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Direito Internacional

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Universidade Estácio de Sá Direito Internacional Público 
 
 
gloriagodoy26@hotmail.com Professora: Glória Godoy 
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Direito Internacional 
 OBS: QUERIDO ALUNO, 
ESTE TEXTO É APENAS UM RESUMO DAS DISCUSSÕES EM SALA DE AULA, 
COMO FACILITADOR DO ESTUDO. 
NÃO DISPENSA, PORTANTO, O ESTUDO ATENTO DA COLETÂNEA, DO LIVRO E DA JURISPRUDÊNCIA. 
 
Aula 3: Fontes do Direito Internacional 
Pessoas internacionais – A sociedade internacional, como a interna, apresenta pessoas que se 
relacionam e estabelecem relações jurídicas. Estas pessoas, para a prática dos atos internacionais, 
apresentam personalidade internacional e capacidade para a prática dos atos. A personalidade 
internacional nasce do reconhecimento dos demais membros da sociedade internacional enquanto a 
capacidade advém da soberania. 
Assim, são pessoas internacionais, dotadas de personalidade, pessoas jurídicas de direito público 
internacional: 
- Estado soberano – é a pessoa paradigma, as demais são ficções jurídicas que fazem referência 
ao Estado Soberano. A identificação de um Estado soberano está na reunião dos elementos essenciais; 
território, povo, poder soberano, finalidade social e governo organizado. Será personificado na 
sociedade internacional pelo chefe de Estado e representado pelo chefe de governo, de forma natural. 
Outras pessoas podem representar o Estado, dependendo de poderes especiais para isto. 
- Organizações internacionais – são formadas pela união de pessoas jurídicas de direito 
público internacional. Ao lado dos Estados soberanos são as pessoas internacionais mais numerosas. 
Temos como exemplo a ONU, FMI, BIRD, OMC, etc. 
OBS: As ONGs não se confundem com as Organizações internacionais. Enquanto as 
Organizações são integradas por pessoas de direito internacional, as ONGs são integradas por pessoas 
humanas (naturais), não sendo pessoas internacionais, apesar de, em muitos momentos serem ouvidas na 
sociedade internacional (como o GREENPEACE, Médicos sem Fronteiras, etc). 
- outras pessoas internacionais: 
• Beligerantes – grupos armados que lutam especificamente pela independência de um 
território. Não se confundem com grupos terroristas que lutas por uma causa. Os 
beligerantes tem como objetivo a independência, a criação de um novo Estado 
Soberano. É o caso do IRA – Exército Republicano Irlandês (do inglês Irish Republican 
Army), um grupo paramilitar católico que intenciona que a Irlanda do Norte separe-se 
do Reino Unido e seja reanexada à República da Irlanda. 
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OBS: As FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) reivindicaram em 
2008 o status de insurgentes, com objetivo de poderem firmar tratados internacionais, 
não lograram êxito, sendo mantidas como terroristas. 
• Insurgentes – são grupos que lutam pela independência de determinado território, 
insurgindo-se contra a Soberania exercida no local. No entanto, não utilizam da força, 
mas de outros meios. É o caso da Catalunha, região ao sul da Espanha, que se utiliza do 
futebol, através do time Barcelona, para manifestar sua insatisfação em relação a 
soberania de Madri. 
• Santa Sé – herdeira do antigo Estado Soberano que atendia pelo mesmo nome, perdeu 
seu território e povo na invasão de Mussolini, na segunda guerra mundial. Mesmo 
assim, Mussolini firmou com o representante da Santa Sé, o Papa, Tratado internacional 
reconhecendo como ente equiparado a Estado Soberano, tendo o Papa mantido o direito 
às honras de chefe de Estado. 
• Cruz Vermelha Internacional – Criada pela Suíça, que se mantinha neutra nas guerras 
travadas na Europa, com objetivo de socorrer os feridos na guerra. Hoje, se apresenta ao 
socorro de pessoas vítimas de desastres, catástrofes ou na miséria. São subvencionados 
pelo governo Suíço. 
• Soberana Ordem de Malta – criada para socorrer feridos em Jerusalém pelas 
Cruzadas, hoje se dedica a pesquisas na área da Farmácia. 
 
