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Matéria Processo de Conhecimento

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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS 
Processo de 
Conhecimento 
5º Semestre 
 
Estudo para prova 
2014 
 
 
 
 
1 
 
Sumário 
Processos de Conhecimento, de Execução e Cautelar .................................................................. 3 
Processo de Conhecimento ....................................................................................................... 3 
Processo de execução ............................................................................................................... 3 
Processo cautelar ...................................................................................................................... 3 
Procedimentos no processo de conhecimento ............................................................................. 4 
Procedimentos especiais ........................................................................................................... 4 
Procedimento comum ............................................................................................................... 4 
Procedimento comum sumário ............................................................................................. 4 
Procedimento comum ordinário ........................................................................................... 4 
Fases do procedimento ordinário ................................................................................................. 4 
Fase postulatória ....................................................................................................................... 4 
Fase saneadora ou ordinatória ................................................................................................. 5 
Fase instrutória ......................................................................................................................... 5 
Fase decisória ............................................................................................................................ 6 
Procedimento sumário .................................................................................................................. 6 
Fases do procedimento sumário ............................................................................................... 6 
I – A petição inicial e seu despacho ....................................................................................... 6 
II – A citação e a resposta do réu .......................................................................................... 7 
III – Audiência de conciliação ................................................................................................ 7 
IV – Audiência de instrução e julgamento............................................................................. 7 
V – Revelia ............................................................................................................................. 7 
Juizados Especiais Cíveis................................................................................................................ 8 
Petição Inicial ................................................................................................................................ 8 
Requisitos da petição inicial ...................................................................................................... 8 
Juízo de admissibilidade da petição inicial .................................................................................... 9 
Tutela antecipada .................................................................................................................... 10 
Resposta do réu........................................................................................................................... 10 
Prazo ........................................................................................................................................ 10 
Defesa processual ................................................................................................................... 10 
Defesa de mérito ..................................................................................................................... 11 
Contestação ................................................................................................................................. 11 
Conteúdo e forma da contestação ...................................................................................... 11 
Não impugnação dos fatos .................................................................................................. 11 
2 
 
Princípio da eventualidade .................................................................................................. 12 
Exceções ...................................................................................................................................... 12 
Exceção de incompetência .................................................................................................. 12 
Exceção de impedimento e suspeição ................................................................................ 12 
Reconvenção ............................................................................................................................... 12 
Providências preliminares ........................................................................................................... 13 
Revelia ..................................................................................................................................... 13 
Declaração incidente ............................................................................................................... 13 
Réplica ..................................................................................................................................... 14 
Julgamento conforme o estado do processo .......................................................................... 14 
Extinção do processo ........................................................................................................... 14 
Julgamento antecipado da lide ........................................................................................... 14 
Saneamento do processo .................................................................................................... 15 
Teoria Geral das Provas ............................................................................................................... 15 
Objeto da Prova....................................................................................................................... 15 
Finalidade e destinatário da prova .......................................................................................... 16 
Valoração da prova ................................................................................................................. 16 
Ônus da prova ......................................................................................................................... 16 
Meios de prova ............................................................................................................................ 16 
Depoimento pessoal ................................................................................................................... 17 
Depoimento pessoal ≠ interrogatório judicial ........................................................................ 17 
Admissibilidade ....................................................................................................................... 17 
Confissão ..................................................................................................................................... 17 
Prova documental ....................................................................................................................... 18 
Provatestemunhal ...................................................................................................................... 18 
Exibição de documento ou coisa ................................................................................................. 18 
Prova pericial ............................................................................................................................... 18 
Inspeção judicial .......................................................................................................................... 19 
Audiência ..................................................................................................................................... 19 
Sentença .................................................................................................................................. 20 
Conteúdo da sentença ........................................................................................................ 20 
Coisa julgada ............................................................................................................................... 21 
Ação rescisória ............................................................................................................................ 21 
 
3 
 
Processos e Procedimentos 
Processos de Conhecimento, de Execução e Cautelar 
Sendo o processo o método utilizado para solucionar os litígios, conhece o Direito Processual 
Civil três espécies de processo: o processo de conhecimento, de execução e o cautelar. 
Processo de Conhecimento 
O processo será de conhecimento se a pretensão do autor for alcançar uma decisão definitiva 
sobre uma determinada questão. 
No processo de conhecimento há produção de provas. Com os fatos e as provas apresentados, 
o juiz declarara qual é a norma abstrata que compõe o ordenamento jurídico que se aplica ao 
caso concreto. 
A ação de conhecimento pode ter natureza declaratória, condenatória e/ou constitutiva: 
a. Declaratória – reconhece a existência de um fato ou relação jurídica. Toda ação de 
conhecimento é ação declaratória. Exemplo: ação declaratória de inexistência de 
débito; 
b. Condenatória – é a que apresenta uma obrigação de dar, fazer ou não fazer alguma 
coisa. Exemplo: ação de alimentos; 
c. Constitutiva – é aquela que cria, modifica ou extingue uma relação jurídica. Exemplo: 
ação de divórcio. 
Processo de execução 
Se a lide é pretensão apenas insatisfeita (por já estar o direito do autor previamente definido 
pela própria lei, como liquido, certo e exigível), sua solução será encontrada através do 
processo de execução, que é o meio de realizar de forma prática a prestação a que 
corresponde o direito da parte, a efetiva satisfação do direito do credor é o provimento nessa 
modalidade de processo. Não há produção de provas. 
Pretende forçar o devedor a cumprimento de uma obrigação, a qual deve constar num título 
executivo judicial ou extrajudicial. Exemplo: decisão executória e sentença arbitral. 
Processo cautelar 
Incide quando, antes da solução definitiva da lide, seja no processo de conhecimento, seja no 
de execução, haja, em razão da duração do processo, o risco de alteração no equilíbrio das 
partes diante da lide. Sua função é, pois, apenas conservar o estado de fato e de direito, em 
caráter provisório e preventivo, para que a prestação jurisdicional não venha a se tornar inútil 
quando prestada em caráter definitivo. Os provimentos do processo cautelar são medidas 
práticas para afastar o perigo de dano, antes da solução do processo principal. 
Pretende alcançar uma providência urgente, mas provisória para resguardar um direito que 
corre risco de se perder se o juiz fizer uma análise mais aprofundada da causa. Será processo 
cautelar se a providência pretendida de forma urgente não se confundir com a providência 
4 
 
definitiva pretendida pelo autor. Se a pretensão urgente se confunde com a pretensão 
definitiva deverá ser proposta ação de conhecimento com pedido de tutela. 
 
