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COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS AGRÍCOLAS

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Comercialização de 
Produtos Agrícolas
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Antônio Marcos Vargas Oliveira
Revisão Textual:
Prof.a Dr.a Selma Aparecida
O Empreendimento Rural e o Agronegócio
• O Empreendimento Rural e o Agronegócio;
• Características de Mercado e do Produto Agrícola;
• Formação de Preço – Oferta e Demanda;
• O Equilíbrio de Mercado.
 · Conhecer as características dos mercados e dos produtos agrícolas 
comparativamente aos outros produtos e mercados e o processo de 
formação de preços em função das variações da Oferta e da Demanda.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
O Empreendimento Rural 
e o Agronegócio
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE O Empreendimento Rural e o Agronegócio
O Empreendimento Rural e o Agronegócio
O Empreendimento Rural faz parte do Setor Primário da Economia. O Setor 
Primário está relacionado à produção de recursos extraídos da natureza e compre-
ende a mineração, a extração vegetal e a caça, a agricultura, a pesca e a pecuária. 
Segundo o dicionário da ABL (2008), o empreendimento rural é aquele relativo 
ao campo.
Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images
Figura 2
Fonte: iStock/Getty Images
8
9
Para os nossos estudos, consideramos Empreendimento Rural todo empreendi-
mento relacionado à produção de recursos extraídos da natureza (Setor Primário 
da Economia), exceto a produção mineral ou mineração.
Os produtos desse setor que não foram beneficiados, também denominados in 
natura, apresentam baixo valor agregado se comparados aos produtos que passam 
por algum tipo de processamento, característica dos produtos do Setor Secundário 
ou industrial.
Já o Agronegócio, segundo esse mesmo dicionário (ABL, 2008), é a “Atividade 
agrícola considerada um grande negócio que envolve a produção, o processamento 
e a comercialização em larga escala de alimentos”.
Dessa forma, o Agronegócio está ligado aos três Setores Econômicos: o Setor 
Primário, que compreende a produção; o Setor Secundário ou industrial, em que 
esses produtos são processados ou beneficiados; e o Setor Terciário, que envolve 
a comercialização desses produtos, como também a aplicação do desenvolvimento 
científico e tecnológico representado, por exemplo, pelos insumos e tecnologias 
aplicados à produção, e que irão possibilitar a escala de produção necessária à 
caracterização do Agronegócio.
Figura 3
Fonte: iStock/Getty Images
Figura 4
Fonte: iStock/Getty Images
Figura 5
Fonte: iStock/Getty Images
Essas definições são válidas, independentemente do Sistema Econômico vigente 
no país: Sistemas Econômicos Planificados ou Socialistas; Sistemas Econômicos de 
Mercado ou Capitalistas; ou, Sistemas Econômicos Mistos, que é o praticado pela 
grande maioria dos países, inclusive o nosso.
Nos Sistemas Econômicos Planificados, o Governo define quem são os produto-
res, o que será produzido, a quantidade a ser produzida e o preço de comercialização.
9
UNIDADE O Empreendimento Rural e o Agronegócio
Nos Sistemas Econômicos de Mercado, os agentes do Mercado – produtores e 
compradores – são os definidores desse composto da produção.
Nos Sistemas Econômicos Mistos, em maior o menor grau, essas definições do 
composto da produção são definidos, parte pelo Governo, parte pelos agentes 
do Mercado.
Características de Mercado 
e do Produto Agrícola
O Sistema Econômico que vigora em nosso país é o Sistema Econômico Misto. 
Temos, assim, como seus principais agentes, o Governo e os Agentes do Mercado, 
ou seja, o Governo, os produtores e os compradores; porém, é importante lembrar 
que as características do Mercado Agrícola também são influenciadas por outros 
agentes ou fatores, como, por exemplo: as características intrínsecas do produto, 
as condições naturais ou específicas da região produtora, as condições climáticas, 
as tecnologias disponíveis de armazenamento e distribuição, as imposições legais 
e/ou sanitárias, os financiadores, proprietários de terra não produtores, a produção 
de outros países e as bolsas de mercadorias nacionais ou estrangeiras.
Originalmente, o Mercado era considerado o local público em que compradores 
e produtores se encontravam para realizar suas trocas, e que hoje é definido como 
o conjunto de vendedores e compradores que efetuam transações relativas a 
produtos ou classe de produtos (KOTLER; KELLER, 2006) pode, ainda, assumir 
o conceito de grupos de compradores segmentados por qualquer critério objetivo.
Podemos, então, dizer que as características do Mercado Agrícola são definidas 
pelos produtores rurais, pelos compradores e pelo governo, sofrendo, ainda, a 
influência de diversos fatores e agentes na definição de quem produz o que, para 
quem e sob quais condições (preço, transporte, beneficiamento etc.).
Figura 6
Fonte: iStock/Getty Images
Figura 7
Fonte: iStock/Getty Images
10
11
Então, para compreendermos as características do Mercado Agrícola, devemos 
conhecer melhor cada um desses componentes do Mercado: os produtores rurais, 
seus compradores, o Governo, os principais influenciadores e os produtos.
 
