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LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS

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LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 1 
 
 
Legislação e Normas 
Técnicas 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 2 
Legislação e Normas Técnicas 
 
 
Conceitos e Hierarquias nas Normalizações 
 
A sociedade é regida por algumas regras de comportamento, ou seja, por leis 
fundamentais no ordenamento social. Entre outros “bens” protegidos pela legislação, 
está a vida. E para garantir a nossa segurança e sobrevivência, existem regras 
específicas que devem ser aplicadas e seguidas. 
 
O direito surgiu pela necessidade do homem estabelecer regras na sua relação com 
outros homens e com o universo. Ele precisou criar mecanismos que tornassem 
possível o convívio em sociedade, prevendo, inclusive, sanções para aqueles que não 
agissem de acordo com o ordenamento jurídico. (DA COSTA & DA COSTA, 2012) 
 
Conhecida como Carta Magna ou Lei Maior, a Constituição Federal é a lei fundamental 
e suprema de um Estado. Ela contém normas referentes à estruturação do Estado; à 
formação dos poderes públicos; à forma de governo; à aquisição do poder de 
governar; à distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos. 
(MORAES, 2003) A ela devem adequar-se todas as outras normas. 
 
A segurança do trabalho é definida por normas e leis. No Brasil, a Legislação de 
Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras (NR), leis 
complementares, como portarias e decretos e também as convenções internacionais 
da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ratificadas pelo Brasil. 
 
Com tamanha abrangência, o que as normas trabalhistas amparam é o bom 
cumprimento pelo empregador daquelas prescrições voltadas à segurança e medicina 
do trabalho, a fim de que os acidentes ou doenças ocupacionais sejam evitados ou, 
pelo menos, minimizados, de modo a adotar as medidas mais apropriadas para isso. 
Por outro lado, cabe aos funcionários ficar bem atentos às normas de segurança e 
medicina do trabalho, colaborando com a empresa nas suas ações protetivas e 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 3 
observando as instruções e o bom uso de equipamentos. (EMPRESA E SEGURANÇA, 
2016) 
 
No Brasil, o processo de industrialização ocorreu de forma mais tardia em relação aos 
países de economia central. Durante o período colonial e imperial (1500-1889), a maior 
parte do trabalho braçal era realizada por escravos (índios e negros) e homens livres 
pobres. A preocupação com suas condições de segurança e saúde no trabalho era 
pequena e essencialmente privada. O desenvolvimento de uma legislação de proteção 
aos trabalhadores surgiu com o processo de industrialização, durante a República 
Velha (1889-1930). (MUNAKATA, 1984) 
 
O empregador deve prestar o bom acompanhamento e fiscalização das medidas 
tomadas para promover a saúde e o bem-estar dos trabalhadores que atuam nos 
ambientes laborais de sua empresa, bem como fiscalizar o mais adequado 
cumprimento das normas constantes na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e os 
mandamentos das NR. Assim, a prevenção e a manutenção da segurança e da saúde 
de sua mão de obra estarão em alto nível. 
 
A legislação brasileira em SSO se desenvolveu inicialmente na mesma época e do 
mesmo modo que a legislação trabalhista em geral. Ou seja, foi fruto do trabalho 
assalariado, da rápida urbanização e do processo de industrialização que se iniciou no 
país após a abolição da escravatura. Como o restante da legislação trabalhista, tem 
como principal documento normativo a CLT. (BRASIL, 1943) Embora nem todas as 
relações de trabalho subordinado sejam reguladas por esse instrumento jurídico, seus 
princípios, especificamente na área de saúde e segurança do trabalho (SST), são 
comuns a outras legislações na área. 
 
Na atual estrutura organizacional do Estado brasileiro compete ao Ministério do 
Trabalho e Emprego (MTE), entre outras atribuições, a fiscalização do trabalho, a 
aplicação de sanções previstas em normas legais ou coletivas sobre esta área, bem 
como as ações de segurança e saúde no trabalho. (BRASIL, 2003) 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 4 
Durante a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII, 
houve um aumento notável do número de agravos relacionados ao trabalho. A 
conjunção de um grande número de assalariados com a percepção coletiva de que o 
trabalho desenvolvido era fonte de exploração econômica e social, levando a danos à 
saúde e provocando adoecimento e morte, acarretou uma inevitável e crescente 
mobilização social para que o Estado interviesse nas relações entre patrões e 
empregados, visando à redução dos riscos ocupacionais. Surgiram, então, as primeiras 
normas trabalhistas na Inglaterra (Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes, de 1802), que 
posteriormente foram seguidas por outras semelhantes nas demais nações em 
processo de industrialização. (ROSEN, 1994) 
 
De acordo com o estabelecido no art. 155 (Lei 6.514, 1977), em que incumbe ao órgão 
de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho: 
 
I - Estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a aplicação dos 
preceitos deste Capítulo. 
 
II - Coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais atividades 
relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo o território nacional, 
inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho. 
 
III - Conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou de ofício, das decisões 
proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e 
medicina do trabalho. 
 
O organograma do MTE é apresentado na Figura 1, com a sua constituição. 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 5 
 
Figura 1: Organograma do Ministério do Trabalho. (MTE, 2016) 
 
A atual estrutura regimental do MTE foi dada pelo Decreto 5.063, de 3 de maio de 
2004, tendo como competência as seguintes áreas (BRASIL, 2004): 
 
• política e diretrizes para a geração de emprego e renda e de apoio ao 
trabalhador; 
• política e diretrizes para a modernização das relações do trabalho; 
• fiscalização do trabalho, inclusive do trabalho portuário, bem como aplicação 
das sanções previstas em normas legais ou coletivas; 
• política salarial; 
• formação e desenvolvimento profissional; 
• segurança e saúde no trabalho; 
• política de imigração; e 
• cooperativismo e associativismo urbanos. 
 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 6 
A legislação básica preventiva de segurança de trabalho, sendo estas a CLT e as NRs. 
 
Observando a CLT, em seu capítulo V, com redação que lhe deu a Lei 6.514/77. As 
NRs foram publicadas pelo MTE, Portaria 3.214/78, para estabelecer os requisitos 
técnicos e legais sobre os aspectos mínimos de Segurança e Saúde Ocupacional (SSO). 
Atualmente, existem 36 NRs. Lembramos ao leitor que a elaboração e a modificação 
das NRs são um processo dinâmico que necessita de acompanhamento, via internet, 
pelo endereço eletrônico http://w.mte.gov.br. 
 
As leis trabalhistas são os acordos legais que definem as permissões e proibições nas 
relações entre contratantes e contratados. Essas leis que vão garantir os direitos 
trabalhistas de cada indivíduo, conforme descrito por Yamakami (2013), e as primeiras 
leis trabalhistas são listadas a seguir: 
 
a) Lei 62, de 05/06/1935 
“Assegurava ao empregado da indústria ou do comércio uma indenização, quando não 
existia prazo estipulado para o término do contrato de trabalho e quando havia 
despedida sem justa-causa.” 
 
b) Lei 185, de 14/01/1936 
“Instituía comissões de estudo do salário-mínimo.” 
 
c) Decreto-Lei 5.432, de 1o/05/1943 
“Aprovou a Consolidação das Leisdo Trabalho.” 
Somente pelo Decreto 41.721, de 25/07/1957, que o Brasil adotou as recomendações 
da OIT, as quais determinavam igualdade de direito dos trabalhadores nacionais e 
estrangeiros em casos de indenização de acidente de trabalho. 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 7 
Normas e Organismos Normalizadores 
A normalização está presente em diversas áreas do conhecimento e também na 
indústria, no comércio, nos serviços e nas produções técnico-científicas como meio de 
dar maior credibilidade mediante a qualidade gerada pelas normas técnicas, além da 
segurança, da economia e da intercambialidade geradas pelo uso da normalização, 
seus objetivos e métodos, seus órgãos regulamentadores. 
 
A necessidade do uso da normalização como um caminho regrado tem realmente 
importância apenas quando começam a surgir nos primeiros povoados a produção e 
o comércio de bens comuns, assim a grande maioria de tudo o que era produzido e 
consumido começou a ganhar formas iguais, como, por exemplo, o tamanho dos 
artigos, o dinheiro, os pesos e as medidas, bem como a segurança do trabalhador 
(GNIT, 2008). 
 