Procedimentos no processo de conhecimento 
Conhece o nosso código, em matéria de processo de conhecimento, o procedimento comum e 
os procedimentos especiais. 
Procedimentos especiais 
Especiais são os ritos próprios para o processamento de determinadas causas selecionadas 
pelo legislador no Livro IV do CPC e em leis extravagantes. Entre os procedimentos especiais 
merecem ser lembrados o procedimento sumaríssimo, previsto nas leis 9.099/95, 10.259/01 e 
12.153/09, os Juizados Especiais. 
Há duas modalidades de procedimentos especiais: os de jurisdição contenciosa (arts. 890 a 
1071) e os de jurisdição voluntária (arts. 1103 a 1210). Os primeiros se referem à solução de 
litígios e os últimos apenas à administração judicial de interesses privados não litigiosos. 
Procedimento comum 
O procedimento comum é o que se aplica a todas as causas para as quais a lei processual não 
haja instituído um rito próprio ou específico. Seu âmbito é, portanto, delimitado por exclusão: 
onde não houver previsão legal de um procedimento especial, a causa será processada sob as 
regras do procedimento comum. Mas o procedimento comum se subdivide em dois ritos 
diferentes: o ordinário e o sumário. 
Procedimento comum sumário 
O sumário se aplica a certas causas em razão do valor ou da matéria (art. 275 a 281). 
Procedimento comum ordinário 
O procedimento ordinário é o que se aplica as causas para as quais não seja previsto nem o 
procedimento sumário nem algum procedimento especial. 
Apenas o rito ordinário é regulado de maneira completa e exaustiva pelo Código. O sumário e 
os especiais são abordados apenas naqueles pontos em que se afasta do procedimento 
ordinário, de sorte que este se aplica subsidiariamente a todos os ritos (art. 272, parágrafo 
único). 
Fases do procedimento ordinário 
Para consecução de seu objetivo, o procedimento ordinário desdobra-se em quatro fases: 
postulatória, saneamento, instrutória e a decisória. 
Fase postulatória 
É a que dura da propositura da ação á resposta do réu, podendo ocasionalmente penetrar nas 
providências preliminares determinadas pelo juiz. 
5 
 
Compreende a petição inicial, formulado pela autor, a citação do réu e a eventual resposta 
deste, pois pode encerrar-se sem esta última, caso o demandado não faça uso de sua 
faculdade processual de defender-se em tempo hábil. 
A resposta do réu pode consistir em contestação, exceção ou reconvenção (art. 297): 
 Na contestação podem ser arguidas questões preliminares e de mérito, consiste na 
resistência à pretensão do autor; 
 As exceções referem-se à incompetência do juízo, ou ao impedimento ou suspeição do 
juiz, geram incidentes que ocorrem em autos próprios, apensados ao processo 
principal, com efeito suspensivo. 
 A reconvenção é a forma de contra-ataque. O réu não apenas rechaça o pedido do 
autor como formula ele um pedido diferente, de sentido contrário àquele que 
provocou a abertura do processo. 
A impugnação à contestação e à reconvenção e o pedido de declaração incidente são 
atividades que ainda pertencem a fase postulatória. 
Fase saneadora ou ordinatória 
Desde o recebimento da petição inicial até o início da fase de instrução, o juiz exerce uma 
atividade destinada a verificar a regularidade do processo, mediante a decretação das 
nulidades insanáveis e promoção do suprimento daquelas que forem sanáveis. 
Compreende essa fase as diligências de emenda ou complementação da inicial (art. 284), as 
providências preliminares (arts. 323 a 328) e o saneamento do processo (art. 331). 
Pode conduzir ao reconhecimento de estar o processo em ordem, ou pode levar a sua extinção 
se o julgamento do mérito, quando o juiz concluir que há vícios não corrigidos ou insanáveis,ou mesmo se para o julgamento não for necessária a produção de prova oral (depoimento 
pessoal/oitiva de testemunha) e/ou prova pericial, havendo o proferimento imediato de 
sentença com julgamento de mérito. 
Fase instrutória 
Destina-se a coleta do material probatório, que servirá de suporte à decisão do mérito. 
É a de contornos menos definidos, as partes já começam a atividade probatória com a inicial e 
a contestação, momentos em que, de ordinário, devem produzir a prova documental (art. 
396). Saneado o processo, porém, surge um momento em que os atos processuais são 
preponderantemente probatórios: é o da realização das perícias e o da primeira parte da 
audiência de instrução e julgamento, destinada ao recolhimento dos depoimentos das partes e 
testemunhas. 
Nos casos de revelia (art. 319), bem como nos de suficiência da prova documental e de 
questões meramente de direito (art. 330), a fase instrutória propriamente dita é eliminada, e o 
julgamento antecipado da lide ocorre logo após a fase postulatória. 
6 
 
Fase decisória 
É a que se destina à prolação da sentença de mérito. Realiza-se após o encerramento da 
instrução que, de ordinário, ocorre dentro da própria audiência, quando o juiz encerra a coleta 
das provas orais e permite às partes produzir suas alegações finais (art. 454). 
A sentença pode ser proferida oralmente, ao final da audiência de instrução e julgamento, ou 
ser elaborada por escrito nos 10 dias seguintes. 
A sentença, todavia, só assume a feição de ato processual com a sua publicação, isto é, com 
sua integração efetiva ao processo, o que pode se dar por ato do escrivão, quando proferida 
fora da audiência, ou pela leitura dela pelo próprio juiz, quando divulgada em audiência de 
instrução e julgamento, ou em outra especialmente designada para a publicação. 
 
