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O paciente cardiopata 2. Como cada fator de risco pode contribuir com a doença? 4. Como eu posso avaliar este paciente? 6. O que eu posso extrair de seus exames complementares? 8. Como prescrever individualmente um protocolo de treinamento? Mapa conceitual Aspectos Epidemiológicos das Doenças cardiovasculares Profa. M.Sc. Glívia Barros* *Graduação em Fisioterapia- UFPE *Mestre em Patologia– Núcleo de Pós-Graduação em Patologia/UFPE *Coordenadora de Fisioterapia- Santa Casa de Misericórdia de Recife *Coordenadora do Curso de Especialização em Fisioterapia em Terapia Intensiva/FAMEC * Docente Estácio- Recife – 2011 - Atual * Membra da ASSOBRAFIR- Regional/PE Epidemiologia distribuição dos fenômenos de saúde/doença fatores condicionantes e determinantes a eficácia das intervenções 32,5 30,1 9,1 28,3 AVC HAS OutrasDoença Arterial Coronariana % Principais causas de mortalidade no Brasil (M.S.2009) Doença Arterial Coronariana- aspectos epidemiológicos Países industrializados Doenças cardiovasculares: lideram as causas de morbimortalidade DAC: 1ª causa de morte Estados Unidos: . 1.000.000 mortes /ano por cardiopatia .. 50% DAC . 1.500.000 casos de Infarto agudo / ano .. 30% evoluem para óbito Brasil (DATASUS) Até 2020 a Doença Arterosclerótica cardiovascular (DAC) ainda será 1º lugar entre causas de óbito. INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA FATORES DE RISCO TEMPO INTENSIDADE GENÉTICA DCV FENÔMENO MULTIFATORIAL ESTUDOS OBSERVACIONAIS INVESTIGAÇÕES CLÍNICAS EXPERIMENTOS ANIMAIS ESTUDO DE FRAMINGHAM PREDITORES•INCIDÊNCIA •ESPECTRO CLÍNICO •PATOGÊNESE •CADEIA DE CIRCUNSTÂNCIAS QUE LEVAM À OCORRÊNCIA •MORBI MORTALIDADE Colesterol Hipertensão Diabetes Cintura> 95cm Estresse Tabagismo Sedentarismo Familiar ? Fatores Risco X Idade SexoX Fatores de Risco Risco Arterial Perférica Risco Envelhecimento Precoce Risco Doença aorta Risco Derrame Risco Infarto Fator de risco Tenho infarto Estudo Framingham Amostra: 5209 (35-64 a) www.framinghamheartstudy.org Estudo de Framingham • PRINCIPAIS FATORES DE RISCO ATEROGÊNICOS: • LIPÍDIOS SANGUÍNEOS • HAS • DM (INTOLERÂNCIA À GLICOSE; RESISTÊNCIA INSULÍNICA; HIPERINSULINEMIA); • FIBRINOGÊNIO • TABAGISMO ESTILO DE VIDA Diferença entre Pacientes Com Fator de Risco X Sem Fator de Risco Estudo Framingham www.framinghamheartstudy.org Fatores de risco BIOLÓGICOS ANATÔMICOS COMPORTAMENTO Idade Dislipidemias Hábitos dietéticos Sexo Hipertensão Tabagismo Menopausa Obesidade Atividade física Ritmo cardíaco Diabetes Consumo de álcool Fatores genéticos para dislipidemia, hipertensão, DM, intolerância à glicose e obesidade Fatores hematológicos e da coagulação Personalidade HVE Contraceptivos Aptidão física Drogas ilícitas Aterosclerose Lipoproteínas de baixa densidade (LDL) são oxidadas ou sofrem glicação não-enzimática (mais freqüente em diabéticos) ao atravessarem a camada de células endoteliais, atingindo a camada íntima. Altos níveis de LDL promovem o acúmulo extracelular de colesterol nas paredes arteriais, ligados a moléculas de proteoglicano, formando a “estria gordurosa”. Há um recrutamento de macrófagos e linfócitos, devido a expressão de receptores para leucócitos na superfície da célula endotelial (VCAM 1, ICAM 1 e P- selectina). Essa expressão sofre diversas influências: forças de cisalhamento vascular e fluxo sangüíneo por exemplo. Mecanismos da Aterosclerose Passagem do LDL- colesterol para região sub-intimal OXIDAÇÃO DO LDL Anti-oxidantes????? Uma vez dentro da íntima, os macrófagos, unem-se aos lipídios oxidados, formando células espumosas. O colesterol exógeno suprime a expressão do receptor de LDL, de modo que, em condições de hipercolesterolemia, o nível desse receptor de LDL na superfície celular diminui. Absorvendo lipídios do espaço extracelular, os macrófagos removem as lipoproteínas da lesão em desenvolvimento