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AULA 3 GESTÃO FINANCEIRA Prof. Edson Miguel Zedebski 2 CONVERSA INICIAL Nesta aula, estudaremos os indicadores (ou índices) mais significativos para a compreensão da situação atual de uma empresa e como ferramenta para planejamento e projeções como elementos estratégicos. Veremos que a boa e correta forma de calcular índices para compreensão e comparação de desempenho tem seu grande fundamento e objetivo na avaliação dos gestores. Sendo assim, quanto maior a eficácia na prospecção e no adequado tratamento dos itens patrimoniais e de resultados, mais contundente é a almejada conquista de diferenciais e vantagens competitivas. Os negócios estão mais competitivos e com ganhos mais difíceis e modestos. Nos tempos atuais, a gestão dos negócios requer mais dedicação e muita persistência. As organizações, empresas ou qualquer outro tipo de entidade não são estruturadas por forças isoladas, que se interligam com a aparência de um todo fragmentado. Elas, ao contrário, são forças coesas e alavancadas pela sua missão e seus objetivos, e promovem o desenvolvimento da comunidade, da cidade, da região e da macroeconomia em que estão inseridas. No cumprimento da sua missão, as organizações desenvolvem suas atividades econômicas, buscando cumprir suas principais funções: mercadológica, tecnológica, social e econômica, o que torna os negócios mais atraentes e mais ricos em reciprocidade. A função econômica não é a principal, mas é imprescindível. Aferir lucro é a exigência maior de qualquer atividade econômica. As demais funções se revestem de significativa importância se a função econômica for atendida. O lucro é fundamental para o patrimônio das entidades. Entretanto, o lucro não é apenas uma simples verificação de uma desigualdade. Se o valor da receita é maior do que o valor da despesa o resultado é o lucro; o lucro é a consequência da soma parcial ou total de qualidade e produtividade, de capacidade empresarial e trabalho, de equilíbrio. O lucro deixou de ser atributo da receita de vendas, e sim função resultante dos custos incorridos de tal modo que, almejar lucro é conter custos. Lucros e 3 custos são grandezas inversamente proporcionais. O lucro será máximo se o custo for mínimo. Diante dessa realidade incontestável, as empresas pequenas, médias e grandes necessitam de ferramentas eficientes para ser utilizadas nos processos de gestão dos negócios. Por fim, será possível compreender que a adoção de controles norteados por indicadores econômico-financeiros abrirá caminhos para conduzir uma empresa à conquista de maiores fatias de mercado e sua assegurada permanência nesse mercado. Boa aula! Problematização Senhores gestores, qual o custo unitário dos produtos? A empresa Tropical Ltda. fabrica três produtos: quadrado, redondo e triangular. Em determinado mês, não possuía estoques iniciais (ou anteriores) de produtos acabados, pois vendeu toda sua produção conforme informações a seguir, tendo ocorrido os seguintes gastos: Salários e encargos da fábrica R$144.000,00. Depreciação de equipamentos de produção R$9.600,00. Energia elétrica consumida na fábrica R$36.000,00. Matéria-prima consumida (comum aos três produtos) R$84.000,00. Manutenção dos equipamentos da fábrica R$6.000,00. Seguros dos equipamentos da fábrica R$8.400,00. Materiais auxiliares de produção R$24.000,00. Depreciação do prédio da fábrica R$19.200,00. Água consumida no resfriamento de peças R$2.600,00. Refeitório dos funcionários da fábrica R$7.800,00. Imposto predial do imóvel da fábrica R$1.500,00. 4 A soma total desses gastos atingiu o montante de R$ 343.100,00. Houve a preocupação e o cuidado em buscar a classificação e segregação dos gastos descritos em Custos de Produção, Despesas Administrativas e Despesas com Vendas, além da apuração do total de cada grupo. Em seguida, após criteriosas observações e questionamentos, os gestores levantaram os seguintes dados referentes à produção do mês: a) Dos salários e encargos da fábrica, três quartos correspondem à mão-de- obra direta e um quarto à mão-de-obra indireta. b) Do valor da energia elétrica consumida na fábrica, a utilizada diretamente na fabricação dos produtos corresponde ao dobro daquela que