Procedimento sumário 
Segundo critérios ligados a matéria e ao valor da causa, o CPC enumera no art. 275 os feitos 
que deverão submeter-se ao procedimento sumário, e que são os seguintes: 
I. Todas as causas cujo valor não exceda 60 vezes o valor do salário mínimo; 
II. Outras causas que, qualquer que seja o valor, devem seguir o procedimento sumário: 
a. As causas de arrendamento rural ou de parceria agrícola; 
b. As causas de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio; 
c. As causas de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico; 
d. As causas de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via 
terrestre; 
e. As causas de cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto 
em legislação especial; 
f. As causas que versem sobre revogação de doação. 
Não pode o autor, nem mesmo com assentimento do réu, substituir o procedimento sumário 
pelo ordinário naqueles casos em que a lei manda observar o primeiro. 
Fases do procedimento sumário 
O objetivo visado pelo legislador ao instituir o procedimento sumário foi o de propiciar solução 
mais célere a determinadas causas. Suas características são a concentração dos atos 
processuais e a cognição plena e exauriente. É incompatível com este procedimento a 
reconvenção (típica do procedimento ordinário), a ação declaratória incidental, prova técnica 
complexa e intervenções de terceiros, exceto a assistência, recurso de terceiro prejudicado e 
fundado em contrato de seguro, que são permitidas. 
I – A petição inicial e seu despacho 
Na petição inicial, o autor exporá os fatos e os fundamentos jurídicos, formulará o pedido e 
indicará as provas, oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos. Se requerer 
perícia, formulará, no mesmo ato, os quesitos e indicará também o assistente técnico, bem 
7 
 
como, se desejar, o depoimento pessoal do réu. Deverá, é claro, elaborar a petição com todos 
os requisitos do art. 282. 
A particularidade consiste no ônus para o autor de produzir o rol de testemunhas e a prova 
documental junto com a inicial, sob pena de preclusão. 
II – A citação e a resposta do réu 
A citação, no procedimento sumário, é para que o réu compareça a audiência de 
conhecimento e nela produza sua defesa, caso não se logre sucesso na busca de uma solução 
negocial para o litígio. 
Os requisitos são os mesmo previstos nos arts. 213 a 233. 
Entre a citação e a realização da audiência deve mediar um prazo não inferior a 10 dias, cuja 
contagem será feita segundo as regras do art. 241. Se o sujeito passivo for a Fazenda Pública, 
será duplicado o prazo em questão. 
III – Audiência de conciliação 
A lei prevê duas audiências no procedimento sumário: a primeira destinada a conciliação e 
eventual resposta do réu, e a segunda, a instrução e julgamento. Não se abrem o contraditório 
e a instrução sem antes tentar a solução conciliatória. 
Ainda na audiência inicial, caberá ao juiz, se não obtida a conciliação: 
a. Receber a contestação, escrita ou oral; 
b. Decidir sobre as provas ainda cabíveis; 
c. Se couber perícia, nomeará perito e marcará o prazo de pelo menos 20 dias, antes da 
audiência de instrução e julgamento; 
d. Designará audiência de instrução e julgamento, para data próxima. 
IV – Audiência de instrução e julgamento 
A designação da audiência de instrução e julgamento será para data que não ultrapasse 30 
dias a contar da audiência de conciliação, prazo que deverá ser ampliado se houver 
determinação de perícia. 
Tudo o que o juiz decidir em audiência de instrução e julgamento somente poderá ser 
impugnado por meio de agravo retido manifestado imediatamente e sob a forma oral. 
A audiência deve permitir as partes o debate oral, após a coleta de provas orais. E a sentença, 
em princípio, deverá ser proferida pelo juiz na própria audiência e, não sendo isso possível, em 
10 dias. 
V – Revelia 
Ocorre a revelia, no procedimento sumário, nos mesmos casos e com os mesmos efeitos 
previsto para o procedimento ordinário, sendo considerado o réu revel, podendo gerar pena 
de confesso. 
Caso seja o autor quem não compareça, há extinção ou a não conciliação/dispensa das provas 
por ele requeridas. 
8 
 
Juizados Especiais Cíveis 
Os Juizados Especiais Cíveis previstos na Lei nº 9.099/95 pressupõe órgãos específicos 
instituídos pela organização judiciária local para se ocupar das causas cíveis de menor 
complexidade. Sendo sua característica a predominância dos princípios da oralidade, 
simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, tudo voltado a conciliação ou 
transação, são qualificados como procedimento sumaríssimo. 
O procedimento sumaríssimo atualmente regulado pela lei 9.009/95, lei 10.259/01 e lei 
12.153/09 foi criado em razão de um incentivo constitucional (art. 98, CF). Essas três leis são 
consideradas um microssistema processual, significa que no que forem compatíveis, se 
complementam. 
Não se admite intervenção de terceiro em nenhuma hipótese. 
Nos juizados especiais todas as citações são permitidas, menos a por edital. Na audiência as 
partes podem comparecer por si, por prepostos ou por advogado com poderes especiais. 
Resposta pode ser de forma oral ou escrita. 
Admite-se contestação, exceção de impedimento e exceção de suspeição. Não se admite a 
peça de exceção de incompetência, assim a incompetência territorial deve ser arguida em 
preliminar contestação. Também não se admite reconvenção, mas o réu pode formular pedido 
na contestação, trata-se do pedido contraposto. É nominado recurso inominado. 
Petiçã o Iniciãl 
Petição Inicial 
A demanda vem a ser, tecnicamente, o ato pelo qual alguém pede ao Estado a prestação 
jurisdicional, isto é, exerce o direito subjetivo público de ação, causando a instauração da 
relação jurídico-processual que há de dar solução ao litígio em que a parte se viu envolvida. 
O veículode manifestação formal da demanda é a petição inicial, que revela ao juiz a lide e 
contém o pedido da providência jurisdicional, frente ao réu. 
Requisitos da petição inicial 
A petição inicial, que só poderá ser elaborada por escrito e que, salvo a exceção do art. 36, há 
de ser firmada por advogado legalmente habilitado, deverá conter os seguintes requisitos, 
indicados pelo art. 282: 
a. O juiz ou tribunal a que é dirigida – indica-se o órgão judiciário e não o nome da 
pessoa física do juiz (Exemplo: Excelentíssimo Sr. Dr. Juiz de direito... (ver artigo 109, 
CPC, para competência federal; o resto é estadual)); 
b. Os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu 
– os dados relativos à qualificação das partes, para perfeita individualização. 
c. O fato e os fundamentos jurídicos do pedido – compreende a causa de pedir (razões 
que levam a propositura da ação). É classificada em causa remota (fato gerador de 
9 
 
