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1 Direito do Trabalho Profº Adilson Sanchez PETIÇÃO INICIAL É o ato introdutório do processo. A lei que estrutura a reforma trabalhista (Lei nº 13.467/17) pontuou alterações pontuais no processo do trabalho, de modo que certos dispositivos maculam antigos elencados no artigo 319 do CPC ou do artigo 840 da CLT. (CPC) Art. 319. A petição inicial indicará: I - o juízo a que é dirigida; II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV - o pedido com as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. §1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção. §2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu. §3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça. (CLT) Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. §1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante. §2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no parágrafo anterior. 2 Assim, analisados os dispositivos em sua originalidade, marcam-se aqui pontos prescritos pela nova lei: O pedido deve ser certo e determinando (não pode ser vago ou inconclusivo) e deve constar junto ao respectivo valor da causa (independentemente do rito a ser adotado), sob pena de extinção da ação, ainda que seja possível aditar a petição inicial, aplicando-lhe supletivamente o CPC, em prazo de 15 dias. De se referir que os prazos são contados em dias úteis e não mais corridos a partir da vigência da nova lei (11 de novembro). Somente os pedidos ilíquidos não devem ter valor. Haverá sucumbências no processo do trabalho, isto é, aquele que pediu e não saiu vencedor, pagará custas e honorários da parte contrária. Oferecida a reclamação, o reclamante não poderá desistir da ação sem a concordância da parte contrária. O preposto, aquele que representa a empresa, não precisa ser necessariamente empregado dela. AUDIÊNCIA Espécies: o Inicial Se na audiência inicial o reclamante não comparece, há o arquivamento do processo. Com a reforma trabalhista, o reclamante também será condenado ao pagamento das custas, ainda que beneficiário da justiça gratuita1. Caso seja o reclamado que não apareça, lhe será aplicada a revelia (restrição ao de justiça) e confissão (presumida2). o Una Se na audiência una o reclamante ou o reclamado não aparece, aplicam os mesmos efeitos da audiência inicial. o Instrução Na audiência de instrução, se o reclamante não se faz presente, por já ter praticado o ato processual para se existir a ação, aplica- se a confissão. Caso seja ausente o reclamado, também se aplica a pena de confissão3. o Julgamento Aqui, as partes não precisam comparecer, a não ser que o contrário será requerido pelo juiz. 1 A nova lei também aduz que o pagamento das custas é condição para entrar com nova ação, caso em que o seu valor será de 2% sobre o valor atribuído à causa. 2 Presumem-se verdadeiros os fatos alegados pela parte contrária na petição inicial. 3 “I - Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor. II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a confissão ficta), não implicando cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores. III- A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica, não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir o processo.” 3 De se atentar, ao fim, que a revelia, segundo a nova lei, não produz os efeitos mencionados (fatos considerados verdadeiros) quando: Havendo pluralidade de reclamados, um deles contestar o efeito, de maneira que a contestação de um aproveita a todos os outros. Quando o litígio versar sobre direitos indisponíveis. Petição inicial estiver desacompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato. As alegações de fato formuladas pelos reclamantes forem inverossímeis ou estiverem em contradição com a prova dos autos. Atos da audiência Pregão (chamamento das partes que serão qualificadas); Qualificação das partes; 1ª tentativa conciliatória; Apresentação da defesa Oitiva das partes; Oitiva das testemunhas; o Ordem de audição depende do ônus da prova Encerrada a instrução; Partes apresentam razões finais; 2ª tentativa conciliatória; Julgamento. OBS: Se o juiz não checar esse trâmite, esse formalismo, a sentença será nula. OBS: A ata de audiência reflete o que nela ocorre (inclusive a temperatura). Defesa do réu A defesa do reclamado pode ser direta ou indireta: Contestação o Refere-se a uma defesa de mérito, na qual a parte se opõe ao que está aduzindo o reclamante. Exceção o Aqui a defesa processual não ataca o mérito. Refere-se á incompetência em razão da pessoa ou em razão da matéria (ambas arguidas na peça de contestação); ou em razão do local, sendo que no último caso a exceção será feita em peça apartada, de acordo com a nova lei. Ademais, a redação reformada do artigo 800 da CLT dispõe que a apresentação da peça apartada deve ocorrer em até 5 dias úteis após a notificação, senão preclui a exceção da incompetência, o processo fica suspenso e não haverá audiência até que a exceção seja decidida. Reconvenção 4 SENTENÇA 1. Conceito É o resultado de um posicionamento jurisdicional, ou seja, é o ato do juiz que dirime a controvérsia, decidindo o mérito ou extinguindo o feito sem exame de mérito (artigos 485 e 487, CPC; e artigo 832, CLT). 1.1. Classificação 1.1.1. Interlocutória Aplica-se às decisões no curso do processo de natureza incidental (é aquela que aprecia alguma questão de natureza processual, sem adentrar o mérito). Exemplo são uma liminar ou uma tutela antecipada. 