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Universidade Federal do Ceará Faculdade de Farmácia,Odontologia e Enfermagem Departamento de Farmácia Disciplina: Química Farmacêutica Prof ª. Mirian Parente Monteiro 2000 AC – registro de ataques convulsivos. Aproximadamente 400 AC – Hipócrates - monografia sobre epilepsia. “A doença sagrada” - a causa sobrenatural da epilepsia e sua cura mágica foi desmistificada por Hipócrates. Epilambanein (grego) - convulsionar. Histórico Prevalência de 8/ 1000 em menores de 7 anos Mais comum em crianças que em adultos. Aproximadamente 1% da população mundial tem epilepsia. Prevalência.. Incidência 44/100000 pessoas ano A terapia padrão para epilepsia permite controlar em torno de 80% dos pacientes acometidos, os demais apresentam epilepsia não controlada com medicamentos. Definições... Epilepsia • Etiológica e clinicamente refere-se a diversos grupos de desordens neurológicas caracterizadas por descargas cerebrais recorrentes, espontâneas e paroxísticas chamadas convulsões. Convulsão • Convulsões são episódios finitos de disfunção cerebral resultante de descargas de neurônios cerebrais. As causas de convulsões são muitas e incluem uma ampla gama de doenças neurológicas – de infecção a neoplasma e trauma da cabeça. • Quando surgem sem um estímulo evidente. Convulsões não provocadas • Eletrochoque • Convulsivante químico Convulsões provocadas Tipos de Crises convulsivas Córtex cerebral, e não em outras estruturas como tálamo, tronco cerebral ou cerebelo. Camadas 5 e 3 que contém as células piramidais. Origem das convulsões Classificação das convulsões A forma de apresentação depende em larga medida da área do cortex cerebral afetada. A B A) Crises focais (parciais) • Sem perda da consciência Simples • Convulsões psicomotoras • I- começo como parcial simples progredindo para parcial complexa • II- Com prejuízo da consciência no início. Complexas • Convulsões parciais complexas evoluindo para convulsões tônico-clônicas generalizadas. Outras (60% de todas as epilepsias) B) Crises generalizadas 40% das epilepsias (usualmente genéticas) • Crises de ausência • a) Típica (pequeno mal) • b) Atípica i) • Mioclônica ii) • Clônica iii) • Tônica iv) • Tônico-clônica (grande mal) v) • Atônica vi) Crise de ausência https://www.slideshare.net/carlossalazardr/convulsiones-y-epilepsia-59441610 Convulsão atônica Perda repentina durante 1 a 2 segundos do tônus muscular postural. Breve alteração de consciência. https://www.slideshare.net/carlossalazardr/convulsiones-y-epilepsia-59441610 https://pt.slideshare.net/gabrieljsax/08-aula-convulses-e-choque Crise tônico-clônica https://www.slideshare.net/carlossalazardr/convulsiones-y-epilepsia-59441610 Auxílio ao indivíduo em crise tônico-clônica Convulsões parciais complexas evoluindo para convulsões tônico-clônicas generalizadas. https://www.slideshare.net/carlossalazardr/convulsiones-y-epilepsia-59441610 C) Convulsões epilépticas não classificadas (inclui algumas convulsões neonatais) Epileptogênese Epilepsia Secundária ou Sintomática Fatores genéticos associados a patologias adquiridas como traumas da cabeça. Erros inatos do metabolismo Epilepsia Primária ou Idiopática Epileptogênese Epilepsia Secundária ou Sintomática Epilepsia Primária ou Idiopática Presumivelmente genética; ou nenhuma etiologia de base documentada ou suspeitada. Pode envolver evidência de dano cerebral ou uma doença de base conhecida. Influência genética... Detectada a localização cromossomial para alguns tipos de epilepsias humanas. Gene e proteína correspondente: ainda