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A influência da mídia e da propaganda no comportamento alimentar Conceitos de Publicidade, Mídia e Propaganda Publicidade: tornar público um fato ou ideia. Propaganda: ato de propagação de princípios e de teorias; Objetivo de implantar, de incutir uma ideia ou uma crença na mente. Marketing: Processo de descoberta e interpretação das necessidades dos consumidores; Convencimento quanto a adquirir e utilizar continuamente os produtos e serviços oferecidos; Promoção de vendas, distribuição dos produtos e assistência ao consumidor pós-venda. Elementos materiais que divulgam a mensagem, classificados como: Visuais, auditivos, audiovisuais e interativos, onde o mais acessível é a televisão. Planejamento Publicitário O planejamento publicitário determina o número de vezes que um comercial é exibido, vem como frequência e a intensidade de inserção dos comerciais de televisão. Além disso, obedece às recomendações quanto: Ao mercado a ser atingindo, os veículos de divulgação, os apelos a serem empregados, a verba disponível e as mensagens adequadas para o meio escolhido. Influência na Escolha do Consumidor Está relacionado a praticidade, custo, sabor, socialização, valor agregado e motivação pessoal ou induzida daquele determinado produto, mas pouco se vê algo relacionado ao valor nutricional do produto. - Importância da Embalagem: Cerca de 66% das decisões de compra dos consumidores são tomadas nos pontos de venda. Sendo as características relevantes a forma de apresentação, informações principais e core e imagens ilustrativas. Com relação a cor ela é um fator tanto sob ponto de vista fisiológico quanto psicológico, se um fator decisivo, pois, tem capacidade de captar rapidamente um domínio emotivo à atenção do comprador. Uma embalagem pode ter mudança estética com o uso certo de cores mais adequadas e motivadas, que se destacam entre os demais produtos concorrentes. Tem finalidade de chamar a atenção, tornar o produto mais atrativo e transmitir realismo da mensagem. As cores podem exercem importante papel no psicológico, onde são usadas para estimular, acalmar, afirmar, negar, decidir, curar e, no caso da propaganda, vender. Alguns exemplos de produtos são: • Chocolate: vermelho, alaranjado, amarelo, dourado, marrom. • Café: dourado, marrom, vermelho. • Óleos: verde, amarelo, vermelho e toques azuis. • Cervejas: dourado, prateado, azul, vermelho. Marketing Nutricional Atualmente, o consumidor possui maior acessibilidade e melhor nível de conhecimento acerca de temas como nutrição e saúde. Ele tem preocupação pelo preço e pela relação e a qualidade, e procura fidelizar sua adesão a uma única marca, mostrando-se mais flexível para optar por outras se a relação citada for mais favorável. O intenso desenvolvimento da indústria alimentar e a forte concorrência que há no mercado geram necessidades de diferenciação nos produtos. O marketing alimentar tem a capacidade de fazer a ponte entre o produto e o consumidor, e está envolvido em toda a cadeia de atividades que acompanha o produto. Nesse sentido, a indústria alimentar desempenha um papel importante ao consumidor, nomeadamente na informação e orientação para escolher os produtos mais adequados a uma alimentação saudável. O profissional de Nutrição pode auxiliar com: O desenvolvimento, implantação e avaliação de resultados das pesquisas de marketing e lançamento ou análise de produtos existente no mercado. Uma das formas mais importantes de marketing nutricional consiste na veiculação de tabelas com informações nutricionais do produto, ou seja, a descrição do conteúdo de energia e de nutrientes do alimento. A rotulagem nutricional tem que estar de acordo com a RDC nº 360/2003 onde deve apresentar por porção do alimento, contendo quantidade do valor energético e os seguintes nutrientes: • Carboidratos (g) • Proteínas (g) • Gorduras totais (g) • Gorduras saturadas (g) • Gorduras trans (g) • Fibra alimentar (g) • Sódio (mg) Além disso, é necessário indicar qualquer outro nutriente considerado importante à manutenção de bom estado nutricional ou nutriente sobre qual seja efetuada declaração de propriedades nutricionais. Propaganda Nutricional A propaganda nutricional busca veicular somente os aspectos benéficos dos produtos alimentícios comercializados, fato que pode ocasionar lesão moral e financeira ao consumidor, além de prejuízos a saúde. A legislação brasileira permite o uso de palavras da língua inglesa em rótulos de alimentos, mas, na maioria dos casos, o significado de tais termos é desconhecido por grande