1.1.2. Definitiva de mérito Aprecia o bem da vida e dirime a controvérsia. 1.1.3. Terminativa Coloca fim ao processo sem apreciar o mérito. Faz-se presente, por exemplo, quando há ilegitimidade das partes, incompetência ou inépcia da petição inicial. 1.2. Pronunciamentos jurisdicionais Os despachos não são sentença, pois esta (1) causa prejuízo (em relação ao mérito), caso em que aquele não o faz, sendo apenas um pronunciamento jurisdicional. De outro modo, a sentença é (2) recorrível, ao passo que os despachos não o são. Pontua-seque a sentença se difere de um acórdão. A primeira ocorre em primeiro grau e é proferida por juízo singular, ao passo que a segunda se refere a uma decisão colegiada. O acórdão se difere também da decisão monocrática, posto que esta é proferida por um único julgador em um colegiado, não sendo assim caracterizável como um acórdão. Acrescenta-se que o recurso da decisão monocrática é o agravo regimental (súmula 214, TST). 2. Natureza 2.1. Declaratória Limita-se a declarar a existência ou não de uma relação jurídica. Não impõe cominação e não fica maculada pela decadência ou prescrição, bem como não se sujeita à execução. 2.2. Condenatória Impõe uma sanção, uma cominação, e se sujeita à execução. 2.3. Constitutiva É aquela que cria, modifica ou extingue uma relação jurídica. 5 3. Efeitos 3.1. Devolutivo Terá efeito devolutivo a sentença que devolve a controvérsia ao Tribunal, transferindo-a ao órgão superior para que a matéria seja reexaminada. Porém, não se permite a reformatio in pejus. O presente efeito permite também a execução que, com a reforma trabalhista, não pode mais ser declarada de ofício. No cotidiano do processo do trabalho, a maioria das sentenças é devolutiva, por ser comum que as ações tenham natureza alimentar. 3.2. Suspensivo Impede a produção dos efeitos da sentença, bem como sua execução, caso em que terá de aguardar o trânsito em julgado. 4. Fundamentação Toda sentença deve estar fundamentada, caso em que se não o ser é nula de pleno direito (artigo 93, inciso IX, CF). (CPC) Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. (CPC) Art. 489. §1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. (CLT) Art. 765 - Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas. 6 5. Estrutura A sentença deve, necessariamente, ter um padrão contido em lei. Isso é a estrutura da sentença. Assim, segundo o artigo 8324 da CLT, deve-se constar: o Nome das partes o Resumo do pedido o Resumo da defesa o Apreciação das provas o Decisão o Conclusão Assim, se a sentença não segue o padrão, é nula de pleno direito em relação a sua forma. Dessa maneira, a estrutura se perfaz em: o Relatório Acosta um resumo dos atos processuais praticados no processo, com a importância ao destaque da controvérsia feito pelo juiz. o Fundamentação É a motivação da sentença. o Parte dispositiva (conclusão) É a conclusão do texto. 6. Sentença e Coisa Julgada A sentença leva à coisa julgada quando conferir a prestação jurisdicional. Assim, pode se definir a coisa julgada como a qualidade da sentença que a torna imutável, plena, revelando a prestação que não pode mais ser alterada. 6.1. Formal É a coisa julgada que ataca um vício de natureza processual (exemplo é o vício de incompetência, uma vez que arguido faz coisa julgada. Porém, permite ingressar com uma nova ação). 6.2. Material A coisa julgada material refere-se ao mérito da questão, sua própria eficácia. Aqui, assim, não admite uma nova ação. Contudo, cabe aqui a ação rescisória, entretanto, esta não ataca a coisa julgada, mas sim o mérito. 7. Nulidades A sentença não poderá apreciar o que não faz parte do processo. Logo, será extra petita aquela que julga o que não foi pedido; infra petita a que 4 Art. 832 - Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão. §1º Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará o prazo e as condições para o seu cumprimento. §2º A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas pela parte vencida. 7 julga menos do que se pediu; ou será ultra petita quando julgar mais do que foi pedido. Portanto, os três itens acarretam na nulidade de pleno direito da sentença. (CPC) Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional. Será nula também a sentença que for proferida por juiz absolutamente incompetente; se o juiz deixar de assiná-la; se a sentença condicionada não for certa; ou se a r. decisum não indicar o valor da condenação. 8. Publicação As partes devem ser intimadas da sentença e esta deve ser publicada para que os litigantes tenham ciência do seu teor e possam, assim, recorrer. (CLT) Art. 852 - Da decisão serão os litigantes notificados, pessoalmente, ou por seu representante, na própria audiência. Existem várias formas de publicação: o Diário Oficial, o Diário Oficial Eletrônico, o julgamento em audiência ou pelo audiência em julgamento5. 9. Rito Sumaríssimo Seu conceito está elencado no artigo 852-A da CLT: Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo. Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional. Anota-se que no artigo 852-B não cabe citação por edital e se determina uma única audiência. Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo: I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente; 5 Súmula 197, TST - O prazo para recurso da parte que, intimada, não comparecer à audiência em prosseguimento para a prolação da sentença conta-se de sua publicação. 