As NRs relativas à segurança e medicina do trabalho são de observância obrigatória 
pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e 
indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam 
empregados regidos pela CLT. (NR, 2016) 
 
O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e 
medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas 
na legislação pertinente. Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao 
cumprimento de suas obrigações com a segurança do trabalho. 
 
Dentro do MTE, as ações de segurança e saúde no trabalho estão particularmente 
afeitas à Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), um dos seus órgãos específicos 
singulares, como pode ser observado na Figura 1, embora outras secretarias possam, 
subsidiariamente, ter algum papel nessa área. A SIT tem, entre outras, as atribuições 
descritas a seguir. 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 8 
1. Formular e propor as diretrizes da inspeção do trabalho, inclusive do trabalho 
portuário, priorizando o estabelecimento de políticas de combate ao trabalho forçado, 
infantil, e a todas as formas de trabalho degradante. 
 
2. Formular e propor as diretrizes e normas de atuação da área de segurança e saúde 
do trabalhador. 
 
3. Propor ações, no âmbito do Ministério, que visem à otimização de sistemas de 
cooperação mútua, intercâmbio de informações e estabelecimento de ações integradas 
entre as fiscalizações federais. 
 
4. Promover estudos da legislação trabalhista e correlata, no âmbito de sua 
competência, propondo o seu aperfeiçoamento. 
 
Acidente do trabalho é todo aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da 
empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença que cause a 
morte, perda ou redução permanente ou temporária de condições para o trabalho. 
 
São considerados acidentes do trabalho aqueles ocorridos durante o horário de 
trabalho e no local de trabalho, em consequência de agressão física, ato de sabotagem, 
brincadeiras, conflitos, ato de imprudência, negligência ou imperícia, desabamento, 
inundação e incêndio. (PEIXOTO, 2011) 
 
De forma geral, a segurança do trabalho é considerada um conjunto de ações que tem 
a intenção de reduzir danos e perdas provocados por agentes agressivos. (CARDELLA, 
2008) Essas ações incluem medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas 
e psicológicas aplicadas com o intuito de se obter um ambiente de trabalho mais 
seguro. (RIBEIRO, 2006) 
 
A partilha de melhores práticas, provenientes do trabalho normativo, leva ao 
desenvolvimento de melhores produtos e serviços. As normas passaram, ainda, a 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 9 
considerar de forma efetiva e partilhada pela Sociedade, a resposta sustentada a um 
conjunto de preocupações nos domínios não apenas da qualidade, da segurança e da 
saúde, mas também do ambiente, da ética e da responsabilidade social e da inovação. 
 
A normalização é o processo de desenvolvimento, difusão e aplicação de normas 
técnicas, para solução ou prevenção de problemas, com a participação de todos os 
interessados, para a promoção da economia global. As normas técnicas estabelecem 
as expectativas em relação a um produto, processo, serviço ou sistema de gestão, 
quanto a requisitos de qualidade, de desempenho, de segurança, ambiental, de 
procedimentos, de formas, de dimensões, de classificações e termologias, cuja 
observância não é obrigatória. (SEBRAE, 2017) 
 
Para garantir a segurança dos funcionários de uma empresa, a equipe responsável irá 
avaliar e identificar as possíveis situações e os fatores de risco, utilizando alguns 
métodos e ferramentas, e realizar um trabalho de controle para que as chances de 
acidentes sejam minimizadas. Ou seja, após realizar um mapeamento de riscos, 
os profissionais criarão regras e normas que deverão ser seguidas por todos os 
funcionários, cada um em sua área, para evitar os acidentes. Levando assim a 
melhores condições de trabalho dentro da empresa. 
 
 A Normalização consiste em organizar a cooperação efetiva entre as diferentes áreas 
da economia nacional, de modo a (FERREIRA, 2017): 
 
 Proteger a saúde e a segurança humana; 
 Buscar constantemente melhores índices de produtividade; 
 Conservar as fontes de recursos naturais; 
 Minimizar o desperdício; 
 Ajudar na transferência de tecnologia; 
 Facilitar o comércio nacional e internacional. 
 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 10 
A Legislação relativa à Segurança e Medicina do Trabalho é parte integrante da CLT, 
constituindo o Capítulo V, Título II, sob o título “DA SEGURANÇA E MEDICINA DO 
TRABALHO”. 
 
Aprovada inicialmente em 01/05/1943 pelo Decreto-Lei 5.452, o Capítulo V, da CLT, 
foi alterado pela Lei 6.514, de 22/12/1977, publicada no Diário Oficial da União (DOU) 
em 23/12/1977. Posteriormente, em 08/06/1978, a Portaria 3.214, do Ministério do 
Trabalho, aprovou as NRs do Capítulo V, da CLT, as quais são constantemente 
atualizadas. 
 
Na década de 1950, o governo atendeu às pressões políticas dos empregados da 
Petrobras e concedeu, por meio da Lei 2.573, de 15/08/1955, o adicional de 
periculosidade aos trabalhadores que prestassem serviço em contato permanente com 
inflamáveis, correspondente a 30% do valor do salário. (ROCHA et al., 1993) 
 
Por intermédio do Decreto Legislativo 24, de 29/05/1956, o Brasil ratificou a 
Convenção 81, da OIT, estabelecendo que seus membros devam manter sistema de 
inspeção do trabalho. O Decreto-Lei 229, de 28/02/1967, modificou a Capítulo V, da 
CLT, em vários itens, destacando-se a exigência que as empresas mantivessem 
“Serviços Especializados em Segurança e em Higiene do Trabalho”. (GOMES, 2012) 
 
A Lei 6.514, de 22/12/1977, alterou o Capítulo V, Título II, da CLT, relativo à Segurança 
e Medicina do Trabalho, legislação válida até os dias atuais. Essa lei foi regulamentada 
por intermédio da Portaria 3.214, de 08/06/1978, que significou o grande salto 
qualitativo nas ações prevencionistas, estimulando uma atuação mais eficaz por parte 
das empresas, sindicatos, Ministério do Trabalho, entre outros. (GOMES, 2012) 
 
As normas internacionais do trabalho têm sido o principal meio através do qual a OIT 
tem agido desde a sua criação em 1919. As normas assumem a forma de Convenções 
ou de Recomendações. As Convenções são tratados internacionais que vinculam os 
Estados-membros que as ratificam. Ao ratificá-las, os Estados-membrosLEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 11 
comprometem-se a dar execução às disposições respectivas, tanto em âmbito 
legislativo como na prática. (CAIROLA & CHIARABINI, 1999) 
 
A OIT é a agência das Nações Unidas que tem por missão promover oportunidades 
para que homens e mulheres possam ter acesso a um trabalho decente e produtivo, 
em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade. O Trabalho Decente, 
conceito formalizado pela OIT em 1999, sintetiza a sua missão histórica de promover 
oportunidades para que homens e mulheres possam ter um trabalho produtivo e de 
qualidade em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade humanas, 
sendo considerado como condição fundamental para a superação da pobreza, a 
redução das desigualdades sociais, a garantia da governabilidade democrática e o 
desenvolvimento sustentável. (OIT, 2016) 
 
Duas das funções mais importantes da OIT são o estabelecimento e a adoção de 
normas internacionais de trabalho sob a forma de convenções ou recomendações. 
Esses instrumentos são adotados pela Conferência Internacional do Trabalho com a 
participação de representantes dos trabalhadores, empregadores e dos governos. A 
aplicação das normas pelos países e é examinada por uma Comissão de Peritos na 
Aplicação de Convenções e Recomendações da OIT que recebe e avalia queixas, 
dando-lhes seguimento e produzindo relatórios de memórias para discussão, 
publicação e difusão. (NR, 2016) 
 
O Trabalho Decente é o ponto de convergência dos quatro objetivos estratégicos da 
OIT: o respeito aos direitos no trabalho (em especial aqueles definidos como 
fundamentais pela Declaração Relativa aos Direitos e Princípios Fundamentais no 
Trabalho e seu seguimento adotada em 1998: (i) liberdade sindical e reconhecimento 
efetivo do direito de negociação coletiva; (ii) eliminação de todas as formas de trabalho 
forçado; (iii) abolição efetiva do trabalho infantil; (iv) eliminação de todas as formas 
de discriminação em matéria de emprego e ocupação), a promoção do emprego 
produtivo e de qualidade, a extensão da proteção social e o fortalecimento do diálogo 
social. (OIT, 2016) 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 12 
 
 Sindicato – consiste em uma associação coletiva, de natureza privada, voltada 
à defesa e ao incremento de interesses coletivos profissionais e materiais de 
trabalhadores, sejam subordinados ou autônomos, e de empregadores. 
 
