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- -1 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO CONTEÚDOS EMERGENTES NO DIREITO INTERNACIONAL Gabriel Pedro Moreira Damasceno - -2 Olá! Você está na Unidade Conheça aqui as compreensõesConteúdos Emergentes no Direito Internacional. básicas acerca de temas importantes para o Direito Internacional, como os demais sujeitos e os aspectos relacionados à solução de controvérsias dentro do Direito Internacional, conhecendo a Corte Internacional de Justiça e o Tribunal do Mar e as relações internacionais. Aprenda sobre as Organizações Internacionais (OIs). Conheça ainda o Mercosul, seus objetivos e instrumentos e compreenda a representação internacional. Bons estudos! 1 Introdução Esta unidade apresenta entendimentos a respeito dos temas e demais sujeitos do Direito Internacional. Além disso, trata das possibilidades de uso da força nas relações internacionais, buscando contribuir para o desenvolvimento técnico do estudante, e, ao mesmo tempo, em alguns momentos, proporcionando parainsights desenvolvimento de espírito crítico em relação ao Direito Internacional. - -3 2 Demais sujeitos de Direito Internacional Damasceno (2015) aponta que as relações bilaterais e multilaterais sempre foram comuns no cenário da política internacional, porém a criação de organizações públicas internacionais é uma novidade do século XIX. Ademais, o autor afirma que as transformações ocorridas no cenário internacional pós-guerra ocasionaram a formação das diversas que passaram a determinar normas para seus membros,Organizações Internacionais (OIs), exigindo que o comportamento destes seja de acordo com o Direito Internacional (DI). Segundo Damasceno (2015), no cenário internacional atual, as OIs atuam em diversas áreas, desde a manutenção da paz entre os Estados até o incentivo ao livre comércio e ao desenvolvimento econômico. Além disso, o indivíduo pode ser alvo de algum de seus trabalhos, não importando sua nacionalidade, como é evidenciado pela proteção dos Direitos Humanos. As OIs contribuem para o desenvolvimento global com seus programas. As contribuições da Organização das Nações Unidas (ONU) para a manutenção da paz, as contribuições do Banco Mundial (BIRD) para fomentar o desenvolvimento são contribuições inestimáveis. No entanto, suas decisões empeçaram a diferenciar-se dos padrões usuais de como as agências trabalham, em que Estados criavam organizações internacionais, e essas organizações executavam os seus anseios. Dessa forma, como aponta Damasceno (2015), as OIs adquiriram, paulatinamente, um nível elevado de independência em suas ações, gerindo-se com menor interferência dos Estados que, , criaram-nas. Essa a initio relativa independência alcança a definição de suas prioridades e ideias, persuadindo, inclusive, países subdesenvolvidos, o que gera o desafio de se compreender as suas ações. A independência conquistada por elas e a sua compreensão se tornam um dos pontos de maior relevância do DI Contemporâneo. Mas não é só isso! Para Damasceno e Silva (2015) a comunidade internacional vive um momento de intensas transformações, as quais provocam modificações na relação dos sujeitos nela inseridos. Tem surgido uma preocupação internacional com direitos humanos como nunca antes se viu. Contudo, não se pode falar em proteção internacional dos direitos humanos sem a contrapartida das responsabilidades do indivíduo perante o plano internacional. Assim, identifica-se no Direito Internacional que,a desconcentração da figura do Estado soberano, contemporaneamente, convive em um cenário contendo novos atores, sujeitos, lógicas, racionalidades, dinâmicas e procedimentos que se dialogam e extrapolam as fronteiras estatais. Ser um sujeito no Direito Internacional é possuir a capacidade de atuar dentro da Sociedade Internacional, sendo o sujeito possuidor de capacidade jurídica. Segundo Silva (2018, Locais do Kindle 2172) “A Sociedade - -4 Internacional é formada pelos destinatários diretos do Direito Internacional, isto é, pelas entidades as quais as normas jurídicas internacionais atribuem direitos e impõem obrigações”. Tais sujeitos, segundo Silva (2018) seriam: Estado. Organização internacional. Pessoa humana. Santa Sé. Segundo Silva (2018) há a seguinte classificação dos sujeitos, os quais, em função da sua situação jurídica, seriam: Sujeitos de direitos e sujeitos de deveres Seriam a regra, apesar de haver entidades a quem o Direito Internacional atribua apenas direitos (por exemplo, indivíduos com direito de petição junto a tribunais ou organizações internacionais) ou só imponha obrigações (como os indivíduos julgados por crimes de guerra). Sujeitos ativos e sujeitos passivos Os ativos gozariam da faculdade de cooperar diretamente na formação do Direito Internacional positivo (p. e., Estados, Igreja Católica, certas associações de Estados e algumas organizações internacionais); os passivos seriam os destinatários das normas jurídicas internacionais, sem participação efetiva na sua formação. S u j e i t o s permanentes e sujeitos transitórios Permanentes, seriam apenas os Estados e a Igreja Católica; transitórios, seriam as organizações internacionais e os beligerantes. Fique de olho Na Nova Ordem Internacional também se trabalha com a ideia de atores internacionais que, mesmo sem possuir personalidade jurídica internacional, possuem poder de influenciar o meio internacional, havendo uma ampla inter-relação