8 II - não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado; III - a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento. §1º O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo importará no arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa. §2º As partes e advogados comunicarão ao juízoas mudanças de endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência de comunicação. O artigo 852-I perpetua que a dispensa do relatório e que as partes serão intimadas na própria audiência. Art. 852-I. A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório. §1º O juízo adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e as exigências do bem comum. §3º As partes serão intimadas da sentença na própria audiência em que prolatada. 9 RECURSOS 1. Conceito Recurso é o meio processual estabelecido em lei para prorrogar o reexame de determinada decisão, visando à obtenção de sua reforma ou modificação. 2. Princípios Princípio do duplo grau de jurisdição o Significa que à toda sentença deve estar assegurada a possibilidade de uma reforma. Princípio da unirrecorribilidade o Aduz que só se admite um recurso de cada vez, não podendo se interpor6 dois ao mesmo tempo. Se o fizer, um deles não será reconhecido. Princípio da fungibilidade o É a aceitação de um recurso equivocadamente interposto. O juiz pode aceitá-lo para não prejudicar a parte, desde que não haja ocorrido um erro grosseiro7. 3. Efeitos 3.1. Devolutivo Efeito em que se devolve ao Tribunal a controvérsia para apreciar, por meio dele, todos os pontos de discussão do recurso. Aqui, já se permite a execução. 6 Recurso se interpõe; embargos se opõe; e a ação se move. 7 Grosseiro é aquilo que o juiz entender que o seja. Sentença Embargos declaratórios Decisão Modifica Mantém Recurso ordinário Despacho Admite TRT Denega ? 10 3.2. Suspensivo É aquele em que os efeitos ficam suspensos, cessam, sem que haja a possibilidade de se dar continuidade à execução. 3.3. Translativo É a possibilidade de o recurso oferecer ao Tribunal os pontos da sentença que não foram objeto de recurso. Só se admite quando há objeto de natureza pública8 e a prática não configura julgamento extra petita. 3.4. Substitutivo É aquele no qual o recurso provoca nova decisão que irá substituir a sentença anterior. 3.5. Extensivo É encontrado quando há litisconsórcio, caso em que o efeito estende a decisão ao outro litisconsorte, ainda que este não tenha recorrido, posto estarem no mesmo polo. 3.6. Regressivo É aquele em que se admite ao juiz o seu juízo de retratação. 4. Pressupostos recursais 4.1. Juízo de admissibilidade É a incumbência do juiz que prolatou a sentença de verificar a existência dos pressupostos recursais. Nesse ponto, o magistrado realiza uma primeira análise para verificar a presença ou não dos pressupostos. No novo CPC, esse instituto só existe nos Tribunais, porém, na justiça do trabalho, esse juízo se mantém. 4.2. Objetivos Os pressupostos são considerações acerca de alguma coisa para o fim que se pretende. Objetivamente, são vários os pressupostos no processo do trabalho: Pressuposição de prescrição legal. Adequação o O recurso deve ser adequado àquilo que se pretende reformar. Tempestividade o Significa que deve haver respeito em relação ao prazo para interposição do recurso. Preparo o É observar as despesas processuais. No processo do trabalho, se perfaz na atenção ao (1) depósito recursal e sobre (2) as custas processuais. 8 Exemplo é o caso do Tribunal reavaliar uma decisão do juízo de primeira instância que deferiu isenção de imposto de renda ao vencedor da ação. 11 Regular representação o Só se pode recorrer se há poderes para tal. Assim, ainda que no processo do trabalho se impere o jus postulandi do reclamante, para recorrer este dever ter advogado constituído por procuração. 4.3. Subjetivos o Legitimidade o Só quem possui legitimidade são as partes, o terceiro interessado ou a Procuradoria Geral. o Capacidade o Para recorrer, o sujeito deve estar no pleno gozos de suas faculdades mentais, de maneira que o interditado, portanto, não pode recorrer. o Interesse o Só tem interesse em recorrer quem é sucumbente, quem perde. 5. Espécies o Embargos declaratórios (artigo 897-A, CLT) o Recurso ordinário (artigo 895, CLT) o Recurso de revista (artigo 896, CLT) o Agravo de instrumento (artigo 897-B, CLT) o Agravo de petição (artigo 897, alínea A, CLT) o Agravo regimental (artigo 235, Regimento do TST) o Embargos de divergência (Lei nº 7701/08) o Embargos infringentes (Lei nº 7701/08) o Agravo legal (artigo 994, CPC) 12 PREPARO Inicialmente, antes de descrever cada qual dos recursos, é preciso mencionar o Preparo, que é o ato pelo qual se procede à satisfação das despesas processuais ou de garantia do recurso para regular prosseguimento. Nesse ponto, dentre todas as espécies recursais, não será cabível Preparo apenas nos embargos declaratórios. Depósito recursal: artigo 899, §1º da CLT; Custas: artigos 789, 789-A, 789-B, 790, 790-A, 790-B da CLT; Preparo: artigo 1007 do CPC. No Preparo, as despesas a serem recolhidas são as custas e o depósito recursal. Nesse meio, não há necessidade de comprovação do pagamento dos honorários sucumbenciais, posto não ser necessário seu recolhimento para interposição de recursos. É válido mencionar que são dispensados do pagamento do Preparo os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal. Para os demais, no ato de interposição do recurso, devem comprovará o respectivo Preparo, sob pena de deserção, cabendo