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A influência da mídia e da propaganda nos hábitos nutricionais e no comportamento alimentar Disciplina de Educação Nutricional Profª Ma Daniele Castelo Nutricionista PUBLICIDADE / PROPAGANDA / MARKETING • tornar público um fato ou idéia, sem que isso implique necessariamente em persuasão de quem recebe essa ideia. Publicidade é uma técnica de comunicação em massa, cuja finalidade precípua é fornecer informações sobre produtos ou serviços com fins comerciais. Publicidade: • ato de propagação de princípios e teorias • A propaganda busca divulgar um produto ou serviço para que o consumidor o conheça e objeCva induzir o consumidor a comprar o produto ou serviço. Além disso, a propaganda atua através dos meios de comunicação (rádio, TV, cinema, imprensa, outdoors, Internet, etc.), veiculando mensagens sobre produtos ou serviços para diversos nichos do mercado. Propaganda • Marke&ng, em senCdo estrito, é o conjunto de técnicas e métodos desCnados ao desenvolvimento das vendas, mediante quatro possibilidades: preço, distribuição, comunicação e produto. Em senCdo amplo, é a concepção da políCca empresarial, na qual o desenvolvimento das vendas desempenha um papel predominante. • Em inglês, market significa "mercado", e por isso o marke&ng pode ser compreendido como o cálculo do mercado ou uso do mercado. O marke&ng estuda as causas e os mecanismos que regem as relações de troca (bens, serviços ou ideias) e pretende que o resultado de uma relação seja uma transação (venda) saCsfatória para todas as partes que parCcipam no processo. MarkeCng PUBLICIDADE / PROPAGANDA / MARKETING • Elementos materiais que divulgam a mensagem • Geralmente são classificados como: • visuais • audi<vos • audiovisuais • Intera<vos • Mais acessível à população é a TELEVISÃO Mídia: PLANEJAMENTO PUBLICITÁRIO: • Determina o número de vezes que um comercial é exibido, a freqüência e intensidade de inserção dos comerciais de televisão • Obedece às recomendações quanto ao mercado a ser a<ngido, veículos de divulgação, apelos a serem empregados, mensagens adequadas para o meio escolhido e verba disponível PUBLICIDADE / PROPAGANDA / MARKETING O QUE INFLUENCIA A ESCOLHA DO CONSUMIDOR? CONTEÚDO NUTRICIONAL????????? Pra<cidade Custo Sabor Socialização Valor agregado Mo<vação pessoal ou induzida IMPORTÂNCIA DA EMBALAGEM • Cerca de 66% das decisões de compra dos consumidores são tomadas nos pontos de venda. • A embalagem e o rótulo de um produto alimen^cio cons<tuem importantes fontes de informação: • Abordam aspectos nutricionais e sensoriais do produto • Geram expecta<va no consumidor e permitem que o mesmo faça sua escolha entre as diversas alterna<vas disponíveis. Influência das cores nas embalagens • COR • Tanto sob o ponto de vista fisiológico quanto psicológico é fator decisivo (CEZAR, 2000; FARINA, 1990). • Tem a capacidade de rapidamente captar um domínio emo<vo a atenção do comprador. } Uma embalagem pode ter mudança esté<ca com uso certo de cores mais adequadas e mo<vadoras, que a destaquem entre os demais produtos concorrentes (FARINA, 1990). Influência das cores nas embalagens } Finalidades das cores: } Chamar a atenção } Tornar o produto mais atra<vo } Realismo da mensagem } As cores exercem importante papel no psicológico, sendo assim é usada para es<mular, acalmar, afirmar, negar, decidir, curar e, no caso da propaganda vender. Associação de cores com produtos alimenQcios } Chocolate: vermelho, alaranjado, dourado, marrom } Café: dourado, marrom, vermelho } Leite em pó: branco, azul, amarelo, verde } Massas: vermelho, dourado, branco, azul } Chá mate: vermelho, marrom, amarelo, verde } Sorvetes: branco, laranja, amarelo, verde, azul } Queijos branco: vermelho, amarelo; } Óleos: verde, amarelo, vermelho e toques de azul; } Cervejas: dourado, prateado, azul, vermelho; Fonte: (CEZAR, 2000) MarkeSng nutricional • Explora a caracterís<ca e a dimensão nutricional dos alimentos. [...] (SÁ; MARIA, 2004) • Põe o consumidor em contato com as diferenças de caráter nutricional dos produtos (GONSALVES 1996). • Propaganda nutricional está mais relacionada a informações expressas nos rótulos dos alimentos. • O profissional de nutrição pode auxiliar no desenvolvimento, implantação e avaliação de resultados das pesquisas de marke<ng, no lançamento ou análise de produto existente no mercado. Devemos considerar: } Atualmente: } Consumidor com maior acessibilidade e melhor nível de conhecimento acerca de temas como nutrição e saúde } Indivíduo responsável pelo es<lo de vida que adota e, conseqüentemente, pela própria saúde e seleção dos alimentos que ingere } Seleção de alimentos obje<vando a saúde e/ou culto ao corpo UNIVERSO DA “SAÚDE EM FOCO” MarkeSng nutricional Empresas alimen^cias e profissionais de marke<ng têm absorvido