representa consumo geral (indireto). c) O custo da energia elétrica direta é atribuído aos produtos na seguinte proporção: produto triangular = 35% do valor consumido; produto quadrado = 20% do valor consumido; produto redondo = 45% do valor consumido. d) O custo dos salários e encargos diretos é rateado entre os produtos conforme o tempo de produção, assim distribuído: produto redondo = 25% do tempo; produto quadrado = 55% do tempo; produto triangular = 20% do tempo. e) O custo da matéria-prima é alocado aos produtos conforme requisições, tendo sido neste período: produto quadrado = 30% do valor requisitado; produto triangular = 20% do valor requisitado; produto redondo = 50% do valor requisitado. Obs.: Foram fabricadas, e vendidas, no período: 8.000 unidades do produto quadrado; 6.500 unidades do produto triangular; 10.000 unidades do produto redondo. Os gestores atribuíram um preço de venda para cada um dos produtos com base no preço de mercado, ou seja, baseado na concorrência e no poder aquisitivo dos seus clientes. 5 Porém, o problema é que a empresa não implantou ainda um sistema de informações para a gestão financeira de seus custos e, assim sendo, não tem como conhecer, de maneira confiável, o efetivo resultado econômico ou mesmo o contábil-financeiro desta produção e venda, havendo, inclusive, a possibilidade de haver ocorrido margem negativa. Entre os gestores há várias opiniões e sugestões para se apurar o custo dos produtos e, dentre outras opiniões, ouviu-se: “ora, basta somar todos os custos e despesas e dividir por 3 (três) e, tendo em vista que fabricamos três produtos, atribuiremos um terço dos custos e despesas para cada produto”. Ouviu-se, também: “basta somar todos os custos e despesas e dividir pela quantidade total de produtos vendidos, assim saberemos o valor do custo médio unitário dos produtos”. E você, qual sua opinião e qual sua decisão mediante este problema? Não se preocupe em responder agora! Leia todo o material e não deixe de assistir aos vídeos pois, ao final do estudo, voltaremos a falar sobre isso. TEMA 1 - ANÁLISE POR INDICADORES (ÍNDICES) O principal instrumento utilizado para a análise da situação econômico-financeira de uma empresa é o índice (ou indicador), ou seja, o resultado da comparação entre grandezas, é o que nos ensina Cardoso (2015). Os índices estabelecem a relação entre contas ou grupo de contas das demonstrações financeiras, visando evidenciar determinado aspecto da situação econômico-financeira de uma empresa. Servem como termômetro na avaliação da “saúde financeira” da empresa. Porém, o índice não deve ser considerado isoladamente, mas dentro de um contexto mais amplo, onde outros indicadores e variáveis devem são considerados de forma conjugada. Exemplo: um elevado grau de endividamento não significa, necessariamente, que a empresa esteja à beira da insolvência. Há empresas que convivem com níveis altos de endividamento sem comprometer sua solvência, já que há outros fatores que podem atenuar esta condição. 6 Sendo assim, cabe ao gestor da empresa detectar problemas e pontos fortes existentes para, a partirdaí, traçar uma estratégia para corrigir as falhas e aproveitar as oportunidades. Já ao investidor ou credor externo, interessa saber da viabilidade e não da aplicação de recursos na empresa. Por fim, é a visão do analista que determinará os caminhos a serem trilhados. A seguir, estudaremos alguns indicadores: Liquidez, Endividamento e Rentabilidade e, para tanto, consideraremos as demonstrações contábeis da Empresa Exemplo, cujos dados servirão de base para nossos estudos. Empresa Exemplo Balanço Patrimonial 31/12/Ano 02 R$ milhares 31/12/Ano 01 R$ milhares ATIVO TOTAL 4.049.289 3.614.093 Ativo Circulante 2.243.931 1.903.575 Caixa e Equivalentes de Caixa 281.189 241.885 Clientes 465.990 373.259 Outras Contas a Receber 107.590 108.953 Estoques 1.340.199 1.132.620 Tributos a recuperar 39.042 38.658 Despesas Antecipadas 9.921 8.200 Ativo Não Circulante 1.805.358 1.710.518 Realizável a Longo Prazo 32.664 23.350 Despesas Antecipadas 1.218 728 Depósitos Judiciais 14.116 10.763 Tributos a recuperar 17.330 11.859 Imobilizado 647.673 536.629 Intangível 1.125.021 1.150.539 7 Empresa Exemplo Balanço Patrimonial 