consequências do seu feito ou não: Não há comprovação do recolhimento Insuficiência no valor do Preparo Equívoco no preenchimento da guia de custas Aqui, o recorrente será intimado, na pessoa do seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, também sob pena de deserção. Porém, se comprar que houve justo impedimento para a realização do ato, o relator relevará referida pena, por decisão irrecorrível, fixando prazo de 5 dias para que efetue o Preparo. Somente será implicada a deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo em até 5 dias. Porém, caso tenha sido inicialmente intimado o sucumbente para realizar o recolhimento em dobro, por não tê-lo comprovado quando da interposição, tal pagamento deverá ser feito de modo integral, não cabendo comple- mentação em caso de insuficiência. O mero equívoco não ensejará pena de deserção, de modo que caberá ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para que este sane o vício em 5 dias. Ademais, o Preparo se divide em duas espécies: Custas Depósito Judicial 13 Custas Custas processuais são pagamentos feitos ao Estado para o exercício da função judiciária. Segundo a súmula 667 do STF, a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição. Natureza Tem natureza tributária; imposta por lei. Prazo O prazo de recolhimento das custas é o prazo próprio da interposição do recurso. Em exemplo, se o recurso adotado é o Ordinário, este tem prazo de interposição de 8 dias. Logo, em até 8 dias devem ser recolhidas as custas. Caso não sejam recolhidas, o recurso não será conhecido. Será tido por deserto, ainda que interposto no prazo. Não há como recorrer da deserção. Se há recolhimento de valor errado, é possível ainda recorrer e o juiz, quando despachar o recurso, pode devolver a guia para que haja correção suplementar. Porém, o ideal é que se recolha a diferença antes, de imediato à constatação do erro, pois a ação do magistrado é excepcional e não tão segura. Hipóteses o Há de recolhê-las o reclamante que teve ação julgada improcedente e irá dela recorrer, a não ser que seja beneficiário da justiça gratuita. o Se a ação é julgada procedente para uma parte, esta sequer tem interesse em recorrer, tampouco nada recolhe. o Se a ação for julgada parcialmente procedente para uma das partes e esta irá recorrer do que perdeu, não será necessário o recolhimento e custas. Contudo, se houver procedência em parte para a empresa, e esta recorrer, deverá pagar custas. Além de que, o fato de se recolher na saída da primeira instância não impede outro recolhimento de custas nas próximas escalas. Valor o Havendo acordo judicial ou condenação, a base de cálculo das custa será o valor dessas. o Caso haja extinção do processo sem julgamento do mérito, ou se for julgado totalmente improcedente, a base será o valor dado a causa. o Quando houver procedência em ação declaratória ou constitutiva, a base de cálculo também será o valor dado a causa. o A alíquota é de 2% sobre os valores. Com a nova legislação trabalhista, o valor mínimo é de 10 reais, e o máximo será 4x o teto da previdência (+22 mil reais). 14 Observações o O juiz poderá deferir a justiça gratuita àqueles que recebem 40% do teto máximo do benefício previdenciário (até cerca de 2 mil reais). o A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita (artigo 790-B, Lei nº 13.467). o Se o reclamante não aparecer à audiência, este será condenado ao pagamento das custas, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, em 15 dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável. Procedimento O recolhimento das custas judiciais deverá ser realizado através da GRU Judicial (Guia de Recolhimento da União), em quatro vias, cabendo à parte interessada realizar seu correto preenchimento. Depósito Judicial É uma medida preparatória do recurso garantido mediante depósito de parte ou do valor total da condenação. Prazo Assim como as custas, é fixado pelo prazo de interposição do respectivo recurso. Hipóteses o Se não há condenação em pecúnia (dinheiro), não há depósito recursal. o O reclamante pessoa física não faz depósito recursal, em nenhuma hipótese. Caso seja reclamante a pessoa jurídica, esta paga. o Nas condenações sobre valor ilíquido, o juiz arbitrará o valor do depósito. o O depósito recursal é efetuado a cada recurso interposto, até o limite do valor da condenação. Valor o No recurso ordinário: 9189 reais o No recurso de revista, embargos e recurso extraordinário: 18378 reais o No recurso em ação rescisória: 18378 reais o No agravo de instrumento: Pagamento de 50% (1/2) do valor do recurso que se quer ver destrancado, sendo este ônus da empresa (vide Lei nº 13.467). 15 Assim, “se uma empresa é condenada ao pagamento de R$15.000,00 em 1ª instância e deseja recorrer da sentença de primeiro grau através de Recurso Ordinário, o valor do depósito recursal para recorrer ao TRT é de R$9.189,00. Porém, se a condenação em sentença fosse de R$3.250,00, o depósito recursal para recorrer da decisão ao TRT seria limitado ao valor da condenação, ou seja, os mesmos R$ 3.250,00”. Procedimento O depósito deve ser feito necessariamente em instituição financeira oficial federal, estadual ou distrital (bancos públicos), em uma conta específica que fica sob custódia da Justiça. Na Justiça trabalhista, o depósito judicial é obrigatório quando uma empresa é condenada e opta por recorrer da sentença de primeiro grau. Nesse caso, é chamado de depósito recursal. 