não identificados. Anormalidades cromossomiais Doenças monogênicas Doenças metabólicas hereditárias Outras causas identificadas de epilepsia A CAUSA DA EPILEPSIA É DESCONHECIDA EM MAIS DE 1/3 DE TODAS AS EPILEPSIAS . Causas identificadas Derrame Trauma da cabeça Uso de álcool Doenças neurodegenerativas Demência de Alzheimer Doença de Huntington Desordens neurocutâneas Tumores cerebrais. Causas de epilepsia Causas associadas... A. Injúria traumática e lesões focais podem ser epileptogênicas. I. Epilepsia comumente é consequência tardia de traumas da cabeça. II. Sangue ou ferro - ação epileptogênica . III. Intervalo: trauma ou injúria início da epilepsia. IV. Outras formas de injúria focal. tumores benignos ou malignos. abcessos. parasitoses malária cisticercose B. Desordens metabólicas que podem iniciar convulsões . I. Hipoglicemia II. Hipóxia cerebral III. Outras desordens metabólicas * Dependência de piridoxina. (GAD/ Vit.B6 ). * Fenilcetonúria (Fenilalanina 4-hidroxilase). * Hipertermia limiar de convulsões em crianças de 6 meses a 5 anos. Anticonvulsivantes Barbitúricos Hidantoínas Oxazolidinodionas Succinimidas Acetiluréias Até 1990 Derivados cíclicos da ureia Anticonvulsivantes Barbitúricos Hidantoínas Oxazolidinodionas Succinimidas Outros Derivados do GABA Benzodiazepínicos Triazínicos Ác. valpróico e derivados Dibenzazepinas Após 1990 Cronologia do tratamento antiepiléptico Barrera, N. Evolución del tratamiento antiepiléptico desde los bromuros a la farmacogenética Barbitúricos i. São empregados no controle da maioria das formas de epilepsia, principalmente nas crises tônico-clônicas generalizadas e nas crises focais. ii. Apresentam a propriedade de induzir enzimas microssômicas hepáticas e consequentemente aceleram biotransformação de vários fármacos. iii.Fármacos da classe: a) Fenobarbital b) Metilfenobarbital c) Metarbital d) Primidona Observações !!! Grupos alquil pequeno e fenil são determinantes de sua ação terapêutica, na posição 5 do anel. (-CH3 e – C2H5) Alquil pequeno Grupo fenil • Grupos alquil pequenos tornam o fármaco adequado para tratar crises de ausência. • Grupos fenil tornam o fármaco útil para tratar crises tônico-clônicas. • Ácido 5-etil-5-fenilbarbitúrico • Usado na forma livre e na forma de sal sódico. • Antiepilético, sedativo-hipnótico e anti-hiperbilirrubinemia. Fenobarbital • Fármaco de 1ª escolha na maioria dos tipos de epilepsia, especialmente nos ataques tônico-clônicos generalizados e acessos focais. • Indutor enzimático b) Mefobarbital • ác. 1-metil-5-etil-fenilbarbitúrico • Metabolismo: perda do grupo N-metilfenobarbital c) Metarbital • ác. 1-metil -5-5 dietilbarbitúrico • Menos efetivo e com ação mais sedativa. • Metabolismo: desmetilação barbital d) Primidona • Congênere do fenobarbital. • É metabolizada em fenobarbital e feniletilmalonamida (PEMA). PEMA potencia a ação anticonvulsivante do fenobarbital.2-desoxifenobarbital Primidona, e seus metabólitos, é efetiva contra convulsões parciais e tônico- clônicas generalizadas e pode ser mais efetiva que o fenobarbital. Embora a primidona seja convertida a fenobarbital, o mecanismo de ação da primidona assemelha- se ao da fenitoína. Hidantoínas • 5,5-difenil-2-4-imidazolidinediona • Anticonvulsivante, antiarrítmico, antineurálgico, miorrelaxante esquelético e inibidor da secreção / síntese da colagenase. • Usado nas crises tônico-clônicas generalizadas, parciais complexas e parciais simples. a)Fenitoína • Pode ser administrado em associação com ácido valpróico, carbamazepina, fenobarbital ou primidona. • Efeito colateral