de diversos desses atores. - -5 Sujeitos originários e s u j e i t o s supervenientes Originários seriam os Estados da Europa ocidental e a Igreja Católica; supervenientes seriam os outros Estados e as outras categorias de membros da Sociedade Internacional. Sujeitos com autodeterminação e s u j e i t o s semautodeterminação Só gozariam de plena autodeterminação os Estados soberanos e a Igreja Católica, podendo, ao lado deles, haver sujeitos com autodeterminação parcial ou limitada, como os protetorados e os Estados vassalos. Sujeitos de Direito Internacional Comum e Sujeitos de Direito Internacional Particular Os da primeira categoria seriam aceitos como tal pela generalidade dos Estados; os da segunda apenas seriam reconhecidos por alguns Estados (por exemplo, Soberana Ordem Militar de Malta). Sujeitos de Direito Internacional Público e deDire i to Internacional Privado Os Estados seriam sujeitos de Direto Internacional Público, mas, na relação com outros Estados, também poderiam intervir como sujeitos de Direito Privado. O Direito Internacional também reconheceria, por vezes, sujeitos de Direito Privado, como as Organizações Não Governamentais – ONGs e as empresas transnacionais. O Estado como sujeito de Direito Internacional já foi tratado anteriormente, iremos, a partir de agora, trabalhar com os outros sujeitos que compõem a Sociedade Internacional. Fique de olho Em opinião consultiva, a Corte Internacional de Justiça afirmou que os sujeitos de direito não são necessariamente idênticos no tocante à sua natureza ou extensão de seus direitos. A natureza do sujeito dependerá das necessidades da sociedade em que ele está inserido. Opinião Consultiva sobre Reparações de Danos Sofridos a Serviço das Nações Unidas (CIJ, 1949, 174 International Law Reports, p. 178). - -6 2.1 Organizações internacionais Segundo Silva (2018, Locais do Kindle 2172), organização internacional é compreendida como: A associação voluntária de sujeitos de Direito Internacional, criada para desenvolver da melhor maneira possível as relações entre os Estados, permitindo-lhes cumprir em conjunto funções que não poderiam realizar separadamente, uma vez que existem certos problemas que só podem ser resolvidos com a colaboração dos demais membros da Sociedade Internacional. A primeira Organização Internacional criada foi a Comissão Central para a Navegação do Reno, em 1815, integrada pela Suíça, Alemanha, França Bélgica e Holanda. Tinha por objetivo regulamentar a navegação pelo Rio Reno, com sede em Estrasburgo,na França. De acordo com Almeira & Barreto (2014, p.28): Durante o século XIX, as organizações internacionais se multiplicam. Isto é possível pelas novas formações que os Estados vão adquirindo: estabilidade interna, maior controle sobre a população, fronteiras bem definidas, ausência de um poder superior e a maior especialização e eficiência dos governos. Com isso, os Estados passam a visar a determinados “fins” em função do bem-estar de sua população (ainda que este bem-estar fosse em grande parte presumido, e muitas vezes identificado com o interesse do grupo governante). Tais finalidades passam a aproximar os Estados mutuamente, quando fica claro que a cooperação pode ser o melhor meio para a obtenção de fins comuns. Portanto, as primeiras organizações internacionais têm objetivos bastante concretos e estritos, que se resumem à persecução de finalidades estatais [...] Porém, conforme aponta Damasceno (2015), foi após a eclosão da Segunda Guerra mundial, que gerou a destruição de boa parte da Europa, e com o crescimento simultâneo do socialismo no Hemisfério Leste, que ganhou força a ideia de construção de uma ordem internacional voltado ao Direito não mais apenas ligada à ideia de sobreposição do poder, contribuindo-se, dessa forma, para uma multiplicação de Organizações Internacionais. Assista aí https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2 /b6ac0417120d311d0de5afa5c49d7926 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/b6ac0417120d311d0de5afa5c49d7926 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/b6ac0417120d311d0de5afa5c49d7926 - -7 2.2 Pessoa humana Segundo Silva (2018, Locais do Kindle 2187): Na Sociedade Internacional, a pessoa humana tem o exercício de seus direitos limitado, somente tem acesso livre às Cortes de Direitos Humanos. Fora isso, as pessoas devem recorrer à proteção do seu Estado de origem por meio diplomático ou da Organização Internacional onde esteja prestando serviço, a chamada proteção funcional. Não há acesso livre a todos os tribunais. Assim, a pessoa humana não se equipara em atributos e obrigações aos demais entes, apesar de alguns autores, como Touscoz, entenderem que as pessoas sempre desempenharam um papel importante na Sociedade Internacional, quer ajam por conta de uma entidade pública ou privada (como governo, dirigente ou agente), quer ajam em nome próprio (no plano das ideias ou das realizações concretas). - -8 2.3 Santa Sé Segundo Silva (2018, Locais do Kindle – 15907): Somente começou a ter a sua personalidade internacional discutida após a invasão de Roma pelas tropas do General Cadorna (1870), para a realização da Unificação Italiana. Essa questão foi levantada porque a Santa Sé, com a incorporação dos Estados Pontifícios ao Reino da Itália, perdeu a base territorial sobre a qual assentava a sua soberania. É interessante salientar que no início da questão romana o papado não reconheceu o