16 RECURSOS EM ESPÉCIE 1. EMBARGOS DECLARATÓRIOS Constitui recurso de fundamentação vinculada (à sentença) por existência de vícios materiais ou processuais, na sentença integrando-se. 1.1. Fundamento Seu fundamento é o artigo 897-A da CLT: “caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subsequente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso”. 1.2. Cabimento 1.2.1. Quanto à origem Cabe em todas as vezes em que há decisão que causa prejuízo (seja sentença ou decisão interlocutória). 1.2.2. Quanto ao conteúdo Caberão embargos sempre que houver: o Omissão na sentença o Decisão que não aprecia parte da controvérsia. o Obscuridade o Decisão que não apresenta clareza. o Contradição o Quando a decisão é conflitante consigo mesma. o Erro material o É o caso, por exemplo, de erro no valor da condenação. 1.3. Prazo Diferente da maioria dos outros recursos, cujo prazo é de 8 dias, os embargos declaratórios possuem prazo de 5 dias úteis. 1.4. Efeito Os efeitos dos embargos declarativos podem ser modificativos (modificar a decisão), em relação à sentença; ou suspensivo, em relação ao recurso, caso em que o prazo fica aqui interrompido (contando-se, ao fim, novamente o prazo do início). 1.5. Peça processual o Endereçamento (Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da 15º Vara de São Paulo); o Número do processo; o Identificação das partes (ao menos do embargante), sem necessidade de qualificá-los; 17 o “Vem, respeitosamente, opor embargos declaratórios com o fim de modificar a r. decisão, conforme as razões a seguir mencionadas [...]”; o Não se precisa atribuir valor à causa nos embargos declaratórios. 2. RECURSO ORDINÁRIO É um meio de impugnação da sentença dando continuidade ao processo. Sua característica maior é ser um recurso de sentença. 2.1. Cabimento Cabe contra as decisões definitivas ou terminativas do juízo singular. Caso seja dissídio coletivo, será contra decisões colegiadas. O artigo 895 da CLT lista as hipóteses de cabimento: - Das decisões interlocutórias terminativas do feito; - Indeferimento da petição inicial; - Do arquivamento dos autos por não comparecimento do reclamante à audiência; - Da decisão que aplica pena ao empregado de não poder reclamar por seis meses; - Se houve abandono da causa por mais de trinta dias; - No caso do juiz acolher litispendência ou coisa julgada; - No caso de desistência da ação. - Etc. 2.2. Prazo O prazo para sua interposição é de 8 dias corridos (atualmente – em breve serão úteis). 2.3. Efeito Possui efeito devolutivo (permite a execução).2.4. Rito Não cabe recurso ordinário no rito sumário (até 2 salários mínimos), cabendo livremente nos demais. 2.5. Pressupostos Os pressupostos do recurso ordinário são os mesmos dos demais recursos (prescrição legal, adequação, tempestividade, preparo, representação, legitimidade, capacidade e interesse). Quanto ao juízo de admissibilidade, haverá este em primeira instância para aquele que prolatou a sentença. Daí, referido magistrado acolhe o recurso ou denega-o. Caso escolha a última opção, caberá agravo de instrumento. 18 3. AGRAVO DE INSTRUMENTO O juízo de admissibilidade é a prerrogativa do Juízo de verificação da presença dos requisitos de admissibilidade dos recursos. O juiz o faz quando envia o recurso para a instância superior, podendo admiti-lo ou não (quando não forem observados os pressupostos pela parte recorrente). Se admitido, cita-se a parte contrária para fazer as contrarrazões do recurso e segue-se para a instância superior. Caso o magistrado o negue, há um despacho (que não aprecia o mérito, somente verifica os pressupostos) que denega provimento ao recurso, ocasião em que ocorre o trancamento do feito. Para destrancá-lo, o remédio a ser adotado contra o despacho é o agravo de instrumento (artigo 897-B). Assim, é possível conceituá-lo como o recurso contra o despacho que denega seguimento a um recurso principal, impedindo seu regular prosseguimento. Caso não seja agravado, o despacho faz coisa julgada. 3.1. Cabimento É cabível contra os despachos que denegarem a interposição de recursos (ordinário, de revista, extraordinário etc), e das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções. Não caberá agravo de instrumento sobre embargos declaratórios, pois esse não é principal, isto é, não aprecia o mérito, ainda que tenha efeito modificativo. No processo do trabalho, não cabe essa espécie de agravo contra decisão interlocutória, mas sim somente contra despacho denegatório de prosseguimento de recurso. 3.2. Efeito Tem efeito devolutivo. Isso significa que quem teve êxito na demanda pode executar a parte contrária. 3.3. Pressupostos 3.3.1. Prazo Deve ser interposto em 8 dias, contados da decisão. 3.3.2. Preparo Há preparo para agravar de instrumento, mas somente para a reclamada, e apenas o depósito recursal, na metade do valor cobrado para o recurso principal que foi trancado. 3.4. Procedimento O procedimento é justamente encaminhar o agravo de instrumento para o juiz originário, quem irá remetê-lo ao Tribunal, junto à contraminuta anexada pela parte contrária. 19 4. AGRAVO REGIMENTAL É um recurso interposto para o respectivo órgão colegiado contra decisão monocrática proferida pelo relator. Será regulado pelo regimento interno de cada Tribunal, que o regula conforme suas próprias indicações. 4.1. Cabimento É cabível contra despacho de relator que denega recurso ou contra ato judicial praticado sem a presença do colegiado (decisão monocrática). 