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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS Processo de Conhecimento 5º Semestre Estudo para prova 2014 1 Sumário Processos de Conhecimento, de Execução e Cautelar .................................................................. 3 Processo de Conhecimento ....................................................................................................... 3 Processo de execução ............................................................................................................... 3 Processo cautelar ...................................................................................................................... 3 Procedimentos no processo de conhecimento ............................................................................. 4 Procedimentos especiais ........................................................................................................... 4 Procedimento comum ............................................................................................................... 4 Procedimento comum sumário ............................................................................................. 4 Procedimento comum ordinário ........................................................................................... 4 Fases do procedimento ordinário ................................................................................................. 4 Fase postulatória ....................................................................................................................... 4 Fase saneadora ou ordinatória ................................................................................................. 5 Fase instrutória ......................................................................................................................... 5 Fase decisória ............................................................................................................................ 6 Procedimento sumário .................................................................................................................. 6 Fases do procedimento sumário ............................................................................................... 6 I – A petição inicial e seu despacho ....................................................................................... 6 II – A citação e a resposta do réu .......................................................................................... 7 III – Audiência de conciliação ................................................................................................ 7 IV – Audiência de instrução e julgamento............................................................................. 7 V – Revelia ............................................................................................................................. 7 Juizados Especiais Cíveis................................................................................................................ 8 Petição Inicial ................................................................................................................................ 8 Requisitos da petição inicial ...................................................................................................... 8 Juízo de admissibilidade da petição inicial .................................................................................... 9 Tutela antecipada .................................................................................................................... 10 Resposta do réu........................................................................................................................... 10 Prazo ........................................................................................................................................ 10 Defesa processual ................................................................................................................... 10 Defesa de mérito ..................................................................................................................... 11 Contestação ................................................................................................................................. 11 Conteúdo e forma da contestação ...................................................................................... 11 Não impugnação dos fatos .................................................................................................. 11 2 Princípio da eventualidade .................................................................................................. 12 Exceções ...................................................................................................................................... 12 Exceção de incompetência .................................................................................................. 12 Exceção de impedimento e suspeição ................................................................................ 12 Reconvenção ............................................................................................................................... 12 Providências preliminares ........................................................................................................... 13 Revelia ..................................................................................................................................... 13 Declaração incidente ............................................................................................................... 13 Réplica ..................................................................................................................................... 14 Julgamento conforme o estado do processo .......................................................................... 14 Extinção do processo ........................................................................................................... 14 Julgamento antecipado da lide ........................................................................................... 14 Saneamento do processo .................................................................................................... 15 Teoria Geral das Provas ............................................................................................................... 15 Objeto da Prova....................................................................................................................... 