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Direito empresarial I

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Direito Empresarial I
Professor: Sérgio Eiras
Bibliografia:
Curso de Direito empresarial – Fábio Ulhoa Coelho (Editora Saraiva).
Manual de Direito empresarial – idem.
Direito Societário – Tavares Borba (Editora Renovar).
Curso de Direito Comercial – Franco Martins (Editora Forense).
Curso de Direito Empresarial – Fásio.
Curso de Direito Empresarial – Rubem Requião.
Manual de Direito Empresarial – Wilgges Bruscatto
História do Direito Empresarial
A história do Direito Empresarial tem relação direta com a própria história da humanidade.
O processo de troca denominado escambo, deu origem ao comércio, sistema pelo qual o excedente produzido e não útil era trocado, faltando, contudo a equivalência entre os objetos da permuta.
A falta de equivalência leva à fase de surgimento da moeda. O primeiro sistema de moedas surgiu com a moeda-mercadoria.
Entre tais moedas temos o gado (pecus) e o sal, que deixaram registro em nosso vocabulário através da palavra pecúnia (dinheiro) e salário.
A moeda evoluiu com o uso de metais – cobre, prata, ouro e o papel-moeda. O surgimento da moeda intensificou o comércio e a necessidade de disciplinar a sua prática.
Com a criação da moeda, as relações humanas começam a se “simplificar”. E, sempre que há relação inter grupos, há conflito.
A evolução do Direito Comercial se deu em 3 fases :
1ª fase – Séc. XII ao séc. XVIII – período subjetivo-corporativista.
 Surgimento das Corporações de Ofício, que eram organizações que agregavam profissionais – alfaiates, ferreiros, artesãos, carpinteiros, ourives etc.
2ª fase – Século XVIII – período objetivo dos atos de comércio.
Com o advento da burguesia e do liberalismo caem as corporações.
A Revolução Francesa representou a ascensão da classe burguesa e a derrocada dos mercadores e das corporações.
O marco se dá através do Código Napoleônico de 1807, que disciplina os atos de comércio.
3ª fase – A Teoria da Empresa
Em 1942 ocorre a unificação das matérias civil, trabalhista e comercial, com a elaboração do Código Italiano, que deixou de lado a figura tradicional do comerciante e passou a definir quem era Empresário.
O vigente Código Civil – Lei 10.406/02 reuniu em um só corpo legislativo as obrigações civis e comerciais.
Conceito de comerciante e empresário
Conceito de comerciante: toda pessoa natural ou jurídica que pratica (va) os atos tidos de comércio (circulação de produtos, serviços e riquezas, bem como aqueles atos dos quais a estes a lei equiparar), de forma profissional (com habitualidade e repetitividade), em nome próprio, com finalidade de auferir lucros, não estando ele proibido ou impedido, por lei, de fazê-lo (estrangeiros ilegalmente no país, servidores públicos, militares...).
Este conceito foi aplicado no Brasil até a entrada em vigor do novo Código Civil, quando então passou-se a adotar a Teoria da Empresa prevista no art. 966, CC.
Atos de comércio (teorias)
Durante a Teoria do Comerciante, o Direito Comercial passou por sucessivas fases de aplicação. Originalmente, o mesmo se aplicava àquele que atendia ao conceito de comerciante; posteriormente, tal aplicação passou a observar o conceito de ato de comércio, quando o então Código Comercial teve aplicabilidade para todo e qualquer um que praticasse esses atos; finalmente, num terceiro momento, o Direito Comercial passou a ter aplicabilidade pela conjugação dos dois elementos: conceito de comerciante praticando ato de comércio.
Com a entrada em vigor do novo Código Civil, abandonamos a Teoria do comércio/comerciante e adotamos, desde então, a Teoria da empresa/empresário, conceito este previsto no art. 966, CC.
Empresa no Código Civil
Destaque-se que por tal dispositivo temos que empresa é atividade complexa, economicamente organizada e que, portanto, não é sujeito de direito, sendo o empresário (sujeito de direito) quem a move, quem a exerce e responde pela mesma.
A empresa condensa dentro dela três elementos: os insumos (recursos), o trabalho e o conhecimento. Destaque-se, também, que na forma prevista no parágrafo único do art. 966, CC, atividades artísticas, culturais, literárias e científicas isoladamente não configuram atividade empresária.