Figura 8
Fonte: iStock/Getty Images
Inicialmente, os produtores rurais podem ser classificados em dois grandes gru-
pos: empreendimentos rurais familiares e empreendimentos rurais empresariais. 
Cada um desses grupos pode ser dividido em subgrupos de acordo com a área da 
propriedade como, por exemplo: pequenos produtores (áreas de até 50ha – hec-
tares), médios produtores (áreas entre 50 e 200ha) e grandes produtores (áreas 
superiores a 200ha); porém, esse tipo de classificação não é capaz de explicar o 
sucesso do empreendimento, seja pelo aspecto da produtividade, seja pelo aspecto 
de resultado econômico.
Scarpelli e Nantes (apud BATALHA, 2001) propõem uma classificação de acor-
do com o grau de utilização de Técnicas de Administração e de Produção que, inde-
pendentemente da área do empreendimento rural resulta em maior produtividade 
e consequente resultado econômico.
De acordo com essa classificação,teríamos três tipos de empreendimento rural: 
o Empreendimento Rural Tradicional, o Agronegócio em Transição e o Agronegó-
cio Moderno.
No Empreendimento Rural Tradicional, geralmente de estrutura familiar, 
os métodos e as técnicas aplicadas são rudimentares e empíricas, altamente 
dependentes das condições climáticas e das políticas agrícolas, resultando em 
baixa produtividade.
No Agronegócio em Transição, já se observa a utilização de Técnicas de Produ-
ção e Administração; porém, com certo distanciamento do mercado consumidor 
e suas Demandas. Nesse tipo de empreendimento, encontramos empreendedores 
familiares e empresariais.
11
UNIDADE O Empreendimento Rural e o Agronegócio
Já o Agronegócio Moderno está perfeitamente alinhado ao mercado consumi-
dor e às suas demandas. Utiliza-se das melhores técnicas de produção e gestão, 
obtendo retornos econômicos significativos. Nesse estágio, encontramos empre-
endimentos rurais familiares e empresariais, porém com equilíbrio entre os “aspec-
tos de capacitação gerencial, adequação tecnológica e desempenho econômico” 
(SCARPELLI; NANTES apud BATALHA, 2001, p. 566).
Quando se fala de Técnicas de Produção, além do conhecimento científico apli-
cado (Agronomia, Veterinária, Técnicas de Plantio, Manejo, Armazenamento etc.), 
considera-se a utilização de máquinas, implementos e insumos.
Os compradores, no Mercado Agrícola, podem ser divididos entre: consumidores, 
agentes, atacadistas, varejistas ou indústrias. A venda diretamente ao consumidor ocor-
re com bens de consumo, normalmente, com baixo índice de beneficiamento. Essa 
venda direta ao consumidor é realizada, principalmente, por pequenos produtores.
O grande volume das vendas no Mercado Agrícola de bens de consumo envolve 
intermediários entre o produtor e o consumidor; nesse caso, o comprador poderia 
ser um agente, um atacadista ou um varejista.
No caso de bens industriais, ou seja, produtos agrícolas que servem de insumo 
à indústria, o produtor também pode vender diretamente à indústria, como ocorre 
com a venda de leite à indústria de pasteurização ou laticínios; porém, da mesma 
forma que ocorre com a venda de bens de consumo, o maior volume de vendas 
será intermediada entre o produtor e a indústria.
As Cooperativas, seja o produtor cooperado ou não, são também importantes 
compradores atuando como agentes, atacadistas ou como beneficiadores (indústria) 
desses produtos.
Outro importante comprador, seja diretamente ou por intermediários, é o Go-
verno em seus diversos níveis (Municipal, Estadual ou Federal). O Governo pode 
participar desse Mercado como intermediário entre o produtor e o consumidor em 
