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Caso Concreto Semana 1

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Caso Concreto Semana 1 (Direito Penal IV)
Em datas e horários diversos, todavia no período compreendido entre meados do mês de fevereiro até o mês de maio do ano de 2014, RONALDO ESPERTO, prevalecendo-se da condição de perito, nomeado pelo juízo da Xª Vara Civil da Comarca da Capital, com o fim de obter indevida vantagem econômica solicitou aos advogados de determinado processo, o pagamento de determinada quantia em dinheiro para fins de elaboração de laudo favorecendo o cliente destes, todavia as vítimas não concordaram em repassar qualquer montante a RONALDO ESPERTO.
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os Crimes contra a Administração Pública, responda às questões formuladas:
a) RONALDO ESPERTO é considerado funcionário público para fins penais? Responda de forma objetiva e fundamentada.
Sim. Conforme ensinamento apresentados por Greco (2016, p. 703), o conceito de funcionário público encontra-se definido no art. 327 e parágrafos do Código Penal, a saber:
“Art. 327. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica de Administração Pública.
§ 2º A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público”.
Fundamentando, em termos, doutrinários, recorrendo novamente a Greco (2016, p. 703), temos: 
“Funcionário público, portanto, para efeitos penais, não somente é aquele ocupante de um cargo, que poderíamos denominar funcionário público em sentido estrito, mas também aquele que exerce emprego ou função pública”.
Portanto, no caso em estudo, ao exercer a função de perito, nomeado, Ronaldo Esperto estará equiparado a condição de funcionário público para fins penais e processuais. 
b) Qual a correta tipificação de sua conduta? Ainda, responda se a mesma restou tentada ou consumada, haja vista as vítimas não terem concordado em repassar qualquer montante ao agente.
A tipificação segundo Código Penal para conduta delitiva do agente ora em estudo encontra-se descrita no art. 317 que diz respeito ao crime de Corrupção Passiva, in verbis:
Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
§1º A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ao de ofício, com infração de dever funcional cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
Perceba que comando da questão destaca que o agente “solicitou”, portanto, molda-se perfeitamente a tipificação estabelecida pelo legislador. Nunca é demais lembrar qual grave é o crime de corrupção, seja na modalidade ativa ou passiva, nesse sentido, destacamos as célebres palavras de Greco (2016, p. 756) que nos ensina:
“Refletindo sobre alguns fatos trazidos ao conhecimento do público, envolvendo políticos que, até então, antes de serem descobertos praticando corrupção, eram tidos como verdadeiros “baluartes da moral”, percebemos que corrupção pode ser equiparada a uma doença, a um vício que impulsiona o sujeito a sempre querer mais e mais. O corrupto é insaciável, ou seja, nunca se satisfaz com um único ato de corrupção. Parece que o crescimento de sua fortuna pessoal o impulsiona, e ele procura ajuntar aquilo que nunca conseguirá gastar, em toda a sua existência. Imagine-se a hipótese do corrupto que tenha um patrimônio, conseguindo ilicitamente, estimado em cem milhões de reais. Por que razão esse sujeito ainda continuaria a praticar atos de corrupção”.
O ato de solicitar configura sim a conduta tipificada por Corrupção Passiva em nosso Código Penal. 
Referência bibliográfica:
GRECO, Rogério. Curso de direito penal: parte especial, volume III. 13ª. Ed. Niterói, RJ: Impetus, 2016. 
VADE MECUM RT. 14 ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: Editora Revista do Tribunais, 2017.

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