LIVRO II
Do Direito de Empresa
TÍTULO I
Do Empresário
CAPÍTULO I
Da Caracterização e da Inscrição
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
Registro e sua natureza
Empresário: possui natureza declaratória. O registro se fez na Junta Comercial.
Sociedade: possui natureza constitutiva. O registro se faz no RCPJ.
Sociedades vs. Associações (elementos diferenciadores)
A diferença está na finalidade lucrativa. As associações não possuem finalidade lucrativa, logo, por natureza, não possuem finalidade empresarial.
Formação empresarial
Razão social (firma coletiva): formada pelo nome e/ou prenome de um, alguns ou todos os sócios da sociedade. Em estando ausente na continuação de nome empresarial o nome de qualquer dos sócios deve ser incluído o termo “Cia.”, por extenso ou abreviado, obrigatoriamente após a lista de sócios e antes do tipo societário aparente, se este houver.
Denominação: “nome criado” + “área de atuação” + “tipo societário aparente”.
Nome criado: alguns doutrinadores chamam de nome fantasia.
Área de atuação: existência obrigatória pelo Código Civil.
Tipo societário aparente: sempre existe.
As duas tratam da formação das sociedades empresárias.
Firma individual: nome + área de atuação. (Eireli)
Se Eireli, deve conter a partícula EIRELI.
Trata da formação do nome do empresário individual.
Nome empresarial ≠ nome do estabelecimento empresarial => fundo de comércio.
Nome do estabelecimento é aquele usado para a sociedade se apresentar ao mundo externo, para atrair as pessoas ao seu negócio.
Todo e qualquer recurso (positivo) utilizado para promover a sua área chama-se fundo de comércio.
- Recursos presentes no estabelecimento comercial
- Universalidade de direitos
- Universalidade de fato
Exercício:
( R ) Tício e Cia.
( R ) Tício e Cia. Ltda.
( R ) Gato e Cia. Ltda.
( D ) Gato e Cia. Pet Shop Ltda.
( D ) Cia. Gato
( R ) Gato e Cão Ltda.
( F ) Tício Encanador
( D ) Tício Encanador Ltda.
R – razão social
D – denominação
F – firma individual
Livros sociais
Obrigatórios:
Facultativos:
Enquadramento como microempresa (M.E.) ou empresa de pequeno porte (EPP)
São padrões de enquadramento de sociedades.
Uso de sistema integrado (simples): 
Sociedades menores
Podem ser construídos, mas na prática, tem muito pouco uso.
Sociedade em nome coletivo: 
Historicamente esse tipo de sociedade tem origem na Idade Média quando irmãos recebiam, por herança, os negócios do pai falecido. Era uma sociedade essencialmente familiar. 
É o tipo de sociedade em que todos os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais, sendo todos pessoas naturais. Somente pessoas físicas podem integrar o rol de sócio de tal sociedade. 
Podem, pelo contrato social ou alteração contratual (termo aditivo aprovado pela unanimidade dos sócios), limitar entre si (pacto interno) a responsabilidade de cada um, sem, contudo, que tais limites fixados possam ser opostos perante os credores da sociedade.
Nomenclatura: uso de firma (razão social). Ex: Pedro Pereira dos Santos & Cia.
Relativo ao quadro administrativo, só poderá sê-lo quem for sócio, sendo vedado aquele fora do quadro associativo torne-se administrador.
É uma sociedade de pessoas e o artigo 1043 explicita que, enquanto não dissolvida a sociedade não pode haver penhora de quotas por dívidasparticulares de sócios. 
Quando esta sociedade for por prazo determinado, chegada a data de finalização de suas atividades, uma vez que o prazo de duração seja prorrogado ou continuado implicitamente, poderá o credor requerer a liquidação das quotas de seu devedor particular, imediatamente. 
Esta sociedade se dissolve conforme os critérios do artigo 1033 do CC, assim como judicialmente, via falência. No caso de omissões na sua lei específicas utiliza-se a interpretação subsidiária das regras da sociedade simples.
- responsabilidade dos sócios ilimitada e solidária.
- nome empresarial: razão social.
- só pessoas naturais.
- previsão legal: art. 1039 e seguintes, CC.
CAPÍTULO II
Da Sociedade em Nome Coletivo
 Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais.
Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um.
Art. 1.040. A sociedade em nome coletivo se rege pelas normas deste Capítulo e, no que seja omisso, pelas do Capítulo antecedente.
