Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Noções gerais dE PROCESSO ADMINISTRATIVO Renée Ritter Auditora fiscal municipal Mestre em Direito Público PROCESSO ADMINISTRATIVO Processo administrativo: conjunto de atos coordenados para a realização de fins estatais, assim como de papéis e documentos organizados para fundamentar a tomada de decisões. Procedimento: formalidades que devem ser observadas para a prática de determinados atos administrativos. Se desenvolve dentro do processo. PRINCÍPIOS GERAIS LEGALIDADE; MOTIVAÇÃO; RAZOABILIDADE; PROPORCIONALIDADE; MORALIDADE; SEGURANÇA JURÍDICA; INTERESSE PÚBLICO; EFICIÊNCIA. PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS Direito de resposta, a cópias de documentos e atos, à ciência da tramitação dos procedimentos, à apresentação de manifestações orais e escritas, à produção de provas e à interposição de recursos; Direito do administrado fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei; CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA: Art. 5º, LV, da CF O processo administrativo é formal quando deve ser reduzido a escrito e conter um determinado procedimento, sob pena de resultar em nulidade do ato; Contudo, não possui uma forma rígida para facilitar a participação do administrado (até por ser desnecessário que esse se faça acompanhar de advogado); FORMALISMO MODERADO: A onerosidade não se justifica na medida em que uma das partes é a Administração Pública, inclusive para fins de proposição de recursos; Súmula 373/STJ; Súmula Vinculante 21. GRATUIDADE: A administração deve instaurar, dar andamento, requerer diligências, proferir decisões e revisá-las, de ofício, independentemente de provocação; Diante da notícia de irregularidades, a Administração não pode ficar inerte: a não apuração da responsabilidade de quem lhe deu causa caracteriza omissão e pode ser tipificada como delito de prevaricação (art. 319, CP) e/ou condescendência delituosa (art. 320, CP); OFICIALIDADE: Previsto expressamente no art. 37, caput, os processos devem ser abertos aos interessados, considerando-se que toda a atividade do Estado deve ser pública; Qualquer cidadão pode requerer acesso a informações, desde que não tumultue o processo; Exceções: questões sigilosas, que envolvam a intimidade de administrados ou justificado em interesse social relevante. PUBLICIDADE: A Administração deve agir de forma imparcial e sincera, estando vedado qualquer comportamento que vise atrapalhar, interferir ou manipular as ações do administrado durante o processo. LEALDADE E BOA-FÉ OBJETIVA: VERDADE MATERIAL: A Administração deve buscar o que realmente é verdadeiro nos fatos apurados pelo procedimento, independentemente das versões apresentadas pelas partes. Duração razoável, como estabelece o art. 5º, LXXVIII, da CF. CELERIDADE: ESTRUTURA BÁSICA 1. FASE DE INSTAURAÇÃO OU INTRODUTÓRIA: A Administração poderá iniciar o procedimento de ofício (princípio da oficialidade – por meio de uma denúncia ou verificação de irregularidade) ou a pedido do interessado.. A autoridade competente deve designar uma comissão ou um servidor responsável pelo andamento do processo administrativo. 2. FASE INSTRUTÓRIA OU PREPARATÓRIA: Produção de provas – direito dos interessados de atuarem a fim de demonstrarem a veracidade de suas alegações; Juntada de pareceres técnicos e/ou da realização de perícias, juntada de documentos e realização de diligências (requeridas ou não pela parte interessada); Para que a Administração deixe de aceitar determinada prova, deverá fundamentar seu posicionamento; Relatório final da comissão; Após relatório final (ou antes dele), parecer do departamento jurídico competente; 3. FASE DECISÓRIA: Decisão da autoridade competente em prazo razoável ou no prazo máximo previsto em lei; Concluindo-se pela existência de um equívoco a Administração poderá corrigi-lo, com fundamento no que dispõe a Súmula 473, do STF, e motivada pela conclusão do Processo Administrativo correspondente. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé (Art. 54, Lei Federal 9.784). 4. FASE RECURSAL: Possibilidades dependem da Lei de regência, mas em regra, não possuem efeito suspensivo, salvo se risco de dano irreparável ou previsão expressa em lei; Reconsideração e Recurso: (Ex: art. 56 e seguintes, da Lei Federal 9.784) Revisão: fatos novos, estranhos ao procedimento mas que alteram a decisão proferida ( Ex: art. 65, da Lei Federal 9.784) CONSIDERAÇÕES Um processo poderá decorrer do pedido de um único interessado ou denúncia em desfavor de um único acusado, assim como – caso não interfira no bom deslinde – visar apurar a existência de um único fato ou de diferentes. São legitimados como interessados no processo administrativo: pessoas físicas ou jurídicas, titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação; aqueles que possam ser afetados pela decisão a ser adotada; as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos (que não podem ser atribuídos a um grupo específico, pois dizem respeito a toda a sociedade). É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que: tenha interesse direto ou indireto na matéria; tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. EXEMPLOS DE PROCESSOS ADMINISTRATIVOS Estágio probatório; Processo Administrativo Fiscal; Disciplinar: Procura apurar o descumprimento de deveres funcionais de servidores Públicos (sindicância e PAD); Restrição do Estado à propriedade privada. OBRIGADA! Auxílio e esclarecimentos: renee.ritter@hotmail.com
Compartilhar