 Convenções ou acordos coletivos – os primeiros são ajustes firmados entre 
o sindicato dos empregados e o sindicato patronal; os segundos são ajustes entre o 
sindicato dos empregados e uma ou mais empresas, prevendo cláusulas com direitos 
e deveres dos membros da categoria (reajustes salariais, condições de trabalho etc.), 
já previstas no ordenamento. (DELGADO, 2004) 
 
A Segurança do Trabalho e o cumprimento das Normas de Segurança 
são responsabilidades das empresas – quem cumprir, não faz mais que a obrigação, e 
para aquelas que desobedecem, cabe ao Ministério do Trabalho e aos Sindicatos 
identificarem o que está errado e aplicarem as medidas necessárias para corrigir os 
problemas. Uma empresa não é criada para obter prejuízos e sim lucros, mas o lucro 
não deve prevalecer sobre a vida humana. Para que haja equilíbrio entre capital e 
trabalho a empresa deve proteger o seu maior patrimônio que é, indiscutivelmente o 
trabalhador. 
 
Leis Específicas à Segurança de Trabalho 
Para que seja preservada a segurança do trabalho, é necessário cumprir algumas 
normas e leis específicas que, quando seguidas, ajudam a evitar ou minimizar a 
ocorrência de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho, protegendo a integridade 
do trabalhador, como visa o Ministério do Trabalho. 
 
A segurança do trabalho é definida por normas e leis. No Brasil a Legislação de 
Segurança do Trabalho baseia-se na Constituição Federal, na CLT, nas NR e em outras 
leis complementares como portarias, decretos e convenções internacionais da OIT e 
Organização Mundial da Saúde (OMS), conforme descrito por Peixoto (2012). 
 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 13 
Embora seja um tema de grande relevância e destaque, cabe sempre ressaltar que o 
cumprimento às normas de Segurança e Medicina do Trabalho é obrigatório para todas 
as empresas e que a ausência da fiscalização, por parte do empregador, constitui 
descuido com a saúde do trabalhador. 
 
É obrigatório para o empregador o cumprimento das normas de Segurança e Medicina 
do Trabalho, previstas no art. 157 da CLT (DECRETO-LEI 5.452, 2016): 
 
CLT – Decreto-Lei 5.452, de 1o de Maio de 1943 
 
Aprova a CLT. 
 
Art. 157 – Cabe às empresas: (Redação dada pela Lei 6.514, de 22/12/1977) 
 
I – cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho (incluído 
pela Lei 6.514, de 22/12/1977). 
II – instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a 
tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais (incluído 
pela Lei 6.514, de 22/12/1977). 
III – adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional 
competente (incluído pela Lei 6.514, de 22/12/1977). 
IV – facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente (incluído pela Lei 
6.514, de 22/12/1977). 
 
Para o empregado, cabe lembrar que é também obrigatório o cumprimento de todas 
as normas de Segurança e Medicina do Trabalho previstas no art. 158 da CLT: 
 
Art. 158 – Cabe aos empregados: (Redação dada pela Lei 6.514, de 
22/12/1977) 
 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 14 
I – observar as Normas de Segurança e Medicina do Trabalho, inclusive as instruções 
de que trata o item II do artigo anterior (redação dada pela Lei 6.514, de 22/12/1977). 
II – colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo (redação 
dada pela Lei 6.514, de 22/12/1977). 
 
Parágrafo único – Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: (incluído 
pela Lei 6.514, de 22/12/1977) 
a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do 
artigo anterior (incluída pela Lei 6.514, de 22/12/1977). 
b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa (incluída 
pela Lei 6.514, de 22/12/1977). 
 
É importante destacar ainda que, embora o empregado tenha a responsabilidade de 
cumprir normas, quanto à correta utilização dos equipamentos de proteção individual 
(EPI), de máquinas e equipamentos, o empregador deve, além de instruir seus 
funcionários, proceder regularmente à fiscalização a fim adequar a execução das 
atividades laborais em conformidade com as determinações previstas pelas NR. 
 
Mesmo com um único objetivo, os temas de cada NR são diferentes. Eles tratam desde 
a prevenção de riscos ambientais a edificações até práticas de segurança com 
materiais explosivos. Em geral, as 36 normas conseguem cobrir as principais atuações 
empresariais do país, sendo que mais de uma norma pode ser aplicada a uma única 
instituição, visando à segurança e à saúde dos trabalhadores. 
 
Assim como nos demais segmentos, o ambiente de trabalho possui suas regras 
próprias que visam garantir a saúde e a segurança das pessoas. No âmbito privado, 
por exemplo, aplicam-se as NR do MTE. Este ministério já editou, ao todo, 36 NR. No 
caso do serviço público, todos os aspectos referentes aos servidores são 
regulamentados por legislação específica elaborada pelo Ministério do Planejamento, 
Orçamento e Gestão (MPOG). São exceções apenas as NR do MTE 07 (Programa de 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 15 
Controle Médico Ocupacional) e 09 (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), 
que se aplicam também ao serviço público por determinaçãodo MPOG. (LAPS, 2016) 
A legislação sobre SST para os servidores pode ser vista a seguir (LAPS, 2016): 
 
● Art. 206-A da Lei 8.112, de 11/12/1990 – Dispõe sobre os Exames médicos 
periódicos de servidores. 
● Decreto 6.856, de 25/05/2009 – Regulamenta o Art. 206-A sobre Exames 
Médicos Periódicos. 
● Instrução Normativa 01, de 03/07/2008 – Estabelece Procedimentos mínimos 
para a realização dos Exames Periódicos. 
● Portaria 1.675 de 06/10/2006 – Estabelece os procedimentos operacionais a 
serem implantados na concessão de benefícios de que tratam as Leis 8.112/90 e 
8.527/97, que abrangem os processos de saúde, e dá outras providências. 
● Orientação Normativa SRH/MPOG 02, 19/02/2010 – Trata da concessão dos 
adicionais de insalubridade e periculosidade. 
● Decreto 6.833, de 29/04/2009 – Institui o Subsistema Integrado de Atenção 
a Saúde do Servidor Público Federal (Siass) e o Comitê Gestor de Atenção à Saúde do 
Servidor. 
● Portaria Normativa 03 – Estabelece orientações básicas sobre a Norma 
Operacional de Saúde do Servidor (Noss). 
• Cooperativismo e associativismo urbanos. 
Na CLT, os dispositivos característicos sobre a Segurança e Medina do Trabalho se 
encontram no Capítulo V do Título II – Das Normas Gerais de Tutela do Trabalho –, 
perfazendo 70 artigos (do 154 ao 223). De modo geral, observa-se claramente que o 
propósito é a melhor proteção da saúde e da integridade física e psicológica dos 
empregados, criando-se normas mais gerais para que as iniciativas de resguardo e 
amparo tomem forma e sejam concretizadas. Nesse contexto, tais normas da CLT 
acabam servindo de base para a elaboração das NR (SST, 2016). 
 
A Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB), promulgada em 5 de outubro 
de 1988, foi fruto da necessidade de superação do regime autoritário vigente até 1985 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 16 
e dos anseios de elevação do nível de cidadania das massas. Esta consolidou e ampliou 
direitos trabalhistas já existentes, além de criar outros. Entre os mencionados no art. 
7o (direitos de trabalhadores urbanos e rurais) e relacionados de modo direto ou 
indireto com a segurança e a saúde do trabalhador, destacam-se (BRASIL, 1988c): 
 
• duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 44 semanais, 
facultada a compensação de horários (inciso XIII); 
• jornada de 6 horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de 
revezamento, salvo negociação coletiva (inciso XIV); 
• repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos (inciso XV); 
• gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que 
o salário normal (inciso XVII); 
• redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, 
higiene e segurança (inciso XXII); 
• seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a 
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa (inciso 
XXVIII); 
• proibição de trabalho noturno, perigoso, ou insalubre a menores de 18 anos 
e de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir 
dos 14 anos (inciso XXXIII). 
 