Art. 1.041. O contrato deve mencionar, além das indicações referidas no art. 997, a firma social.
Art. 1.042. A administração da sociedade compete exclusivamente a sócios, sendo o uso da firma, nos limites do contrato, privativo dos que tenham os necessários poderes.
Art. 1.043. O credor particular de sócio não pode, antes de dissolver-se a sociedade, pretender a liquidação da quota do devedor.
Parágrafo único. Poderá fazê-lo quando:
I - a sociedade houver sido prorrogada tacitamente;
II - tendo ocorrido prorrogação contratual, for acolhida judicialmente oposição do credor, levantada no prazo de noventa dias, contado da publicação do ato dilatório.
Art. 1.044. A sociedade se dissolve de pleno direito por qualquer das causas enumeradas no art. 1.033 e, se empresária, também pela declaração da falência.
Sociedade em conta de participação:
Na verdade esta sociedade representa mais um contrato entre partes. Uma das partes oferece um certo negócio respondendo administrativamente por seus atos, enquanto a outra parte irá investir no negócio, tendo responsabilidade somente com o primeiro contratante. Tem, assim, dois tipos de sócios:
a) Ostensivo (empreendedor, administrador). A atividade constitutiva é exercida pelo sócio ostensivo, que se obriga pessoalmente perante terceiros. Pratica todos os atos necessários para tanto, efetivando os negócios com terceiros, em seu próprio nome, adquirindo direitos e assumindo deveres. 
Responsabilidade ilimitada e solidária 
b) Participativo ou Oculto (investidor). Sócio oculto somente se responsabiliza perante o sócio ostensivo.
É um contrato de participação com declaração de vantagens que tem características de Affectio Societatis, tendo em vista que os sócios estão afeitos a suportarem as obrigações sociais.
Esta sociedade não é registrada, portanto não tem personalidade jurídica. O contrato social produz efeito entre os sócios e essa relação pode ser registrada em cartório de notas e documentos, ou seja, prevalecendo o registro somente para com eles. Não há efeitos com relação a terceiros. O contrato social é objeto de cobrança, pela administração do sócio ostensivo e pela contribuição participativa por parte do sócio oculto.
A sociedade terá um patrimônio especial, criado pela contribuição dos sócios ocultos e sócios ostensivos, que responderá pelos negócios sociais. Este patrimônio tem efeito somente à relação negocial entre os sócios. 
Ocorrerá a falência quando o sócio ostensivo estiver em insolvência, haja vista que o próprio é administrador do negócio e responde diretamente e ilimitadamente por todas suas obrigações.
Em regime personalíssimo em que a confiabilidade é a sua base, essa sociedade prima por ser de pessoas, não aceitando a admissão de novos sócios sem consentimento dos demais.
- nome empresarial: prejudicado.
- duração efêmera.
- sociedade não-personificada.
- sócio ostensivo: responde de forma ilimitada e solidária.
- sócio participativo ou oculto: não tem responsabilidade.
- previsão legal: art. 991 e seguintes, CC.
CAPÍTULO II 
Da Sociedade em Conta de Participação
Art. 991. Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentes.
Parágrafo único. Obriga-se perante terceiro tão-somente o sócio ostensivo; e, exclusivamente perante este, o sócio participante, nos termos do contrato social.
Art. 992. A constituição da sociedade em conta de participação independe de qualquer formalidade e pode provar-se por todos os meios de direito.
Art. 993. O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade.
Parágrafo único. Sem prejuízo do direito de fiscalizar a gestão dos negócios sociais, o sócio participante não pode tomar parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros, sob pena de responder solidariamente com este pelas obrigações em que intervier.
Art. 994. A contribuição do sócio participante constitui, com a do sócio ostensivo, patrimônio especial, objeto da conta de participação relativa aos negócios sociais.
§ 1o A especialização patrimonial somente produz efeitos em relação aos sócios.
§ 2o A falência do sócio ostensivo acarreta a dissolução da sociedade e a liquidação da respectiva conta, cujo saldo constituirá crédito quirografário.
§ 3o Falindo o sócio participante, o contrato social fica sujeito às normas que regulam os efeitos da falência nos contratos bilaterais do falido.
Art. 995. Salvo estipulação em contrário, o sócio ostensivo não pode admitir novo sócio sem o consentimento expresso dos demais.