direitos) e causa próxima (natureza do pedido controverso). Teoria da substanciação, 
adotada no Brasil: não basta expor a controvérsia, é necessário apresentar a relação 
jurídica. Exemplo: não basta dizer que a dívida não foi paga, tem que dizer a origem da 
dívida. 
d. O pedido, com suas especificações – é a revelação do objeto da ação e do processo. 
Demonstrado o fato e o fundamento jurídico, conclui o autor pedindo duas medidas 
ao juiz: 1º, uma sentença (pedido imediato); e 2º, uma tutela especifica ao seu bem 
jurídico que considera violado ou ameaçado (pedido mediato, que pode consistir 
numa condenação ao réu, numa declaração ou numa constituição). 
Os pedidos podem ser cumulativos (quando um mesmo fato constitutivo gera mais de 
um pedido formulado), alternativos (o autor apresenta mais de uma forma de 
resolução do conflito) e sucessivos (o autor elabora os pedidos na ordem da sua 
preferência, de modo que somente não sendo possível a primeira opção passa-se para 
a segunda e assim sucessivamente). 
e. O valor da causa – a toda causa o autor deve atribuir um valor certo, ainda que não 
tenha conteúdo econômico (art. 258). Com base no valor da causa, define-se: 
i. Cálculo da taxa judiciária, “custas”, sendo de 1% do valor atribuído à 
causa; 
ii. Competência – os foros regionais tem competência para causas de até 
500 salários mínimos; as que ultrapassarem devem ser propostas no 
foro central; 
iii. Verba de sucumbência (art. 20, §3º) – é o valor destinado ao advogado 
da parte vencedora. É fixada entre 10% a 20% do valor atribuído a 
causa. É um pedido tácito e implícito da petição inicial. 
f. As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados – não 
basta o autor alegar os fatos, incumbe-lhe o ônus da prova de todos os fatos 
pertinentes à sua pretensão (art. 333, I ); 
g. O requerimento para citação do réu – cabe ao autor, ao propor a ação perante o juiz, 
requerer a citação do demandado, pois este é o meio de forçar, juridicamente, seu 
ingresso no processo. 
O advogado deverá declarar, na petição inicial, o endereço em que receberá as intimações no 
curso do processo. 
Juízo de admissibilidade da petição inicial 
Chegando a petição as mãos do juiz, caberá a este examinar seus requisitos intrínsecos e 
extrínsecos antes de despachá-la. Após esse exame, proferirá uma decisão que pode assumir 
três naturezas: 
a. De deferimento da citação 
Se a petição estiver em termos, o juiz a despachará, ordenando a citação do réu para 
responder. É chamado despacho positivo; 
b. De saneamento da petição 
10 
 
Quanto ela apresentar lacunas, imperfeições ou omissões, mas esses vícios forem 
sanáveis, o juiz não indeferirá de plano, determinará que o autor a emende ou 
complete no prazo de 10 dias. 
c. De indeferimento da petição 
Do exame inicial, ou do não cumprimento da diligência saneadora, de suas deficiências 
pelo autor, pode o juiz proferir uma decisão de caráter negativo. 
 
Tutela antecipada 
A tutela antecipada se refere a um pedido exclusivo do processo de conhecimento, podendo 
existir em qualquer procedimento comum. Apresenta cognição sumária, uma vez que a análise 
do pedido é superficial. Este pedido pode ocorrer a qualquer tempo em qualquer grau de 
jurisdição, sendo a análise passível de alteração, ou seja, é uma decisão provisória. 
Quando a pretensão urgente se confunde com a pretensão definitiva deverá ser proposta ação 
de conhecimento com pedido de tutela antecipada. 
 
Respostã do re u 
Resposta do réu 
O sistema do processo de conhecimento é dominado pelo princípio do contraditório, por isso, 
após a propositura da ação, réu é citado para vir a responder ao pedido de tutela jurisdicional 
formulado pelo autor, passando a ter o ônus da defesa, pois se não o fizer, sofrerá as 
consequências da revelia (arts. 319 a 322). 
Há a oportunidade do réu adotar três atitudes diferentes após a citação: inércia, resposta ou o 
reconhecimento da procedência do pedido. 
Prazo 
Nos 15 dias seguintes à citação (ver art. 233), o réu poderá responder o pedido do autor 
através de contestação, exceção e reconvenção. 
O prazo de defesa é comum a todos os réus, quando houver litisconsórcio passivo (art. 289); 
mas será contado em dobro (30 dias) se os litisconsortes estiverem representados por 
advogados diferentes (art. 191). 
O início do prazo de resposta começa após a citação do último litisconsorte. 
A contestação, a reconvenção e a exceção serão objeto de petições autônomas. A contestação 
e a reconvenção são juntadas aos autos e a exceção é atuada em apenso. 
Defesa processual 
Denomina-se defesa processual a que tem conteúdo apenas formal. 
11 
 