grave: hiperplasia gengival. • Indutor enzimático Hidantoínas • 5,5-difenil-2-4-imidazolidinediona • Anticonvulsivante, antiarrítmico, antineurálgico, miorrelaxante esquelético e inibidor da secreção / síntese da colagenase. • Usado nas crises tônico-clônicas generalizadas, parciais complexas e parciais simples. Fenitoína b) Mefenitoína • 3-metil-5-etil-5-fenil hidantoína • Rapidamente metabolizada por • N-desmetilação a 5-etil-5-fenilhidantoína (Nirvanol) . • Produz hepatite, pancitopenia, dermatite exfoliativa e anemia aplástica. c) Etotoína • 3-etil-5-fenilhidantoína • Menos tóxica, mas produz maior sedação. • Eficácia mínima e precisa ser utilizada 4x/dia. Fosfenitoína Fosfofenitoína sódica é um pró-fármaco da fenitoína. Foi desenvolvido para resolver problemas de pH e solubilidade com as formulações parenterais da fenitoína sódica. Amplamente solúvel em soluções aquosas e rapidamente absorvida por via IM. Fosfenitoína Atua lentificando os impulsos cerebrais que causam convulsão. Seu principal mecanismo é bloquear canais de sódio dependente de voltagem e portanto limitar os disparos repetitivos dos potenciais de ação. Oxazolidinodionas • Usada nas crises de ausência. • Indicação para pacientes que não respondem ou não podem tolerar a succinimida ou o ác. valpróico. a)Trimetadiona b) Parametadiona • Efeitos tóxicos: nefrose, anemia aplástica, depressão da MO, fotofobia, hemeralopia (cegueira à luz) e tonturas. • Recomendada para pacientes que não respondem ou não podem tolerar a succinimida ou o ác. valpróico. • 2-etil-2-metilsuccinimida • Mais efetivo e menos tóxicos para crises de ausência. (1ª escolha). a)Etossuximida Succinimidas b) Metosuccinimida (N, 2-di-metil-2- fenilsuccinimida). c) Fensuximida (N-metil-2-fenilsuccinimida) Usadas no controle de ausências e crises parciais. d) Aciluréias • Compostos derivados dos barbituratos por clivagem do anel. e) Fenacemida • Membro mais ativo da série, porém muito tóxica deve ser o último recurso para as crises parciais refratárias. São usados principalmente como sedativos-hipnóticos e ansiolíticos. Benzodiazepínicos a) Diazepam • Tratamento do status epilepticus. b) Clonazepam • Tem ação essencialmente antiepiléptica. • Apresenta também efeito miorrelaxante. • Usado nas crises de ausência e crises mioclônicas e epilepsia fotossensível. c) Outros • Clobazam • Lorazepam • Clorazepato dipotássico • Midazolam Dibenzazepinas • Anticonvulsivante, antipsicótico, antineurálgico, antimaníaco e antidiurético. • Isolado ou em associação com outros anticonvulsivantes. • Crises parciais, especialmente as complexas, tônico-clônicas generalizadas (1ª escolha). • Potente indutor enzimático. Carbamazepina (Tegretol) • Relacionada à carbamazepina com perfil terapêutico similar e melhor tolerada. • Convulsões tônico-clônicas generalizadas e convulsões parciais com ou sem generalização. • Atividade reside no metabólito 10- monohidroxicarbazepina (MHD). OXCARBAZEPINA Eslicarbazina Acetato de eslicarbazepina é um pró-fármaco, aprovado como adjunto à terapia das convulsões parciais, com ou sem generalização secundária . ESL é rapidamente convertido a S(+)-licarbazina (eslicarbazine). O mecanismo de ação de carbazepina , oxcarbazepina e eslicarbazepina, parece ser o mesmo, ou seja, bloqueio dos canais de sódio operados por voltagem. Clinicamente, o fármaco é similar, em seu espectro de ação, à carbazepina e oxcarbazepina. Ác. Valpróico e derivados a) Ácido valpróico (Ác. 2-propilpentanóico ; ác. n-dipropilacético.) Características: Devido ao pKa do ácido valpróico ser 4,7, o fármaco é