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Importancia da Expressao Plastica na escola Basica

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Raúl José Luchoto
Importância do Estudo da Expressão Plástica no Ensino Básico
Licenciatura em Ensino Básico com Habilidades em Educação de Infância – 5º Ano
Universidade Pedagógica
Montepuez
2018
Raúl José Luchoto
Importância do Estudo da Expressão Plástica no Ensino Básico
Trabalho de âmbito avaliativo, entregue ao docente da cadeira de Expressão Plástica, Licenciatura em Ensino Básico, 5º ano, Ensino a Distancia, Departamento de Ciências Sociais e Psicologia, leccionado por,
dr. Avelino Evaristo
Universidade Pedagógica
Montepuez
2018
Introdução
O ser humano não pode nem deve viver unicamente baseado na prática intelectual da racionalidade nem na atividade técnica, devendo entender e respeitar a sua vertente sonhadora, poética e lúdica. Esta consideração sustenta o interesse em se investigar a inclusão das artes, no processo de educação formal, privilegiando-se a opinião dos professores do ensino básico em todo mundo sobre a mesma. A necessidade do professor do Ensino Básico ser assessorado por professores especialistas no âmbito das expressões é imprescindível. As actuais orientações curriculares do ensino pré-escolar e do e Ensino Básico contemplam e enfatizam as abordagens das expressões. A aprendizagem da arte e da cultura nas escolas constitui uma das estratégias mais poderosas para a construção de uma cidadania intercultural. A presença da arte na educação, através da educação artística e através da educação pela arte, contribui no desenvolvimento integral e pleno das crianças e dos jovens. Este trabalho terá como tema: Importância do Estudo da Expressão Plástica no Ensino Básico, e, tem como
 Objectivo geral:
Compreender a importância do estudo da expressão plástica no ensino básico;
Objectivos específico
Conceituar a expressão plástica;
Fazer uma descriçao promenorizada acerca da importância do estudo da expressão plástica no ensino básico;
Mostrar o contributo que Expressão Plástica proporciona à Educação de Crianças do Ensino Básico. 
Quanto a sua produçao o trabaho optou-se basicamente numa pesquisa bibliografica de varios autores para permitir que haja uma mescelania de ideias relativamenteao tema. No que tange a sua organizaçao ele encontra-se disposto em:
Introduçao;
Desenvolvimento
Conclusao
e Bibliografia.
1. Importância do estudo da expressão plástica no ensino básico
1.1. conceito da Expressao Plastica
Expressão Plástica é, segundo diversos educadores e investigadores (Lancaster, 1991; Eisner,1998; Sousa, 2003), uma atitude pedagógica centrada na criança, no desenvolvimento e satisfação das suas capacidades e necessidades, uma via de comunicação e expressão das emoções e sentimentos através da criação com materiais plásticos.
Segundo o documento do Ministério da Educação Organização Curricular e Programas - 1.º Ciclo do Ensino Básico (2008), nos seus princípios organizadores pode ler-se o que se entende por esta área: 
A manipulação e experiência com os materiais, com as formas e com as cores permitem que, a partir de descobertas sensoriais, as crianças desenvolvam formas pessoais de expressar o seu Mundo interior e de representar a realidade. (...) A possibilidade de a criança se exprimir de forma pessoal e o prazer que manifesta nas múltiplas experiências que vai realizando, são mais importantes do que as apreciações feitas segundo moldes estereotipados ou de representação realista. (p.89) 
Sousa (2003) relembra a obra de Arno Stern para explicar o significado de expressão e menciona:
A Arte é como um vulcão, algo que brota espontaneamente, algo que vem do interior, das entranhas, do mais profundo do ser. Exprimir é tornar-se vulcão. Etimologicamente, é expulsar, exteriorizar sensações, sentimentos, num conjunto de factos emotivos. Exprimir-se significa realizar um ato, que não é ditado, nem controlado pela razão. (p.165).
A Educação Artística tem como objetivo central a formação de profissionais dedicados em várias áreas do conhecimento, incluindo a Expressão Plástica. 
Assim, estes docentes podem oferecer aos alunos condições que concebam o que ocorre no plano da expressão e no plano do significado ao interagir com as Artes, permitindo a sua inserção social de maneira mais ampla (idem, 2003).
