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SEPSE EM IDOSOS Seminário Pontifícia Universidade Católica de Goiás Escola de Ciências Médicas, Farmacêuticas e Biomédicas Módulo de Microbiologia 2018/1-1 Alunas: Lara Serrano, Nathália Damasceno, Thais Santos, Thuanny Cordeiro Introdução A sepse é a resposta complexa do hospedeiro à agressão de um patógeno. É a causa mais comum de admissão em unidades de terapia intensiva (UTI). (HENKIN et al., 2009) Introdução Um estudo estimou a incidência de sepse nos Estados Unidos em 751.000 casos por ano. A incidência aumentou mais de cem vezes com a idade, sendo 26,2/1000 em pacientes com idade superior a 85 anos. (HENKIN et al., 2009) Fisiopatologia A sepse é uma complexa interação entre o microorganismo infectante e a resposta imune, pró-inflamatória e pró-coagulante do hospedeiro; A resposta do hospedeiro e as características do organismo infectante são as principais variáveis fisiopatológicas da sepse. (HENKIN et al., 2009) Fisiopatologia Progressão da sepse hospedeiro não consegue conter a infecção primária por resistência à opsonização, à fagocitose, a antibióticos e presença de superantígenos; Os superantígenos são proteínas bacterianas e virais com capacidade de estimular grande número de células T; se conjugam com MHC-II da célula apresentadora de antígeno de maneira diferente dos antígenos comuns. (HENKIN et al., 2009) Resposta imune A resposta imune inata é responsável pelo processo inflamatório inicial na sepse. É mediada pelos receptores de reconhecimento padrão, como os receptores Toll-like (TLR) e o CD14, que reconhecem os patógenos ou seus produtos, identificados como PAMPs (padrões moleculares associados a patógenos. Os TLR-2 reconhecem os peptideoglicanos das bactérias gram positivas, enquanto os lipopolissacarídeos (LPS) das gram negativas são reconhecidos pelos TLR-4. (HENKIN et al., 2009) Imunossupressão no curso da sepse Tardiamente ocorre uma fase de imunossupressão sequela da anergia (falta de resposta imune), linfopenia, hipotermia e infecções nosocomiais; Os linfócitos de pacientes neste estágio da sepse, expressam uma quantidade menor de citocinas pró- inflamatórias do que os linfócitos de indivíduos saudáveis (in vitro – estímulo com LPS); Além disso, ocorre aumento da apoptose dos linfócitos circulantes e das células dendríticas esplênicas em pacientes que morrem por sepse. Contribui para a disfunção orgânica e a imunossupressão na sepse. (HENKIN et al., 2009) Critérios e definições O espectro da resposta inflamatória e da sepse é definido de acordo com os critérios propostos pelo consenso American College of Chest Physicians/ Society of Critical Care Medicine (ACCP/SCCM) de 1991; (HENKIN et al., 2009) (HENKIN et al., 2009) Critérios e definições No estudo de Machado RL et. Al a sepse foi definida conforme a conferência de consenso de 1992; Síndrome de resposta inflamatória sistêmica - pelo menos dois dos critérios a seguir: 1. Temperatura corporal > 38º C ou < 36º C; 2. Frequência cardíaca > 90 bpm; 3. Freqência respiratória > 20 irpm ou PaCO2 < 32 mmHg; 4. Leucócitos > 12.000 cels/ mm3 ou < 4.000 cels/mm3 ou mais de 10% de formas jovens), associada a foco infeccioso documentado através de culturas de sangue, lavado broncoalveolar ou aspirado traqueal e urina. (MACHADO et. al., 2009) Sepse grave: foi caracterizada por sepse associada à hipotensão arterial (pressão arterial sistólica < 90 mmHg ou diminuição de 40 mmHg da pressão arterial sistólica inicial), responsiva à reposição volêmica. Choque séptico: foi considerado quando a hipotensão foi