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Aula 21

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CURSO DE 2ª FASE PENAL 
XXII EXAME DE ORDEM 
Aula 13 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
 
Continuando a análise das hipóteses de cabimento do Recurso em Sentido Estrito previstas no artigo 581 do CPP. 
 
DECISÃO QUE ORDENAR A SUSPENSÃO DO PROCESSO POR QUESTÃO PREJUDICIAL (Art. 581, XVI, 
CPP) 
 
As questões prejudiciais estão previstas nos artigos 92 e 93 do CPP. 
A regra é a de que o juiz, no curso da instrução criminal, não está adstrito às provas apresentadas pelas partes, ou 
seja, o magistrado não é obrigado a se restringir ao que for alegado pelas partes, sendo uma prova lícita o juiz pode 
mandar produzi-la. 
Desta forma, entende-se que o juiz é livre para produzir as provas que bem entender, que julgue relevantes, neces-
sárias e pertinentes, a única exigência é que a prova seja lícita. 
Ao magistrado cabe o conhecimento da verdade real, ele tem que chegar ao seu conceito sobre o fato e se a prova 
for lícita ele poderá determinar a produção de provas de ofício. 
Entretanto, existem casos em que o juiz, para decidir uma questão de mérito, necessita da produção de prova de 
outra esfera, diferente da esfera penal. 
Neste caso estamos diante de uma questão prejudicial de natureza extrapenal ou heterogênea. 
Diante de uma questão prejudicial heterogênea se o magistrado tiver que dirimir dúvida sobre o estado civil de 
pessoas e esta questão tiver que ser solucionada para caracterizar o crime (alguma de suas elementares) ele terá 
que remeter o caso ao juiz cível e deve suspender o processo (não corre prazo de nada), existindo o que a doutrina 
chama de questão prejudicial heterogênea obrigatória. 
Neste caso o juiz criminal manda para o juiz cível e espera que este seja resolvido. 
Há uma controvérsia sobre direito civil que verse sobre o estado de pessoa, a lei proíbe que o juiz solucione, de-
vendo mandar o feito para a esfera civil, conforme os art. 92 e 93 do CPP. 
 
Ex. Caso de bigamia, somente haverá este crime se o primeiro casamento for válido. Se estiver havendo discussão 
sobre a nulidade do primeiro casamento no âmbito cível não haverá bigamia e esta controvérsia sobre o estado civil 
das pessoas é elementar do crime de bigamia e não pode ser resolvida pelo magistrado criminal. 
 
Neste caso, da decisão que ordenar a suspensão do processo por questão prejudicial heterogênea obrigatória ca-
berá a interposição de RESE. 
Vale ressaltar que a controvérsia deve ser indispensável para caracterizar a elementar do crime, se não for indis-
pensável, o juiz pode decidir sem necessidade de sustar o feito e remeter o processo para o juízo cível, existindo, 
neste caso, o que a doutrina chama de questão prejudicial heterogênea facultativa. 
Neste caso, o próprio juiz do feito criminal é que irá decidir a questão prejudicial mencionada. 
 
Ex. Fulano que comete lesão corporal sobre uma pessoa, mas há dúvida se esta pessoa é filho ou não do autor do 
crime. 
 
Neste caso há questão prejudicial heterogênea facultativa, pois não é questão necessária para caracterizar a ele-
mentar do crime e sim uma circunstância agravante prevista no art. 61, II, e), do CP, podendo o próprio juiz criminal 
decidir sobre a questão, sem necessidade de sustação do feito e de remessa para o juízo cível. No caso de decisão 
que julgar questão prejudicial heterogênea facultativa, como não há a suspensão do processo, NÃO há o cabimento 
de RESE. 
 
 
DECISÃO DO INCIDENTE DE FALSIDADE. (Art. 581, XVIII, CPP) 
 
O incidente de falsidade está previsto nos artigos 145 a 148 do CPP, e caso o juiz profira uma decisão julgando este 
tipo de incidente, será cabível a apresentação do RESE. 
 
 
 
 
 
 
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OBSERVAÇÃO: A Decisão que concede, nega ou revoga a SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO, nos 
termos do art. 89 da Lei 9.099/95 também caberá RESE. 
 
 
HIPÓTESES DO ARTIGO 581 DO CPP EM QUE NÃO CABE MAIS RESE (VISTAS NA AULA) 
 
Lembrando que a 1ª e 2ª hipóteses foram vistas na aula anterior. 
 