Estado Italiano e não permitiu que os católicos participassem da vida política italiana. Por outro lado, o governo italiano, por meio da Lei de Garantias, de 13.05.1871, reconhecia ao Papa todas as prerrogativas e privilégios de Chefe de Estado, com estatuto jurídico comparado ao Rei da Itália, garantindo-lhe ainda a posse das edificações do Vaticano. A Questão Romana foi definitivamente resolvida com os Acordos de Latrão (11.02.1929), entre a Santa Sé e a Itália, que compreenderam um acordo político (que reconheceu a soberania do domínio internacional da Santa Sé e o seu direito à plena propriedade e jurisdição soberana, segundo seu artigo 26, sobre o Estado da Cidade do Vaticano), outro financeiro e uma concordata. A personalidade internacional, reconhecida expressamente no artigo 12, é da Santa Sé e não do Vaticano. A relação entre o Vaticano e Santa Sé é uma relação entre Estado e governo. A Santa Sé é a união: da Cúria Romana, que é a reunião da congregação que auxilia o Papa em seu ministério, dos tribunais encarregados do Poder Judiciário e do secretariado encarregado do trabalho administrativo (Secretaria Apostólica); e, do Papa. A Santa Sé, como pessoa internacional, possui os direitos de legação e convenção. O Vaticano possui uma nacionalidade própria, a qual, segundo Pena Marinho, configura-se num combinado com . Têm sua nacionalidade: a) osjus domicilii jus laboris Cardeais residentes na cidade do Vaticano ou em Roma; b) os que residem de um modo permanente na Cidade do Vaticano. Assista aí https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2 /de1d01492d35618c769e565e212985da https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/de1d01492d35618c769e565e212985da https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/de1d01492d35618c769e565e212985da - -9 3 Direito Internacional e relações internacionais 3.1 Realismo Segundo Damasceno (2019), para a Teoria Realista das Relações Internacionais o indivíduo busca de poder e os Estados atuam da mesma forma, ou seja, o Estado busca do seu próprio interesse, definido em termos de poder. O poder, neste viés, é entendido em termos dos recursos materiais necessários para prejudicar fisicamente ou coagir outros Estados, ou seja, . Neste sentido, aponta Damasceno (2019, p. 33): Ao se analisar a sociedade internacional numa perspectiva realista, o cenário global está fundamentado em três pressupostos: a natureza anárquica, a competição pelo poder e a lógica do conflito. Nesta concepção, o Estado é visto como ator unitário, entendido como a instituição política mais apta do sistema internacional na definição de interesses e na sua consecução por meios mais adequados, assim, nem mesmo as organizações internacionais mais importantes poderiam estabelecer limites e regras para o comportamento do Estado. - -10 3.2 Liberalismo Ao contrário da visão pessimista da Teoria Realista, segundo Damasceno (2019), a tradição Liberal das Relações Internacionais acredita no progresso humano na sociedade civil moderna alcançada por meio da economia capitalista. Nesse sentindo, a Teoria Liberal entende que a natureza humana é boa, sendo possível às pessoas uma melhora de suas condições morais e materiais, viabilizando o progresso social e a paz duradoura. Sustenta, assim que o comportamento humano mau que gera injustiça e a guerra surgem em virtude de instituições sociais inadequadas ou corruptas e desentendimentos entre os líderes. Dessa forma, a expansão da liberdade humana, alcançada por meio das democracias e através do capitalismo podem até mesmo eliminar a injustiça, a guerra e a agressão. Para Damasceno (2019, p. 35): Assim, a Teoria Liberal vê nos fatos que sucedem a partir de 1989 como o nascimento de um “novo mundo” e uma perspectiva de melhores temos para a Sociedade Internacional. Ao contrário da Teoria Realista, enxerga-se fé no papel nas instituições internacionais como a ONU, OTAN, FMI, Banco Mundial e a União Europeia. A Teoria Liberal não nega que estas instituições, muitas vezes, refletem o interesse de alguns Estados, todavia, as mesmas unem os mais diferentes Estados, inclusive ex-inimigos, aplicando-se as normas do Direito Internacional e buscando s solução pacífica de suas controvérsias, alcançando-se, desta forma, a paz mundial. 3.3 Teoria radical Uma terceira perspectiva teórica sobre as Relações Internacionais é encontrada na Teoria Radical. Os radicais, assim como anarquistas e marxistas, entendem o Estado como um problema, distinguindo, portanto, de forma dramática dos realistas e dos liberais. Os radicalistas apresentam uma teoria anticapitalista por meio da perspectiva do mundo contemporâneo, entendendo que as mudanças que ocorreram pós 1989, em realidade, em pouco alteraram a Sociedade Internacional, que, para estes, continua dividido entre Estados ricos e poderosos e Estados altamente dependentes deoutro lado. Dessa forma, o “novo” arranjo torna a Sociedade Internacional mais insegura. - -11 4 As controvérsias internacionais e sua solução - -12 4.1 Corte Internacional de Justiça Em relação à Corte Internacional de Justiça – CIJ, com sede em Haia (Países Baixos), tratada nos artigos 92 a 96 da Carta da ONU, e com funcionamento regulado pelo Estatuto da Corte Internacional de Justiça, Silva (2018) aponta que: Segundo Damasceno (2018), a CIJ é orientada por seu Estatuto e se aplica apenas a Estados, excluindo outros sujeitos de Direito Internacional, como as organizações