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A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
INSTITUTO DE APOIO E DESENVOLVIMENTO
EMPRESARIAL E EDUCACIONAL
ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR INTEGRADORA 
A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Suely Helena Faria Gonçalves
CASTELO / ES
Junho 2017
SUELY HELENA FARIA GONÇALVES
ALUNA DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR INTEGRADORA
A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Trabalho monográfico de conclusão do Curso de Especialização em Gestão Escolar Integradora (TCC), apresentado à UCB como requisito parcial para a obtenção do titulo de especialista em Gestão Escolar Integradora (SOI), sob a orientação do Prof. Gonçalo Batista Oliveira Filho.
Castelo / ES
Junho 2017
 
Dedico este trabalho a minha irmã Sonia, as minhas amigas e companheiras de jornada Ceiça e Cris que sempre me incentivaram em todos os momentos com muita compreensão. 
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por ter me iluminado e dado forças para concluir mais uma etapa da minha jornada em busca de novos conhecimentos. E por ter colocado em meu caminho pessoas para me incentivar a seguir em frente sem olhar para as dificuldades. 
RESUMO
 O presente trabalho foi realizado com o objetivo de analisar a Avaliação da Aprendizagem na perspectiva do professor de 1ª a 4ª série, onde utilizamos como metodologia uma abordagem qualitativa, através da aplicação de questionário em que os sujeitos envolvidos foram professoras, que contribuíram respondendo ao questionário dando seus depoimentos à cerca da Avaliação da Aprendizagem. Com isso, percebeu-se que a avaliação se dá de forma autoritária porque classifica os alunos fazendo uma seleção dos que podem ser aprovados para prosseguir nas séries seguintes. Portanto, concluiu-se que o trabalho de pesquisa foi significante à medida que nos possibilitou conhecer a partir dos resultados que se obteve de que a avaliação desempenha uma função classificatória e autoritária, em que a maioria dos alunos estão preocupados mais com a nota da prova para passar de ano do que com a aprendizagem que é mais significativa para eles. Para tanto, é necessário que a escola trabalhe a avaliação da aprendizagem, não somente no sentido de aprovar ou reprovar, mas de contribuir com o educando em seu conhecimento para que ele possa sempre estar modificando sua maneira de analisar e observar melhor os acontecimentos que estão ao seu redor para com isso tomar suas próprias decisões adquirindo assim sua autonomia.
Sendo a avaliação uma ação decorrente do processo de ensino e aprendizagem, torna-se relevante levantar a seguinte problemática: Como, atualmente, a prática avaliativa vem sendo contemplada e instituída nas escolas públicas, de 1a a 4a série, para que o ensino e aprendizagem ganhem patamares de eficiência e de qualidade?
PALAVRAS-CHAVE: Avaliação, Aprendizagem, Aprovar, Reprovar, Conhecimento.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 07
OBJETIVOS ............................................................................................................. 10
REVISÃO BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 11
METODOLOGIA ...................................................................................................... 21 
ANÁLISE E DISCURSÕES ...................................................................................... 23
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 25
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 27
 
 
 ANEXOS ................................................................................................................. 30
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INTRODUÇÃO
 	
A partir do que foi proposto no projeto de pesquisa, percebe-se que a temática avaliação é recorrente em estudos, seminários e debates pedagógicos, justamente por ser a avaliação uma tarefa necessária do ato de ensinar, já que é por meio dessa ação ser possível conhecer o patamar de desenvolvimento de seu aluno e assim, traçar metas de melhoria na qualidade do ensino e aprendizagem, sanando eventuais problemas de cunho pedagógico.
 Condizente com essa expectativa ocorre à necessidade de uma pesquisa “in loco” para se obter com clareza as respostas a esse questionamento. Dado tudo isso, torna-se relevante estudar tal assunto e suas configurações para a promoção de um debate aberto e sistemático acerca da avaliação e seus pontos de divergências e congruências na atual conjuntura do ensino.