3ª) Da decisão que decidir sobre a unificação de penas (art. 581, XVII CPP) – caberá Agravo em Execução (art. 197 
da Lei 7.210/84 – Lei de Execuções Penais); 
 
4ª) Da decisão que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado (art. 581, XIX, CPP) – 
caberá Agravo em Execução (art. 197 da Lei 7.210/84 – Lei de Execuções Penais); 
 
5ª) Da decisão que impuser medida de segurança por transgressão de outra (art. 581, XX, CPP) – caberá Agravo 
em Execução (art. 197 da Lei 7.210/84 – Lei de Execuções Penais); 
 
6ª) Da decisão que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774 (art. 581, XXI, CPP) – NÃO 
cabe recurso pois o art. 774 do CPP foi revogado tacitamente pela Lei 7.210/84 – Lei de Execuções Penais; 
 
7ª) Da decisão que revogar a medida de segurança (art. 581, XXII, CPP) – caberá Agravo em Execução (art. 197 
da Lei 7.210/84 – Lei de Execuções Penais); 
 
8ª) Da decisão que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação (art. 581, 
XXIII, CPP) – caberá Agravo em Execução (art. 197 da Lei 7.210/84 – Lei de Execuções Penais); 
 
9ª) Da decisão que converter a multa em detenção ou em prisão simples (art. 581, XXIV, CPP) – NÃO cabe recurso 
ALGUM, pois esta hipótese foi revogada tacitamente pela modificação do art. 51 do Código Penal, que converteu a 
multa em dívida de valor, não tornando mais possível a sua conversão em prisão. 
 
 
05. HIPÓTESES DE CABIMENTO DE RESE NAS LEGISLAÇÕES PENAIS EXTRAVAGANTES 
 
- Da decisão que decretar a suspensão ou a medida cautelar, ou da que indeferir o requerimento do Ministério 
Público, caberá recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo, conforme estabelece o art. 294, parágrafo único 
do Código de Trânsito Brasileiro. 
 
- Da decisão que concede ou denega a prisão preventiva, bem como do afastamento do cargo, nos termos do 
art. 2º, III, do Decreto-Lei 201/67. 
 
 
06. DECISÕES E RESPECTIVOS RECURSOS NA FASE DO TRIBUNAL DO JÚRI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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07. PRAZO 
 
O prazo do RESE, via de regra, é de 5 dias para oferecer a petição de interposição e 2 dias para oferecer as razões 
do recurso, conforme arts. 586 e 588 do CPP, respectivamente. 
Excepcionalmente, o RESE terá o prazo de 20 dias para ser interposto, já com as razões inclusas, no caso de 
decisão que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir (art. 581, XIV), contado da data da publicação definitiva 
da lista de jurados, conforme art. 586, parágrafo único do CPP. 
 
 
08. ENDEREÇAMENTO DO RESE 
 
Via de regra, a petição de interposição do RESE é endereçada ao juiz do feito, e as razões para o Tribunal respectivo 
(TJ ou TRF). 
A exceção é no caso de decisão que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir (Art. 581, XIV), quando a petição 
de interposição será endereçada ao Presidente do Tribunal (TJ ou TRF), assim como as razões. 
 
 
09. EFEITO REGRESSIVO (JUÍZO DE RETRATAÇÃO) 
 
Uma característica peculiar do Recurso em Sentido Estrito é a de que ele possui efeito regressivo, pois o juiz do 
feito pode, após tomar conhecimento das razões e contrarrazões das partes, reavaliar e modificar sua decisão. 
Ou seja, no RESE é permitido ao próprio juiz prolator da decisão recorrida retratar-se desta antes da remessa do 
recurso ao juízo ad quem, nos exatos moldes do art. 589 do Código de Processo Penal. 
 
 
10. RESE É COMPOSTO POR DUAS PEÇAS 
 
PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO 
• Dirigida ao juiz da vara criminal que proferiu a sentença; 
• No caso de inclusão ou exclusão do jurado, deve ser dirigida ao Presidente do Tribunal; 
• Deve ser pedido o recebimento e o processamento do RESE, a reforma da decisão recorrida e que, caso seja 
mantida a decisão, seja feita a remessa ao Tribunal competente.RAZÕES 
• Dirigida ao Tribunal competente; 
• Deve-se requerer o provimento do recurso e a reforma da decisão prolatada. 
 
Caso o juiz venha a reformar sua decisão, caberá ao recorrido intentar petição, no prazo de 5 dias, para subida dos 
autos. Caso o magistrado não modifique a decisão, deverá ele mesmo fazer a remessa dos autos à instância supe-
rior. 
 
 
 
 
 
 
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ido de intimação e inquirição das testemunhas

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