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Prévia do material em texto

Gestão Financeira
e Orçamentária
no Setor Público
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Fabiano Siqueira dos Prazeres
Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan
Criação de Valor
5
• Conceitos
• Custo de oportunidade e criação de valor
• Valor Econômico Agregado EVA
• Exemplo Prático de Cálculo do EVA
• Custo Total de Capital (WACC)
• Valor (riqueza) para o acionista
• Modelo de gestão baseada em valor
• Direcionador de valor
• Capacidades diferenciadoras
• Estratégias financeiras
• Avaliação do Desempenho pelo MVA
 · Estudar o Custo de Oportunidade e Criação de Valor para as empresas, Custo do 
Capital de terceiros, Valor para Acionistas, Estratégias financeiras para os negócios.
 · Demonstrar a importância dessas ferramentas para a solvência da empresa no 
mercado e a criação de valor para acionistas e investidores.
Olá,
Nesta Unidade, vamos aprender sobre a Análise custo-volume-lucro, Ponto de Equilíbrio e 
Alavancagem operacional.
Então procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o material complementar. 
Não esqueça! A leitura é um momento oportuno para registrar suas dúvidas; por isso, não 
deixe de registrá-las e transmiti-las ao professor tutor.
Criação de Valor
6
Unidade: Criação de Valor
Contextualização
Toda empresa precisa saber exatamente quanto vale seu negócio, para isso, este capítulo 
mostrará uma gama de ferramentas que são capazes de identificar o valor de cada produto ou 
empresa, ao longo da sua vida útil no mercado. 
Cada diferencial que a organização mostrar no mercado, ela estará sendo capaz de agregar 
mais valor ao seu negócio perante seu mercado concorrencial. O profissional que dominar 
essas ferramentas, contribuirá para uma otimização de resultados para qualquer empresa 
inserida no contexto acirrado do mercado que lhe compete.
A criação de valor se reflete no preço de mercado das ações da empresa, apresentando 
uma valorização decorrente de sua capacidade em melhor remunerar o custo de oportunidade 
de seus proprietários.
7
Conceitos 
Uma empresa é considerada como criadora de valor quando for capaz de oferecer a seus 
proprietários de capital (credores e acionistas) uma remuneração acima de suas expectativas 
mínimas de ganhos. Em outras palavras, quando o resultado gerado pelos negócios superar 
a taxa de remuneração exigida pelos proprietários de capital (credores e acionistas) ao 
financiarem as decisões de investimento (ASSAF; LIMA, 2009, p. 315).
A criação de valor se reflete no valor de mercado das ações da empresa, apresentando uma 
valorização decorrente de sua capacidade em melhor remunerar o custo de oportunidade de 
seus proprietários.
Custo de oportunidade e criação de valor
Um custo de oportunidade retrata quanto uma empresa sacrificou de remuneração por ter 
tomado a decisão de aplicar seus recursos em determinado investimento alternativo, de risco 
semelhante. Por exemplo: o que se deixou de fazer no tempo dedicado ao estudo de Finanças. 
Da mesma forma, ao adquirir ações do Banco Bradesco, o investidor deixou de aplicar seus recursos 
em alguma alternativa disponível, como comprar ações do Banco Itaú: o custo de oportunidade é 
o quanto se deixou de ganhar por não investir em ações do Banco Itaú, por exemplo.
O custo de oportunidade é a melhor alternativa disponível que foi sacrificada. É quanto se 
deixou de ganhar decidindo por um investimento em vez de outro, de mesmo risco (ASSAF; 
LIMA, 2009, p. 316).
Para GITIMAM, 2010, o custo de oportunidade é a taxa de retorno que uma empresa 
precisa obter nos projetos em que investe, para manter o valor de mercado de sua ação. Se 
o risco for mantido constante, os projetos com taxa de retorno superior ao custo de capital 
elevarão o valor da empresa, e aqueles com taca de retorno inferior reduzirão esse valor.
 Importante!
O custo de oportunidade não é um conceito de valor absoluto, mas apurado 
mediante a comparação do retorno esperado de uma decisão com o que 
seria obtido da melhor proposta de investimento disponível, entendida como 
alternativa rejeitada.