 É nessa perspectiva que o professor de 1a a 4a série deve direcionar o processo avaliatório, uma ação que auxilia no desenvolvimento dos seus discentes, dando saltos de qualidade. Porém, em verdade, o que se nota é que em grande parte, os docentes utilizam os instrumentos avaliativos como classificação; mede-se a capacidade e/ou habilidade do sujeito por notas e conceitos estáticos, que não oportunizam uma reflexão consciente sobre o processo de avaliação e seu impacto na aprendizagem significativa.
Esse tipo de “avaliação” ignora o momento de produção, a subjetividade e o nível de desenvolvimento de cada aluno, como se todos pudessem ser contemplados e avaliados sob a mesma análise, é por conta disso que, muitos alunos, recriminam o processo avaliatório, afirmando que o mesmo simboliza “medo” e “ineficiência”.
Dado esse cenário da prática escolar, torna-se mais do que relevante “desafiar” esse tema, sob a forma de um considerável estudo, para que além de diagnosticar a realidade da prática de avaliação, inferir com alternativas e análises acerca da avaliação ideal que deva habilitar as salas de aula.
Tal questão será promovida de forma eficiente, se houver uma relação analítica da prática vislumbrada nas escolas do município escolhido para a pesquisa, com a teoria, cujas idéias incorporam uma avaliação preocupada principalmente, com a qualidade. Uma avaliação, ou instrumentos avaliativos, que oportunize discussões, debates e estudos do assunto estudado com a realidade social, suscitando a importância, causa e finalidade desse mesmo assunto.
Essa realidade buscada e estudada pelo projetoincorpora o estudo “Avaliação Escolar” que irá diagnosticar a prática de avaliação instituída nas escolas por meio de observações, questionários e estudos teóricos, ressignificando a importância dessa ação educativa no processo de ensino-aprendizagem. 
Logo, a partir de pesquisas bibliográficas, baseada em HOFFMANN (1994 – 1996), VASCONCELOS (1995) e DEPRESBITERIS (1989), pôde-se conceituar a avaliação como uma prática inerente ao contexto escolar. Para HOFFMANN (1996), a avaliação é contemplada como uma reflexão transformada em ação, emancipando-se conhecimentos.
Com essa coleta de dados bibliográficos, dimensionados pelo viés analítico e reflexivo, evidencia-se uma necessidade de investigar as ações avaliatórias instauradas nas escolas, tornando o ato de avaliar um ato de reflexão.
E, dessa forma, tal estudo fomentará uma pesquisa sistemática que oportunizará aos professores uma ressignificação quanto aos conceitos, à relevância e à eficiência de uma avaliação pautada na qualidade. 
A pesquisa, estruturada, se dará por entrevista junto a quatro docentes, de 1ª a 4ª série, priorizando-se o tempo de atuação desses profissionais para assim conhecer a realidade avaliativa incorporada ao cotidiano dos docentes frente ao processo de ensino aprendizagem.
OBJETIVOS:
- Diagnosticar a prática de avaliação instituída nas escolas por meio de observações, questionários e estudos teóricos, ressignificando a importância dessa ação educativa no processo de ensino e aprendizagem;
- Rever aspectos teóricos referentes à avaliação; concepção e relevância, a fim de dimensionar o caráter avaliativo;
- Contrastar referências teóricas com a prática vislumbrada em sala de aula sobre o referido tema;
- Ressemantizar a ação avaliativa por meio de discussões e análises, indicando posturas e alternativas para a eficiência da aprendizagem.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A partir do que incide a Lei de Diretrizes e Bases (2001), aprovada em 1996, sobre a avaliação, em seu artigo 24, parágrafo V, nota-se que a mesma passa a ser concebida como um processo cumulativo e contínuo, o qual destaca os aspectos qualitativos sobre os quantitativos, possibilitando aos educandos pleno desenvolvimento social, cognitivo e afetivo. 
Essa tão buscada realidade incorpora o estudo “Avaliação Escolar”, que irá diagnosticar a prática de avaliação instituída por meio de observações, questionários e estudos teóricos, ressignificando a importância dessa ação educativa no processo de ensino-aprendizagem. 