1.2. Lugar da Expressão Plástica nas Escolas de 1º Ciclo
O principal objetivo da Expressão Plástica na escola é levar o aluno a entender o mundo que o rodeia, independentemente das suas apetências técnicas em desenho, pintura, escultura, música, teatro ou dança. É elementar que o aluno crie relações entre saberes e vivências e que possa expressá-las através de diferentes linguagens artísticas.
O desafio da Educação da Expressão Plástica consiste em modelar de um modo eficaz os valores da cultura, os meios disponíveis para a educação e para a avaliação dos perfis individuais dos estudantes (Gardner, 1994, p. 16).
Quando se observam e interpretam artefactos artísticos, desenvolvem-se diferentes inteligências, diversas capacidades e distintas competências, só possíveis de desenvolver através das Artes (Gardner, 1997).
O Plano Curricula do Ensino Básico (PCEB, 2008) faz menção às competências que os alunos do ensino básico devem adquirir, a partir da vivência de atividades artísticas que se encontram articuladas segundo três eixos:
Fruição - contemplação, onde devem reconhecer nas artes visuais valor cultural indispensável ao seu desenvolvimento integral, reconhecer a importância e a diferença entre espaço natural e espaço construído, conhecer o património natural, cultural e artístico de cada região como um valor que distingue e define a identidade de um grupo e de um povo; encarar a defesa e preservação do património cultural como um verdadeiro dever cívico; reconhecer e valorizar a Expressão Artística de diferentes culturas;
a produção - criação, onde devem ser utilizados diferentes meios de representação, usar elementos da comunicação e da forma visual para realizar produções plásticas, fazer interpretação dos significados expressivos e comunicativos das artes visuais e dos processos que estão subjacentes à sua criação e usar diferentes tecnologias da imagem na realização plástica. 
a reflexão - interpretação, onde se deve reconhecer a permanente necessidade de desenvolver a criatividade de forma a integrar novos saberes, recorrendo a referências e experiências no âmbito das artes visuais, desenvolver o sentido de apreciação estética e artística do mundo, compreender e interpretar mensagens visuais expressas em diferentes códigos, analisar de forma crítica os valores de consumo veiculados nas mensagens visuais.
A criança, desde bebê, se interessa pelo mundo de forma peculiar. Emitindo sons, movimentando o corpo, “rabiscando” as paredes da casa e desenvolvendo atividades rítmicas, ela interage com o mundo sem precisar ser estimulada para tal.
Fazer arte reúne processos complexos em que a criança sintetiza diversos elementos de sua experiência. No processo de selecionar, interpretar e reformar, mostra como pensa, como sente e como vê. A criança representa na criação artística o que lhe interessa e o que ela domina, de acordo com seus estágios evolutivos. Uma obra de arte não é a representação de uma coisa, mas a representação da relação do artista com aquela coisa. [...] Quanto mais se avança na arte, mais se conhece e demonstra autoconfiança, independência, comunicação e adaptação social. (ALBINATI, 2009, p. 4).
Assim sendo, a expressão plástica propicia à criança expressar seus sentimentos e ideias, colocar a criatividade em prática, fazendo com que seu lado afetivo seja realçado. Tendo essa observação voltada para o âmbito escolar, vemos claramente como as artes visuais são essenciais na interação social da criança e como os professores podem desfrutar desse recurso para isso.
Além de utilizar a expressão plástica para trabalhar o afetivo e a interação social da criança, o professor pode utilizá-las no auxílio da motricidade infantil quedeve ser bem trabalhada desde a infância para que, futuramente, ela possa sentir a diferença desse recurso na sua vida pessoal, escolar e profissional.
1.3. Importância da Expressão Plástica Igual as Outras Disciplinas
Sousa (2003, p.63), defende a equitatividade na organização escolar ao afirmar que, 
Uma Educação Artística pressupõe, antes de tudo, que na organização curricular, letras, ciências, técnicas e artes tenham a mesma ponderação, haja equilíbrio e não preferências ou predominâncias, concorrendo em igualdade de circunstâncias para proporcionar aos alunos uma equilibrada formação cultural geral, homogénea e congruente – a harmonia estética na harmonia educacional.