Não há como se negar a subjetividade implícita no conceito de custos de oportunidade. 
É realmente difícil de conceber a possibilidade de mensuração do resultado de algo que não 
tenha efetivamente ocorrido, no caso, benefícios abandonados por não ter se optado por uma 
alternativa de decisão ao invés de outra. 
Também não se pode desprezar que, apesar disso, o conceito tem aplicabilidade para toda 
situação de decisão. Assim, sob a perspectiva empresarial, na qual se julga a qualidade de 
uma administração pelo seu grau de eficácia no manuseio e consumo de recursos, devem-se 
8
Unidade: Criação de Valor
buscar e encontrar formas alternativas de detecção, mensuração e de registro dos custos de 
oportunidade (NASCIMENTO; REGINATO, 2010, p. 232).
Um quesito fundamental na definição do custo de oportunidade é a comparação de 
investimentos de riscos semelhantes. Não faz sentido comparar a taxa de retorno de uma 
decisão com risco com os ganhos oferecidos por uma alternativa sem risco. A diferença entre 
essas taxas é mais bem entendida como um prêmio pelo risco incorrido, e não como um custo 
de oportunidade (ASSAF; LIMA, 2009, p. 316).
A taxa básica de juros da economia brasileira é a SELIC, sendo descrita como uma 
remuneração de risco mais baixo. Esta taxa atingiu em dezembro de 2007 11,25%. Se uma 
empresa apurar um retorno para seus acionistas ( Retorno sobre o Patrimônio Líquido) no 
exercício de 17,5%, por exemplo, o desempenho indica um prêmio pelo risco do investimento 
de 6,25% (17,5% - 11,25%). Em outras palavras, os acionistas receberam uma remuneração 
adicional de 6,25% pelo maior risco assumido de investir em ações de uma empresa, em vez 
de aplicar em títulos públicos admitidos como de risco mínimo.
Alternativas com diferentes níveis de risco não permitem uma comparação dos retornos 
produzidos, distorcendo o conceito de custo de oportunidade.
Mesmo apurando lucro contábil em determinado período, porém sendo esse resultado 
insuficiente para remunerar o custo do capital investido, a empresa irá promover uma 
destruição da riqueza de seus proprietários, depreciando seu valor de mercado. O conceito de 
lucro voltado ao sucesso empresarial, definido por lucro econômico, é mensurado somente 
após ser deduzido o custo de oportunidade do capital aplicado.
O lucro contábil não é uma medida de valor. Incorpora algumas limitações, citando-se como 
uma das principais: não considerar o risco de investimento. O lucro contábil não indica de maneira 
mais correta o retorno (sucesso) de um negócio, precisa ser ajustado ao risco da empresa. O 
retorno contábil de 12%, por exemplo, para uma empresa de tecnologia e para uma empresa 
de mineração não é a mesma coisa. São resultados iguais e apurados segundo os mesmos 
princípios contábeis, porém provenientes de investimentos de riscos bastante diferentes.
Os princípios contábeis assumem que somente as dívidas apresentam custos, definidos por 
despesas financeiras de juros. De forma equivocada, admitem que o capital próprio investido 
no negócio não produz nenhum custo à empresa, não devendo, portanto, ser remunerado.
Atenção
O conceito de lucro econômico é o que resta depois 
de deduzir do resultado o que se deixou de ganhar 
por não investir em outra(s) alternativa(s) de risco 
similar. Existe lucro econômico quando o retorno do 
capital investido na empresa superar o seu custo de 
oportunidade (ASSAF; LIMA, 2009, p. 317).
Lucro Econômico = Retorno do Capital Investido – (Custo de Oportunidade x Capital Investido)
 A empresa só cria valor aos seus proprietários ou acionistas quando for capaz de produzir 
lucro econômico, ou seja, quando gera um resultado em excesso ao custo de oportunidade do 
capital investido.
9
No mercado atual,somente sobrevivem as empresas eficientes, que se mostram capazes 
de criar valor em suas decisões. A melhor medida do sucesso empresarial é a criação de 
valor aos acionistas. O lucro, conforme apurado pela contabilidade, somente garante a 
continuidade de um empreendimento se conseguir, pelo menos, igualar-se ao custo de 
oportunidade do capital investido.