Assim, embasado por perspectivas legais, a ação avaliativa deve oportunizar a todos, democraticamente, uma aprendizagem qualitativa, que se orienta por aspectos reflexivos e dinâmicos, sendo a avaliação uma ação decorrente do processo de ensino e aprendizagem.
Diante dessa afirmação, torna-se relevante buscar, em diferentes teóricos, uma análise mais criteriosa e ao mesmo tempo densa sobre conceitos e implicações da ação avaliativa frente aos indivíduos e o contexto escolar e social. 
Sob esse ângulo, HOFFMANN (1996) analisa a tarefa de avaliar, considerando seu caráter reflexivo e questionativo que exige como mesmo inflama a autora uma “(...) reflexão permanente do educador sobre sua realidade e acompanhamento, passo a passo, do educando na sua trajetória de construção do conhecimento” (HOFFMANN, 1996, p. 18).
Ainda, segundo VASCONCELLOS (1995):
... a avaliação escolar é, antes de tudo, uma questão política (...) não há espaço para a neutralidade. (...) Se não sabemos para onde queremos ir, como podemos avaliar se estamos indo bem ou não? (...). A avaliação escolar está relacionada a uma concepção de homem, de sociedade (que tipo de homem e de sociedade queremos formar). (p.45-46). 
O autor citado acima admite, porém, que, na realidade, “a avaliação é hoje o instrumento de controle oficial, o selo do sistema, o respaldo legal para a reprovação/aprovação, para o certificado, para o diploma, para a matrícula, etc.” (VASCONCELOS, 1995, p. 21), o que permite um questionamento sempre crescente sobre as várias modalidades de avaliação que estão intrinsecamente ligadas à medição de notas e valores estáticos condizentes a vestibulares, concursos e outros.
Ora, retomando HOFFMANN (1996, p. 20), a autora afirma que “avaliar é dinamizar oportunidades de ação-reflexão, num acompanhamento permanente do professor que incitará o aluno a novas questões a partir de respostas formuladas”
É esse dinamismo, presente no ato de avaliar, que deve estar presente no conceito e na prática de avaliação, promovendo uma melhoria no nível da aprendizagem. Avaliar de maneira crítica e reflexiva, criando instrumentos de análise e autonomia, deve ser um compromisso de educadores que sonham com uma vida melhor e uma sociedade mais humana.
Contudo, o que ainda se vê, em muitos contextos escolares, é que a avaliação continua a ser vista como um “mito”, que gera medo e angústia nos alunos, visto que muitos professores assumem a avaliação como uma postura “punitiva” e autoritária, sem levar em conta as diferenças de aprendizagem e desenvolvimento de cada indivíduo. De acordo com SANT’ANNA (1995 p. 14):
(...) as diferenças individuais se fazem presentes e se faz necessário averiguar em que extensão cada indivíduo atingiu o objetivo estabelecido no início do planejamento, tendo-se por parâmetro o próprio indivíduo. 
Esse conceito deve fazer parte de um ensino reflexivo, que permita a instrumentalização do aluno para a vida cotidiana. Ainda segundo HOFFMANN (1996, p. 41):
(...) o autoritarismo da avaliação emerge, assim, do próprio planejamento do ensino que se efetiva (da pré-escola à universidade) sem a reflexão necessária sobre o significado das propostas pedagógicas desenvolvidas (...).
Esse parecer da autora revela que a avaliação é necessária e importante em vista dos critérios de entendimento e da reflexão que propiciam uma aprendizagem significativa, que permite análises, debates, discussões, construções de problemas, nos quais o aluno possa reavaliar respostas e construir seus conhecimentos necessários para uma participação ativa e crítica na sociedade onde está inserido. 
Esse tipo de avaliação, é que, promoverá um comprometimento maior do professor com a práxis pedagógica, mediando assim, a aprendizagem o que segundo HOFMANN (1994, p.191) “(...) se desenvolve em benefício ao educando e dá-se fundamentalmente pela proximidade entre quem educa e quem é educado”.