Fontes do Direito Internacional - São modos pelos quais o Direito Internacional se manifesta, ou seja, 
a maneira pela qual surge a norma jurídica. 
 É diferente de fundamentos, que são de onde a norma retira sua obrigatoriedade. 
 
Fontes formais e materiais 
materiais - elementos históricos, sociais e econômicos que geram normas internacionais. 
formais - formulam o Direito Internacional positivado. 
(art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça - CIJ, de 1945). 
1 - convenções internacionais (Tratados e os atos unilaterais); 
2 - costume internacional; 
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3 - princípios gerais do Direito (reconhecidos pelas nações civilizadas; 
4 - jurisprudência e doutrina; 
A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex aequo et bono, se 
as partes com isto concordarem. 
 
COSTUMES 
 Prática Geral aceita como sendo o direito. 
Elemento material - a prática das pessoas jurídicas internacionais. É elemento material essencial a 
caracterização do costume, ou seja, a repetição sistemática, por em certo tempo, que pode ser reduzido 
desde que conjugue o outro elemento. 
Elemento subjetivo ou psicológico - é a certeza de que se trata de norma jurídica, e não de um hábito. 
Trata-se, na verdade, de um erro do Estado Soberano, que acredita estar diante de uma norma expressa. 
Fim do costume - A forma material de término do costume é a codificação (em tratado) ou a 
modificação por outro costume. 
A prova do costume - um costume internacional poderá ser provado pela demonstração da prática 
reiterada, por atos unilaterais, alegações anteriores por parte do Estado questionado, etc. 
 A utilização do costume como fonte mais importante do direito internacional está em 
decadência pelo aumento significativo de normas codificadas, no entanto, ainda mantém sua relevância 
em relação a novos interesses econômicos. 
 
ATOS UNILATERAIS 
 São atos jurídicos elaborados, ou alterados, pela manifestação de vontade de uma só Soberania. 
 Em regra surtem seus efeitos na ordem interna do Estado Soberano. Podem, contudo, gerar 
efeitos na sociedade internacional como, por exemplo, quando estabelecem os limites do mar territorial, 
da zona econômica exclusiva , etc. 
 Poderá, ainda, haver atos de notificação à sociedade internacional, como é o caso do protesto, 
reconhecimento, renúncia ou denúncia. 
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ANALOGIA E EQUIDADE 
 São métodos de raciocínio jurídico e não fontes propriamente ditas. 
Analogia - é fazer valer, para determinada situação de fato, a norma jurídica concebida para aplicar-se a 
uma situação semelhante, na falta de regra que se ajuste ao exato contorno do caso. 
 Seu uso é restrito não podendo ser utilizado para limitar o exercício das Soberanias ou 
imposição de cortes internacionais. 
 
Equidade - pode ser utilizada tanto na insuficiência da norma internacional quando no caso do 
estabelecido em norma seja inaceitável ao senso de justiça do intérprete. 
 A aplicação da equidade, no entanto, dependerá da expressa concordânciadas partes em litígio. 
 
DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA 
 São formas úteis ao correto entendimento e aplicação do direito em virtude de suas imperfeições 
seja uma eventual inconsistência, seja obscuridade ou ambiguidade. 
Jurisprudência - conjunto das decisões arbitrais e judiciais proferidas para solucionar litígios entre 
Estados. 
 Em conceito mais elástico abrange pareceres das cortes internacionais e manifestações 
diplomáticas como laudos, pareceres e relatórios. 
Doutrina - Para ser utilizada no âmbito internacional é necessário que a doutrina seja unânime a 
respeito da matéria. Hoje, este consenso é muito raro, no entanto, nas questões em que existe, não pode 
ser desprezado. O consenso é condição fundamental para a utilização da doutrina. 
 
DECISÕES ET AEQUO ET BONO 
 O estatuto da CIJ optou por utilizar uma expressão latina, que traz a ideia de equidade entre as 
partes. Assim, se as partes decidirem, outra solução poderá ser adotada. Esta modalidade é mais 
utilizada na arbitragem internacional, quando as partes aceitam a decisão de uma terceira pessoa, a 
quem transferem poderes previamente estabelecendo que se submeterão sua decisão.

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