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D. Ambiental

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AULA 00
CONCEITO, OBJETO E PRINCÍPIOS
1-CONCEITO E OBJETO DO DIREITO AMBIENTAL
-Conceito: ramo de D.Público consistente no conjunto de regras, instrumentos e princípios normativos voltados à proteção do meio ambiente.
-Art 225 CF: todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem público de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao P.Pub e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
-Para muitos doutrinadores o D.ambiental é transversal ou horizontal, pois pode abranger diversos ramos do Direito (interdisciplinaridade).
-O objeto é o meio ambiente equilibrado e é um direito de terceira geração pois se relaciona ao valor de fraternidade e solidariedade.
-O titular do bem ambiental é o povo, e seus destinatários são indetermináveis e o bem não pode ser dividido (indivisível), portanto se classifica como um bem difuso.
-Características:
	ubíquo: não encontra fronteiras espaciais;
	reflexo: sua lesão afeta outros bens jurídicos;
	perene: necessidade constante;
	sensível: pequenas modificações causam danos maiores;
	incognoscível: ainda não é totalmente conhecido;
	
2-CONCEITO DE MEIO AMBIENTE
-L6.938\81 (Lei da Política Nacional do Meio Ambiente) Art 3º I: conjunto de condições , leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e reage a vida em todas as suas formas.
-O conceito deve ser analisado de forma abrangente de modo a abarcar o meio ambiente natural e o artificial (cultural, trabalho,urbano,paisagístico). A resolução 306\2002 do CONAMA já incorporou esse conceito ampliado.
3-PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
-Os princípios são espécie de normas jurídicas que servem de base e fundamento para as outras. A diferença para as regras é a carga de abstração.
-O conflito dos princípios se resolve no caso concreto pela ponderação de valores.
3.1-P. DO ESTADO SOCIOAMBIENTAL DE DIREITO
-O P.Pub e os cidadãos devem se submeter a lei, lei esta que garanta o desenvlvimento sustentável aliado à proteção do meio ambiente. Autoriza o Estado não só a impedir restrições indevidas mas também a se posicionar ativamente por meio de políticas públicas. 	
3.2-P. DA UBIQUIDADE
-O meio ambiente é onipresente e está em todo lugar, não encontrando limites geográficos ou temporais.
3.3-P. DA COOPERAÇÃO DOS POVOS
-Decorre do princípio da ubiquidade e é o dever de união e cooperação entre os povos com a finalidade de garantir o equilíbrio ecológico. Cada Estado tem o dever de explorar seus recursos e assegurar que tais atividades não causem dano ao meio ambiente a outros Estados.
-Importante ressaltar que o princípio não afeta a soberania de cada pais.
3.4-P. DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
-Busca conciliar o aumento de riquezas, a justa distribuição e a preservação ao ambiente (responsabilidade intergeracional)
-Art 170 VI CF: a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames de justiça social observada a defesa ao meio ambiente.
3.5-P. DA FUNÇÃO AMBIENTAL DA POSSE E DA PROPRIEDADE
-A posse e a propriedade devem se amoldar de modo que não cause danos ao meio ambiente. O direito deve ser exercido dentro dos limites que garantam a preservação do meio ambiente.
-As limitações trazidas ao direito de posse e propriedade em regra não geram direito à indenização, só cabendo se chegar ao ponto de aniquilamento de seu núcleo essencial.
-Esses deveres de preservação ligados à posse e a propriedade acompanham a coisa, independente do causador do dano (obrigação real ou propter rem).
-Art 186 II CF: a função social é cumprida quando a propriedade rural atende à utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente.
Art 1228 §1 CC: o direito de propriedade deve ser exercido em consonância com a sua finalidade econômica e social de modo que seja preservado a flora, fauna,belezas naturais, equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico bem como evitada a poluição do ar e das águas.
3.6-P. DA PROIBIÇÃO DO RETROCESSO AMBIENTAL
-Proibição de abandonar os progressos já consolidados e incremento de proteção como contínuo melhoramento.
-Em casos excepcionais (calamidade pública, casos de urgência) é permitido temporariamente a flexibilização, devendo-se voltar a normalidade.
3.7-P DO MÍNIMO EXISTENCIAL AMBIENTAL
-Visa garantir o patamar mínimo de qualidade e segurança no meio ambiente para não prejudicar a dignidade da pessoa humana.
3.8-P. DA PARTICIPAÇÃO
-Consiste no direito-dever de todos de particiciparem na proteção ao meio ambiente.
-A participação é gerada tendo o indivíduo acesso a informação, educação ambiental e consciência ambiental.
3.9-P. DA OBRIGATORIEDADE DE INTERVENÇÃO DO P.PUB
-Impõe que o P.Pub tem o dever de gerir e prestar contas no trato com o meio ambiente e intervir quando necessário (Ação Governamental).
3.10-P. DA PREVENÇÃO
-Visa impedir a ocorrência do dano ambiental através da adoção de medidas de cautela antes da execução de atividades potencialmente poluidoras . Aplica-se nos casos em que os riscos são conhecidos e previstos. A atividade é realizada e serão tomadas as medidas para evitar ou minimizar os danos.
3.11-P. DA PRECAUÇÃO
-Visa impedir a ocorrência de danos que não podem ser identificados. Usado em casos de desconhecimento científico acerca da possibilidade da atividade ser danosa, devendo a mesma não ser realizada na dúvida.
3.12-P. DO POLUIDOR-PAGADOR E DO USUÁRIO-PAGADOR
-O poluidor e o usuário dos recursos naturais deverão arcar com as medidas de prevenção e controle da poluição (internacionalização dos custos ambientais).
-O preço justo de um produto só é garantido quando nele é computado tanto os ganhos socias (externalidades positivas) quanto as perdas sociais (externalidades negativas).
-Instrumentos utilizados na aplicação do princípio:
	aumento do preço do produto\serviço causador da externalidade negativa;
	fomento do uso racional dos elementos ambientais;
	repasse para o poluidor dos valores investidos pelo Estado na preservação do meio ambiente;
	educação ambiental voltada para a conscientização de um consumo com preferência a produtos não poluentes;
	uso do fair play no comércio internacional;
-O poluidor é a pessoa responsável direta ou indiretamente pela atividade causadora de degradação ambiental.
3.13-P. DO PROTETOR-RECEBEDOR
-Permite aos agentes envolvidos na produção, comércio ou consumo uma compensação financeira em decorrência de práticas voltadas a preservação do meio ambiente.
-Se materializa por incentivos fiscais para os agentes que se preocupam e tomam medidas concretas em defesa do ecossistema.
3.14-P. DA RESPONSABILIZAÇÃO
-Quando a prevenção falha, imputa ao responsável pela degradação ambiental a obrigação de reparar o dano causado, a fim de que na medida do possível tente levar o ecossistema ao status anterior.
-Art 225 §3 CF: as condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores a sanções penais e administrativas, sem prejuízo à obrigação de reparar os danos causados.
-STF: a pessoa jurídica pode ser responsabilizada criminalmente independente da pessoa física ter sido ou não responsabilizada.
-STJ: a obrigação de reparar o dano é objetiva na modalidade risco integral, o que afasta qualquer excludente de responsabilidade.
-A responsabilidade de reparar o dano é solidária de todos os causadores diretos ou indiretos.
3.15-P. DO ACESSO EQUITATIVO AOS RECURSOS NATURAIS
-Visa garantir a todos os habitantes o acesso igualitário aos recursos naturais.	
AULA 01
COMPETÊNCIAS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
1-COMPETÊNCIA EM MATÉRIA AMBIENTAL
1.1-COMPETÊNCIA LEGISLATIVA
-A competência legislativa em matéria de meio ambiente é concorrente à U, E e DF.
-A união deve editar as normas gerais, e o E e DF complementá-la.
-Na omissão da União, E e DF ganham competência
plena.
-Na superveniência de norma geral, a eficácia das leis ficam suspensas no que lhe for contrário.
-Os municípios sempre poderão suplementar as leis federais e estaduais nos assuntos de lhe couberem. Não exercem a competência plena na omissão da União.
-STF ADI 2.656: as normas específicas devem obedecer a norma geral sob pena de inconstitucionalidade formal.
1.2-COMPETÊNCIA EXECUTIVA OU MATERIAL
-A competência é do tipo comum, cumulativa ou paralela. A atuação de um ente não exclui a atuação do outro.
-Leis complementares poderão fixar normas para a cooperação tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar no âmbito nacional.
-Assim, todos os entes federativas detém de competência para exercer o poder de polícia em sede ambiental (licensiamento, fiscalização, sanções).
-Visando instrumentalizar a execução da competência comum foi criado o SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente.
-Em caso de aplicação de penalidade, a atuação de um ente exclui a atuação do outro, evitando o bis in idem.
-Importante ressaltar que a competência para explorar os serviços e instalações nucleares é de competência da União.
