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1373903 2º avaliação 1 2018 (1)

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Faculdade Mineira de Direito 
Lógica Aplicada ao Direito – Segunda Avaliação 
Prof. Luiz A. L. de Ávila 
 
Nome: ___________________________________________________ 
 Nota: _________ 
ORIENTAÇÃO: 
1. As normas da língua culta e a estruturação do raciocínio lógico estão implicados como pressupostos primários para a 
inteligibilidade das questões propostas e constituem critérios básicos para a avaliação das respostas (fundamentadas) que 
à elas forem dadas. Por isso, não deixe de reler as questões e as respostas dadas; 
2. As respostas deverão obedecer, em um exercício de síntese, o limite de uma só folha, considerados o anverso e o 
verso da mesma; 
3. A prova deve ser digitada e sem rasuras; 
4. Excetuada A CÓPIA, a consulta é ampla e irrestrita; 
PRIMEIRO QUESTÃO: 
 
 A partir das oposições, contrária, contraditória e por alternação, e das equivalências por conversão, 
por obversão e por contraposição, determine a validade e a estratégia argumentativa no silogismo abaixo 
transcrito: 
 
B é A (e também não é não-A) 
C, que é não-C, é B e não-B 
C é A (e não é também não-A) 
 
[An. Post. A, 11, 77a 10-22] 
 
E se de uma proposição A podemos obter a sua contrapositiva aplicando-lhe a obversão, em 
seguida a conversão e outra vez a obversão. Ou seja, começando com a proposição “Todo S é P.”, 
obvertemo-la e obtemos “Nenhum S é não-P.”, que, por conversão, obtemos “Nenhum não-P é S.” e cuja 
obversa é Todo não-P é não-S. Deste modo, a contrapositiva de qualquer proposição A é a obversa da 
proposição convertida da obversa daquela proposição tanto quanto a contrapositiva da conclusão no 
silogismo acima é a obversa da proposição convertida da obversa dessa referida proposição? 
 
 
SEGUNDA QUESTÃO: 
 
Sujeito (SN) Predicado (SV) 
[Todo homem] [é inocente [até que se prove o contrário]]. 
 (Sintagma Preposicional) 
 Se o sintagma preposicional é “até que se prove o contrário”, então podemos inferir que se tratar-
se-ia da proposição “Todo homem não é inocente” como objeto de prova. No entanto, se uma proposição 
negativa não pode ser provada ou não é passível de prova ou demonstração (“ei incumbit probatio qui 
dicit, non qui negat”, de Paulus, Libro 69 ad edictum 22.3.2 do Digesto Justiniano, é o fundamento para 
“a prova das alegações1 incumbe à parte que as fizer”), então, como o argumento ad ignorantium ou 
 
1
 Alegar (latim allego, -are); Alegação (latim allegatio, -onis,); Alegado (particípio de alegar). Emitir (razões) para autorizar 
um fato; citar, fazer referência a; argumentar, expor em defesa, apresentar como argumento, razão ou prova; arrazoar ou 
justificar; expor ou apresentar como prova; explicação que justifica ou procura justificar alguma coisa; aquilo que foi criado 
ou referido como argumento ou prova em favor de algo. Em defesa, como prova ou justificativa, alegou circunstâncias que o 
inocentavam; que é admitido como hipótese. Referente (latim referens, -entis, particípio presente de refero, -ferre, remeter, 
levar, dar, responder, referir, relatar) 1. Que se refere. 2. Que diz respeito a. = CONCERNENTE, RELATIVO. 3. [Linguística] 
Qualquer entidade, real ou não, para a qual remete o signo linguístico.( https://www.priberam.pt/DLPO/) 
 
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próprio das falácias materiais ou não formais pode ser explicado a partir das equivalências por conversão 
(Todo inocente é homem. - por limitação: Algum inocente é homem), por contraposição (Todo não 
inocente é não homem.) ou por obversão (Todo homem não é não inocente.)? Se sim ou não, considere 
ainda a definição do termo inocente como “que ou quem não tem culpa”2 e de culpa com “Falta 
voluntária contra o dever; omissão; desleixo”3. 
 
 
TERCEIRA QUESTÃO: Consideradas as oposições e equivalências a partir dos quadros sugeridos, 
determine a fundamentação lógica para os três casos apontoados por BOBBIO, Norberto, em Teoria do 
Ordenamento Jurídico, páginas 85 e 86, abaixo indicados. 
 
 
Quadro 01 
 
1. Que é de necessidade. 
2. Que não pode deixar de ser ou de 
se fazer. 
3. Que é preciso; de que não se pode 
abdicar. = ESSENCIAL, 
IMPRESCINDÍVEL 
4. Subsistente por si mesmo. Não é 
CONTINGENTE 
5. Aquilo de que não se pode 
prescindir; o que não pode deixar de 
ser ou de se fazer. 
 
Adjetivo/Substantivo 
necessário [ser] 
 
 
 
 
 
1. Não possível. 
2. Irrealizável. 
3. Incrível. 
4. Intolerável. 
5. O que é ou se considera impossível. 
 
 
Adjetivo/Substantivo 
impossível [ser] 
 
 
 
 
 
 
A E 
 
 
 
 
I O 
 
possível [ser] 
Adjetivo/Substantivo 
 
1. Que pode ser, que pode existir, 
que pode acontecer. 
2. Que se pode fazer. 
3. O que pode ser, existir, acontecer. 
fazer o possível: esforçar-se. 
 possível [não ser] 
Adjetivo/Substantivo 
 
1. Que pode não ser, que pode não 
existir, que pode não acontecer. 
2. Que se pode não fazer. 
3. O que pode não ser, não existir, não 
acontecer. 
fazer o possível: esforçar-se. 
 
 
 
 
 
2
 "inocente", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/inocente 
[consultado em 08-10-2017]. 
3
 "culpa", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/culpa 
[consultado em 08-10-2017].. 
 
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Quadro 02 
 
 
O 
[O]brigatório [ser] 
Adjetivo/Substantivo 
necessário [ser] 
 
O Não 
[O]brigatório não [ser] 
Adjetivo/Substantivo 
impossível [ser] 
 
 
 
 
 
 
A E 
 
 
 
 
I O 
 
possível [ser] 
Adjetivo/Substantivo 
Não [O]brigatório não [ser] 
Não O Não 
 
 possível [não ser] 
Adjetivo/Substantivo 
Não [O]brigatório [ser] 
Não O 
 
 
 
 
Quadro 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(OBVERSÃO) Nenhum S é não-P. 
(CONTRAPOSIÇÃO) Todo não-P é não-S. 
(CONVERSÃO por limitação) Alguns P são S. 
Todo S é P. 
Todo S é não-P. (OBVERSÃO) 
Algum não-P não é não-S. (CONTRAPOSIÇÃO por limitação) 
Nenhum P é S. (CONVERSÃO) 
Nenhum S é P. 
Algum S é P. 
(CONVERSÃO) Alguns P são S. 
(CONTRAPOSIÇÃO) (em geral, não há equivalentes) 
(OBVERSÃO) Alguns S não são não-P. 
 
 
 
 
Algum S não é P. 
(em geral, não há equivalentes) (CONVERSÃO) 
Algum não-P não é não-S. (CONTRAPOSIÇÃO) 
Alguns S são não-P. (OBVERSÃO) 
 
 
 
 
 
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(BOBBIO, Norberto. Teoria do Ordenamento Jurídico. Editora UNB. 
São Paulo, SP. 1995. P. 82 – 86)

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