Assim, sob o ponto de vista pedagógico, e na ótica de Shaefer (1975), todas as atividades de Expressão plástica têm a funcionalidade de colocar as crianças em circunstâncias que possibilitam o domínio da sua própria criação e apreciam a dos outros. Não obstante, e tendo em conta que as crianças tendem a ser espontâneas na exploração dos diferentes timbres dos instrumentos ou características dos materiais que manipulam, devemos orienta-las e apoia-las no seu desenvolvimento.
Como professor do Ensino Básico, inquieto-me com o facto das crianças no primeiro ciclo, terem um contacto limitado e inadequado com a Expressão Plástica no 1º ciclo, aliado ao problema do Governo ter decidido retirar a disciplina de educação Visual no primeiro Ciclo, minando assim o desenvolvimento harmonioso da própria criança, pois, esta fase caracteriza-se pela familiarização com conceitos e conteúdos relacionados com a Expressão Plástica, para as preparar para uma observação mais cuidada do mundo envolvente e assim enriquecer a capacidade de interpretação, a imaginação, a criatividade e o desenvolvimento pessoal. 
Também Almeida Garrett se preocupou com o facto acima citado pois no seu livro “Da Educação” (1829), citado por Sousa (2003, p.25), se refere â necessidade de uma “formação estética”, como alicerce fundamental de uma educação geral e equilibrada da pessoa, que permita, numa primeira fase, uma introdução a todas as artes e, posteriormente, um ensino artístico específico.
Investigadores, professores, artistas, têm-se preocupado e debruçado sobre esta temática, demonstrando que a Educação Artística deve ser vista como uma formação integral em que o processo de desenvolvimento se foca nas diferentes formas expressivas, contribuindo para o equilíbrio, a formação de personalidade e uma reconciliação do singular com o social (idem: p.29). 
Com certeza, que através do conhecimento e do envolvimento com a Arte, as crianças ficam preparadas para melhor perceberem a sua relação com o universo e desenvolverem as suas potencialidades a nível estético, da perceção, observação, criatividade e sensibilidade, abrindo os seus horizontes à sua consciência, o que pode igualmente auxiliar no processo de entendimento de outros conteúdos disciplinares abordados na escola (ME, 2001). 
A educação da criança na escola primária, nunca estaria completa sem o desenvolvimento das faculdades artísticas, faculdades estas, que por meio de práticas adequadas das artes, transformar-se-ão em qualidades, não com vista à formação de futuros artistas, mas sim, pensando nos valores eminentemente educativos que a sua prática implica (Sarmiento e Sanuy,1969, p.9). 
A Expressão Plástica tem uma importância enorme na vida de cada cidadão. As competências adquiridas na escola irão auxiliar a resolver inúmeros desafios tais como: a seleção das cores do guarda-roupa, os móveis, e tantas outras situações que envolvem experiência estética (Lancaster, 1991, pp.20-21).
Na perspetiva de Sousa (2003), citado por Dias (2011) a Educação Artística visa a formação de profissionais desta área de conhecimento, para poderem oferecer aos alunos condições para compreenderem o que acontece no plano da expressão e do significado, ao interagir com as Artes, permitindo assim a sua inserção social de maneira mais ampla.
1.4. Justificação para o Ensino da Expressão Plástica no Ensino Básico
Segundo, Elliot Eisner (1972) refere que existem duas justificações para o ensino da arte: a contextualista que enfatiza as consequências instrumentais da arte no trabalho e utiliza as necessidades concretas dos (as) alunos (as) ou da sociedade, como base principal para a seleção dos objetivos e a essencialista que destaca o tipo de contribuição da experiência e do conhecimento humano que só as artes podem oferecer, acentuando o que as artes têm de único.
Empregando o modelo contextual a que Eisner (ibidem) faz referência, só se pode estabelecer um correto programa educativo, tanto em relação aos meios como aos fins, se se contemplar o contexto no qual o programa vai funcionar.
1.5. Imprescindibilidade de Modelos de Ensino e Aprendizagem da Expressão Plástica
Segundo Sousa (2003) a Expressão Plástica é definida como uma atitude pedagógica centrada na criança, no desenvolvimento das suas capacidades e na satisfação das suas necessidades, cujo principal objetivo é a expressão das emoções e sentimentos através da criação utilizando materiais plásticos. A criança está suficientemente atenta ao mundo circundante e à realização de novas aprendizagens, relevando-se fulcral estar atento a todos os estímulos que lhes possamos proporcionar desde a mais tenra idade, pois, tal como Pocinho (1999, p. 96), defende:
o bebé é sensível a tudo o que é cor, som e movimento, sendo os brinquedos (…) muito importantes no seu desenvolvimento.