2-A PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE NA CF\88
-O texto constitucional trata da proteção direta ou indiretamente.
-Se concentra de forma visível no art 225 no capítulo do meio ambiente, no título da ordem social.
-No §1º é dito que para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao P.Pub:
I-PRESERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DE PROCESSOS ECOLÓGICOS E MANEJOS ECOLÓGICOS
-L.9.985\2000 regulou e conceituou o inciso.
-Preservação: conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a proteção a longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos ecológicos prevenindo a simplificação dos sistemas naturais.
-Restauração: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada, o mais próximo possível da sua condição original.
-Manejo: qualquer procedimento, na utilização dos recursos naturais, que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas.
II-DIVERSIDADE BIOLÓGICA E PATRIMÔNIO GENÉTICO
-Convenção da Diversidade Biológica: ingressou por meio de decreto e definiu diversidade biologica como a variabilidade de organismos vivos , compreendendo todos os ecossistemas, compreendendo também a diversidade dentro das espécies .
-A convenção foi estruturada sobre a conservação da diversidade biológica, o uso sustentável da biodiversidade e a repartição justa e equitativa dos benefícios provenientes do recurso genético.
-O patrimônio genético é o conjunto de material genético seja de origem animal ou vegetal dotado de valor , e que pode ser utilizado cientificamente ou comercialmente.
-A L.11.105\2005 trata das normas de segurança e fiscalização envolvendo organismos geneticamente modificados (OGM) e derivados.
-Compete à União gerir o patrimônio genético.
III-ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS
-São espaços delimitados e reconhecidos pelo P.Pub como destinatários de especial proteção, em razão de sua importância para o ecossistema.
-Não precisam ser criados por lei, mas sua alteração ou supressão só pode ocorrer por lei.
-A UC (unidade de conservação) é espécie do gênero ETEP.
-Só poderá ser utilizado o espaço se não houver comprometimento da integridade dos atributos que jusitificaram sua proteção.
IV-ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA\RIMA)
-É o estudo exigido antes de qualquer atividade ou obra potencialmente causadora de danos ambientais. 
-Dependendo do resultado o P.Pub poderá autorizar ou não o seu início.
-O RIMA (relatório de impacto ambiental) é um documento que explicita de maneira mais clara o EIA e suas conclusões.
-O estudo só é necessário em caso de significativo impacto ambiental.
-Cabe ao responsável da atividade ou obra arcar com todos os custos.
-A Resolução nº 01\1986 do CONAMA estabelece em seu art 2º que fica presumido a existência de significativa degradação ambiental em : ferrovias, portos, aeroportos, oleodutos, gasodutos, extração de combustível fóssil, extração de mínério, aterros sanitários, usinas de geração de eletricidade acima de 10MW, distritos industriais, zonas estritamente industriais.
-STF ADI 1.086: norma estadual ou municipal não pode estabelecer hipóteses de dispensa de EIA\RIMA.
-A CF não fala em licenciamento ambiental , mas apenas no EIA.
-O EIA é espécie do gênero Avaliação de Impacto Ambiental (AIA).
V-CONTROLE DE COMERCIALIZAÇÃO E PRODUÇÃO DE TÉCNICAS\PRODUTOS QUE COLOQUEM EM RISCO A VIDA E O MEIO AMBIENTE
-A L7.802\89 dispõe sobre o uso de agrotóxicos, e sua utilização, produção, importação, exportação e comercialização depende de prévio registro no Ministério da Agricultura.
VI-EDUCAÇÃO AMBIENTAL
-Visa gerar uma consciência ambiental no cidadão.
-L9.795\99 é a lei que trata da educação ambiental que será prestada de modo formal e informal por todos os envolvidos.
-A educação ambiental torna o cidadão apto para participar dos processos decisórios (democracia participativa ecológica).
-A educação ambiental não é permitida como disciplina obrigatória em currículo de ensino, exceto em cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas para a educação ambiental.
VII-PROTEÇÃO DA FAUNA E DA FLORA
VII 1 - FAUNA
-Vai além impedindo também a crueldade contra os animais.
-Nos casos de conflito entre o princípio da liberdade de manifestação cultural e o princípio da preservação ao meio ambiente os Tribunais tem dado primazia ao último.
-A caça profissional é proibida, a esportiva pode ser licenciada de acordo com as peculiaridades do local, a caça de controle e a caça científica poderão ser também licenciadas.
-É proibido o comércio de espécimes da fauna silvestre e de seus produtos e objetos, excetos os decorrentes de criadores legalizados.
-É proibido a inserção de espécie no Brasil sem o devido licenciamento ambiental.
-É proibido exportação de peles e couros de anfíbios e répteis , em bruto.
VII 2 - FLORA
-Compete à União elaborar lista nacional de espécies de flora ameaçadas de extinção, e aos Estados e Municípios as do seu âmbito de território.
-O art 225 §4 CF elenca como patrimônio NACIONAL a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira.
-As terras devolutas ou arrecadadas pelo Estado por ação discriminatórias necessárias à proteção ambiental são indisponíveis.
-Em relação à função social da propriedade:
	Rural: aproveitamento racionado e adequado, utilização adequada dos recursos naturais disponiveis e preservação do meio ambiente, observância das disposições de relação de trabalho, exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e trabalhadores.
	Urbana: obediência ao Plano Diretor.
AULA 02
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (PNMA).
NORMAS DE COOPERAÇÃO.
1-INTRODUÇÃO
-É a L.6.638\81 que traz princípios, objetivos e normas voltadas à tutela do meio ambiente.
-É composta por princípios, objetivos, previsão do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e instrumentos para efetivação da lei.
2-PRINCÍPIOS
-O art 2º traz um rol exemplificativo, que na verdade são medidas a serem adotadas para o meio ambiente.
I-Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II-Racionalização do uso do solo, subsolo, água e ar;
III-Planejamento e fiscalização no uso de recursos ambientais;
IV-Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V-Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
VI-Incentivo ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais;
VII-Acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII-Recuperação de áreas degradadas;
IX-Proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X-Educação
ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive na comunidade, objetivando capacitar para a participação ativa na defesa do meio ambiente;
-No art 3º é trazido alguns conceitos importantes relativos ao meio ambiente:
	Meio ambiente: conjunto de condições, leis, influências, de ordem física, química e biológica , que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;
	Degradação da qualidade ambiental: alteração adversa das características do ambiente;
	Poluição: degradação da qualidade ambiental resultantes de atividade direta ou indireta que prejudique a saúde, segurança e bem-estar, criem condições adversas às atividades socias e conômicas, afetem a biota, condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente, lancem materias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
	Poluidor: pessoa física ou jurídica, de d. público ou privado, responsável direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental.
	Recursos Ambientais: atmosfera, águas, solo, subsolo, biosfera, fauna e flora.
-O Direito ecológico abrange apenas o meio ambiente natural, o ambienta abrange também o artificial (cultura, urbanístico, trabalho).
-O STJ já conhece a emissão de sons e ruídos com os padrões ambientais de poluição sonora.
-A poluição poderá ser lícita ou ilícita, contudo na poluição lícita o agente também deverá ser responsabilizado civilmente pois a responsabilidade é objetiva e de risco integral.
3-OBJETIVOS
-Art 4º elenca que a PNMA visará:
I- à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
II- a definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da U,EDF,M;
III-ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;
IV-ao desenvolvimento de pesquisas e tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais;
V-à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de consciência pública sobre a necessidade e preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
VI-à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida;
VII- à imposição ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar ou indenizar os danos causados , e ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos;
4-INSTRUMENTOS
-O art 9º traz instrumentos à disposição do P.Pub e da sociedade necessários à implementação da preservação ao meio ambiente.
-Pode ser jurisdicionais ou administrativos. Preventivos ou repressivos.
-São instrumentos da PNMA:
I-O estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
-Esses padrões são fixados pelo CONAMA, órgão que detém a competência legal e técnica para tanto.
II-Zoneamento ambiental;
-Política de ocupação e distribuição adequada do uso do solo.
-À União compete elaborar e executar os planos nacionais e regionais de ordenação do território.
-A propriedade urbana cumpre sua função social atendendo ao plano diretor.
-Também chamado de zoneamento ecológico-econômico (ZEE), busca viabilizar o desenvolvimento sustentável através da delimitação de áreas ambientais e atribuições de uso e atividades específicas compatíveis a cada área.
-Não poderá se sobrepor ao plano diretor.
-O ZEE dividirá o território em zonas de acordo com as necessidades de proteção, conservação e recuperação dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável.
-Prazo de alteração da ZEE: prazo mínimo de 10 anos, poderá ser alterada antes para ampliar o rigor da proteção ou para atualizações decorrentes do avanço da tecnologia.
	Zonas de uso estritamente industrial
-Destinam-se, preferencialmente, à localização de estabelecimentos insdustrias cujos resíduos, ruídos e radiações possam causar perigo à saúde, bem-estar e segurança das populações.
