Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 1-FASES DO DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE 1.1Etapas do Desenvolvimento Segundo Freud Fase Oral Período: de 0 a 1 ano A região do corpo que proporciona maior prazer à criança é a boca. É pela boca que a criança entra em contato com o mundo. O principal objeto de desejo nesta fase é o seio da mãe, que além de alimentá-la proporciona satisfação ao bebê. Fase anal Período: 2 a 4 anos A criança obtém prazer pela estimulação do ânus ao reter e expulsar as fezes. O controle da defecação gera sentimentos de prazer e de dor. Nesta fase que se faz a educação para a higiene. Se a educação é severa e demasiado exigente resultarão comportamentos ambivalentes: obsessão pela ordem, teimosia, egoísmo, crueldade, violência, rebeldia, desorganização. Neste estádio, há o reforço do Ego. Fase Fálica Período: de 4 a 6 anos A zona erógena principal é a região genital: os órgãos sexuais são estimulados pela criança, que assim obtém prazer. A curiosidade sobre as diferenças sexuais é grande. É neste estádio que surge o Complexo de Édipo É aqui que se forma o super-ego e se supera o complexo de Édipo, bem como se desenvolve a noção de identidade sexual. Fase de Latência Período: de 6 a 11 anos Deslocamento da libido da sexualidade para atividades socialmente aceitas, a criança passa a gastar sua energia em atividades sociais e escolares. Fase Genital 2 Período: a partir de 11 anos. Neste período, que tem início com a adolescência, há uma retomada dos impulsos sexuais, o adolescente passa a buscar, um objeto de amor. A adolescência é um período de mudanças no qual o jovem tem que elaborar a perda da identidade infantil e da infância, para que possa assumir uma identidade adulta. Adolescência Período: de 12 a 18 anos. A adolescência é uma fase cheia de questionamentos e instabilidade, que se caracteriza por uma intensa busca de “si mesmo” e da própria identidade. Nessa fase todos os padrões estabelecidos são questionados, buscando assim a liberdade e autoafirmação. O humor fica extremamente lábil, com crises de raiva, choro e risos, alternados e exagerados, além da insatisfação constante, e oposição a tudo o que o adulto sugere. Erikson aponta com sendo a fase da Identidade X Confusão de Papéis, há um grande desejo de ser valorizado no grupo; porém o medo de não ser capaz está sempre presente. É uma fase de muita criatividade, com críticas ao que acontece ao seu redor, tendo necessidade de falar sobre o que pensa, mas só quando desejar, como se precisasse constantemente provar sua liberdade de falar ou calar. Maturidade – Jovem adulto Período: de 19 a 40 anos. Passa pela fase da Intimidade X Isolamento, Onde deseja um relacionamento afetivo íntimo, duradouro e continuo, através de relações profundas, construção de uma carreira profissional que lhe dê estabilidade. Maturidade – Meia Idade Período: de 40 a 60 anos. Fase da Produtividade X Estagnação, onde se a carreira profissional e as questões emocionais estiverem “resolvidas”, tanto pode ocorrer uma estagnação, como uma busca de novos desafios. A chamada crise dos 40 ocorre quando se avalia que não se tem mais todo o futuro pela frente, e que o recomeço não é tão simples, pois sair do conhecido, e lançar-se no escuro amedronta, torna-se mais preocupante do era que antes. 3 Fase extremamente criativa dizendo ser o “inicio do libertar-se do aprisionamento do ego”, é sim um período especial, e que o importante é responder as seguintes perguntas: Para o que quero usar meu potencial? O que tenho realmente que fazer na vida? Qual é a minha verdadeira tarefa? Velhice Período: após 60 anos. Fase onde se desenvolve a Integridade X Desesperança, Onde ocorre naturalmente a avaliação do que foi vivido, com a percepção clara de que não é possível mudar muitas coisas que já passaram. É um fato real, que se o idoso ficar preso a essas perdas haverá muito inconformismo, revolta ou depressão. Se o idoso conseguir manter a “integridade do ego” para adaptar-se às mudanças pessoais e sociais, conseguirá satisfazer seus anseios, atingindo, como resultado de toda experiência vivida, o dom da sabedoria. “O desenvolvimento Humano é comumente definido como transformações físicas e psicológicas que ocorrem com o passar dos anos”. Tony Booth 1.2 Organização Mental do Homem por Freud Freud ao estudar o funcionamento e a organização mental do homem percebeu que existem três elementos funcionais que atuam de diferentes formas. Aos elementos, nomeou: Id Ego Superego. ID Ao Id foi atribuída à parte primitiva da mente, o instinto irracional que se manifesta sem a preocupação com princípios morais, éticos, etc. O Id é mais evidenciado na infância, pois na infância a mente é dominada pelo desejo de ter seus pedidos atendidos imediatamente. Na fase adulta, o Id é influenciado pelo Ego e Superego. 4 Ego Ao Ego foi atribuída a parte de equilibrar os anseios do Id e do Superego de forma racional e consciente. O Ego possui elementos conscientes e inconscientes que se conflitam para que uma decisão seja tomada. No Ego também se alojam os mecanismos de defesa, para se livrar de forma inconsciente de situações que provoque dor psíquica, angústia. Superego Ao Superego foi atribuída a função de impedir a realização dos instintos e desejos do Id. Influencia o Ego de forma a castigá-lo por se influenciar pelo Id provocando os sentimentos de culpa e recompensá-lo quando é influenciado por atitudes aceitáveis. Utiliza regras, éticas, valores e moralidades para agir no Ego de forma a censurar o Id Dessa forma, pode-se perceber que o Id e o Superego são elementos inconscientes geradores de conflitos no Ego, elemento consciente responsável pela tomada de decisões e pela liberação do pensamento na realidade externa. O Ego quando influenciado pelo Id torna um indivíduo: agressivo, dependente, escandaloso, histérico, impaciente, mal-humorado, rebelde, falso, egoísta, etc. Enquanto que quando influenciado pelo Superego torna o mesmo: crítico, acusador, exigente, preconceituoso, prepotente, autoritário, invalidador de ideias, etc.. Mostrando que os elementos da estrutura mental são interdependentes não podendo ser considerados isoladamente. Nesse processo o Ego atua para obter influências do Id e do Superego de forma com que a influência seja racional 1.3 Formação da Personalidade 5 Personalidade é um conceito amplo e abrangente. É a organização permanente das predisposições do indivíduo dos seus traços característicos, motivações, valores e modos de ajustamento ao ambiente. O desenvolvimento da personalidade é um processo complexo, depende de quatro tipos de fatores: O 1º - fator é o biológico no qual se incluem a dotação genética, temperamento, aparência física e taxa de maturação. O 2º - fator é a participação num grupo cultural. Em cada cultura há características que são adquiridas desde muito cedo. O 3º - fator é a socialização isto são as experiências da criança com os outros. A personalidade é, sobretudo o produto da aprendizagem social, dos modos de vida dos pais. O 4º - fator é a situação de vida que o individuo vive que pode concorrer para que manifeste cansaço, frustração, ansiedade, calma, bom humor; as recompensas ou castigos que recebe influenciam muito. 2. HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL E NO MUNDO A doença Mental na Pré-história era atribuída a meios externos: forças sobrenaturais,bruxaria, demônios, deuses. As pessoas acometidas eram tratadas em rituais tribais. Em caso de insucesso a pessoa era abandonada Na Antiguidade era atribuída a forças demoníacas. Não haviam locais para destinar os doentes mentais. Os ricos permaneciam em suas residências e os pobres vagavam pelas ruas. O louco era um problema familiar, não social. Na Grécia os sacerdotes orientavam o tratamento com caridade e atividades físicas. Médicos tinham grande respeito pelo doente, porém caso não respondesse bem a terapia eram isolados da sociedade. Na Idade Média a loucura era vista com tolerância, acreditava-se que era designo de Deus. Os loucos eram considerados parte da sociedade e alvo de caridade. Os doentes eram chamados de lunáticos ( do latim Luna=Lua), pois acreditava-se que a mente era influenciada pelas fases da lua. Doentes mentais agressivos eram amarrados, e submetidos a longos períodos de jejum, sob alegação de estarem possuídos. Muitas vezes eram submetidos a rituais de exorcismo. 