Art. 996. Aplica-se à sociedade em conta de participação, subsidiariamente e no que com ela for compatível, o disposto para a sociedade simples, e a sua liquidação rege-se pelas normas relativas à prestação de contas, na forma da lei processual.
Parágrafo único. Havendo mais de um sócio ostensivo, as respectivas contas serão prestadas e julgadas no mesmo processo.
Sociedade em comandita simples:
Essa sociedade teve uma grande importância no período das grandes navegações (séc. XIV). Os sócios se dividiam em dois grupos: aqueles que financiavam a viagem sem participar da administração e, assim, respondendo limitadamente por prejuízos advindos, e aqueles que administravam a navegação e respondiam diretamente ilimitadamente pelos riscos, em proveito da sociedade. 
É uma sociedade também em desuso tendo que um grupo de sócios respondem ilimitadamente pelas dívidas sociais. Tem personalidade jurídica, é constituída por contrato social, tem preceito intuitu personae. Seu nome é constituído por firma, sendo somente identificado pelo nome dos sócios comanditados, ex: José Queiroz e Cia. É formada por dois tipos de sócios: os comanditados que têm poder diretivo e assim respondem subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. Somente estes sócios podem administradores sendo vedada a outorga administrativa a terceiros; e os comanditários que respondem subsidiariamente limitadamente pelo capital que subscreverem. 
Aplicação subsidiária das normas das sociedades em nome coletivo.
Não haverá a dissolução da sociedade se ausentar o sócio comanditado, segundo o II do art. 1051, o sócio remanescente tem o prazo de 180 dias para constituir um novo sócio administrador (comanditado).
O sócio comanditário poderá realizar negócios se imbuído de procuração específica outorgada pelo comanditado. Caso não tenha responderá ilimitadamente pelos atos, se o credor desconhecia sua qualificação.
- responsabilidade dos sócios:comanditado: limitada e solidária; comanditário: limitada.
- nome empresarial: razão social (comanditado).
- a inclusão do nome de um comanditário na razão social faz com que responda como comanditado.
- previsão legal: art. 1045 e seguintes, CC.
CAPÍTULO III
Da Sociedade em Comandita Simples
Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota.
Parágrafo único. O contrato deve discriminar os comanditados e os comanditários.
Art. 1.046. Aplicam-se à sociedade em comandita simples as normas da sociedade em nome coletivo, no que forem compatíveis com as deste Capítulo.
Parágrafo único. Aos comanditados cabem os mesmos direitos e obrigações dos sócios da sociedade em nome coletivo.
Art. 1.047. Sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da sociedade e de lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditário praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às responsabilidades de sócio comanditado.
Parágrafo único. Pode o comanditário ser constituído procurador da sociedade, para negócio determinado e com poderes especiais.
Art. 1.048. Somente após averbada a modificação do contrato, produz efeito, quanto a terceiros, a diminuição da quota do comanditário, em conseqüência de ter sido reduzido o capital social, sempre sem prejuízo dos credores preexistentes.
Art. 1.049. O sócio comanditário não é obrigado à reposição de lucros recebidos de boa-fé e de acordo com o balanço.
Parágrafo único. Diminuído o capital social por perdas supervenientes, não pode o comanditário receber quaisquer lucros, antes de reintegrado aquele.
Art. 1.050. No caso de morte de sócio comanditário, a sociedade, salvo disposição do contrato, continuará com os seus sucessores, que designarão quem os represente.
Art. 1.051. Dissolve-se de pleno direito a sociedade:
I - por qualquer das causas previstas no art. 1.044;
II - quando por mais de cento e oitenta dias perdurar a falta de uma das categorias de sócio.
Parágrafo único. Na falta de sócio comanditado, os comanditários nomearão administrador provisório para praticar, durante o período referido no inciso II e sem assumir a condição de sócio, os atos de administração.
Capital e indústria (não recebida pelo Código Civil)
A sociedade de capital e indústria prevista nos arts. 317 e seguintes do Código Comercial (CCom) foi abolida do Código Civil. Esse tipo de sociedade era formado por duas espécies de sócios (o sócio capitalista e o de indústria). O primeiro ingressava na sociedade com os fundos necessários e contribuía, efetivamente, para a formação do capital social; tinha responsabilidade ilimitada. O segundo sócio (de indústria) contribuía com seu serviço, mão de obra ou trabalho, não assumindo qualquer responsabilidade pelos atos da sociedade. O art. 1.006 do Código Civil admite a contribuição em serviços nas sociedades simples. O Enunciado nº 206 do CJF autoriza a contribuição em serviços nas sociedades simples propriamente ditas (art. 983, 2ª parte) e cooperativas (art. 1.094, I).