 Em síntese
A busca de valor para os acionistas é o objetivo fundamental da empresa moderna. 
A Gestão Baseada em Valor (GBV) é uma abordagem em que as decisões da 
empresa voltam-se para o objetivo de criação de riqueza dos acionistas. Esse tipo 
de gestão prioriza sua atuação em direcionadores de valor, ou seja, em medidas 
que indicam se a empresa foi capaz ou não de produzir um retorno acima de seu 
custo de capital.
Valor Econômico Agregado EVA
O valor econômico agregado (Economic Value Added – EVA em inglês) é uma medida 
de criação de valor identificada no desempenho operacional da própria empresa, conforme 
retratado pelos relatórios financeiros. Indica se a empresa está sendo capaz de cobrir todos os 
seus custos e despesas, inclusive o custo de capital próprio, e, com isso, de gerar riqueza aos 
seus acionistas (ASSAF; LIMA, 2009, p. 317).
Todo negócio deve produzir um lucro que cubra, pelo menos, seu custo de capital (custo de 
oportunidade de seus investimentos). Se o resultado for menos que este custo, entende-se que 
atua em prejuízo econômico (destrói valor). Um resultado maior que o custo de capital revela 
lucro econômico (agregação de valor).
O EVA nada mais é do que o resultado de uma empresa que sobra após a dedução do custo 
do capital próprio como despesa. Quando positivo, evidencia criação de valor ao acionista. É 
uma medida de lucro econômico, englobando o conceito de lucro contábil e o custo do capital 
investido. O cálculo do valor econômico agregado exige o conhecimento do custo total de 
capital da empresa, o qual é determinado pelo custo de cada fonte de financiamento (próprias 
e de terceiros) selecionada pela empresa, multiplicada pelo capital investido na geração de 
receitas operacionais. Representa, em essência, o custo de oportunidade do capital aplicado 
por credores e acionistas como forma de compensar o risco assumido no negócio (ASSAF; 
LIMA, 2009, p. 317).
Os indicadores de valor são de grande importância aos acionistas, investidores de mercado 
e analistas financeiros. São fundamentais, ainda, para uma avaliação da gestão da empresa, 
permitindo que os administradores tenham as melhores informações da realidade dos negócios 
e tomem as decisões financeiras que promovam a maximização da riqueza dos proprietários 
de capital. (GITIMAN, 2010).
10
Unidade: Criação de Valor
Cálculo com base no lucro operacional:
Lucro operacional (líquido do IR): xxx
(-) Custo Total de Capital xxx
(Próprio e de Terceiros): xxx
(=) Valor Econômico Agregado (EVA) xxx
Cálculo base no lucro líquido:
Lucro líquido: xxx
(-) Custo de Capital Próprio: xxx
(=) Valor Econômico Agregado (EVA): xxx
Pela análise de indicadores financeiros tradicionais (lucro e rentabilidade), é impossível 
identificar se a empresa está criando ou destruindo valor econômico. A medida de valor 
agregado é importante porque, entre outras contribuições relevantes, associa o custo de 
oportunidade do capital ao investimento realizado, ressaltando a eficácia da administração. 
Empresas que convivem com uma gestão baseada no valor têm uma visão mais direcionada à 
concepção dos negócios, à continuidade do empreendimento e ao objetivo de maximização 
da riqueza de seus acionistas (ASSAF; LIMA, 2009, p. 319).
Por exemplo, se o total do capital investido numa empresa for de $ 1 milhão, e seu custo de 
capital de 12%, o resultado mínimo desejado pelos seus investidores é de $ 120 milhões. Se apurar 
um lucro de $ 150 milhões, terá um EVA de $ 30 milhões e criará valor aos seus acionistas; se o 
lucro for de $ 80 milhões, destruirá valor em razão do EVA negativo de $ 40 milhões. A empresa, 
neste caso, apura um resultado positivo, porém não suficiente para remunerar o risco (custo de 
oportunidade) do investimento.