15 Finalidade e destinatário da prova .......................................................................................... 16 Valoração da prova ................................................................................................................. 16 Ônus da prova ......................................................................................................................... 16 Meios de prova ............................................................................................................................ 16 Depoimento pessoal ................................................................................................................... 17 Depoimento pessoal ≠ interrogatório judicial ........................................................................ 17 Admissibilidade ....................................................................................................................... 17 Confissão ..................................................................................................................................... 17 Prova documental ....................................................................................................................... 18 Provatestemunhal ...................................................................................................................... 18 Exibição de documento ou coisa ................................................................................................. 18 Prova pericial ............................................................................................................................... 18 Inspeção judicial .......................................................................................................................... 19 Audiência ..................................................................................................................................... 19 Sentença .................................................................................................................................. 20 Conteúdo da sentença ........................................................................................................ 20 Coisa julgada ............................................................................................................................... 21 Ação rescisória ............................................................................................................................ 21 3 Processos e Procedimentos Processos de Conhecimento, de Execução e Cautelar Sendo o processo o método utilizado para solucionar os litígios, conhece o Direito Processual Civil três espécies de processo: o processo de conhecimento, de execução e o cautelar. Processo de Conhecimento O processo será de conhecimento se a pretensão do autor for alcançar uma decisão definitiva sobre uma determinada questão. No processo de conhecimento há produção de provas. Com os fatos e as provas apresentados, o juiz declarara qual é a norma abstrata que compõe o ordenamento jurídico que se aplica ao caso concreto. A ação de conhecimento pode ter natureza declaratória, condenatória e/ou constitutiva: a. Declaratória – reconhece a existência de um fato ou relação jurídica. Toda ação de conhecimento é ação declaratória. Exemplo: ação declaratória de inexistência de débito; b. Condenatória – é a que apresenta uma obrigação de dar, fazer ou não fazer alguma coisa. Exemplo: ação de alimentos; c. Constitutiva – é aquela que cria, modifica ou extingue uma relação jurídica. Exemplo: ação de divórcio. Processo de execução Se a lide é pretensão apenas insatisfeita (por já estar o direito do autor previamente definido pela própria lei, como liquido, certo e exigível), sua solução será encontrada através do processo de execução, que é o meio de realizar de forma prática a prestação a que corresponde o direito da parte, a efetiva satisfação do direito do credor é o provimento nessa modalidade de processo. Não há produção de provas. Pretende forçar o devedor a cumprimento de uma obrigação, a qual deve constar num título executivo judicial ou extrajudicial. Exemplo: decisão executória e sentença arbitral. Processo cautelar Incide quando, antes da solução definitiva da lide, seja no processo de conhecimento, seja no de execução, haja, em razão da duração do processo, o risco de alteração no equilíbrio das partes diante da lide. Sua função é, pois, apenas conservar o estado de fato e de direito, em caráter provisório e preventivo, para que a prestação jurisdicional não venha a se tornar inútil quando prestada em caráter definitivo. Os provimentos do processo cautelar são medidas práticas para afastar o perigo de dano, antes da solução do processo principal. Pretende alcançar uma providência urgente, mas provisória para resguardar um direito que corre risco de se perder se o juiz fizer uma análise mais aprofundada da causa. Será processo cautelar se a providência pretendida de forma urgente não se confundir com a providência 4 definitiva pretendida pelo autor. Se a pretensão urgente se confunde com a pretensão definitiva deverá ser proposta ação de conhecimento com pedido de tutela. Procedimentos no processo de conhecimento Conhece o nosso código, em matéria de processo de conhecimento, o procedimento comum e os procedimentos especiais. Procedimentos especiais Especiais são os ritos próprios para o processamento de determinadas causas selecionadas pelo legislador no Livro IV do CPC e em leis extravagantes. Entre os procedimentos especiais merecem ser lembrados o procedimento sumaríssimo, previsto nas leis 9.099/95, 10.259/01 e 12.153/09, os Juizados Especiais. Há duas modalidades de procedimentos especiais: os de jurisdição contenciosa (arts. 890 a 1071) e os de jurisdição voluntária (arts. 1103 a 1210). Os primeiros se referem à solução de litígios e os últimos apenas à administração judicial de interesses privados não litigiosos. Procedimento comum O procedimento comum é o que se aplica a todas as causas para as quais a lei processual não haja instituído um rito próprio ou específico. Seu âmbito é, portanto, delimitado por exclusão: onde não houver previsão legal de um procedimento especial, a causa será processada sob as regras do procedimento comum. Mas o procedimento comum se subdivide em dois ritos diferentes: o ordinário e o sumário. Procedimento comum sumário O sumário se aplica a certas causas em razão do valor ou da matéria (art. 275 a 281). Procedimento comum ordinário O procedimento