No MTE, a fiscalização de SST é realizada exclusivamente pelos auditores fiscais do 
trabalho (AFT) – denominação atual dos seus inspetores do trabalho, lotados nas suas 
diversas unidades descentralizadas – e sob a coordenação técnica da SIT. Embora seja 
realizada prioritariamente por AFT subordinados tecnicamente a Divisão de Segurança 
e Saúde de Trabalho (DSST), é responsabilidade de todos esses inspetores, já que 
esse tipo de inspeção é inseparável daquela realizada para verificar outras exigências 
trabalhistas tais como formalização do contrato, jornadas, períodos de descanso etc. 
Desse modo, a apresentação que se segue refere-se em grande parte à inspeção 
trabalhista como um todo, e não apenas à realizada na área de SST. (CHAGAS et al, 
2011) 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 17 
Dentro de uma tendência iniciada no final dos anos 1990, especificamente na área de 
SST do MTE, e que tem se expandido nos últimos anos, não sem alguns percalços, há 
cada vez maior preocupação dos setores de planejamento e controle da inspeção em 
buscar mudanças efetivas e duradouras na realidade do mundo do trabalho. Em 
documento elaborado por grupo de AFT da área foram relacionados os objetivos 
básicos desta proposta (SANTOS et al., 2002): 
 
• substituição de uma ação aleatória, pontual, reativa, limitada pela ação 
focada, global, proativa, continuada; 
• utilização de estratégias e táticas diferenciadas, ao invés de uma abordagem 
única; 
• ampliação do diálogo social, em contraponto ao isolamento inicial; 
• procura de resultados sustentáveis; e 
• troca de uma abordagem de simples policiamento repressor pela busca do 
comprometimento com a segurança e saúde no trabalho. 
 
Responsabilidades Civil, Penal, Trabalhista e Previdenciária Decorrentes dos 
Acidentes de Trabalho 
 
Os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais provocam gravíssimas 
repercussões em todo o ambiente empresarial, mas, especialmente, no campo jurídico, 
constituindo, hoje, a prevenção de riscos uma área de gestão estratégica das 
organizações. A prevenção de riscos profissionais proporciona um ambiente de 
trabalho mais seguro e agradável aos trabalhadores promovendo sua dignidade e o 
valor social do trabalho, além de representar a diminuição de custos para a empresa, 
decorrentes de eventuais condenações judiciais. 
 
A partir da preocupação com a segurança e saúde do trabalhador no ambiente de 
trabalho e, concomitantemente, visando minimizar os custos do empregador com o 
pagamento de indenizações decorrentes dos infortúnios laborais, é mister reconhecer 
a importância de se detectar os riscos da atividade, adotar medidas preventivas, traçar 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 18 
estratégias de combate e, principalmente, dar-lhes efetividade constante (MOREIRA, 
2010). 
 
Segundo o art. 19 da Lei 8.213/91, “acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício 
do trabalho a serviço da empresa ou exercício do trabalho dos segurados referidos no 
inciso VII art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que 
cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para 
o trabalho”. 
 
A lei também considera acidente do trabalho a doença profissional e a doença do 
trabalho. As chamadas doenças ocupacionais (CORTEZ, 2006): 
 
*DOENÇA PROFISSIONAL é a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho 
peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo 
MTE. 
 
*DOENÇA DO TRABALHO é a adquirida ou desencadeada em função de condições 
especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relaciona diretamente, e 
constante da respectiva relação elaborada pelo MTE. 
 
*ACIDENTES DO TRABALHO em seu conceito devem estar presentes a subtaneidade 
da causa e o resultado imediato, ao contrário das doenças que possuem 
progressividade e imediatidade do resultado. 
 
Quando ocorre um acidente do trabalho, o fato tem repercussões nos âmbitos penal, 
civil, previdenciário e trabalhista, respondendo cada um que para ele concorra na 
medida de sua participação. 
 
Para haver responsabilização do empregador e seus agentes, é necessário existir nexo 
causal entre a conduta deles e o resultado danoso (causalidade naturalística) ou entre 
o resultado dano e a conduta que deveriam ter adotado (causalidade normativa). 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 19 
No acidente de trabalho real e na doença do trabalho, o empregador sempre tem o 
domínio da situação fática. No acidente do trabalhopor ficção e na doença profissional 
a situação esteja ao seu controle, não tendo ele meios para previr ou evitá-los, quase 
sempre. 
 
Segundo o item 4.4 da NR 4, os SESMT têm a finalidade promover a saúde e proteger 
a integridade do trabalhador no local de trabalho, sendo integrados por médico do 
trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, enfermeiro do trabalho, técnico de 
segurança do trabalho e auxiliar de enfermagem do trabalho, variando o número e a 
especialidade desses profissionais, bem como o tempo mínimo de dedicação diária à 
função, de acordo com o grau de risco da atividade da empresa e o número de 
empregados no estabelecimento (SILVA, 1999). 
 
Por força da Emenda Constitucional 45, publicada em 31 de dezembro de 2004, a 
competência da Justiça do Trabalho foi ampliada para abranger o julgamento das 
ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes das relações de 
trabalho (art. 114, VI, da Constituição da República). Ao estender às relações de 
trabalho em geral a competência trabalhista, o reformador constitucional atribuiu à 
apreciação da Justiça do Trabalho também os conflitos decorrentes do trabalho pessoal 
prestado nos contratos de atividade, ou seja, nas relações autônomas, temporárias, 
avulsas e eventuais. 
 
Dentre os elementos da relação de emprego, o mais importante é a subordinação 
jurídica, eis que o “trabalho subordinado é o objeto do contrato regulado pelo Direito 
do Trabalho”. A subordinação está ligada ao comando, direção de um ponto superior; 
o contratante define o modo da prestação, o tempo, os horários de entrada e saída. 
(DELGADO, 2011) 
 
A responsabilidade civil consiste na efetivação da reparabilidade abstrata do dano em 
relação a um sujeito passivo da relação jurídica que se forma. Reparação e sujeito 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 20 
passivo compõem o binômio da responsabilidade civil, que então se enuncia como o 
princípio que subordina a reparação à sua incidência na pessoa do causador do dano. 
 
Não importa se o fundamento é a culpa, ou se é independente desta. Em qualquer 
circunstância, onde houver a subordinação de um sujeito passivo à determinação de 
um dever de ressarcimento, aí estará a responsabilidade civil. (PEREIRA, 2001) 
 
Pode-se dizer que a responsabilidade civil gera como obrigação o dever de reparar o 
prejuízo causado a outra pessoa, seja por fato próprio seja por pessoas subordinadas 
a outras. (RODRIGUES, 1979) 
 
De acordo com a legislação trabalhista, o empregador é obrigado a oferecer ao 
empregado todos os equipamentos de segurança contra possíveis acidentes no 
trabalho; além disso, também deve oferecer cursos de segurança, orientar no uso 
adequado dos aparelhos de segurança, verificar se os mesmos estão sendo utilizados 
de forma a evitar os possíveis danos em caso de acidente no trabalho. (GOULART & 
ANGELUCI, 2010) 
 
A atividade de risco pressupõe a possibilidade de um perigo incerto, inesperado, mas, 
em face de probabilidades já reconhecidas por estatísticas, é esperado. A natureza da 
atividade é a peculiaridade que vai caracterizar o risco capaz de ocasionar acidentes e 
provocar prejuízos. A atividade de risco é aquela que tem, pela sua característica, uma 
peculiaridade que desde já pressupõe a ocorrência de acidentes. Tem ela 
intrinsecamente ao seu conteúdo um perigo potencialmente causador de dano a 
alguém. O exercício de atividade que possa oferecer perigo representa um risco, que 
o agente assume, de ser obrigado a ressarcir os danos que resultarem para terceiro. 
(MELO, 2006) 
 