-É necessário uma área com alta capacidade de absorção e com entorno de áreas verdes como anel de isolamento.
-A autorização e delimitação das zonas insdustriais de petroquímica, cloroquímica, carboquímica, nuclear é de competência da União.
	Zonas de uso predominantemente industrial
-Destinam-se preferencialmente à instalação de indústrias cujos processos são submetidos a métodos adequados de controle e tratamento de efluentes, e não causem incômodos sensíveis às demais atividades urbanas e nem pertube o repouso noturno da população.
	Zonas de uso diversificado
-Destinam-se às indústrias cujo processo produtivo seja complementar às atividades do meio que se situem, não ocasionando em qualquer caso incoveniente à saúde , bem-estar e segurança, independente de usos de métodos especiais de controle de poluição.
	Zonas de reserva ambiental
-Fica vedada a localização de estabelecimentos industriais pelas características culturais,ecológicas, paisagísticas.
III-Avaliação de impactos ambientais;
-Permite avaliar a qualidade e quantidade de imapcto ambiental a ser causado por uma obra ou empreendimento.
IV-Licenciamento e revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
- Quando o meio ambiente é usado de forma atípica ou incomum será necessário um licenciamento.
-O licensiamento é um procedimento administrativo que o órgão ambiental toma, para autorizar a exploração de atividades utilizadoras de recurso natural e que possam causar degradação ambiental. Ao final do procedimento poderá resultar no ato administrativo de uma licença.
-A licença será vinculada, unilateral e com definitividade. O procedimento de licença será realizado por um único ente federativo a ser definido pela predominância de interesse.
-STJ: quando a atividade for realizada em mais de um estado ou ultrapassar limites territoriais somente o IBAMA é competente para expedir a licença.
-Compete ao órgão que licenciou lavrar auto de infração, porém qualquer ente poderá fiscalizar tendo em vista a competência comum material.
-O EIA só é exigido nos licenciamentos de atividades que causem significativo impacto ambiental. Caso contrário, poderá ser exigido um Estudo Ambiental Simplificado (EAS).
-O legislador dividiu o licenciamento em três espécies:
	Licença prévia: concedida na fase preliminar, aprova a localização e concepção, estabelecendo os requisitos a serem atendidos na próxima fase.
	Licença de instalação: autoriza a instalação com as especificações do projeto e medidas de controle ambiental.
	Licença de operação: autoriza a atividade, após o cumprimento das etapas anteriores.
-Prazos de validade das licenças:
	LP: no mínimo o estabelecido no cronograma do projeto do empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 5 anos.
	LI: no mínimo o estabelecido no cronograma de instalação, não podendo ser superior a 6 anos.
	LO: deverá considerar os planos de controle ambiental e será de 4 a 10 anos. Esta última não poderá ser prorrogada.
-O órgão poderá estabelecer prazos específicos na LO, por sua natureza e peculiaridade.
-É competência do CONAMA fixar os prazos para a concessão de licenças: prazo máximo de 6 meses ou 12 meses quando houver EIA\RIMA\audiência pública. Podem ser alterados desde que justificados.
-O descumprimento do prazo de concessão da licença não implica emissão tácita nem autoriza a prática do ato, mas instaura competência supletiva de ente de maior grau.
-A renovação de licenças ambientais deverão ser requeridas com antecedência mínima de 120 dias.
-A modificação, suspensão ou cancelamento deverá ocorrer levando-se em conta as mudanças do meio ambiente.
V-Os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia , voltados para a melhoria da qualidade ambiental.
-Tecnologia limpa: conjunto de soluções voltadas para o uso de recursos naturais de mode
que haja o menor impacto ambiental possível.
VI-A criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo P.Pub, tais como áreas 	de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas.
-Características dos espaços territoriais especialmente protegidos (ETEP):
	Oficialidade: é reconhecido pelo P.Pub como tal;
	Regime jurídico especial: cada espaço terá um regramento específico;
	Finalidade específica: proteção ambiental;
	Delimitação territorial;
VII-O Sistema Nacional de Informações sobre o meio ambiente SISNIMA.
-Visa subsidiar qualquer interessado com informações relativas ao meio ambiente.
-Poderão ser acessados dados relativos a estudos ambientais, licenciamentos, auditorias, padrões de qualidade, cadastros de atividades poluidoras, além de troca de informações pelos órgãos ambientais.
-Art 7º LC 140\11: a organização e manutenção fica a cargo da União com a colaboração dos Estados e Municípios.
-A L. 10.650\2003 trata do acesso público aos dados e informações nos órgãos e entidades integrantes do SISNAMA.
VIII- O cadastro técnico federal de atividades e instrumentos de defesa ambiental.
-Cadastro administrado pelo IBAMA e é de registro compulsório para pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam à consultoria técnica sobre problemas ecológicos e indústria de equipamentos destinados ao controle de atividades poluidoras.
IX- As penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental.
X- A instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente divulgado anualmente pelo IBAMA.
-Documento técnico que apresenta um panorama completo sobre a qualidade do meio ambiente, de forma a contribuir para a gestão dos recuros naturais, preservação dos ecossistemas, além de dar subsídios para as políticas públicas.
XI-A garantia de prestação de informações sobre o meio ambiente, obrigando o P.Pub a produzi-las quando inexistente.
XII-O cadastro técnico federal de atividades potencialmente poluidoras e\ou utilizadoras dos recursos ambientais.
-Administrado pelo IBAMA, e torna obrigatório o registro de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a tais atividades.
XIII-Instrumentos econômicos como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros.
-Conjunto de medidas na área econômica com o objetivo de estimular condutas voltadas para a redução da degradação ambiental.
	Concessão florestal:	 contrato firmado pelo ente federativo e pessoa jurídica, precedido de licitação na modalidade concorrência em que se transfere para o concessionário o direito de explorar, de forma sustentável, os recursos florestais ou serviços florestais.
	-Prazos para a concessão: uso de produtos florestais (ciclo de corte-40 anos), uso de serviços florestais (5-20 anos). 
	-O início da execução do objeto será precedido de plano de manejo florestal sustentável aprovado pelo órgão ambiental competente.
	-Deve haver pelo menos 5% da área que será absoluta e proibida a exploração econômica.
	-O STF reconheceu que a concessão de florestas públicas acima de 2.500hec não necessita de autorização do CN.
	Servidao ambiental: o proprietário rural voluntariamente renuncia a direito de uso, exploração ou supressão de recursos naturais existentes em seu domínio.
	Seguro ambiental: contrato em que uma das partes (segurador) se compromete a ressarcir terceiros, inclusive o Estado, por danos ambientais causados pela outra parte.
5-NORMAS DE COOPERAÇÃO EM MATÉRIA AMBIENTAL
-A LC 140\11 foi publicada para fixar normas de cooperaçao entre os entes federativos.
-O art 2º traz impostantes conceitos, quais sejam:
	Licenciamento ambiental: procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental.
	Atuação supletiva: ação de um ente federativo substituindo o outro detentor original das atribuiçoes, nas hipóteses definidas pela LC.
	Atuação subsidiária: ação de um ente federativo para auxiliar no desempenho das atribuições , quando solicitado pelo ente original detentor das atribuições.
-Hipóteses de atuação supletiva (substituição) elencadas no art. 15:
	inexistência de órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no E\DF\M: A união deve desempenhar as ações administrativas estaduais e distritais até a criação. E o Estado no caso dos Municípios.
	Caso a inexistência se verifique no Estado e no Município a União deverá desempenhar as ações.
-O não cumprimento dos prazos para concessão de licença tratá a atuação supletiva do ente de maior grau e para o empreendedor será arquivado o pedido de licença.
-O art 3º elenca os objetivos fundamentais dos entes políticos no exercício da competência comum:
	proteger,defender e conservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado, promovendo gestão descentralizada, democrática e eficiente;
	garantir o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico com a proteção do meio ambiente, observando a dignidade da pessoa humana, a erradicação da pobreza e a redução de desigualdades sociais e regionais;
	harmonizar as políticas e ações administrativas para evitar a sobreposição de atuação entre os entes, de forma a evitar conflitos de atribuições e garantir uma atuação adminsitrativa eficiente;
	garantir a uniformidade da política ambiental para todo o país, respeitadas as peculiaridades regionais e locais;
-O art 4º traz um rol exemplificativos de intrumentos de cooperação:
	consórcios públicos;
	convênios e acordos de cooperação técnica;
	comissão tripartite nacional,estadual e bipartire distrital;
	fundos públicos e privados;
	delegação de atribuições de um ente ao outro;
	delegação da execução de ações administrativas de um ente ao outro;
-Comissões:
	Tripartite Nacional: formada pelos representantes dos P.Exe da U,E,DF,M para fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada;
	Tripartite Estadual: formada com o mesmo propósito, pelos representantes do P.Exe da U,E,M;
	Bipartite Distrital: formada com o mesmo propósito , pelos representantes do P.Exe da U,DF;
-O art 5ª permite que um ente federativo delegue por meio de convênio a execução de ações administrativas voltadas ao meio ambiente, mas para isso o destinatário deverá ter órgão ambiental com capacidade de execução.