Programas Sociais como, por exemplo, a distribuição de leite, a merenda escolar, 
os restaurantes populares etc.; mas, a principal atuação do Governo como com-
prador de produtos agrícolas é na formação de estoques reguladores.
Figura 9
Fonte: iStock/Getty Images
12
13
O universo de compradores também é influenciado pela abrangência do Merca-
do, que pode ser: local, regional, nacional ou internacional; quanto maior a abran-
gência, novos intermediários podem ser agregados ao processo de distribuição.
Também de acordo com a abrangência do Mercado, alguns produtos irão ne-
cessitar de algum tipo de processamento ou de condições especiais de conservação 
para preservar suas características, em função do tempo dispendido para o arma-
zenamento e o transporte.
A produção rural pode ser dividida em alimentos processados ou in natura e os 
produtos não alimentícios, utilizados principalmente como insumo pela indústria.
O Mercado ao qual se destina a produção rural pode ser dividido em: mercado 
destinado à alimentação humana, mercado destinado à alimentação animal, 
mercado de produção de bebidas, mercado destinado à produção de medicamentos 
fitoterápicos, mercado do fumo, mercado de fibras, mercado de combustíveis, 
mercado de celulose e madeira, mercado de adubos e mercado de artigos de couro.
A cada um desses Mercados corresponde um produto específico ou um grupo de 
produtos. Assim, podemos dividir os produtos agrícolas em quatro grandes grupos:
• Grãos (arroz, cevada, milho, soja, trigo etc.);
• Frutas, verduras e legumes (FVL);
• Outras lavouras (algodão, cana-de-açúcar, café, ervas, fumo, pastagens, reflo-
restamento – pinus e eucalipto, extração de madeira etc.);
• De origem animal (apicultura, aves, bovinos, ovinos, pesca e piscicultura, suí-
nos etc.).
Os Mercados e seus respectivos produtos podem ser observados no Quadro 1.
Quadro 1 – Os mercados da produção do Setor Rural
Mercado Produtos
Alimentação 
Humana
• Grãos (arroz, cevada, milho, soja, trigo)
• Frutas, verduras e legumes (FVL)
• Cana-de-açúcar
• Produção animal (apicultura, aves, 
bovinos, ovinos, pesca e piscicultura, 
suínos)
Alimentação 
Animal
• Grãos (cevada, milho, soja)
• Cana-de-açúcar
• Pastagens
Bebidas
• Grãos (cevada, milho, soja)
• Frutas
• Cana-de-açúcar
• Café
• Ervas
Terápicos • Ervas• Apicultura
Mercado Produtos
Fumo • Fumo
Fibras
• Algodão
• Ervas
• Ovinos
Combustíveis
• Grãos (milho, soja)
• Cana-de-açúcar
• Pinos e eucalipto
• Produção animal 
(aves, suínos)
Celulose e 
Madeira • Pinus e eucalipto
Adubos • Produção animal (aves, bovinos, ovinos, suínos)
Couro • Produção animal (bovinos, ovinos, suínos)
Fonte: Adaptado de Waquil (2010)
13
UNIDADE O Empreendimento Rural e o Agronegócio
Agregar valor à produção rural é uma das formas de obter melhores resultados 
na sua comercialização. A principal forma de agregar valor aos produtos agrícolas 
é processá-los ou beneficiá-los. O beneficiamento e a industrialização são as prin-
cipais formas de melhorar o grau de diferenciação dos produtos agrícolas; porém, 
existe uma categoria de produtos oriundos do campo que, beneficiados ou não, 
continuam com baixo ou nenhum grau de diferenciação. Esses produtos são co-
nhecidos no mercado pela denominação de commodities.
De acordo com Azevedo (apud BATALHA, 2001, p. 70-1):
Para que uma mercadoria possa receber essa qualificação é necessário 
que ela atenda a pelo menos três requisitos mínimos: (a) padronização 
em um contexto de comércio internacional, (b) possibilidade de entrega 
nas datas acordadas entre comprador e vendedor e (c) possibilidade de 