São exemplos de defesa indireta (processual) as que invocam a inexistência de pressupostos 
processuais ou de condições da ação. Dividem-se em: 
 Peremptórias – quando acolhidas levam o processo à extinção. Exemplos: inépcia da 
inicial e ilegitimidade da parte; 
 Dilatórias – quando acolhidas não provocam necessariamente a extinção do processo, 
apenas ampliação do curso do procedimento. Exemplos: nulidade da citação e 
incompetência do juízo. 
Defesa de mérito 
Quando o réu ataca o fato jurídico que constitui o mérito da causa. 
O ataque do contestante pode atingir o próprio fato arguido pelo autor ou suas consequências 
jurídicas. Em ambos os casos, diz-se que a defesa de mérito é direta. 
Mas a defesa de mérito pode ser indireta, quando, embora se reconheça a existência e eficácia 
do fato jurídico arrolado pelo autor, o réu invoca outro fato novo que seja impeditivo, 
modificativo ou extintivo do direito do autor (art. 326). Exemplo: prescrição. 
Contestação 
É o instrumento processual utilizado pelo réu para opor-se à pretensão deduzida em juízo pelo 
autor. Apresenta-se como defesa processual e de mérito. 
Conteúdo e forma da contestação 
A forma da contestação é a de petição escrita, endereçada ao juiz da causa (art. 297). Nela o 
réu tem que alegar “toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que 
impugna o pedido do autor, e especificando as provas que pretende produzir” (art. 300). 
Incumbe ao réu formular, de uma só vez, na contestação, todas as defesas de que dispõe de 
caráter formal ou material, impedido de levantá-las em outros momentos ulteriores do 
procedimento. 
Não impugnação dos fatos 
Além do ônus de defender-se, o réu tem o de impugnar especificamente todos os fatos 
arrolados pelo autor, sob pena de presumirem-se verdadeiros os fatos não impugnados, o que 
dispensa a prova a seu respeito. No entanto, há três casos em que não ocorre a presunção 
legal de veracidade dos fatos não impugnados pelo contestante: 
1. Quando não for admissível, a respeito deles, a confissão– caso dos direitos 
indisponíveis; 
2. Quando a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei 
considerar da substância do ato; 
3. Quando os fatos não impugnados estiverem em contradição com a defesa, 
considerada em seu conjunto. 
12 
 
Princípio da eventualidade 
Consiste na preclusão do direito de invocar em fases posteriores do processo matéria de 
defesa não manifestada na contestação. 
Exceções 
Em sentido amplo, exceção abrange toda e qualquer defesa que tenda a excluir da apreciação 
judicial o pedido do autor, seja no aspecto formal, seja no material. 
Exceção de incompetência 
Também chamada de exceção declinatória, é uma peça exclusiva do réu, devendo ser 
apresentada no prazo de quinze dias contados da juntada do mandado de citação aos autos. 
Se não for apresentada nesse prazo prorroga-se a competência. 
Proposta a exceção, é autuada em apensa e o juiz determina a suspeição do processo. O juiz 
deverá indeferir liminarmente a exceção se não estiver instruída na forma devida e se não 
indicar o juízo para o qual deve ocorrer a remessa. Recebida a exceção e não sendo o caso de 
Indeferimento liminar, o excepto será intimado para no prazo de dez dias a se manifestar. 
Decorrido o prazo, o juiz verificara se haverá "instrução", depois decidira e se a decisão for 
favorável haverá a remessa dos autos ao juízo competente. 
Exceção de impedimento e suspeição 
A incompetência refere-se ao juízo, como órgão jurisdicional; o impedimento e a suspeição, ao 
juiz, como pessoa física encarregada da prestação jurisdicional. 
O excipiente deverá em petição escrita endereçada ao próprio juiz da causa, apresentar os 
seus motivos, documentos e rol de testemunhas. O juiz, ao despachar, poderá declarar-se 
impedido ou suspeito e fazer remessa ao seu substituto legal. 
Porém o juiz pode entender que não há motivo de impedimento ou suspeição, de modo que 
terá dez dias para apresentar suas razões, juntar documentos e arrolar testemunhas, 
determinando a remessa ao tribunal. No tribunal, se a exceção for julgada procedente, o juiz 
será condenado ao pagamento das custas do processo e haverá remessa dos autos ao seu 
substituto. Se o tribunal entender que não há motivo para decretação da suspeição ou 
impedimento os autos retornarão ao mesmo juiz. 
Reconvenção 
Entre as respostas de mérito, há também a reconvenção que no entanto não é meio de defesa, 
mas verdadeiro contra-ataque do réu ao autor, propondo dentro de um mesmo processo uma 
ação diferente e em sentido contrário àquela inicialmente deduzida em juízo. 
A reconvenção é a ação do réu contra o autor aproveitando uma relação jurídica processual 
que já existe. Trata-se de um contra-ataque, o princípio da economia processual justifica a sua 
existência por permitir que uma única sentença aprecie situações diversas. Uma vez oferecida 
reconvenção eventuais motivos para a extinção do processo da ação principal sem a 
apreciação do mérito não darão causa a inexistência da apreciação do mérito da reconvenção. 
13 
 
O autor da reconvenção é chamado de réu reconvinte e o réu da reconvenção é chamado de 
autor reconvindo. 
Provide nciãs preliminãres 
Providências preliminares 
Sob o nomen iuris de “providências preliminares”, o Código instituiu certas medidas que o juiz, 
eventualmente, deve tomar logo após a resposta do réu e que se destinam a encerrar a fase 
postulatória do processo e a preparar a fase saneadora. Resultam as “providências 
preliminares” da necessidade de manter o processo sob o domínio completo do princípio do 
contraditório. 
Assim, findo o prazo de resposta do réu, os autor são conclusos ao juiz, que, conforme o caso, 
poderá, no prazo de 10 dias, determinar as seguintes providências: 
1) Determinar a especificação de provas a produzir – art. 324; 
2) Admitir pedido de declaração incidental de questão prejudicial – art. 325; 
3) Determinar a ouvida do autor em 10 dias, sobre fato impeditivo, modificativo ou 
extintivo do seu direito, invocado pelo réu na contestação – art. 326; 
4) Determinar a ouvida do autor, em 10 dias, sobre as preliminares do art. 301, quando 
arguidas pelo réu; ou mandar suprir em prazo nunca superior a 30 dias as 
irregularidades ou nulidades sanáveis que encontrar – art. 327 
Revelia 
Da falta de contestação, presume-se ordinariamente a veracidade dos fatos afirmados pelo 
autor (art. 319), desde que válida a citação. Um dos efeitos é a não intimação dos atos 
processuais (arts. 321 e 322). 
Logo, não há necessidade da fase probatória e o juiz, pela simples ausência de resposta do réu, 
fica autorizado a proferir o julgamento antecipado da lide (art. 330, I). Mas há casos em que, 
mesmo sem a resposta do réu, o autor não se desobriga do ônus de provar os fatos jurídicos 
que servem de base à sua pretensão (art. 320). 
Declaração incidente 
“Contestando o réu o direito que constitui fundamento do pedido, o autor poderá requerer, 
no prazo de 10 dias, que sobre ele o juiz profira sentença incidente, se da declaração da 
existência do direito depender, no todo ou em parte, o julgamento da lide” (art. 325). 
Para o réu, a ação declaratória pode normalmente ser manejada através da reconvenção. 
Para o autor, o momento adequado para a propositura da declaratória incidental são os 10 
dias seguintes à intimação da contestação que tenha gerado controvérsia sobre a questão 
prejudicial. O juiz não poderá proferir julgamento conforme o estado do processo antes de 
acabar esse prazo decendial. 
Esse remédio processual não se admite nas ações sumárias, de execução ou cautelar. 
14 
 