Desta forma, percebe-se que o professor que media essa avaliação deixa de contemplar seu aluno simplesmente pelas notas e conceitos estereotipados, mas acompanha-o dia-a-dia, observando e considerando os momentos de aprendizagem. Ambos, juntos no processo, passam a rever os conceitos, as regras, as ideologias e afirmações que até então condizem com a realidade e com a sociedade.
Neste contexto, a avaliação mediadora torna-se fundamental, enquanto instrumento de aprendizagem, para ressignificar o ensino dando-lhe qualidade e ferramentas necessárias para lutar por caminhos justos que amenizem as desigualdades sociais, afinal, a educação só tem sentido quando tem sentido para aquele que se apropria dela.
Não se está contradizendo a importância e a relevância da avaliação no processo do ensino e da aprendizagem, mas o seu poder de redimensionar conteúdos de forma crítica ou evidenciar a aprendizagem, como uma ação árdua e puramente metódica.
De acordo com essa perspectiva, MENEGOLLA (1994), afirma que a avaliação deve ser encarada como um momento educativo, no qual grandes e profundas aprendizagens acontecem, mas o que se percebe, é que os momentos de avaliação se reduzem a provas descontextualizadas, na maioria das vezes, que prejudicam o entendimento dos conteúdos, criando nos alunos as constantes dúvidas sobre os objetivos a serem alcançados e se alcançarão ou não a nota necessária e o conceito estipulado pelo professor. Esse fato traz à tona a preocupação com os valores qualitativos e não com os questionamentosque deveriam suscitar o ensino-aprendizagem. 
Essa prática, na verdade, afasta, conforme já enfatizado anteriormente, os conteúdos da realidade social e das relações sociais do aluno, que, na prática de aprendizagem, deve expor sua capacidade de raciocinar e criar histórias, seu modo de entender e de viver.
Ora, desta forma, segundo MENEGOLLA (1994, p. 31):
(...) a avaliação se tornará libertadora se as pessoas se conscientizarem da importância e da necessidade de desencadear sempre melhor o seu processo de crescimento e desenvolvimento (...).
Logo, faz-se relevante destacar que o grande ideal da educação é formar indivíduos que estão na escola para a vida, de maneira crítica, tendo plenos conhecimentos dos seus direitos e deveres na área política, social e econômica, como mesmo prega a Constituição Brasileira de 1988.
Assim, cabe ao professor, “(...) redimensionar a sua intervenção no processo de ensino e rever metodologias alternativas de trabalho, (...)” CASTRO (1997, p.67), o que possibilitará uma mudança de postura do profissional da área pedagógica perante os ideais de avaliação, superando momentos unívocos de atividades e passando, assim, a inteirar-se das situações de sala de aula. Eis que o planejamento se faz necessário, reformulando objetivos e reanálises de recursos e metodologias.
É cada vez mais necessário esse debate sobre a avaliação e suas metodologias, suas reformulações, pois percebe-se que os professores, principalmente das séries iniciais, vivem uma problemática quanto ao processo de avaliação, pois se por um lado precisam estar adequados ao sistema, por outro existe a necessidade de conhecimento dos seus alunos o que lhe propicia criar novos modelos avaliativos que permita a garantia de aprendizagem eficiente.
Sobre essa questão, VASCONCELOS (1995, p. 33-34) diz que o professor:
(...) participa de um processo de alienação imposta a todo cidadão, uma vez que não domina mais nem o processo, nem o produto do próprio trabalho. Esta submetido a hierarquia do sistema educacional (...) usando a avaliação como instrumento de controle.
		
A partir desse enfoque percebe-se que os professores, principalmente das séries iniciais, vivem uma problemática quanto ao processo de avaliação; por um lado têm que está adequado ao sistema, por outro existe a necessidade de conhecimento dos seus alunos, criar modelo de avaliação e garantir uma aprendizagem eficiente.
BENCINI (2000, p.18), diz que:
(...) o questionamento será sempre o mesmo: como o professor (ou a escola) tem avaliado o aluno no processo ensino-aprendizagem? Como fazer para afastar do aluno o medo das avaliações assustadoras, seladas, responsáveis pelo alto índice de defasagem, de repetência e de evasão?