Exemplo Prático de Cálculo do EVA
O principal direcionador de valor de uma empresa é a medida do valor econômico agregado 
(EVA), indicador da remuneração oferecida ao capital investido que excede o retorno mínimo 
exigido por seus proprietários. Retrata se a empresa está criando ou destruindo valor com 
base em seu desempenho operacional.
Um exemplo: admita que uma empresa tenha um total de investimento (capital fixo e 
capital de giro) de $ 10 milhões. Sabe-se que 40% dos investimentos são financiados por 
bancos, que cobram uma taxa líquida de juros de 10% ao ano, já deduzido o benefício fiscal, 
e os 60% restantes representados por recursos próprios, com uma expectativa de retorno 
de 15% ao ano. A empresa apura no exercício em consideração um resultado operacional 
líquido de impostos de $ 1,5 milhão. Em resumo, a empresa apresenta a seguinte estrutura 
de investimento:
Investimento
$ 10 Milhões
Capital de terceiros
$ 4 Milhões (40%)
Capital próprio
$ 6 Milhões (60%)
11
De forma mais simples, conforme apresentada acima, o cálculo do EVA pode ser efetuado 
deduzindo-se do resultado operacional líquido do IR o custo de cada fonte de capital selecionada 
pela empresa:
Resultado Operacional Líquido = $ 1.500.000,00
Remuneração Exigida Pelos Credores:
10% x (40% x $10.000.000,00) = $ 400.000,00
Remuneração Exigida pelos Acionistas:
15% x (60% x $10.000.000,00) = $ 900.000,00
Custo Total de Capital
($400.000,00 + 900.000,00) = $ 1.300.000,00
Valor Econômico Agregado (EVA) = $ 200.000,00
Custo Total de Capital (WACC)
O custo de capital dos acionistas e credores é geralmente expresso como uma média 
ponderada dos custos pela participação de cada fonte de financiamento, e conhecido na 
literatura financeira por WACC (ASSAF; LIMA, 2009, p. 320).
No exemplo em desenvolvimento, tem-se:
Fonte de fi nanciamento Montante Custo de Capital
Patrimônio Líquido $ 6.000.000,00 $ 900.000,00
Dívidas com Terceiros $ 4.000.000,00 $ 400.000,00
Total $ 10.000.000,00 $ 1.300.000,00
Dessa forma, o custo total ponderado de capital (WACC), atinge:
WACC = $ 1.300.000,00 / $ 10.000.000,00 = 13,0%
Por outro lado, utilizando-se formulação do custo médio ponderado, tem-se:
WACC = (Ke x Wpl) + (Ki x Wp)
onde: 
• Ke: custo de capital próprio
• Wpl: participação do capital próprio (patrimônio líquido)
• Ki: custo do capital de terceiros (custo da dívida)
• Wp: participação do capital de terceiros (dívidas)
12
Unidade: Criação de Valor
Sabendo-se que:
• Ke = 15%
• Wpl = 60%
• Ki = 10%
• Wp = 40%
Calcula-se o WACC:
WACC = (15% x 60%) + (10% x 40%) = 13%
O EVA calculado a partir do WACC:
EVA = Resultado Operacional Líquido – ( WACC x Investimento )
EVA = $ 1.500.000,00 – (13,0% x $ 10.000.000,00)
EVA = $ 200.000,00
O WACC equivale ao custo total de capital alocado para financiar seus ativos. É calculado 
pela soma do custo de cada fonte de recurso ponderado pela respectiva participação relativa 
no total do investimento (Ativo Total) (ASSAF; LIMA, 2009, p. 320).
O cálculo do EVA pode também ser desenvolvido a partir do lucro líquido do exercício, 
conforme demonstrado a seguir:
Resultado Operacional Líquido = $ 1.500.000,00
Remuneração Exigida pelos Credores
(Despesas Financeiras Líquidas do IR) = $ 400.000,00
Lucro Líquido = $ 1.100.000,00
Remuneração Exigida pelos Acionistas: = $ 900.000,00
Valor Econômico Agregado (EVA) = $ 200.000,00
Como o resultado operacional líquido apurado pela empresa no período ($1,5 milhão) é 
superior ao mínimo exigido por credores e acionistas ($1,3 milhão), a diferença encontrada 
($0,2 milhão) é reconhecida por valor econômico agregado. Esta medida de valor é um 
indicativo de quea empresa foi capaz de oferecer um retorno extraordinário a seus investidores. 