completamente ionizado no pH fisiológico, daí o íon valproato ser a espécie farmacologicamente ativa. Ác. Valpróico e derivados Faz parte de uma série de ácidos graxos carboxílicos que apresentam atividade anticonvulsivante. A atividade anticonvulsivante parece ser maior para cadeias com 5 a 8 átomos. • A ramificação ou a insaturação não alteram significativamente a atividade do fármaco, mas podem aumentar sua lipofilicidade, contribuindo para maior duração de ação. • Amidas e ésteres do ácido valpróico também são anticonvulsivantes ativos. • Reduz a frequência de vários tipos de crises epilépticas, porém é mais eficaz em crises generalizadas do que nas parciais. • Indicado nas crises de ausência, fotossensíveis e tônico-clônicas generalizadas. • Epilepsia mioclônica juvenil. Ácido valpróico (Depakene , Valpakine) • Usado nas crises de ausência e de 1ª escolha quando paciente apresenta crises tônico-clônicas generalizadas concomitantemente. Valproato de sódio( Valprene®) Divalproex sódico (Depakote) { Gabapentina Pregabalina Vigabatrina Progabida * Derivados do GABA • Ácido 4 amino 5-hexenóico; ác. gama –vinil butiríco • Comercializada na forma de racemato; o enantiômero S(+) é ativo, enquanto R(-) parece ser inativo. • Indicações: Coadjuvante no tratamento de epilepsia parcial. VIGABATRINA (Sabril ®) • Coadjuvante no tratamento de outras formas de epilepsia refratárias aos tratamentos usuais. • 1-aminometil-ciclohexanoacético • Análogo do GABA mas não afeta esse sistema. • Indicada para convulsões focais, com ou sem progressão para convulsões bilaterais tônico-clonica, quando usada em adição a outros agentes anticonvulsivantes. Gabapentina (Neurotin) Gabapentina tem sido utilizada para o tratamento de dor neuropática e também para a neuralgia pós herpética em adultos em doses de 1800mg ou acima. Efeitos adversos comuns são sonolência, tontura, ataxia, dor de cabeça e tremores. • Atua pré –sinapticamente para decrescer a liberação de glutamato. • Esse efeito é provavelmente dependente da entrada de cálcio, dependente da reduzida entrada pré-sináptica de cálcio, via canais ativados por voltagem. PREGABALINA Pregabalina foi aprovada pelo FDA como terapia adjuvante para adultos com convulsões focais; tratamento das convulsões parciais com ou sem generalização; Pregabalina foi aprovada para uso na dor neuropática, incluindo neuropatia periférica diabética e neuralgia pós herpética. Foi o primeiro fármaco aprovado nos Estados Unidospara a fibromialgia. Ácido (3S)-3-(aminometil)-5-metilhexanóico • Eficaz na epilepsia primária, secundária generalizada e epilepsia parcial. • Derivado da -amino butiramida, produz efeitos GABA-miméticos por estimulação direta dos receptores GABA. Progabida ácido 4-[(Z)-[(4-clorofenil)(5-fluoro-2- hidroxifenil)metilideno]amino]butanimidico Triazínicos • Derivado diclorofenílico da triazina 3,5- diamina. • Tratamento de crises parciais e crises tônico-clônicas generalizadas não controladas com outros fármacos. Lamotrigina (Lamictal) • dicarbamato de propanodiol ; 2- fenil-1,3-propanodiol dicarbamato. • Usos: pacientes refratários com crises tônico-clônicas generalizada e crises parciais complexas. • Efeitos adversos: insônia, anorexia e dor de cabeça. FELBAMATO (Felbatol) Embora seja efetivo em alguns pacientes com convulsões parciais, o fármaco causa anemia aplástica e hepatite grave em doses elevadas e tem sido relegada ao status de terceira linha de tratamento para casos refratários. 