4.2. Efeito O agravo regimental possui efeito devolutivo. 4.3. Prazo O TST possui prazo de 8 dias (úteis, em breve), diferente dos Tribunais Regionais, nos quais são 5 dias. 4.4. Pressupostos o Não há preparo; o Será dirigido para o próprio relator; o É cabível o juízo de retratação (o que tornaria sem efeito o agravo); o Deve atacar decisão monocrática e não a decisão de mérito. o Elucida o regulamento interno do TST (artigo 235) que não cabe agravo interno de decisão do colegiado. 5. RECURSO DE REVISTA É o recurso que objetiva a uniformização da jurisprudência, estabelecendo uma interpretação consolidada acerca de determinada matéria trabalhista. Veja bem, este se localiza no âmbito do TST, o qual apreciará as razoes de recursais emitidas contra decisão colegiada do TRT. Assim, em caso de recurso (de revista), este será encaminhado ao Presidente do TRT, cabendo a este Tribunal realizar o juízo de admissibilidade. Caso denegue o recurso, caberá o agravo regimental (interno). Apreciado o recurso, há um acórdão. Caso seja ele perdido, aí é que entra o recurso de revista, a ser julgado pelo TST, que deve ser interposto em até 8 dias corridos (e, após 11/11, úteis). Em comparação com o recurso ordinário, ao passo que esse pode questionar toda matéria (de fato ou de direito) alocada na sentença, o recurso de revista, sendo uniformizador, só permite contrapor matéria de direito (súmula 291, TST). A previsão desse recurso está no artigo 896 da CLT, que diz cabê-lo “para Turma do TST das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos TRTs”, quando: a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro TRT (por Pleno ou 20 Turma), por Seção de Dissídios Individuais do TST, ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do STF; b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente; c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal. 5.1. Cabimento 5.1.1. Quanto à fase processual - Cabe na 1ª ou na 2ª instância - Cabe na fase de conhecimento e de execução 5.1.2. Quanto ao rito - Rito sumário não admite recurso de revista. - Sumaríssimo admite com restrição. Só quando há contrariedade à súmula ou orientação jurisprudencial do TST ou violar literalmente dispositivo da CF na decisão. 5.2. Espécies 5.2.1. Dissenso jurisprudencial É a primeira espécie que leva à possibilidade do recurso de revista. Aqui, só se pode interpô-lo se foi demonstrada que a decisão atacada está em desacordo com outra decisão de outro Tribunal do trabalho. Daí faz-se um cotejo analítico, isto é, analisam-se as decisões de modo comparativo, elencando a discordância. Se não for feito, o Tribunal denega o recurso. Em outras palavras, deve ser demonstrado o dissenso em acórdãos do TRT ou da Seção de Dissídios Individuais do TST. Assim só se pode aproveitar – para interpor o recurso - a decisão da referida Seção e não as das Turmas (que é onde chega o recurso no TST). Se há negativa desta, cabe embargos divergentes para a Seção. Dessa forma, não cabe recurso da decisão das Turmas porque estas são uniformizadas apenas pela Seção de Dissídios Individuais. Ao fim, se existem duas decisões diferentes do mesmo tribunal trabalhista, não cabe recurso de revista, pois este só é cabível em decisões de Tribunais diferentes. Aliás, não cabe tal recurso se tais decisões estão de acordo com súmula do TST. 5.2.2. Dissenso legal Aqui, deve se apontar que a decisão contraria texto expresso de lei. Interpretação razoável de lei federal não enseja recurso de revista, pois a violação deve ser direta (súmula 221). 21 5.3. Efeitos O efeito do recurso de revista é devolutivo, em prol da rapidez processual, haja vista a natureza alimentar do processo. Tal efeito não o suspende, permitindo sua execução. 5.4. Pressupostos 5.4.1. Específicos 5.4.1.1. Pré-questionamento A tese que merece uniformização deve ter sido efetivamente debatida. Se não o é feito, tal recurso não irá ser admitido. Válido mencionar que o debate deve ser feito por meio de embargos declaratórios.5.4.1.2. Matéria de direito Não devem ser alegadas matérias de fato ou provas, pois somente se aprecia matéria de direito. Aliás, “o fato de o juízo primeiro de admissibilidade do recurso de revista entendê-lo cabível apenas quanto a parte das matérias veiculadas não impede a apreciação integral pela Turma do Tribunal Superior do Trabalho, sendo imprópria a interposição de agravo de instrumento” (súmula 285, TST). 5.4.2. Genéricos 5.4.2.1. Adequação É o cabimento do recurso de revista contra os itens elencados. 5.4.2.2. Tempestividade Deve ser interposto o recurso de revista em 8 dias, contados a partir da publicação da decisão, não podendo ser arguido antes desta. Em caso de embargos declaratórios, a serem interpostos em 5 dias, interrompe-se o prazo de interposição do recurso de revista. 5.4.2.3. Preparo São as custas e despesas processuais. Se já foram recolhidas as primeiras nas instâncias anteriores, não será necessário recolhê-las. Se já feito o depósito judicial pela integralidade do valor da condenação, não há que fazê-lo novamente. 5.4.2.4. Interesse processual Só tem interesse quem é parte vencida. 