-O art 7º elenca as diversas ações administrativas a serem exercidas pela União tendo como critério a predominância de interesses.
-As ações administrativas em âmbito nacional serão exercidas pelo MAM, IBAMA, ICMBio a depender do tipo de atuação exigida.
-O art 8º elenca as ações administrativas exercidas pelo Estado. E o art 9º elenca as do Município.
-Verificar letra da lei nos arts (7-9);*
-O art 11º delega à lei ordinária a possibilidade de estabelecer regramento próprio relativo ao licenciamento e autorização de manejo e supressão de vegetação em unidades de conservação, com exceção da APA (Àrea de Ptoteção Ambiental).
-art 13º: apenas um ente federativo fará o licenciamento do empreendimento\atividade, os demais poderão opinar, mas sem caráter vinculante.
-A competência para instaurar procedimento administrativo de apuração da infração ambiental e para lavratura de auto de infração será do responsável pelo licenciamento. O que não exclui o dever dos outros entes de fiscalizar.
AULA 03
SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (SISNAMA)
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA)
1-SISNAMA
-É um conjunto de integrado de órgãos e entidades da U,E,DF,M com o objetivo de atuar em conjunto de forma articulada para garantir uma maior proteção ao meio ambiente.
1.1-CONSTITUIÇÃO
	Conselho de Governo (órgão superior): 
-Acessora o PR na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e recursos naturais. Presidido pelo PR ou M. da Casa Civil,
é composto pelos M.Estado e pelo titular do Gabinete da presidência.
	Conselho Nacional do Meio Ambiente (órgão consultivo e deliberativo): 
-Acessora, estuda e propõe ao órgão superior diretrizes de políticas governamentais e delibera, no âmbito de sua competência , cria normas e padrões compatíveis com o meio ambiente. Integra a estrutura do MMA.
	Ministério do Meio ambiente (órgão central)
-Planeja, coordena, supervisiona e controla, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas.
	IBAMA e Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (órgãos executores)
-Executar e fazer executar a política e as diretrizes governamentais fixadas.
	Órgãos seccionais (estaduais)
-Executa os programas e projetos, controla e fiscaliza as atividades que provocam degradação ambiental.
	Órgãos locais (municipais)
-Controla e fiscaliza as atividades, nas suas respectivas jurisdições.
1.2-ÓRGÃOS EXECUTORES
-O IBAMA é autarquia federal de regime especial vinculada ao MMA. Detém autonomia administrativa e financeira . Possui 1 presidente e 5 diretores nomeados pelo PR, que serão preferencialmente servidores de carreira. 
-O ICMBio é autarquia federal vinculada ao MMA 	e possui como atribuição a gestão das unidades de conservação federais.
-O IBAMA foi autorizado a celebrar convênios com os E,DF,M para o desempenho de atividades de fiscalização ambiental.
2-CONAMA
-Sua composição abrange todos os entes federativos além de membros da sociedade civil, trabalhadores e empresários.
-A Lei da PNMA o instituiu e o Decreto 99.274\90 o regulamentou.
2.1-ATRIBUIÇÕES
	Estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados.
	Determinar, quando necessário, a realização de EIA\RIMA de projetos públicos ou privados,requisitando à órgãos ou entidades informações indispensáveis para apreciação, especialmente nas áreas consideradas de patrimônio nacional.
	Homologar acordos visando transformar penalidades pecuniárias na obrigação de executar medidas de interesse para a proteção ambiental.
	Determinar, mediante representação do IBAMA, perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos , e a perda ou suspensaão de participação em linhas de financiamento de crédito.
	Estabelecer,privativamente, normas e padrões nacionais de controle de poluição por veículos mediante audiência dos Ministérios competentes.
	Estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos.
	Assessorar, estudar ou propor ao Conselho de Governo diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e recursos naturais.
	Avaliar a implementação e execução da política ambiental nacional;
	Recomendar a órgão ambiental competente a elaboração de Relatório de Qualidade Ambiental.
	Deliberar , sob a forma de resoluções, proposições , recomendações e moções, visando cumprimento dos objetivos da PNMA.
-Não cabe mais ao CONAMA julgar em última instância os recursos interpostos contra as multas e penalidades impostas pelo IBAMA.
2.2-NORMAS
-Os tribunais tem confirmado a validade de tais atos sob o argumento de que há autorização legal para a edição. E além do mais o tema é composto de alta densidade técnica, o que inviabiliza a abstração e generalidade da lei.
AULA 04
SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (SNUC)
POPULAÇÕES TRADICIONAIS
COMPENSAÇÃO AMBIENTAL
1- SNUC: PANORAMA GERAL
-O SNUC é a materialização do comando constitucional que impõe ao P.Pub a definir espaços territoriais a serem especialmente protegidos. Art 225 §1º III.
-É um conjunto de diretrizes e procedimentos que permite à Adm P ou a iniciativa privada, a criação, implantação e gestão de espaços protegidos denominados unidades de conservação (UC).
-Foi regulado pela L 9.985\2000 e regulamentado pelo Decreto 4.340\2002.
-O art 2º do decreto traz os seguintes conceitos:
	Unidades de Conservação: espaço territorial e seus recursos naturais, legalmente instituídos pelo P.Pub, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.
	Conservação da Natureza: o manejo do uso humano da natureza, compreendendo a preservação, manutenção, utilização sustentável, restauração, recuperação do ambiente natural, para que produza maior benefício sustentável às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades para as gerações futuras, garantindo a sobrevivência dos seres vivos.
	Diversidade Biológica: variabilidade de orgnismos vivos, compreendendo todos os ecossistemas e ainda a diversidade entre as espécies.
	Recurso Ambiental: atmosfera, água, solo, subsolo, biosfera, fauna e flora.
	Preservação: métodos, procedimentos e políticas que visam a proteção a longo prazo, além da manutenção de processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sistemas naturais;
	Proteção Integral: manutenção dos ecossistemas livres das alterações causadas por interferência humana, admitido somente o uso indireto dos atributos naturais.
	Conservação in situ: conservação de ecossistemas e manutenção e recuperação de populações de espécies em seus meios naturais, e no caso de espécies domesticadas, nos meios que tenham desenvolvido suas características.
	Manejo: todo procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e ecossistemas.
	Uso Indireto: não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais;
	Uso Direto: envolve coleta e uso, comercial ou não, de recursos naturais;
	Uso Sustentável: exploração que garanta a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e demais atributos, de forma justa e economicamente viável.
	Extrativismo: sistema de exploração baseado na coleta e extração de modo sustentável, de recursos naturais renováveis.
	Recuperação: restituição de um ecossistema ou população degradada a condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original.
	Restauração: restituição de um ecossistema ou população degradada ao mais próximo possível da sua condição original.
	Zoneamento: definição de setores em uma UC com manejo e normas específicas com o objetivo de proporcionar meios e condições para que os objetivos possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz.
	Plano de Manejo: documento técnico que contém os objetivos gerais da UC, o zoneamento e as normas da área.
	Zona de Amortecimento: o entorno de uma UC, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas para minimizar os impactos sobre a unidade.
	Corredores Ecológicos: porções de ecossistemas naturais ou seminaturais ligando Ucs, estabelecendo fluxo e movimento da biota , facilitando a dispersão de espécies e recolonização de áreas degradadas, bem como manutenção de populações que demandam áreas com extensão maior para sobrevivência.
-Os objetivos estão no Art 4º:
	Contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais.
	Proteger as espécies ameaçadas de extinção em âmbito nacional e regional;
	Contribuir para a preservação e restauração da diversidade de ecossistemas naturais;
	Promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
	Promover utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza;
	Proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;
	Proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural.
	Proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;
	Recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
	Proporcionar os meios e incentivo para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental;
Valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;
	Favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico.
	Proteger os recursos naturais necessários a subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento, cultura e promovendo-as social e conomicamente.
-O SNUC é gerido por todos os entes federativos e está estruturado da seguinte forma:
	Órgão Central: MMA coordena o SNUC;
	Órgão Consultivo e Deliberativo: CONAMA
	Órgão executores: ICMBio, IBAMA além de órgãos estaduais, distritais e municipais.
2-SENUC: GRUPOS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
2.1-UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL
-Tem como objetivo principal preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos recursos naturais, exceto os casos previstos em lei.	
	Estação ecológica;
	Reserva biológica;
	Parque nacional, estadual ou municipal;
	Monumento natural;
	Refúgio da vida silvestre;
2.2 UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL
-Tem como objetivo principal compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos recursos naturais.