3-(carbamoiloxi)-2-fenilpropil carbamato • É um monossacarídio substituído, estruturalmente diferente de todos os outros anticonvulsivantes. • Crises tônico-clônicas generalizadas. TOPIRAMATO (TOPAMAX) • É um derivado do ácido nipecótico “racionalmente desenvolvido” como inibidor da captação do GABA. Tiagabina (GABITRIL) (3R)-1-[4,4-bis(3-metiltiofen-2-il)but-3-en- 1-il]piperidina-3-acido carboxílico. Tiagabina é eficaz na terapia adjuvante para convulsões focais refratárias com ou sem generalização secundária. • Derivado das sulfonamidas. • Tratamento das crises parciais e crises tônico-clônicas generalizadas. • Pode também ser útil nos espasmos infantis e em certas mioclonias. ZONISAMIDA • MECANISMO DE AÇÃO Produz bloqueio em canais de sódio e canais de cálcio dependente de voltagem. 1,2-benzoxazol-3-ilmetanosulfonamida • Usado para as crises parciais. • Análogo do piracetam, que é ineficaz contra as crises induzidas por eletrochoque máximo ou por pentilenotetrazol, mas que possui atividade proeminente no modelo de estimulação elétrica. LEVETIRACETAM (2S)-2-(2-oxopirrolidin-1-il)butanamida Levetiracetam foi aprovado como terapia adjuvante para convulsões mioclônicas de início focal, e convulsões tônico-clônica generalizadas em adultos e crianças acima de 4 anos de idade. Ative seu cerébro!!! Só pssaoes epsertas cnsoeugem ler itso. Eu não cnogseui acreidatr que relmanet pidoa etndeer o que etvsaa lndeno. O pdoer fnemoeanl da mntee huamna! De aorcdo com uma psqueisa da Unvireisadde de Cambrigde, não ipmrota a odrem em que as lteras em uma plavara etsão, a úcina cisoa ipmotratne é que a piremira e a útimla ltreas etseajm no lguar ctreo. O rseto pdoe etasr uma ttaol bnauguça e vcoê adnia pdoreá ler sem perolbmea. Itso pruqoe a mtene haunma não lê cdaa lreta idnvidailuemtne, mas a pvrlaaa cmoo um tdoo. Ipessrinaonte hien? É e eu smrepe pnenesi que slortaerr era ipmorantte! Se vcoê pdoe ler itso pssae aidntae ! Mecanismos de Ação dos anticonvulsivantes Sinapse nervosa NEUROTRANSMISSORES Aminoácidos -Acido-gama-amino-butirico (GABA) -Glutamato (Glu) -Glicina (Gly) -Aspartato (Asp) Aminas - Acetilcolina (Ach) - Adrenalina - Noradrenalina - Dopamina (DA) - Serotonina (5-HT) - Histamina Purinas - Adenosina - Trifosfato de adenosina (ATP) Excitatórios: disparam o potencial de ação da célula seguinte Inibitórios: inibem a possibilidade de descarga Nas epilepsias... • são distúrbios da excitabilidade neuronal. i. • As convulsões podem resultar do aumento ou do desajuste das funções excitatórias ou do decréscimo ou desajuste das funções inibitórias. ii. • Os principais íons envolvidos nos fenômenos epilépticos são sódio e cálcio (majoritariamente extracelular), potássio (majoritariamente intracelular), cloreto (igualmente distribuído) e magnésio (atuando primariamente no canal e em nível enzimático). iii. • Os neurônios sofrem despolarização e apresentam potenciais de ação com maior freqüência. iv. • Os neurotransmissores que medeiam grande parte da atividade sináptica no cérebro são o glutamato e o GABA (ác. - aminobutírico). v. 1) Aumento da transmissão GABAérgica (inibitória) 2) Diminuição da transmissão excitatória (usualmente glutamatérgica) 3) Modificação de condutâncias iônicas . 