ordinário é o que se aplica as causas para as quais não seja previsto nem o procedimento sumário nem algum procedimento especial. Apenas o rito ordinário é regulado de maneira completa e exaustiva pelo Código. O sumário e os especiais são abordados apenas naqueles pontos em que se afasta do procedimento ordinário, de sorte que este se aplica subsidiariamente a todos os ritos (art. 272, parágrafo único). Fases do procedimento ordinário Para consecução de seu objetivo, o procedimento ordinário desdobra-se em quatro fases: postulatória, saneamento, instrutória e a decisória. Fase postulatória É a que dura da propositura da ação á resposta do réu, podendo ocasionalmente penetrar nas providências preliminares determinadas pelo juiz. 5 Compreende a petição inicial, formulado pela autor, a citação do réu e a eventual resposta deste, pois pode encerrar-se sem esta última, caso o demandado não faça uso de sua faculdade processual de defender-se em tempo hábil. A resposta do réu pode consistir em contestação, exceção ou reconvenção (art. 297): Na contestação podem ser arguidas questões preliminares e de mérito, consiste na resistência à pretensão do autor; As exceções referem-se à incompetência do juízo, ou ao impedimento ou suspeição do juiz, geram incidentes que ocorrem em autos próprios, apensados ao processo principal, com efeito suspensivo. A reconvenção é a forma de contra-ataque. O réu não apenas rechaça o pedido do autor como formula ele um pedido diferente, de sentido contrário àquele que provocou a abertura do processo. A impugnação à contestação e à reconvenção e o pedido de declaração incidente são atividades que ainda pertencem a fase postulatória. Fase saneadora ou ordinatória Desde o recebimento da petição inicial até o início da fase de instrução, o juiz exerce uma atividade destinada a verificar a regularidade do processo, mediante a decretação das nulidades insanáveis e promoção do suprimento daquelas que forem sanáveis. Compreende essa fase as diligências de emenda ou complementação da inicial (art. 284), as providências preliminares (arts. 323 a 328) e o saneamento do processo (art. 331). Pode conduzir ao reconhecimento de estar o processo em ordem, ou pode levar a sua extinção se o julgamento do mérito, quando o juiz concluir que há vícios não corrigidos ou insanáveis,ou mesmo se para o julgamento não for necessária a produção de prova oral (depoimento pessoal/oitiva de testemunha) e/ou prova pericial, havendo o proferimento imediato de sentença com julgamento de mérito. Fase instrutória Destina-se a coleta do material probatório, que servirá de suporte à decisão do mérito. É a de contornos menos definidos, as partes já começam a atividade probatória com a inicial e a contestação, momentos em que, de ordinário, devem produzir a prova documental (art. 396). Saneado o processo, porém, surge um momento em que os atos processuais são preponderantemente probatórios: é o da realização das perícias e o da primeira parte da audiência de instrução e julgamento, destinada ao recolhimento dos depoimentos das partes e testemunhas. Nos casos de revelia (art. 319), bem como nos de suficiência da prova documental e de questões meramente de direito (art. 330), a fase instrutória propriamente dita é eliminada, e o julgamento antecipado da lide ocorre logo após a fase postulatória. 6 Fase decisória É a que se destina à prolação da sentença de mérito. Realiza-se após o encerramento da instrução que, de ordinário, ocorre dentro da própria audiência, quando o juiz encerra a coleta das provas orais e permite às partes produzir suas alegações finais (art. 454). A sentença pode ser proferida oralmente, ao final da audiência de instrução e julgamento, ou ser elaborada por escrito nos 10 dias seguintes. A sentença, todavia, só assume a feição de ato processual com a sua publicação, isto é, com sua integração efetiva ao processo, o que pode se dar por ato do escrivão, quando proferida fora da audiência, ou pela leitura dela pelo próprio juiz, quando divulgada em audiência de instrução e julgamento, ou em outra especialmente designada para a publicação. Procedimento sumário Segundo critérios ligados a matéria e ao valor da causa, o CPC enumera no art. 275 os feitos que deverão submeter-se ao procedimento sumário, e que são os seguintes: I. Todas as causas cujo valor não exceda 60 vezes o valor do salário mínimo; II. Outras causas que, qualquer que seja o valor, devem seguir o procedimento sumário: a. As causas de arrendamento rural ou de parceria agrícola; b. As causas de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio; c. As causas de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico; d. As causas de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre; e. As causas de cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial; f. As causas que versem sobre revogação de doação. Não pode o autor, nem mesmo com assentimento do réu, substituir o procedimento sumário pelo ordinário naqueles casos em que a lei manda observar o primeiro. Fases do procedimento sumário O objetivo visado pelo legislador ao instituir o procedimento sumário foi o de propiciar solução mais célere a determinadas causas. Suas características são a concentração dos atos processuais e a cognição plena e exauriente. É incompatível com este procedimento a reconvenção (típica do procedimento ordinário), a ação declaratória incidental, prova técnica complexa e intervenções de terceiros, exceto a assistência, recurso de terceiro prejudicado e fundado em contrato de seguro, que são permitidas. I – A petição inicial e seu despacho Na petição inicial, o autor exporá os fatos e os fundamentos jurídicos, formulará o pedido e indicará as provas, oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos. Se requerer perícia, formulará, no mesmo ato, os quesitos e indicará também o assistente técnico, bem 7 como, se desejar, o depoimento pessoal do réu. Deverá, é claro, elaborar a petição com todos os requisitos do art. 282. A particularidade consiste no ônus para o autor de produzir o rol de testemunhas e a prova documental junto com a inicial, sob pena de preclusão. II – A citação e a resposta do réu A citação, no procedimento sumário, é para que o réu compareça a audiência de conhecimento e nela produza sua defesa, caso não se logre sucesso na busca de uma solução negocial para o litígio. Os requisitos são os mesmo previstos nos arts. 213 a 233. Entre a citação e a realização da audiência deve mediar um prazo não inferior a 10 dias, cuja contagem será feita segundo as regras