tais tendências das preferências e necessidades da população, elaborando produtos e serviços que atendam a tais expecta<vas. Rótulo de Alimentos • Informações obrigatórias – RDC 259/2002 • Caso o presente Regulamento Técnico ou um regulamento técnico específico não determine algo em contrário, a • rotulagem de alimentos embalados deve apresentar, obrigatoriamente, as seguintes informações: • Denominação de venda do alimento • Lista de ingredientes • Conteúdos líquidos • Iden<ficação da origem • Nome ou razão social e endereço do importador, no caso de alimentos importados • Iden<ficação do lote • Prazo de validade • Instruções sobre o preparo e uso do alimento, quando necessário. Informação nutricional Ø Uma das formas mais importantes de marke<ng nutricional consiste na veiculação de tabelas com informações nutricionais do produto, ou seja, a descrição do conteúdo de energia e nutrientes do alimento. (CELESTE, 2001). Ø consumidores pesquisados afirmaram que comparam produtos de diferente marca quanto ao conteúdo nutr i c iona l : comprovando a influência das tabelas nutricionais presentes nos rótulos dos alimentos. INFORMAÇÃO NUTRICIONAL ¢ RDC n. 360/2003: Normas sobre rotulagem nutricional de alimentos. ¢ Deve ser apresentada por porção do alimento, contendo quan<dade do valor energé<co e os seguintes nutrientes: carboidratos (g) proteínas (g) gorduras totais (g) gorduras saturadas (g) gorduras trans (g) fibra alimentar (g) e sódio (mg); qualquer outro nutriente considerado importante à manutenção de bom estado nutricional ou nutriente sobre o qual seja efetuada declaração de propriedades nutricionais. PROPAGANDA NUTRICIONAL • Declaração, sugestão ou entendimento de que o produto possua determinadas propriedades nutricionais em relação ao valor energé<co e conteúdo de proteínas, carboidratos, lipídios, fibras, vitaminas, minerais e outros componentes (tais como licopeno, flavonóides, fitoesteróis, etc.). • hrp://portal.anvisa.gov.br/alimentos/alegacoes CONTEÚDO NUTRICIONAL 3 Unids-137 Kcal (88mg Na) 12 Unids- 548 Kcal (352mg Na) Pct 55g- 264 Kcal 274mg de Na Pct Unid - 290 Kcal 1795 mg de Na CONTEÚDO NUTRICIONAL CONTEÚDO NUTRICIONAL Calorias: Só isso que importa? PUBLICIDADE PARA O PÚBLICO INFANTIL • O desenvolvimento do comportamento consumidor na infância é dividido em 5 estágios (McNeal, 2000): • observação (2 meses): geralmente é por volta desta idade que a criança faz sua primeira visita a um estabelecimento comercial; • pedido (2 anos): a criançapede o produto sendo observado, por meio de gestos e palavras; • seleção (a parCr dos 3 anos): remove sozinho produto das prateleiras; • compra assisCda (a parCr dos 5 anos e meio): faz a primeira compra de um produto desejado, com assistência dos pais; • compra independente (8 anos): realiza o ato de comprar por sua conta, independentemente da presença dos pais”. PESQUISAS: • Os resultados indicam que o pedido dos filhos é determinante na decisão de compras bem como a influência da propaganda de mídia e TV na escolha. A oferta de brindes também aparece como fator determinante para a compra (Soares et al, 2016) • os anúncios publicitários reforçam enunciados discriminatórios que regulam e coagem comportamentos ideais de gênero, de acordo com expecta<vas sociais, excluindo aqueles que não se adéquam ao socialmente aceitável (Silva, 2016) Editoria de Arte/ Folhapress do país está entre "as mais exigentes do mundo". É preciso mudar A regulação da publicidade de alimentos faz parte do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil 2011-2022, assim como da PolíHca Nacional de Alimentação e Nutrição. • Congresso: um projeto de Lei (6080/2005) que dispõe sobre as restrições à propaganda de bebidas e alimentos potencialmente causadores de obesidade. • Obje<vos: proibição de propaganda comercial de alimentos e bebidas nas emissoras de rádio e televisão entre as 6h e 21 horas. É preciso mudar • 2006: Conselho Nacional de Auto- Regulamentação Publicitária incluiu novas normas é<cas para a publicidade de alimentos e refrigerantes no código brasileiro. • A publicidade de alimentos e refrigerantes não deve encorajar consumo excessivo, menosprezar a importânc ia de um alimentação saudável, empregar apelos ligados a status social, entre outras regras. • Um projeto que tramitou no Senado: 150/2009, que limita os horários para veicular comerciais de alimentos com alto teor de gordura, sódio e açúcar e de bebidas de baixo valor nutricional. • A propaganda deverá deixar explícito o caráter comercial da mensagem. O anúncio também deve destacar o valor energé<co do alimento ou da bebida; • É proibido informar erroneamente origem, natureza, composição e propriedades do produto, • A publicidade deve evitar o es^mulo ao consumo exagerado; • Nenhuma propaganda deve deses<mular o aleitamento