armazenagem ou de venda em unidades padronizadas.
A necessidade de atender a esses três requisitos mínimos deixa de fora os produ-
tos agrícolas que: não são padronizados, ou seja, independentemente do produtor, 
de sua região de origem ou do processamento que tenha sido aplicado, o produto 
se diferencia de outros produzidos em outras regiões ou por terem passado por 
processos de beneficiamento que os torna diferentes; seja em função da possibilida-
de de armazenagem ou em função de sazonalidade, o produto não pode ser entre-
gue ao comprador em qualquer época do ano ou lugar; não podem ser fracionados 
ou agrupados em unidades padrão.
O dicionário da ABL (2008) define commodity como “Matéria-prima de origem 
mineral, vegetal ou agropecuária destinada à exportação em estado bruto”, ou 
“matéria produzida em massa”.
Ver a tese de Leonel Molero Pereira, p. 26: https://goo.gl/DvCtww
Ex
pl
or
Em função das características de Mercado, as commodities têm seu preço 
definido pelas Bolsas de Mercadorias em dólar americano, e são comercializa-
das mundialmente.
As principais commodities agrícolas são os grãos, o álcool, o algodão, o açúcar 
e as carnes (meia carcaça e cortes congelados).
Formação de Preço – Oferta e Demanda
Embora o preço seja definido como a quantia estipulada pelo vendedor para 
se adquirir alguma mercadoria ou serviço (ABL, 2008), na verdade, o preço, bem 
como as quantidades produzidas, é definido pelas forças do Mercado; porém, nas 
Economias centralizadas e, emalguns casos, nas Economias mistas, o preço de 
um determinado produto ou serviço pode ser definido pelo Governo. Embora 
14
15
essas práticas tenham como justificativa atender à totalidade das necessidades dos 
consumidores, podem levar a outros problemas, como deverá ficar claro após as 
explicações a seguir.
As forças de Mercado que atuam na definição do preço e na quantidade pro-
duzidas são resultado da atuação dos consumidores e dos produtores no Mercado. 
A Demanda, por parte dos consumidores, e a Oferta , por parte dos produtores.
Demanda é a procura por determinado bem ou serviço e Oferta corresponde à 
quantidade de um determinado bem ou serviço oferecida ao Mercado.
A Demanda
Sandroni (2006, p.160) define Demanda como “A quantidade de um bem ou 
serviço que um consumidor deseja e está disposto a adquirir por um determinado 
preço”. A Demanda do Mercado em relação a um determinado bem ou serviço 
corresponde ao somatório das demandas individuais por esse bem ou serviço.
Importante!
Demanda é a quantidade de um bem ou serviço que um consumidor deseja e está 
disposto a adquirir por um determinado preço.
Importante!
A principal determinante da Demanda é o preço. É a variação do preço que irá 
determinar a quantidade demandada pelo Mercado. Com o aumento do preço, a 
Demanda tende a diminuir. Com a redução de preço, a Demanda tende a aumentar.
Assim, se o preço de um determinado bem varia de P1 para P2, sendo P2 maior 
que P1, a Demanda desse bem será reduzida de Q1 para Q2 (Gráfico 1).
Gráfi co 1 – Curva da Demanda – Variação da Demanda em função do Preço
Preço
QuantidadeQ1Q2
P1
P2 B
AC
15
UNIDADE O Empreendimento Rural e o Agronegócio
O ponto A corresponde à Demanda quando o preço do bem é P1. O ponto B 
corresponde à Demanda quando o preço passa a ser P2. A Curva da Demanda, 
além de nos mostrar a variação da Demanda em função do preço, de acordo com 
Kupfer e Hasenclever (2002), mostra-nos, também, a variação do excedente do 
consumidor, representado pela soma da área do retângulo formado pelos pontos 
P2, B, P1 e C com a área do triângulo formado pelos pontos A, B e C.