31/12/Ano 02 R$ milhares 31/12/Ano 01 R$ milhares PASSVO TOTAL + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 4.049.289 3.614.093 Passivo Circulante 1.275.050 1.020.004 Obrigações Sociais e Trabalhistas 141.548 116.352 Fornecedores 871.477 671.455 Obrigações Fiscais 42.230 65.920 Empréstimos e Financiamentos 97.710 83.944 Dividendos a pagar 28.664 9.464 Aluguéis a pagar 33.775 22.626 Demais Contas a Pagar 44.501 36.507 Provisões 15.145 13.736 Passivo Não Circulante 317.302 267.106 Empréstimos e Financiamentos 183.527 160.881 Programa de Recuperação Fiscal 3.726 4.224 Tributos Diferidos 125.946 93.980 Provisões 4.103 8.021 Patrimônio Líquido 2.456.937 2.326.983 Capital Social Realizado 908.639 908.639 Reservas de Capital 1.019.791 1.039.935 Reservas de Lucros 528.507 378.409 Empresa Exemplo Demonstração do Resultado do Exercício 31/12/Ano 02 R$ milhares 31/12/Ano 01 R$ milhares Receita da Venda de Bens e/ou Serviços 7.391.569 6.232.919 Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos (5.281.377) (4.512.743) Resultado Bruto 2.110.192 1.720.176 8 Despesas/Receitas Operacionais (1.801.066) (1.570.342) Despesas com vendas (1.409.067) (1.188.077) Despesas Administrativas (194.958) (176.463) Depreciações e Amortizações (187.568) (158.736) Outras Despesas Operacionais (9.473) (47.066) Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos 309.126 149.834 Receitas Financeiras 18.347 9.863 Despesas Financeiras (25.249) (20.310) Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro 302.224 139.387 Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro (80.838) (38.402) Lucro Líquido do Período 221.386 100.985 TEMA 2 - INDICADORES DE LIQUIDEZ Os indicadores de Liquidez são medidas de avaliação da capacidade financeira da empresa em satisfazer os compromissos para com terceiros, ou seja, sua capacidade de pagamento (Cardoso, 2015). Evidenciam quanto a empresa dispõe de ativos para pagar seus passivos. De maneira geral, define-se que, QUANTO MAIOR a liquidez, MELHOR será a situação financeira da empresa. No entanto, um alto índice de liquidez não representa, necessariamente, boa saúde financeira. O cumprimento das obrigações nas datas previstas depende de uma adequada administração de prazos de recebimento e de pagamento. Assim, uma empresa que possui altos índices de liquidez, mas mantém mercadorias estocadas por períodos elevados, recebe com atraso suas vendas a prazo ou mantém duplicatas incobráveis na conta clientes, poderá ter problemas de liquidez, ou seja, poderá ter dificuldades para honrar seus compromissos nos vencimentos. 9 Liquidez Corrente A Liquidez Corrente (LC) é um dos índices mais conhecidos e utilizados na análise de demonstrações financeiras. Indica quanto a empresa poderá dispor em recursos de curto prazo (disponibilidades, clientes, estoques, etc.) para pagar suas dívidas circulantes (fornecedores, empréstimos e financiamentos de curto prazo, contas a pagar, etc.) A Liquidez Corrente (LC) corresponde ao quociente entre o Ativo Circulante (AC) e o Passivo Circulante (PC). Com base nos valores do Balanço Patrimonial, a Liquidez Corrente da Empresa Exemplo no Ano 01 foi: Portanto, para cada R$1,00 de dívidas que vencem no curto prazo, a Empresa Exemplo tinha R$1,87 de ativos realizáveis no mesmo período. Com base nos valores do Balanço Patrimonial, a Liquidez Corrente da Empresa Exemplo no Ano 02 é: Portanto, para cada R$1,00 de dívidas que vencem no curto prazo, a Empresa Exemplo tem R$1,76 de ativos realizáveis no mesmo período. Neste caso, é possível perceber que do Ano 01 para o Ano 02 a Liquidez Corrente da Empresa Exemplo apresentou uma queda, ou seja, de R$1,87 para R$1,76, o que representaria, isoladamente, uma diminuição da capacidade de PC AC LC 87,1 004.020.1 575.903.1 LC 76,1 050.275.1 931.243.2 LC 10 pagamento de seus compromissos de curto prazo no Ano 02 em relação ao Ano 01. Liquidez Geral A Liquidez Geral (LG) é uma medida de capacidade de pagamento de todo o passivo exigível da empresa (PC + PÑC), utilizando-se todos os ativos realizáveis da entidade (AC + ARLP). Indica o quanto a empresa poderá dispor de recursos circulantes e de longo prazo a fim de honrar todos os seus compromissos assumidos com terceiros (circulantes e de longo prazo). A Liquidez Geral (LG) corresponde ao quociente entre o somatório do Ativo Circulante (AC) com o Realizável a Longo Prazo (RLP) e o somatório do Passivo Circulante (PC) com o Passivo não Circulante (PÑC). Com base nos valores do Balanço Patrimonial, a Liquidez Geral da Empresa Exemplo no Ano 01 foi: Portanto, para cada R$1,00 de dívidas totais, a Empresa Exemplo tinha R$1,50 de ativos a serem realizados no curto e longo prazo. Com base nos valores do Balanço Patrimonial, a Liquidez Geral da Empresa Exemplo no Ano 02 é: Portanto, para cada R$1,00 de dívidas totais, a Empresa Exemplo tem R$1,43 de ativos a serem realizados no curto e longo prazos. PÑCPC RLPAC LG 50,1 106.267004.020.1 350.23575.903.1 LG 43,1 302.317050.275.1 664.32931.243.2 LG 11 Neste caso, é possível perceber que do Ano 01 para o Ano 02 a Liquidez Geral da Empresa Exemplo apresentou uma queda, ou seja, de R$1,50 para R$1,43, o que representaria, isoladamente, uma diminuição da capacidade de pagamento de seus compromissos de curto e de longo prazo no Ano 02 em relação ao Ano 01. TEMA 3 - INDICADORES DE ENDIVIDAMENTO Os Indicadores de Endividamento avaliam a “segurança” que a empresa oferece aos capitais de terceiros (Cardoso, 2015). O ativo de uma empresa é financiado pelos capitais próprios (Patrimônio Líquido) e por capitais de terceiros (passivo). Quanto maior for a participação de capitais de terceiros nos negócios de uma empresa, maior será o risco a que os terceiros estão expostos. A interpretação básica dos índices de Endividamento é: QUANTO MAIOR, PIOR. Endividamento Geral O Endividamento Geral(EG) revela o grau de endividamento total da empresa. A análise desse indicador, por diversos períodos sucessivos, mostra a política de obtenção de recursos da empresa, isto é, se a empresa tem financiado seu ativo predominantemente com recursos próprios ou de terceiros e em que proporção. A adequação deste índice para cada empresa dependerá, entre outros aspectos, de comparações com índices apresentados por outras empresas de mesmo setor econômico, da tendência demonstrada na análise de diversos exercícios, da composição do endividamento (curto ou longo prazo) e, ainda, do custo financeiro dessas dívidas. O Endividamento Geral (EG) corresponde ao quociente entre o somatório do Passivo Circulante (PC) com o Passivo Não Circulante (PÑC) pelo Ativo total. totalAtivo PÑCPC EG 12 Com base nos valores do Balanço Patrimonial, o Endividamento Geral da Empresa Exemplo no Ano 01 foi: Portanto, 35% do ativo total da Empresa Exemplo no Ano 01 era financiado por capital de terceiros (passivo). Logo, os recursos próprios (Patrimônio Líquido) financiavam 65% do ativo total da Empresa Exemplo no ano 01, isto é, 100% - 35% = 65%. Com base nos valores do Balanço Patrimonial, o Endividamento Geral da Empresa Exemplo no Ano 02 é: Portanto, 39% do ativo total da Empresa Exemplo no Ano 02 é financiado por capital de terceiros (passivo). Logo, os recursos próprios (Patrimônio Líquido) financiam 61% do ativo total da Empresa Exemplo no Ano 02, isto é, 100% - 39% = 61%. Endividamento Oneroso O Endividamento Oneroso (EO) ou Passivo Oneroso sobre Ativo (POSA) corresponde ao quociente entre o somatório do Passivo Circulante Oneroso (PCO) com o Passivo não Circulante Oneroso (PÑCO) pelo Ativo total. Entende-se por Passivo Oneroso (seja de curto ou de longo prazo) as dívidas com terceiros sobre as quais a empresa paga (deve, incorre) juros (despesas financeiras), por exemplo, empréstimos e financiamentos. %3535,0 093.614.3 106.267004.020.1 EG %3939,0 289.049.4 302.317050.275.1 EG totalAtivo onerosoPÑConerosoPC POSAEO 13 Com base nos valores do Balanço Patrimonial, o Endividamento Oneroso da Empresa Exemplo no Ano 01 foi: Portanto, 7% do ativo total da Empresa Exemplo, no Ano 01, era financiado por dívidas onerosas. Observe que além dos empréstimos e financiamentos (de PC e PÑC), consideram-se como dívidas onerosas as “outras obrigações” do PÑC, e não as do PC. Com base nos valores do Balanço Patrimonial, o Endividamento Oneroso da Empresa Exemplo no Ano 02 é: Portanto, 7% do ativo total da Empresa Exemplo, no Ano 01, é financiado por dívidas onerosas. TEMA 4 - INDICADORES DE RENTABILIDADE A