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1 
 
1-FASES DO DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE 
 
1.1Etapas do Desenvolvimento Segundo Freud 
 
Fase Oral 
Período: de 0 a 1 ano 
A região do corpo que proporciona maior prazer à criança é a boca. É pela boca que a 
criança entra em contato com o mundo. 
O principal objeto de desejo nesta fase é o seio da mãe, que além de alimentá-la 
proporciona satisfação ao bebê. 
 
Fase anal 
Período: 2 a 4 anos 
A criança obtém prazer pela estimulação do ânus ao reter e expulsar as fezes. O 
controle da defecação gera sentimentos de prazer e de dor. 
Nesta fase que se faz a educação para a higiene. Se a educação é severa e demasiado 
exigente resultarão comportamentos ambivalentes: obsessão pela ordem, teimosia, egoísmo, 
crueldade, violência, rebeldia, desorganização. 
Neste estádio, há o reforço do Ego. 
 
Fase Fálica 
Período: de 4 a 6 anos 
A zona erógena principal é a região genital: os órgãos sexuais são estimulados pela 
criança, que assim obtém prazer. 
A curiosidade sobre as diferenças sexuais é grande. É neste estádio que surge o 
Complexo de Édipo 
É aqui que se forma o super-ego e se supera o complexo de Édipo, bem como se 
desenvolve a noção de identidade sexual. 
 
Fase de Latência 
Período: de 6 a 11 anos 
Deslocamento da libido da sexualidade para atividades socialmente aceitas, a criança 
passa a gastar sua energia em atividades sociais e escolares. 
 
Fase Genital 
2 
 
Período: a partir de 11 anos. 
Neste período, que tem início com a adolescência, há uma retomada dos impulsos 
sexuais, o adolescente passa a buscar, um objeto de amor. 
A adolescência é um período de mudanças no qual o jovem tem que elaborar a perda 
da identidade infantil e da infância, para que possa assumir uma identidade adulta. 
 
Adolescência 
Período: de 12 a 18 anos. 
A adolescência é uma fase cheia de questionamentos e instabilidade, que se 
caracteriza por uma intensa busca de “si mesmo” e da própria identidade. 
Nessa fase todos os padrões estabelecidos são questionados, buscando assim a 
liberdade e autoafirmação. 
O humor fica extremamente lábil, com crises de raiva, choro e risos, alternados e 
exagerados, além da insatisfação constante, e oposição a tudo o que o adulto sugere. 
Erikson aponta com sendo a fase da Identidade X Confusão de Papéis, há um grande 
desejo de ser valorizado no grupo; porém o medo de não ser capaz está sempre presente. 
É uma fase de muita criatividade, com críticas ao que acontece ao seu redor, tendo 
necessidade de falar sobre o que pensa, mas só quando desejar, como se precisasse 
constantemente provar sua liberdade de falar ou calar. 
 
Maturidade – Jovem adulto 
Período: de 19 a 40 anos. 
Passa pela fase da Intimidade X Isolamento, 
Onde deseja um relacionamento afetivo íntimo, duradouro e continuo, através de 
relações profundas, construção de uma carreira profissional que lhe dê estabilidade. 
 
Maturidade – Meia Idade 
Período: de 40 a 60 anos. 
Fase da Produtividade X Estagnação, onde se a carreira profissional e as questões 
emocionais estiverem “resolvidas”, tanto pode ocorrer uma estagnação, como uma busca de 
novos desafios. 
A chamada crise dos 40 ocorre quando se avalia que não se tem mais todo o futuro 
pela frente, e que o recomeço não é tão simples, pois sair do conhecido, e lançar-se no escuro 
amedronta, torna-se mais preocupante do era que antes. 
3 
 
Fase extremamente criativa dizendo ser o “inicio do libertar-se do aprisionamento do 
ego”, é sim um período especial, e que o importante é responder as seguintes perguntas: 
 Para o que quero usar meu potencial? 
 O que tenho realmente que fazer na vida? 
 Qual é a minha verdadeira tarefa? 
 
Velhice 
Período: após 60 anos. 
Fase onde se desenvolve a Integridade X Desesperança, 
Onde ocorre naturalmente a avaliação do que foi vivido, com a percepção clara de que 
não é possível mudar muitas coisas que já passaram. 
É um fato real, que se o idoso ficar preso a essas perdas haverá muito inconformismo, 
revolta ou depressão. 
Se o idoso conseguir manter a “integridade do ego” para adaptar-se às mudanças 
pessoais e sociais, conseguirá satisfazer seus anseios, atingindo, como resultado de toda 
experiência vivida, o dom da sabedoria. 
 
“O desenvolvimento Humano é comumente definido como transformações físicas e 
psicológicas que ocorrem com o passar dos anos”. 
 Tony Booth 
 
1.2 Organização Mental do Homem por Freud 
Freud ao estudar o funcionamento e a organização mental do homem percebeu que 
existem três elementos funcionais que atuam de diferentes formas. 
Aos elementos, nomeou: 
 Id 
 Ego 
 Superego. 
 
ID 
Ao Id foi atribuída à parte primitiva da mente, o instinto irracional 
que se manifesta sem a preocupação com princípios morais, éticos, etc. 
O Id é mais evidenciado na infância, pois na infância a mente é 
dominada pelo desejo de ter seus pedidos atendidos imediatamente. 
Na fase adulta, o Id é influenciado pelo Ego e Superego. 
4 
 
Ego 
Ao Ego foi atribuída a parte de equilibrar os anseios do Id e do Superego de forma 
racional e consciente. 
O Ego possui elementos conscientes e inconscientes que se conflitam para que uma 
decisão seja tomada. 
No Ego também se alojam os mecanismos de defesa, para se livrar de forma 
inconsciente de situações que provoque dor psíquica, angústia. 
 
Superego 
Ao Superego foi atribuída a função de impedir a realização dos instintos e desejos do 
Id. 
Influencia o Ego de forma a castigá-lo por se influenciar pelo Id provocando os 
sentimentos de culpa e recompensá-lo quando é influenciado por atitudes aceitáveis. 
Utiliza regras, éticas, valores e moralidades para agir no Ego de forma a censurar o Id 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dessa forma, pode-se perceber que o Id e o Superego são elementos inconscientes 
geradores de conflitos no Ego, elemento consciente responsável pela tomada de decisões e 
pela liberação do pensamento na realidade externa. 
O Ego quando influenciado pelo Id torna um indivíduo: agressivo, dependente, 
escandaloso, histérico, impaciente, mal-humorado, rebelde, falso, egoísta, etc. 
Enquanto que quando influenciado pelo Superego torna o mesmo: crítico, acusador, 
exigente, preconceituoso, prepotente, autoritário, invalidador de ideias, etc.. 
Mostrando que os elementos da estrutura mental são interdependentes não podendo 
ser considerados isoladamente. 
Nesse processo o Ego atua para obter influências do Id e do Superego de forma com 
que a influência seja racional 
 
1.3 Formação da Personalidade 
5 
 
Personalidade é um conceito amplo e abrangente. 
É a organização permanente das predisposições do indivíduo 
dos seus traços característicos, motivações, valores e modos de 
ajustamento ao ambiente. 
O desenvolvimento da personalidade é um processo complexo, 
depende de quatro tipos de fatores: 
O 1º - fator é o biológico no qual se incluem a dotação genética, temperamento, aparência 
física e taxa de maturação. 
O 2º - fator é a participação num grupo cultural. Em cada cultura há 
características que são adquiridas desde muito cedo. 
O 3º - fator é a socialização isto são as experiências da criança com os outros. A 
personalidade é, sobretudo o produto da aprendizagem social, dos 
modos de vida dos pais. 
O 4º - fator é a situação de vida que o individuo vive que pode 
concorrer para que manifeste cansaço, frustração, ansiedade, calma, 
bom humor; as recompensas ou castigos que recebe influenciam muito. 
 
2. HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL E NO MUNDO 
A doença Mental na Pré-história era atribuída a meios externos: forças sobrenaturais,bruxaria, demônios, deuses. As pessoas acometidas eram tratadas em rituais tribais. Em caso 
de insucesso a pessoa era abandonada 
Na Antiguidade era atribuída a forças demoníacas. Não haviam locais para destinar os 
doentes mentais. Os ricos permaneciam em suas residências e os pobres vagavam pelas ruas. 
O louco era um problema familiar, não social. 
Na Grécia os sacerdotes orientavam o tratamento com caridade e atividades físicas. 
Médicos tinham grande respeito pelo doente, porém caso não respondesse bem a terapia 
eram isolados da sociedade. 
Na Idade Média a loucura era vista com tolerância, acreditava-se que era designo de 
Deus. Os loucos eram considerados parte da sociedade e alvo de caridade. Os doentes eram 
chamados de lunáticos ( do latim Luna=Lua), pois acreditava-se que a mente era influenciada 
pelas fases da lua. 
Doentes mentais agressivos eram amarrados, e submetidos a longos períodos de 
jejum, sob alegação de estarem possuídos. Muitas vezes eram submetidos a rituais de 
exorcismo. 
6 
 
Na Idade Moderna houve inicio da visão racional da 
doença, abandono de crenças místicas. Com a 
industrialização, iniciaram os problemas sociais, aumento do 
número de mendigos. 
Loucos eram vistos como desocupados eram 
marginalizados e isolados. Surgimento dos Hospitais Gerais, 
que internavam loucos e marginalizados da sociedade. 
Na Idade Contemporânea, fim do séc. XVIII 
denuncias contra torturas. Abordagem mais humana do 
doente mental. Construção de asilos, o tratamento era feito 
com uso de violência. 
A loucura passa a ser uma doença que necessita de 
tratamento específico. Em 1793 Philippe Pinel quebrou as correntes que prendiam os loucos. 
Nesta época avança o conhecimento sobre as doenças mentais. No séc. XX postura mais 
humanista no tratamento dos doentes, extinção dos asilos e construção dos hospitais 
psiquiátricos. No sec. XX Freud revela a concepção do homem como um todo, mente e corpo, 
e o papel da história pessoal no desenvolvimento de transtornos mentais. 
Em 1952 foi sintetizado o primeiro neuroléptico do mundo a Clorpromazina. 
Muitos progressos foram feitos como: atitude positiva frente ao doente mental, doentes 
crônicos melhoram, o tratamento em casa se tornou possível, expande-se os tratamento 
psicoterápicos, teoria do relacionamento terapêutico enfermeiro paciente e enfoque na 
assistência física para centrar-se na relações interpessoais( ambiente terapêutico) 
 
2.1 História da Psiquiatria no Brasil 
Em 1852, fundado o primeiro manicômio, por D. Pedro II, no Rio de Janeiro. De 1852 a 
1905 foram construídos 20 manicômios no país. Os manicômios eram construídos em locais 
afastados. Eram frequentados em sua maioria por pessoas pobres. 
O cuidado dos loucos era tarefa da 
Irmandade Misericórdia e esteve nas mãos da Santa 
Casa até 1889. Os doentes mentais eram 
denominados alienados. 
Em 1950-1970 houve falta de leitos nos 
hospícios e abertura de leitos privados 
As condições de tratamento do doente 
mental nos hospitais eram absurdamente covardes, tais como: banho coletivo, medicação sem 
7 
 
critério, infraestrutura péssima e superlotação, castigos físicos, ociosidade dos internos. Tudo 
era organizado pensando no lucro e manutenção da ordem. 
Em 1964 o governo contrata os hospitais privados para prestarem assistência a 
pacientes de hospitais públicos. A assistência piora muito devido ao baixo valor pago pelo 
governo. 
Em 1960 Franco Basaglia questiona a existência de hospitais psiquiátricos e em 1978 
foi aprovada a lei que proíbe a construção de novos hospícios. 
Em 1987 surge o primeiro CAPS e NASP do Brasil em 
São Paulo. 
Em 1990 ocorreu a Reforma psiquiátrica Brasileira, 
Lei enfatizava: a reiteração social, proibição de construção 
de novos hospícios e tratamento ambulatorial. 
Em 1992, houve a substituição dos leitos por rede 
integrada de atendimento ao paciente mental. 
Em 2001 com a lei 10.216, garantiu-se aos doentes 
mentais proteção aos seus direitos, rede de atenção diária (CAPS) e financiamento do MS para 
instituições substitutivas aos hospícios. 
 
3. LOCAIS ONDE O DOENTE MENTAL É ASSISTIDO 
Muitas alterações ocorreram nas ultimas décadas com relação aos locais onde o 
doente mental é assistido. 
O ambiente passou a servir como medida terapêutica, fazendo parte da terapia do 
paciente. 
 
Hospitais Psiquiátricos 
São instituições públicas ou particulares. Proporcionam 
ambiente de internação, integral ou parcial. Voltado para 
assistência ao doente mental agudo ou grave. Proporcionam aos 
pacientes atividades recreativas e sociais 
Muitos têm características luxuosas de hotelaria, com: 
piscina, quadra e área de lazer. Porém o crucial é o ambiente terapêutico. 
 
Ambulatórios de Saúde mental 
Nível secundário da assistência. Atende o doente mental e também a sua família 
8 
 
Suporte para o atendimento primário. Desenvolvem ações 
de maior complexidade terapêutica que o setor primário 
A forma de atendimento segue os passos de 
recepção, triagem, processo diagnóstico e encaminhamento 
para programas terapêuticos. 
 
Emergência Psiquiátrica 
O objetivo é controlar a gravidade de quadro e evitar a 
internação hospitalar. Geralmente estão inseridas nos PAs. 
Possuem leitos de observação de 48/72hs 
Após a avaliação paciente é encaminhado para 
internação ou ambulatório psiquiátrico 
 
Unidades básicas de Saúde 
O objetivo é a prevenção de crises. O atendimento do 
paciente dentro do grau de complexidade da assistência. 
Desenvolvem ações tratamento do doente, ações que elevam o 
nível de saúde mental e ações para grupos ou para a comunidade. 
 