4) Efeitos pré-sinápticos sobre a liberação de transmissor parece ser particularmente importante, e alguns alvos moleculares são conhecidos, exemplo a proteína SV2A. Mecanismos de ação dos agentes anticonvulsivantes Via glutamatérgica... Canais de sódio operados por voltagem (fenitoína; carbamazepina, lamotrigina, lacosamida) ; Canais de cálcio operados por voltagem (etosuximida, lamotrigina, gabapentina, e pregabalina); Canais de K+ (retigabina); Proteínas da vesícula sináptica, SV2A,(levetiracetam); CRMP-2, proteína mediadora da resposta a colapsina. Alvos moleculares pré-sináticos Receptores AMPA (bloqueados por fenobarbital, topiramato, lamotrigina, e perampanel) Receptores NMDA (bloqueados pelo felbamate). Transportadores de aminoácido excitatório (TAAE); Fatores neurotróficos ; Proteinas vesiculares sinápticas (SV2A). Alvos moleculares pós-sináticos SINAPSE GLUTAMATÉRGICA N-metil D-aspartato (NMDA) α-amino-3-hidroxi-5-metilisoxazol-4- propionato. ( AMPA ) Quisqualato; Cainato (ácido caínico) Receptores do glutamato V I A do G L U T A M A T O Inibição de canais iônicos Canais de Sódio Mutações genéticas em canais iônicos e suas implicações para a gênese da epilepsia • Alterações na estrutura ou função de um canal iônico causadas por mutação em um gene que codifica uma das subunidades do canal parecem estar associadas com o desenvolvimento de epilepsia idiopática generalizada. • Alterações menores na estrutura ou expressão de um gene pode predispor um dado indivíduo à convulsões parciais. Mutações ocorridas em canais de sódio e potássio Mutações no canal de sódio e potássio são mais comuns, pois dão origem a hiperexcitabilidade e ao disparo neuronal. Sub-unidade do canal de sódio Tipo de epilepsia SCN2A1 Epilepsia neonatal familiar benigna SCN1A Epilepsia mioclônica grave da infância SCN1B Epilepsia generalizada da infância com convulsões febris. SCN1B Reduz a resposta a fenitoína. Mutações em canal de sódio genes Mutações KCNQ2 e KCNQ3 Estão implicadas em alguns casos na epilepsia neonatal benigna. Mutações no canal de potássio Canais de cálcio gene Tipo de epilepsia CACNB4 epilepsia tipo crise de ausência na adolescência CACN1A1 Epilepsia idiopática generalizada. Mutações em canal de cálcio NEM TUDO É O QUE PARECE .... Via Gabaérgica... V I A G A B A É R G I C A Transportadores do GABA (especialmente GAT-1, tiagabina); GABA-transaminase (GABA-T, vigabatrina); Receptores GABAA (benzodiazepinas); Receptores GABAB (potencialmente) ; Proteínas vesiculares sinápticas vesicular (SV2A). Alvos “não-específicos”tais como canais iônicos operados por voltagem e proteínas sinápticas. Alvos moleculares da via gaba-érgica. SINAPSE GABAérgica Mutações no Receptor GABA A Sub-unidade 1 – GABRG1 Epilepsia mioclônica juvenil Sub-unidade - GABRG2 Epilepsia generalizada com convulsões febris; epilepsia tipo crise de ausência na infância. Genes Mutações CLCN2 Encontra-se alterado em vários casos de epilepsia idiopática generalizada : epilepsia por crise de ausência na infância e adolescência; epilepsia mioclônica juvenil. Mutações no canal de cloreto Mutações em receptor do GABA Mecanismo de ação dos Fármacos • Liga-se ao receptor de GABA-benzodiazepínicos, e intensifica a corrente mediada pelos receptores de GABA ao prolongar a abertura dos canais de Cl- . 1 • Bloqueia as respostas excitatórias induzidas pelo glutamato, principalmente aquelas mediadas pela ativação do receptor AMPA e cainato. 2 Fenobarbital Liga-se a um sítio regulatório alostérico no receptor GABA A , aumenta a corrente mediada pelo receptor GABA prolongando a abertura dos canais de cloreto. Decresce respostas excitatórias. Um efeito sobre a liberação do glutamato é provalmente mais significante do que o bloqueio de respostas do AMPA. FENOBARBITAL Fenitoína • Altera a condutância dos íons Na+, K+, and Ca2+; potenciais de membrana, e as concentrações de aminoácidos e dos neurotransmissores norepinefrina, acetilcolina, e do ácido γ- aminobutírico(GABA). • Decresce a liberação sináptica de glutamato e aumenta a liberação de GABA. Bloqueia o disparo repetitivo de alta frequência de potenciais de ação. • Bloqueia a corrente de Na+ persistente e prolonga o estado inativado dos canais de sódio. • O metabólito ativo, dimetadiona tem o mesmo efeito da etossuximida sobre as correntes talâmicas de Ca+ 1 Trimetadiona • Exerce importantes efeitos sobre as correntes de Ca++ reduzindo a corrente de baixo limiar (tipo T). 