Rentabilidade é o reflexo das políticas e das decisões adotadas pelos administradores da entidade, que expressam o nível de eficiência e o grau do êxito econômico-financeiro atingido (Cardoso, 2015). Todos os índices de Rentabilidade devem ser considerados: QUANTO MAIOR, MELHOR. Estudaremos os indicadores: Retorno sobre o Patrimônio Líquido e Retorno sobre o Ativo. Retorno sobre o Patrimônio Líquido O Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RPL) mede a remuneração dos capitais próprios investidos na empresa, ou seja, quanto foi acrescentado em determinado período ao patrimônio dos sócios. Do ponto de vista de quem investe em uma empresa, este deve ser o índice mais importante. %707,0 093.614.3 224.4881.160944.83 EO %707,0 289.049.4 726.3527.183710.97 EO 14 O RPL permite, além de avaliar a remuneração do capital próprio, analisar se esse rendimento é compatível com outras alternativas de aplicação (custo de oportunidade). Exemplo: um investidor, ao avaliar o RPL, poderá optar por uma aplicação no mercado financeiro em vez de aplicar em uma empresa que está oferecendo baixa rentabilidade. O Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RPL) corresponde ao quociente entre o Lucro Líquido (LL) e o Patrimônio Líquido médio (PLm). O Patrimônio Líquido médio (PLm) é a média aritmética entre o PL inicial e o PL final. Com base nos valores do Balanço Patrimonial, o Patrimônio Líquido Médio da Empresa Exemplo no Ano 02 é: Com base nos valores do Balanço Patrimonial, o Retorno sobre o Patrimônio Líquido da Empresa Exemplo no Ano 02 é: Portanto, a Empresa Exemplo, no Ano 02, remunerou seus proprietários à taxa de 9,25% ao ano. 100 médioLíquidoPatrimônio LíquidoLucro RPL 2 finalPLinicialPL PLm 960.391.2 2 937.456.2983.326.2 PLm %25,9100 960.391.2 386.221 RPL 15 Retorno sobre o Ativo O Retorno sobre o Ativo (RA) mede a rentabilidade que a empresa oferece a todos os recursos nela investidos (Ativo Total), independentemente de como são financiados (recursos próprios ou de terceiros). O Retorno sobre o Ativo (RA) corresponde ao quociente entre o Lucro Líquido (LL) deduzido das Despesas Financeiras Líquidas (DFL) do efeito tributário e o Ativo Total médio (ATm). Na fórmula, @IR representa a alíquota de Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o lucro e a necessidade de se adicionar ao lucro líquido as despesas financeiras líquidas do efeito tributário decorre da lógica deste indicador. O Ativo Total médio (ATm) é a média aritmética entre o Ativo inicial e o Ativo final. A IR é a alíquota do IR e CSLL, normalmente, 34%. Com base nos valores do Balanço Patrimonial, o Ativo Total Médio da Empresa Exemplo no Ano 02 é: Com base nos valores do Balanço Patrimonial, o Retorno sobre o Ativo da Empresa Exemplo no Ano 02 é: 100 @1. médiototalAtivo IRFinanceiraDespLíquidoLucro RA 2 finalAtivoinicialAtivo ATm 691.831.3 2 289.049.4093.614.3 ATm %25,4100 691.831.3 34,01249.25386.221 RA 16 Portanto, a Empresa Exemplo, no Ano 02, remunerou todo o capital nela aplicado (por terceiros e pelos proprietários) à taxa de 4,25% ao ano. Revendo a problematização Após o período de estudos, relembre o desafio apresentado no início da aula, e escolha a alternativa que demonstra sua opinião e sua decisão mediante este problema. a) Acatar a sugestão de um dos gestores em dividir o montante dos custos e despesas por três, e atribuir um terço desse valor a cada produto fabricado. b) Acatar a sugestão de um dos gestores em dividir o montante dos custos e despesas pelo número total de produtos fabricados, e obter, assim, algo como um custo médio unitário para os produtos. c) Reconhecer a impossibilidade imediata em se conhecer com segurança o custo dos produtos e a urgente necessidade em se definir e implantar um sistema de gestão de custos, a fim de tomar decisões a respeito de preços de venda, de margens de lucro e de volumes adequados de fabricação e venda de cada produto. Feedback a) Esta alternativa não representa uma boa opção, tendo em vista a proporção de consumo dos elementos de custos para fabricação de cada produto. Se você analisar, como exemplo, a matéria-prima e a mão-de-obra direta, já se pode concluir que haveria subestimação ou superestimação do valor dos custos, o que provocaria graves distorções nos resultados e nas decisões. Além do mais, os gestores argumentaram em somar os custos e as despesas, o que não é adequado. b) Esta alternativa não representa uma boa opção, tendo em vista a proporção de consumo dos elementosde custos para fabricação de cada produto. Se você analisar, como exemplo, a matéria-prima e a mão-de-obra direta, já se pode concluir que haveria subestimação ou superestimação do valor dos custos, o que provocaria graves distorções nos resultados e nas decisões. Além do mais, os gestores argumentaram em somar os custos e as despesas, o que não é adequado. 