Réplica 
Em dois casos, há providência preliminar consistente em facultar ao autor o direito de réplica à 
resposta do réu: 
I- Quando o demandado, reconhecendo o fato em que se fundou a ação, outro lhe 
opuser impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor; 
II- Quando, em preliminar da contestação, for alegada qualquer das matérias 
enumeradas no art. 301 (art. 327). 
Julgamento conforme o estado do processo 
“Cumpridas as providências preliminares, ou não havendo necessidade delas, o juiz proferirá 
julgamento conforme o estado do processo”, com observância do disposto nos arts. 329 a 331. 
Com o “julgamento conforme o estado do processo” o juiz encerra as providências 
preliminares e realiza o completo saneamento do processo. 
Pode o julgamento conforme o estado do processo consistir numa das seguintes decisões: 
1. Extinção do processo – art. 329; 
2. Julgamento antecipado da lide – art. 330; 
3. Saneamento do processo – art. 331. 
 
Extinção do processo 
No julgamento conforme o estado do processo, o juiz declarará a extinção do processo, sem 
apreciar o mérito da causa, nas hipóteses previstas nos: 
 Art. 267, sendo a sentença apenas terminativa, pois os aspectos examinados são de 
natureza formal. Não há, portanto, uma resposta direta ao pedido do autor e a coisa 
julgado é, por isso, apenas formal; 
 Art. 269, embora nem sempre dê solução própria a lide, profere sentença definitiva, 
com composição do mérito da causa. 
Julgamento antecipado da lide 
No momento do julgamento conforme o estado do processo, o juiz examinará o pedido e 
proferirá sentença contendo sua própria solução para a lide, sem passar pela audiência de 
instrução e julgamento, quando (art. 330): 
a) A questão de mérito for unicamente de direito; 
b) Mesmo sendo de direito e de fato, a questão de mérito, não houver necessidade de 
produzir prova em audiência; 
c) Ocorrer à revelia (art. 319). 
Nessas três hipóteses, a desnecessidade de audiência faz com que se elimine a incidência do 
princípio da oralidade do processo de conhecimento. 
A sentença é definitiva e tem a mesmanatureza e requisitos daquela que se profere, 
normalmente, após a instrução em audiência. 
15 
 
Saneamento do processo 
O despacho saneador é uma eventual declaração de regularidade do processo. Portanto, 
passou a ser aquela decisão que o juiz profere, ao final das providências preliminares, para 
reconhecer que o processo está em ordem e que a fase probatória pode ser iniciada, eis que 
será possível o julgamento do mérito e, para tanto, haverá necessidade de prova oral ou 
pericial. 
Esse despacho é a terceira e última modalidade de julgamento conforme o estado do processo 
(art. 331, § 2º). 
Só haverá despacho saneador quando não couber a extinção do processo, nos termos do art. 
329, nem for possível o julgamento antecipado da lide (art. 330). 
Audiência Preliminar 
Se as questões preliminares suscitadas pelo réu não foram suficientes para provocar o 
julgamento da extinção do processo (art.329), terá o juiz de apreciá-las e rejeitá-las no 
saneador, pois só assim terá condições de declarar saneado o feito. 
Após isto, ou quando não houver questões preliminares, o juiz, ao declarar saneado o 
processo, deverá, segundo o art. 331, designar a audiência preliminar, para tentar a 
conciliação entre as partes e, não sendo possível, tomar as seguintes deliberações: 
I- Fixar os pontos controvertidos; 
II- Decidir as questões processuais pendentes; 
III- Determinar as provas a serem produzidas; 
IV- Designar a audiência de instrução e julgamento. 
 
 
Dãs Provãs 
Teoria Geral das Provas 
Todos os pretensos direitos subjetivos que podem figurar nos litígios a serem solucionados 
pelo processo se originam de fatos. De tal sorte, às partes não basta simplesmente alegar os 
fatos. Para que a sentença declare o direito, é preciso antes de tudo que o juiz se certifique da 
verdade do fato alegado, o que se dá através das provas. 
A prova é um elemento de convicção, um instrumento ou meio hábil para demonstrar a 
existência de um fato (os documentos, as testemunhas, a perícia, etc.). 
Objeto da Prova 
Os fatos são objetos de prova, devendo estes serem pertinentes e relevantes. A pertinência 
tem natureza objetiva, dizendo respeito aos fatos constitutivos, modificativos, impeditivos ou 
extintivos de direitos. 
Excepcionalmente o direito é objeto de prova (art. 337). 
16 
 