	Área de proteção integral;
	Área de relevanye interesse ecológico;
	Floresta nacional, estadual, muncipal;
	Reserva extrativista;
	Reserva de fauna;
	Ressrva de desenvolvimento sustentável;
	Reserva Particular do Patrimônio natural;
-Jardim Botânico, jardim zoológico e horto florestal não são espécies de unidade de conservação, mas possuem proteção específica.
2.3-CARACTERÍSTICAS DE TODA UC:
	Relevância Ecológica:
	Oficialidade
	Delimitação territorial;
	Proteção ao meio ambiente;
	Regime Jurídico Especial;
2.4-TIPOS DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
	Estação Ecológica
-Posse e domínio público. Seu objetivo é preservar a natureza e realizar pesquisas científicas. 
-Em regra a visita pública é vedada, salvo para fins educacionais. Admite-se a coleta para fins científicos.
-Não é necessário consulta pública para sua criação.
	Reserva Biológica
Posse e domínio público. Seu objetivo é garantir a preservação integral da biota (fauna e flora) e demais atributos, admimitindo-se pesquisas científicas.
-Não é necessário consulta pública para a sua criação.
	Parque Nacional, Estadual ou Municipal
-Posse e domínio público. Seu objetivo é preservar ecossistemas naturais de grande relevância e beleza, possibilitando pesquisas científicas e desenvolvimento de atividades de educação, recreação e turismo ecológico.
	Monumento Natural
-Posse e domínio público ou privado. Seu objetivo é a preservação de sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica.
	Refúgio da Vida Silvestre
-Posse e domínio público ou privado. Seu objetivo é a preservação de ambientes naturais que possibilitem a existencia e reprodução da fauna e da flora local ou migratória.
	Área de Proteção Ambiental (APA)
-Posse e domínio público ou privado.
-Se constitui em uma área extensa, com grau de ocupação humana, dotada de atributos importantes para o bem-estar da população e possui como objetivo proteger a diversidade biológica, assegurar a sustentabilidade dos recursos naturais e disciplinar o processo de ocupação humana.
	Área de Relevante Interese Ecológico
-Posse e domínio público ou privado.
-Se constitui de uma área pequena, com pouca ocupação humana, com características extraordinárias e abriga exemplares raros da biota e possui como objetivo man-É necessário consulta pública para sua criação.
	Floresta Nacional, Estadual ou Municipal
-Posse e domínio público.
-É uma área com cobertura vegetal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica voltada para a exploração sustentável.
-É admitida populações tradicionais já existentes à época de sua criação.
	Reserva Extrativista
-Posse e domínio públicos, com uso concedido às populações extrativistas tradicionais cuja subsistência baseia-se no extrativismo.
-Tem como objetivos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.
-É proibido a exploração de mineração e a caça, e a exploração comercial de madeira só em bases sustentáveis.
	Reserva de Desenvolvimento Sustentável
-Posse e domínio públicos.
-É uma área que abriga populações tradicionais cuja existência se baseiam na exploração sustentável de recursos naturais ao longo das gerações.
-Tem como objetivo preservar o meio ambiente e assegurar os meios para que as populaões tradicionais explorem os recursos naturais com conhecimento e técnicas de manejo adequadas.
	Reserva Particular do Patrimônio Natural
-Posse e domínio privados;
-É area privada gravada de perpeituidade e seu objetivo é garantir a conservação da diversidade biológica.
-É permitido visitação com objetivo turístico, recreativo e educacional;
-Apesa de se enquadra em uso sustentável submete-se ao regime de proteção integral.
3-SNUC: INSTITUTO E AFINS
-A criação das UC se dá por ato do P.Pub (lei ou decreto) e deve ser precedida de estudos técnicos e de consulta pública, exceto para a reserva e estação biológica, pois há uma presunção legal de interesse público.
-As unidades de uso sustentável podem ser transformadas em proteção integral por ato normativo do mesmo nível hierárquico que criou a unidade. O inverso só é permitido por lei.
-A ampliação de uma UC poderá ser feita pelo mesmo ato que a criou, porém qualquer redução ou extinção deverá ser por lei.
-É possível no decorrer dos estudos técnicos impor limitações administrativas provisórias com prazo máximo de 07 meses improrrogáveis com o objetivo de proteger cautelarmente, vedado corte raso de floresta ou vegetação nativa, exceto atividades agropecuárias, obras públicas ou atividades econômicas já licenciadas.
-Na reserva extrativista e de desenvolvimento sustentável a posse e o uso das populações tradicionais serão mediante concessão de uso de área.
-Todas as UC possuirão zona de amortecimento, com exceção da Área de Proteção Ambiental e da Reserva do Patrimônio Nacional.
-O conjunto de Ucs próximas, justapostas ou sobrepostas formam um mosaico que será regido por um Conselho e será responsável pela gestão integrada.
-Toda UC deverá ter um plano de manejo que deverá ser elaborado no prazo de 5 anos a partir da data de sua criação e abrangerá sua zona de amortecimento e o corredor ecológico, se houver.E será aprovado por portaria ou resolução.
-Não são permitidas atividades dentro das Ucs que estejam em desacordo com o plano de manejo. Nas unidades de proteção integral, até que seja elaborado o plano de manejo só serão permitidas atividades que visem garantir a integridade dos recursos.
-A lei permite a gestão de qualquer UC por OSCIP’s desde que tenha afinidade de objetivos.
-É proibida inserção de espécies não nativas, salvo na APA, Floresta Nacional, Reserva Extrativista e Reserva de Desenvolvimento Sustentável.
-A exploração comercial das unidades de conservação dependerão de prévia autorização e sujeitará o explorador a pagamento, exceto nas APA e Reserva Particular do Patrimônio Natural.
-As Reservas da Biosfera constituem um modelo internacional de gestão ambiental da UNESCO.
-As áreas das unidades de proteção integral serão consideradas rurais para todos os efeitos.
-O MMA mabtém cadastro nacional de unidades de conservação (CNUC).
-O STJ decidiu que as limitações administrativas nas propriedades privadas decorrentes da criação de UC não geram indenização, exceto no esvaziamento do valor econômico do bem. Prazo prescricional de 5 anos para propor ação pessoal fundada em responsabilidade aquiliana. Diferem da desapropriação.
4-COMPENSAÇÃO AMBIENTAL
-Mecanismo financeiro de reparação dos efeitos danosos não contornáveis pela implantação de obras ou atividades de significativo impacto ambiental e verificados no licenciamento ambiental mediante EIA\RIMA.
-Se dará através
do pagamento de uma quantia (porcetagem sobre o valor do empreendimento) pelo empreendedor, a ser apurada pelo órgão licenciador (a ser utilizado em Uc de proteção integral) ou na manutenção de Ucs quando houver alguma unidade afetada.
-No âmbito federal o valor é direcionado para o Fundo nacional de compensação ambiental gerido pela CEF.
-O STF declarou inconstitucional a fixação de piso mínimo de 0,5% haja vista que o valor deverá ser proporcional ao dano causado.
-A compensação deverá ser adimplida antes da emissão da licença. 
-A compensação é restrita apenas à degradação relativa a recursos ambientais, o que exclui o meio ambiente artificial.
5-POPULAÇÕES TRADICIONAIS
-O decreto 6.040\2007 instituiu a Política nacional de desenvolvimento sustentável dos povos e comunidades tradicionais.
-O decreto define como grupos culturalmente diferenciados, por possuírem formas próprias de organização social e que ocupam e usam o território e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, práticas e inovações transmitidas por geração.
-Nas APA, ARIE, Florestas Nacionais, Reservas Extrativistas e de Desenvolvimento Sustentável é permitido permanência de populações tradicionais, desde que sejam observadas as normas aplicáveis a cada unidade.
-Nas Ucs que não permitem a permanência, essas populações deverão ser indenizadas ou compensadas e realocadas para um local acordado.
AULA 05
LEGISLAÇÃO FLORESTAL
1-CÓDIGO FLORESTAL: PANORAMA GERAL
-L.16.251\2012, busca compatibilizar a proteção ao meio ambiente com a exploração econômica.
-O direito de propriedade deve ser exercido de modo a garantir a preservação, o que justifica limitações administrativas .
-As obrigações previstas nesta lei têm natureza real propter rem e são transmitidas ao sucessor no caso de transferência de de domínio ou posse.
1.1-PRINCÍPIOS
-Art 1º-A parágrafo único:
	Afirmação do compromisso soberano do Brasil com a preservação das suas florestas e demais formas de vegetação nativa, biodiversidade, solo, recursos hídricos e integridade do sistema climático, para o bem estar das gerações presentes e futuras.
	Reafirmação da importância da função estratégica da atividade agropecuária e do papel das florestas e demais formas de vegetação nativa na sustentabilidade, crescimento econômico, na melhoria da qualidade de vida e na presença nos mercados nacional e internacional de alimentos e bioenergia.