A área do retângulo mede a perda do consumidor pelo aumento de gasto para 
consumir as unidades do bem. A área do triângulo mede a perda do consumidor 
em função da diminuição do consumo.
Além do preço, que é um critério objetivo de definição de Demanda, outros 
fatores, objetivos ou subjetivos, ou a combinação de diversos desses fatores podem 
agir sobre os consumidores, influenciando a Demanda, como, por exemplo: 
mudança ou expectativa de mudança do nível de renda; alteração ou expectativa 
de alteração do preço dos bens ou serviços substitutos; alteração ou expectativa 
de alteração do preço dos bens ou serviços complementares; excesso ou escassez, 
ou a expectativa de excesso ou escassez do produto ou serviço; mudança das 
preferências do consumidor.
É importante observar que a expectativa de uma mudança de algum desses 
fatores tem a mesma capacidade de influenciar o comportamento do consumidor, 
tanto quanto a efetiva mudança de um deles.
Esses outros fatores, quando utilizados como critérios de decisão de compra, 
irão deslocar toda Curva da Demanda para a direita, representando um aumento 
da Demanda (Gráfico 2), ou para a esquerda, representando uma diminuição da 
Demanda (Gráfico 3).
Gráfico 2 – Deslocamento da Curva da Demanda por aumento da Demanda
Quantidade
Preço
P1=P2
Q1 Q2
D2D1
16
17
Assim, vemos no Gráfico 2 que, mesmo não havendo variação do preço 
(P1 = P2): se houver um aumento da renda, ou a expectativa de aumento da ren-
da; um aumento no preço, ou a expectativa de aumento de preço de produtos ou 
serviços substitutos; a redução do preço, ou a expectativa da redução do preço 
de produtos ou serviços complementares; a escassez ou expectativa de escassez 
do produto ou serviço; ou a preferência favorável do consumidor pelo produto ou 
serviço, a quantidade passará de Q1 para Q2, deslocando a Curva da Demanda 
D1 para D2.
Gráfi co 3 – Deslocamento da Curva da Demanda por redução da Demanda
Quantidade
Preço
P1=P2
Q1 Q2
D2D1
De forma inversa, vemos no Gráfico 3 que: a redução da renda, ou a expectativa 
de redução da renda; a redução do preço, ou a expectativa da redução do preço de 
produtos ou serviços substitutos; o aumento do preço, ou a expectativa do aumento 
do preço de produtos ou serviços complementares; o excesso ou expectativa de 
excesso do bem ou serviço; ou o gosto ou preferência desfavorável do consumidor 
pelo produto ou serviço em questão, deverá diminuir a quantidade de Q1 para Q2, 
deslocando a Curva da Demanda de D1 para D2.
Como já mencionado, inúmeros outros fatores podem deslocar a Curva de De-
manda. Basta lembrar a Operação Carne Fraca, realizada em maio de 2017, pela 
Polícia Federal junto a alguns frigoríficos que provocou, temporariamente, uma re-
dução do consumo de alguns produtos produzidos por esse setor, ou seja, provocou 
o deslocamento negativo da Curva da Demanda.
Assim como o comportamento do consumidor sofre a influência desses fatores 
e, por consequência, determina a Demanda do Mercado, também os produtores 
sofrem a influência desses e de outros fatores mais específicos, determinando, no 
seu conjunto, a Oferta do Mercado.
17
UNIDADE O Empreendimento Rural e o Agronegócio
A Oferta
A Oferta do Mercado é, segundo Sandroni (2006), a quantidade de bens ou 
serviços oferecidos ao Mercado por um determinado preço. Da mesma forma que 
a Demanda, o principal fator da Oferta é o Preço (Gráfico 4).
Importante!
Oferta é a quantidade de bens ou serviços oferecidos ao MERCADO por um determi-
nado preço.
Importante!
Gráfico 4 – Curva da Oferta – Variação da Oferta em função do preço
 