5.4.2.5. Transcendência O recurso deve repercutir no interesse geral e não só das partes. Deve ser relevante social, econômico, político ou juridicamente. Assim, tem caráter similar ao da repercussão geral. Com a reforma trabalhista, esse item foi resgatado e aplicado. Logo, são indicadores da transcendência: 22 - Econômico Alto valor da causa. - Político Quando houver desrespeito à jurisprudência sumulada do TST ou do STF (não necessariamente vinculante). - Social A transcendência social se caracteriza pela busca de um direito social previsto na CF (artigo 7º). - Jurídico Existência de questão nova sobre interpretação da lei trabalhista. Apenas um dos indicadores já permite o recurso de revista, não sendo eles cumulativos. Logo, caso não haja transcendência, o relator pode denegar o recurso. Dessa decisão cabe o agravo regimental, pois é decisão monocrática. Ademais, com a nova lei trabalhista, o juízo de admissibilidade do recurso de revista só irá verificar um requisito deste, exceto a transcendência, que será analisada pelo Tribunal. 5.5. Procedimento Sua interposição se fará contra o acórdão do TRT. Caso contenha mera omissão, cabe em seu lugar embargos. 6. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA É recurso de acórdão com a finalidade de uniformizar a jurisprudência produzida pelo próprio TST. 6.1. Previsão legal Está concentrado no artigo 894 da CLT, o qual diz que de decisão não unânime de julgamento que (1) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a competência territorial dos TRTs e estender ou rever as sentenças normativas do TST, nos casos previstos em lei; (2) das decisões das Turmas que divergirem entre si ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais, ou contrárias a súmula ou orientação jurisprudencial do TST ou súmula vinculante do STF. 6.2. Modalidades Embargos são: o Divergentes Aplica-se aos dissídios individuais. 23 o Infringentes Aplica-se aos dissídios coletivos (conflito entre sindicato patronal contra sindicato dos trabalhadores – convenção coletiva; ou sindicato profissional contra uma ou mais empresas – acordo coletivo). O dissídio coletivo busca a produção de uma norma coletiva. Sua instância originária é o TRT, de onde busca uma sentença normatizante. Será instância originária o TST quando as entidades forem federativas. Há possibilidade de recurso para a Seção de Dissídios Coletivos. Tal recurso são os embargos infringentes contra decisão da Turma do TST. 6.3. Cabimento Cabem os embargos de divergência das decisões conflitantes entre as Turmas do TST ou das decisões das Turmas do TST conflitantes com as decisões da Seção de Dissídios Individuais. Também será cabível quando a decisão da Turma contraria súmula do TST ou súmula vinculante do STF. Por isso, os embargos divergentes são um recurso uniformizador. 6.4. Efeito Efeito é sempre devolutivo, não podendo ser atribuído suspensão. 6.5. Pressupostos 6.5.1. Prazo Para interpor os embargos divergentes o prazo é de 8 dias. 6.5.2. Preparo Não tem preparo, se já feito. 6.6. Procedimento É a simples petição dirigida para o Presidente da Turma para que este encaminhe as razoes respectivas para a Seção de dissídios coletivos. Memora-se, há juízo de admissibilidade. 24 EXECUÇÃO A execução constitui em ato coativo para o cumprimento da sentença (certa e determinada), garantindo a prestação jurisdicional. Assim, pretende dar eficácia à decisão e encerrar o conflito. O processo de execução é autônomo, diverso do processo de conhecimento, quando no Processo do Trabalho, ainda que haja controvérsia elencadas no novo CPC. Está previsto nos artigos 876 a 892 da CLT, bem como em pontuais outras legislações (Lei de Execuções Fiscais, nº 6830/80; Lei de Custeio da Previdência Social, nº 8212/91; e aplicação subsidiária dos artigos 771 e s.s. do CPC). Uma vez transitada em julgada, será aplicado o efeito da imutabilidade sobre a decisão. Assim, esta se tornará imutável (artigo 879, CLT). Porém, existindo erros, antes da execução, poderá ser corrigidos, se admitindo, portanto, certa mutabilidade da decisão (artigo 873). Fases o Liquidação É a fase na qual se torna exequível a sentença e se verifica qual o bem a ser satisfeito (seu valor). o Constrição É retirar do patrimônio do devedor executado, bens para a satisfação do débito trabalhista. o Expropriação É a alienação daqueles bens para que se satisfaça o débito. Sujeitos São o exequente (quem promove a execução) e o executado (quem responde pelo débito – não precisando ser parte na lide, porém, até a vigência da reforma trabalhista), podendo responder solidária ou subsidiariamente o sócio ou qualquer empresa que integre o grupo econômico. Há também a figura do terceiro interessado, que é aquele que não fez parte do processo, mas está sofrendo a constrição. Título executivo Pode ser judicial ou extrajudicial. O primeiro é a sentença que transitou em julgado e tem determinação de satisfação do bem da vida requerido no processo. O título extrajudicial é o que se prevê em acordos também extrajudiciais (modalidade prevista na reforma trabalhista), como, por exemplo, o termo de ajuste da conduta firmado pelo Ministério Público do Trabalho. 