	Ação governamental de proteção e uso sustentável de florestas, consagrando o compromisso com a compatibilização e harmonização entre o uso produtivo da terra e a preservação da água, solo e vegetação.
	Responsabilidade comum da U,E,DF,M, em colaboração com a sociedade civil, na criação de políticas para a preservação e restauração da vegetação nativa e de sus funções ecológicas e sociais nas áreas urbanas e rurais.
	Fomento à pesquisa científica e tecnológica na busca de inovação para o uso sustentável do solo e da água, recuperação e preservação de florestas e demais foras de vegetação nativa.
	Criação e mobilização de incentivos econômicos para fomentar a preservação e a recuperação da vegetação nativa e para promover o desenvolvimento de atividades produtivas sustentáveis.
1.2-CONCEITOS	
-art 3º traz um rol de conceitos.
	Amazônia Legal: conjunto de Estados e regiões delimitadas.
	Área de Preservação Permanente: área protegida, coberta ou não de vegetação nativa, com função ambiental de preservar os recursos hídricos, paisagem, estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.
	Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como abrigo e proteção de fauna silvestre e da flora nativa.
	Área Rural Consolidada: aréa de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, admitida a adoção de regime de pousio.
	Pequena Propriedade ou Posse Rural Familiar: explorada mediante trabalho pessoal do agricultor familiar e empreendedor familiar rural, incluindo assentamentos e projetos de reforma agrária.
	Uso Alternativo do Solo: substituição de vegetação nativa e formações sucessoras por outras coberturas de solo, como atividades agropecuárias, industriais, de geração e transmissão de energia, de mineração e de transporte, assentamentos urbanos ou outras formas de ocupação humana.
	Manejo Sustentável: administração da vegetação natural para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se , cumulativa ou alternativamente a utilização de espécies madeireiras ou não, produtos e subprodutos da flora, bem como a utilização de outros bens e serviços.
	Utilidade Pública: 
	as atividades de segurança nacional e proteção sanitária;
	as obras de infraestrutura destinadas as concessões e serviços públicos de transporte, saneamento, energia, telecomunicações, instalações esportivas, mineração, exceto extração de areia, argila, saibro e cascalho;
	atividades e obras de defesa civil;
	atividades que proporcionarem melhorias na proteção das funções ambientais das áreas de proteção permanente;
	outras atividades motivadas em procedimento administrativo quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto, definidas em ato do Ch. do P.Exe;
IX. Interesse social: 
	atividades imprescindíveis para a proteção da integridade da vegetação nativa;
	exploração agroflorestal sustentável praticada na pequena propriedade ou posse rural familiar ou por povos tradicionais, desde que não descaracterize a cobertura vegetal existente e não prejudique a função ambiental da área;
	implantação de infraestrutura pública destinada a lazer, esporte, atividade educacional e cultural ao ar livre em áreas urbanas e rurais consolidadas;
	regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados predominantemente por população de baixa renda em áreas urbanas consolidadas.
	Implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluentes tratados para projetos cujos recursos hídricos são partes integrantes e essencias da atividade.
	Atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas pela autoridade competente.
	Outras atividades caracterizadas em procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional , definida pelo Ch. P.Exe.
X.Atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental
	abertura de pequenas vias de acesso interno e suas pontes, quando necessárias à travessia de um curso de água, acesso de pessoas e animais para obtenção de água ou retirada de produtos de manejo agroflorestal sustentável.
	Implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e efluentes tratados, comprovado a outorga do direito de uso da água, quando couver.
	Implantação de trilhas para o desenvolvimento do ecoturismo;
	construção de rampa de lançamento de barcos e pequeno ancoradouro;
	construção de moradia de agricultores familiares, remanescentes de populações extrativistas e tradicionais em áreas rurais , onde o abastecimento de água se dá pelo esforço dos moradores.
	Construção e manutenção de cercas na propriedade;
	pesquisa científica relativa a recursos ambientais;
	coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e produção de mudas;
	plantio de espécies nativas produtoras, desde que não implique supressão da vegetação nem prejudique a função ambiental	da área.
	Exploração agroflorestal e manejo florestal sustentável
comunitário e familiar, incluindo extração de produtos florestais não madeireiros, desde que não descaracterizem a cobertura vegetal nativa, nem prejudique a função ambiental;
	outras atividades similares reconhecidas como de baixo impacto em ato do CONAMA ou dos Conselhos Estaduais do Meio Ambiente.
1.3-INSTITUTOS AFINS
-Módulo Fiscal: corresponde à area mínima necessária a uma propriedade rural para que sua exploração seja economicamente viável. Será fixado para cada Município através de instruções especiais expedidas pelo INCRA.
-A lei equipara a pequena propriedade familiar às propriedades com até 4 módulos fiscais.
-O uso alternativo do solo é a substituição da vegetação (desmatamento). Como regra geral é proibido em áreas protegidas, mas a lei pode admitir sua incidência após preenchimento de requisitos legais e licenciamento ambiental.
-Não será permitido o uso alternativo do solo em imóvel rural com área abandonada (espaço sem nenhuma exploração produtiva há pelo menos 36 meses, e não caracterizado como pousio).
-O pousio é a técnica em que se interrompe temporariamente (máximo de 5 anos) o uso agrícola de uma área, possibilitando a recuperação do solo.
-A exploração de florestas públicas ou privadas dependerá de licenciamento ambiental de órgão integrante do SISNAMA mediante aprovação prévia do Plano de Manejo Florestal Sustentável. A aprovação do PMFS susbstitui as demais etapas do licenciamento ambiental comum (LP, LI, LO).
-Estã dispensado do PMFS: supressão de vegetação em área de uso alternativo do solo (área já sem proteção) , exploração de florestas plantadas fora de APP ou Reserva Legal, exploração florestal não comercial realizada nas pequenas propriedades rurais familiares ou populações tradicionais.
-Em regra os que usam matéria prima florestal devem se utilizar de florestas plantadas ou desmatamentos autorizados pelo órgão competente, devendo realizar a reposição.
-As indústrias que utilizam grande quantidade de matéria-prima florestal (limite definido pelo Ch, P.Exe) são obrigadas a implementar o Plano de Suprimento Sustentável que assegurará produção equivalente ao consumo.
-Independe de autorização a plantação ou reflorestamento com espécies nativas ou exóticas, observadas as condições legais.
-Fora das APP’s e Reservas Legais é livre a extração de lenha e demais produtos de florestas plantadas.
-O Documento de Origem Florestal é um documento de controle da origem dos produtos florestais de origem nativa. É licença obrigatória para transporte e armazenamento desses produtos.
-O comércio de plantas e produtos oriundos da flora dependerá de licença do órgão ambiental competente. Se houver venda para outro País necessitará de outra licença expedida pelo IBAMA.
-É proibido o uso de fogo na vegetação, exceto:
	em regiões cuja peculiaridade justifiquem o emprego em práticas agropastoris ou florestais , mediante aprovação de órgão estadual para cada imóvel rural;
	emprego da queima controlada em unidades de conservação com o respecitvo plano de manejo e mediante prévia aprovação do órgão gestor da UC, cuja característica ecológica esteja ligada a ocorrência do fogo;
	atividade de pesquisa científica vinculada a projeto de pesquisa aprovado pelos órgãos competentes;
	práticas de pevenção e combate à incêndios e as de agricultura de subsistência exercida pelas populações tradicionais;
-O STJ pacificou que é proibido o uso de gogo na colheita de cana, salvo autorização pelo órgão ambiental competente.
-O combate aos incêndios devem ser objetos de planos de contingência elaborados pelos órgãos gestores das áreas.
-Cota de Reserva Ambiental (CRA): título nominativo representativo de área com vegetação nativa, existente ou em processo de recuperação, expedido pelo órgão competente nas seguintes hipóteses:
	sob regime de servidão ambiental;
	correspondente à área de Reserva Legal instituída voluntariamente sobre vegetação que exceder os percentuais exigidos;
	protegida na forma de Reserva Particular do Patrimônio Natural;
	existente em propriedade rural localizada no interior de UC de domínio público que ainda não tenha sido desapropriada;
-Cada CRA corresponderá a 01 hectare. Serve como uma espécie de moeda verde que pode ser transferida, vendida ou comprada por proprietários e usada dentro do mesmo bioma.
-A agricultura familiar nas pequenas propriedades rurais prevê processos simplificados para o manejo florestal através de um regime próprio para fomentação.
-Nas APP’s é autorizada, exclusivamente, a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo em áreas rurais consolidadas até 2008.
2-ARÉA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE: APP
-Porções de terras que são submetidas a regime jurídico específico, com restrições ao uso visando a preservação do ecossistema.