- responsabilidade dos sócios: capitalista: ilimitada e solidária; indústria: não tem.
- nome empresarial: razão social (capitalista).
- sociedade mista.
- previsão legal: não recebida pelo Código Civil (não existe mais).
Sociedade em comandita por ações
São sociedades praticamente em desuso, constituindo-se com elementos que fazem parte das sociedades em comandita simples e outros das sociedades anônimas. É uma sociedade constituída por estatuto social, seu capital social é dividido em ação, e é dividida em dois grupos de sócios: os sócios diretores que têm responsabilidade ilimitada pelas dívidas sociais e os demais acionistas, que não têm cargos diretivos, respondem limitadamente pelas dívidas sociais apenas pelo preço de emissão de suas ações subscritas ou adquiridas. 
Tem dois tipos de sócios: comanditados: sócios diretores com responsabilidade ilimitada e os comanditários: demais acionistas com responsabilidade limitada. Com o advento da Lei 6404/76 o capital social é integralizado totalmente com ações. 
Essa sociedade por adotar tanto firma quanto denominação na sua nomenclatura acrescido do aditivo “comandita por ações”. (art. 1090 CC) 
A sociedade só poderá ser administrada por acionistas (art. 1091 e art. 282 da LSA) que responderá subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade. No caso de houver mais de um diretor estes responderão solidariamente pela administração. (art. 1091, § 1º). É assim vedada a administração a estranhos. 
Quantos as deliberações da assembléia geral só haverá mudanças no objeto social (duração, aumento ou diminuição de capital social, emissão de debêntures) com o consentimento dos sócios diretores 
Seu capital social é formado por ações (ordinárias ou preferenciais) nas conformidades que rezam as normas relativas às da sociedades anônima.
- nome empresarial: razão social (em comandita por ações); denominação (em comandita por ações).
- responsabilidade dos sócios: gerente: limitada e solidária; comanditário: limitada às ações subscritas e/ou integralizadas.
- previsão legal: Lei 6404/76.
- encontra-se em desuso.
CAPÍTULO VI
Da Sociedade em Comandita por Ações
Art. 1.090. A sociedade em comandita por ações tem o capital dividido em ações, regendo-se pelas normas relativas à sociedade anônima, sem prejuízo das modificações constantes deste Capítulo, e opera sob firma ou denominação.
Art. 1.091. Somente o acionista tem qualidade para administrar a sociedade e, como diretor, responde subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade.
§ 1o Se houver mais de um diretor, serão solidariamente responsáveis, depois de esgotados os bens sociais.
§ 2o Os diretores serão nomeados no ato constitutivo da sociedade, sem limitação de tempo, e somente poderão ser destituídos por deliberação de acionistas que representem no mínimo dois terços do capital social.
§ 3o O diretor destituído ou exonerado continua, durante dois anos, responsável pelas obrigações sociais contraídas sob sua administração.
Art. 1.092. A assembléia geral não pode, sem o consentimento dos diretores, mudar o objeto essencial da sociedade, prorrogar-lhe o prazo de duração, aumentar ou diminuir o capital social, criar debêntures, ou partes beneficiárias.
Simulado:
Tício procura seu escritório narrando a seguinte situação: que é sócio da sociedade Abuguruçuamã Produções Artísticas Ltda.; que a referida sociedade teve sua constituição na data de 12 de fevereiro próximo passado; que juntamente com ele fazem parte da sociedade Mévio e Madalena; que todos os sócios trabalham com shows de mágica e como palhaço em animações de festas; que cada um presta o serviço em nome próprio usando a sociedade para efeitos tributários. Por nada entender sobre o assunto lhe roga para que, na condição de advogado, o esclareça nos questionamentos que seguem:
Onde a sociedade em tela tem seu registro realizado? Por não ser uma sociedade empresária (não estar enquadrada no art. 966, CC), o registro deverá ser feito no Registro Civil de Pessoas Jurídicas (RCPJ).
Qual a natureza do seu registro? A natureza é constitutiva, pois cria uma pessoa jurídica, sujeito de direito.
Por qual regra é constituído o nome empresarial no caso em tela? Denominação.