São várias as reflexões que se pode fazer quando se têm essas perguntas, contudo, a avaliação só terá sentido se proporcionar a todos, professores e alunos, uma disposição em querer aprender, reavaliando, sempre, os conteúdos e temas que afloram na vida diária de ambos.
Logo, para MENEGOLLA (1994, p. 12), a avaliação é um momento educativo de grandes e densas aprendizagens pessoais “(...) pensar em avaliação é (...) pensar em educação, em aprendizagem, em crescimento, em desenvolvimento e conhecimento pessoal, como se fosse um trabalho de autodescoberta”.
Avaliar, então, requer envolvimento de professores e alunos em tarefas plurívocas, que exploram conhecimentos críticos, reflexivos e dinâmicos, envolvendo situações reais sob várias perspectivas a fim de que a educação, em seus diferentes aspectos, seja, verdadeiramente, uma ação de autodescoberta.
A partir do momento que o docente trabalha um conteúdo com diferentes atividades, ele possibilita aos seus educandos um conhecimento substancial sobre o assunto estudo, estabelecendo relações, paradigmas e perspectivas entre o assunto, a realidade e os outros conteúdos já assimilados. Além do que, avalia o aluno no olhar multidimensional, em suas habilidades e competências.
SILVA (2003, p.32) citado por PELLEGRINI afirma que a avaliação tem de ser processual e contínua, contemplando as diferenças individuais de aprendizagem para que, democraticamente, todos desenvolvam suas potencialidades. Para ele, ainda, “(...) os instrumentos utilizados devem ter coerência com a prática diária (...) cada conteúdo ou matéria exige uma forma diferente de ensinar e também de avaliar”.
Os instrumentos avaliatórios devem-se emancipar do discurso classificatório, tratando da linguagem oral, escrita, do raciocínio lógico, dos valores sociais, afetivos e culturais de forma a assegurar uma avaliação mediadora e libertária.
Essa realidade só acontecerá se o professor construir instrumentos avaliatórios que contemplem o aluno na sua totalidade, bem como sua vida prática. Como se sabe, o cotidiano atual manipula inúmeros discursos ao mesmo tempo exigindo o indivíduo mais criativo, crítico e reflexivo, capaz de problematizar situações e elencar alternativas para solução de determinados problemas que assolam o contexto social. Se a escola deve preparar o indivíduo para a vida, então, deve inserir em sua perspectiva avaliatória, elementos que permitem a análise da realidade, construindo novos olhares para entendê-la e reformulá-la.
MENEGOLLA (1994, p. 15) completa esse parecer, afirmando que:
A avaliação pode ser considerada educativa quando ajuda a pessoa a descobrir suas deficiências e aptidões, suas habilidades e tendências; quando pode apresentar suas possibilidades e preveni-la sobre seus prováveis problemas futuros a fim de que tenha condições de enfrentá-los com coragem, altivez e sabedoria.
Com isso, o trabalho pedagógico deve ressignificar os conteúdos por meios reais e efetivos de aprendizagem, como o uso de debates, seminários, auto-avaliação, análise de situações – problema, pesquisas, gincanas, provas dissertativas etc., garantindo adequação do assunto a ser estudado com a realidade da turma e da sociedade. Assim, fomenta-se uma avaliação comprometida com a qualidade e com o desenvolvimento individual do aluno, bem como do grupo da sala de aula.
Os seminários e debates configuram o trabalho com a linguagem oral, com a pesquisa, redimensionando estratégias pedagógicas e assuntos que são mostrados e “idealizados” pela mídia e pela sociedade de modo geral. Após essas tarefas, torna-se essencial delimitar produções textuais sob a forma de relatório e de análises sobre os objetivos previstos e conseguidos, bem como os conhecimentos apreendidos.
A auto-avaliação, feita oral e escrita, fomentam uma análise profunda sobre as perspectivas de aprendizagens, aptidões pessoas e eficiências do processo do ensino enfrentando abertamente, limitações e a necessidade de rever aspectos do conteúdo. 
