 = 93 PaCO2 = 43 HCO3 = 31 BE = +3 SatO2 = 96% Alcalose respiratória Resulta da respiração alveolar aumentada (hiperventilação) levando a uma concentração plasmática diminuída de dióxido de carbono. Causas Hiperventilação por ansiedade, dor, hipertermia, hipóxia, grandes altitudes; Hiperventilação por VM; Lesões do SNC, tumores, encefalites, hipertensão intracraniana; Alcalose pós acidose. Manifestações clínicas A principal característica clinica é a hiperventilação; Em casos graves, pode ser observado tetania; Câimbra nos pés e mãos. Exemplo pH = 7.58 PaO2 = 50 PaCO2 = 23 HCO3 = 22 BE = +5 SatO2 = 87% Hipoxemia É a baixa (hipo) concentração de oxigênio no sangue arterial. Causas Débito Cardíaco diminuído: • Depressão miocárdica; • Perfusão coronariana diminuída; • Arritmias cardíacas; • Volume sanguíneo diminuído. Manifestações clínicas No SNC: • Excitação; • Alteração do comportamento; • Insônia; • Cefaléia; • Convulsão; • Coma; • Descerebração; • Morte cerebral. Manifestações clínicas No Aparelho Cardiovascular • Vasodilatação periférica; • Arritmias cardíacas; • Cianose; • Sudorese; • Edema. Coleta Coleta Normalmente, essa amostra é coletada na artéria radial, perto do punho, mas também poderá ser coletada pela artéria braquial ou femoral. Coleta Através da amostra de sangue arterial, o laboratório pode determinar as concentrações de oxigênio e de dióxido de carbono, assim como a acidez do sangue, que não pode ser mensurada em uma amostra de sangue venoso. Aparelho Park SH, Na D, Chang YJ, et al. Development and validation of an arterial blood gas analysis interpretation algorithm for application in clinical laboratory services. Ann Clin Biochem 2011;48:130-135 Bibliografia PORTO, Celmo Celeno. Exame Clínico: Base para a Prática Médica. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2008. O’SULLIVAN, S. & SCHMITZ T. Fisioterapia: Procedimentos, Avaliação e Tratamento.4a ed. São Paulo: Manole, 2004. LOPEZ, M & MEDEIROS, J. Semiologia Médica: As bases do Diagnóstico Clínico. 5ª ed. São Paulo: Revinter, 2004. GOODMAN, C. C; SNYDER, T. E. K. Diagnóstico diferencial em fisioterapia. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. Imagens disponíveis em www.google.com.br
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