Assumindo-se que a sociedade em tela tem uma dívida de elevado valor com uma em conta de participação, credora, pode esta última promover, em nome próprio, ação de cobrança contra a devedora? Explique. Não, pois na sociedade em conta de participação é uma sociedade não-personificada e de duração efêmera, e quem responde (de maneira ilimitada e solidária) é o sócio ostensivo (art. 991, CC).
O que diferencia a sociedade em tela de uma associação? O que os diferencia é a finalidade lucrativa. A associaçãonão possui fins lucrativos, diferente das sociedades.
Se Tício comprasse refrigeradores (condicionadores) de ar para uso da sociedade em tela, caracterizaria fundo de comércio? Sim. Todo e qualquer recurso (positivo) utilizado para promover a sua área chama-se fundo de comércio (universalidade de fato).
Sociedade comum 
É uma sociedade não personificada. Seus sócios respondem solidariamente, ilimitadamente pelas dívidas sociais. Isto quer dizer que, diante da falta de personalidade, não há como buscar a autonomia de responsabilidade para com a própria sociedade. Os sócios, assim, responderão diretamente pelos atos constituídos em seu benefício. Seus sócios ainda têm responsabilidade solidária, entre si, pelas dívidas sociais, ou seja, não importa que administrou a negociação, os demais serão solidários pelos atos. É a comunhão patrimonial e jurídica da sociedade e de seus sócios, tornando-se um “sujeito de direitos”.
Além da regras específicas dos arts. 986 a 990 do Código Civil, esta sociedade rege-se supletivamente às regras da sociedade simples (art. 997 e seguintes do CC) 
Compreende dois tipos de sociedades: 
a) sociedade de fato – é aquela sociedade em que respeita todos os requisitos para registro, mas preferem viver à mercê da lei. Os sócios não têm interesse de registrá-la, por isto vivem à mercê da lei. 
b) sociedade irregular – são sociedades que não podem ser registradas ou perderam o direito de registro por faltar alguns dos requisitos prevalentes à validade do contrato. Estas sociedades não se confundem com as sociedades formadas para obtenção de atos ilícitos que, na verdade são tão somente quadrilhas organizadas ou não.
Como o contrato não é registrado a sociedade, perante terceiros, é provada por qualquer meio, os estranhos poderão provar sua existência de qualquer modo. Já entre os sócios, a prova de sua existência é a criação de contrato escrito, mas que não é registrado (art. 986 CC), a sociedade, assim, se provará nas questões entre sócios por contrato escrito.
Os bens declarados no contrato e os débitos constituem patrimônio especial, cujos titulares comuns são os sócios. Os sócios participam de forma igualitária com os lucros e as despesas, tendo responsabilidade ilimitada pelas dívidas sociais.
Os bens considerados da sociedade respondem pelas obrigações assumidas por qualquer dos sócios gestores, salvo cláusula que contenha limitação de poderes devidamente reconhecida pelo terceiro alheio à sociedades que é seu credor.
Ex: Se João e Jorge são sócios de um “ferro velho” não registrado e o primeiro compra mercadorias de Pedro, tanto Jorge quanto João responderão pelo pagamento da dívida. Jorge somente conseguirá se eximir se comprovar que Pedro conhecia de cláusula limitativas no contrato social.
A responsabilidade dos sócios é solidária e ilimitada pelos débitos das sociedades haja vista que não existe contrato registrado. Os sócios poderão, no entanto reclamar responsabilidade subsidiária (ou benefício de ordem) se o contrato social prevalecer que as dívidas sociais serão respondidas primeiras com o patrimônio da sociedade.
- art. 986 e seguintes, CC.
- não-personificada.
- os sócios respondem de forma ilimitada e solidária.
- não tem nome empresarial.
- não pode ser pólo em ação.
- tem caráter de temporariedade.
SUBTÍTULO I
Da Sociedade Não Personificada
CAPÍTULO I
Da Sociedade em Comum
Art. 986. Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por ações em organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que com ele forem compatíveis, as normas da sociedade simples.
Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito podem provar a existência da sociedade, mas os terceiros podem prová-la de qualquer modo.
Art. 988. Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum.
Art. 989. Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer.
Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade.
Sociedade cooperativa: artigos 1.093 a 1.096 e Lei n. 5.764/71.
É uma sociedade de pessoas, que tem capital variável, que, diante a cooperação de todos os seus sócios, buscam um propósito econômico. 