A responsabilidade trabalhista pode derivar do contrato, como a de indenização 
consistente na incorporação da gratificação de função, pela reversão do cargo de 
confiança; de fato pré-contratual ou antecedente ao contrato, como a indenização por 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 21 
danos morais decorrente de discriminação na seleção de candidato a emprego; de fato 
pós-contratual, como a indenização por danos morais decorrente de informações 
inverídicas e depreciadoras das qualidades de ex-empregado e de fato extracontratual 
ou aquiliano, como a obrigação do sindicato de indenizar o empregador pelos prejuízos 
causados em decorrência de greve abusiva em atividade essencial. (BELMONTE, 2007) 
 
Os danos morais trabalhistas podem ocorrer por ofensas (BELMONTE, 2007): 
 
1) De natureza individual: 
1.1) Por ofensas aos atributos valorativos da personalidade (à integridade moral 
da pessoa humana e ao bom nome da pessoa jurídica). São as violações à honra, à 
imagem. 
1.2) Por ofensas aos atributos físicos ou “materiais” da personalidade (à 
integridade física da pessoa humana). São as violações à vida, saúde, subsistência, 
liberdade pessoal ou de locomoção. 
1.3) Por ofensas aos atributos espirituais da personalidade (à integridade 
psicológica da pessoa humana). São as violações a intimidade, vida privada, igualdade, 
liberdade sexual, autoria científica e artística. Os danos morais de natureza individual 
podem ser subjetivos ou interiores, quando avaliados em relação à sua repercussão 
no próprio ofendido (dores d’alma), e objetivos ou exteriores, quando pertinentes à 
projeção social das ofensas, ou seja, a sua repercussão em relação ao meio social. 
 
2) De natureza coletiva: 
2.1) Aos direitos fundamentais individuais trabalhistas. 
 
Nota-se o avanço da legislação, com a possibilidade de pleitear a indenização no 
Direito comum, ou seja, pela Previdência Social, cumulado com a ação contra o 
empregador, porém, observa-se que não foi completa a mudança, sendo ainda 
necessário demonstrar a culpa do empregador. Como se pode observar nos estudos 
de Gonçalves (2008): O avanço, no entanto, não foi completo, adotada apenas a 
responsabilidade subjetiva, que condiciona o pagamento da indenização à prova de 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 22 
culpa ou dolo do empregador, enquanto a indenização acidentária e securitária é 
objetiva. Os novos rumos da responsabilidade civil, no entanto, caminham no sentido 
de considerar objetiva a responsabilidade das empresas pelos danos causados aos 
empregados, com base na teoria do risco criado, cabendo a este somente a prova do 
dano e do nexo causal. 
 
É devido ao acidentado segurado que ficar incapacitado temporariamente para o 
trabalho (por mais de 15 dias consecutivos). Quanto ao trabalhador avulso, o auxílio-
doença ficará sob responsabilidade da Previdência Social, contando-se a partir do dia 
seguinte ao do acidente, onde a renda mensal do auxílio-acidentário é de 91% do 
salário-de-benefício (art. 61 da Lei 8.213). O percentual não mais se aplica em relação 
ao que for mais favorável ao segurado, mas sobre o salário-de-benefício. O auxílio-
doença será devido a contar do 16o dia seguinte ao do afastamento do trabalho em 
consequência do acidente (OLIVEIRA, 2001). 
 
Logo, é de suma importância ao empregador assegurar-se o direito de defesa, pois o 
dever de indenizar o empregado não quer dizer que o empregador não tenha direito 
a se defender de um ato abusivo. Todavia, ele deve garantir primeiramente a 
indenização e posteriormente discutir qual é seu direito. 
 
Estrutura das Normas Regulamentadoras 
 
NR é aquilo que se estabelece como base ou medida para a realização ou avaliação 
de algo, que é ou que age conforme regulamentado por lei. Muito se fala sobre a 
necessidade de uma empresa seguir as NRs, pois elas são obrigatórias e existe uma 
fiscalização severa com aplicação de multas. Porém, não é comentado como funciona 
essa fiscalização e porque esses tipos de regras são tão importantes para o país. 
 
As NR foram elaboradas e são modificadas poruma comissão tripartite composta 
por representantes do governo, empregadores e dos empregados. As NR somente 
podem ser elaboradas e modificadas por meio de Portarias expedidas pelo MTE, e isso 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 23 
acontece sempre que esse órgão sente que algo precisa ser modificado, melhorado ou 
excluído (DA COSTA & DA COSTA, 2012). 
As NR são criadas a partir das seguintes necessidades (EMPRESA E SEGURANÇA, 
2016): 
 
– Demandas da sociedade. 
– Bancadas de empregadores e trabalhadores. 
– Órgãos governamentais. 
– Necessidades apontadas pela inspeção do trabalho. 
– Compromissos internacionais. 
– Estatísticas de acidentes e doenças. 
 
O processo de criação das NR se dá pelas seguintes etapas (EMPRESA E SEGURANÇA, 
2016): 
 
– Definição de prioridades: Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP). 
– Formulação de texto técnico básico: Grupo de Trabalho (GT) ou Grupo de Estudos 
Tripartite (GET). 
– Consulta pública: publicação no DOU pela SIT. 
– Discussão tripartite: Grupo Tripartite de Trabalho (GTT). 
– Análise final: CTPP, seguida de revisão pela SIT. 
– Publicação: SIT. 
– Acompanhamento da implementação: Comissão Nacional Temática Tripartite 
(CNTT). 
 
As NR podem ser definidas como o conjunto de disposições e procedimentos técnicos 
relacionados com a segurança e a saúde do trabalhador em determinada atividade ou 
função. 
 
 
 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 24 
Os principais objetivos das NR são (TAGOUT, 2016): 
 
 Instruir os empregados e empregadores a respeito das devidas precauções que 
devem ser tomadas a fim de evitar acidentes de trabalho ou doenças 
ocupacionais. 
 Preservar e promover a integridade física dos trabalhadores. 
 Estabelecer a regulamentação pertinente à segurança e saúde do trabalho. 
 Promover a política de segurança e saúde do trabalho dentro das empresas. 
 
Em decorrência das mudanças ocorridas na CLT com a sanção da Lei 6.514/1977, em 
8 de junho de 1978 é aprovada pelo Ministro do Trabalho a Portaria MTb 3.214, 
composta de 36 NR – uma delas revogada em 2008 – que vêm tendo a redação 
modificada periodicamente, visando atender ao que recomendam as convenções da 
OIT. As revisões permanentes buscam adequar as exigências legais às mudanças 
ocorridas no âmbito do trabalho, principalmente no que se refere aos novos riscos 
ocupacionais e às medidas de controle, e são realizadas pelo próprio MTE, inclusive, 
por delegação de competência pela SIT. As NR estão em grande parte baseadas em 
normas semelhantes existentes em países economicamente mais desenvolvidos. As 
NR da Portaria 3.214/1978 são as seguintes (CHAGAS et al., 2012). 
 
 NR 1 – Disposições Gerais. 
 NR 2 – Inspeção Prévia. 
 NR 3 – Embargo ou Interdição. 
 NR 4 –SESMT. 
 NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – Cipa. 
 NR 6 –EPI. 
 NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO. 
 NR 8 – Edificações. 
 NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA. 
 NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. 
 NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais. 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 25 
 NR 12 – Máquinas e Equipamentos. 
 NR 13 – Caldeiras e Vasos de Pressão. 
 NR 14 – Fornos. 
 NR 15 – Atividades e Operações Insalubres. 
 NR 16 – Atividades e Operações Perigosas. 
 NR 17 – Ergonomia. 
 NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. 
 NR 19 – Explosivos. 
 NR 20 – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis. 
 NR 21 – Trabalho a Céu Aberto. 
 NR 22 – SSO na Mineração. 
 NR 23 – Proteção contra Incêndios. 
 NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho. 
 NR 25 – Resíduos Industriais. 
 NR 26 – Sinalização de Segurança. 
 NR 27 – Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério 
do Trabalho (revogada pela Portaria MTE 262, de 29 de maio de 2008). 
 NR 28 – Fiscalização e Penalidades. 
 NR 29 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário. 
 NR 30 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário. 
 NR 31 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na 
Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura. 
 NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde. 
 NR 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados. 
 NR 34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e 
Reparação Naval. 
 NR 35 – Trabalho em Altura. 
 NR 36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento 
de Carnes e Derivados. 
 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 26 
Vale ressaltar que o Ministério do Trabalho, há mais de 10 anos, adota para 
elaboração das NR o sistema tripartite e paritário, conforme preconizado pela OIT, 
ou seja, participam ativamente, influenciando na elaboração das NR, os 
empregados, os empregadores e o próprio governo. A forma de participação de 
empregados e empregadores foi disciplinada pela Portaria do Ministério do 
Trabalho 1.127, de 02 de outubro de 2003, a qual estabelece que a definição de 
temas a serem normalizados e a identificação das normas a serem revisadas 
deverão considerar pesquisas de natureza científica e sugestões da sociedade. 
 