As conclusões são as mesmas ao se calcular o EVA a partir do lucro líquido.
13
Valor (riqueza) para o acionista
O valor é criado ao acionista somente quando as receitas operacionais superarem todos os 
dispêndios (custos e despesas) incorridos, inclusive o custo de oportunidade do capital próprio. 
Nesse caso, o valor da empresa excederia o de realização de seus ativos (investimentos), 
indicando esse resultado adicional uma agregação de riqueza pelo mercado conhecida por 
Market Value Added (MVA) (ASSAF; LIMA, 2009, p. 321).
A medida do MVA retrata a expressão monetária da riqueza gerada aos proprietários 
de capital, determinada pela capacidade operacional da empresa em produzir resultados 
superiores a seu custo de oportunidade. Reflete, quanto a empresa vale adicionalmente ao que 
se gastaria para repor todos os seus ativos a preços de mercado.
O EVA e o MVA estão bem relacionados. O EVA é um direcionador de valor que indica 
se a empresa foi capaz de agregar riqueza a seus acionistas. Esta medida orienta as decisões 
financeiras para a agregação de valor aos acionistas, assim como revela os resultados atingidos. 
O MVA é a mensuração da riqueza gerada por um empreendimento. Ocorrendo uma melhora 
na medida do EVA, isto tende a se refletir na melhora do MVA também, demonstrando uma 
forte correlação na prática.
O MVA é calculado pela diferença entre o valor de mercado da empresa e o valor do capital 
investido, também avaliado a preços de mercado. Ou seja:
MVA = Valor de mercado – capital investido a preço de mercado
A medida do MVA expressa a riqueza do negócio, o valor em excesso determinado pelos 
seus ativos intangíveis como marca, patente, imagem etc. É também conhecido por goodwill. 
Em verdade, o valor de uma empresa está no que ela é capaz de gerar de resultados no futuro, 
em sua riqueza agregada, e não no desempenho passado.
Uma empresa pode gerar valor aos seus acionistas melhorando seu desempenho operacional 
(vendas, lucros etc.), ou seja, seu potencial em produzir lucros, assim como reduzindo o capital 
investido e o seu custo de oportunidade. Com menor volume de capital aplicado para gerar 
receitas de vendas, menor também se apresenta o montante do custo de oportunidade da 
empresa; alternativas de financiamento que exigem menores taxas de retorno (menor custo 
de capital) promovem maiores lucros econômicos aos acionistas.
Apesar de ser tratado como conceito equivalente, o goodwill, de forma mais rigorosa, 
considera o valor de reposição (ou de mercado) dos investimentos. O MVA, por outro lado, 
considera geralmente a criação de riqueza pelo valor contábil dos ativos, conforme registrado 
nos demonstrativos financeiros.
 Importante!
Toda decisão que seja capaz de promover um EVA positivo agrega valor à empresa. Esse 
valor agregado é incorporado pelo mercado na avaliação das ações, gerando riqueza aos 
acionistas, principalmente se a empresa demonstrar competência de repassar a informação 
e credibilidade em seus resultados aos investidores (ASSAF; LIMA, 2009, p. 322).
14
Unidade: Criação de Valor
O objetivo de qualquer empresa é criar valor a seus acionistas, promovendo a maximização 
de sua riqueza. Existem diversas razões consagradas na literatura financeira que apontam o 
valor, e não o lucro ou qualquer outra medida derivada, como a melhor medida de desempenho 
de uma empresa. O valor é uma medida bem mais completa, levando em consideração em 
seus cálculos a geração operacional de caixa atual e potencial, a taxa de atratividade dos 
proprietários de capital (credores e acionistas) e o risco associado ao investimento. É uma 
visão de longo prazo, vinculada à continuidade do empreendimento, indicado o poder de 
ganho e a viabilidade de um negócio (ASSAF; LIMA, 2009, p. 322).