-Podem estar situadas tanto em áreas rurais como urbanas e estão elencadas no art 4º:
	faixas marginais de qualquer curso d’água perene ou intermitente, exluído os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura a depender do tamanho do curso. Conhecida como mata ciliar, tem a função de evitar assoreamento dos cursos.
	As áreas nos entornos dos lagos e lagoas naturais com largura mínima de 30m em zona urbana e 100m em zona rural.
	Áreas no entorno de reservatório de água artificiais decorrentes de barramento ou represamento de cursos de água, na faixa definida na licença ambiental.
	Áreas no entorno das nascentes e olhos de água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no mínimo 50m.
	Encostas ou partes destas com declividade duperior a 45º da linha de maior declive;
	restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
	os manguezais em toda a sua extensão.
	As bordas de tabuleiros e chapadas, até a linha de ruptura do relevo nunca inferior a 100m;
	topo de morros, montanhas e serras com altura mínima de 100m;
	áreas em altitude superior a 1800m ;
-Fica dispensada a APP nas acumulações de água com superfície inferior a 1 hectare.
-Para a pequena propriedade familiar é permitido agricultura de vazante no leito de rios por comunidades tradicionais na fração que fica exposta durante a baixa do rio, desde que não haja supressão.
-É permitido para imóveis rurais de até 15 módulos fiscais a prática de aquicultura nas matas ciliares e entorno de lagos e lagoas.
-O Ch. Exe poderá por decreto criar novas APP em áreas cobertas de vegetação, cuja função da vegetação seja conter erosão e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos, proteger fauna e flora .
-Em regra é vedada a supressão de vegetação em APP. Caso haja desmatamento o proprietário ou ocupante é obrigado a recuperar a área pois a obrigação é propter rem (segue a coisa).
-Só é termitida supressão ou intervenção na vegetação nos casos de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental descritos na lei.
-Nas nascentes, dunas e restingas a supressão da vegetação nativa só será autorizada em utilidade pública.
-Nas restingas e mangues com comprometimento de função ecológica é permitida excepcionalmente obras habitacionais ou urbanização de população de baixa renda.
-O acesso de pessoas e animais em APP para obtenção de água e realizar atividades de baixo impacto ambiental é permitido.
3-ÁREAS DE USO RESTRITO
-Porção de terras localizadas nos pantanais e planíceis pantaneiras onde há limitações ambientais, sendo permitida a exploração econômica sustentável, ficando novas supressões de vegetação nativa para uso alternativo do solo condicionadas à autorização do órgão estadual competente.
-Os apicuns e salgados passaram a ser também áreas de uso restrito.
-A licença ambiental em carcinicultura e salinas em apicuns e salgados terá o prazo máximo de 5 anos renovável.
4-RESERVA LEGAL
-Área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada pela lei, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos
processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa.
-Se constitui como uma limitação administrativa condicionando o uso da propriedade em prol do interesse público.	
-Delimitação: 
	80% em áreas de floresta;
	35% em áreas de cerrado;
	20% nos campos gerais;
	20% nas demais regiões do país;
-Não se sujeitam à reserva legal:
	empreendimento de abastecimento público de água e tratamento de esgoto.
	Áreas adquiridas ou desapropriadas por detentor na concessão, permissão ou autorização para exploração de potencial de energia hidráulica, nas quais funcionem empreendimentos de geração de energia elétrica, subestações ou sejam instaladas linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica.
	Áreas adquiridas ou desapropriadas para a implantação e ampliação de capacidade de rodovias e ferrovias.
-O P.Pub poderá reduzir em 50% a reserva legal em imóvel em área de floresta na Amazônia Legal:
	para fins de recomposição, desde que o Município onde o imóvel se localiza tenha mais de 50% da área ocupada por unidades de conservação da natureza de domínio público e por terras indígenas homologadas.
	Quando o Estado tiver ZEE (zoneamento ecológico-econômico) e mais de 65% do território ocupado por unidades de conservação de domínio público e por terras indígenas homologadas.
-A reserva pode ser majorada em até 50% para cumprimento de metas nacionais de ptoreção à biodiversidade ou redução de emissão de gases de efeito estufa.
-O órgão ambiental estadual deverá aprovar a localização da reserva após sua inclusão no Cadastro Ambiental Rural e levará em consideração:
	plano de bacia hidrográfica;
	zoneamento ecológico-econômico;
	formação de corredor ecológico com outra reserva legal, APP, UC ou afins;
	áreas de maior importância para a conservação da biodiversidade;
	áreas de maior fragilidade ambiental;
-Será admitido o cômputo de APP no percentual da reserva legal desde que:
	o benefício não implicar novos desmatamentos;
	a área computada esteja conservada ou em processo de recuperação;
	o proprietário ou possuidor tenha requerido a inclusão no CAR;
-Caso o imóvel esteja na Amazõnia Legal em área de floresta e a extensão da APP mais a floresta ultrapassar 80% fica permitido que o cômputo da APP implique em novos desmatamentos;
-É permitido a reserva legal em regime de condomínio ou coletiva entre as propriedades rurais	.
-A reserva legal deve ser conservada com sua vegetação nativa, admitindo-se exploração econômica mediante manejo sustentável aprovado pelo SISNAMA através de licenciamento ambiental. Independe de licença se for garantido a preservação do ecossistema , e coleta de produtos florestais não-madeireiros.
-Supensão imediata das atividades em área de reserva legal desmatada irregularmente.
-A mera inserção do imóvel rural em perímetro urbano por lei municipal não desobriga o proprietário\possuidor de manter a reserva legal, que só deixará de existir no registro do parcelamento do solo para fins urbanos.
5-AREAS VERDES URBANAS
-Conjuntos de espaços públicos ou privados que apresentam cobertura vegetal e que contribuem de modo significativo para a qualidade de vida e equilíbrio ambiental nas cidades.
-O P.Pub municipal poderá usar os seguintes instrumentos para estabelecer as áreas verdes urbanas:
	direito de preferência na aquisição de áreas entre particulares;
	transformações de reservas legais em áreas verdes nas expansões urbanas;
	exigência legal de áreas verdes em loteamentos, empreendimentos;
	aplicação de recursos oriundos da compensação ambiental;
6-PROTEÇÃO DO BIOMA MATA ATLÂNTICA
-O legislador constitucional elevou o bioma ao staus de patrimônio nacional.
-A L.11.428\2006 regulamentada pelo D.6660\2008 visa normatizar e regar o uso econômico do bioma, compatibilizando o uso com a preservação do meio ambiente.
-Compõem o bioma: floresta ombrófila densa, mista ou aberta; floresta estacional decidual e semidecidual, manguezais, restingas, campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais.
-A lei delegou ao CONAMA a definição de vegetação primária e secundária em qualquer estágio. Importante frisar que não perderá a classificação nos casos de incêndio, desmatamento ou qualquer intervenção não autorizada ou licenciada.
6.1-CONCEITOS
-Vegetação primária: de efeitos antrópicos mínimos, a ponto de não afetar significativamente sua caracrística original de estrutura e de espécie.
-Vegetação secundária: vegetação resultante de processo de sucessão, após supressão parcial ou total da vegetação primária por ações antrópicas ou causas naturais.
-Pequeno produtor rural: aquele que reside em zona rural e detenha posse de gleba não superior a 50 hectares, explorando mediante trabalho pessoal e de sua família, admitido ajuda de terceiros, bem como posse coletiva de terra considerando a fração individual, cuja renda bruta seja proveniente de atividade agrícola, pecuária, silvicultural ou extrativismo rural em 80% no mínimo.
-População tradicional: população que vive em estreita relação com o ambiente natural, dependendo de seus recursos naturais para a reprodução sociocultural, por meio de atividades de baixo impacto ambiental.
-Pousio: interrupção de atividades no solo por até 10 anos para permitir a recuperação da fertilidade.
-Prática preservacionista: atividade técnica e cientificamente fundamentada, imprescindível à proteção da integridade da vegetação nativa.
-Exploração sustentável: exploração do meio ambiente que garanta a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade, de forma socialmente justa e conomicamente viável.
-Enriquecimento ecológico: atividade técnica e cientificamente fundamentada que vise à recuperação da diversidade biológica em áreas de vegetação nativa, por meio da reintrodução de espécies nativas.
-Utilidade pública: 
	atividades de segurança nacional e proteção sanitária;
	obras essenciais de infra-estrutura de interesse nacional destinada a serviço de transporte, saneamento e energia	declarada pelo P.Pub;
-Interesse Social:
	atividades imprescindíveis para a proteção da integridade da vegetação nativa;
	atividades de manejo agroflorestal sustentável praticadas na pequena propriedade ou posse rural familiar que não descaracterize a cobertura vegetal e não prejudique a função ambiental da área;
	demais obras,planos, atividades ou projetos definidos em resolução pelo CONAMA;
6.2-REGIME JURÍDICO
-Vegetação primária: o corte e a supressão somente serão autorizados em caráter excepcional, quando necessários à realização de obra, projeto ou atividade de utilidade pública (mediante EIA).