Além disso, deve ocorrer a publicação no Diário Oficial do texto básico elaborado, 
para coletar sugestões de toda a sociedade, as quais serão analisadas pelo grupo 
constituído. Com essa participação tripartite, as NR passaram a ter mais 
legitimidade e maior aceitação dos atores sociais diretamente envolvidos 
(OLIVEIRA, 2007). As normas utilizadas na Engenharia de Segurança do Trabalho 
são apresentadas na Figura 2. 
 
 
Figura 2: Normas Regulamentadoras utilizadas na Engenharia 
de Segurança do Trabalho (TAGOUT, 2016). 
 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 27 
As NR baixadas pelo Ministério do Trabalho têm eficácia jurídica equiparada à da 
lei ordinária, devendo o empregador adotar todas as precauções para o seu devido 
cumprimento. Algumas normas são de caráter genérico, aplicáveis a todos 
empregadores e outras são específicas porque direcionadas para determinadas 
atividades. Assim, se a vítima, por exemplo, trabalhava com explosivos, devem-se 
pesquisar todas as regras prescritas na NR-19; se atuava em obras de construção, 
é necessário analisar a NR-18; se trabalhava numa mineradora, a pesquisa será 
feita na NR-22, e assim por diante (OLIVEIRA, 2007). 
 
NR 1 – Disposições Gerais 
A NR 1 tem como objetivo principal a preservação da saúde e da integridade física do 
trabalhador no exercício das suas funções, funciona também como amparo legal nas 
definições dirigidas a cada setor da empresa, bem como poderá ser descrita ao 
funcionário diretamente. Todas as ordens de serviço emitidas deverão ter a ciência do 
empregado. 
 
Esse processo é muito importante e todas as disposições que estão inseridas dentro 
da NR 1 são aplicadas de acordo com o possível, aos trabalhadores avulsos (São 
aqueles que prestam serviços com a intermediação da entidade de classe, que tem o 
seu pagamento feito sob a forma de rateio), às entidades ou empresas que lhe tomem 
o serviço e aos sindicatos que representam tais categorias profissionais (BONCIANI, 
2016). A Figura 3 ilustra a apresentação da NR 1. 
 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 28 
 
Figura 3: NR 1 – Disposições Gerais. 
 
Já no item 1.1, da mesma norma, as disposições contidas nas NR aplicam-se, no que 
couber, aos trabalhadores avulsos, às entidades ou às empresas que lhestomem o 
serviço e aos sindicatos representativos das respectivas categorias profissionais. 
 
No item 1.4 da NR 1, conforme Portaria SSMT 06 (1983), a Delegacia Regional do 
Trabalho (DRT), nos limites de sua jurisdição, é o órgão regional competente para 
executar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho, inclusive 
a Campanha Nacional de Prevenção dos Acidentes do Trabalho (Canpat), o Programa 
de Alimentação do Trabalhador (PAT) e ainda a fiscalização do cumprimento dos 
preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho. 
 
À DRT ou à Delegacia do Trabalho Marítimo (DTM), nos limites de sua jurisdição, 
compete: 
 
a) adotar medidas necessárias à fiel observância dos preceitos legais e regulamentares 
sobre segurança e medicina do trabalho; 
b) impor as penalidades cabíveis por descumprimento dos preceitos legais e 
regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; 
c) embargar obra, interditar estabelecimento, setor de serviço, canteiro de obra, frente 
de trabalho, locais de trabalho, máquinas e equipamentos; 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 29 
d) notificar as empresas, estipulando prazos, para eliminação e/ou neutralização de 
insalubridade; 
 
De acordo com a NR 1, conforme Portaria SSMT 06 (1983), para fins de aplicação das 
NR, no item 1.6, a obra de engenharia, compreendendo ou não canteiro de obra ou 
frentes de trabalho, será considerada um estabelecimento, a menos que se disponha, 
de forma diferente, em NR específica. Considera‐se: 
 
a) empregador: a empresa individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da 
atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. 
Equiparam‐se ao empregador os profissionais liberais, as instituições de beneficência, 
as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitem 
trabalhadores como empregados; 
b) empregado: a pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a 
empregador, sob a dependência deste e mediante salário; 
c) empresa: o estabelecimento ou o conjunto de estabelecimentos, canteiros de obra, 
frente de trabalho, locais de trabalho e outras, constituindo a organização de que se 
utiliza o empregador para alcançar seus objetivos; 
d) estabelecimento: cada uma das unidades da empresa, funcionando em lugares 
diferentes, tais como: fábrica, refinaria, usina, escritório, loja, oficina, depósito, 
laboratório; 
e) setor de serviço: a menor unidade administrativa ou operacional compreendida no 
mesmo estabelecimento; 
f) canteiro de obra: a área do trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem 
operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra; 
g) frente de trabalho: a área de trabalho móvel e temporária, onde se desenvolvem 
operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra; 
h) local de trabalho: a área onde são executados os trabalhos. 
 
Mediante a NR 1, o empregador tem como função, segundo o item 1.7 (Portaria SSMT 
06, 2016): 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 30 
 Cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança 
e medicina do trabalho. 
 Elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência 
aos empregados por comunicados, cartazes ou meios eletrônicos. 
 Informar aos trabalhadores sobre os riscos profissionais que possam originar-
se nos locais de trabalho; os meios para prevenir e limitar tais riscos e as 
medidas adotadas pela empresa; os resultados dos exames médicos e de 
exames complementares de diagnósticos aos quais os próprios trabalhadores 
forem submetidos; os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais 
de trabalho. 
 Permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos 
preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho. 
 Determinar os procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente ou 
doença relacionada ao trabalho. 
 
Já ao empregado, conforme o item 1.8 presente na NR 1, cabe: 
 
 Cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde do 
trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador. 
 Usar o EPI fornecido pelo empregador. 
 Submeter-se aos exames médicos previstos nas NR. 
 Colaborar com a empresa na aplicação das NR. 
 
É considerado ato faltoso a recusa injustificada do empregado caso as normas citadas 
não sejam cumpridas e acarretará ao empregador a aplicação das devidas penalidades 
pela legislação pertinente. 
 
Todas as empresas têm a obrigação do cumprimento das normas, com relação à 
matéria, que sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos 
Estados ou Municípios. 
 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 31 
Outra finalidade da NR 1 é determinar que a Secretaria de Segurança e Saúde no 
Trabalho (SSST) é órgão que tem como objetivo coordenar, orientar, controlar e 
supervisionar atividades relacionadas com segurança e medicina do trabalho 
(BONCIANI, 2016). Ela também dá competência às Superintendências Regionais do 
Trabalho e Emprego (SRTE) regionais, e aponta as responsabilidades do empregador 
e empregados. A ilustração das atividades contempladas pela NR 1 são apresentadas 
na Figura 4, com um esquema representativo. 
 
Figura 4: Esquema representativo da NR 1. 
 