Comunidade Terapêutica 
O próprio ambiente é utilizado como intervenção 
terapêutica. A ênfase maior é dada a interação social. Visa 
influenciar os indivíduos através de atividades cotidianas. 
 
Centro de Atendimento Psicossocial (CAPs) 
São estruturas terapêuticas intermediárias, entre o hospital e a comunidade. Trata: 
casos graves e egressos de internações. Sua principal demanda são: psicóticos e neuróticos 
graves, sempre acompanhados de desajustamento 
socioeconômico. 
O CAPs tem como objetivos estimular a participação de 
atividades produtivas dentro e fora do centro, buscando inserção 
profissional (artesanatos, manufaturados e cooperativas), 
promoção de evento cultural ou recreativos, produzindo espaços 
de troca entre os usuários, familiares e comunidades e estimulo a formas de saúde e 
cooperadas de moradia para quem necessite 
9 
 
Qualquer que seja o local onde o paciente é atendido compete aos membros da equipe de 
enfermagem, além de suas funções técnicas: criar e manter o ambiente terapêutico e 
estabelecer relações interpessoais terapêuticas com o paciente. 
 
CERSAM – Centro de Referência em Saúde Mental 
Integram a nova política de saúde mental. Semelhantes aos 
hospitais dia, algumas unidades fazem atendimento noturno. 
Composto por equipe multidisciplinar visa atender 
pacientes com repetidas internações 
São atividades realizadas no CERSAM: atividades lúdicas, 
psicoterapia, terapia medicamentosa, artes plásticas e demais atividades de terapia 
ocupacional. 
 
4.TRANSTORNOS MENTAIS 
São alterações mentais ou de conduta em decorrência de fatores ambientais 
psicológicos e biológicos. Tais fatores podem levar a psicopatologias em graus diferentes de 
intensidade 
 Biológico: anomalias genéticas, síndromes, hipóxia no parto. 
 Psicológicos: morte, abuso sexual, separações, divórcios. 
 Ambientais: catástrofes naturais, falta de emprego e moradia. 
Os transtornos mentais são divididos em dois grandes grupos as neuroses e as psicoses.5.NEUROSES 
São mecanismos de defesa exagerados, para resolver conflitos persistentes. É 
relativamente brando. Não costuma exigir internação 
O paciente não perde o contato com a realidade e tem certa compreensão do seu 
problema. . 
 Algumas neuroses são: 
 Depressão/melancolia 
 Transtorno de ansiedade 
 Transtorno dissociativo ou conversivo 
 Transtorno obsessivo compulsivo 
 Transtorno do pânico 
 Transtornos da alimentação 
 Transtornos sexuais 
10 
 
 Transtornos do sono 
 Transtornos de personalidade 
 Uso abusivo de substâncias 
 Transtorno bipolar 
 
5.1.Depressão 
É a diminuição da atividade mental. Caracterizada por: tristeza, desânimo e falta de 
confiança em si. 
É uma doença multifatorial, envolve fatores genéticos, somáticos, psíquicos e 
ambientais. 
A personalidade do indivíduo é de grande interesse pela ordem, sentido de dever, 
sobriedade e relações sociais marcadas pela escrupulosidades. 
É um transtorno que inclui: choro, tristeza, desinteresse, perda da autoestima, 
inibição, isolamento, perda ou ganho de peso, dores diversas, anorexia, alterações do sono, 
pensamento lento e alterações do ritmo de vida. 
A depressão pode ser dividida em três tipos: 
 
Endógena ou melancólica 
Antes chamada de psicótica. De origem interna e desconhecida. Inicio brusco, por 
vezes ligada as estações do ano. Pode apresentar-se isolada ou como parte do transtorno 
bipolar. Comporta risco de suicídio. A primeira 
crise pode estar relacionadas a causas 
externas, mas as seguintes não. 
 
Psicogênica 
Antes chamada de reativa, situacional 
ou neurótica. O paciente apresenta: traços 
neuróticos prévios, maior ansiedade devido a 
atores psicossociais na sua origem. 
 
Somatogênica 
Está relacionada com doenças 
orgânicas ou uso de medicamentos. 
 
11 
 
5.2.Mania 
O paciente se mostra: excessivamente animado, plenamente feliz, ousado, capaz, 
excitação psíquica, hiperatividade, fuga de ideias, falta de atenção, verborreia, 
sobrevalorização, irritabilidade e inquietação. 
O paciente não se sente doente 
A Mania pode ser classificada em 4 tipos: 
 
Hipomania 
É uma apresentação eufórica, mas 
atenuada. Vem acompanhada da desinibição e 
hiperatividade 
 
Mania Aguda 
Apresentação de traços mais marcantes. Mudanças de humor, linguagem incoerente e 
delírio de grandeza. 
 
Mania Delirante 
Menor agitação. Alucinações ocasionais e delírios persistentes 
 
Mania com Delírio 
Grande hiperatividade, desorientação no tempo e espaço, alucinações visuais, ideias 
delirantes e humor muito variável. 
 
5.3. Transtornos da Ansiedade 
A ansiedade é uma reação normal ao estresse e ameaça. Reação emocional ao perigo 
real ou imaginário. É experimentada psicologicamente, fisiologicamente e 
comportamentalmente. 
A ansiedade e medo são frequentemente usados como sinônimos, porém o medo é 
uma reação a uma ameaça específica, enquanto a ansiedade é uma reação a uma ameaça não 
específica. A ansiedade pode ser normal ou patológica. 
A ansiedade normal é desejável e útil, para o desenvolvimento do indivíduo, como 
após sustos ou morte de alguém. A patológica – acontece quando causa perturbação na vida 
diária. A ansiedade é extremamente comunicável, por gestos, fácies, e ocorre em graus 
variados. 
12 
 
A ansiedade pode ser provocada por fatores como: doença e hospitalização, situação 
de exposição pública, privação da satisfação sexual, restrição de movimento, isolamento, 
interrupção ou perda do meio de ganhar a vida, atitude imprevisível das pessoas das quais 
depende, frustação de metas e expectativas, confusão ou incerteza sobre o presente e o 
futuro e separação da família e dos amigos. 
Os sinais e sintomas que acompanham a ansiedade frequentemente são: taquicardia, 
taquipnéia, alterações na PA, relaxamento dos músculos lisos da bexiga e intestinos, 
inquietação motora, diminuição da autoestima, pele úmida e calafrios, pupilas dilatadas, boca 
seca, cefaleia e numerosas queixas físicas. 
A ansiedade pode ser classificada em graus: 
 
Leve 
Alerta o individuo acerca de uma situação nova. É impossível escolher meios para 
alcançar o desenvolvimento e a liberdade 
 
Moderada 
Impede a tomada de decisões claras e precisas. Diminui a percepção, porém ainda é 
possível fazer escolhas. 
 