6 Na Idade Moderna houve inicio da visão racional da doença, abandono de crenças místicas. Com a industrialização, iniciaram os problemas sociais, aumento do número de mendigos. Loucos eram vistos como desocupados eram marginalizados e isolados. Surgimento dos Hospitais Gerais, que internavam loucos e marginalizados da sociedade. Na Idade Contemporânea, fim do séc. XVIII denuncias contra torturas. Abordagem mais humana do doente mental. Construção de asilos, o tratamento era feito com uso de violência. A loucura passa a ser uma doença que necessita de tratamento específico. Em 1793 Philippe Pinel quebrou as correntes que prendiam os loucos. Nesta época avança o conhecimento sobre as doenças mentais. No séc. XX postura mais humanista no tratamento dos doentes, extinção dos asilos e construção dos hospitais psiquiátricos. No sec. XX Freud revela a concepção do homem como um todo, mente e corpo, e o papel da história pessoal no desenvolvimento de transtornos mentais. Em 1952 foi sintetizado o primeiro neuroléptico do mundo a Clorpromazina. Muitos progressos foram feitos como: atitude positiva frente ao doente mental, doentes crônicos melhoram, o tratamento em casa se tornou possível, expande-se os tratamento psicoterápicos, teoria do relacionamento terapêutico enfermeiro paciente e enfoque na assistência física para centrar-se na relações interpessoais( ambiente terapêutico) 2.1 História da Psiquiatria no Brasil Em 1852, fundado o primeiro manicômio, por D. Pedro II, no Rio de Janeiro. De 1852 a 1905 foram construídos 20 manicômios no país. Os manicômios eram construídos em locais afastados. Eram frequentados em sua maioria por pessoas pobres. O cuidado dos loucos era tarefa da Irmandade Misericórdia e esteve nas mãos da Santa Casa até 1889. Os doentes mentais eram denominados alienados. Em 1950-1970 houve falta de leitos nos hospícios e abertura de leitos privados As condições de tratamento do doente mental nos hospitais eram absurdamente covardes, tais como: banho coletivo, medicação sem 7 critério, infraestrutura péssima e superlotação, castigos físicos, ociosidade dos internos. Tudo era organizado pensando no lucro e manutenção da ordem. Em 1964 o governo contrata os hospitais privados para prestarem assistência a pacientes de hospitais públicos. A assistência piora muito devido ao baixo valor pago pelo governo. Em 1960 Franco Basaglia questiona a existência de hospitais psiquiátricos e em 1978 foi aprovada a lei que proíbe a construção de novos hospícios. Em 1987 surge o primeiro CAPS e NASP do Brasil em São Paulo. Em 1990 ocorreu a Reforma psiquiátrica Brasileira, Lei enfatizava: a reiteração social, proibição de construção de novos hospícios e tratamento ambulatorial. Em 1992, houve a substituição dos leitos por rede integrada de atendimento ao paciente mental. Em 2001 com a lei 10.216, garantiu-se aos doentes mentais proteção aos seus direitos, rede de atenção diária (CAPS) e financiamento do MS para instituições substitutivas aos hospícios. 3. LOCAIS ONDE O DOENTE MENTAL É ASSISTIDO Muitas alterações ocorreram nas ultimas décadas com relação aos locais onde o doente mental é assistido. O ambiente passou a servir como medida terapêutica, fazendo parte da terapia do paciente. Hospitais Psiquiátricos São instituições públicas ou particulares. Proporcionam ambiente de internação, integral ou parcial. Voltado para assistência ao doente mental agudo ou grave. Proporcionam aos pacientes atividades recreativas e sociais Muitos têm características luxuosas de hotelaria, com: piscina, quadra e área de lazer. Porém o crucial é o ambiente terapêutico. Ambulatórios de Saúde mental Nível secundário da assistência. Atende o doente mental e também a sua família 8 Suporte para o atendimento primário. Desenvolvem ações de maior complexidade terapêutica que o setor primário A forma de atendimento segue os passos de recepção, triagem, processo diagnóstico e encaminhamento para programas terapêuticos. Emergência Psiquiátrica O objetivo é controlar a gravidade de quadro e evitar a internação hospitalar. Geralmente estão inseridas nos PAs. Possuem leitos de observação de 48/72hs Após a avaliação paciente é encaminhado para internação ou ambulatório psiquiátrico Unidades básicas de Saúde O objetivo é a prevenção de crises. O atendimento do paciente dentro do grau de complexidade da assistência. Desenvolvem ações tratamento do doente, ações que elevam o nível de saúde mental e ações para grupos ou para a comunidade. Comunidade Terapêutica O próprio ambiente é utilizado como intervenção terapêutica. A ênfase maior é dada a interação social. Visa influenciar os indivíduos através de atividades cotidianas. Centro de Atendimento Psicossocial (CAPs) São estruturas terapêuticas intermediárias, entre o hospital e a comunidade. Trata: casos graves e egressos de internações. Sua principal demanda são: psicóticos e neuróticos graves, sempre acompanhados de desajustamento socioeconômico. O CAPs tem como objetivos estimular a participação de atividades produtivas dentro e fora do centro, buscando inserção profissional (artesanatos, manufaturados e cooperativas), promoção de evento cultural ou recreativos, produzindo espaços de troca entre os usuários, familiares e comunidades e estimulo a formas de saúde e cooperadas de moradia para quem necessite 9 Qualquer que seja o local onde o paciente é atendido compete aos membros da equipe de enfermagem, além de suas funções técnicas: criar e manter o ambiente terapêutico e estabelecer relações interpessoais terapêuticas com o paciente. CERSAM – Centro de Referência em Saúde Mental Integram a nova política de saúde mental. Semelhantes aos hospitais dia, algumas unidades fazem atendimento noturno. Composto por equipe multidisciplinar visa atender pacientes com repetidas internações São atividades realizadas no CERSAM: atividades lúdicas, psicoterapia, terapia medicamentosa, artes plásticas e demais atividades de terapia ocupacional. 4.TRANSTORNOS MENTAIS São alterações mentais ou de conduta em decorrência de fatores ambientais psicológicos e biológicos. Tais fatores podem levar a psicopatologias em graus diferentes de intensidade Biológico: anomalias genéticas, síndromes, hipóxia no parto. Psicológicos: morte, abuso sexual, separações, divórcios. Ambientais: catástrofes naturais, falta de emprego e moradia. Os transtornos mentais são divididos em dois grandes grupos as neuroses e as psicoses.5.NEUROSES São mecanismos de defesa exagerados, para resolver conflitos persistentes. É relativamente brando. Não costuma exigir internação O paciente não perde o contato com a realidade e tem certa compreensão do seu problema. . Algumas neuroses são: Depressão/melancolia Transtorno de ansiedade Transtorno dissociativo ou conversivo Transtorno obsessivo compulsivo Transtorno do pânico Transtornos da alimentação Transtornos sexuais 10 Transtornos do sono Transtornos de personalidade Uso abusivo de substâncias Transtorno bipolar 5.1.Depressão É a diminuição da atividade mental. Caracterizada por: tristeza, desânimo e falta de confiança em si. É uma doença multifatorial, envolve fatores genéticos, somáticos, psíquicos e ambientais. A personalidade do indivíduo é de grande interesse pela ordem, sentido de dever, sobriedade e relações sociais marcadas pela escrupulosidades. É um transtorno que inclui: choro, tristeza, desinteresse, perda da autoestima, inibição, isolamento, perda ou ganho de peso, dores diversas, anorexia, alterações do sono, pensamento lento e alterações do ritmo de vida. A depressão pode ser dividida em três tipos: Endógena ou melancólica Antes chamada de psicótica. De origem interna e desconhecida. Inicio brusco, por vezes ligada as estações do ano. Pode apresentar-se isolada ou como parte do transtorno bipolar. Comporta risco de suicídio. A primeira crise pode estar relacionadas a causas externas, mas as seguintes não. Psicogênica Antes chamada de reativa, situacional ou neurótica. O paciente apresenta: traços neuróticos prévios, maior ansiedade devido a atores psicossociais na sua origem. Somatogênica Está relacionada com doenças orgânicas ou uso de medicamentos. 11 5.2.Mania O paciente se mostra: excessivamente animado, plenamente feliz, ousado, capaz, excitação psíquica, hiperatividade, fuga de ideias, falta de atenção, verborreia, sobrevalorização, irritabilidade e inquietação. O paciente não se sente doente A Mania pode ser classificada em 4 tipos: Hipomania É uma apresentação eufórica, mas atenuada. Vem acompanhada da desinibição e hiperatividade Mania Aguda Apresentação de traços mais marcantes. Mudanças de humor, linguagem incoerente e delírio de grandeza. Mania Delirante Menor agitação. Alucinações ocasionais e delírios persistentes Mania com Delírio Grande hiperatividade, desorientação no tempo e espaço, alucinações visuais, ideias delirantes e humor muito variável. 5.3. Transtornos da Ansiedade A ansiedade é uma reação normal ao estresse e ameaça. Reação emocional ao perigo real ou imaginário. É experimentada psicologicamente, fisiologicamente e comportamentalmente. A ansiedade e medo são frequentemente usados como sinônimos, porém o medo é uma reação a uma ameaça específica, enquanto a ansiedade é uma reação a uma ameaça não específica. A ansiedade pode ser normal ou patológica. A ansiedade normal é desejável e útil, para o desenvolvimento do indivíduo, como após sustos ou morte de alguém. A patológica – acontece quando causa perturbação na vida diária. A ansiedade é extremamente comunicável, por gestos, fácies, e ocorre em graus variados. 