 
 
 B 
 
 
 A 
 
 
 Q1 Q2 Quan�dade 
Preço 
 
 
P2 
 
 
P1 
O ponto A indica a quantidade ofertada Q1 quando o preço corresponde a P1. 
Alterando-se o preço para P2, a Oferta irá se deslocar de Q1 para Q2.
Da mesma forma que a Curva da Demanda indica o excedente do consumidor, 
a Curva da Oferta irá indicar o excedente do produtor. De acordo com Kupfer 
e Hasenclever (2002), o excedente do produtor está intimamente relacionado 
aos lucros da Empresa, que irá corresponder à diferença do preço para a mesma 
quantidade ofertada Q1, mais o resultado das vendas obtido pelo aumento da Oferta 
de Q1 para Q2, considerando que, no curto prazo, os custos fixos se mantêm e 
não variam. O excedente do produtor corresponde à área delimitada pelos pontos 
P1, P2, B e A.
Como já mencionado, além do preço, outros fatores, ou a combinação deles, irão 
atuar sobre o produtor alterando a Oferta do Mercado. A ação dos fatores favoráveis 
sobre a Oferta irão deslocar a Curva da Oferta para a direita (Gráfico 5), a ação dos 
fatores desfavoráveis irão deslocar a Curva da Oferta para a esquerda (Gráfico 6).
Os principais fatores que atuam sobre a Oferta são: os custos envolvidos na 
produção (insumos e outros fatores de produção); o desenvolvimento tecnológico, 
18
19
que irá influenciar a produtividade ou reduzir custos de produção; a frustração da 
produção por condições climáticas, pragas ou outras; e as expectativas relativas a 
todos esses fatores.
Gráfi co 5 – Deslocamento da Curva da Oferta por aumento da Oferta
 O1 
 O2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Q1 Q2 Quan�dade 
Preço 
 
 
 
 
 
P2 = P1 
Assim, mesmo não havendomudança de preço (P1 = P2), os fatores favoráveis 
da Oferta irão deslocar a quantidade ofertada de Q1 para Q2, deslocando a Curva 
da Oferta para um nível mais alto. Essa mudança pode ter sido causada por: uma 
redução dos custos de produção; utilização de novas tecnologias de produção; 
utilização de fatores de produção que aumentam a produtividade; condições 
climáticas favoráveis; expectativas favoráveis em relação a esses fatores.
Gráfi co 6 – Deslocamento da Curva da Oferta por redução da Oferta
 
 O2 
 O1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Q2 Q1 Quan�dade 
Preço 
 
 
 
 
 