Essa atividade, que deve estar presente em vários momentos da sala de aula, aproxima o aluno, do professor, em um hemisfério de confiança, liberdade, ao mesmo tempo em que avalia seu próprio desempenho, percebendo o valor da aprendizagem para a sua vida diária, como enfatiza a avaliação mediadora.
“A ação avaliativa mediadora se desenvolve em benefício ao educando e dá-se fundamentalmente pela proximidade entre quem educa e quem é educado”. (HOFFMANN, 1994, p. 191). É essa relação que irá possibilitar a troca de conhecimentos configurando, objetivos, metodologias e meios de avaliação, necessários ao crescimento de ambos.
As análises de situações-problema configuram-se como eventos especiais para se dimensionar assuntos e a realidade, oportunizando a construção de ideias e discursos incisivos acerca do cotidiano, capaz de amenizar a alienação, a dominação e a desigualdade presentes nos cenários sociais. Para a professora Roberta Rodrigues (2003, p. 31) citada por PELLEGRINI, ensinar a ler, escrever, resolver problemas, ter uma visão crítica de mundo é muito melhor do que, simplesmente, dar nota para aprovar ou reprovar, o que não garante significado para a aprendizagem.
A avaliação mediadora, também fomenta o trabalho em grupo de forma solidária e reflexiva,respeitando e pensamento do outro, discutindo questões práticas e reflexivas a fim de que se construam novos pareceres e ideais do conteúdo analisado e seu reflexo imediato no cotidiano. 
 Essa análise em conjunto desenvolve a socialização, relacionando aspectos da individualidade com aspectos coletivos, mediando consideravelmente, o conhecimento entre o sujeito e todo um grupo social, pois:
O processo de ensino e aprender é um processo cooperativo e participativo entre toda a comunidade escolar (...) o ato de ensinar deve ser uma ação envolvente que requer um agir conjunto na organização e estruturação das melhores e mais eficazes condições externas para promover as mais profundas, reais e eficazes aprendizagens. (MENEGOLLA, 1994, p. 47).
Dessa maneira, conceber a avaliação como uma ação que media a aprendizagem com a vida real, libertando os indivíduos de um ensino autoritário, descontextualizado e classificatório. Por meio de instrumentos eficazes de avaliação, é possível transformar o universo de sala de aula em um lugar de construção, de emancipação, de solidariedade e de reflexão, oportunizando uma aprendizagem significativa, necessária e desafiadora com momentos de imensuráveis “descobertas”.
METODOLOGIA
A pesquisa da temática “Avaliação Escolar”, será desenvolvida mediante uma intrínseca relação entre a teoria e a prática articulada por professores e pedagogos da rede pública estadual, do ensino fundamental, de 1ª a 4ª série.
A partir de pesquisa bibliográfica, baseada em HOFFMANN (1994 –1996), VASCONCELOS (1995) e DEPRESBITERIS (1989), pôde-se conceituar avaliação como uma prática inerente ao contexto escolar. Para HOFFMANN, a avaliação é contemplada como uma reflexão transformadora em ação, emancipando conhecimentos.
A autora citada acima configurou-se como base para a problematização do tema por meio de estudos, fichamentos e análises das seguintes obras: “Avaliação: mito e desafio, uma perspectiva construtivista” (1996) e “Avaliação mediadora” (1994), que possibilitaram uma reflexão sobre o sentido e importância da avaliação e seus instrumentos avaliativos, no contexto da sala de aula, em sua relação professor / aluno / mundo.
Os outros autores utilizados corroboram o discurso proferido nas obras de HOFFMANN (1996) emancipando, magistralmente, a pesquisa. A avaliação no olhar desses autores deve perpassar à realidade do aluno, fazendo-o pensar sobre ela, discutindo, analisando e configurando novas posturas de ideias e atitudes.
Com essa coleta de dados bibliográficos, dimensionados pelo viés analítico e reflexivo, evidencia-se uma necessidade de investigar as ações avaliatórias instauradas nas escolas.
Dessa forma, a relação entre teoria e prática escolar possibilitará uma comparação com o que problematiza HOFFMANN (1996) e VASCONCELOS (1995), tornando a avaliação um ato reflexivo, com a realidade ainda experimentada, com vestígios de autoritarismo e ineficiência.