internacionais e o indivíduo, exceto para emissão de pareceres consultivos que podem ser solicitados por organizações internacionais. Conforme o Art. 2 do Estatuto, ela é composta de um corpo de juízes independentes, eleitos sem atenção à sua nacionalidade, tendo como requisito a alta consideração moral e condições exigidas em seus respectivos Estados para o desempenho das mais altas funções judiciárias, ou que sejam jurisconsultos de reconhecida competência em Direito Internacional. Quanto à sua competência, a Corte abrange todas as questões que as partes lhe , bem como todos os assuntos especialmente previstos na Carta das Nações Unidas ou em tratados esubmetam convenções em vigor, podendo dirimir controvérsias de ordem jurídica que tenham por objeto a interpretação de um tratado; qualquer ponto de direito internacional; a existência de qualquer fato que, se verificado, constituiria a violação de um compromisso internacional e; a natureza ou a extensão da reparação devida pela ruptura de um compromisso internacional (DAMASCENO, 2018). É considerada o principal, mas não o único, órgão judiciário da ONU, uma vez que seus Estados- membros têm a possibilidade de submeter litígios a outros tribunais internacionais (art. 95) e mesmo um Estado não-membro da ONU poderá submeter-lhe a solução de um litígio internacional. Fique de olho O sucesso atual da Corte não deve fazer perder de vista as dificuldades e os desafios futuros. Para ter condições de enfrentar tais desafios, creio que um passo importante seria iniciar uma discussão sobre as modificações do Estatuto. O atual Estatuto foi redigido em 1920. Em pouco tempo terá cem anos. Para muitas coisas, continua a funcionar perfeitamente. Para outras, mostra os sinais do tempo. O consenso manifestado pelos Estados em relação à Corte poderia ser utilizado para iniciar uma discussão, no nível dos Estados e no seio das Nações Unidas, para modificar algumas partes do Estatuto. Não creio que uma modificação de um instrumento técnico como o Estatuto possa levantar questões políticas relevantes, e, portanto, poderia ser realizada em um tempo razoável. (PALCHETTI, 2019, p. 56). - -13 - -14 4.2 O Tribunal do Mar Segundo Araújo Júnior e Oliveira (2017, pp.92-93), o Tribunal Internacional do Direito do Mar, da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar de 1982, conhecida como a Convenção de Montego Bay de 1982, efetivou- se com o objetivo precípuo de velar pela Convenção e, consequentemente, pelo meio ambiente marinho. Nesse sentido, os autores afirmam: A evolução histórica dos Direitos Humanos nos levou ao patamar atual, onde passamos a reconhecer o Direito ao Meio Ambiente Equilibrado como um Direito Humano, o que, por conseguinte, lhe conferiu tratamento especial por parte dos Estados e posteriormente por parte da Comunidade Internacional, na tentativa de efetivação daquele direito universal. A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar de 1982, conhecida como Convenção de Montego Bay de 1982, que repisou os conceitos de sustentabilidade apresentados pela Conferência de Estocolmo de 1972, adaptando-os ao meio ambiente marinho, representa um dos maiores avanços no âmbito do Direito Internacional, bem como no âmbito do Direito Ambiental Internacional e, não se poderia deixar de mencionar, no âmbito dos Direitos Humanos, pois até esse instrumento internacional, nunca tantos países haviam se juntado para a elaboração de um documento tão grandioso. Respeitando na medida do possível as divergências existentes entre os Estados, a Convenção de Montego Bay de 1982 logrou êxito em estabelecer limites marítimos específicos, mas não se limitou a isso. Elevou à categoria de Patrimônio Comum da Humanidade a Área e todos os recursos provenientes dela, e apresentou normas específicas relativas à preservação do meio ambiente, como se verificou na Parte XII, e normas específicas para a resolução de conflitos decorrentes da aplicação ou da interpretação da Convenção, a Parte XV. Não se contentando com a previsão direta de normas de proteção ao meio ambiente a Convenção apresenta em toda a sua extensão normas que, mesmo fora da Parte XII, protegem o meio marinho de forma direta ou indireta. Fique de olho “O Tribunal logrou êxito em demonstrar a importância da tomada de postura cooperativa entre os Estados como forma de proteger o meio marinho, e de forma mais ampla o meio ambiente. A reafirmação dos princípios da solidariedade e da cooperação como princípios fundamentais do direito internacional e, em especial, do direito internacional do meio ambiente é sem sombra de dúvidas uma grande contribuição do Tribunal para a preservação - -15 Assista aí https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2 /497b1a47b038d95e3d8ae0ea530936fc fundamentais do direito internacional e, em especial, do direito internacional do meio ambiente é sem sombra de dúvidas uma grande contribuição do Tribunal para a preservação do meio ambiente” (ARAÚJO JÚNIOR; OLIVEIRA, 2017, p. 92). https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/497b1a47b038d95e3d8ae0ea530936fc https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/497b1a47b038d95e3d8ae0ea530936fc - -16 4.3 O uso da força Damasceno (2018) aponta que a Carta da ONU, em seu art. 2 (4) afirma que os membros da organização deverão evitar em suas relações internacionais a ameaça ou o uso da força contra a integridade territorial ou a dependência política de qualquer