Grave 
Diminui muito a percepção ou a distorce. Capacidade de concentração reduzida. 
Dificuldade em fazer escolhas. A energia da pessoa está voltada para fugir da situação de 
perigo 
 
5.3.1. Ansiedade Fóbica 
Fobia é um medo infundado de algum objeto ou situação, que esteja ou não presente. 
O medo pode estar centrado sobre qualquer coisa que sugira morte, doença ou desastre. 
Está relacionado a alguma coisa real, ou seja, existe um fator desencadeante, porém 
este não apresenta um perigo real. O perigo é aumentado desproporcionalmente 
Existem vários tipos de ansiedade fóbica alguns exemplos são: 
 
Agorafobia 
Medo de lugares abertos. O indivíduo apresenta temor de ser deixado só ou de sair de 
casa. Evita multidões e lugares públicos. É incapacitante, pois interfere na capacidade de o 
indivíduo viver uma vida normal. 
13 
 
Fobia Social 
Temor persistente de qualquer situação de grupo, onde a 
pessoa acredita que será o foco da atenção, na qual teme agir de 
modo que a cause humilhação ou embaraço. A mais comum é o 
medo de falar em público. Os indivíduos acometidos sentem-se 
aterrorizados frente à situação de exposição. 
 
Fobia Simples 
Caracterizada por medo persistente de objeto ou situação específicos. O indivíduo 
pode temer: corredores e pequenos elevadores 
(claustrofobia), micróbios (misofobia), sangue (Hemafobia), 
doenças (patofobias), animais (zoofobias). Quando exposto ao 
objeto temido, os sinais de ansiedade aparecem, porém 
desaparecem tão rapidamente quando o objeto é retirado. O 
portador evita ao máximo o contato com o objeto temido. 
 
5.4.Transtorno Dissociativo Conversivo 
Conhecida anteriormente como histeria de conversão. Uso de sintomas físicos como 
disfarces (Adaptações), na tentativa de solucionar algum problema. 
Estudiosos acreditam que o transtorno representa conflito não resolvido, armazenado 
na mente do doente. Os sintomas são a simbolização dos seus problemas. 
Os sinais e sintomas podem incluir: cegueira, gravidez, paralisia e surdez. Os sintomas 
da histeria não são compatíveis com a real situação, corresponde à representação imaginária. 
 
Grande Histeria 
Crise semelhante à crise convulsiva ou ataque epilético. O paciente apresenta 
convulsões com: espasmos, rigidez, tremores e perda de consciência. 
É curioso como o paciente: não se machuca, não apresenta liberação de esfíncteres e 
não morde a língua. 
Também é curioso que sempre: os reflexos pupilares permanecem intactos e o 
paciente se protege para não se machucar com a queda. 
 
Cegueira Histérica 
É curioso como o paciente: se desvia de obstáculos e os reflexos pupilares 
permanecem. 
14 
 
Surdez histérica 
O paciente pisca quando exposto a barulho inesperado indicando que o sistema 
auditivo está intacto. 
 
Gravidez Histérica 
Pode apresentar distensão abdominal, que na verdade é a distensão da musculatura 
provocada por gazes intestinais. Há ausência de feto e supõe-se que ocorre devido a grande 
vontade de engravidar 
 
O diagnóstico é feito quando se submete o paciente a exames clínicos, aí nota-se a 
simulação. O individuo é indiferente à patologia, não há angustia da doença, sente-se aliviado 
com a doença. É mais comuns em pessoas jovens do sexo feminino. Estudos dizem que parece 
ter umaassociação com distúrbios neuroquímicos. 
O tratamento é baseado em psicoterapia e tem o objetivo de ajudá-lo a desenvolver 
comportamentos mais funcionais 
 
5.5. Transtorno do Pânico 
Desenvolve-se por crises de pânico, sem causa ou fator desencadeante. Faz com ele 
sinta um medo extremo da situação de morte ou 
destruição iminente 
A causa é desconhecida. A genética pode ser um 
fator determinante. Pesquisas indicam que, se um 
gêmeo idêntico tem síndrome do pânico, o outro 
gêmeo também desenvolverá o problema em 40% das 
vezes. No entanto, a síndrome do pânico em geral ocorre sem que haja nenhum histórico 
familiar. 
A síndrome do pânico é duas vezes mais comum em mulheres do que em homens. Os 
sintomas normalmente começam antes dos 25 anos, mas podem ocorrer depois dos 30. 
Embora a síndrome do pânico ocorra em crianças, ela normalmente não é diagnosticada até 
que as crianças sejam mais velhas. 
Os sintomas mais comuns são: palpitação, dor no peito, tonturas, náuseas, sudorese, 
dispneia, calafrios ou onda de calor, sensação de formigamento ou fraqueza nas mãos, 
sensação de estar sonhando ou distorção da realidade, temor e medo de perder o controle. 
15 
 
O objetivo do tratamento é ajudar o paciente a agir normalmente na vida cotidiana. 
Uma combinação entre medicamentos e terapia cognitivo-comportamental funciona melhor. 
Os medicamentos utilizados são antidepressivos e calmantes. 
A terapia comportamental ajuda a entender seus comportamentos e o que fazer para 
mudá-los. Entender e controlar as visões distorcidas dos estressores. Reconhecer e substituir 
os pensamentos que causam pânico. Gerenciar o estresse e relaxar quando os sintomas 
ocorrerem. Imaginar as situações que causam a ansiedade, começando pela menos 
assustadora. Envolver-se lentamente com as situações da vida real pode ajudá-lo a superar os 
medos. 
Outras atividades que podem colaborar na recuperação são os exercícios regulares, 
dormir o suficiente, fazer refeições regulares e reduzir ou evitar a cafeína, alguns remédios 
para gripe e estimulantes. 
 
5.6. Transtorno Obsessivo Compulsivo-TOC 
Este é um transtorno onde há 
manifestações obsessivas ou pensamentos 
obsessivos e reações compulsivas. 
Obsessão é um pensamento ou ideias 
persistentes, apesar de sua irracionalidade e 
contra sua vontade. Ex. um individuo acha que 
tudo que toca está sujo 
e contaminado 
Compulsões são impulsos indesejados de realizar atos para se 
livrar da ansiedade que o pensamento lhe causa. Ex. o individuo por 
acreditar que tudo está contaminado lava as mãos sem parar. 
Os portadores de TOC são: extremamente críticos, tem 
tendência a introspecção e a perfeição, 
escrúpulos exagerados e são detalhista 
A compulsão controla o individuo 
a ponto de ele não mais conseguir executar suas atividades 
normais, eles passam a maior parte do tempo executando seus 
rituais, escravos de sua compulsão. 
O tratamento é basicamente psicoterapêutico, sem uso 
de medicações. 
16 
 