12 A ansiedade pode ser provocada por fatores como: doença e hospitalização, situação de exposição pública, privação da satisfação sexual, restrição de movimento, isolamento, interrupção ou perda do meio de ganhar a vida, atitude imprevisível das pessoas das quais depende, frustação de metas e expectativas, confusão ou incerteza sobre o presente e o futuro e separação da família e dos amigos. Os sinais e sintomas que acompanham a ansiedade frequentemente são: taquicardia, taquipnéia, alterações na PA, relaxamento dos músculos lisos da bexiga e intestinos, inquietação motora, diminuição da autoestima, pele úmida e calafrios, pupilas dilatadas, boca seca, cefaleia e numerosas queixas físicas. A ansiedade pode ser classificada em graus: Leve Alerta o individuo acerca de uma situação nova. É impossível escolher meios para alcançar o desenvolvimento e a liberdade Moderada Impede a tomada de decisões claras e precisas. Diminui a percepção, porém ainda é possível fazer escolhas. Grave Diminui muito a percepção ou a distorce. Capacidade de concentração reduzida. Dificuldade em fazer escolhas. A energia da pessoa está voltada para fugir da situação de perigo 5.3.1. Ansiedade Fóbica Fobia é um medo infundado de algum objeto ou situação, que esteja ou não presente. O medo pode estar centrado sobre qualquer coisa que sugira morte, doença ou desastre. Está relacionado a alguma coisa real, ou seja, existe um fator desencadeante, porém este não apresenta um perigo real. O perigo é aumentado desproporcionalmente Existem vários tipos de ansiedade fóbica alguns exemplos são: Agorafobia Medo de lugares abertos. O indivíduo apresenta temor de ser deixado só ou de sair de casa. Evita multidões e lugares públicos. É incapacitante, pois interfere na capacidade de o indivíduo viver uma vida normal. 13 Fobia Social Temor persistente de qualquer situação de grupo, onde a pessoa acredita que será o foco da atenção, na qual teme agir de modo que a cause humilhação ou embaraço. A mais comum é o medo de falar em público. Os indivíduos acometidos sentem-se aterrorizados frente à situação de exposição. Fobia Simples Caracterizada por medo persistente de objeto ou situação específicos. O indivíduo pode temer: corredores e pequenos elevadores (claustrofobia), micróbios (misofobia), sangue (Hemafobia), doenças (patofobias), animais (zoofobias). Quando exposto ao objeto temido, os sinais de ansiedade aparecem, porém desaparecem tão rapidamente quando o objeto é retirado. O portador evita ao máximo o contato com o objeto temido. 5.4.Transtorno Dissociativo Conversivo Conhecida anteriormente como histeria de conversão. Uso de sintomas físicos como disfarces (Adaptações), na tentativa de solucionar algum problema. Estudiosos acreditam que o transtorno representa conflito não resolvido, armazenado na mente do doente. Os sintomas são a simbolização dos seus problemas. Os sinais e sintomas podem incluir: cegueira, gravidez, paralisia e surdez. Os sintomas da histeria não são compatíveis com a real situação, corresponde à representação imaginária. Grande Histeria Crise semelhante à crise convulsiva ou ataque epilético. O paciente apresenta convulsões com: espasmos, rigidez, tremores e perda de consciência. É curioso como o paciente: não se machuca, não apresenta liberação de esfíncteres e não morde a língua. Também é curioso que sempre: os reflexos pupilares permanecem intactos e o paciente se protege para não se machucar com a queda. Cegueira Histérica É curioso como o paciente: se desvia de obstáculos e os reflexos pupilares permanecem. 14 Surdez histérica O paciente pisca quando exposto a barulho inesperado indicando que o sistema auditivo está intacto. Gravidez Histérica Pode apresentar distensão abdominal, que na verdade é a distensão da musculatura provocada por gazes intestinais. Há ausência de feto e supõe-se que ocorre devido a grande vontade de engravidar O diagnóstico é feito quando se submete o paciente a exames clínicos, aí nota-se a simulação. O individuo é indiferente à patologia, não há angustia da doença, sente-se aliviado com a doença. É mais comuns em pessoas jovens do sexo feminino. Estudos dizem que parece ter umaassociação com distúrbios neuroquímicos. O tratamento é baseado em psicoterapia e tem o objetivo de ajudá-lo a desenvolver comportamentos mais funcionais 5.5. Transtorno do Pânico Desenvolve-se por crises de pânico, sem causa ou fator desencadeante. Faz com ele sinta um medo extremo da situação de morte ou destruição iminente A causa é desconhecida. A genética pode ser um fator determinante. Pesquisas indicam que, se um gêmeo idêntico tem síndrome do pânico, o outro gêmeo também desenvolverá o problema em 40% das vezes. No entanto, a síndrome do pânico em geral ocorre sem que haja nenhum histórico familiar. A síndrome do pânico é duas vezes mais comum em mulheres do que em homens. Os sintomas normalmente começam antes dos 25 anos, mas podem ocorrer depois dos 30. Embora a síndrome do pânico ocorra em crianças, ela normalmente não é diagnosticada até que as crianças sejam mais velhas. Os sintomas mais comuns são: palpitação, dor no peito, tonturas, náuseas, sudorese, dispneia, calafrios ou onda de calor, sensação de formigamento ou fraqueza nas mãos, sensação de estar sonhando ou distorção da realidade, temor e medo de perder o controle. 15 O objetivo do tratamento é ajudar o paciente a agir normalmente na vida cotidiana. Uma combinação entre medicamentos e terapia cognitivo-comportamental funciona melhor. Os medicamentos utilizados são antidepressivos e calmantes. A terapia comportamental ajuda a entender seus comportamentos e o que fazer para mudá-los. Entender e controlar as visões distorcidas dos estressores. Reconhecer e substituir os pensamentos que causam pânico. Gerenciar o estresse e relaxar quando os sintomas ocorrerem. Imaginar as situações que causam a ansiedade, começando pela menos assustadora. Envolver-se lentamente com as situações da vida real pode ajudá-lo a superar os medos. Outras atividades que podem colaborar na recuperação são os exercícios regulares, dormir o suficiente, fazer refeições regulares e reduzir ou evitar a cafeína, alguns remédios para gripe e estimulantes. 5.6. Transtorno Obsessivo Compulsivo-TOC Este é um transtorno onde há manifestações obsessivas ou pensamentos obsessivos e reações compulsivas. Obsessão é um pensamento ou ideias persistentes, apesar de sua irracionalidade e contra sua vontade. Ex. um individuo acha que tudo que toca está sujo e contaminado Compulsões são impulsos indesejados de realizar atos para se livrar da ansiedade que o pensamento lhe causa. Ex. o individuo por acreditar que tudo está contaminado lava as mãos sem parar. Os portadores de TOC são: extremamente críticos, tem tendência a introspecção e a perfeição, escrúpulos exagerados e são detalhista A compulsão controla o individuo a ponto de ele não mais conseguir executar suas atividades normais, eles passam a maior parte do tempo executando seus rituais, escravos de sua compulsão. O tratamento é basicamente psicoterapêutico, sem uso de medicações. 16 5.7. Ciclotimia A ciclotimia é o diagnostico referente ao grupo de pacientes que apresentam variações do humor. 5.8. Cleptomania A Cleptomania caracteriza-se pela recorrência de impulsos para roubar objetos que são desnecessários ou sem valor monetário. Esses impulsos são mais fortes do que a capacidade de controle da pessoa, quando a ideia de roubar não é acompanhada do ato de roubar não se pode fazer o diagnóstico. Objetos de valor dificilmente são levados por cleptomaníacos. Se alguma vez a pessoa leva um objeto valioso, sendo na maioria coisas inúteis, pode-se admitir o diagnóstico, caso contrário, não. Acompanhando o forte impulso e a realização do roubo, vem um enorme prazer em ter furtado o objeto cobiçado. A cleptomania geralmente começa no fim da adolescência e continua por vários anos. Geralmente a cleptomania é identificada nas mulheres em torno dos 35 anos e nos homens em torno dos 50. Encontram-se mais casos de cleptomania em mulheres do que em homens. Estima-se a incidência em aproximadamente 6 casos em 1000. Não há tratamento eficaz até o momento. A terapia cognitivo comportamental e medicações podem ser utilizadas no tratamento. Também não se tem certeza se a melhora observada foi devido à atenção dada ou se foi pelo tratamento especificamente 5.9. Distimia Os traços essenciais da distimia são o estado depressivo leve e prolongado. São necessários dois anos de período contínuo predominantemente depressivo. Para o diagnóstico da distimia é necessário antes excluir fases de exaltação do humor como a mania ou a hipomania, assim como a depressão maior. Causas externas também anulam o diagnóstico como as depressões causadas por substâncias exógenas. Durante essa fase de dois anos o paciente não deverá ter passado por um período superior a dois meses sem os sintomas depressivos. Para preencher o diagnóstico além do sentimento de tristeza prolongado precisam apresentar dois dos seguintes sintomas: falta de apetite ou apetite em excesso, insônia ou 17 hipersonia, falta de energia ou fadiga, baixa da autoestima, dificuldade de concentrar-se ou tomar decisões, sentimento de falta de esperança. Os tratamentos com antidepressivos de nova geração, vem apresentando melhores resultados. Os relatos mais frequentes são de sucesso no uso da: fluoxetina, sertralina, paroxetina e emirtazapina. 