A aprendizagem de conteúdos e de técnicas através da Expressão Plástica, leva a criança a ver, cheirar, tatear, ouvir, e sentir prazer ao realizar os seus intentos, conseguindo mais facilmente expressar os seus pensamentos através de técnicas e de materiais diversificados. Permitir que as crianças se manifestem desta forma, incentiva o uso da sua imaginação se desenvolva física e emocionalmente, e a melhor compreensão do mundo que a rodeia. As crianças são estimuladas a improvisar cabendo ao professor estabelecer alguns limites e à criança a possibilidade de criar e imaginar. As atividades de Expressão Plástica, são um excelente contributo para o aumento do auto estima e para o desenvolvimento das potencialidades artísticas e afetivas.
Ainda que no currículo do primeiro ciclo exista a Expressão Plástica como uma área a desenvolver pelo professor titular de turma (PTT) com objetivos semelhantes aos do segundo ciclo, este desenvolve, na generalidade, técnicas básicas como desenhar, pintar e colar. 
 A pintura, a escultura, a cerâmica, a tapeçaria, ou outras tecnologias artísticas não são como entendidas como actividades tão importantes como as das áreas curriculares, sendo a vivência artística considerada apenas como momento de lazer e descontração e não como contribuindo para a:
construção da identidade pessoal e social, exprimindo e enformando a identidade nacional, permitindo o entendimento das tradições de outras culturas sendo uma área de eleição no âmbito da aprendizagem ao longo da vida (Plano Curricular do Ensino Básico, -PCEB, 2008).
Canavilhas (2010) fortalece a conceção de que para além do currículo, a valorização da Educação Artística no ensino básico implica a complementaridade do estatuto das disciplinas artísticas, de forma a garantir o seu contributo para a formação integral do aluno e o seu equitativo reconhecimento enquanto disciplina ou área estruturante do ser humano. 
Eisner (1972) explica que o uso da arte como forma de distração está ligado à ideia de que uma educação completa prepara os cidadãos para o bom uso do seu tempo de ócio e que a arte ajuda a desenvolver interesses que podem oferecer alguma satisfação e prazer depois da escola. O mesmo Investigador alega que o outro argumento usado para justificar o uso da arte é o de natureza terapêutica. Esse afirma que deve oferecer aos (às) alunos (as) a oportunidade para se expressarem livremente, de forma não-verbal, fazendo com que as Atividades Artísticas libertem as emoções que não podem ser expressasnas outras áreas curriculares.
Outras justificações para o uso das actividades da expressão Plástica na escola, relacionam-se com o facto de a Arte contribuir para o desenvolvimento do pensamento criativo e permitir que o(a) aluno(a) entenda melhor as outras áreas académicas, especialmente as relacionadas com as ciências sociais e podendo funcionar como mediadora da formação de conceitos. Uma outra argumentação mencionada por Eisner (Ibidem), é a de base psicológica, visto que a arte desenvolve os músculos mais delicados e, por essa razão, melhora a coordenação infantil. Todavia, Eisner considera que apesar de todas estas argumentações serem corretas, não oferecem uma base sólida no domínio da Educação Artística. Para ele, as Artes Visuais remetem para uma área da consciência humana que mais nenhuma outra aborda: a da contemplação estética da forma visual. 
Brian Alison (1972) afirma que um currículo coerente e holístico em termos artísticos deve envolver quatro grandes domínios: 
o da percepção;
 o histórico-cultural; 
o produto expressivo;
 e o analítico-crítico.
1.6. A Influência da Experiência dos Professores nas aulas de Expressão Plástica
Gardner (1997) defende que a aprendizagem da Arte deve iniciar-se já no ensino pré- escolar dado ser neste período que a criança começa a conhecer os vários símbolos que a envolvem, servindo-se deles para comunicar. A fase etária das crianças do 1º ciclo é a idade propícia à introdução gradual de objetos artísticos, analisando a natureza e a história, desenvolvendo o espírito crítico através da reflexão, não se limitando à execução (in Morais, 2010).