5.7. Ciclotimia 
A ciclotimia é o diagnostico referente ao grupo de pacientes que apresentam variações 
do humor. 
 
5.8. Cleptomania 
A Cleptomania caracteriza-se pela recorrência de impulsos para roubar objetos que 
são desnecessários ou sem valor monetário. 
Esses impulsos são mais fortes do que a capacidade de controle da pessoa, quando a 
ideia de roubar não é acompanhada do ato de roubar não 
se pode fazer o diagnóstico. 
Objetos de valor dificilmente são levados por 
cleptomaníacos. Se alguma vez a pessoa leva um objeto 
valioso, sendo na maioria coisas inúteis, pode-se admitir o 
diagnóstico, caso contrário, não. 
Acompanhando o forte impulso e a realização do roubo, vem um enorme prazer em 
ter furtado o objeto cobiçado. 
A cleptomania geralmente começa no fim da adolescência e continua por vários anos. 
Geralmente a cleptomania é identificada nas mulheres em torno dos 35 anos e nos homens 
em torno dos 50. Encontram-se mais casos de cleptomania em mulheres do que em homens. 
Estima-se a incidência em aproximadamente 6 casos em 1000. 
Não há tratamento eficaz até o momento. A terapia cognitivo comportamental e 
medicações podem ser utilizadas no tratamento. Também não se tem certeza se a melhora 
observada foi devido à atenção dada ou se foi pelo tratamento especificamente 
 
5.9. Distimia 
Os traços essenciais da distimia são o estado depressivo leve e prolongado. São 
necessários dois anos de período contínuo predominantemente depressivo. 
Para o diagnóstico da distimia é necessário antes excluir fases de exaltação do humor 
como a mania ou a hipomania, assim como a depressão maior. Causas externas também 
anulam o diagnóstico como as depressões causadas por substâncias exógenas. 
Durante essa fase de dois anos o paciente não deverá ter passado por um período 
superior a dois meses sem os sintomas depressivos. 
Para preencher o diagnóstico além do sentimento de tristeza prolongado precisam 
apresentar dois dos seguintes sintomas: falta de apetite ou apetite em excesso, insônia ou 
17 
 
hipersonia, falta de energia ou fadiga, baixa da autoestima, dificuldade de concentrar-se ou 
tomar decisões, sentimento de falta de esperança. 
Os tratamentos com antidepressivos de nova geração, vem apresentando melhores 
resultados. Os relatos mais frequentes são de sucesso no uso da: fluoxetina, sertralina, 
paroxetina e emirtazapina. 
 
5.10. Estresse Pós Traumático 
Perturbação psíquica decorrente e relacionada a um evento fortemente ameaçador ao 
próprio paciente ou sendo este apenas testemunha da tragédia. 
O transtorno consiste num tipo de recordação que é mais bem definido como 
revivescência, pois é muito mais forte que uma recordação. 
Na revivescência além de recordar as imagens o paciente sente como se estivesse 
vivendo novamente a tragédia com todo o sofrimento que ela causou originalmente. 
Para o diagnóstico é essencial que a pessoa tenha experimentado ou testemunhado 
um evento traumatizante ou gravemente ameaçador. É necessário também que a pessoa 
tenha apresentado uma resposta marcante de medo, desesperança ou horror imediatamente 
após o evento traumático. 
Dentre os sintomas o individuo pode apresentar recordações vivas, involuntárias e 
abruptas do evento, incluindo: o que pensou, sentiu e percebeu enquanto vivia o evento 
traumático. Podem ocorrer também pesadelos baseados no tema. Sensação de que o evento 
fosse acontecer de novo: chegando a comportar-se como se estivesse de fato vivendo de novo 
o evento traumático com flashbacks ou alucinações com as imagens do evento traumático. 
As situações que lembram o evento causam intenso sofrimento e são evitadas. Ter de 
expor-se novamente ao local pode ser insuportável para o paciente. A recordação dos 
aspectos essenciais do trauma pode também ser apagada da memória, podem provocar 
afastamento do convívio social, por sentir-se diferente das outras pessoas. Dificuldade de 
sentir determinadas emoções, como se houvesse um embotamento geral dos afetos. Pode 
passar a encarar as coisas com uma perspectiva de futuro mais restrita. Outros sintomas 
podem ser também: insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração, respostas exageradas 
a estímulos normais ou banais. 
Os tratamentos preconizados ainda não são plenamente satisfatórios ou estão em 
início de investigação. Até recentemente a única medicação autorizada oficialmente para 
tratamento do estresse pós-traumático era a sertralina, que continua sendo indicada. 
 
5.11.Piromania 
18 
 
Comportamento repetitivo de atear fogo de forma 
proposital e intencional. Transtorno pouco conhecido e até 
mesmo ha quem questione se de fato é um transtornomental 
Para se realizar esse diagnóstico é necessário excluir 
transtornos como: esquizofrenia, mania bipolar, e personalidade 
antissocial. 
O indivíduo com piromania experimenta uma forte excitação nos momentos que 
antecedem o ato de incendiar um objeto, demonstra, fascinação pelo fogo e curiosidade e 
atração pelas circunstâncias relacionadas ao fogo. 
Não se conhece medicações eficazes para o tratamento de piromania, mesmo as 
terapias tradicionais como a psicanálise, a terapia cognitivo comportamental não 
apresentaram resultados satisfatórios. 
 
5.12 Distúrbios Alimentares 
 
5.12.1.Anorexia Nervosa 
Transtorno alimentar no qual ha busca implacável por magreza. Leva a pessoa a 
recorrer a estratégias para perda de peso, ocasionando 
importante emagrecimento. As pessoas anoréxicas 
apresentam um medo intenso de engordar mesmo 
estando extremamente magras. 
Em 90% dos casos, acomete mulheres 
adolescentes e adultas jovens, na faixa de 12 a 20 anos. É 
uma doença com riscos clínicos, podendo levar à morte 
por desnutrição. 
Os sinais e sintomas mais comuns são: perda de peso em um curto espaço de tempo, 
alimentação e preocupação com peso corporal, crença de que está gordo, mesmo estando 
excessivamente magro, parada do ciclo menstrual (amenorréia), interesse exagerado por 
alimentos, comer em segredo e mentir a respeito de comida, depressão, ansiedade e 
irritabilidade, exercícios físicos em excesso e progressivo isolamento da família e amigos 
Complicações como a desnutrição, desidratação, hipotensão, anemia, redução da 
massa muscular, intolerância ao frio, motilidade gástrica diminuída, osteoporose e 
infertilidade em casos crônicos, podem estar presentes. 
19 
 
Não existe uma causa única para explicar o desenvolvimento da anorexia nervosa. É 
considerada multideterminada por uma mescla de fatores: biológicos, psicológicos, familiares 
e culturais. 
Alguns estudos chamam atenção que a extrema valorização da magreza e o 
preconceito com a gordura nas sociedades 
ocidentais estaria fortemente associada à 
ocorrência desses quadros. 
O tratamento deve ser realizado por 
uma equipe multidisciplinar, em função da 
complexa interação de problemas emocionais 
e fisiológicos nos transtornos alimentares. 
Quando for diagnosticada, o médico deve avaliar se o paciente está em risco iminente de 
morte. 
O objetivo primordial do tratamento é a recuperação do peso corporal através de uma 
reeducação alimentar com apoio psicológico. 
Em geral, é necessária alguma forma de psicoterapia. Para o quadro de anorexia 
nervosa não há medicação específica indicada. O uso de antidepressivos pode ser eficaz se 
houver persistência de sintomas de depressão após a recuperação do peso corporal. 
 