5.10. Estresse Pós Traumático Perturbação psíquica decorrente e relacionada a um evento fortemente ameaçador ao próprio paciente ou sendo este apenas testemunha da tragédia. O transtorno consiste num tipo de recordação que é mais bem definido como revivescência, pois é muito mais forte que uma recordação. Na revivescência além de recordar as imagens o paciente sente como se estivesse vivendo novamente a tragédia com todo o sofrimento que ela causou originalmente. Para o diagnóstico é essencial que a pessoa tenha experimentado ou testemunhado um evento traumatizante ou gravemente ameaçador. É necessário também que a pessoa tenha apresentado uma resposta marcante de medo, desesperança ou horror imediatamente após o evento traumático. Dentre os sintomas o individuo pode apresentar recordações vivas, involuntárias e abruptas do evento, incluindo: o que pensou, sentiu e percebeu enquanto vivia o evento traumático. Podem ocorrer também pesadelos baseados no tema. Sensação de que o evento fosse acontecer de novo: chegando a comportar-se como se estivesse de fato vivendo de novo o evento traumático com flashbacks ou alucinações com as imagens do evento traumático. As situações que lembram o evento causam intenso sofrimento e são evitadas. Ter de expor-se novamente ao local pode ser insuportável para o paciente. A recordação dos aspectos essenciais do trauma pode também ser apagada da memória, podem provocar afastamento do convívio social, por sentir-se diferente das outras pessoas. Dificuldade de sentir determinadas emoções, como se houvesse um embotamento geral dos afetos. Pode passar a encarar as coisas com uma perspectiva de futuro mais restrita. Outros sintomas podem ser também: insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração, respostas exageradas a estímulos normais ou banais. Os tratamentos preconizados ainda não são plenamente satisfatórios ou estão em início de investigação. Até recentemente a única medicação autorizada oficialmente para tratamento do estresse pós-traumático era a sertralina, que continua sendo indicada. 5.11.Piromania 18 Comportamento repetitivo de atear fogo de forma proposital e intencional. Transtorno pouco conhecido e até mesmo ha quem questione se de fato é um transtornomental Para se realizar esse diagnóstico é necessário excluir transtornos como: esquizofrenia, mania bipolar, e personalidade antissocial. O indivíduo com piromania experimenta uma forte excitação nos momentos que antecedem o ato de incendiar um objeto, demonstra, fascinação pelo fogo e curiosidade e atração pelas circunstâncias relacionadas ao fogo. Não se conhece medicações eficazes para o tratamento de piromania, mesmo as terapias tradicionais como a psicanálise, a terapia cognitivo comportamental não apresentaram resultados satisfatórios. 5.12 Distúrbios Alimentares 5.12.1.Anorexia Nervosa Transtorno alimentar no qual ha busca implacável por magreza. Leva a pessoa a recorrer a estratégias para perda de peso, ocasionando importante emagrecimento. As pessoas anoréxicas apresentam um medo intenso de engordar mesmo estando extremamente magras. Em 90% dos casos, acomete mulheres adolescentes e adultas jovens, na faixa de 12 a 20 anos. É uma doença com riscos clínicos, podendo levar à morte por desnutrição. Os sinais e sintomas mais comuns são: perda de peso em um curto espaço de tempo, alimentação e preocupação com peso corporal, crença de que está gordo, mesmo estando excessivamente magro, parada do ciclo menstrual (amenorréia), interesse exagerado por alimentos, comer em segredo e mentir a respeito de comida, depressão, ansiedade e irritabilidade, exercícios físicos em excesso e progressivo isolamento da família e amigos Complicações como a desnutrição, desidratação, hipotensão, anemia, redução da massa muscular, intolerância ao frio, motilidade gástrica diminuída, osteoporose e infertilidade em casos crônicos, podem estar presentes. 19 Não existe uma causa única para explicar o desenvolvimento da anorexia nervosa. É considerada multideterminada por uma mescla de fatores: biológicos, psicológicos, familiares e culturais. Alguns estudos chamam atenção que a extrema valorização da magreza e o preconceito com a gordura nas sociedades ocidentais estaria fortemente associada à ocorrência desses quadros. O tratamento deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar, em função da complexa interação de problemas emocionais e fisiológicos nos transtornos alimentares. Quando for diagnosticada, o médico deve avaliar se o paciente está em risco iminente de morte. O objetivo primordial do tratamento é a recuperação do peso corporal através de uma reeducação alimentar com apoio psicológico. Em geral, é necessária alguma forma de psicoterapia. Para o quadro de anorexia nervosa não há medicação específica indicada. O uso de antidepressivos pode ser eficaz se houver persistência de sintomas de depressão após a recuperação do peso corporal. 5.12.2.Bulimia Nervosa As pessoas ingerem grandes quantidades de alimentos (episódios de comer compulsivo ou episódios bulímicos). Depois, induzem o vômito, uso de laxantes e/ou diuréticos e prática de exercícios extenuantes como forma de evitar o ganho de peso. Na bulimia não há perda de peso, e assim há dificuldade de detectar o problema. A doença ocorre mais frequentemente em mulheres jovens, embora possa ocorrer mais raramente em homens e mulheres com mais idade. Os principais sinais e sintomas da Bulimia são: ingestão compulsiva e exagerada de alimentos, sem aumento proporcional do peso corporal, vômitos auto induzidos, uso de laxantes e diuréticos, depressão, obsessão por exercícios físicos e comer em segredo ou escondido dos outros. Dentre as principais complicações estão: inflamação na garganta, face inchada e dolorida, cáries 20 dentárias, desidratação, desequilíbrio eletrolítico, vômitos com sangue e dores musculares e câimbras. A causa não é definida, é uma síndrome multideterminada por uma mescla de fatores: biológicos, psicológicos, familiares e culturais. Também são fatores envolvidos no desencadeamento desses quadros: a ênfase cultural na aparência física pode ter um papel importante, problemas familiares, baixa autoestima e conflitos de identidade. A abordagem multidisciplinar é a mais adequada no tratamento da bulimia nervosa e inclui: psicoterapia individual ou em grupo, farmacoterapia e abordagem nutricional em nível ambulatorial. As técnicas cognitivo-comportamentais têm se mostrado eficazes. As medicações antidepressivas também têm se mostrado eficazes no controle dos episódios bulímicos. A abordagem nutricional visa: eliminar o ciclo "compulsão alimentar/purgação/jejum". A orientação e/ou terapia familiar faz-se necessária uma vez que a família desempenha um papel muito importante na recuperação do paciente. 5.13. Perversões Sexuais Sob o ângulo dos processos mentais, o interesse estaria mais na compreensão dos processos inconscientes que atuam em um indivíduo para levá-lo a se portar desta ou daquela forma do que na definição do conceito da normalidade. Desvio, socialmente condenado, da conduta comum, e em especial na esfera sexual. O que é condenado numa sociedade não é condenado em outra e os atos permitidos sob determinadas circunstâncias são proibidos em outras. Contudo, a perversão não abrange a não castidade pré-matrimonial ou as relações sexuais normais com pessoas proibidas. Freud entendeu que a necessidade do ser humano e do animal é de cunho biológico é tão forte que pode ser comparada à necessidade básica da alimentação. Entretanto, algumas pessoas estabelecem formas muito próprias e até mesmo patológicas de satisfação dessa necessidade (sexo perverso). São atitudes sexuais diferentes daquelas permitidas pela sociedade, sendo que as pessoas que as praticam não têm atividade sexual normal, ou seja, a sua preferência sexual "desviada" se torna exclusiva. Tais atitudes podem estar presentes em pessoas com vida sexual normal, apenas sendo uma variação da maneira de se obter prazer, sem que se caracterize um transtorno. 21 Para se tornar patológica essa preferência deve ser de grande intensidade e exclusiva, isto é, a pessoa não se satisfaz ou não consegue obter prazer com outras maneiras de praticar a atividade sexual. É importante ressaltar que ela se torna exclusiva porque exclui o normal. Mas pessoas parafílicas podem ter dois ou mais tipos de parafílicas ao mesmo tempo. Em geral, as perversões sexuais são mais comumente vistas em homens, 5.13.1. Tipos Exibicionismo É quando a pessoa mostra seus genitais a uma pessoa estranha. Em geral em local público. E a reação desta pessoa a quem pegou de surpresa lhe desperta excitação e prazer sexual. Mas geralmente não existe qualquer tentativa de uma atividade sexual com o estranho. Exibicionismo Verbal É o que faz propaganda ou alarde sobre o tamanho do seu órgão genital. Fetichismo É quando a preferência sexual está voltada para objetos, tais como: calcinhas, sutiãs, luvas ou sapatos, sendo que a pessoa utiliza tais objetos para se masturbar ou exige que a parceira sempre use o objeto em questão durante o ato sexual, caso contrário não conseguirá se excitar e realizar o ato sexual. Fetichismo transvéstico Caracterizado pela utilização de roupas femininas por homens heterossexuais para se excitarem, se masturbarem ou realizarem o ato sexual, em situações não sexuais se vestem de forma normal. Frotteurismo O homem para obter prazer sexual, necessita tocar e esfregar seu pênis em outra pessoa, completamente vestida, sem o consentimento dela, excitando-se e masturbando-se nessa ocasião. Isso ocorre em locais onde há grande concentração de pessoas, como: metrôs, ônibus e outros meios de locomoção públicos. 