deixando a parede arterial e retornando ao sangue. O processo patológico ocorre quando a quantidade de lipídios que entram na íntima excede a que é removida pelos macrófagos. LDL oxidado Fatores quimiotáxicos RECRUTAMENTO DE Monócitos - Linfócitos - Plaquetas Aumento da permeabilidade endotelial DISFUNÇÃO ENDOTELIAL As células espumosas produzem fatores que estimulam o endotélio: IL-1 e FNT-a, por exemplo. (células endoteliais manchadas de amarelo na imagem). O estímulo endotelial leva, entre outros fenômenos, ao aumento da permeabilidade vascular, adesão leucocitária ao endotélio e ao processo quimiotático, ou seja, a um processo inflamatório na parede do vaso. Os monócitos-macrófagos transformam-se em “macrófagos espumosos “ ou foam cels As estrias gordurosas podem evoluir para um processo fibrótico, mediante a perpetuação do fenômeno inflamatório, ou podem permanecer estáveis. Cabe ressaltar, que, nesse estágio o processo aterosclerótico pode ser revertido por meio de mudanças no estilo de vida, não necessariamente necessitando do uso de medicamentos. Esta fase é caracterizada pela presença de “ESTRIAS GORDUROSAS” , usualmente presentes na aorta (primeira década de vida), nas coronárias (segunda década de vida) e artérias cerebrais (terceira ou quarta décadas de vida). As “estrias gordurosas” são clinicamente silenciosas, mas precursoras de lesões mais avançadas caracterizadas pelo acúmulo de debris necróticos resultantes da apoptose dos macrófagos gordurosos, matrix extracelular e células musculares lisas (placas fibrosas). Com a perpetuação do processo inflamatório, observa-se mudanças estruturais do vaso, gerando seu remodelamento. As células musculares lisas são estimuladas a circundarem a lesão da íntima por citocinas e fatores de crescimento liberados pelas lipoproteínas oxidadas, por fatores de crescimento derivados de plaquetas (PDGF), ou por fator de crescimento transformador (TGF-b). O número de células espumosas aumenta, o que acelera o processo inflamatório. O PROCESSO INFLAMATÓRIO resultante do acúmulo de LDL-oxidada e macrófagos gordurosos volumosos, contribui mais ainda para o RECRUTAMENTO de CÉLULAS MUSCULARES LISAS, monócitos, linfócitos e plaquetas gerando um ciclo vicioso. A interrupção da estrutura arterial está mais pronunciada. A degradação de células espumosas gera a liberação do lipídio inicialmente “ingerido”, e sua adesão à placa ateromatosa em formação na parede arterial. Observa-se que há infiltração de linfócitos – T na túnica íntima. A partir desse momento, os linfócitos – T irão orquestrar a crescente resposta imune. Todo o processo é agravado pelo aumento de LDL circulante e, conseqüente perpetuação do processo inflamatório. Formação do ATEROMA. ATEROSCLERITE •Proteína C-Reativa de alta sensibilidade :< 1: Baixo risco; Entre 1 e 3: Médio risco; > 3: Alto risco •Agentes infecciosos: Chlamydia pneumoniae, Citomegalovírus, Helycobacter pylori, etc Nas estrias gordurosas avançadas ocorrem microfissuras no endotélio. Com isso, formam-se microtrombos ricos em plaquetas nas regiões “desnudadas” devido à exposição à matriz extracelular subjacente altamente trombogênica. As plaquetas promovem uma resposta fibróticapor meio da liberação de fatores como o PDGF e o TGF-b. Há, em seguida, a formação de um trombo. Com o aumento do processo de coagulação/ formação do trombo, observa-se a diminuição da luz do vaso, que fatalmente irá diminuir o fluxo sangüíneo à jusante desse vaso. Pode ocorrer o descolamento do trombo formado, gerando um fenômeno embólico, potencializando um processo obstrutivo à medida que o êmbulo se desloca com o fluxo sangüíneo para regiões arteriais de menor calibre. Tanto o trombo quanto o êmbolo tem seu efeito deletério no que refere ao suprimento sangüíneo para áreas antes normalmente perfundidas. Com o crescimento do trombo há uma maior redução do fluxo sangüíneo, e uma