do art. 241. Se o sujeito passivo for a Fazenda Pública, será duplicado o prazo em questão. III – Audiência de conciliação A lei prevê duas audiências no procedimento sumário: a primeira destinada a conciliação e eventual resposta do réu, e a segunda, a instrução e julgamento. Não se abrem o contraditório e a instrução sem antes tentar a solução conciliatória. Ainda na audiência inicial, caberá ao juiz, se não obtida a conciliação: a. Receber a contestação, escrita ou oral; b. Decidir sobre as provas ainda cabíveis; c. Se couber perícia, nomeará perito e marcará o prazo de pelo menos 20 dias, antes da audiência de instrução e julgamento; d. Designará audiência de instrução e julgamento, para data próxima. IV – Audiência de instrução e julgamento A designação da audiência de instrução e julgamento será para data que não ultrapasse 30 dias a contar da audiência de conciliação, prazo que deverá ser ampliado se houver determinação de perícia. Tudo o que o juiz decidir em audiência de instrução e julgamento somente poderá ser impugnado por meio de agravo retido manifestado imediatamente e sob a forma oral. A audiência deve permitir as partes o debate oral, após a coleta de provas orais. E a sentença, em princípio, deverá ser proferida pelo juiz na própria audiência e, não sendo isso possível, em 10 dias. V – Revelia Ocorre a revelia, no procedimento sumário, nos mesmos casos e com os mesmos efeitos previsto para o procedimento ordinário, sendo considerado o réu revel, podendo gerar pena de confesso. Caso seja o autor quem não compareça, há extinção ou a não conciliação/dispensa das provas por ele requeridas. 8 Juizados Especiais Cíveis Os Juizados Especiais Cíveis previstos na Lei nº 9.099/95 pressupõe órgãos específicos instituídos pela organização judiciária local para se ocupar das causas cíveis de menor complexidade. Sendo sua característica a predominância dos princípios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, tudo voltado a conciliação ou transação, são qualificados como procedimento sumaríssimo. O procedimento sumaríssimo atualmente regulado pela lei 9.009/95, lei 10.259/01 e lei 12.153/09 foi criado em razão de um incentivo constitucional (art. 98, CF). Essas três leis são consideradas um microssistema processual, significa que no que forem compatíveis, se complementam. Não se admite intervenção de terceiro em nenhuma hipótese. Nos juizados especiais todas as citações são permitidas, menos a por edital. Na audiência as partes podem comparecer por si, por prepostos ou por advogado com poderes especiais. Resposta pode ser de forma oral ou escrita. Admite-se contestação, exceção de impedimento e exceção de suspeição. Não se admite a peça de exceção de incompetência, assim a incompetência territorial deve ser arguida em preliminar contestação. Também não se admite reconvenção, mas o réu pode formular pedido na contestação, trata-se do pedido contraposto. É nominado recurso inominado. Petiçã o Iniciãl Petição Inicial A demanda vem a ser, tecnicamente, o ato pelo qual alguém pede ao Estado a prestação jurisdicional, isto é, exerce o direito subjetivo público de ação, causando a instauração da relação jurídico-processual que há de dar solução ao litígio em que a parte se viu envolvida. O veículode manifestação formal da demanda é a petição inicial, que revela ao juiz a lide e contém o pedido da providência jurisdicional, frente ao réu. Requisitos da petição inicial A petição inicial, que só poderá ser elaborada por escrito e que, salvo a exceção do art. 36, há de ser firmada por advogado legalmente habilitado, deverá conter os seguintes requisitos, indicados pelo art. 282: a. O juiz ou tribunal a que é dirigida – indica-se o órgão judiciário e não o nome da pessoa física do juiz (Exemplo: Excelentíssimo Sr. Dr. Juiz de direito... (ver artigo 109, CPC, para competência federal; o resto é estadual)); b. Os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu – os dados relativos à qualificação das partes, para perfeita individualização. c. O fato e os fundamentos jurídicos do pedido – compreende a causa de pedir (razões que levam a propositura da ação). É classificada em causa remota (fato gerador de 9 direitos) e causa próxima (natureza do pedido controverso). Teoria da substanciação, adotada no Brasil: não basta expor a controvérsia, é necessário apresentar a relação jurídica. Exemplo: não basta dizer que a dívida não foi paga, tem que dizer a origem da dívida. d. O pedido, com suas especificações – é a revelação do objeto da ação e do processo. Demonstrado o fato e o fundamento jurídico, conclui o autor pedindo duas medidas ao juiz: 1º, uma sentença (pedido imediato); e 2º, uma tutela especifica ao seu bem jurídico que considera violado ou ameaçado (pedido mediato, que pode consistir numa condenação ao réu, numa declaração ou numa constituição). Os pedidos podem ser cumulativos (quando um mesmo fato constitutivo gera mais de um pedido formulado), alternativos (o autor apresenta mais de uma forma de resolução do conflito) e sucessivos (o autor elabora os pedidos na ordem da sua preferência, de modo que somente não sendo possível a primeira opção passa-se para a segunda e assim sucessivamente). e. O valor da causa – a toda causa o autor deve atribuir um valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico (art. 258). Com base no valor da causa, define-se: i. Cálculo da taxa judiciária, “custas”, sendo de 1% do valor atribuído à causa; ii. Competência – os foros regionais tem competência para causas de até 500 salários mínimos; as que ultrapassarem devem ser propostas no foro central; iii. Verba de sucumbência (art. 20, §3º) – é o valor destinado ao advogado da parte vencedora. É fixada entre 10% a 20% do valor atribuído a causa. É um pedido tácito e implícito da petição inicial. f. As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados – não basta o autor alegar os fatos, incumbe-lhe o ônus da prova de todos os fatos pertinentes à sua pretensão (art. 333, I ); g. O requerimento para citação do réu – cabe ao autor, ao propor a ação perante o juiz, requerer a citação do demandado, pois este é o meio de forçar, juridicamente, seu ingresso no processo. O advogado deverá declarar, na petição inicial, o endereço em que receberá as intimações no curso do processo. Juízo de admissibilidade da petição inicial Chegando a petição as mãos do juiz, caberá a este examinar seus requisitos intrínsecos e extrínsecos antes de despachá-la. Após esse exame, proferirá uma decisão que pode assumir três naturezas: a. De deferimento da