22 PedofiliaEnvolve pensamentos e fantasias eróticas repetitivas ou atividade sexual com crianças menores de 13 anos de idade. Está associado a casos de incesto, a maioria dos casos envolve pessoas da mesma família (pais/padrastos com os filhos e filhas). Em geral consiste em toques, carícias genitais e sexo oral, sendo a penetração menos comum. Com a expansão da internet, fotos de crianças têm sido divulgadas, olhar essas fotos, com finalidade de se excitar e masturbar-se consiste em pedofilia. Masoquismo e Sadismo Sexual Masoquismo é quando a pessoa tem necessidade de ser submetida a sofrimento, físico ou emocional, para obter prazer sexual. O sadismo é quando a pessoa tem necessidade em infligir sofrimento (físico ou emocional) ao outro, e disso decorrem excitação e prazer sexual. O sofrimento psicológico também é considerado forma de sadomasoquismo, e consiste na humilhação que se pode sentir ou impor. Atos sadomasoquistas só serão considerados parafilias quando forem repetitivos e exclusivos, sendo que quando eles ocorrem ocasionalmente, dentro de um relacionamento sexual normal, são apenas formas alternativas de prazer, e não uma perversão. Voyeurismo É quando alguém precisa para obter excitação e prazer sexual observar pessoas que não suspeitam estarem sendo observadas, quando: elas estão se despindo, nuas ou no ato sexual. Homossexualidade Certas práticas, como a homossexualidade ou até mesmo o sexo oral, o sexo anal e a masturbação foram considerados parafílicas em seu momento, embora agora sejam consideradas variações normais e aceitáveis do comportamento sexual. Masturbação O excesso na masturbação após a adolescência ou o fato de alguém preferir sempre esta prática, do que o contato com outro indivíduo venha configurar-se uma parafilia. Necrofilia 23 É a compulsão de ter relações sexuais com cadáveres, principalmente com mulheres recentemente sepultadas, não importando a idade. Infantilismo É a preferência para a prática sexual com parceiros de muito menos idade, mais jovens. Hipoxifilia Esta palavra significa literalmente "atração por teor reduzido de oxigênio". Consiste em tentar intensificar o estímulo sexual pela privação de oxigênio, seja através da utilização de um saco plástico amarrado sobre a cabeça ou de alguma técnica de estrangulamento. Estima-se que só nos Estados Unidos entre 500 a mil pessoas morram acidentalmente por ano vítimas desta prática. Coprofilia Também chamada coprolagnia, excitação erótica motivada pelo cheiro ou contato com excrementos. Urofilia Também chamada urolagnia, é a variante da coprofilia em relação à urina. Zoofilia Também conhecida como bestialismo, é o sexo feito com animais, que em alguns casos são até treinados para isso. Clismafilia Excitação erótica provocada pela injeção de alguma substância no reto. Ninfomania A mulher não se satisfaz sexualmente com um só parceiro. Chega até a lesar os órgãos genitais, e não encontra o prazer satisfatório final. Narcisismo É o prazer com a admiração do próprio corpo ou imagem. O impulso sexual não se transfere para outras pessoas. 24 Pedolatria Estímulo na concentração de seus impulsos sexuais em pés femininos, quando são anatomicamente atrativos. Os estudos psiquiátricos sobre o comportamento dos pervertidos sexuais são unânimes em afirmar que os pacientes, sem exceção, insistem que não veem nenhum motivo para escândalo em relação à sua maneira de ser. Na visão deles, suas preferências eróticas são superiores à sexualidade trivial das pessoas comuns. O diagnóstico é baseado na avaliação psicológica e avaliação dos sintomas apresentados. O tratamento é realizado como psicoterapia, terapia de grupo e medicações. De todas as perversões sexuais, a castidade é a mais perigosa. 5.14.Transtornos do Sono Há quatro formas básicas de transtornos do sono. Os primários, originam-se no próprio indivíduo: são divididas em: dissonias (insônia e hipersonia) e parassonias (sonambulismo, terror noturno, pesadelos). Os decorrentes de transtornos psiquiátricos como a ansiedade, depressão, psicoses, mania, etc. Os decorrentes de transtornos físicos em geral como qualquer condição física que prejudique o sono: falta de ar, dores e desconfortos. Os devidos a medicações ou outras substâncias que possam prejudicar o sono. 5.14.1.Insônia É a condição de quantidade ou qualidade insatisfatória de sono que persiste durante mais de um mês. Há três formas básicas de insônia: a do início, mais comum, a do meio e a do fim do sono, As mulheres, pessoas de vida estressante e os idosos são os mais atingidos. A insônia repetidamente, pode levar a um aumento do medo de falta de sono e uma preocupação com suas consequências o que cria um círculo vicioso que tende a perpetuar o problema. O primeiro passo para se tratar a insônia é pôr ordem na própria vida: não dormindo durante o dia, praticar esportes regularmente, não tomar mais do que cinco xícaras de café ao dia, não tomando café após as 16:00h, evitar 25 exercícios pesados ou filmes tensos antes de dormir como, ter cuidado com a alimentação, Procurar atividades tranquilas antes de dormir, como a leitura, não lutar contra a insônia: e caso não consiga dormir em 30 minutos, levantar da cama e procurar uma atividade leve até que o sono chegue sem aborrecer-se com a hora ou com a necessidade de descansar. Também podem ser utilizadas medicações como: os hipnóticos clássicos (benzodiazepínicos) que não resolvem casos demorados e devem ser dados por prazos de até dois meses e os hipnóticos não benzodiazepínicos que podem atuar por mais tempo, mas após um ano deixam de ser tão eficazes. Várias outras medicações, como os anti-histamínicos podem ser tentadas. 5.14.2.Terror noturno Num episódio de terror noturno o indivíduo grita movimenta-se bruscamente numa atitude de fuga. O indivíduo pode sentar-se, levantar ou correr para a porta, como que tentando escapar, sem poder lembrar-se do quê. Logo após o grito, apesar de aparentemente acordado o indivíduo ainda está numa espécie de transição entre o sono e a vigília. O aspecto central é o despertar parcial com grito aterrorizado e a expressão de intenso medo, podendo estar com: o coração acelerado, respiração ofegante, sudorese abundante e pupilas dilatadas. Entre o grito e o restabelecimento passam em média dez minutos, durante os quais o indivíduo não responde aos apelos externos. Neste momento deve-se observar a pessoa, para que ela não se fira em sua transitória confusão mental, nos primeiros minutos após o episódio. As recordações dos sonhos, quando existem, são fragmentadas. Após o episódio o indivíduo pode voltar a dormir novamente, sem despertar nem se recordar do que houve. É comum nas crianças e costuma ceder espontaneamente até os vinte anos de idade. A intervenção medicamentosa fica reservada para os adultos. As medicações empregadas são benzodiazepínicos e antidepressivos tricíclicos 5.14.3.Sonambulismo Alteração, numa determinada fase do sono, que permite a pessoa realizar atos num estado intermediário entre o sono e a vigília. A pessoa claramente mostra não estar consciente de tudo que se passa a seu redor, apesar de realizar pequenas tarefas como andar, vestir-se, sentar-se, olhar. Ocorre nas primeiras horas de sono podendo durar de alguns segundos a poucos minutos. Durante o episódio o paciente mostra-se apático, estabelecendo pouco contato com 26 o meio, parecendo não reconhecer as pessoas. O despertar é difícil nesse momentoe quando gentilmente encaminhado de volta para a cama costuma obedecer. Os adultos podem ter reações mais violentas quando abordados. Usualmente não há recordação do episódio. Não há constatações de que o sonâmbulo quando despertado durante o sonambulismo possa vir a sofrer algum dano. Este é um transtorno tipicamente da infância, sendo apresentado em até 30% das crianças de 3 a 10 anos de idade. Entre 5 a 15% das crianças costumam ter episódios regularmente. Ao longo da puberdade vai diminuindo e apenas um pequeno grupo continua tendo episódios de sonambulismo durante a idade adulta. 40% dos sonâmbulos possuem algum familiar com o mesmo problema Nos adultos é recomendável o uso de medicações quando os episódios são frequentes: os remédios mais usados são os benzodiazepínicos e os antidepressivos tricíclico. 5.15. Abuso de Substâncias Psicoativas As drogas psicoativas são: substâncias naturais ou sintéticas que ao serem penetradas no organismo humano, independente da forma, entram na corrente sanguínea e atingem o cérebro, alterando todo seu equilíbrio, podendo levar o usuário a mudança de comportamento. A overdose é o uso excessivo de alguma droga, sendo considerada uma emergência médica, a gravidade dos seus sintomas pode levar a morte. Os sintomas apresentados por um indivíduo com overdose podem variar, dependem do tipo e da quantidade da droga ingerida. Os mais comuns são: depressão respiratória, acumulo de líquido nos pulmões, dificuldade para respirar, perda de consciência, dificuldade para se movimentar, dificuldade para falar, suores, alucinações, pupilas dilatadas ou contraídas, paradas respiratórias e cardíacas, vômitos, coma e morte. Abstinência significa ação de abster, de se privar de alguma coisa. O ato de renuncia a droga pode causar sérias perturbações ao organismo dependente, desde alterações comportamentais até sensações físicas, a isso dar-se o nome de Síndrome da Abstinência. Pode se dividir em: SAA – Síndrome de Abstinência Aguda que pode ocorrer na ausência do composto viciante entre 3 a 10 dias do último uso. E SAD – Síndrome de Abstinência Demorada que se difere nos sintomas, pode ocorrer no intervalo de meses ou até anos após o uso. Os principais sintomas são: sofrimento mental e físico, mal-estar, convulsões, hiperatividade, tremores, insônia, alucinações visuais, táteis e auditivas, descontrole psicomotor e ansiedade. 