Estado, ou qualquer outra ação incompatível com os Propósitos das Nações Unidas. Quanto à utilização da força em legítima defesa, a Carta da ONU, em seu art. 51 prevê: Nada na presente Carta prejudicará o direito inerente de legítima defesa individual ou coletiva no caso de ocorrer um ataque armado contra um membro das Nações Unidas, até que o Conselho de Segurança tenha tomado as medidas necessárias para a manutenção da paz e da segurança internacionais. As medidas tomadas pelos membros no exercício desse direito de legítima defesa serão comunicadas imediatamente ao Conselho de Segurança e não deverão, de modo algum, atingir a autoridade e a responsabilidade que a presente Carta atribui ao Conselho para levar a efeito, em qualquer tempo, a ação que julgar necessária à manutenção ou ao restabelecimento da paz e da segurança internacionais. Shaw (2010) afirma que há controvérsias sobre a extensão acerca do direito à legítima defesa: por um lado sustenta-se que o Estado apenas poderia recorrer à legítima defesa caso tenha ocorrido um ataque armado. Por outro lado, alguns autores sustentam que existe um direito consuetudinário à legítima defesa, que supera a exigência da existência de consecução de um ataque armado prévio. Silva (2018), ainda, aponta a Resolução n. 2.625 (XXV) da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 24.10.1970, que enumerou como princípio do Direito Internacional abstenção de ameaça ou uso da força, sendo ilegítimo uso da força a não ser que seja aplicado por um órgão ou organização internacional competente ou exercido como ato de legítima defesa. Verificam-se, assim, como elementos da legítima defesa: um ataque armado contra o Estado; comunicação imediata ao Conselho de Segurança e; proporcionalidade. Fique de olho A Resolução n. 2.625 (XXV) da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 24.10.1970,com base no relatório de seu Comitê Especial dos Princípios de Direito Internacional, enumerou a Abstenção de ameaça ou uso da força (entre outros) como princípios fundamentais nas relações entre os Estados. Segundo Silva (2018, Locais do Kindle 5008-5054): “Este primeiro princípio consagrado pela Resolução afirma que os Estados, em suas relações internacionais, se abstêm de recorrer a ameaça ou uso da força ou qualquer outra forma incompatível com os propósitos das Nações Unidas, contra a integridade territorial ou a independência política de - -17 propósitos das Nações Unidas, contra a integridade territorial ou a independência política de outro Estado. O uso da força será desta forma, ilegítimo, a não ser que seja aplicado como uma sanção ordenada ou autorizada por um órgão ou organização internacional competente, ou seja, exercido como ato lícito de legítima defesa. Até o Pacto da Sociedade das Nações, o emprego da força pelos Estados era lícito. A força armada era descrita como um recurso de última instância que os Estados podiam utilizar discricionariamente como meio para solucionar as controvérsias ou para alcançar outros fins de apoio à sua diplomacia (...). Outro instrumento, o Tratado de Renúncia à Guerra, também conhecido por Pacto Briand-Kellog ou Pacto de Paris condenou veementemente o recurso da guerra para a solução das controvérsias internacionais, renunciando a ela como instrumento de política nacional, em suas mútuas relações, consagrando o princípio da solução pacífica dos litígios internacionais (...) Proíbe-se não apenas o uso, mas também a ameaça do uso da força, esclarecendo-se tratar, nesse caso, da força armada, e não de outras formas de pressão econômica ou política. As represálias armadas, a agressão indireta [428] e o uso da força contra povos que exercem seu direito à livre determinação também são consideradas ilegítimas”. - -18 5 O Mercado Comum do Sul – Mercosul Segundo Silva (2018) a proposta mercosulina de integração, instituída entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai a partir do Tratado de Assunção de 26.03.1991, visa promover a inserção mais competitiva dos quatro países no mercado internacional. Ao contrário das tentativas anteriores de integração, da ALALC e da ALADI, o Tratado de Assunção apresenta propostas mais estruturadas e consistentes, aumentando, assim, a possibilidade de êxito dessa nova tentativa diante da realidade atual. - -19 Figura 1 - Países membros e associados do Mercosul Fonte: Peter Hermes Furian, Shutterstock, 2020. #PraCegoVer: A imagem apresenta um mapa da América do Sul com destaques aos países integrantes do Mercosul. Os países membros: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela. E os países associados: Chile, Equador, Bolívia, Peru, Colômbia, Guiana e Suriname. Silva (2018) aponta que o Tratado prevê, em seu Capítulo I, os seguintes propósitos e princípios, que deveriam ter sido consolidados até 01/01/1995: livre circulação de bens e serviços de fatores produtivos entre os países- - -20 membros; estabelecimento de uma tarifa externa e de uma política comercial comum em relação a terceiros Estados ou agrupamentos de Estados; a coordenação de posições em foros econômico-comerciais regionais e internacionais e a coordenação de políticas econômicas e setoriais entre os Estados-partes, bem como de comércio exterior, agrícola, industrial, fiscal, cambial, de capitais, de serviços alfandegários, de transporte, comunicações e outros. Silva (2018) aponta que para se alcançar tais objetivos, serão utilizados os seguintes