A formação de professores do 1º ciclo, no âmbito da Actividade de Enriquecimento Curricular Expressão Plástica é claramente insuficiente, não permitindo uma apropriação de instrumentos e metodologias que possibilitem desenvolver na prática letiva, experiências significativas no domínio da criatividade, da imaginação e da sensibilidade necessárias e fundamentais ao desenvolvimento cognitivo das crianças.
Uma das experiências de aprendizagem contemplada no Currículo Nacional do Ensino Básico, prende-se com a promoção de projetos de pesquisa em artes:
Ao longo do Ensino básica, o aluno deve ter oportunidade de vivenciar aprendizagens diversas, conducentes ao desenvolvimento das competências artísticas e, simultaneamente, ao fortalecimento da sua identidade pessoal e social (PCEB, 2003).
A Educação Artística tem como objetivo central, a formação de profissionais dedicados a várias áreas do conhecimento, incluindo a Expressão Plástica. Assim, estes docentes deveriam oferecer aos alunos condições que concebam o que ocorre no plano da Expressão e no plano do significado ao interagir com as Artes, permitindo a sua inserção social de maneira mais ampla, (Sousa, 2003). No entanto isso não se verifica na maior parte dos contextos, conforme se tem vindo a dar a observar.
1.7. A Expressão Plástica como Arte de expressão pessoal e Cultura
Barbosa (2002) afirma que a Arte na Educação como expressão pessoal e como cultura é um importante instrumento para a identificação cultural e o desenvolvimento individual. Por meio da Arte é possível desenvolver a percepção, a imaginação, a criatividade, a capacidade crítica, permitindo ao indivíduo apreender, analisar e mudar a realidade. É necessário um investimento urgentíssimo na significação da Arte, do artesanato e do design nas escolas; na continuidade das pesquisas que mostraram caminhos percorridos e a serem construídos; no artista e no educador juntos e na rejeição da segregação. Ao pensar numa arte que esteja voltada para a formação integral do ser humano, esta arte não poderá deixar que a mazela da alienação aprisione o sujeito do conhecimento. “Enquanto o homem e a natureza não existirem numa sociedade livre, as suas potencialidades reprimidas e distorcidas só podem ser representadas numa forma alienante” (MARCUSE, 1986, p. 22).
1.8. A Expressão Plástica como estímulo criador da criança
O local onde as crianças passam a maior parte do seu tempo, tempo esse, onde devem ser proporcionados momentos que desenvolvam competências e aptidões criativas para enfrentarem o seu dia-a-dia. 
Assim sendo, a expressão deve ser encarada como algo que não pode ser dito verbalmente, pois tal como defende Stern (s.d.): “a criança tem necessidade da expressão plástica para formular o que não pode confiar à expressão verbal. 
Se se admitir este facto como princípio justificativo da sua actividade criadora, a importância da expressão “livre” não poderá ser posta em dúvida. Neste sentido, o docente assume um papel importante na atividade criadora dos seus alunos, pois se está “presente na actividade espontânea da criança, é ele que aprende com a criança como se faz. Presente na actividade orientada, é a criança que aprende com ele como se faz. Estas duas dimensões, bem entendidas por ambas as partes, é que possibilitam a expressão criadora” (Leite e Malpique, 1986, p. 83). 
Além disso, a criança necessita de experimentar e encontrar os atributos dos variados materiais plásticos, permitindo-lhe assim a capacidade de expandir a sua liberdade e, ao mesmo tempo, vivenciar momentos lúdicos. Por outras palavras, a criança deve “descobrir e explorar o que se pode fazer com os diversos materiais utilizados para a criação artística, “aprender como se comportam”,” pois estes “constituem também uma das tendências mais ambiciosas que a criança desenvolve por meio das atividades criadoras” (Lowenfeld, 1977, p.17).
Nesta ordem de ideias, e segundo o mesmo autor, “as manifestações artísticas, iniciadas nos primeiros anos de vida, podem significar para as crianças a diferença que existe entre indivíduos adaptados e felizes e outros que, apesar de toda a capacidade, continuam, às vezes, desequilibrados e encontram dificuldades em suas relações com o próprio ambiente. (…) a arte pode constituir o equilíbrio necessário entre o intelecto e as emoções. Pode tornar-se como um apoio que procuram naturalmente” (ibidem, p. 19). 
Assim sendo e sabendo que a Expressão Plástica fornece à criança a capacidade de criar, então caberá aos educadores e professores dar asas a essa criação para que ele coloque em prática essa habilidade. 