P2 = P1 
Inversamente, quando os fatores são desfavoráveis ao produtor, mesmo não 
havendo mudança no nível de preço (P1 = P2), esses fatores levam a uma redução 
da quantidade de bens ou serviços ofertados (Q1 para Q2), deslocando a Curva da 
Oferta para um nível mais baixo.
19
UNIDADE O Empreendimento Rural e o Agronegócio
Os fatores que podem estar atuando para provocar esse deslocamento negativo 
da Curva da Oferta são: aumento dos custos de produção; obsolescência tecno-
lógica; frustração da safra em decorrência de condições climáticas desfavoráveis 
ou ocorrência de pragas ou doenças; expectativas relacionadas a esses fatores e 
expectativa de aumento futuro dos preços dos produtos ou serviços, levando o 
produtor a estocar sua produção para comercialização futura.
O Equilíbrio de Mercado
O preço e os outros fatores, ou suas expectativas, atuam sobre os consumi-
dores definindo os níveis de Demanda, e sobre os produtores definindo os níveis 
de Oferta.
As forças desses agentes sobre o Mercado fazem com que os preços flutuem até 
que, a uma determinada quantidade e um determinado preço, o Mercado se estabi-
liza. Ponto de equilíbrio é o que atende às expectativas de produtores e de compra-
dores (Gráfico 7).
Importante!
O equilíbrio de Mercado ocorre quando uma determinada quantidade de bens ou 
serviços é comercializada a um determinado preço que atende às expectativas dos 
produtores e consumidores.
Importante!
Ao preço de equilíbrio PE corresponde uma determinada quantidade chamada 
quantidade de equilíbrio QE, ponto em que a Curva da Oferta se encontra com a 
Curva da Demanda.
Gráfico 7 – Equilíbrio entre a Oferta e a Demanda – Equilíbrio de Mercado
Quantidade
Preço
PE
QE
20
21
As forças do Mercado que levam ao Equilíbrio do Mercado atuam de duas 
formas. A primeira (Gráfico 8), a de excesso de Demanda (QD – QO), ocorre quando 
o preço de um produto ou serviço está muito baixo P1, levando a um aumento da 
Demanda QD.
Gráfi co 8 – Excesso de Demanda
Quantidade
Preço
P
P1
E
QEQo QD
A esse nível de Demanda, irá ocorrer uma escassez da Oferta , levando alguns 
consumidores a pagarem uma elevação dos preços de P1 para PE. Com essa 
elevação de preço, a Oferta irá se ajustar de QO para QE, levando ao equilíbrio do 
Mercado, pois no nível de preço PE, há uma correspondente redução da Demanda.
A segunda (Gráfico 9), a de excesso de Oferta (QO – QD), ocorre quando a 
um determinado preço P1 os produtores realizam uma Oferta QO, gerando um 
excesso de Oferta , isto é, um nível de Oferta incompatível com o julgamento dos 
consumidores sobre esse nível de preço. Assim, alguns produtores para conseguir 
colocar sua produção no Mercado, reduzem o seu preço de P1 para PE, nível em 
que encontram receptividade por parte dos consumidores.
Gráfi co 9 – Excesso de Oferta
 
 
 
 
 