Todo juiz tem obrigação de conhecer a legislação federal; portanto direito federal não será 
objeto de prova, assim como o direito do estado e município em que ele exercer a jurisdição. 
O costume do lugar também não será objeto de prova, mas o juiz pode exigir se for de outro 
local e sempre exigirá se for estrangeiro. 
Finalidade e destinatário da prova 
Destina-se ao convencimento do juiz, em relação ao órgão que ele representa. 
A prova destina-se a produzir a certeza ou convicção do julgador a respeito dos fatos litigiosos. 
Valoração da prova 
É feita com base no princípio da persuasão racional do juiz ou livre convencimento motivado: o 
juiz deve julgar segundo os fatos e provas que constam nos autos e atentar-se as regras legais 
e máximas de experiência, devendo o julgamento ser sempre motivado. 
Ônus da prova 
O ônus da prova é a necessidade de provar para vencer a causa. 
O art. 333 reparte o ônus da prova entre os litigantes da seguinte maneira: 
a. Ao autor incumbe o ônus de provar o fato constitutivo do seu direito; 
b. Ao réu, o de provar o fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. 
Exemplo: quando o réu contesta apenas negando o fato em que se baseia a pretensão do 
autor, todo ônus probatório recai sobre este. Mesmo sem nenhuma iniciativa de prova, o réu 
ganhará a causa, se o autor não demonstrar a veracidade do fato constitutivo do seu pretenso 
direito. 
Meios de prova 
A convicção do juiz deve ser estabelecida segundo meios ou instrumentos reconhecidos pelo 
direito como idôneos, isto é, conforme as provas juridicamente admissíveis. 
Os especificados pelo Estatuto Processual Civil foram os seguintes: 
I- Depoimento pessoal; 
II- Confissão; 
III- Exibição de documento ou coisa; 
IV- Prova documental; 
V- Prova testemunhal; 
VI- Prova pericial; 
VII- Inspeção judicial. 
Os elencados no Código Civil de 2002 são: 
I- Confissão; 
II- Documento; 
III- Testemunha; 
IV- Presunção; 
17 
 
V- Perícia. 
Depoimento pessoal 
Depoimento pessoal é o meio de prova destinado a realizar o interrogatório da parte, no curso 
do processo. Diz respeito a oitiva da parte em juízo diante do requerimento do adversário. 
Aplica-se tanto ao autor como ao réu, pois ambos se submetem ao ônus de comparecer em 
juízo e responder ao que lhe for interrogado pelo juiz (art. 340, I). 
A finalidade desse meio de prova é dupla: provocar a confissão da parte e esclarecer os fatos 
discutidos na causa. 
O momento processual da ouvida do depoimento pessoal é a audiência de instrução e 
julgamento (art. 343), porém o requerimento deve ocorrer na petição inicial ou contestação. 
A parte deve comparecer em juízo e prestar pessoalmente o depoimento (arts. 342 e 343), 
limitando-se aos fatos controvertidos no processo. 
Depoimento pessoal ≠ interrogatório judicial 
O depoimento pessoal é diferente do interrogatório judicial, que é quando o juiz determina o 
comparecimento de ofício, podendo ocorrer a qualquer tempo em qualquer grau de jurisdição, 
sendo sua finalidade o convencimento do juiz. 
Admissibilidade 
Existem três hipóteses que o depoimento pessoal não é admitido: 
1. Documento publico (art. 366) – se o documento público for essencial para a prova do 
fato; 
2. Direitos indisponíveis (art. 351) – se a causa versar sobre direitos indisponíveis; 
3. Pessoa jurídica de direito público – não se admite depoimento pessoal do 
representante da pessoa jurídica de direito público. 
Confissão 
Há confissão quando, segundo o art. 348, a parte admite a verdade de um fato, contrário ao 
seu interesse e favorável ao adversário. Pode ser feito em juízo ou fora dele 
Em regra, a confissão deve conter: 
I- O reconhecimento de um fato alegado pela outra parte; 
II- A voluntariedade desse reconhecimento; 
III- Um prejuízo para o confitente, em decorrência do reconhecimento. 
Ninguém está obrigado a confessar e fazer prova em favor do adversário, mas todo litigante 
tem o dever de veracidade e lealdade no comportamento processual. 
A confissão pode ser judicial é a feita nos autos, onde é tomada a termo; ou extrajudicial. A 
que o confitente faz, de forma escrita ou oral, perante a parte contrária ou terceiros, ou ainda 
através de testamento (art. 353). 
18 
 
Prova documental 
Documento é uma coisa capaz de representar um fato. O documento, quando autêntico, é 
prova que goza de enorme prestígio, pela grande força de convencimento que encerra. 
Os documentos podem ser públicos ou particulares. O público é escrito com fé pública, que diz 
respeito à formação do documento e os fatos ocorridos na presença de autoridade. O 
particular é o produzido sem a participação de um oficial. Admite-se a arguição da falsidade do 
documento (art. 389). 
Os documentos devem acompanhar a petição e a contestação. A juntada posterior de 
documentos, que não seja na petição ou contestação, somente será admitida em se tratando 
de fato novo ou prova nova. 
Prova testemunhal 
Prova testemunhal é a que se obtém por meio do relato prestado, em juízo, por pessoas que 
conhecem o fato litigioso. 
Testemunhas são as pessoas que vêm a juízo depor sobre o fato controvertido. Não podem ter 
interesse na causa e devem satisfazer a requisitos legais de capacidade para o ato que vão 
praticar. 
O momento adequado para requerer a prova testemunhal é a petição inicial, para o autor, ou 
a contestação,para o réu, ou então a fase de especificação de prova, durante as providências 
preliminares. 
Exibição de documento ou coisa 
Do dever que incumbe às partes e aos terceiros de colaborar com o Poder Judiciário para o 
descobrimento da verdade, decorre para o juiz o poder de determinar a exibição de 
documento ou coisa que se ache na posse das referidas pessoas, sempre que o exame desses 
bens for útil ou necessário para a instrução do processo. 
O pedido de exibição poderá ser formulado na inicial, na contestação ou em petição posterior. 
São requisitos do pedido, segundo o art. 356: 
I- A individuação tão completa quanto possível do documento ou da coisa; 
II- A finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam com o documento ou 
coisa; 
III- As circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou 
a coisa existe e se acha em poder da parte contrária. 
Prova pericial 
Não raras vezes o juiz terá de se socorrer do auxílio de pessoas especializadas, para examinar 
pessoas, coisas ou documentos envolvidos no litígio e formar sua convicção para julgar a causa 
com a indispensável segurança. 
19 
 