A existência de lucro não garante a remuneração do capital aplicado e, consequentemente, 
a atratividade econômica de um empreendimento. A sustentação de uma empresa no futuro 
somente se dará se ela for capaz de criar valor para seus proprietários através da concepção 
inteligente de um negócio. Um ativo somente agrega valor se seus fluxos operacionais de caixa 
esperados, descontados a uma taxa que reflete as expectativas de risco dos proprietários de 
capital, produzirem um valor presente líquido, entendido neste caso como goodwill, maior que 
zero, ou seja, uma riqueza absoluta (ASSAF; LIMA, 2009, p. 322).
O goodwill é um importante ativo da empresa, sendo avaliado como um bem intangível. 
É formado por marcas e patentes, pesquisa e desenvolvimento de produtos, localização, 
competência gerencial, imagem e tradição etc.
Marcas mais valiosas
Mundo
Best Global Brands 
US$ Bilhões
Brasil
Brand Finance
R$ Milhões
1. Cola-Cola 65,2 Petrobras 8.437,00
2. Microsoft 58,1 Bradesco 6.493,00
3. IBM 57,1 Ambev 6.023,00
4. General Electric 51,6 Banco do Brasil 5.888,00
5. Nokia 33,7 Banco Itaú 5.340,00
De acordo com GITIMAN, 2010, quando uma empresa compra outra, seja com pagamento 
em dinheiro, seja por meio de troca de ações, é necessário que a análise busque garantir que 
o valor presente líquido da transação, ajustado ao risco, seja positivo. Portanto de acordo 
com o autor, nestas transações envolvendo troca de ações para garantir o negócio, o impacto 
sobre os lucros e o risco da empresa em longo prazo pode ser avaliado para estimar o valor 
da empresa adquirente depois da aquisição. 
15
Modelo de gestão baseada em valor
O modelo empresarial de gestão baseada no valor tem como objetivo a maximização da 
riqueza dos proprietários de capital, expressa no preço de mercado das ações. O sucesso 
de um empreendimento é medido por sua capacidade de adicionar riqueza a seus acionistas 
dentro de um horizonte indeterminado de tempo (gerar EVA positivo), e não entendido dentro 
de uma visão efêmera dos resultados, muitas vezes consequência de variáveis que não se 
repetirão no futuro. O modelo de valor prioriza essencialmente o longo prazo, a continuidade 
da empresa, sua capacidade de competir, ajustar-se aos mercados em transformação e agregar 
riqueza a seus proprietários (ASSAF; LIMA, 2009, p. 323).
O EVA, criação de valor econômico, é o principal indicador de agregação de riqueza, que 
se realiza mediante a adoção eficiente de estratégias financeiras e capacidades diferenciadoras.
Atenção
Para apurar a capacidade de agregação de valor da 
empresa, são desenvolvidos direcionadores de valor 
dos negócios, cobrindo as diversas variáveis das 
estratégias selecionadas por sua administração.
Direcionador de valor
Direcionador de valor pode ser entendido como qualquer variável que exprime efetivamente 
uma influência sobre o valor da empresa. A análise desses indicadores deve permitir que se 
estude toda a cadeia de resultados que agrega valor para a empresa, assim como as áreas 
responsáveis pelas várias decisões, identificando seus pontos fortes e débeis. Deve orientar, 
ainda, os esforços de toda a organização em cumprir as metas estabelecidas (ASSAF; LIMA, 
2009, p. 323).
Por exemplo, a redução da morosidade na cobrança de carteira de valores a prazo influi 
basicamente na seguinte sequência de valores:
Giro do investimento → retorno do investimento → retorno do capital próprio → estrutura de capital → valor de mercado
E também, um crescente giro dos estoques é consequência da necessidade de um menor 
volume de investimentos em giro, promovendo um maior retorno aos proprietários e maior 
valor agregado.
16
Unidade: Criação de Valor
Capacidades diferenciadoras
Capacidades diferenciadoras são entendidas como estratégias adotadas que permitem às 
empresas atuarem com um nível de diferenciação em relação a seus concorrentes de mercado, 
assumindo uma vantagem competitiva e maior agregação de valor a seus proprietários. O 
objetivode uma capacidade diferenciadora é permitir que a empresa apure um retorno 
esperado que exceda ao custo de oportunidade do capital investido, elevando seu preço de 
mercado (ASSAF; LIMA, 2009, p. 323).