5.12.2.Bulimia Nervosa 
As pessoas ingerem grandes quantidades de alimentos (episódios de comer 
compulsivo ou episódios bulímicos). Depois, induzem o vômito, uso de laxantes e/ou 
diuréticos e prática de exercícios extenuantes como forma de evitar o ganho de peso. 
Na bulimia não há perda de peso, e assim há dificuldade de detectar o problema. A 
doença ocorre mais frequentemente em mulheres jovens, embora possa ocorrer mais 
raramente em homens e mulheres com mais idade. 
Os principais sinais e sintomas da Bulimia são: 
ingestão compulsiva e exagerada de alimentos, sem 
aumento proporcional do peso corporal, vômitos auto 
induzidos, uso de laxantes e diuréticos, depressão, 
obsessão por exercícios físicos e comer em segredo ou 
escondido dos outros. 
Dentre as principais complicações estão: 
inflamação na garganta, face inchada e dolorida, cáries 
20 
 
dentárias, desidratação, desequilíbrio eletrolítico, vômitos com sangue e dores musculares e 
câimbras. 
A causa não é definida, é uma síndrome multideterminada por uma mescla de fatores: 
biológicos, psicológicos, familiares e culturais. 
Também são fatores envolvidos no desencadeamento desses quadros: a ênfase 
cultural na aparência física pode ter um papel importante, problemas familiares, baixa 
autoestima e conflitos de identidade. 
A abordagem multidisciplinar é a mais adequada no tratamento da bulimia nervosa e 
inclui: psicoterapia individual ou em grupo, farmacoterapia e abordagem nutricional em nível 
ambulatorial. 
As técnicas cognitivo-comportamentais têm se mostrado eficazes. As medicações 
antidepressivas também têm se mostrado eficazes no controle dos episódios bulímicos. A 
abordagem nutricional visa: eliminar o ciclo "compulsão alimentar/purgação/jejum". 
A orientação e/ou terapia familiar faz-se necessária uma vez que a família desempenha 
um papel muito importante na recuperação do paciente. 
 
5.13. Perversões Sexuais 
Sob o ângulo dos processos mentais, o interesse estaria mais na compreensão dos 
processos inconscientes que atuam em um indivíduo para levá-lo a se portar desta ou daquela 
forma do que na definição do conceito da normalidade. 
Desvio, socialmente condenado, da conduta comum, e em especial na esfera sexual. O 
que é condenado numa sociedade não é condenado em outra e os atos permitidos sob 
determinadas circunstâncias são proibidos em outras. 
Contudo, a perversão não abrange a não castidade pré-matrimonial ou as relações 
sexuais normais com pessoas proibidas. 
Freud entendeu que a necessidade do ser humano e do animal é de cunho biológico é 
tão forte que pode ser comparada à necessidade básica da alimentação. Entretanto, algumas 
pessoas estabelecem formas muito próprias e até mesmo patológicas de satisfação dessa 
necessidade (sexo perverso). 
São atitudes sexuais diferentes daquelas permitidas pela sociedade, sendo que as 
pessoas que as praticam não têm atividade sexual normal, ou seja, a sua preferência sexual 
"desviada" se torna exclusiva. Tais atitudes podem estar presentes em pessoas com vida 
sexual normal, apenas sendo uma variação da maneira de se obter prazer, sem que se 
caracterize um transtorno. 
21 
 
Para se tornar patológica essa preferência deve ser de grande intensidade e exclusiva, 
isto é, a pessoa não se satisfaz ou não consegue obter prazer com outras maneiras de praticar 
a atividade sexual. 
É importante ressaltar que ela se torna exclusiva porque exclui o normal. Mas pessoas 
parafílicas podem ter dois ou mais tipos de parafílicas ao mesmo tempo. Em geral, as 
perversões sexuais são mais comumente vistas em homens, 
 
5.13.1. Tipos 
 
Exibicionismo 
É quando a pessoa mostra seus genitais a uma pessoa estranha. Em geral em local 
público. E a reação desta pessoa a quem pegou de surpresa lhe desperta excitação e prazer 
sexual. Mas geralmente não existe qualquer tentativa de uma atividade sexual com o 
estranho. 
 
Exibicionismo Verbal 
É o que faz propaganda ou alarde sobre o tamanho do seu órgão genital. 
 
Fetichismo 
É quando a preferência sexual está voltada para objetos, tais como: calcinhas, sutiãs, 
luvas ou sapatos, sendo que a pessoa utiliza tais objetos para se masturbar ou exige que a 
parceira sempre use o objeto em questão durante o ato sexual, caso contrário não conseguirá 
se excitar e realizar o ato sexual. 
 
Fetichismo transvéstico 
Caracterizado pela utilização de roupas femininas por homens heterossexuais para se 
excitarem, se masturbarem ou realizarem o ato sexual, em situações não sexuais se vestem de 
forma normal. 
 
Frotteurismo 
O homem para obter prazer sexual, necessita tocar e esfregar seu pênis em outra 
pessoa, completamente vestida, sem o consentimento dela, excitando-se e masturbando-se 
nessa ocasião. 
Isso ocorre em locais onde há grande concentração de pessoas, como: metrôs, ônibus 
e outros meios de locomoção públicos. 
22 
 
PedofiliaEnvolve pensamentos e fantasias eróticas repetitivas ou atividade sexual com crianças 
menores de 13 anos de idade. 
Está associado a casos de incesto, a maioria dos casos envolve pessoas da mesma 
família (pais/padrastos com os filhos e filhas). Em geral consiste em toques, carícias genitais e 
sexo oral, sendo a penetração menos comum. 
Com a expansão da internet, fotos de crianças têm sido divulgadas, olhar essas fotos, 
com finalidade de se excitar e masturbar-se consiste em pedofilia. 
 
Masoquismo e Sadismo Sexual 
Masoquismo é quando a pessoa tem necessidade de ser submetida a sofrimento, físico 
ou emocional, para obter prazer sexual. 
O sadismo é quando a pessoa tem necessidade em infligir sofrimento (físico ou 
emocional) ao outro, e disso decorrem excitação e prazer sexual. O sofrimento psicológico 
também é considerado forma de sadomasoquismo, e consiste na humilhação que se pode 
sentir ou impor. 
Atos sadomasoquistas só serão considerados parafilias quando forem repetitivos e 
exclusivos, sendo que quando eles ocorrem ocasionalmente, dentro de um relacionamento 
sexual normal, são apenas formas alternativas de prazer, e não uma perversão. 
 