parte da população. Publicidade para o Público Infantil De acordo com McNeal (1992; 1998), o desenvolvimento do comportamento consumidor na infância é dividido em 5 estágios: • 1. Observação (2 meses): Geralmente, é por volta desta idade que a criança faz sua primeira visita a um estabelecimento comercial. • 2. Pedido (2 anos): A criança pede o produto observado por meio de gesto e de palavras. • 3. Seleção (a partir dos 3 anos): A criança remove, sozinha, o produto das prateleiras. • 4. Compra assistida (a partir dos 5 anos e meio): Com a assistência dos pais, a criança faz a primeira compra de um produto desejado. • 5. Compra independente (8 anos): A criança realiza o ato de comprar por sua conta, independente da presença dos pais. Segundo Borzekowski e Robinson (2001), uma ou duas exposições, com duração de 10 a 30 segundos de comercial, para crianças de 2 a 6 anos é(são) capaz(es) de influenciar a preferência por produtos específicos. Para aumentar a problemática, mais de 90% dos atores ou modelos desses comerciais são magros ou muito magros e anunciam produtos ricos em calorias. Esse tipo de estratégia pode influenciar as pessoas a pensarem que o consumo de tais alimentos não as levará a ganhar peso. Já no Brasil em 1960 o Ministério da Saúde assumiu a competência de regular os textos e as matérias sobre a propaganda de alimentos. Nesse período, surgiram os primeiros instrumentos legais que normatizam tal publicidade. Após a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), essa atribuição lhe foi transferida. Em 1990 o Código de Defesa do Consumidor ofereceu elementos de proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, incluindo a obrigação de fornecer informações adequadas e claras sobre os deferentes produtos e serviços. Com a aprovação da estratégia global da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre dieta, atividade física e saúde em 2004, governos e setores alimentícios e de publicidade de vários países vêm desenvolvendo políticas par regular o marketing de alimentos para crianças. Pelo menos 26 governos já emitiram declarações sobre marketing de alimentos para crianças em documentos estratégicos. 20 desenvolveram ou estão desenvolvendo políticas na forma de medidas legais diretrizes oficiais ou modelos aprovados de autorregulação. Quando foi em 2005 o governo federal desencadeou um processo, protagonizado pela ANVISA, para a elaboração de uma proposta de regulamentação da publicidade de alimentos não saudáveis e de bebidas de baixo valor nutricional. Já em 2009 foi criado no Senado o Projeto nº150, que limita os horários para veicular comerciais de alimentos com alto teor de gordura, sódio e açúcar e de bebidas de baixo valor nutricional: • A propaganda precisa deixar explicito o caráter comercial da mensagem e destacar o valor energético do alimento ou da bebida, • É proibido informar erroneamente, origem, natureza, composição e propriedades do produto e • A publicidade tem de evitar o estímulo ao consumo exagerado. • Nenhuma propaganda necessita desestimular o aleitamento materno, que deve ser exclusivoaté os seis meses e completar até dois anos de idade ou mais. • A propaganda de alimentos não saudáveis deve ser veiculada em rádio ou televisão apenas entre 21h e 6h, bem como acompanhada de mensagens de advertência sobre os riscos associados ao consumo excessivo • O anúncio não pode sugerir, por meio do uso de expressões ou de qualquer outra forma, que o alimento é salvável ou benéfico para a saúde. • A publicidade não deve ser direcionada a crianças e a adolescentes, seja por meio de imagens ou personagens associados ao público infantil, seja por meio de sua vinculação a brindes, brinquedos, filmes ou jogos eletrônicos. • As propagandas não devem ser veiculadas em instituições de ensino, em entidades públicas ou privadas destinadas a fornecer cuidados às crianças, nem em materiais educativos ou lúdicos. Tendo em vista todo essa carga de informações que o marketing pode influenciar, os profissionais da saúde, especialmente na área de Nutrição, devem encarar as empresas atuantes no setor alimentício como aliadas no trabalho de veiculação de conhecimento em saúde e nutrição à população. A educação nutricional é uma ferramenta muito importante para combater a influência negativa do marketing sobre as crianças, adolescentes e adultos. Além dela, é necessária a regulação das propagandas de alimentos direcionadas ao público infantil e jovem, a fim de evitar os maus hábitos alimentares e a inatividade física.
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