As cooperativas são sociedades de pessoas, simples que, independente de seu objeto é de natureza civil, devendo entretanto serem registradas nas Juntas Comerciais. 
Por não serem empresárias não são sujeitas à Lei de falências (art. 2º da Lei 11.101/05), mas são liquidadas judicialmente. 
a) Características 
As cooperativas distinguem-se das demais sociedades pelas seguintes características: 
- variabilidade, ou dispensa do Capital Social; 
- concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a administração da sociedade, sem limitação de número máximo; 
- limitação do valor da soma de quotas do Capital Social que cada sócio poderá tomar; 
- intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à sociedade, ainda que por herança; 
- quorum, para a assembléia geral funcionar e deliberar, fundado no número de sócios presentes à reunião, e não no capital social representado; 
- direito de cada sócio a um só voto nas deliberações tenha ou não capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação;
- distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das operações efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuído juro fixo ao capital realizado; 
- indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso de dissolução da sociedade. 
b) Nomenclatura - pode ser utilizada a figura da denominação com a expressão cooperativa (art. 5º da Lei 5.764/71). 
c) Constituição - Aprovados os atos de constituição pelo órgão que a cooperativa está subordinada, quando serão remetidos para análise num prazo de trinta dias, os documentos registrados na Junta Comercial. 
d) Responsabilidade dos Sócios - Segundo o art. 1.095 do Código Civil a responsabilidade dos sócios será subsidiária podendo sê-la tanto limitada quanto ilimitada.
Segundo o art. 1.095, o sócio de cooperativa de responsabilidade limitada responde não mais pela parcela de sua contribuição ao capital social, correspondente às quotas por ele integralizadas, mas também pelos prejuízos porventura verificados, na proporção das operações que tiver realizado
CAPÍTULO VII
Da Sociedade Cooperativa
Art. 1.093. A sociedade cooperativa reger-se-á pelo disposto no presente Capítulo, ressalvada a legislação especial.
Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa:
I - variabilidade, ou dispensa do capital social;
II - concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a administração da sociedade, sem limitação de número máximo;
III - limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio poderá tomar;
IV - intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à sociedade, ainda que por herança;
V - quorum, para a assembléia geral funcionar e deliberar, fundado no número de sócios presentes à reunião, e não no capital social representado;
VI - direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação;
VII - distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das operações efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuído juro fixo ao capital realizado;
VIII - indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso de dissolução da sociedade.
Art. 1.095. Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode ser limitada ou ilimitada.
§ 1o É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio respondesomente pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas operações sociais, guardada a proporção de sua participação nas mesmas operações.
§ 2o É ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais.
Art. 1.096. No que a lei for omissa, aplicam-se as disposições referentes à sociedade simples, resguardadas as características estabelecidas no art. 1.094.
Da Transformação, da Incorporação, da Fusão e da Cisão das Sociedades
Transformação (arts. 1113 e seguintes, CC e art. 220 da Lei 6404/76)
Transformação é a modificação de um tipo societário em outro (de sociedade limitada para sociedade anônima, por exemplo, (ou vice-versa)). Trata-se de uma reorganização empresarial que não acarreta dissolução da companhia.
Fusão (arts. 1119 e seguintes, CC e art. 228 da Lei 6404/76)
Fusão é o ato pelo qual duas ou mais sociedades se unem para formar uma nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações. As sociedades participantes desaparecem para originar uma nova.
De acordo com art. 223 da Lei 9404/76, a fusão pode ser operada entre sociedades de tipos iguais ou diferentes.
Cisão (sem correspondente no CC, art. 229 da Lei 6404/76)
Cisão é a operação pela qual uma companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades preexistentes ou constituídas especialmente para esse fim, extinguindo-se a sociedade cindida, se todo o patrimônio for vertido à nova companhia (cisão total), ou repartindo-se o capital, se a versão for parcial.
Incorporação (arts. 1116 e seguintes, CC e art. 227 da Lei 6404/76)
Incorporação é o instituto pelo qual uma ou várias sociedades (chamada de incorporada) são absorvidas por outra (chamada de incorporadora), que as sucede em todos os direitos e obrigações.
A incorporação não extingue a sociedade incorporadora. A incorporada extingue-se sem liquidação. Não há a criação de uma nova sociedade.
Dissolução societária
Arts. 1033 e 1034, CC e art. 206, I e II da Lei 6404/76)

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