citação Se a petição estiver em termos, o juiz a despachará, ordenando a citação do réu para responder. É chamado despacho positivo; b. De saneamento da petição 10 Quanto ela apresentar lacunas, imperfeições ou omissões, mas esses vícios forem sanáveis, o juiz não indeferirá de plano, determinará que o autor a emende ou complete no prazo de 10 dias. c. De indeferimento da petição Do exame inicial, ou do não cumprimento da diligência saneadora, de suas deficiências pelo autor, pode o juiz proferir uma decisão de caráter negativo. Tutela antecipada A tutela antecipada se refere a um pedido exclusivo do processo de conhecimento, podendo existir em qualquer procedimento comum. Apresenta cognição sumária, uma vez que a análise do pedido é superficial. Este pedido pode ocorrer a qualquer tempo em qualquer grau de jurisdição, sendo a análise passível de alteração, ou seja, é uma decisão provisória. Quando a pretensão urgente se confunde com a pretensão definitiva deverá ser proposta ação de conhecimento com pedido de tutela antecipada. Respostã do re u Resposta do réu O sistema do processo de conhecimento é dominado pelo princípio do contraditório, por isso, após a propositura da ação, réu é citado para vir a responder ao pedido de tutela jurisdicional formulado pelo autor, passando a ter o ônus da defesa, pois se não o fizer, sofrerá as consequências da revelia (arts. 319 a 322). Há a oportunidade do réu adotar três atitudes diferentes após a citação: inércia, resposta ou o reconhecimento da procedência do pedido. Prazo Nos 15 dias seguintes à citação (ver art. 233), o réu poderá responder o pedido do autor através de contestação, exceção e reconvenção. O prazo de defesa é comum a todos os réus, quando houver litisconsórcio passivo (art. 289); mas será contado em dobro (30 dias) se os litisconsortes estiverem representados por advogados diferentes (art. 191). O início do prazo de resposta começa após a citação do último litisconsorte. A contestação, a reconvenção e a exceção serão objeto de petições autônomas. A contestação e a reconvenção são juntadas aos autos e a exceção é atuada em apenso. Defesa processual Denomina-se defesa processual a que tem conteúdo apenas formal. 11 São exemplos de defesa indireta (processual) as que invocam a inexistência de pressupostos processuais ou de condições da ação. Dividem-se em: Peremptórias – quando acolhidas levam o processo à extinção. Exemplos: inépcia da inicial e ilegitimidade da parte; Dilatórias – quando acolhidas não provocam necessariamente a extinção do processo, apenas ampliação do curso do procedimento. Exemplos: nulidade da citação e incompetência do juízo. Defesa de mérito Quando o réu ataca o fato jurídico que constitui o mérito da causa. O ataque do contestante pode atingir o próprio fato arguido pelo autor ou suas consequências jurídicas. Em ambos os casos, diz-se que a defesa de mérito é direta. Mas a defesa de mérito pode ser indireta, quando, embora se reconheça a existência e eficácia do fato jurídico arrolado pelo autor, o réu invoca outro fato novo que seja impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor (art. 326). Exemplo: prescrição. Contestação É o instrumento processual utilizado pelo réu para opor-se à pretensão deduzida em juízo pelo autor. Apresenta-se como defesa processual e de mérito. Conteúdo e forma da contestação A forma da contestação é a de petição escrita, endereçada ao juiz da causa (art. 297). Nela o réu tem que alegar “toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor, e especificando as provas que pretende produzir” (art. 300). Incumbe ao réu formular, de uma só vez, na contestação, todas as defesas de que dispõe de caráter formal ou material, impedido de levantá-las em outros momentos ulteriores do procedimento. Não impugnação dos fatos Além do ônus de defender-se, o réu tem o de impugnar especificamente todos os fatos arrolados pelo autor, sob pena de presumirem-se verdadeiros os fatos não impugnados, o que dispensa a prova a seu respeito. No entanto, há três casos em que não ocorre a presunção legal de veracidade dos fatos não impugnados pelo contestante: 1. Quando não for admissível, a respeito deles, a confissão– caso dos direitos indisponíveis; 2. Quando a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato; 3. Quando os fatos não impugnados estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. 12 Princípio da eventualidade Consiste na preclusão do direito de invocar em fases posteriores do processo matéria de defesa não manifestada na contestação. Exceções Em sentido amplo, exceção abrange toda e qualquer defesa que tenda a excluir da apreciação judicial o pedido do autor, seja no aspecto formal, seja no material. Exceção de incompetência Também chamada de exceção declinatória, é uma peça exclusiva do réu, devendo ser apresentada no prazo de quinze dias contados da juntada do mandado de citação aos autos. Se não for apresentada nesse prazo prorroga-se a competência. Proposta a exceção, é autuada em apensa e o juiz determina a suspeição do processo. O juiz deverá indeferir liminarmente a exceção se não estiver instruída na forma devida e se não indicar o juízo para o qual deve ocorrer a remessa. Recebida a exceção e não sendo o caso de Indeferimento liminar, o excepto será intimado para no prazo de dez dias a se manifestar. Decorrido o prazo, o juiz verificara se haverá "instrução", depois decidira e se a decisão for favorável haverá a remessa dos autos ao juízo competente. Exceção de impedimento e suspeição A incompetência refere-se ao juízo, como órgão jurisdicional; o impedimento e a suspeição, ao juiz, como pessoa física encarregada da prestação jurisdicional. O excipiente deverá em petição escrita endereçada ao próprio juiz da causa, apresentar os seus motivos, documentos e rol de testemunhas. O juiz, ao despachar, poderá declarar-se impedido ou suspeito e fazer remessa ao seu substituto legal. Porém o juiz pode entender que não há motivo de impedimento ou suspeição, de modo que terá dez dias para apresentar suas razões, juntar documentos e arrolar testemunhas, determinando a remessa ao tribunal. No tribunal, se a exceção for julgada procedente, o juiz será condenado ao pagamento das custas do processo e haverá remessa dos autos ao seu substituto. Se o tribunal entender que não há motivo para decretação da suspeição ou impedimento os autos retornarão ao mesmo juiz. Reconvenção Entre as respostas de mérito, há também a reconvenção que no entanto não é meio de defesa, mas verdadeiro contra-ataque do réu ao autor, propondo dentro de um mesmo processo uma ação diferente e em sentido contrário àquela inicialmente deduzida em juízo. A reconvenção é a ação do réu contra o autor aproveitando uma relação jurídica processual que já existe. Trata-se de um contra-ataque, o princípio da economia processual justifica a sua existência por permitir que uma única sentença aprecie situações diversas. Uma vez oferecida reconvenção eventuais motivos para a extinção do processo da ação principal sem a apreciação do mérito não darão causa a inexistência da apreciação do mérito da reconvenção. 