O sentido da arte vai ser dado pelo contexto e pelas informações que o leitor possui. Ao ver, estamos entrelaçando informações do contexto sócio-cultural, onde a situação ocorreu, e informações do leitor, seus conhecimentos, suas inferências, sua imaginação. Assim, o que é descrito não é a situação, o facto, mas a interpretação que o leitor lhe conferiu, num determinado momento e lugar. O olhar de cada sujeito está impregnado com experiências anteriores, associações, lembranças, fantasias e interpretações. Sendo assim, um dos maiores atributos de qualquer actividade criadora é o de nos tornar mais sensíveis às coisas com que lidamos. Dentro da pré-escola, as linguagens artísticas podem ser utilizadas como um importante pré-requisito para que os alunos venham a ser cidadãos cooperantes e prestimosos, além de constituir o equilíbrio necessário entre o intelecto e as emoções. Admite-se, que a maior contribuição do professor a favor da arte infantil consiste em não interferir no desenvolvimento natural das crianças; o que, em grande parte, é feita inadvertidamente. 
 1.9. O papel do professor na concepção de práticas no domínio da Expressão Plástica
A importancia da formaçao do professor de expressao plástica esta tambem no facto de que ee na sua relaçao com os alunos que se evidenciará o conceito que ele tem de arte. Dependendo do modo como o professor estabece a sua relaçao, a autoexpressao do aluno, a sua capaciade criadora, manifestada na sua inventividade e sua capacidade de reflectir o mundo no seu fazer plastico, emergira ou não. 
Fazer plástico toma aqui, a acepçao proposta por Castoriades (1986:90), onde “o mundo histórico é o mundo do fazer humano”.
Acredita-se entao que o fazer plastico é o fazer que relaciona os elementos sensiveis:
cores;
linhas;
volumes;sombras;
e que expressa tal subjectividade daquele que produz tal fazer, visando a sua autonomia. Este fazer é produzido dentro do processo histórico individual, pela construção da cultura, e material, pela construção de um objecto que passa a existir no ambiente físico.
A prática do professor de arte dentro da aula de expressão Plástica anunciará sua concepção filosófica de homem e de sociedade. A metodologia de ensino por ele utilizada falará dessa concepção.
O facto de ser humano sujeitar-se ao discurso do outro faz dele um sujeito das determinações sociais da cultura que dita normas para a sua conduta. Sujeito é aquele que determinado pelas significações imaginárias da sociedade em que vive. (CASTORIADIS, 1982). 
No processo cultural de hominização, esse sujeito poderá vir ser um sujeito autónomo ou sujeito-heterónomo. 
Os sujeitos autónomos são aqueles que, apesar das determinações sociais conseguem apoderar-se do seu discurso e tornarem-se autónomos. 
Os sujeitos-heterónomos são aqueles que repetem o discurso do outro, isto é, o discurso do social, como se fosse o seu e mantêm-se na heteronomia. O autónomo cria e para ele prevalece o processo instituinte. O sujeito-heterónomo reproduz o já feito e dito, fazendo prevalecer o já instituído, se questionamentos. (CASTORIADIS, 1982).
Ciampa (1987:73) na tentativa de responder a pergunta: “o que é para o ser humano ser o que é”, refere-se a presente questão como segue:
Não se trata, evidentemente, de conceitos abstratos e definitivos que considerem o homem como pura consciência, só como subjectividade (esta armadilha materialista-mecanicista). Trata-se de considerar a superação dialética desse dualismo pela praxis: (…) de se engajar em projectos de coexistência humana que possibilitem um sentido da historia como realização de um porvir a ser feito com os outros. Projectos (…) que possam tender, convergir ou concorrer para a transformação real de nossas condições de existência, de modo que o verdadeiro sujeito humano venha a existência. Resta ao professor a opção de contribuir na formação de sujeitos-autónomos ou sujeitos-heterónomos. Essa opção é, indiscutível, uma opção politica, que está inserido num projecto político de transformação da realidade social vigente, através da criação de “identidade do homem da nossa sciedade”. (idem:74).