 
 QD QE QO Quan�dade 
Preço 
 
 
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UNIDADE O Empreendimento Rural e o Agronegócio
A esse novo nível de preço, a Oferta se ajusta de QO para QE, nível de Equilíbrio 
de Mercado. O Equilíbrio de Mercado é, assim, um ajuste entre os níveis de Oferta 
e Demanda, adequando os interesses de produtores e consumidores.
Com os deslocamentos das curvas da Oferta ou da Demanda, o Equilíbrio de 
Mercado irá se ajustar de acordo com o novo nível de Oferta ou de Demanda.
Caso a Curva de Demanda se desloque para um nível mais elevado de Demanda, 
as forças de Mercado irão atuar de forma que o novo equilíbrio de Mercado se dê 
em um nível de Demanda situado entre os dois níveis anteriores a um preço mais 
elevado, pois nesse caso ocorreu um excesso de Demanda (vide Gráfico 8).
Caso a Curva de Demanda se desloque para um nível mais baixo de Demanda, 
as forças de Mercado irão determinar o novo nível de Demanda entre os dois 
níveis anteriores e a um preço mais baixo, pois nesse caso ocorreu uma escassez 
de Demanda.
Observe-se que o excesso de Demanda corresponde a uma escassez de Oferta 
e, da mesma forma, a escassez de Demanda corresponde a um excesso de Oferta. 
Assim, o comportamento das forças de Mercado serão as adequadas a cada uma 
dessas situações.
De qualquer forma, qualquer que seja a situação do Mercado, as forças irão 
sempre agir buscando o seu equilíbrio.
Vejam que o nível de equilíbrio de Mercado não significa que todos os agentes 
estejam sendo plenamente atendidos. Os consumidores estão sendo restringidos 
em seus interesses pela limitação que o preço impõe e, da mesma forma, estão 
sendo restringidos os interesses dos produtores.
Ou seja, os preços poderiam baixar até o ponto em que a expansão da Demanda 
alcançasse o ponto de saturação dos consumidores e, nesse caso, durante esse 
processo, mais e mais produtores estariam se retirando do Mercado por não 
considerarem vantajoso atuar nesses novos níveis de preço, levando a uma redução 
da Oferta que forçaria a uma elevação dos preços.
Ao contrário, os preços poderiam subir até o ponto em que sua expansão 
excluísse do Mercado todos os consumidores, resultando em um excesso de Oferta 
que forçaria a queda dos preços.
Qualquer que fosse o movimento, teoricamente, o Mercado acabaria por se ajus-
tar; porém, quando um agente externo age sobre o Mercado, o Governo, por exem-
plo, fixando o preço de um determinado produto ou serviço, os agentes do Merca-
do, produtores e consumidores, irão agir criando, ao final do processo, escassez.
Imaginemos que o Governo fixe o preço de um produto em um nível considerado 
baixo pelos produtores, mas adequado pelos consumidores. Em pouco tempo, 
menos produtores estarão dispostos a oferecer esse produto ao Mercado, gerando 
escassez da Oferta, seja pela redução da quantidade ofertada, seja pela redução da 
qualidade ofertada.
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Veja os efeitos do tabelamento de preços do Plano Sarney.
Ex
pl
or
Por outro lado, se o Governo fixa o preço de um produto em um nível con-
siderado alto pelos consumidores, estará criando uma reserva de Mercado aos 
produtores que atuam nesse Mercado, restringindo o consumo e reduzindo a con-
corrência, o que se caracteriza por uma escassez de Oferta e que irá levar a uma 
escassez de qualidade.
Veja os efeitos da Política Nacional de Informática (PNI) de 1984.
Ex
pl
or
Por isso o papel do Governo deve ser muito bem pensado e, caso necessário, 
sua intervenção direta no processo, que seja a suficiente para corrigir as distorções 
do momento.
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UNIDADE O Empreendimento Rural e o Agronegócio
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Leitura
Modelo de Formação de Preço de Commodities Agrícolas aplicado ao Mercado de Açúcar e Álcool
PEREIRA, Leonel Molero. Modelo de formação de preço de commodities agrícolas 
aplicado ao mercado de açúcar e álcool. Tese (Doutorado) São Paulo: Universidade 
de São Paulo, 2009.
https://goo.gl/DvCtww
A Explosão de Consumo do Cruzado
https://goo.gl/2z2ZyRO Atraso na Inovação Tecnológica no Agronegócio
https://goo.gl/fGQmt9
Informática: O Mito Política Nacional de Informática
https://goo.gl/vGWFLo
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Referências
ABL – Academia Brasileira de Letras. Dicionário escolar da língua portuguesa. 
2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.
BATALHA, Mário Otávio (org.). Gestão agroindustrial. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2001.
KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing. 12.ed. 
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
KUPFER, David; HASENCLEVER, Lia. Economia industrial: fundamentos 
teóricos e práticas no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002.
SANDRONI, Paulo (org.). Dicionário de Economia do século XXI. Rio de 
Janeiro: Record, 2006.
WAQUIL, Paulo Dabdab. Mercados e comercialização de produtos agrícolas. 
Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2010.
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Outros materiais