Logo, tal estudo fomentará uma pesquisa sistemática que oportunizará aos professores uma ressignificância quanto aos conceitos, a relevância e a eficiência de uma avaliação pautada na qualidade e não, simplesmente, na quantidade de números e valores metódicos e estáticos. 
O caráter dedutivo permeará, então, o corpus da pesquisa, tanto em seu processo de estudo, reflexão e redação final para que o trabalho possa inflamar olhares e marcas na avaliação escolar e, consideravelmente, no contexto escolar, responsável pela emancipação de ideias no cenário social.
	
ANÁLISE E DISCUSSÕES
Atualmente, a prática avaliativa nas escolas está sendo praticada de forma classificatória, quantitativa através de notas obtidas nas provas.
Os professores continuam a pensar que esse modelo de avaliação é o único a garantir eficiência no ensino e na aprendizagem. 
Há a expectativa de que o professor desse ciclo direcione o processo avaliatório a ações que auxiliem no desenvolvimento do aluno, cujo objetivo é a qualidade e a valorização do momento produtivo do discente.
Como futura pedagoga e por já estar integrada no contexto educacional percebemos que a temática avaliação é um assunto discutido em inúmeras reuniões pedagógicas, nas quais muitos professores se mostram “inseguros” quantos à ação de avaliar. Por outra vertente, vemos também, que esses mesmos docentes apresentam concepções e práticas discrepantes em relação à verdadeira e ideal avaliação tão pesquisada e discutida por autores, como Hoffmann (1996), Vasconcelos (1995), Sant’Anna (1995), dentre outros.
Como educadores, com experiências de atuação na rede pública, no ensino fundamental e na educação infantil, acreditamos que, por meio de pesquisas e embasamentos teóricos, é possível reavaliar a prática do docente, principalmente em relação à avaliação, já que a realidade encontrada no sistema escolar carece, ainda, de análises e de mudanças de posturas.
 Visto que a avaliação é uma ação essencial à prática educativa, torna-se necessário promover um estudo sistemático acerca desse tema para a configuração de suas definições e validades no processo de ensino e aprendizagem.
Vê-se que docentes, alunos e pais, em sua maioria, concebem a avaliação como uma tentativa de medir as capacidades e habilidades dos alunos, de forma unilateral por meio de provas e exercícios que não exigem criticidade e interpretação, ao invés disso, uma boa memória. Isso deturpa o ideal significativo do processo avaliatório, negando uma reflexão sobre o desenvolvimento do aluno diante dos “erros e acertos”.
 Logo, o estudo sobre avaliação, aportando-se da teoria e da prática escolar, é fundamental para se ressignificar o valor da educação e do conhecimento na vida de todos (professor e aluno), bem como o da avaliação, a fim de compreender que a aprendizagem se faz em um processo; longo, contínuo e duradouro, capaz de emancipar o sujeito perante as situações sociais.
A postura do profissional da educação quanto à avaliação, então, é fomentar uma análise constante dos conteúdos, metodologia e objetivos, elevando, consideravelmente, sua prática de avaliar, de entender a importância desse ato democrático para a formação global dos seus educandos. Logo, a pesquisa sobre a avaliação escolar suscita confrontos, reflexões, debates e ideias que vão além de notas, médias e aprovações.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 	 
 Baseado nas leituras e pesquisa bibliográfica dos principais autores concernentes ao tema avaliação, base das propostas deste projeto, CELSO VASCONCELOS, LÉA DEPRESBITERIS e JUSSARA HOFFAMANN, traçou-se como objetivos específicos, a revisão de aspectos teóricos referentes à avaliação; a concepção, a relevância e a dimensão do caráter avaliativo; bem como contrastar referências teóricas com a prática de sala de aula e a ressemantização da ação avaliativa através de discussões e análises, pretendendo indicar posturas e alternativas para a eficiência da aprendizagem.