1 Etossuximida • Inibe os canais de sódio em concentrações terapêuticas, retardando a recuperação dos canais de Na+ operados por corrente. 1 • Deprime a transmissão sináptica no sistema de ativação reticular, tálamo e estruturas límbicas. 2 Carbamazepina • Seu metabólito, MHD, produz um bloqueio dos canais de sódio dependente de voltagem, portanto decrescendo o disparo repetitivo e a difusão da atividade elétrica. • Oxcarbazepina e MHD modulam as correntes de Ca++ ativadas por voltagem e aumentam a condutância ao K+. 1 Oxcarbazepina • O valproato bloqueia descargas repetitivas e sustentadas de alta frequência resultantes das correntes de sódio. 1 • Bloqueio dos receptores NMDA. 2 • O valproato facilita a síntese de GABA estimulando a GAD. 3 • Em alta concentração, o valproato inibe GABA-T no cérebro, bloqueando a degradação de GABA. 4 Ác. Valpróico e Valproato • Inibe a GABA-T ( GABAaminotransferase), responsável pela degradação do GABA. 1 • Parece aumentar a liberação de GABA nos locais sinápticos, aumentando assim os efeitos inibitórios. 2 Vigabatrina • Parece não atuar nos receptores de GABA. 1 • Pode alterar o metabolismo, a liberação sináptica ou a recaptação por transportadores de GABA. 2 Pregabalina Pregabalina e gabapentina ligam-se com avidez a sub- unidade α2δ de canais de Ca++ tipo N. • Eleva os níveis de GABA , alterando a síntese ou revertendo o transportador de GABA. 1 • Inibe canais de Ca²+ ativados por correntes de alta voltagem (Tipo N) 2 • Alterar o metabolismo do GABA, sua liberação não- sináptica ou sua recaptação por transportadores de GABA. 3 Gabapentina • Produz bloqueio do disparo repetitivo dos canais de sódio. 1 • Parece reduzir a transmissão excitatória glutamatérgica. (decresce a liberação sináptica de GLU. 2 • Ações sobre canais de Ca++ ativados por voltagem, particularmente canais tipo N; P e Q. 3 Lamotrigina • Mecanismo de Ação ainda não esclarecido. • Produz potenciação das respostas do receptor GABA-A como aquela dos barbitúricos. 1 • Evidências sugerem bloqueio dos receptores NMDA, evitando o aumento usual induzido na frequência de abertura dos canais de cálcio e reduzindo as correntes de cálcio. 2 Felbamato Antagoniza o receptor NMDA. Mecanismo de ação do felbamato • Bloqueia o disparo repetitivo dos canais de sódio. 1 • Potencializa o efeito inibitório do GABA. 2 • Antagoniza os receptores AMPA e Cainato, bloqueando assim os efeitos do glutamato. 3 • Evidências de inibição do bloqueio de correntes de cálcio tipo L. 4 Topiramato • Inibidor da captação do GABA tanto nos neurônios quanto na glia. 1 • Inibe preferencialmente a isoforma 1 do transportador (GAT-1) mas não o GAT-2 ou GAT-3. 2 • Aumenta os níveis extracelulares de GABA no prosencéfalo e no hipocampo. 