materno, que deve ser exclusivo até os seis meses e complementar até os dois anos de idade ou mais; • A propaganda de alimentos não saudáveis deverá ser veiculada em rádio ou televisão apenas entre 21h e 6h, além de ser acompanhada de mensagens de advertência sobre os riscos associados ao consumo excessivo; • Não pode sugerir, por meio do uso de expressões ou de qualquer outra forma, que o alimento é saudável ou benéfico para a saúde; • Não deve ser direcionada a crianças e adolescentes, seja por meio de imagens ou personagens associados ao público infan<l, por meio de sua vinculação a brindes, brinquedos, filmes ou jogos eletrônicos; • Não deve ser veiculadas em ins<tuições de ensino, em en<dades públicas ou privadas des<nadas a fornecer cuidados às crianças, e nem em materiais educa<vos ou lúdicos. A base da regulamentação da publicidade de alimentos, deve incorporar prioritariamente as seguintes questões: • 1. a informação adequada e correta sobre o valor nutricional do alimento, evitando qualquer <po de erro ou equívoco sobre seus atributos e de mecanismos de indução sobre vantagens associadas ao consumo de alimentos não saudáveis; • 2. a caracterização e definição do que são alimentos ricos em açúcar, gordura e sal; • 3. o uso de advertências após a veiculação das propagandas destes alimentos; • 4. a restrição da u<lização de figuras, desenhos, personalidades e desenhos, quando direcionada a crianças; • 5. a restrição do horário de veiculação (após 21horas e até 6 horas); • 6. o controle da publicidade em ins<tuições de ensino; • 7. a restrição da associação com brindes, prêmios, bonificações e apresentações. Ações intersetoriais que a CGAN realiza diante da publicidade de alimentos: (http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_promocao_da_saude.php?conteudo=publicidade) Nota técnica sobre regulamentação da publicidade de alimentos Videoconferência sobre a Consulta Pública nº. 71 que trata do Regulamento Técnico para a publicidade de alimentos voltados principalmente para a população infantil Alimentação e Saúde ? a responsabilidade de cada um e de todos nós - Elisabetta Recine Declaração preliminar do Grupo de Trabalho sobre Nutrição, Ética e Direitos Humanos e Nutrição Ao Longo do Ciclo de Vida do Comitê Permanente de Nutrição do Sistema das Nações Unidas (SCN) Marketing Food to Children: the Global Regulatory ? Corina Hawkes Proposta de Regulamento sobre oferta, propaganda, publicidade, informação e a outras práticas correlatas cujo objeto seja a divulgação ou promoção de alimentos com quantidades elevadas de açúcar, de gordura saturada, de gordura trans, de sódio e de bebidas com baixo teor nutricional, quaisquer que sejam as formas e meios de sua veiculação (Consulta Pública nº 71/06) Recomendação da Consulta de Especialistas da Organização Pan-Americana da Saúde sobre a Promoção e a Publicidade de Alimentos e Bebidas Não Alcoolicas para Crianças nas Américas. Devemos lembrar que ... } A família é responsável pela formação do comportamento alimentar do indivíduo por meio da aprendizagem social, tendo os pais o papel de primeiros educadores nutricionais. } O contexto social adquire um papel preponderante no processo de aprendizagem, principalmente nas estratégias que os pais u<lizam para a criança alimentar-se ou para aprender a comer alimentos específicos. } Estas estratégias podem apresentar es^mulos tanto adequados quanto inadequados na definição das preferências alimentares da criança Algumas considerações } Profissionais de saúde, especialmente da área de nutrição, devem encarar as empresas atuantes no setor alimen^cio como aliadas no trabalho de veiculação de conhecimento em saúde e nutrição à população. } A Educação Nutricional é uma ferramenta muito importante para combater a influência negaCva do marke&ng sobre as crianças, adolescentes e adultos. } Além da educação nutricional, faz-se necessário uma regulamentação das propagandas de alimentos direcionadas ao publico infan<l e jovem a fim de combater os maus hábitos alimentares e a ina<vidade }sica. Referências da aula } LIRA, M.; CARVALHO, H. S. L. Influência das embalagens na Alimentação. Curso de Nutrição da Faculdade Assis Gurgacz. } ISHIMOTO, E.; NACIF, M. A. L. Propaganda e marke<ng na informação nutricional. Brasil Alimentos. n° 11. Novembro/Dezembro de 2001. } MOURA, N. C. Influência da mídia no comportamento alimentar de crianças e adolescentes. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, 17(1): 113-122, 2010. } DIEZ-GARCIA, R. W.; CERVATO-MANCUSO, A. M. Mudanças alimentares e educação nutricional. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. Parte 3: Capítulo 2: Determinantes ambientais do comportamento alimentar Parte 3: Capítulo 3: Publicidade e as Prá<cas Alimentares
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