Voyeurismo 
É quando alguém precisa para obter excitação e prazer sexual observar pessoas que 
não suspeitam estarem sendo observadas, quando: elas estão se despindo, nuas ou no ato 
sexual. 
 
Homossexualidade 
Certas práticas, como a homossexualidade ou até mesmo o sexo oral, o sexo anal e a 
masturbação foram considerados parafílicas em seu momento, embora agora sejam 
consideradas variações normais e aceitáveis do comportamento sexual. 
 
Masturbação 
O excesso na masturbação após a adolescência ou o fato de alguém preferir sempre 
esta prática, do que o contato com outro indivíduo venha configurar-se uma parafilia. 
 
Necrofilia 
23 
 
É a compulsão de ter relações sexuais com cadáveres, principalmente com mulheres 
recentemente sepultadas, não importando a idade. 
 
Infantilismo 
É a preferência para a prática sexual com parceiros de muito menos idade, mais 
jovens. 
 
Hipoxifilia 
Esta palavra significa literalmente "atração por teor reduzido de oxigênio". Consiste 
em tentar intensificar o estímulo sexual pela privação de oxigênio, seja através da utilização de 
um saco plástico amarrado sobre a cabeça ou de alguma técnica de estrangulamento. 
Estima-se que só nos Estados Unidos entre 500 a mil pessoas morram acidentalmente 
por ano vítimas desta prática. 
 
Coprofilia 
Também chamada coprolagnia, excitação erótica motivada pelo cheiro ou contato com 
excrementos. 
 
Urofilia 
Também chamada urolagnia, é a variante da coprofilia em relação à urina. 
 
Zoofilia 
Também conhecida como bestialismo, é o sexo feito com animais, que em alguns casos 
são até treinados para isso. 
 
Clismafilia 
Excitação erótica provocada pela injeção de alguma substância no reto. 
 
Ninfomania 
A mulher não se satisfaz sexualmente com um só parceiro. Chega até a lesar os órgãos 
genitais, e não encontra o prazer satisfatório final. 
 
Narcisismo 
É o prazer com a admiração do próprio corpo ou imagem. O impulso sexual não se 
transfere para outras pessoas. 
24 
 
Pedolatria 
Estímulo na concentração de seus impulsos sexuais em pés femininos, quando são 
anatomicamente atrativos. 
 
Os estudos psiquiátricos sobre o comportamento dos pervertidos sexuais são 
unânimes em afirmar que os pacientes, sem exceção, insistem que não veem nenhum motivo 
para escândalo em relação à sua maneira de ser. Na visão deles, suas preferências eróticas são 
superiores à sexualidade trivial das pessoas comuns. 
O diagnóstico é baseado na avaliação psicológica e avaliação dos sintomas 
apresentados. 
O tratamento é realizado como psicoterapia, terapia de grupo e medicações. 
 
De todas as perversões sexuais, a castidade é a mais perigosa. 
 
5.14.Transtornos do Sono 
Há quatro formas básicas de transtornos do sono. Os primários, originam-se no próprio 
indivíduo: são divididas em: dissonias (insônia e hipersonia) e parassonias (sonambulismo, 
terror noturno, pesadelos). 
 Os decorrentes de transtornos psiquiátricos como a ansiedade, depressão, psicoses, 
mania, etc. 
 Os decorrentes de transtornos físicos em geral como qualquer condição física que 
prejudique o sono: falta de ar, dores e desconfortos. 
 Os devidos a medicações ou outras substâncias que possam prejudicar o sono. 
 
5.14.1.Insônia 
É a condição de quantidade ou qualidade insatisfatória de sono que persiste durante 
mais de um mês. Há três formas básicas de insônia: a do início, mais 
comum, a do meio e a do fim do sono, 
As mulheres, pessoas de vida estressante e os idosos são os mais 
atingidos. A insônia repetidamente, pode levar a um aumento do medo de 
falta de sono e uma preocupação com suas consequências o que cria um 
círculo vicioso que tende a perpetuar o problema. 
O primeiro passo para se tratar a insônia é pôr ordem na própria 
vida: não dormindo durante o dia, praticar esportes regularmente, não 
tomar mais do que cinco xícaras de café ao dia, não tomando café após as 16:00h, evitar 
25 
 
exercícios pesados ou filmes tensos antes de dormir como, ter cuidado com a alimentação, 
Procurar atividades tranquilas antes de dormir, como a leitura, não lutar contra a insônia: e 
caso não consiga dormir em 30 minutos, levantar da cama e procurar uma atividade leve até 
que o sono chegue sem aborrecer-se com a hora ou com a necessidade de descansar. 
Também podem ser utilizadas medicações como: os hipnóticos clássicos 
(benzodiazepínicos) que não resolvem casos demorados e devem ser dados por prazos de até 
dois meses e os hipnóticos não benzodiazepínicos que podem atuar por mais tempo, mas após 
um ano deixam de ser tão eficazes. Várias outras medicações, como os anti-histamínicos 
podem ser tentadas. 
 
5.14.2.Terror noturno 
Num episódio de terror noturno o indivíduo grita movimenta-se bruscamente numa 
atitude de fuga. 
O indivíduo pode sentar-se, levantar ou correr para a porta, como que tentando 
escapar, sem poder lembrar-se do quê. Logo após o grito, apesar de aparentemente acordado 
o indivíduo ainda está numa espécie de transição entre o sono e a vigília. 
O aspecto central é o despertar parcial com grito aterrorizado e a expressão de intenso 
medo, podendo estar com: o coração acelerado, respiração ofegante, sudorese abundante e 
pupilas dilatadas. 
Entre o grito e o restabelecimento passam em média dez minutos, durante os quais o 
indivíduo não responde aos apelos externos. Neste momento deve-se observar a pessoa, para 
que ela não se fira em sua transitória confusão mental, nos primeiros minutos após o episódio. 
As recordações dos sonhos, quando existem, são fragmentadas. 
Após o episódio o indivíduo pode voltar a dormir novamente, sem despertar nem se 
recordar do que houve. É comum nas crianças e costuma ceder espontaneamente até os vinte 
anos de idade. A intervenção medicamentosa fica reservada para os adultos. As medicações 
empregadas são benzodiazepínicos e antidepressivos tricíclicos 
 
5.14.3.Sonambulismo 
Alteração, numa determinada fase do sono, que permite a pessoa realizar atos num 
estado intermediário entre o sono e a vigília. 
A pessoa claramente mostra não estar consciente de tudo que se passa a seu redor, 
apesar de realizar pequenas tarefas como andar, vestir-se, sentar-se, olhar. 
Ocorre nas primeiras horas de sono podendo durar de alguns segundos a poucos 
minutos. Durante o episódio o paciente mostra-se apático, estabelecendo pouco contato com 
26 
 
o meio, parecendo não reconhecer as pessoas. O despertar é difícil nesse momentoe quando 
gentilmente encaminhado de volta para a cama costuma obedecer. 
Os adultos podem ter reações mais violentas quando abordados. Usualmente não há 
recordação do episódio. Não há constatações de que o sonâmbulo quando despertado 
durante o sonambulismo possa vir a sofrer algum dano. 
Este é um transtorno tipicamente da infância, sendo apresentado 
em até 30% das crianças de 3 a 10 anos de idade. Entre 5 a 15% das 
crianças costumam ter episódios regularmente. Ao longo da puberdade vai 
diminuindo e apenas um pequeno grupo continua tendo episódios de 
sonambulismo durante a idade adulta. 40% dos sonâmbulos possuem 
algum familiar com o mesmo problema 
Nos adultos é recomendável o uso de medicações quando os episódios são frequentes: 
os remédios mais usados são os benzodiazepínicos e os antidepressivos tricíclico. 
 