27 Álcool O álcool é uma substância que atua n SNC causando: mudança de comportamento, efeitos prazerosos. Podendo causar repercussões em nível: físico, psíquico e social. Atua como um depressor do Sistema Nervoso Central (SNC) e seus efeitos sobre este são dose-dependentes. Pode provocar: amnésia, pensamentos e atos descontrolados, perda da concentração, perda moderação. O alcoolista é a pessoa com perturbação crônica de comportamento, ingerindo excessivamente o álcool, a ponto de influenciar sua vida social e econômica. Abuso de álcool é caracterizado por padrão de uso que leva a prejuízo físico, mental e social, mas sem as características da síndrome de dependência. Pode ser um padrão casual e flexível. Na síndrome da dependência o individuo passa a apresentar rotina de ingestão diária, a bebida torna-se elemento central da vida do individuo, há necessidade do aumento progressivo da dose, devido a tolerância, a dependência é tão grande que o paciente chega a beber perfume, álcool de limpeza e qualquer outro produto que contenha álcool. Não há uma causa conhecida para o alcoolismo ou o abuso de álcool. O motivo de algumas pessoas se viciarem e outras não ainda não é conhecido. Pessoas com risco de desenvolver o alcoolismo: homens que tomam 15 ou mais doses de bebida alcoólica por semana, mulheres que tomam 12 ou mais doses de bebida alcoólica por semana, ou qualquer pessoa que tome mais de cinco doses de bebida alcoólica por vez pelo, menos uma vez por semana. Outras pessoas que podem ter mais chances de abusar do álcool: pessoas que sofrem pressão de colegas, pessoas com depressão, transtorno bipolar, transtornos de ansiedade ou esquizofrenia, pessoas com fácil acesso ao álcool, pessoas com baixa autoestima ou problemas de relacionamentos, pessoas que têm um estilo de vida estressante e pessoas que vivem em uma cultura em que há grande aceitação social do uso de álcool. Os sinais de dependência física incluem: doenças relacionadas ao álcool, necessidade de quantidades cada vez maiores de álcool para ficar embriagado ou atingir o efeito desejado (tolerância), lapsos de memória depois de beber em excesso e sintomas de abstinência quando o uso de álcool é interrompido. Possíveis sintomas e comportamentos do alcoolismo: continuar a beber, mesmo quando a saúde, a família ou o trabalho estão sendo prejudicados, beber sozinho, episódios de violência depois de beber, hostilidade quando confrontado sobre seu hábito de beber, falta de controle sobre o hábito de beber , criar justificativas para beber, faltar no trabalho ou na escola ou apresentar queda de desempenho, não participar mais de atividades por causa do 28 álcool, necessidade de consumo diário ou regular de álcool para ser capaz de realizar funções básicas, esquecer de comer, não se importar com a aparência física, comportamento dissimulado para esconder o uso de álcool e tremedeiras durante a manhã. As principais complicações do alcoolismo envolvem: cirrose, falência hepática, sangramento do trato digestivo, câncer no esôfago, fígado, cólon e outras áreas, demência e perda de memória, depressão e suicídio, disfunção erétil, dano cardíaco, pressão arterial alta, Inflamação do pâncreas, danos nervosos, carência nutritiva e problemas para dormir (insônia). A abstinência é definida como a privação completa do uso de álcool. A abstinência total e evitar as situações em que o álcool está presente são os objetivos ideais para as pessoas com alcoolismo. Complicações psiquiátricas do uso abusivo do álcool incluem: intoxicação aguda ou embriaguez, em casos severos pode ocorrer: lentificação do discurso, fala pastosa, confusão mental, náuseas, vômitos, rebaixamento do nível de consciência, coma e óbito. Na intoxicação Idiossincrática ou patológica pode surgir: confusão mental, desorientação no tempo e espaço, febre, convulsão, agitação, alucinações. Estado de abstinência com delirium tremens apresenta 5% a 15% de óbitos mesmo com tratamento adequado. O delirium tremens é uma perturbação da consciência, acompanhado por diversos sintomas psíquicos e físicos. A origem do delirium tremens encontra--se o desenvolvimento inesperado de uma síndrome de abstinência de álcool. Seus sintomas são: angústia, confusão mental, alucinações, tremores, cãibras, febre, suores, insónia e agitação. Síndrome de Wernicke aguda, frequentemente associada ao delírio tremens, está relacionada a deficiência de tiamina (Vitamina- B1) e manifesta-se por: rebaixamento de consciência, nistagmo – dificuldade na estabilização da imagem e ataxia – alteração da força muscular. Está associado à alta mortalidade Síndrome de Korsakoff há comprometimento: da memória para dados recentes, camuflações, desorientação no tempo e espaço e também é causada pela deficiência de Tiamina. Maconha É originária das folhas da Cannabis sativa. Pode ser ingerida e fumada. Provoca efeitos de sensação de bem estar, relaxamento e alteração de percepção de tempo e espaço. Praticamente não há risco de overdose. A síndrome de 29 abstinência inclui: fissura, irritabilidade, nervoso, inquietação, sintomas depressivos, insônia, redução do apetite e cefaleia. Alterações Clínicas e Psiquiátricas: taquicardia, hiperemia conjuntival,problemas respiratórios, diminuição da fertilidade e comprometimento da habilidade psicomotora. Menos de 10% dos usuários se tornam dependentes. Cocaína Extraída da folha da Erythoxylon coca. Pode ser inalada, injetada e fumada. Provoca efeitos de sensação de poder, aumento da energia e sensação de controle da situação. Oferece Risco de Overdose. A síndrome de abstinência caracteriza-se por: fadiga, sonhos vívidos e desagradáveis, insônia ou hipersonia, aumento do apetite e retardo ou agitação psicomotora. Alterações Clínicas e Psiquiátricas: aumento da temperatura, aumento da PA, degeneração irreversível de músculos, alucinações e delírios. Na intoxicação o paciente pode apresentar: taquicardia, hipertensão, palidez, dilatação de pupilas, arritmias e convulsões potencialmente fatais. A plantação de Coca ocorre exclusivamente na América do Sul. Crack É resultado da mistura de cocaína com outras substâncias como bicarbonato de sódio, amônia, formando um cristal. É utilizado fumado. Existe risco de overdose, as alterações clínicas, psíquicas e o quadro de intoxicação são as mesma da cocaína pura Provoca dependência com grande rapidez. É uma das drogas mais consumidas atualmente. Chama-se crack devido ao barulho produzido por sua queima. Alucinógenos São originados de diversas drogas como a dimetiltriptilina, a psilocibina e a dietilamina do ácido lisérgico. São utilizados por via oral, injeção e inalação. O nome popular é LSD. 30 Oferece pequeno risco de overdose. As alterações clínicas e psíquicas incluem: aceleração do pulso, dilatação de pupilas e episódios raros de convulsão. Na intoxicação observa-se: ansiedade intensa, depressão e efeito flashback, onde o individuo pode apresentar os efeitos psíquicos até meses após ficar sem consumir a droga. É um conjunto de drogas sendo algumas muito perigosas. Alguns cogumelos possuem alucinógenos e são muito utilizados no Brasil, em forma de chás. Tranquilizantes Originado de substâncias usadas na medicina tais como: Diazepam, Bromazepam, Midasolam e Flumitrazepam. Podem ser utilizados por via oral e Injetáveis. Provoca sensações similares ao álcool, desinibição e sonolência. Tem risco de overdose quando combinados com álcool. Alterações Clínicas e Psíquicas: perda da consciência, lentificação motora, dificuldade de aprendizado e memória, fala pastosa, dificuldade na marcha. Embora sejam drogas comercializadas e vendidas obrigatoriamente com retenção de receita médica, estão entre as mais usadas no Brasil. Anfetaminas Originário de substâncias sintéticas tais como o fenoproporex, matilfenidrato, marizinol, metanfetamina e dietilpropina. Pode ser utilizado por via oral, injetadas e inaladas. Apresenta risco de overdose. As alterações clínicas e psíquicas incluem: diminuição do sono e do apetite, aumento da energia, intoxicação, dilatação de pupilas, taquicardia, alucinações, delírios e convulsões. Podem induzir sintomas depressivos, após a interrupção do uso. São componentes de alguns remédios inibidores de apetite. Inalante e Solventes Tem origens diversas, como: éter, clorofórmio e acetato de etila. Podem ser utilizados inalados. Provocam 31 sensações de euforia, diminuição da inibição, sensação de leveza, bem-estar e força Oferece risco de overdose. Alterações Clínicas e Psíquicas: redução da coordenação motora, fala pastosa, diminuição dos reflexos, lesões em vários órgãos, destruição de neurônios, intoxicação, depressão do SNC, convulsão, coma e morte. O ato de cobrir o rosto com plástico para inalar melhor a droga, pode provocar morte por asfixia, caso o usuário perca a consciência. Nicotina Originário da planta Tabaco. É utilizada inalada, mascada e aspirada. Não há risco de overdose Alterações Clínicas e Psíquicas: câncer, doenças pulmonares, cardiovasculares e gastrointestinais, complicações na gravidez, A intoxicação é muito rara, pode provocar euforia, sintomas de hiperatividade e relaxamento muscular. Ações de Enfermagem Realizar ações educativas contra o uso de drogas Realizar diagnóstico precoce com relação a: o Uso de drogas o Abuso de drogas o Intoxicação o Abstinência Estimular o usuário a ter vontade de parar Evitar julgamentos. 