maior probabilidade de ocorrerem fenômenos isquêmicos em áreas que eram previamente irrigadas. OBSTRUÇÃO DO FLUXO SANGÜÍNEO A dislipidemia é caracterizada por alterações metabólicas lipídicas decorrentes de distúrbios em qualquer fase do metabolismo lipídico, com repercussões sobre os níveis séricos das lipoproteínas e as concentrações dos seus diferentes componentes. Dislipidemias Os principais lípides plasmáticos: Triglicérides (TG); Colesterol; Fosfolipídeos. Ésteres de colesterol Colesterol livre Lipoproteínas Dislipidemias Classificação das lipoproteínas • Lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL); • Lipoproteínas de baixa densidade (LDL); • Lipoproteínas de densidade intermediária (IDL); • Lipoproteínas de alta densidade (HDL). Papel das lipoproteínas HDL Dislipidemias Disfunção endotelial Hipercolesterolemia isolada: LDL>160mg/dl Hipertrigliceridemia isolada: TG>150mg/dl Hiperlipidemia mista: : LDL>160mg/dl TG>150mg/dl HDL baixo: Homem<40mg/dl Mulher<50mg/dl Fibrinogênio No Brasil, o tabaco é o principal agente responsável pelo surgimento das DAC e pelo maior número de óbitos entre as doenças relacionadas. Há no mundo 1,1 bilhão de fumantes e 4 milhões morrem anualmente em decorrência do tabagismo (AFONSO JR, 2007). De acordo com a Diretriz de Diagnóstico e Tratamento das Síndromes Metabólicas (2004), se o atual consumo não for revertido, esse número poderá chegar a 10 milhões de mortes anuais em 2020. Tabagismo Mata mais pessoas a cada ano do que: Tabagismo Os mecanismos fisiopatológicos responsáveis pelos eventos cardiovasculares nos fumantes envolvem ações deletérias sobre a parede dos vasos sanguíneos, sobre o sistema de coagulação e os lípides. Mecanismos de danos cardiovasculares: 1. Alterações eletrofisiológicas; 2. Aumento de catecolaminas circulantes; 3. Alterações metabólicas: diminuição do HDL e aumento do LDL; 4. Disfunção endotelial: lesão, espessamento e formação de placas na parede; 5. Diminuição dos níveis séricos de vitaminas C e E (facilitando a agregação plaquetária). É a combinação de fatores como a resistência à insulina, a hiperinsulinemia, o aumento dos níveis plasmáticos de triglicérides e diminuição de HDL. Síndrome Metabólica Síndrome Metabólica Síndrome Metabólica É uma doença caracterizada por uma deficiência total ou parcial de insulina ou de sua ação, ocasionando aumento nos níveis de glicose sanguínea e alterações no metabolismo de lípides e proteínas. Diabetes Classificação da Associação Americana de Diabetes TIPO I (DM 1) – antigo insulino-dependente Incide em menos de 10% e é mais comum em crianças e adolescentes. Manifestações clínicas: poliúria, polifagia, polidipsia, emagrecimento e visão turva Classificação da Associação Americana de Diabetes TIPO II (DM 2) – antigo insulino-independente • Incide em 85% dos casos; • É considerado uma epidemia mundial; Incide indivíduos acima dos 40 anos; Está associado com a obesidade; Verificam grande resistência insulínica; Apresentam níveis elevados de glicemia e trigliceridemia; Hipertrofia das células betapancreáticas, o que provoca hiperinsulinemia. A DM – Tipo II pode estar presente em indivíduos magros, já que neles há resistência pós-receptor de insulina e, posteriormente, redução dos níveis de insulina. Responde bem a: • Dieta; • Exercícios físicos; • Hipoglicemiantes orais; RARAMENTE NECESSITAM DE INSULINA - Brasil 20%; - 60% a 90% são obesos; - Incidência é maior após os 40 anos; - 4x mais chance de DAC; - Sempre associada a elevação do colesterol. Diabetes Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) A HAS é caracterizada como uma condição sistêmica que envolve alterações estruturais das artérias e do miocárdio, associadas à disfunção endotelial, à constrição e ao remodelamento da musculatura lisa vascular. HAS • Promove agressão mecânica = forças de cisalhamento Disfunção endotelial 1. Primária – 0% dos