Compete ainda à DRT, nos limites de sua jurisdição (TSTETECNOLOGIAS, 2006): 
 
· Adotar medidas necessárias à fiel observância dos preceitos legais e regulamentares 
sobre segurança e medicina do trabalho, inclusive orientar os empregadores sobre a 
correta implementação das NRs; 
 
· Impor as penalidades cabíveis por descumprimento dos preceitos legais e 
regulamentares sobre segurança e saúde ocupacional; 
 
· Embargar obra, interditar estabelecimento, setor de serviço, canteiro de obra, frente 
de trabalho, locais de trabalho, máquinas e equipamentos; 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 32 
 
· Notificar as empresas, estipulando prazos para eliminação e/ou neutralização de 
insalubridade; 
 
· Atender às requisições judiciais para realização de perícias sobre segurança e 
medicina ocupacional nas localidades onde não houver médico do trabalho ou 
engenheiro de segurança do trabalho registrado no MTE. 
O item 1.9 da NR 1 diz que o não cumprimento das disposições legais e regulamentares 
sobre segurança e medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das 
penalidades previstas na legislação pertinente. 
 
NR 6 – Equipamento de Proteção Individual 
 
Os acidentes são evitados com a aplicação de medidas específicas de segurança, 
selecionadas de forma a estabelecer maior eficácia na prática. As prioridades são 
(SANTOS, 2016): 
 
 Eliminação do risco: torná-lo definitivamente inexistente. Exemplo: escada 
com piso escorregadio, que deverá ser trocado por piso emborrachado e 
antiderrapante. 
 Neutralização do risco: o risco existe, mas está controlado. Esta alternativa 
é usada na impossibilidade temporária ou definitiva da eliminação de um risco. 
Exemplo: partes móveis de uma máquina – engrenagens, polias, correias etc. 
– devem ser neutralizadas com um anteparo protetor, já que não podem ser 
eliminadas. 
 Sinalização do risco: medida adotada quando não for possível eliminar ou 
isolar o risco. Exemplo: máquinas em manutenção devem ser sinalizadas com 
advertência; locais onde é proibido fumar devem ser devidamente sinalizados. 
 
A NR 6, que trata dos –EPI, estabelece e define os tipos de EPI que as empresas estão 
obrigadas a fornecer a seus empregados, sempre que as condições de trabalho o 
 
 
LEGISLAÇÃOE NORMAS TÉCNICAS 33 
exigirem, a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores. A 
fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência 
desta NR, são os arts. 166 e 167 da CLT. A Figura 5 apresenta um esquema da NR 6 
e os EPI comuns utilizados para a segurança do trabalhador em diversos segmentos 
da indústria. 
 
 
Figura 5: NR 6 e os EPI 
para a segurança do trabalhador. 
 
O emprego do Equipamento Individual é uma determinação legal, contida na NR 6 da 
Portaria MTb 3.214/78, que visa disciplinar as condições em que o mesmo deve ser 
empregado na proteção do trabalhador. (PORTARIA SIT 25, 2016) 
 
O empregador assume a obrigatoriedade de fornecer gratuitamente, sem nenhum 
ônus para o trabalhador, o EPI adequado para a tarefa a ser executada, como meio 
de neutralizar agentes físicos, químicos ou biológicos, nocivos à saúde do indivíduo. 
(DOBROVOLSKI, 2008) 
 
Um aspecto, desta vez de ordem da própria política de segurança, e também presente 
nos canteiros de obra, é o mau emprego dos EPI. Esse equipamento, de acordo com 
a legislação, “é todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou 
estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador”. 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 34 
Apesar de ser a última medida de segurança a ser tomada, e de existir uma NR 
exclusiva para a sua regulamentação – a NR 6 – muitas empresas não fornecem com 
frequência os EPI aos empregados e não orientam quanto ao seu uso, principalmente 
devido as falhas de comunicação, conforme atribui Mesquita (1998). Por isso explica-
se o fato de o EPI ser usado de modo inadequado, insuficiente ou ineficaz, o que pode 
causar, segundo alguns relatos de operários, reações adversas ou incômodas. 
 
As empresas são obrigadas a fornecer aos seus funcionários EPI destinados a proteger 
sua saúde e sua integridade física. Todo equipamento deve ter o Certificado de 
Aprovação (CA) do MTE, e a empresa que importar EPI também deverá ser registrada 
junto ao Departamento de Segurança e Saúde do Trabalho, existindo para esse fim 
todo um processo administrativo. 
 
Por outro lado, o empregado está obrigado a usar o EPI fornecido pela empresa de 
modo adequado e exclusivamente para o fim a que se destina, sendo a recusa ao seu 
uso considerada infração que pode ser punida, na forma da legislação, até mesma 
dispensa por justa causa do empregado faltoso. 
 
Todas as atividades profissionais que possam imprimir algum tipo de risco físico para 
o trabalhador devem ser cumpridas com o auxílio de EPI, que incluem óculos, 
protetores auriculares, máscaras, mangotes, capacetes, luvas, botas, cintos de 
segurança, protetor solar e outros itens de proteção. Esses acessórios são 
indispensáveis em fábricas e processos industriais em geral. (DOBROVOLSKI, 2008) 
Segundo o item 6.3 da NR 6, conforme Portaria SIT 25 (2016), a empresa é obrigada 
a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado 
de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: 
 
a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os 
riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho; 
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e, 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 35 
c) para atender a situações de emergência. Nenhum EPI poderá ser comercializado 
e/ou adquirido sem que possua o CA, o qual atesta haver sido o equipamento aprovado 
pela autoridade competente apto para o fim a que se destina (expedido pelo Ministério 
do Trabalho e Administração [MTA]). 
 
Obriga-se o empregador, quanto ao EPI (Portaria SIT 25, 2016) a: 
a) adquirir o tipo adequado à atividade do empregado; 
b) fornecer ao empregado somente o EPI aprovado pelo MTA e de empresas 
cadastradas no Departamento Nacional de Segurança e Saúde do Trabalho/ Ministério 
do Trabalho e Administração (DNSST/MTA); 
c) treinar o trabalhador quanto ao seu uso adequado; 
d) tornar obrigatório o seu uso; 
e) substituí-lo, imediatamente, quando danificado ou extraviado; 
f) responsabilizar-se pela sua higienização e manutenção periódica; 
g) comunicar ao MTA qualquer irregularidade observada no EPI. 
Obriga-se o empregado, quanto ao EPI, a: 
a) usá-lo apenas para a finalidade a que se destina; 
b) responsabilizar-se por sua guarda e conservação; 
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para o uso. 
 
Considera-se EPI todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo 
trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a 
saúde no trabalho, e a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, 
EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas 
seguintes circunstâncias: sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam 
completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças 
profissionais e do trabalho; enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo 
implantadas; e para atender a situações de emergência. (PAIVA, 2013) 
 
Os tipos de EPI utilizados podem variar dependendo do tipo de atividade ou de riscos 
que poderão ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador e da parte do corpo que 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 36 
se pretende proteger, tais como: proteção auditiva: abafadores de ruídos ou protetores 
auriculares; proteção respiratória: máscaras e filtro; proteção visual e facial: óculos e 
viseiras; proteção da cabeça: capacetes; proteção de mãos e braços: luvas e 
mangotes; proteção de pernas e pés: sapatos, botas e botinas; e proteção contra 
quedas: cintos de segurança e cinturões (PAIVA, 2013). 
 
Alguns EPI comuns utilizados na indústria, tais como capacete, botas, óculos e luvas, 
são apresentados na Figura 7. 
 
 
Figura 7: EPI comuns: capacete, botas, óculos e luvas (TUIUTI, 2016). 
 
De maneira geral, a utilização dos equipamentos de proteção individual gera uma série 
de benefícios ao trabalhador e às organizações. Por um lado, as empresas se 
beneficiam na diminuição dos riscos de acidente de trabalho e afastamentos que 
demandam, na maioria das vezes, um custo bem maior que o de um EPI. A ausência 
do trabalhador traz outros prejuízos como a substituição do empregador afastado, 
quebras na produção e passivos trabalhistas. (PAIVA, 2013) 
 
NR 3 – Embargo e Interdição – e NR 28 – Fiscalização e Penalidades 
 
A NR 3, cujo título é Embargo ou Interdição, estabelece as situações em que as 
empresas se sujeitam a sofrer paralisação de seus serviços, máquinas ou 
equipamentos, bem como os procedimentos a serem observados pela fiscalização 
trabalhista, na adoção de tais medidas punitivas, no tocante à segurança e à medicina 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 37 
do trabalho. A NR 3 tem existência jurídica assegurada, em nível de legislação 
ordinária, no art. 161 da CLT (Portaria SSMT 06, 1983). 
 