De acordo com objetivos propostos, o que se pode concluir até o presente momento foi à revisão dos aspectos teóricos sobre a avaliação, sua concepção, relevância e dimensão. Até então os autores pesquisados, são unânimes em afirmar o caráter reflexivo que deve ter o momento avaliativo englobando o sujeito com o desenvolvimento pleno do aluno.
Essa resposta está inserida numa das hipóteses apresentadas uma vez vir de encontro com a expectativa de que o professor desse ciclo, no direcionamento do processo avaliativo, auxiliar no desenvolvimento do aluno, cujo objetivo é a qualidade e a valorização do momento produtivo do discente.
Dessa feita, o que falta para concluir a pesquisa e obter as respostas que respaldam o questionamento da problemática, é uma pesquisa “in loco”, o que poderá ser realizada numa próxima etapa dando continuidade a esse projeto. Tais respostas irão permitir uma importante discussão acerca da temática avaliação, revendo perspectivas, paradigmas e práticas ideais para garantia da eficiência do ensino e da aprendizagem.
Essa discussão, certamente,poderá desenhar outras posturas de avaliação; concepção, metodologias e resultados satisfatórios, o que propiciará elevado potencial da Educação para melhoria significativa da prática avaliativa. 
REFERÊNCIAS 
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HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola a universidade. 5 ed. Porto Alegre: Educação e realidade, 1994, pg 191.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação: Mito e Desafio – uma perspectiva construtivista. 19 ed. Porto Alegre: Mediação, 1996
MENEGOLLA, Maximiliano. Avaliar para aprender – avaliar por avaliar é um ato antipedagógico. Porto Alegre: Evangraf, 1994
PELLEGRINI, Denise. Avaliar para ensinar melhor. Revista Nova Escola. São Paulo: Editora Abril, ano XVIII, nº 159, Janeiro / Fevereiro 2003, p. 26-33.
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VASCONCELOS, Celso dos Santos. Avaliação: Concepção Dialética – Libertadora do Processo de Avaliação Escolar. 5 ed. São Paulo: Libertad, 1995
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CASTRO, Elza Vidal de. Avaliação na Perspectiva da Construção do conhecimento – Reflexões sobre a prática pedagógica. Belo Horizonte: Editora Abril, 1997, p. 63-75.
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Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. ES. Biblioteca São Camilo. Guia de Normas para Elaboração de Trabalhos Acadêmicos e Estágios Supervisionado. Cachoeiro de Itapemirim – Espírito Santo: São Camilo-ES, 2001.
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MORETTO, Vasco Pedro. Prova – um momento privilegiado de estudo – não um acerto de contas. 5 ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.
PELLEGRINI, Denise. Avaliar para ensinar melhor. Revista Nova Escola. São Paulo: Editora Abril, ano XVIII, nº 159, Janeiro/Fevereiro 2003, p. 26-33.
Revista Nova Escola. Grandes Pensadores. São Paulo: Editora Abril, Edição especial.
RIBEIRO, Raquel. O aluno colou? E hora de discutir avaliação. E regras. Revista Nova Escola. São Paulo: Editora Abril. Ano XIX, nº 173, Junho/Julho de 2004, p. 46-49.
SANT`ANNA, Ilza Martins. Por que avaliar? Como avaliar? Critérios e instrumentos. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 1997.
VASCONCELOS, Celso dos Santos. Avaliação: Concepção Dialética – Libertadora do Processo de Avaliação Escolar. 5 ed. São Paulo: Libertad, 1995.
ANEXOS
AVALIAÇÃO ESCOLAR
Questionário para pesquisa de campo
Pesquisadora: Suely Helena
Pesquisados: - professores de 1ª a 4ª séries.
		 - Dois professores mais antigos e dois professores mais recentes
Qual é o seu conceito de Avaliação Escolar Tradicional?
Qual é o seu conceito de Avaliação Escolar Mediadora?
Que instrumentos (recursos/métodos) você utiliza para realizar as avaliações junto aos educandos? Você acredita nesses métodos?
Você acredita que a avaliação da forma como é aplicada, mede o conhecimento do educando?
No seu entendimento, enquanto educadora, a avaliação é um instrumento eficaz e necessário no processo ensino-aprendizagem?

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