refratária à reposição volêmica, realizada a critério do médico que prestou o atendimento inicial, com consequente necessidade de vasopressores. (MACHADO et. al., 2009) Sepse no Idoso Sepse é uma doença com alta prevalência na faixa etária dos idosos; Torna-se cada vez mais importante conhecer a fisiologia do envelhecimento, as doenças crônicas que acometem pacientes idosos e fatores relacionados à sua mortalidade. (MACHADO et. al., 2009) Sepse no Idoso Diante do envelhecimento, o corpo tem suas reservas funcionais reduzidas, com declínio em sua função cardiovascular, pulmonar e renal; Portanto a idade não é única responsável pela menor sobrevida; A capacidade funcional do indivíduo antes da admissão na UTI e a gravidade da doença motivo da internação tem papel fundamental no prognóstico. (MACHADO et. al., 2009) Resultados Fatores prognósticos em idosos com sepse grave e choque séptico O estudo incluiu 152 pacientes com idade entre 65 e 102 anos, 64,5% de mulheres, A mortalidade global foi de 47,4%, sendo que 93,1% dos pacientes que faleceram tiveram diagnóstico de choque séptico e 6,9% de sepse grave. (MACHADO et. al., 2009) Resultados Fatores prognósticos em idosos com sepse grave e choque séptico O SOFA (Sequential Organ Failure Assessment), leucograma, bilirrubina total, proteína C reativa e lactato foram analisados nos dias 1 (D1), 3 (D3), 5 (D5), 7 (D7), 14 (D14) e 28 (D28) de internação; Resultados a seguir: (MACHADO et. al., 2009) Resultados Fatores prognósticos em idosos com sepse grave e choque séptico A hiperglicemia ocorreu em 70,4% dos pacientes e não foi relacionada à maior probabilidade de óbito; A média do lactato do primeiro dia não obteve diferença significativa entre sobreviventes e não sobreviventes, ao contrário da do terceiro dia; A PCR não foi diferente entre os sobreviventes e os não sobreviventes, em qualquer aferição. (MACHADO et. al., 2009) Resultados Fatores prognósticos em idosos com sepse grave e choque séptico Leucocitose, mostrou diferença em relação à mortalidade, com valores significativamente menores nos sobreviventes no terceiro, quinto, sétimo e décimo-quarto dias de internação; (MACHADO et. al., 2009) Resultados Fatores prognósticos em idosos com sepse grave e choque séptico A maioria dos pacientes apresentou choque séptico na admissão (73,7%), relacionado ao óbito; Aproximadamente 84% dos pacientes tiveram diagnóstico inicial de sepse pulmonar e 32,2% de sepse urinária, que foram mais prevalentes, sendo as culturas positivas em 75% dos casos; Doenças aparelho cardiovascular tiveram alta prevalência (76,3%), seguida de doença neurológica (40,8%); (MACHADO et. al., 2009) (MACHADO et. al., 2009) Referências 1. Sepse: uma visão atual. Caroline Schwartz Henkin, Juliano Cé Coelho, Mateus Chissini Paganella, Rodrigo Morais de Siqueira, Fernando Suparregui Dias. Scientia Medica, Porto Alegre, v. 19, n. 3, p. 135-145, jul./set. 2009. 2. Análise exploratória dos fatores relacionados ao prognóstico em idosos com sepse grave e choque séptico. Roberta de Lima Machado, Cid Marcos Nascimento David, Ronir Raggio Luiz, Daniel de Azevedo Amitrano, Carla de Souza Salomão, Gláucia Maria Moraes de Oliveira. Rev Bras Ter Intensiva. 2009; 21(1):9-17. 3. Fatores prognósticos em pacientes idosos admitidos em unidade de terapia intensiva. Francine de Cristo Stein, Raffaelle Kasprowicz Barros, Fernanda Seligman Feitosa, Diogo Oliveira Toledo, João Manoel da Silva Junior, Alexandre Marini Ísola, Ederlon Rezende. Rev Bras Ter Intensiva. 2009; 21(3):255-26. Obrigada!
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