-Vegetação secundária: 
	Estágio Inicial de Regeneração: o corte, supressão e exploração dependerá de autorização do órgão ambiental estadual, mas no Estado em que a vegetação primária e secundária for abaixo de 5% da área original será submetido ao regime do estágio médio, ressalvado áreas urbanas e regiões metropolitanas.
	Estágio Médio de Regeneração: 
	o corte e a supressão será submetido ao regime da vegetação primária;
	o corte e a supressão quando necessário à subsistência de pequeno produtor rural ou população tradicional em atividades imprescindíveis à subsistência, ressalvado as APP;
	o corte e a supressão em perímetros urbanos para fins de loteamento e edificação desde que garantido 50% dos perímetros.
	O corte, supressão e manejo de espécies arbóreas pioneiras nativas em fragmentos florestais em que sua presença for superior a 60% em relação às demais espécies poderão ser autorizados pelo órgão estadual competente.
	Estágio Avançado de Regeneração:
	o corte e supressão será submetido ao regime de vegetação primária;
	o corte e a supressão em perímetros urbanos para fins de loteamento e edificação desde que garantido 50% dos perímetros.
-A exploração eventual, sem propósito comercial,
de espécies da flora nativa para consumo nas propriedades e posses das populações tradicionais ou pequenos produtores rurais não precisa de autorização.
-Nos casos permitidos de corte e supressão é preciso fazer a compensação ambiental com a destinação de área equivalente à desmatada.
-A mineração só é permitida nas áreas de vegetação secundária em estágio médio ou avançado, mediante licenciamento ambiental, EIA\RIMA e medida compensatória.
-Fundo de Restauração do Bioma Mata Atlântica: recursos advindos do Tesouro Federal, doações, rendimentos e outros determinados pela legislação, destinado ao financiamentos de projetos de restauração ambiental e pesquisa científica.
7-MANEJO FLORESTAL NA REGIÃO AMAZÔNICA
-O manejo é a exploração sustentável da floresta decorrente de desmatamento autorizado ou de Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS).
-PMFS: é um documento elaborado por técnicos florestais e aprovado pelo IBAMA, que estabelece ações e critérios para a exploração sustentável de uma floresta.
-O manejo pode ser realizado para obtenção de lucro (manejo empresarial), ou para o desenvolvimento local e subsistência (manejo comunitário).
8-GESTÃO DAS FLORESTAS PÚBLICAS
-Corresponde à administração sustentável dos recursos provenientes das florestas pertencentes ao P.Pub.
-Prevista na L.11284\2006 que também criou o serviço florestal brasileiro, a concessão florestal e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF). A lei serve como norma geral para os demais entes políticos.
8.1-PRINCÍPIOS
	proteção dos ecossistemas, solo, água, biodiversidade e valores culturais associados, bem como patrimônio público;
	estabelecimento de atividades que promovam o uso eficiente e racional das florestas e que contribuam para o cumprimento das metas do desenvolvimento sustentável local, regional e de todo país;
	respeito ao direito da população, em especial comunidades locais, acesso à florestas públicas e benefícios decorrentes de seu uso e conservação;
	promoção do processamento local e o incentivo ao incremento da agregação de valor, bem como diversificação industrial, desenvolvimento tecnológico, utilizaçao e à capacitação de empreendedores locais e da mão de obra regional.
	Acesso livre a informações referentes a gestão das florestas públicas;
	promoção e difusão da pesquisa florestal, faunística e edáfica, relacionada à conservação, recuperação e uso sustentável das florestas.
	Fomento ao conhecimento e promoção da conscientização da população sobre a importância da conservação, recuperação e manejo sustentável dos recursos florestais;
	garantias de condições estáveis e seguras que estimulem investimentos de longo prazo no manejo, na conservação e na recuperação das florestas;
-A gestão das florestas públicas podem ser exercidas de três formas:
	criação de florestas: o P.Pub cria uma unidade de conservação;
	destinação de floresta pública à comunidade local: reserva extrativista e de desenvolvimento sustentável e similares;
	concessão florestal;
-SFB: órgão integrante do MMA que atua na gestão de florestas públicas e possui as seguintes competências:
	exercer a função de órgão gestor no âmbito federal bem como gestor do FNDF;
	apoiar a criação e gestão de programas de treinamento, capacitação, pesquisa e assistência técnica para a implementação de atividades florestais, incluindo manejo florestal, processamento de produtos florestais e exploração de produtos florestais;
	estimular e fomentar a prática de atividades sustentáveis madeireiras ou não e de serviços;
	promover estudos de mercado para produtos e serviços gerados pelas florestas;
	propor planos de produção florestal sustentável de forma compatível com as demandas da sociedade;
	criar e manter o sistema de informações florestais integrado com o SISNAMA;
	gerenciar o cadastro nacional de florestas públicas;
	apoiar e atuar em parceria com os entes estaduais e municipais;
9-CONCESSÃO FLORESTAL
-É espécie de contrato administrativo em que o P.Pub, por meio de licitação, concede ao particular o direito de explorar os recursos florestais de forma racional e econômica de acordo com PMFS aprovado pelo governo.
-Cada ente político elaborará anualmente o Plano Anual de Outorga Florestal PAOF que conterá a descrição de todas as florestas públicas a serem submetidas a processo de concessão no ano em que vigorar.
-Para fins de concessão florestal deverá ser considerado:
	as políticas e o planejamento para o setor florestal, a reforma agrária, a regularização fundiária, a agricultura, o meio ambiente, os recursos hídricos, o ordenamento territorial e o desenvolvimento regional;
	o ZEE e demais instrumentos que disciplinam o uso, ocupação e exploração dos recursos ambientais;
	a exclusão das UC de proteção integral, das reservas extrativistas, de desenvolvimento sustentável, de fauna e das áreas de relevante interesse ecológico , salvo quando admitidas no plano de manejo da unidade de conservação;
	exlusão das terras indígenas, das áreas ocupadas por comunidades locais e das áreas de interesse para criação de UC de proteção integral;
	as áreas de convergência com as concessões de outros setores;
	as normas e diretrizes governamentais relativas à faixa de fronteira e outras áreas indispensáveis para defesa do território nacional;
	as políticas públicas dos entes deferativos;
-A licitação será realizada na modalidade concorrência e outorgada à título oneroso, sendo vedada inexigibilidade baseada em inviabilidade de competição.
-O contrato poderá ter como objeto tanto produtos florestais quanto serviços florestais.
-É vedado a outorga ao particular:
	titularidade imobiliária ou preferência em aquisição;
	acesso ao patrimônio genético para fins de pesquisa e desenvolvimento, bioprospecção ou constituição de coleções;
	uso dos recursos hídricos acima do especificado;
	exploração dos recursos minerais;
	exploração dos recursos pesqueiros ou da fauna silvestre;
	comercialização de créditos decorrentes da emissão evitada de carbono;
-O manejo será precedido de licenciamento ambiental e em caso de potencial significativo degradação ambiental será exigido EIA. 
-A licença prévia autoriza a elaboração do PMFS e a licitação, mas o início das atividades dependerá da aprovação do PMFS e da licença de operação.
-As garantias prestadas pelo concessionário deverão incluir a cobertura de eventual dano causado ao meio ambiente, erário e terceiros. E poderão incluir a cobertura do desempenho em termos de produção florestal.
-A proposta será escolhida pelo melhor preço\técnica.
-Haverá um única contrato para cada unidade de manejo. É vedado subconcessão, porém poderá contratar terceiros para o manejo, mas responderá pela obrigação.
-Em cada lote de concessão, um mesmo concessionário só poderá explorar 2 unidades de manejo.
-Prazos do contrato:
	exploraçao de produtos florestais: min 1 ciclo - máx 40 anos;
	exploração de serviços florestais: min 5 anos - máx 20 anos;
-As concessões deverão passar por auditorias no prazo máximo de 03 anos, custeadas pelo concessionário. A conclusão das auditorias será:
	regular cumprimento;
	deficiências sanáveis (prazo máximo de 06 meses);
	descumprimento (implica sanções, incluindo rescisão);
-O contrato será extinto:
	esgotamento do prazo contratual;
	rescisão (por parte do consessionário apenas por decisão judicial e poder concedente unilateralmente ou judicialmente);
	falência, extinção, incapacidade ou falecimento do concessionário;
	desistência e devolução do concessionário; (condicionado à aceitação do poder concedente);
-O PMFS deverá apresentar a área de reserva absoluta de pelo menos 5% do total da área concedida, não entrando na contagem APP, não será permitida nenhuma exploração econômica nessa área.
10- LEI ESTADUAL 3.527\2010
-Lei estadual do Amazonas que trata sobre as concessões florestais no âmbito das UC de uso sustentável denominadas Florestas Estaduais-Florestas.

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