instrumentos: • um programa de liberação comercial; • um regime geral de origem, a ser adotado no período de transição, até 1995; • sistema de solução de controvérsias da Cláusula de Salvaguarda; • constituição de subgrupos de trabalho do Grupo de Mercado Comum – GMC; • a celebração de acordos setoriais. • • • • • Fique de olho “A cúpula de Ouro Preto, em dezembro de 2004, é uma propícia ocasião para que o Mercosul crie um quadro institucional compatível com os elevados propósitos dos Estados Partes, especialmente do eixo Brasil-Argentina. O discurso brasileiro reconhece com perfeição a importância estratégica do aprofundamento do bloco. No que atine ao alargamento, a associação do Peru e o anúncio de novas associações faz prova do momento ascendente em que se encontra o processo, ao menos no plano político, embora o conteúdo real da associação reste ainda a precisar. O sucesso do Mercosul parece depender da capacidade de o Brasil transformar seu auspicioso discurso em um verdadeiro projeto que estipule políticas comuns e ações coletivas em diferentes campos. A comunhão de problemas entre os Estados Partes é intensa o suficiente para justificar um elenco de iniciativas que independem das negociações comerciais e que podem estender à cidadania os benefícios da integração. É preciso, ainda, assumir os ônus que trarão o avanço da união aduaneira e o tratamento das assimetrias entre os sócios, largamente justificados pelos benefícios que trará às relações internacionais do Brasil a constituição de um verdadeiro interlocutor sub-regional” (VENTURA, 2019, p. 11). - -21 6 Os órgãos de relações externas do Estado brasileiro / Representação Internacional A Representação Internacional, na doutrina de Casella, Accioly e Nascimento, é denominada órgãos das . A representação do Estado pertence ao chefe de Estado.relações entre Estado De acordo com a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, uma pessoa é considerada representante de um Estado para a adoção ou autenticação do texto de um tratado ou para expressar o consentimento do Estado em obrigar-se por um tratado se a prática dos Estados interessados ou outras circunstâncias indicarem que a intenção do Estado era considerar essa pessoa seu representante para esses fins e dispensar os plenos poderes. Ademais, a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados entende que, em virtude de suas funções e independentemente da apresentação de plenos poderes, são considerados representantes do seu Estado, os para a realização de todos osChefes de Estado, os Chefes de Governo e os Ministros das Relações Exteriores atos relativos à conclusão de um tratado. Neste tópico iremos tratar de alguns dos principais órgãos brasileiros que geram as suas relações internacionais. Porém, antes de prosseguirmos, precisamos trazer os princípios comuns a todos eles. Esses princípios decorrem do próprio texto constitucional, vejamos: Independência nacional. Prevalência dos direitos humanos. Autodeterminação dos povos. Não intervenção. Igualdade entre os Estados. Defesa da paz. Solução pacífica dos conflitos. Repúdio ao terrorismo e ao racismo. Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade. Concessão de asilo político. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. Importante salientar que, por terem força constitucional, esses princípios são obrigatórios a todos os órgãos que serão aqui trabalhados. Ademais, precisamos ressaltar que dentro das suas relações, o sujeito do Direito Internacional será o Estado, no nosso caso, a República Federativa do Brasil e não os seus órgãos competentes. - -22 Assim, de acordo com nossa constituição, os principais órgãos que mantêm relações internacionais são: • Chefe de Estado – representado pelo Presidente da República; • Ministro das Relações Exteriores; • Diplomatas. • • • - -23 6.1 Chefe de Estado O Chefe de Estado é o mais alto órgão do Estado, não importando a designação que receba – Rei, Imperador, Presidente da República, Primeiro-Ministro – sendo o representante do Estado na Sociedade Internacional. É de competência do direito interno de cada Estado designar esse ente supremo e especificar quais serão seus poderes e limitações, que, no caso do brasileiro, é de competência de um único agente, que congrega as funções derepresentação do Estado e o exercício dos poderes substantivos de Governo, como se verifica na Constituição Federal de 1988. É necessário, portanto, trazer à tona os seguintes artigos da nossa Constituição, no que se refere às relações internacionais: Art. 21. Compete à União: I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; II - declarar a guerra e celebrar a paz; III - assegurar a defesa nacional; IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal. [...] Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos; VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional. Em território estrangeiro, os Chefes de Estado, enquanto ali estejam nessa qualidade, gozam de certas prerrogativas e imunidades. O fundamento de tais prerrogativas e imunidades reside em considerações de cortesia, de conveniência recíproca e até de necessidade (CASELLA; ACCIOLY; NASCIMENTO, 2012). Segundo Silva (2018) são extensivas aos familiares e à comitiva que acompanha o Chefe de Estado em visita oficial a outro Estado. • Inviolabilidade, que atinge a pessoa, os documentos, os veículos e a sua residência temporária no Estado em que esteja em visita oficial permanecendo, desta forma, isento de qualquer medida coercitiva; • Isenção de impostos pessoais, aduaneiros e de consumo; • Imunidade de jurisdição, ou seja, isenção de jurisdição territorial em matéria civil e penal. No tocante a essa última, admitem-se algumas exceções, em que a isenção deixa de existir. Essas exceções, segundo é geralmente admitido, ocorrem nos seguintes casos: • Aceitação voluntária, pelo chefe de estado, da jurisdição territorial; • • • • - -24 • Aceitação voluntária, pelo chefe de estado, da jurisdição territorial; • Ação sobre imóvel situado no território estrangeiro; • Ação proposta contra o chefe de estado, no país em que se encontra, se tal ação se funda na sua qualidade de herdeiro ou legatário. Ressalta-se que o Chefe de Estado que tenha sido deposto, ou que tenha abdicado, deixa de gozar os privilégios e imunidades reconhecidos aos titulares em exercício (CASELLA; ACCIOLY; NASCIMENTO, 2012). • • • Fique de olho “Em 1998, encontrava-se em Londres o ex-chefe de estado chileno, general Augusto Pinochet, quando foi denunciado por genocídio, tortura, sequestros, assassinatos, desaparecimento de pessoas, e solicitada sua detenção e eventual extradição para julgamento, a pedido do Juiz espanhol Baltazar Garzón. A Câmara dos Lordes acabou por acolher o pedido, mas não no tocante aos atos praticados quando no exercício da presidência” (CASELLA; ACCIOLY; NASCIMENTO, 2012). - -25 6.2 Ministro das Relações Exteriores Em virtude da multiplicidade das funções do Chefe de Estado, é fatidicamente impossível ele seja o único e exclusivo órgão de representação, devendo, desta forma, confiar tais poderes a outro órgão que o represente. Trata-se do Ministério das Relações Exteriores, que é órgão de representação do Chefe de Estado na Sociedade Internacional (SILVA, 2018). A Constituição brasileira determina em seu artigo 87 que os ministros de Estado serão escolhidos dentre , sendo de competência dobrasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República. O Decreto n. 99.795 de 1990 determina em seus primeiros artigos que o Ministro de Estado das Relações Exteriores fica autorizado a ausentar-se do país sempre que necessária sua presença no exterior para bem como se delegou ao Ministro de Estado das Relaçõestratar de assuntos da área de sua competência, Exteriores a atribuição de autorizar os servidores não diplomáticos do Ministério das Relações Exteriores a ausentarem-se do país em missão oficial. Por fim, a Medida Provisória n. 782 de 2017 determinou como competência do Ministério das Relações Exteriores: Política internacional. Relações diplomáticas e serviços consulares. Participação nas negociações comerciais, econômicas, técnicas e culturais com governos e entidades estrangeiras. Programas de cooperação internacional. Promoção do comércio exterior, de investimentos e da competitividade internacional do País, em coordenação com as políticas governamentais de comércio exterior. Apoio a delegações, comitivas e representações brasileiras em agências e organismos internacionais e multilaterais. - -26 6.3 Os diplomatas O diplomata é um órgão que representa um Estado junto à soberania local de outro Estado. Em razão de representar a soberania do Estado, só poderá ser diplomata a pessoa que possuir a nacionalidade do Estado (SILVA, 2018). A Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961 é o documento básico no que concerne às relações diplomáticas entre os estados. Esta Convenção determina que o s membros do pessoal diplomático da Missão deverão, em princípio, ter a nacionalidade do Estado acreditante. Ademais, afirma que os membros do pessoal diplomático da Missão não poderão ser nomeados dentre pessoas que tenham a nacionalidade do Estado acreditado, exceto com o consentimento do referido Estado, que poderá retirá-lo em qualquer momento. A figura do Chefe da Missão Diplomática é representada pela chefia da missão diplomática divide-se nas seguintes classes: • Embaixadores e núncios: acreditados perante Chefes de Estado e outros Chefes de Missão de categoria equivalente; • Enviados, ministros ou internúncios: acreditados perante Chefes de Estado; • Encarregado de negócios: acreditados perante Ministros das Relações Exteriores. São prerrogativas e imunidades (SILVA, 2018): • Inviolabilidade da pessoa do agente diplomático e de sua residência particular, não podendo ser objeto de nenhuma forma de detenção ou prisão.Acrescenta-se que esta prerrogativa inclui seus documentos e sua correspondência e, também, seus familiares, desde que não sejam nacionais do Estado acreditado; • Isenção de impostos e taxas sobre direitos e emolumentos que perceba em razão da prática de atos oficiais; • Imunidade de jurisdição local, sofrendo restrição em relação ao direito de sucessão, a ações reais sobre imóveis de propriedade particular do diplomata e a ações referentes à prática por parte do diplomata e seus familiares de profissão liberal simultânea ao cargo de representação diplomática. Ademais, acrescenta-se que no Brasil, não há imunidade de jurisdição em matéria trabalhista. • Isenção de todos os impostos e taxas pessoais, excetuando-se os impostos indiretos que estejam normalmente incluídos no preço das mercadorias ou dos serviços; impostos e taxas sobre bens imóveis privados, situados no território do Estado acreditado, a não ser que o agente diplomático os possua em nome do Estado acreditante e para os fins da missão; os direitos