Na sala de aula de Expressão Plástica, qualquer linguagem expressiva pode subsidiar o sujeito que se quer sujeito do seu discurso ou sujeito que se quer perpetuar alienado. Valente (1989:20), assim coloca essa questão:
Toda actividade plástica pode ser realizada no nível da possibilidade ou impossibilidade. A dramatização, a pintura, a música e a dança, o recorte e a colagem, a modelagem podem ser possibilidades ou não? A apropriação mecanicista, utilitária, dessas actividades programadas, limitadoras, marcam a impossibilidade. A arte acontece no processo transformador, mutador, atendendo a dimensão do desejo, do lúdico, do espontâneo, do possível.
A formação de sujeitos-autónomos é facilitada quando existe um comprometimento, uma “lealdade”, como afirma Ostrower (1990:223), do professor com sua prática, que deveria constituir-se na sua praxis cotidiana. No caso do professor de arte, esse comprometimento se constituiria no valor no valor filosófico que ele dá à arte e ao seu ensino. Pois o que conta na sala, para alem das informações que o professor possa transmitir, é a própria postura diante do seu fazer. 
Se para ele as obras da arte não representam valores de vida, estendendo-se esta avaliação à sensibilidade das matérias e das linguagens, o professor pouco terá a dar aos alunos a não ser receitas técnicas ou nomes ou datas, nada que toque ao essencial da experiencia artística. Se, porem para o professor, a arte representa algo de fundamental na sua vida, uma necessidade de sentir e de ser, ele haverá de transmitir sua convicção de uma maneira ou outra. (…) É com o que de mais valioso ele poderá contribuir, em vez de mera informação, a formação do ser sensível (idem:224).
 A expressão plástica enquanto meio de representação e comunicação pode ser da iniciativa da criança ou proposta pelo educador, partindo das vivências individuais ou de grupo. Recriar momentos de uma actividade, aspectos de um passeio ou de uma história, são meios de documentar projectos que podem ser depois analisados, permitindo uma retrospectiva do processo desenvolvido e da evolução das crianças e do grupo, servindo também para transmitir aos pais e comunidade o trabalho desenvolvido.
Ora, nesta mesma ordem de ideias, comungamos das palavras de Oliveira (2003) que nos vem alertar para a finalidade deste tipo de expressão, afirmando que:
Cabe então à expressão plástica enquanto área de aprendizagem, reflectir sobre esta panóplia de imagens, desenvolvendo nas crianças as capacidades necessárias para interactuar com o meio cultural e icónico que nos circunda, desenvolvendo por um lado, a compreensão da arte e por outro lado, fazendo-as participar activamente no processo artístico criando obras plásticas. Então podemos dizer que a expressão plástica desenvolve a capacidade de compreensão, expressão e criação formando pessoas capazes de apreciar e analisar obras e imagens, assim, como, produzir através de instrumentos e materiais trabalhos artísticos (pp. 39-40).
Neste contexto, não nos podemos esquecer que este tipo de expressão, para além de apelar à criatividade das crianças, trata-se de um meio de representação e comunicação, pelo deve ser ponderada em todo o currículo do aluno, como nas diversas disciplinas.
Portanto, caberá ao educador/ professor o papel de “criar um ambiente que estimule o desenvolvimento da capacidade criadora da criança e que facilite o seu envolvimento com o material e as actividades propostas, questionando e fazendo sugestões que estimulem a criança a pensar e a prosseguir a sua exploração.
Conclusão
Partindo do exposto, pode se concluir que a Expressão Plástica fornece à criança a capacidade de criar, desenvolver o seu espírito crítico, ao mesmo tempo que lhe permite integrar e expressar os seus sentimentos e emoções relativamente aos novos acontecimentos com que se depara no dia-a-dia. Então caberá aos educadores e professores dar asas a essa criação para que ele coloque em prática essa habilidade, alertando para a necessidade dos docentes repensarem as suas acções e práticas educativas e refletirem sobre as estratégias que utilizam, para assim apelarem para a criatividade, motivação e expressividade das crianças/alunos, auxiliando-as nas suas limitações e enriquecendo-as integralmente. A criação artística é um acto exclusivo da criança, um percurso de criação e construção individual elaborado a partir de suas experiências e relações com produções de artes, com o mundo que a cerca e com seu próprio fazer. A este respeito, também, reforça-se que a criação artística, ou criatividade, é a dimensão da Estética que directamente nos coloca na inteligibilidade do homem como ser criador e que de um modo mais directo nos revela as nossas raízes, cultura, historia da nossa comunidade e sociedade.
Bibliografia
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