Um bom desempenho obtido no passado não garante o sucesso no futuro. Uma empresa 
somente demonstra continuidade se, por meio de estratégias diferenciadoras, for capaz 
de executar uma gestão mais eficaz de seus negócios, atuando com vantagem competitiva 
no mercado.
Um importante direcionador de valor das capacidades diferenciadoras é a relação entre 
o valor de mercado e as receitas operacionais de vendas, indicando o sucesso esperando 
do negócio em relação a seu volume de atividade. Quanto maior se apresenta essa relação, 
mais otimista se evidencia o sucesso esperado da empresa, movido principalmente pelas 
capacidades diferenciadoras e estratégias financeiras implementadas. 
O direcionador é importante ainda para análises comparativas do potencial de agregação 
de riqueza entre diferentes empresas, ressaltando as oportunidades mais atraentes de 
investimentos (ASSAF; LIMA, 2009, p. 324).
Alguns exemplos de direcionadores de valor das capacidades diferenciadoras da empresa 
são: fidelidade dos clientes, satisfação dos empregados, produtos com algo giro, redução de 
custos, preços baixos, boa gestão de estoques etc.
Os direcionadores de fidelidade e satisfação dos clientes podem ser avaliados conforme 
o número de reclamações e solicitações para reparos/trocas de produtos adquiridos. Uma 
avaliação sugerida no direcionador do nível de satisfação dos empregados é efetuada pela 
comparação do tempo despendido para cumprir determinada atividade, com a produtividade 
apresentada. Muitas vezes, esta satisfação é avaliada pelo número de dias de trabalho sem 
acidentes, índices de rotatividade, e assim por diante. Reduções nos custos e melhorias de 
eficiência operacional podem ser medidas pelo estudo de tempo de produção, índices de 
rejeição no processo produtivo, porcentagem de atendimento de pedidos etc.
A habilidade demonstrada pela administração da empresa em contemporizar interesses, 
muitas vezes conflitantes, do mercado consumidor, funcionários, credores e acionistas, 
demonstra uma vantagem competitiva direcionadora de valor. 
Reflita
É importante a empresa perceber o que seus clientes 
estão desejando adquirir, procurar manter funcionários 
com nível de satisfação e motivação em atender aos 
consumidores, compreender o valor desejado pelos 
acionistas e oferecer um nível de segurança em suas 
decisões que atraia os credores.
17
Estratégias fi nanceiras
As estratégias financeiras, assim como as capacidades diferenciadoras, estão voltadas 
ao objetivo da empresa de criar valor a seus proprietários e acionistas. As estratégias são 
identificadas em três dimensões: operacionais, financiamento e investimento.
O sucesso na criação de valor pelas empresas envolve a implementação de uma 
combinação dessas estratégias financeiras. Por exemplo, algumas empresas destacam-se por 
direcionadores de valor vinculados às estratégias operacionais de sistemas de distribuição e 
logística mais eficientes e maior giro de seus estoques. Tipicamente, é o caso de grandes 
cadeias de negócios de comércio varejista e atacadista, em que o diferencial de maior 
atratividade está em manter estoques baixos, reduzida porcentagem de falta de produtos e 
preços de venda competitivos (ASSAF; LIMA, 2009, p. 324).
Outras empresas competitivas vêm priorizando a estratégia de financiamento, mediante a 
substituição de capital próprio capital de terceiros, mais barato. As taxas de juros inferiores ao 
retorno da aplicação desses recursos, e os benefícios fiscais decorrentes das despesas de juros, 
permitem muitas vezes que ocorra uma alavancagem financeira favorável, incrementando 
os resultados dos proprietários e valorizando o preço de mercado das ações (ASSAF; LIMA, 
2009, p. 324).
As estratégias de investimentos podem ser implementadas pela busca eficiente de novas 
oportunidades de mercado criadoras de valor (certas empresas têm seu sucesso fortemente 
lastreado em investimentos em novos produtos); pela redução dos investimentos sem alteração 
do volume de atividade (a redução de investimento operacional em circulante, por exemplo, 
permite maior giro aos ativos e, em contrapartida, maior taxa de rentabilidade); e por meio 
também da identificação de ativos destruidores de valor que não conseguem produzir um retorno 
suficiente a remunerar o custo de capital empregado (ASSAF; LIMA, 2009, p. 324).