13 O autor da reconvenção é chamado de réu reconvinte e o réu da reconvenção é chamado de autor reconvindo. Provide nciãs preliminãres Providências preliminares Sob o nomen iuris de “providências preliminares”, o Código instituiu certas medidas que o juiz, eventualmente, deve tomar logo após a resposta do réu e que se destinam a encerrar a fase postulatória do processo e a preparar a fase saneadora. Resultam as “providências preliminares” da necessidade de manter o processo sob o domínio completo do princípio do contraditório. Assim, findo o prazo de resposta do réu, os autor são conclusos ao juiz, que, conforme o caso, poderá, no prazo de 10 dias, determinar as seguintes providências: 1) Determinar a especificação de provas a produzir – art. 324; 2) Admitir pedido de declaração incidental de questão prejudicial – art. 325; 3) Determinar a ouvida do autor em 10 dias, sobre fato impeditivo, modificativo ou extintivo do seu direito, invocado pelo réu na contestação – art. 326; 4) Determinar a ouvida do autor, em 10 dias, sobre as preliminares do art. 301, quando arguidas pelo réu; ou mandar suprir em prazo nunca superior a 30 dias as irregularidades ou nulidades sanáveis que encontrar – art. 327 Revelia Da falta de contestação, presume-se ordinariamente a veracidade dos fatos afirmados pelo autor (art. 319), desde que válida a citação. Um dos efeitos é a não intimação dos atos processuais (arts. 321 e 322). Logo, não há necessidade da fase probatória e o juiz, pela simples ausência de resposta do réu, fica autorizado a proferir o julgamento antecipado da lide (art. 330, I). Mas há casos em que, mesmo sem a resposta do réu, o autor não se desobriga do ônus de provar os fatos jurídicos que servem de base à sua pretensão (art. 320). Declaração incidente “Contestando o réu o direito que constitui fundamento do pedido, o autor poderá requerer, no prazo de 10 dias, que sobre ele o juiz profira sentença incidente, se da declaração da existência do direito depender, no todo ou em parte, o julgamento da lide” (art. 325). Para o réu, a ação declaratória pode normalmente ser manejada através da reconvenção. Para o autor, o momento adequado para a propositura da declaratória incidental são os 10 dias seguintes à intimação da contestação que tenha gerado controvérsia sobre a questão prejudicial. O juiz não poderá proferir julgamento conforme o estado do processo antes de acabar esse prazo decendial. Esse remédio processual não se admite nas ações sumárias, de execução ou cautelar. 14 Réplica Em dois casos, há providência preliminar consistente em facultar ao autor o direito de réplica à resposta do réu: I- Quando o demandado, reconhecendo o fato em que se fundou a ação, outro lhe opuser impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor; II- Quando, em preliminar da contestação, for alegada qualquer das matérias enumeradas no art. 301 (art. 327). Julgamento conforme o estado do processo “Cumpridas as providências preliminares, ou não havendo necessidade delas, o juiz proferirá julgamento conforme o estado do processo”, com observância do disposto nos arts. 329 a 331. Com o “julgamento conforme o estado do processo” o juiz encerra as providências preliminares e realiza o completo saneamento do processo. Pode o julgamento conforme o estado do processo consistir numa das seguintes decisões: 1. Extinção do processo – art. 329; 2. Julgamento antecipado da lide – art. 330; 3. Saneamento do processo – art. 331. Extinção do processo No julgamento conforme o estado do processo, o juiz declarará a extinção do processo, sem apreciar o mérito da causa, nas hipóteses previstas nos: Art. 267, sendo a sentença apenas terminativa, pois os aspectos examinados são de natureza formal. Não há, portanto, uma resposta direta ao pedido do autor e a coisa julgado é, por isso, apenas formal; Art. 269, embora nem sempre dê solução própria a lide, profere sentença definitiva, com composição do mérito da causa. Julgamento antecipado da lide No momento do julgamento conforme o estado do processo, o juiz examinará o pedido e proferirá sentença contendo sua própria solução para a lide, sem passar pela audiência de instrução e julgamento, quando (art. 330): a) A questão de mérito for unicamente de direito; b) Mesmo sendo de direito e de fato, a questão de mérito, não houver necessidade de produzir prova em audiência; c) Ocorrer à revelia (art. 319). Nessas três hipóteses, a desnecessidade de audiência faz com que se elimine a incidência do princípio da oralidade do processo de conhecimento. A sentença é definitiva e tem a mesmanatureza e requisitos daquela que se profere, normalmente, após a instrução em audiência. 15 Saneamento do processo O despacho saneador é uma eventual declaração de regularidade do processo. Portanto, passou a ser aquela decisão que o juiz profere, ao final das providências preliminares, para reconhecer que o processo está em ordem e que a fase probatória pode ser iniciada, eis que será possível o julgamento do mérito e, para tanto, haverá necessidade de prova oral ou pericial. Esse despacho é a terceira e última modalidade de julgamento conforme o estado do processo (art. 331, § 2º). Só haverá despacho saneador quando não couber a extinção do processo, nos termos do art. 329, nem for possível o julgamento antecipado da lide (art. 330). Audiência Preliminar Se as questões preliminares suscitadas pelo réu não foram suficientes para provocar o julgamento da extinção do processo (art.329), terá o juiz de apreciá-las e rejeitá-las no saneador, pois só assim terá condições de declarar saneado o feito. Após isto, ou quando não houver questões preliminares, o juiz, ao declarar saneado o processo, deverá, segundo o art. 331, designar a audiência preliminar, para tentar a conciliação entre as partes e, não sendo possível, tomar as seguintes deliberações: I- Fixar os pontos controvertidos; II- Decidir as questões processuais pendentes; III- Determinar as provas a serem produzidas; IV- Designar a audiência de instrução e julgamento. Dãs Provãs Teoria Geral das Provas Todos os pretensos direitos subjetivos que podem figurar nos litígios a serem solucionados pelo processo se originam de fatos. De tal sorte, às partes não basta simplesmente alegar os fatos. Para que a sentença declare o direito, é preciso antes de tudo que o juiz se certifique da verdade do fato alegado, o que se dá através das provas. A prova é um elemento de convicção, um instrumento ou meio hábil para demonstrar a existência de um fato (os documentos, as testemunhas, a perícia, etc.). Objeto da Prova Os fatos são objetos de prova, devendo estes serem pertinentes e relevantes. A pertinência tem natureza objetiva, dizendo respeito aos fatos constitutivos, modificativos, impeditivos ou extintivos de direitos. Excepcionalmente o direito é objeto de prova (art. 337). 