de sucessão percebidos pelo Estado; os impostos e taxas sobre rendimentos privados que tenham a sua origem no Estado acreditado e os impostos sobre capital, referentes a investimentos em empresas comerciais; os impostos e taxas cobrados por serviços específicos prestados e os direitos de registro, de hipoteca, custas judiciais e imposto de selo relativos a bens imóveis. Por outro lado, no que se refere aos Agentes Consulares, estes são representações do Estado de origem no que tange a assuntos privados (interesses comerciais, assistência e proteção a seus nacionais naquela localidade). Seus atos são regidos pela Convenção de Viena sobre Relações Consulares. • De carreira • • • • • • • • - -27 Assemelham-se aos agentes diplomáticos, sendo diplomatas deslocadospara as funções consulares e que têm as mesmas prerrogativas. • Honorários Instituídos facultativamente pelo Estado. Quanto às suas prerrogativas e imunidades, encontramos: • Inviolabilidade pessoal e dos locais consulares apenas no que concerne à sua atividade. Poderá ser convocado para depor como testemunha ou receber sanção do Estado em que atua, não podendo se furtar a isso; • Imunidade de jurisdição, exceto em caso de crime grave e em decorrência de decisão de autoridade competente; • Imunidade de jurisdição pelos atos realizados no exercício das funções consulares; • Isenção fiscal no que diz respeito a impostos pessoais, diretos e aduaneiros (Não gozará de imunidade de jurisdição o Cônsul Honorário). é isso Aí! Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • conhecer as noções acerca dos sujeitos de Direito Internacional; • conhecer as organizações internacionais; • compreender a pessoa humana como sujeito de Direito Internacional; • estudar as teorias das relações internacionais e a Corte Internacional de Justiça; • conhecer o Tribunal do Mar; • conhecer o Mercosul e seus objetivos e instrumentos; • compreender a representação internacional. Referências ALMEIDA, P. W.; BARRETO, R. Z.. . Rio de Janeiro: FGV Editora, 2014.Direito das Organizações Internacionais ARAÚJO JÚNIOR, L. R. S.; OLIVEIRA, L. P. S. A ATUAÇÃO DO TRIBUNAL INTERNACIONAL DO DIREITO DO MAR NA PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE: UM ESTUDO DO CASO DA USINA MOX. Revista de Estudos e Pesquisas , v. 4, n. 1, p. 67-96, 2017.Avançadas do Terceiro Setor AZAMBUJA, D. . 42. ed. São Paulo: Globo, 2001.Teoria Geral do Estado BRASIL. . 2009.Decreto nº. 7.030 • • • • • • • • • • • • - -28 CASELLA, P. B.; ACCIOLY, H.; NASCIMENTO, G. E. . 20. ed. São Paulo:Manual de direito internacional público Saraiva, 2012. CRETELLA NETO, J. . São Paulo: Saraiva, 2012.Curso de Direito Internacional Econômico DAMASCENO, G. P. M.; DA SILVA, L. L. A Constitucionalidade do Tribunal Penal Internacional. Revista Eletrônica . [on line] / Coordenação Geral Leonardo Nemer Caldeira Brant. – v.16 - (2015-2 ). Belode Direito Internacional Horizonte: CEDIN, 2015. DAMASCENO, G. P. M. As Decisões da Corte Internacional de Justiça como Fonte de Direito Internacional: análise documental do caso “Oil Platforms”. Tribunais internacionais e a implementação procedimental de suas . MENEZES, Wagner (org.). Belo Horizonte: Arraes Editores, 2018.decisões DAMASCENO, G. P. M.; NEVES, L. B. B. A utilização de indicadores globais como mecanismo de enforcement no combate à corrupção. , v. 11, n. 1, p. 94-115, 2018.E-Civitas DAMASCENO, G. P. M. Análise das Teorias das Relações Internacionais na ética determinista: behaviorismo e natureza humana nas Relações Internacionais. , v. 1, n. 1, 2019.Revista Parajás DINH, N.Q.; DAILLER, P.; PELLET, A. . 2ª. ed. Lisboa: Fundação CalousteDireito Internacional Público Gulbenkian, 2003. HUSEK, C. R. . 13. ed. São Paulo: LTr, 2015.Curso de Direito Internacional Público ONU. . 1945.Estatuto da Corte Internacional de Justiça PALCHETTI, P. Desafios e perspectivas da Corte Internacional de Justiça. RDUno: Revista do Programa de Pós- , v. 1, n. 1, p. 52-60, 2019.Graduação em Direito da Unochapecó ROUSSEAU, C. Droit international public. Paris: Sirey, 1970 SILVA, Roberto Luiz. apud Curso de Direito . 2018.Internacional SHAW, M. . São Paulo: Martins Martins Fontes, 2010.Direito Internacional SILVA, R. L. . 2018. Edição do Kindle.Curso de Direito Internacional SILVA, R. L. S.; DAMASCENO, G. P. M. Agnew e a interdisciplinaridade da soberania: entre a geopolítica e o direito internacional. In: [Recurso eletrônico on-line] organização CONPEDI/ UFG / PPGDP.Direito internacional Coordenadores: Dirceu Pereira Siqueira, Florisbal de Souza Del Olmo, Joao Henrique Ribeiro Roriz j – Florianópolis: CONPEDI, 2019. VARELLA, M. D. . São Paulo: Saraiva, 2009.Direito Internacional Público VENTURA, D. A tardia urgência de um projeto para o Mercosul. , v. 1, p. 11, 2019.Pontes Olá! 1 Introdução 2 Demais sujeitos de Direito Internacional 2.1 Organizações internacionais Assista aí 2.2 Pessoa humana 2.3 Santa Sé Assista aí 3 Direito Internacional e relações internacionais 3.1 Realismo 3.2 Liberalismo 3.3 Teoria radical 4 As controvérsias internacionais e sua solução 4.1 Corte Internacional de Justiça 4.2 O Tribunal do Mar Assista aí 4.3 O uso da força 5 O Mercado Comum do Sul – Mercosul 6 Os órgãos de relações externas do Estado brasileiro / Representação Internacional 6.1 Chefe de Estado 6.2 Ministro das Relações Exteriores 6.3 Os diplomatas De carreira Honorários é isso Aí! Referências
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