3 Tiagabina Lamotrigina, como a fenitoína, suprime o disparo rápido e sustentado de neurônios e produz um bloqueio de canais de Na+ voltagem-dependente. Essa ação provavelmente explica a eficácia da lamotrigina na epilepsia focal. Parece que a lamotrigina também inibe os canais de Ca2+ operados por voltagem , particularmente canais do tipo N e canais tipo P/Q, o que poderia justificar sua eficácia nas crises generalizadas na infância , incluindo ataques de ausência. Lamotrigina também decresce a liberação sináptica de glutamato. lamotrigina MECANISMO DE AÇÃO DO LEVETIRACETAM Levetiracetam liga-se seletivamente a uma proteína vesicular sináptica SV2A. A função dessa proteína não é compreendida mas é provável que levetiracetam modifique a liberação sináptica de glutamato e GABA através de uma ação sobre a função vesicular. Inibe canais de cálcio tipo N e inibe liberação de cálcio dos estoques intracelulares. MECANISMO DE AÇÃO DO LEVETIRACETAM Compostos que aumentam a transmissão GABAérgica; Compostos que diminuem a transmissão excitatória (usualmente glutamatérgica); Modificação das condutâncias iônicas. Novos fármacos anticonvulsivantes Único anticonvulsivante que atua como facilitador de canal de potássio. Retigabina é recomendada somente nos casos onde outros anticonvulsivantes não são adequados ou tolerados. Apresenta riscos de anormalidades da retina, possível perda da visão e descoloração azulada da pele, podendo ser permanente. Retigabina (USA - ezogabina) Derivado triazol com pouca similaridade com outros anticonvulsivantes. Aprovado pelo FDA como adjunto de tratamento para as convulsões associadas com a síndrome Lennox- Gastaut em pacientes com 4 anos de idade ou mais. Efetivo contra todos os tipos de convulsões nessa síndrome. Dados recentes sugerem efetividade contra as convulsões parciais. Rufinamida prolonga o estado inativo dos canais de sódio operados por voltagem estabilizando membranas, dessa forma bloqueia a dispersão da atividade da convulsãoparcial . Rufinamida Lacosamida está indicada como adjunto a terapia de ataque nas convulsões parciais, com ou sem generalização em pacientes com epilepsia com idade acima de 17 anos. A terapia com lacosamida está correlacionada com um decréscimo na frequencia de convulsão. É proposto que a inibição dos canais de sódio é responsável pela analgesia. Lacosamida pode ser seletiva para provocar inibição dos neurônios despolarizados preferencialmente aos neurônios com potencial de repouso normal. Dor e hiperexcitabilidade nociceptora estão associadas com a despolarização da membrana neural. Lacosamida prolonga a inativação dos canais de Na+ operados por voltagem. Lacosamida Perampanel (Fycompa®) é um antagonista não competitivo do receptor AMPA do glutamato. Indicado como adjunto de tratamento em pacientes acima de 12 anos, para o tratamento de convulsões parciais que podem ou não ocorrer conjuntamente com convulsões generalizadas. O FDA inclui na bula do medicamento. alerta de efeitos adversos sérios e que podem ser fatais como reações comportamentais e psiquiátricas nos pacientes. Perampanel Teste seus conhecimentos ! Exercício 1. Observe as estruturas abaixo e responda. a) Qual a melhor estrutura que se relaciona a 1ª opção terapêutica para convulsões tônico-clônicas. Considere em primeira escolha fármacos que obedecem a padrão de relação estrutura-atividade. b) Identifique a classe química a qual pertence o fármaco do item anterior. c) Aponte uma ou mais estruturas de fármacos, como 2ª opção terapêutica, que possa ser usado por um paciente com convulsões como as mencionadas no item a. mas que pertence a “nova geração de anticonvulsivantes”. d) Qual das estruturas corresponde a fármaco utilizado em associação a outro anticonvulsivante, particularmente por seus efeitos miorelaxantes. e) Fale sobre o mecanismo de ação dos fármacos escolhidos nos itens a e c. 1 2 3 4 5 6 Relaxe a mente para ver melhor!!!!
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