É fundamental esclarecer que nem todas as decisões que elevam o lucro da empresa são 
capazes de criar valor a seus acionistas. Estratégias de investimento, mesmo que venham a 
incrementar o volume de vendas e os resultados operacionais da empresa, se não produzirem 
um retorno suficiente para remunerar o custo de oportunidade dos proprietários de capital 
atuarão de maneira a destruir seu valor de mercado (ASSAF; LIMA, 2009, p. 325).
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Unidade: Criação de Valor
Avaliação do Desempenho pelo MVA
É uma avaliação do futuro, calculada com base nas expectativas do mercado com relação 
ao potencial demonstrado pelo empreendimento em criar valor. O MVA pode ser apurado 
pela diferença entre o valor de mercado da empresa e o montante de capital investido pelos 
acionistas e credores (investimento total) (ASSAF; LIMA, 2009, p. 325).
Esse resultado em excesso (valor de mercado menos investimento total) constitui-se 
no valor do intangível do negócio, ou seja, no goodwill produzido pela qualidade de sua 
gestão. Representa quanto a empresa foi capaz, pelas estratégias financeiras e capacidades 
diferenciadoras implementadas, de agregar riqueza a seus acionistas, objetivo básico de 
qualquer empreendimento (ASSAF; LIMA, 2009, p. 325).
Uma metodologia gerencial de avaliação do MVA pode ser efetuada por meio do valor 
presente do EVA, conforme proposta por Stewart.
MVA = EVA
WACC
Utilizando um exemplo, obtêm-se os seguintes valores:
EVA = $ 200.000,00
WACC = 13,0% a.a
O MVA é obtido: $ 200.000,00/0,13 = $1.538.461,54, revelando quanto a empresa 
vale mais que o total do capital investido. Logo, o valor de mercado da empresa, com base no 
desempenho do exercício, totaliza:
Investimento total = $ 10.000.000,00
Goodwill (MVA) = $ 1.538.461,54
Valor de Mercado = $ 11.538.461,54
Duas observações devem ser destacadas. A primeira revela que o MVA calculado pelo 
modelo sugerido acima, admite a continuidade dos resultados atuais. Ou seja, a medida de 
riqueza expressa basicamente os resultados da empresa no exercício, no pressuposto de sua 
manutenção futura.
A outra observação indica que a criação de riqueza não é dimensionada pelo valor de 
mercado de uma empresa, mas pela diferença encontrada entre seu valor de mercado e o 
capital investido pelos proprietários, ou seja, pelo goodwill.
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Material Complementar
Vídeos:
Para aprofundar seus estudos sobre o conteúdo visto na Unidade, consulte os sites
a seguir:
• www.valor.com
• www.folha.uol.com.br
• www.bndes.gov.br
• www.economatica.com.br
• www.bcb.gov.br
• www.investopedia.com
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Unidade: Criação de Valor
Referências
ASSAF NETO, A.; LIMA, F.G. Curso de Administração Financeira. 5.ed. São Paulo: Atlas, 
2009.
ASSAF NETO, A. Finanças Corporativas e Valor. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
BERTÓ, D. J. Gestão de Custos. São Paulo: Saraiva, 2006.
FABRETTI, L.C. Direito Tributário: para os cursos de Administração e Ciências Contábeis. 
8.ed. São Paulo: Atlas, 2011.
MEGLIORINI, E. Custos: Análise e Gestão. 3.ed. São Paulo: Pearson, 2012.
RIGO, C.M. et al. Fundamentos de Finanças Empresariais: Técnicas e Práticas Essenciais. 
Rio de Janeiro: LTC, 2015.
NASCIMENTO, A.M.; REGINATO, L. Controladoria: Instrumento de apoio ao processo 
decisório. São Paulo: Atlas, 2010.OLIVEIRA, L.M. Gestão Estratégica de Custos. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2008.
OLIVEIRA, D.P.R. Introdução à Administração: Teoria e Prática. São Paulo: Atlas, 2009.
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Anotações

Outros materiais