casos 2. Secundária– Endócrina Renal Vascular neurogênica Mecanismos que promovem a HAS NEUROGÊNICOS SNS (barorreceptores arteriais, receptores cardiopulmonares, quimiorreceptores arteriais) HORMONAIS Sistema renina-angiotensina e vasopressina DISFUNÇÃO ENDOTELIAL Fatores vasodilatadores (NO2), vasoconstritores (endotelina) e estresse oxidativo FATORES AMBIENTAIS Ingesta de Na, climatério, obesidade, resistência a insulina e sedentarismo FATORES GENÉTICOS História de hipertensão na família PAS (mmHg) PAD (mmHg) CLASSIFICAÇÃO < 130 < 85 Normal 130 - 139 85 - 89 Normal limítrofe 140 - 159 90 - 99 Hipertensão leve 160 - 179 100 - 109 Hipertensão moderada > 180 > 110 Hipertensão grave > 140 < 90 Hipertensão sistólica isolada CLASSIFICAÇÃO DA VI DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL (2010) OBESIDADE Obeso - 30 a 39,9 Obesidade mórbida - > 40 Associada a HAS, DM e DAC Acúmulo excessivo de gordura corporal Percentual > 20% p/ homens Percentual > 27% p/ mulheres IMC Obesidade / Obesidade Abdominal Índice de Massa Corpórea (IMC) IMC = peso / altura² IMC > 30 Razão Cintura - Quadril (RCQ) RCQ = cintura / quadril RCQ > 0,9 H > 0,8 M Cintura abdominal > 95 cm M >105 cm H 2>x DAC DISTRIBUIÇÃO DA ADIPOSIDADE 1. Obesidade Ginóide ou Periférica Acúmulo glúteo-femural 2. Obesidade Andróide ou Central Acúmulo tóraco-abdominal- tamanho Sedentarismo Brasil - 80% adultos sedentários Qual o papel do fisioterapeuta na promoção da saúde ? Qual o papel do fisioterapeuta na promoção da saúde ? PREVENÇÃO: Identificação e controle precoces dos fatores de risco Controle dos Fatores de risco melhor prognóstico DAC. Porque Prevenir Elevada Prevalência EUA 12.000.000 hab. (IVE secundária a DAC) 6.000.000 hab. (angina) 7.000.000 hab. (IAM) 25.000.000 hab. (DAC) 2020 >40% (M) e 60% (H) DAC Principal Causa de Mortalidade Brasil 30% óbitos DAC (1999-2000) Alto custo Brasil > 30% ($) Internação Hospitalar ( DATASUS 2003) Qual o papel do fisioterapeuta na promoção da saúde ? PROMOÇÃO DE SAÚDE DM E EXERCÍCIO FÍSICO Durante o exercício físico: 90% 10% GLICOSE DO SANGUE DM E EXERCÍCIO FÍSICO IMPORTANTE: Durante o exercício físico, há uma redução acentuada do papel da insulina, e a contração muscular é a responsável por esse processo. DISLIPIDEMIA E EXERCÍCIO Recursos utilizados para o controle terapêutico das lipoproteínas: DIETOTERAPIA MEDICAMENTOS ATIVIDADE FÍSICA ATIVIDADE FÍSICA AERÓBICA HDL TG LDL CT HAS E EXERCÍCIO HIPOTENSÃO PÓS-EXERCÍCIO 12 – 24 horas PRINCIPAIS MECANISMOS HIPOTENSORES DO EXERCÍCIO FÍSICO RVP – vasodilataçãoFC DC VS HEMODINÂMICOS ATIVIDADE SIMPÁTICA Norepinefrina NEURAL ELIMINAÇÃO DO Na PELOS RINS VOLUME LÍQUIDO PAS FUNÇÃO RENAL OBESIDADE E EXERCÍCIO Evidências sugerem que grande parte da obesidade resulta mais do baixo gasto calórico que do alto consumo de comida. ATENÇÃO: A mudança do estilo de vida, a reeducação alimentar e o aumento da prática de atividade física é o MELHOR TRATAMENTO EXERCÍCIO FÍSICO TAXA METABÓLICA DE REPOUSO (TMR) DE 3 HORAS A 3 DIAS Principais tipos de exercícios: TABAGISMO E EXERCÍCIO O exercício físico não tem relação direta com a abolição do hábito de fumar. O treinamento físico está relacionado com as implicações nutricionais atribuídas ao abandono do tabagismo, principalmente aquelas relacionadas aos riscos de aumento de peso. BENEFÍCIOS QUE PODEM IMPLICAR NO ABANDONO DO USO DO CIGARRO 1. Redução dos níveis de glicêmicos e melhora da tolerância à glicose; 2. Melhora da sensibilidade à insulina; 3. Melhora do perfil lipídico; 4. Redução dos níveis de PA; 5. Ajuda no controle do peso corporal, com redução do percentual de gordura e preservação da massa muscular; 6. Melhora do condicionamento cardiovascular; 7. Melhora da força, do equilíbrio e da flexibilidade; 8. Melhora da auto-estima e da qualidade de vida. FISIOTERAPIA BENEFÍCIOS:
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