Buscar

Ciência Política

Prévia do material em texto

O conceito de política
Sessão 1
Texto de referência
BOBBIO, Norberto. Política. In: Dicionário de política I. Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino; trad. Carmen C, Varriale et ai.; coord. trad. João Ferreira; rev. geral João Ferreira e Luis Guerreiro Pinto Cacais. - Brasília : Editora Universidade de Brasília, 1 la ed., 1998, p. 954-962.
O significado clássico e moderno de política
Pólis (politikós) – tudo aquilo que se refere à cidade, e portanto ao cidadão, civil, público e social. 
O termo foi transmitido por influência da “Política”, de Aristóteles.
O termo foi usado para indicar obras dedicadas ao estudo daquela esfera de atividade humana que de algum modo faz referência às coisas do Estado.
Na era moderna: a atividade ou o conjunto de atividades que têm de algum modo, como termo de referência, a pólis, isto é, o Estado.
A tipologia clássica das formas de poder
Política- ligada ao conceito de poder
Várias formas de poder do homem sobre o homem: o poder política é apenas uma delas.
Aristóteles
Poder paterno: exercido no interesse dos filhos
Poder despótico: no interesse do senhor
Poder político: no interesse de quem governa e de quem é governado
A tipologia moderna das formas de poder
Três grandes tipos (sociedade de desiguais):
Poder econômico: bens materiais
Poder ideológico: ideias
Poder político: possibilidade do uso da força
O poder político
A exclusividade do uso da força:
Hobbes
Marx e Engels
Max Weber: “Por Estado deve-se entender uma empresa institucional de caráter político na qual- e na medida em que- o aparato administrativo leva adiante com sucesso uma pretensão do monopólio da coerção física legítima, tendo em vista a aplicação das disposições”
O fim da política
Os fins da política são tantos quantos forem as metas a que um grupo organizado se propõe, segundo o tempo e as circunstâncias.
Fim mínimo da política: a ordem pública nas relações internas e a defesa da integridade nacional nas relações de um Estado com os outros Estados. Esta é a conditio sine qua non para a realização de todos os outros fins.
A política como relação amigo-inimigo
Carl Schmitt – esfera da política coincide com a esfera da relação amigo-inimigo.
Conflituosidade humana – a política cobre o campo em que se desenvolvem os conflitos antagonísticos.
O político e o social
Tradição clássica: o “político” coincide com o “social”
Cristianismo – subtrai da esfera da política o domínio sobre a vida religiosa – oposição entre o poder espiritual e o poder temporal.
Economia mercantil burguesa – subtrai da esfera da política o domínio sobre as relações econômicas – oposição entre sociedade civil e sociedade política, entre esfera privada, ou do burguês, e esfera pública, ou do cidadão.
Política e moral
A política e a moral têm em comum o domínio sobre o qual se estendem, que é o domínio da ação ou da práxis humana;
Maquiavel – separação entre política e moral – problema da autonomia da política- “os fins justificam os meios”
Distinção Weberiana: ética da convicção e ética da responsabilidade
“Mais que imoralidade da política ou de impoliticidade da moral, deveríamos mais corretamente falar de dois universos éticos que se movem segundo princípios distintos de acordo com as distintas situações nas quais os homens se encontram ao agir” (Norberto Bobbio)
A política como ética do grupo
Aquilo que é obrigatório para o indivíduo nem sempre é obrigatório para o grupo ao qual esse indivíduo pertence.
A injustificação da violência individual repousa em última instância no fato de que é aceita, porque justificada, a violência coletiva (ou a do príncipe)
“Razão de Estado”: aquele conjunto de princípios e máximas com base nas quais ações que não seriam justificadas se cumpridas por um indivíduo isolado não são apenas justificadas mas em alguns casos de fato exaltadas e glorificadas se cumpridas pelo príncipe, ou por qualquer pessoa que exerça o poder em nome do Estado..

Continue navegando