16 Todo juiz tem obrigação de conhecer a legislação federal; portanto direito federal não será objeto de prova, assim como o direito do estado e município em que ele exercer a jurisdição. O costume do lugar também não será objeto de prova, mas o juiz pode exigir se for de outro local e sempre exigirá se for estrangeiro. Finalidade e destinatário da prova Destina-se ao convencimento do juiz, em relação ao órgão que ele representa. A prova destina-se a produzir a certeza ou convicção do julgador a respeito dos fatos litigiosos. Valoração da prova É feita com base no princípio da persuasão racional do juiz ou livre convencimento motivado: o juiz deve julgar segundo os fatos e provas que constam nos autos e atentar-se as regras legais e máximas de experiência, devendo o julgamento ser sempre motivado. Ônus da prova O ônus da prova é a necessidade de provar para vencer a causa. O art. 333 reparte o ônus da prova entre os litigantes da seguinte maneira: a. Ao autor incumbe o ônus de provar o fato constitutivo do seu direito; b. Ao réu, o de provar o fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Exemplo: quando o réu contesta apenas negando o fato em que se baseia a pretensão do autor, todo ônus probatório recai sobre este. Mesmo sem nenhuma iniciativa de prova, o réu ganhará a causa, se o autor não demonstrar a veracidade do fato constitutivo do seu pretenso direito. Meios de prova A convicção do juiz deve ser estabelecida segundo meios ou instrumentos reconhecidos pelo direito como idôneos, isto é, conforme as provas juridicamente admissíveis. Os especificados pelo Estatuto Processual Civil foram os seguintes: I- Depoimento pessoal; II- Confissão; III- Exibição de documento ou coisa; IV- Prova documental; V- Prova testemunhal; VI- Prova pericial; VII- Inspeção judicial. Os elencados no Código Civil de 2002 são: I- Confissão; II- Documento; III- Testemunha; IV- Presunção; 17 V- Perícia. Depoimento pessoal Depoimento pessoal é o meio de prova destinado a realizar o interrogatório da parte, no curso do processo. Diz respeito a oitiva da parte em juízo diante do requerimento do adversário. Aplica-se tanto ao autor como ao réu, pois ambos se submetem ao ônus de comparecer em juízo e responder ao que lhe for interrogado pelo juiz (art. 340, I). A finalidade desse meio de prova é dupla: provocar a confissão da parte e esclarecer os fatos discutidos na causa. O momento processual da ouvida do depoimento pessoal é a audiência de instrução e julgamento (art. 343), porém o requerimento deve ocorrer na petição inicial ou contestação. A parte deve comparecer em juízo e prestar pessoalmente o depoimento (arts. 342 e 343), limitando-se aos fatos controvertidos no processo. Depoimento pessoal ≠ interrogatório judicial O depoimento pessoal é diferente do interrogatório judicial, que é quando o juiz determina o comparecimento de ofício, podendo ocorrer a qualquer tempo em qualquer grau de jurisdição, sendo sua finalidade o convencimento do juiz. Admissibilidade Existem três hipóteses que o depoimento pessoal não é admitido: 1. Documento publico (art. 366) – se o documento público for essencial para a prova do fato; 2. Direitos indisponíveis (art. 351) – se a causa versar sobre direitos indisponíveis; 3. Pessoa jurídica de direito público – não se admite depoimento pessoal do representante da pessoa jurídica de direito público. Confissão Há confissão quando, segundo o art. 348, a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao adversário. Pode ser feito em juízo ou fora dele Em regra, a confissão deve conter: I- O reconhecimento de um fato alegado pela outra parte; II- A voluntariedade desse reconhecimento; III- Um prejuízo para o confitente, em decorrência do reconhecimento. Ninguém está obrigado a confessar e fazer prova em favor do adversário, mas todo litigante tem o dever de veracidade e lealdade no comportamento processual. A confissão pode ser judicial é a feita nos autos, onde é tomada a termo; ou extrajudicial. A que o confitente faz, de forma escrita ou oral, perante a parte contrária ou terceiros, ou ainda através de testamento (art. 353). 18 Prova documental Documento é uma coisa capaz de representar um fato. O documento, quando autêntico, é prova que goza de enorme prestígio, pela grande força de convencimento que encerra. Os documentos podem ser públicos ou particulares. O público é escrito com fé pública, que diz respeito à formação do documento e os fatos ocorridos na presença de autoridade. O particular é o produzido sem a participação de um oficial. Admite-se a arguição da falsidade do documento (art. 389). Os documentos devem acompanhar a petição e a contestação. A juntada posterior de documentos, que não seja na petição ou contestação, somente será admitida em se tratando de fato novo ou prova nova. Prova testemunhal Prova testemunhal é a que se obtém por meio do relato prestado, em juízo, por pessoas que conhecem o fato litigioso. Testemunhas são as pessoas que vêm a juízo depor sobre o fato controvertido. Não podem ter interesse na causa e devem satisfazer a requisitos legais de capacidade para o ato que vão praticar. O momento adequado para requerer a prova testemunhal é a petição inicial, para o autor, ou a contestação,para o réu, ou então a fase de especificação de prova, durante as providências preliminares. Exibição de documento ou coisa Do dever que incumbe às partes e aos terceiros de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da verdade, decorre para o juiz o poder de determinar a exibição de documento ou coisa que se ache na posse das referidas pessoas, sempre que o exame desses bens for útil ou necessário para a instrução do processo. O pedido de exibição poderá ser formulado na inicial, na contestação ou em petição posterior. São requisitos do pedido, segundo o art. 356: I- A individuação tão completa quanto possível do documento ou da coisa; II- A finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam com o documento ou coisa; III- As circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa existe e se acha em poder da parte contrária. Prova pericial Não raras vezes o juiz terá de se socorrer do auxílio de pessoas especializadas, para examinar pessoas, coisas ou documentos envolvidos no litígio e formar sua convicção para julgar a causa com a indispensável segurança. 