25 Espécies o Quanto ao título Provisória Aplica-se toda vez que a sentença foi prolatada com efeito devolutivo. Aqui, é provisório o título, pois um eventual recurso faz com que a decisão não transite em julgado. Logo,vai até a constrição, ali parando, sem que o bem da vida seja dado ao exequente, sendo apenas uma forma de garantir seu direito. Há essa celeridade, em maior índice, no processo do Trabalho, porque neste não se exige caução. A execução provisória costuma se iniciar com uma carta de sentença, mas que, com os autos eletrônicos, não haja mais autos separados. Porém, a iniciativa é do exequente ou, até a vigência da reforma trabalhista, pelo juiz. Definitiva É aquela em que há o fenômeno da coisa julgada da ação. Competência É competente para julgar a execução o juízo originário, prolator da sentença. Procedimento o Execuçãodecorrente de uma liquidação por cálculo (artigo 879) É, simplesmente, a apresentação de valores, cálculos matemáticos, para tornar exequível a sentença. Porém, isso requer que esta seja líquida e certa, para quantificar plenamente a execução. o Liquidação por arbitramento Ocorre quando há óbice ao conhecimento dos valores, de maneira que se permite às partes a efetivação de um acordo, ou o juiz se utiliza, geralmente, de um perito contábil. Quando não se consegue fazer prova do salário (artigo 460, CLT), se utiliza a comparação com um paradigma. o Liquidação por artigos Ocorre quando há necessidade de produzir prova para aferir o valor (exemplo é o cartão de ponto). Se não há a prova material, se utiliza até de testemunha, havendo uma espécie de audiência na fase de execução. 26 Uma vez apurados os valores, algo que cabe ao exequente, ao MP ou ao juiz [de ofício] fazer (podendo fazê-lo o último até a vigência da reforma), deverá (após a reforma) o magistrado abrir vista à executada para impugnação dos cálculos, do valor obtido (artigo 884, §3º). No caso de divergência alta entre os valores, ou o juiz homologa um deles ou os envia ao perito contábil, ou homologa a perícia já existente. Daí surge uma sentença de homologação onde o juiz expede um mandado de penhora. Este determina a satisfação do débito em 48 horas, sob pena de constrição. Se houver o depósito do valor, o processo termina. Porém, pode esse depósito ser de garantia ou de quitação. Caso seja o primeiro, encerra-se o processo, enquanto o segundo garante a possibilidade de recurso, configurando apenas a execução provisória. Contra a decisão que determinou a execução, caberá o embargo de execução. Recursos o Embargos à execução Esse é o recurso oposto exclusivamente pelo executado (artigo 884, CLT), no prazo de 5 dias. Sua peça processual possui uma característica especial: atribuição de valor (como uma petição inicial), dando-lhe a monta apurada na liquidação. A competência de seu julgamento é do juízo originário; não havendo preparo, pois o valor já está garantido. o Embargos de terceiros É o recurso de terceiro interessado para que não sofra ele a constrição (artigo 674, CLT). - Prazo: 15 dias úteis (a partir de 11/11); - Deve atribuir valor a peça; - Também é julgado pelo juiz originário; e da sua decisão cabe o agravo de petição. o Agravo de petição - Cabível contra os dois embargos supracitados (de execução e de terceiro – artigo 897, “a”, CLT); - Não se limita a atacar a decisão dos embargos. É cabível contra qualquer decisão do processo de execução; - Prazo: 8 dias; - É julgado pelo TRT, se a instância originária for a vara. Ou, se no TRT se inicia, será julgado pelo TST; - Especificidade da peça processual: para ser admitida (juízo de admissibilidade), deve delimitar os valores da execução, pois se o valor não tem natureza controversa, sua interposição é ilegítima. 27 SÍNTESE O processo é gestado na vara do trabalho (instância singular), quem irá dirimir o conflito e sentenciá-lo. Se a parte está descontente com tal sentença interporá um recurso. Este é, inicialmente, o recurso ordinário, que é o primeiro apelo e é um recurso de sentença, cabível em matéria ampla (de fato e de direito), bem como terá efeito devolutivo, devolvendo a discussão de primeiro grau ao Tribunal. Não sendo suspensivo o recurso, é cabível a execução provisória, até o trânsito em julgado da causa. O prazo para interposição do ordinário é de 8 dias, contendo preparo, em regra, mas pode não o ter se a ação for julgada totalmente improcedente e o recorrente gozar de gratuidade da justiça, bem como se for julgada parcialmente procedente (se não for o recorrente uma empresa). O órgão julgador do ordinário será o TRT, que é a segunda instância, e que se pronunciará por meio de uma Turma. Assim, esta decidir (de maneira revisional, pois é órgão revisor) e irá proferir um acórdão sobre o recurso da sentença. Se o acórdão do TRT não agradar, só se pode recorrer em alguns casos. Se for rito sumário, nem poderá fazê-lo, somente sendo possível no rito sumaríssimo e ordinário. Logo, só caberá recurso de revista em matéria de direito, além de ser preciso demonstrar uma divergência jurisprudencial, legal ou que fira norma de caráter coletivo, de maneira que este será um recurso uniformizador, posto haver a necessidade de uniformizar as decisões reinantes no país e, assim, trazer segurança jurídica. A divergência cabe nos casos de contradição, além de ser preciso mostrar, dentre outros pressupostos, sua transcendência. Será interposto em 8 dias e, quanto ao preparo, este existe, desde que o recurso não esteja garantido (isto é, se não houve o recolhimento em depósito anteriores até o máximo do valor da condenação). O recurso de revista irá para o TST, onde também será apreciado por uma Turma. Se não houve êxito aqui, cabe outro recurso: embargos de divergência. Com este, a discussão irá para uma Sessão de Dissídios Individuais. ETC... 28 QUESTÕES: Embargos interrompem ou suspendem o prazo do recurso principal? Interrompem. O prazo é recontado. Há juízo de admissibilidade nos embargos declaratórios? Quais são os recursos uniformizadores? Embargos de divergência e recurso de revista. Qual o recurso cabível contra decisões existentes no processo de execução?