17 c) Ótima sugestão. A adoção e a consequente implantação de um sistema de informações conduzem os gestores à definição de alguns dos métodos de custeio existentes, preferencialmente o mais adequado para o seu processo de produção. Desta forma, ao conhecer o funcionamento de um sistema de informações de custos, haverá maior propriedade e maior segurança no processo acompanhamento de estoques e para a tomada de decisões. SÍNTESE Neste tema, estudamos que os indicadores ou índices representam uma técnica de análise largamente empregada. Porém, não se deve confundir análise financeira com a simples extração de índices. Os índices não constituem um fim em si mesmo, e sim um meio para, em conjunto com outras técnicas, permitir um diagnóstico mais preciso da situação da empresa. Estudamos os índices de Liquidez que mostram a base da situação financeira da empresa. Demonstram, a partir do confronto dos ativos com as dívidas, quão sólida é a base financeira da empresa. Entretanto, não se pode confundir índices de liquidez com índices de capacidade de pagamento, pois a capacidade de pagamento é medida através do fluxo de entrada e saídas de caixa. Um aumento nos índices de Liquidez pode-se dar por meio de um acúmulo indevido de estoques e recebíveis em dado período. Por essa razão, devem sempre ser analisados em conjunto com outras técnicas, como por exemplo, os índices de prazos médios e a formação do capital de giro. É possível constatar que, através do cálculo dos índices de endividamento, pode- se ver a proporção entre Capitais de Terceiros e Capital Próprio utilizado pela empresa. Sob o aspecto financeiro, quanto maior a relação capitais de terceiros/capital próprio, menor a liberdade de decisões financeiras da empresa, ou maior a dependência a esses terceiros. Porém, sempre que se aborda o índice de participação de capitais de terceiros, tal análise está sendo feita exclusivamente do ponto de vista financeiro, ou seja, do risco de insolvência, e não em relação ao lucro ou prejuízo. 18 Por fim, estudamos os índices de Rentabilidade que demonstram qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto é, quanto renderam os investimentos e, portanto, qual o grau de êxito econômico da empresa. É importante ressaltar que a busca por informações, através de índices especificamente desenvolvidos para o suporte aos gestores na condução das atividades, é indispensável para o auxílio na tomada de decisões gerenciais. Até a próxima! REFERÊNCIAS BLAT, Adriano. Análise de balanços: estrutura e avaliação das demonstrações financeiras e contábeis. São Paulo: Makron Books, 2012. BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira. São Paulo: Atlas, 1989. CARDOSO, Ricardo Lopes. Contabilidade geral: introdução à contabilidade societária e contabilidade gerencial. 4ed. São Paulo: Atlas, 2105. GITMAN, Laurence J. Princípios de administração financeira. 10a.ed. São Paulo: Addison Wesley, 2004. LEMES JÚNIOR et al. Administração financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras. Rio de Janeiro: Campus, 2002. MATARAZZO, Dante C. Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial. São Paulo. Atlas, 2010. OLINQUEVITCH, José Leônidas; SANTI FILHO, Armando de. Análise de balanços para controle gerencial. São Paulo. Atlas, 2009. ROSS, Stephen A, WESTERFIELD Randolph W, JORDAN Bradford D. Princípios de administração financeira. São Paulo: Atlas, 2002. SANVICENTE A Z. Administração financeira. São Paulo: Atlas, 1997. SECURATO, J. Roberto. Decisões financeiras em condições de risco. São Paulo: Atlas,1996.
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