5.16. Transtornos de Personalidade Traço de personalidade é um aspecto do comportamento duradouro da pessoa; é a sua tendência à sociabilidade ou ao isolamento. O comportamento final de uma pessoa é o resultado de todos os seus traços de personalidade. O que diferencia uma pessoa da outra é a amplitude e intensidade com que cada traço é vivido. O diagnóstico só deve ser dado a adultos, pois a personalidade só está completa nessa época. 32 Afetam todas as áreas de influência da personalidade de um indivíduo: o modo como ele vê o mundo, a maneira como expressa as emoções, o comportamento social. Para a classificação deste problema ha subdivisão em tipos de personalidade patológica. Transtorno de Personalidade Antissocial Caracteriza-se pelo padrão social de comportamento: irresponsável, explorador e insensível constatado pela ausência de remorsos. Não se ajustam às leis do Estado simplesmente por não quererem, frequentemente têm problemas legais e criminais por isso. Manipulam os outros em proveito próprio, dificilmente mantêm um emprego ou um casamento por muito tempo. Aspectos essenciais: insensibilidade aos sentimentos alheios, atitude de desrespeito por normas, regras e obrigações sociais de forma persistente. Estabelece relacionamentos com facilidade, principalmente quando é do seu interesse, mas dificilmente é capaz de mantê-los. Baixa tolerância à frustração e facilmente explode em atitudes agressivas e violentas. Incapacidade de assumir a culpa do que fez de errado, ou de aprender com as punições. Tendência a culpar os outros ou defender-se com raciocínios lógicos, porém improváveis. Transtorno de Personalidade Borderline (Limítrofe) Caracteriza-se por um padrão de relacionamento emocional intenso, porém confuso e desorganizado. A instabilidade das emoções é o traço marcante deste transtorno, se apresenta por flutuações rápidas no estado de humor de um momento para outro sem justificativa real. Essas pessoas reconhecem sua labilidade emocional, mas justificam-nas com argumentos implausíveis. Comportamento impulsivo frequentemente é autodestrutivo. Estes pacientes não possuem um projeto de vida ou uma escala de valores duradoura, até mesmo quanto à própria sexualidade. O paciente rejeita a si mesmo, por isso a insatisfação pessoal é constante. Aspectos essenciais: padrão de relacionamento instável variando rapidamente, comportamento impulsivo principalmente quanto a gastos financeiros, sexual, abuso de substâncias psicoativas, pequenos furtos, dirigir irresponsavelmente, rápida variação das emoções, passando de um estado de irritação para angustiado e depois para depressão, sentimento de raiva frequente e falta de controle desses sentimentos, comportamento suicida 33 ou auto-mutilante, sentimentos persistentes de vazio e tédio, dúvidas a respeito de si mesmo, de sua identidade como pessoa, de seu comportamento sexual, de sua carreira profissional. Transtorno de Personalidade Paranóide Caracteriza-se pela tendência à desconfiança de estar sendo explorado. A expressividade afetiva é restrita e modulada, considerado um indivíduo frio. A hostilidade, irritabilidade e ansiedade são sentimentos frequentes entre os paranóide. O paranóide dificilmente ri de si mesmo ou de seus defeitos, ofende-seintensamente, geralmente por toda a vida quando alguém lhe aponta algum defeito. Aspectos essenciais: excessiva sensibilidade em ser desprezado, tendência a guardar rancores recusando-se a perdoar insultos, injúrias ou injustiças, interpretações errôneas de atitudes neutras ou amistosas de outras pessoas, tendência a distorcer e interpretar maleficamente os atos dos outros, senso de direitos pessoais em desproporção à situação real, repetidas suspeitas injustificadas relativas à fidelidade do parceiro conjugal, tendência a se autovalorizar excessivamente, preocupações com fofocas, intrigas e conspirações . Transtorno de Personalidade Dependente Caracterizam-se pelo excessivo grau de dependência e confiança nos outros. Precisam de outras para se apoiar emocionalmente e sentirem-se seguras. Permitem que os outros tomem decisões importantes a respeito de si. Sentem-se desamparadas quando sozinhas. Resignam-se e submetem-se com facilidade, chegando mesmo a tolerar maus tratos pelos outros. Quando postas em situação de comando e decisão essas pessoas não obtêm bons resultados. Aspectos essenciais: é incapaz de tomar decisões do dia-a-dia sem uma excessiva quantidade de conselhos ou reafirmações de outras pessoas, permite que outras pessoas decidam aspectos importantes de sua vida, submete suas próprias necessidades aos outros, evita fazer exigências, sente-se desamparado quando sozinho, medo de ser abandonado, facilmente ferido por crítica ou desaprovação. Transtorno de Personalidade Esquizoide Dificuldade de formar relações pessoais ou de expressar as emoções. A indiferença é o aspecto básico, isolamento e o distanciamento social. 34 Fraca expressividade emocional, não se perturbam com elogios ou críticas. Aquilo que na maioria das vezes desperta prazer nas pessoas, não diz nada a estas pessoas, como o sucesso no trabalho, no estudo ou uma conquista afetiva. Aspectos essenciais: poucas ou nenhuma atividade produzem prazer, frieza emocional, afetividade distante, capacidade limitada de expressar sentimentos calorosos, ternos ou de raiva para como os outros, indiferença a elogios ou críticas, pouco interesse em ter relações sexuais, preferência quase invariável por atividades solitárias, vida introspectiva e fantasias pessoais, falta de amigos íntimos e do interesse de fazer amizades, insensibilidade a normas sociais ,como uma atitude respeitosa com idosos ou àqueles que perderam uma pessoa querida recentemente. Transtorno de Personalidade Ansiosa Padrão de comportamento inibido e ansioso com autoestima baixa. É um sujeito: hipersensível a críticas e rejeições, apreensivo, desconfiado, com dificuldades sociais. É tímido, Tem medos infundados de agir tolamente perante os outros. Aspectos essenciais: é facilmente ferido por críticas e desaprovações, não costuma ter amigos íntimos além dos parentes mais próximos, só aceita um relacionamento quando tem certeza de que é querido, evita atividades sociais ou profissionais onde o contato com outras pessoas seja intenso, experimenta sentimentos de tensão e apreensão enquanto estiver exposto socialmente, exagera nas dificuldades, nos perigos envolvidos em atividades comuns, porém fora de sua rotina. Transtorno de Personalidade Histriônica Caracteriza-se pela: tendência a ser dramático, buscar as atenções para si mesmo, ser um eterno "carente afetivo", comportamento sedutor e manipulador, exibicionista, fútil, exigente e lábil (muda facilmente de atitude e de emoções). Aspectos essenciais: busca frequentemente elogios, aprovações e reafirmações, comportamento e aparência sedutores sexualmente, abertamente preocupada com a aparência e atratividade físicas, expressa as emoções com exagero, sente-se desconfortável nas situações onde não é o centro das atenções, suas são superficiais e mudam facilmente, é imediatista, estilo de conversa superficial e vago. Transtorno de Personalidade Obsessiva Tendência ao perfeccionismo, comportamento rigoroso e disciplinado consigo e exigente com os outros. Emocionalmente frio. Formal, intelectualizada, detalhista. 35 Essas pessoas tendem a ser devotadas ao trabalho em detrimento da família e amigos, com quem costuma ser reservado, dominador e inflexível. Dificilmente está satisfeito com seu próprio desempenho. Pessoa indecisa e cheia de dúvidas. Aspectos essenciais: o perfeccionismo pode atrapalhar no cumprimento das tarefas, insistência em que as pessoas façam as coisas a seu modo ou querer fazer tudo por achar que os outros farão errado, excessiva devoção ao trabalho em detrimento das atividades de lazer, expressividade afetiva fria, comportamento rígido e insistência irracional, excessivo apego a normas sociais em ocasiões de formalidade, relutância em desfazer-se de objetos por achar que serão úteis algum dia, indecisão prejudicando seu próprio trabalho ou estudo. Os transtornos de personalidade são diagnosticados com base em uma avaliação psicológica e no histórico e na gravidade dos sintomas. As pessoas com esses transtornos geralmente não buscam tratamento por iniciativa própria. Tendem a procurar ajuda depois que o comportamento já causou grandes problemas em seus empregos ou relacionamentos ou quando elas são diagnosticadas com outro problema psiquiátrico, como transtorno de humor ou de abuso de substâncias. A psicoterapia podem ajudar muitas pessoas. Medicamentos podem ser úteis para a terapia. 5.17.Transtornos Somatoformes A essência desses transtornos é: o sintoma físico sem base médica constatável, persistência nas queixas, apesar de repetidos achados negativos. A pessoa pode ter uma doença física fundamentada, mas com queixas exageradas. Recusa por parte do paciente em admitir que o problema seja psicológico. Tendem a trocar de médico, possuem intermináveis listas de exames e medicações; Transtornos de personalidade podem estar associados. 