19 Segundo o art. 420, a prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação. O exame consiste na inspeção sobre coisas, pessoas ou documentos, para verificação de qualquer fato ou circunstância que tenha interesse para a solução do litígio. Vistoria é a mesma inspeção, quando realizada sobre bens imóveis. E avaliação é a apuração de valor, em dinheiro, de coisas, direitos ou obrigações em litígio. O pedido da perícia pode ser formulado na inicial, na contestação ou na reconvenção, bem como na réplica do autor à resposta do réu. Inspeção judicial Inspeção judicial é o meio de prova que consiste na percepção sensorial direta do juiz sobre as qualidades ou circunstâncias corpóreas de pessoas ou coisas relacionadas com litigio. Confere, de ofício ou a requerimento da parte, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato que interesse a decisão da causa. O objeto da inspeção pode ser: a. Pessoa – podem ser partes ou não do processo, desde que haja necessidade de verificar seu estado de saúde, suas condições de vida, etc.; b. Coisas – móveis ou imóveis e mesmo documentos de arquivos, de onde não possam ser retirados; c. Lugares – quando, por exemplo, houver conveniência se conhecer detalhes de uma via pública onde se deu acidente ou outro acontecimento relevante para a solução da causa. Audie nciã de instruçã o e julgãmento Audiência Audiência é o ato processual solene realizado na sede do juízo que se presta para o juiz colher a prova oral e ouvir pessoalmente as partes e seus procuradores. A principal audiência é a de instrução e julgamento (arts. 450 – 457), que é o momento integrante do procedimento ordinatório e também se aplica a todos os demais procedimentos, desde que haja prova oral ou esclarecimento de peritos a ser colhido antes da decisão do feito. No procedimento oral, é ela o ponto alto, pois concentra os atos culminantes da disputa judicial. Nela, o juiz entra em contato direto com as provas, ouve o debate final das partes e profere a sentença que põe termo ao litigio. Por meio dela, põem-se em prática os princípios da oralidade e concentração do processo moderno. Quando se fizer necessária a audiência de instrução e julgamento, o momento adequado à sua designação pelo juiz é o despacho saneador, oportunidade em que deferirá as provas que nela hão de produzir-se. (art. 331, § 2º). 20 A audiência é um ato complexo (porque há uma sequencia de atos praticados na audiência), público (por via de regra, mas há exceções), formal (arts. 450 a 453) e solene. Compreende a audiência atos de quatro espécies: a. Atos preparatórios – a designação de data e horário para a audiência, a intimação das partes e outras pessoas que devem participar; depósito do rol de testemunhas em cartório; o pregão das partes e advogados na sua abertura; b. Atos de tentativa da conciliação das partes – quando a lide versar sobre direitos patrimoniais privados; c. Atos de instrução – esclarecimento do perito e assistentes técnicos; depoimentos pessoais; inquirição de testemunhas; acareação de partes e testemunhas; d. Ato de julgamento – debate oral e sentença. Das decisões proferidas na audiência de instrução e juçgamento caberá o recurso “agravo retido”. Sentença Pode ser classificada como sentença sem resolução de mérito (coisa julgada formal – art. 267) e sentença com resolução de mérito (coisa julgada formal e material – art. 269). Ambas fazem coisa julgada. As sentenças podem ser classificadas em: meramente declaratória, condenatória ou constitutiva. Conteúdo da sentença A eficácia da sentença depende da reunião de condições intrínsecas e formais. De acordo com o art. 458, os requisitos essenciais (condições intrínsecas) da sentença são: I- O relatório; II- Os fundamentos de fato e de direito (motivação ou fundamentação); III- O dispositivo (conclusão). A sentença que apresentar nulidade por inobservância dos requisitos em apreciação pode ser rescindida em grau de apelação. E se passar em julgado, por não ter havido recurso em tempo hábil, poderá ser objeto de ação rescisória. Relatório O relatório é o introito da sentença no qual se faz o histórico de toda a relação processual. São defesos (proibidos) os julgamentos extra petita (matéria estranha à lide), ultra petita (mais do que o pedido) e citra petita (sem apreciar todo o pedido). Motivação É necessário expor os fundamentos de fato e de direito que geraram a convicção do juiz; o magistrado, examinando as questões de fato e de direito, constrói as bases lógicas da parte decisória da sentença. 21 Dispositivo É o fecho da sentença. Nele se contém a decisão da causa. No dispositivo, o juiz poderá, conforme o caso: anular o processo, declarar sua extinção, julgar o autor carecedor da ação, ou julgar o pedido procedente ou improcedente. O dispositivo pode ser: a. Direito – quando especifica a prestação imposta ao vencido; b. Indireto – quando o juiz apenas se reporta ao pedido do autor para julga-lo procedente ou improcedente. Coisa julgada Denomina-se coisa julgada material a eficácia que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário. Diz respeito à imutabilidade dos efeitos formais e materiais de uma sentença. Ação rescisória Art. 485. Possibilita a flexibilização da coisa julgada. Objetiva reparar uma possível injustiça que a sentença deu causa. Só cabe ação rescisória de sentença de mérito transitada em julgado, apenas nas hipóteses do art. 485. O prazo é de dois anos contados do trânsito em julgado da decisão. Possuem legitimidade ativa as parte, o terceiro juridicamente interessado e o Ministério Publico, sem do proposta no segundo grau de jurisdição. A decisão que decorre da ação rescisória tem natureza desconstitutiva. A propositura da ação não suspende a execução da sentença ou acórdão que por meio desta demanda está sendo impugnado. Uma possível ação anulatória (art. 486) não tem prazo fixo, respeitando os prazos do processo civil.
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