Essa norma trata, em seu item 3.1, de embargo e interdição, que são medidas de 
urgência, adotadas a partir da constatação de situação de trabalho que caracterize 
risco grave e iminente ao trabalhador. Em complemento, já no item 3.1.1, considera-
se grave e iminente risco toda condição ou situação de trabalho que possa causar 
acidente ou doença relacionada ao trabalho com lesão grave à integridade física do 
trabalhador (Portaria SSMT 06, 1983). A representação de uma obra embargada, 
segundo a NR 3, pode ser vista na Figura 8. 
 
 
Figura 8: Representação de uma obra embargada, 
segundo a NR 3 (SST EM FOCO, 2016). 
 
Embargo e interdição são palavrassinônimas, já que apresentam as mesmas 
consequências jurídicas, ou seja, paralização das atividades. Embargo, porém, aplica-
se apenas à paralização de obras de construção civil, ao passo que interdição se refere 
à paralização de máquinas, equipamentos, setor de serviços ou estabelecimentos onde 
são desenvolvidas atividades diversas de construção civil. 
 
Segundo a NR 3 (BRASIL, 2011b), o AFT pode interditar estabelecimento, setor de 
serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra conforme o caso, em situações 
que demonstrem grave e iminente risco para o trabalhador. No entanto, o conceito de 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 38 
grave e iminente risco é subjetivo, sendo mais uma construção social do que algo 
passível de caracterização com objetividade. 
 
O embargo ou interdição, conforme item 28.2 da NR 28, deve ocorrer, segundo 
condições descritas no item 28.2.1, quando o agente da inspeção do trabalho constatar 
situação de grave e iminente risco à saúde e/ou à integridade física do trabalhador, e, 
com base em critérios técnicos, deverá propor de imediato à autoridade regional 
competente a interdição do estabelecimento, setor de serviço, máquina ou 
equipamento, ou o embargo parcial ou total da obra, determinando as medidas que 
deverão ser adotadas para a correção das situações de risco (Portaria 07, 1983). 
 
De acordo com o MTE (BRASIL, 2010), as repercussões de atos de embargo ou 
interdição não se limitam necessariamente à correção de situações pontuais de grave 
e iminente risco, no entanto têm contribuído significativamente para o conhecimento 
técnico sobre medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores, bem 
como para a evolução da legislação e da normatização existente. 
 
Os embargos e interdições são consequência da existência de vários itens de grave e 
iminente risco na obra. A paralisação da construção pode ser total ou parcial. A partir 
da notificação até a liberação, somente será permitida, nos setores paralisados, a 
execução de serviços necessários para a liberação dos setores descritos na notificação. 
(MAIA, 2009) 
 
Embargos e interdições são paralisações das atividades, mas embargos se aplicam 
apenas às paralisações de obras de construção civil; já interdições se referem à 
paralisação de máquinas, equipamentos, setor de serviços ou estabelecimentos onde 
são desenvolvidas atividades diversas de construção civil. (BRASIL, 2011b) 
 
Segundo o MTE (BRASIL, 2010), o conhecimento técnico evolui, de forma que a 
sistematização criteriosa do saber adquirido, as análises prévias de risco e a 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 39 
observação de princípios de segurança e saúde no trabalho devem levar, cada vez 
mais, à melhoria das condições e dos ambientes laborais. 
 
Segundo estudos realizados por Maia (2009), as empresas tenham o conhecimento da 
abrangência e dos custos, tanto dos acidentes, com incidentes, embargos e 
interdições, sejam eles diretos e/ou indiretos, a fim de realizarem os reais 
investimentos em segurança e saúde do trabalhador, visto que a falta de segurança 
interfere de forma direta na produção. Especificamente sobre embargos e interdições, 
pode-se concluir que esses eventos têm ligação direta com os acidentes ocorridos no 
mesmo período e que existiam alguns itens em embargos e interdições, iniciais nos 
laudos, que, por conceito, não eram itens desses eventos. Além disso, em uma análise 
mais aprofundada, conclui-se que, dentro desses eventos, os principais itens foram: 
proteção de periferia, andaimes, movimentação e transporte vertical, instalação 
elétrica e especificamente para interdição, carpintaria. 
 
Em estudos realizados por Élida (2011), o principal objetivo foi a avaliação de 
embargos e interdições em dois canteiros de obra de uma construtora e incorporadora 
de Porto Alegre, mediante a análise do sistema de gestão de segurança do trabalho 
usual nas suas obras, da análise de toda a documentação referente a embargo e 
interdição das obras estudadas e de entrevistas com três representantes da empresa 
e dois representantes dos AFT. Levando como conclusão as recomendações de auditar 
os equipamentos antes de comprá-los, realizar auditorias mensais na obra e padronizar 
as proteções contra quedas serviriam para grande parte dos itens embargados ou 
interditados nas obras, evitando que estas ocorram. Assim, estarão evitando um 
possível prejuízo de prazo e de custo na obra e ao mesmo tempo protegendo seus 
trabalhadores. 
 
Em 1978 o ministério do trabalho aprova as NR, por intermédio da Portaria 3.214, de 
08 de junho, e, dentre estas, a NR 28, com o título Fiscalização e penalidades, 
buscando preservar o ambiente laboral saudável e sem riscos para a vida dos 
colaboradores (Portaria 07, 1983). 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 40 
 
Conforme discriminado na NR 18, em seu item 18.1.1, estabelece diretrizes de ordem 
administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de 
medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas 
condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção. Já no item 
18.1.2, desta norma, consideram-se atividades da Indústria da Construção as 
constantes do Quadro I, Código da Atividade Específica, da NR 4 – Serviços 
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e as atividades 
e serviços de demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral, 
de qualquer número de pavimentos ou tipo de construção, inclusive manutenção de 
obras de urbanização e paisagismo (Portaria 07, 1983). 
 
É importante ressaltar para a empresa que é de sua responsabilidade manter seus 
ambientes de trabalho dentro dos padrões estabelecidos nas normas 
regulamentadoras, pois a partir de denúncias dos colaboradores e/ou entidades 
sindicais ou, na ocorrência de acidentes graves ou fatais, os agentes de inspeção do 
trabalho podem visitar as instalações e/ou canteiros de obra da empresa, visando 
fiscalizar o seu cumprimento. (FREITAS, 2013) 
 
Observa-se que as multas aplicadas pelos agentes de inspeção do trabalho têm o valor 
na maioria das vezes maior que o custo necessário para a resolução do não 
cumprimento da norma. A aplicação da multa não desobriga o empregador a se 
adequar a legislação de segurança e medicina do trabalho. (FREITAS, 2013) 
 
A inspeção prévia e da declaração da instalação tem por objetivo assegurar que o novo 
estabelecimento inicie suas atividades livre de riscos de acidentes e/ou doenças do 
trabalho, com isto o proprietário não correrá o risco de sofrer um embargo ou 
interdição, ao se adequar as normas regulamentadoras à empresa atesta que a sua 
empresa não oferece condição ambiental de trabalho que possa causar acidente ou 
doença profissional com lesão grave à integridade física do trabalhador. (DIAS, 2015) 
 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 41 
Conforme item 28.1.4 da NR 28, o agente da inspeção do trabalho, com base em 
critérios técnicos, poderá notificar os empregadores, concedendo prazos para a 
correção das irregularidades encontradas. Com relação aos prazos, isso pode ser 
observado no item 28.1.4.1 desta norma, o prazo para cumprimento dos itens 
notificados deverá ser limitado a, no máximo, 60 dias. No item 28.1.4.2 há a descrição 
que a autoridade regional competente, diante de solicitação escrita do notificado, 
acompanhada de exposição de motivos relevantes, apresentada no prazo de 10 dias 
do recebimento da notificação, poderá prorrogar por 120 dias, contados da data do 
Termo de Notificação, o prazo para seu cumprimento. Em complemento, no item 
28.1.4.3, a concessão de prazos superiores a 120 diasfica condicionada à prévia 
negociação entre o notificado e o sindicato representante da categoria dos 
empregados, com a presença da autoridade regional competente (Portaria 07, 1983). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 42 
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