5.17.1.Transtorno de Somatização Caracteriza-se por múltiplas, recorrentes, frequentes, mutáveis e prolongadas queixas de sintomas físicos sem uma base médica constatável. A principal diferença entre esse transtorno e a hipocondria é a atitude do paciente. Na hipocondria o paciente revela uma intensa preocupação e sofrimento com algum problema sério; na somatização o paciente queixa-se de seus sintomas, mas não possui a mesma crença e temor. 36 Passam anos mudando de clínicos, e fazendo vários exames. As queixas mais comuns estão: no tubo digestivo com dores, eructações, regurgitações, vômitos e náuseas; queixas dermatológicas e sexuais. Recusa-se a aceitar que nenhuma disfunção foi descoberta pelos exames e consultas. Começa antes dos 30 anos de idade e é mais comum em mulheres. Frequentemente estão associados como depressão e ansiedade. Uma das consequências são as indisposições de ânimo geradas em quem está próximo, com o tempo se cansam de tanto ouvirem as mesmas queixas. O começo de qualquer queixa não pode ser ignorado. 5.17.2.Hipocondria É a crença persistente na presença de pelo menos uma doença física: grave, progressiva, com sintomas determinados, ainda que os exames laboratoriais e consultas com vários médicos assegurem que nada exista. Os hipocondríacos normalmente sentem-se injustiçados e incompreendidos pelos médicos e parentes que não acreditam em suas queixas. Resistem em ir ao psiquiatra sentindo-se ofendidos. Os hipocondríacos podem ser enfadonhos por repetirem constantemente suas queixas. Há muito poucas pesquisas na literatura psiquiátrica porque estes pacientes se recusam a participar dos trabalhos científicos. Não se sabe ao certo que porcentagem da populaçãoé atingida, nem o perfil caracterológico dessas pessoas. Não se conhece medicação específica para hipocondria, acredita-se que psicoterapia pode ajudar quando iniciada com até três anos da sintomatologia instalada. 5.17.3.Transtorno Doloroso Persistente A queixa predominante é de dor persistente, grave e angustiante, que não pode ser plenamente explicada por nenhum processo fisiológico ou por um transtorno físico. Geralmente existe um fator psicológico associado. A investigação de vida da pessoa revela ganhos que obtém com a queixa persistente de dor. Ao se fazer este diagnóstico: os familiares não devem tomar uma postura de indiferença ou desprezo pelo paciente, também não se deve submeter aos exageros, nem às tentativas de manipulação. O transtorno doloroso não é uma invenção, existe não como uma origem inflamatória, mas por algum mecanismo ainda pouco conhecido. 37 Deve-se, viver a solidariedade distante, estar do lado do paciente sempre, sabendo que ele pode usar de queixas para manipular quem está próximo. 5.17.4.Tricotilomania A tricotilomania é um distúrbio caracterizado pela crônica tendência a puxar ou arrancar os próprios cabelos. O início pode ocorrer na infância ou adolescência e continuar ao longo da vida. Ansiedade e depressão frequentemente acompanham o quadro. Hoje aproximadamente 4% da população apresentam tricotilomania. As mulheres são 4 vezes mais acometidas do que os homens. O início geralmente se dá antes dos 17 anos de idade. Início precoce é considerado antes dos 6 anos de idade, nessa fase a incidência é igual para ambos os sexos. Acompanhado o ritual de arrancamento dos pêlos, as pessoas com esse transtorno ficam alisando, enrolando e puxando os pêlos alvos. A tensão se eleva e um desejo incontrolável de arrancar o pelo se impõe, após o arrancamento há imediatamente uma sensação de alívio da tensão seguida de culpa por tê-lo feito. Depois de arrancar os pelos põem-no na boca e engolem. Logo surge uma região de visível falta de pêlos levando a pessoa a escondê-lo. Apesar dos prejuízos pessoais o comportamento continua. O remorso por ter arrancado o cabelo leva a um comportamento de autopunição, e como punição arranca-se mais cabelos. No tratamento as técnicas comportamentais: a hipnose e os antidepressivos estão entre as condutas que obtêm melhores resultados. Os antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina apresentam bons resultados no início, mas não mantêm o benefício. A psicoterapia tem bons resultados. 5.18. Transtorno Maníaco-Depressivo O transtorno afetivo bipolar era denominado até bem pouco tempo de psicose maníaco-depressiva. Esse nome foi abandonado principalmente porque este transtorno não apresenta necessariamente sintomas psicóticos, na maioria das vezes esses sintomas não aparecem. Dentre as características psicóticas podemos observar: ideias delirantes, transtornos de percepção e transtornos de comportamento. 38 Os transtornos afetivos não estão com sua classificação terminada. Esse transtorno deixou de ser considerada uma perturbação psicótica para ser considerada uma perturbação afetiva. O início se dá em torno dos 20 a 30 anos de idade, mas pode começar mesmo após os 70 anos. O início pode ser tanto pela fase depressiva como pela fase maníaca. Iniciando: gradualmente ao longo de semanas, meses ou abruptamente em poucos dias. Há também os quadros mistos, que retardam o diagnóstico da fase em atividade. Se aceita a divisão do transtorno afetivo bipolar em dois tipos: O tipo I - forma clássica em que o paciente apresenta os episódios de mania alternados com os depressivos. As fases maníacas não precisam necessariamente ser seguidas por fases depressivas, nem as depressivas por maníacas. Observa-se uma tendência dos pacientes a fazerem várias crises de um tipo e poucas do outro, há pacientes bipolares que nunca fizeram fases depressivas, há deprimidos que só tiveram uma fase maníaca enquanto as depressivas foram numerosas. O tipo II caracteriza-se por não apresentar episódios de mania, mas de hipomania com depressão. Fase Maníaca Leva uma a duas semanas para começar se não tratado pode durar meses. O estado de humor está elevado podendo isso significar uma alegria contagiante ou uma irritação agressiva. Junto a essa elevação encontram-se alguns outros sintomas como: elevação da autoestima, sentimentos de grandiosidade podendo chegar a manifestação delirante de grandeza. Aumento da atividade motora apresentando grande vigor físico e com diminuição da necessidade de sono. Apresenta forte pressão para falar ininterruptamente, as ideias correm rapidamente a ponto de não concluir o que começou e ficar sempre emendando uma ideia não concluída em outra sucessivamente: a isto denominamos fuga-de-ideias. Apresenta elevação da percepção de estímulos externos levando-o a distrair-se constantemente com pequenos ou insignificantes acontecimentos. Aumento do interesse e da atividade sexual. Perda da consciência a respeito de sua própria condição patológica, pessoa socialmente inconveniente ou insuportável. Envolvimento em atividades potencialmente perigosas. 39 Podem surgir sintomas psicóticos típicos o que mostra um quadro mais grave quando isso acontece. Os sintomas incluem: sentimento de estar no topo do mundo com uma alegria e bem estar inabaláveis, nem mesmo más notícias, tragédias ou acontecimentos horríveis podem abalar o estado de humor. Nessa fase o paciente literalmente ri da própria desgraça; Sentimento de grandeza, o indivíduo imagina que é especial ou possui habilidades especiais, é capaz de considerar-se um escolhido por Deus, uma celebridade, um líder político, com o aprofundamento do quadro esta ideia torna-se uma convicção delirante, sente-se invencível, acham que nada poderá detê-los. Hiperatividade, os pacientes nessa fase não conseguem ficar parados, ou relaxar. O senso de perigo fica comprometido. O comportamento sexual fica excessivamente desinibido A maneira de falar geralmente se dá em tom de voz elevado. A necessidade de sono nessa fase é menor. Explosões de raiva podem acontecer, mas da mesma forma como aparece se desfaz. Os pensamentos correm de forma incontrolável para o próprio paciente, constitui-se na interrupção de temas antes de terem sido completados para iniciar outro e assim sucessivamente numa fuga de ideias. Sintomas Resumidos Estado de agitação e elevação do humor Aumento da disposição Hiperatividade física Distraibilidade Aumento da libido Inquietação motora Aceleração de pensamento Aceleração da fala Irritabilidade Impaciência Autoconfiança exagerada Associação rápida de ideias Poucas horas de sono Fuga de ideias 40 Fase Depressiva É de certa forma o oposto da fase maníaca. O humor está depressivo, a autoestima em baixa com sentimentos de inferioridade, sensação de cansaço é constante, as ideias fluem com lentidão e dificuldade, a atenção é difícil de ser mantida, o interesse pelas coisas em geral é perdido. Nessa fase o sono também está diminuído, mas ao contrário da fase maníaca, não é um sono que satisfaça ou descanse, uma vez que o paciente acorda indisposto. Quando não tratada a fase depressiva podem durar meses também. Na fase depressiva ocorre o posto da fase maníaca, o paciente fica com: sentimentos irrealistas de tristeza, desespero e autoestima baixa, não se interessa pelo que costumava gostar, cansa-se à-toa, tem pouca energia, tem dificuldade para dormir, sente falta do sono e tende a permanecer na cama por
Compartilhar