Segundo o art. 420, a prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação. 
O exame consiste na inspeção sobre coisas, pessoas ou documentos, para verificação de 
qualquer fato ou circunstância que tenha interesse para a solução do litígio. Vistoria é a 
mesma inspeção, quando realizada sobre bens imóveis. E avaliação é a apuração de valor, em 
dinheiro, de coisas, direitos ou obrigações em litígio. 
O pedido da perícia pode ser formulado na inicial, na contestação ou na reconvenção, bem 
como na réplica do autor à resposta do réu. 
Inspeção judicial 
Inspeção judicial é o meio de prova que consiste na percepção sensorial direta do juiz sobre as 
qualidades ou circunstâncias corpóreas de pessoas ou coisas relacionadas com litigio. Confere, 
de ofício ou a requerimento da parte, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou 
coisas, a fim de se esclarecer sobre fato que interesse a decisão da causa. 
O objeto da inspeção pode ser: 
a. Pessoa – podem ser partes ou não do processo, desde que haja necessidade de 
verificar seu estado de saúde, suas condições de vida, etc.; 
b. Coisas – móveis ou imóveis e mesmo documentos de arquivos, de onde não possam 
ser retirados; 
c. Lugares – quando, por exemplo, houver conveniência se conhecer detalhes de uma via 
pública onde se deu acidente ou outro acontecimento relevante para a solução da 
causa. 
 
Audie nciã de instruçã o e julgãmento 
Audiência 
Audiência é o ato processual solene realizado na sede do juízo que se presta para o juiz colher 
a prova oral e ouvir pessoalmente as partes e seus procuradores. 
A principal audiência é a de instrução e julgamento (arts. 450 – 457), que é o momento 
integrante do procedimento ordinatório e também se aplica a todos os demais procedimentos, 
desde que haja prova oral ou esclarecimento de peritos a ser colhido antes da decisão do feito. 
No procedimento oral, é ela o ponto alto, pois concentra os atos culminantes da disputa 
judicial. Nela, o juiz entra em contato direto com as provas, ouve o debate final das partes e 
profere a sentença que põe termo ao litigio. Por meio dela, põem-se em prática os princípios 
da oralidade e concentração do processo moderno. 
Quando se fizer necessária a audiência de instrução e julgamento, o momento adequado à sua 
designação pelo juiz é o despacho saneador, oportunidade em que deferirá as provas que nela 
hão de produzir-se. (art. 331, § 2º). 
20 
 
A audiência é um ato complexo (porque há uma sequencia de atos praticados na audiência), 
público (por via de regra, mas há exceções), formal (arts. 450 a 453) e solene. 
Compreende a audiência atos de quatro espécies: 
a. Atos preparatórios – a designação de data e horário para a audiência, a intimação das 
partes e outras pessoas que devem participar; depósito do rol de testemunhas em 
cartório; o pregão das partes e advogados na sua abertura; 
b. Atos de tentativa da conciliação das partes – quando a lide versar sobre direitos 
patrimoniais privados; 
c. Atos de instrução – esclarecimento do perito e assistentes técnicos; depoimentos 
pessoais; inquirição de testemunhas; acareação de partes e testemunhas; 
d. Ato de julgamento – debate oral e sentença. 
Das decisões proferidas na audiência de instrução e juçgamento caberá o recurso “agravo 
retido”. 
Sentença 
Pode ser classificada como sentença sem resolução de mérito (coisa julgada formal – art. 267) 
e sentença com resolução de mérito (coisa julgada formal e material – art. 269). Ambas fazem 
coisa julgada. 
As sentenças podem ser classificadas em: meramente declaratória, condenatória ou 
constitutiva. 
Conteúdo da sentença 
A eficácia da sentença depende da reunião de condições intrínsecas e formais. De acordo com 
o art. 458, os requisitos essenciais (condições intrínsecas) da sentença são: 
I- O relatório; 
II- Os fundamentos de fato e de direito (motivação ou fundamentação); 
III- O dispositivo (conclusão). 
A sentença que apresentar nulidade por inobservância dos requisitos em apreciação pode ser 
rescindida em grau de apelação. E se passar em julgado, por não ter havido recurso em tempo 
hábil, poderá ser objeto de ação rescisória. 
Relatório 
O relatório é o introito da sentença no qual se faz o histórico de toda a relação processual. 
São defesos (proibidos) os julgamentos extra petita (matéria estranha à lide), ultra petita (mais 
do que o pedido) e citra petita (sem apreciar todo o pedido). 
Motivação 
É necessário expor os fundamentos de fato e de direito que geraram a convicção do juiz; o 
magistrado, examinando as questões de fato e de direito, constrói as bases lógicas da parte 
decisória da sentença. 
21 
 
Dispositivo 
É o fecho da sentença. Nele se contém a decisão da causa. 
No dispositivo, o juiz poderá, conforme o caso: anular o processo, declarar sua extinção, julgar 
o autor carecedor da ação, ou julgar o pedido procedente ou improcedente. 
O dispositivo pode ser: 
a. Direito – quando especifica a prestação imposta ao vencido; 
b. Indireto – quando o juiz apenas se reporta ao pedido do autor para julga-lo 
procedente ou improcedente. 
Coisa julgada 
Denomina-se coisa julgada material a eficácia que torna imutável e indiscutível a sentença, não 
mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário. Diz respeito à imutabilidade dos efeitos 
formais e materiais de uma sentença. 
Ação rescisória 
Art. 485. 
Possibilita a flexibilização da coisa julgada. Objetiva reparar uma possível injustiça que a 
sentença deu causa. Só cabe ação rescisória de sentença de mérito transitada em julgado, 
apenas nas hipóteses do art. 485. O prazo é de dois anos contados do trânsito em julgado da 
decisão. 
Possuem legitimidade ativa as parte, o terceiro juridicamente interessado e o Ministério 
Publico, sem do proposta no segundo grau de jurisdição. 
A decisão que decorre da ação rescisória tem natureza desconstitutiva. A propositura da ação 
não suspende a execução da sentença ou acórdão que por meio desta demanda está sendo 
impugnado. 
Uma possível ação anulatória (art. 486) não tem prazo fixo, respeitando os prazos do processo 
civil.