5.15. Abuso de Substâncias Psicoativas 
As drogas psicoativas são: substâncias naturais ou sintéticas que ao serem penetradas 
no organismo humano, independente da forma, entram na corrente sanguínea e atingem o 
cérebro, alterando todo seu equilíbrio, podendo levar o usuário a mudança de 
comportamento. 
A overdose é o uso excessivo de alguma droga, sendo considerada uma emergência 
médica, a gravidade dos seus sintomas pode levar a morte. Os sintomas apresentados por um 
indivíduo com overdose podem variar, dependem do tipo e da quantidade da droga ingerida. 
Os mais comuns são: depressão respiratória, acumulo de líquido nos pulmões, 
dificuldade para respirar, perda de consciência, dificuldade para se movimentar, dificuldade 
para falar, suores, alucinações, pupilas dilatadas ou contraídas, paradas respiratórias e 
cardíacas, vômitos, coma e morte. 
Abstinência significa ação de abster, de se privar de alguma coisa. O ato de renuncia a 
droga pode causar sérias perturbações ao organismo dependente, desde alterações 
comportamentais até sensações físicas, a isso dar-se o nome de Síndrome da Abstinência. 
Pode se dividir em: SAA – Síndrome de Abstinência Aguda que pode ocorrer na ausência do 
composto viciante entre 3 a 10 dias do último uso. E SAD – Síndrome de Abstinência Demorada 
que se difere nos sintomas, pode ocorrer no intervalo de meses ou até anos após o uso. 
 Os principais sintomas são: sofrimento mental e físico, mal-estar, convulsões, 
hiperatividade, tremores, insônia, alucinações visuais, táteis e auditivas, descontrole 
psicomotor e ansiedade. 
27 
 
Álcool 
O álcool é uma substância que atua n SNC causando: mudança de comportamento, 
efeitos prazerosos. Podendo causar repercussões em nível: físico, psíquico e social. 
Atua como um depressor do Sistema Nervoso Central (SNC) e seus efeitos sobre este 
são dose-dependentes. Pode provocar: amnésia, pensamentos e atos descontrolados, perda 
da concentração, perda moderação. 
O alcoolista é a pessoa com perturbação crônica de comportamento, ingerindo 
excessivamente o álcool, a ponto de influenciar sua vida social e econômica. 
Abuso de álcool é caracterizado por padrão de uso que leva a prejuízo físico, mental e 
social, mas sem as características da síndrome de dependência. Pode ser um padrão casual e 
flexível. 
Na síndrome da dependência o individuo passa a apresentar rotina de ingestão diária, 
a bebida torna-se elemento central da vida do individuo, há necessidade do aumento 
progressivo da dose, devido a tolerância, a dependência é tão grande que o paciente chega a 
beber perfume, álcool de limpeza e qualquer outro produto que contenha álcool. 
Não há uma causa conhecida para o alcoolismo ou o abuso de álcool. O motivo de 
algumas pessoas se viciarem e outras não ainda não é conhecido. 
Pessoas com risco de desenvolver o alcoolismo: homens que tomam 15 ou mais doses 
de bebida alcoólica por semana, mulheres que tomam 12 ou mais doses de bebida alcoólica 
por semana, ou qualquer pessoa que tome mais de cinco doses de bebida alcoólica por vez 
pelo, menos uma vez por semana. 
Outras pessoas que podem ter mais chances de abusar do álcool: pessoas que sofrem 
pressão de colegas, pessoas com depressão, transtorno bipolar, transtornos de ansiedade ou 
esquizofrenia, pessoas com fácil acesso ao álcool, pessoas com baixa autoestima ou problemas 
de relacionamentos, pessoas que têm um estilo de vida estressante e pessoas que vivem em 
uma cultura em que há grande aceitação social do uso de álcool. 
Os sinais de dependência física incluem: doenças relacionadas ao álcool, necessidade 
de quantidades cada vez maiores de álcool para ficar embriagado ou atingir o efeito desejado 
(tolerância), lapsos de memória depois de beber em excesso e sintomas de abstinência quando 
o uso de álcool é interrompido. 
Possíveis sintomas e comportamentos do alcoolismo: continuar a beber, mesmo 
quando a saúde, a família ou o trabalho estão sendo prejudicados, beber sozinho, episódios de 
violência depois de beber, hostilidade quando confrontado sobre seu hábito de beber, falta de 
controle sobre o hábito de beber , criar justificativas para beber, faltar no trabalho ou na 
escola ou apresentar queda de desempenho, não participar mais de atividades por causa do 
28 
 
álcool, necessidade de consumo diário ou regular de álcool para ser capaz de realizar funções 
básicas, esquecer de comer, não se importar com a aparência física, comportamento 
dissimulado para esconder o uso de álcool e tremedeiras durante a manhã. 
As principais complicações do alcoolismo envolvem: cirrose, falência hepática, 
sangramento do trato digestivo, câncer no esôfago, fígado, cólon e outras áreas, demência e 
perda de memória, depressão e suicídio, disfunção erétil, dano cardíaco, pressão arterial alta, 
Inflamação do pâncreas, danos nervosos, carência nutritiva e problemas para dormir (insônia). 
A abstinência é definida como a privação completa do uso de álcool. A abstinência 
total e evitar as situações em que o álcool está presente são os objetivos ideais para as 
pessoas com alcoolismo. 
Complicações psiquiátricas do uso abusivo do álcool incluem: intoxicação aguda ou 
embriaguez, em casos severos pode ocorrer: lentificação do discurso, fala pastosa, confusão 
mental, náuseas, vômitos, rebaixamento do nível de consciência, coma e óbito. 
Na intoxicação Idiossincrática ou patológica pode surgir: confusão mental, 
desorientação no tempo e espaço, febre, convulsão, agitação, alucinações. Estado de 
abstinência com delirium tremens apresenta 5% a 15% de óbitos mesmo com tratamento 
adequado. 
O delirium tremens é uma perturbação da consciência, acompanhado por diversos 
sintomas psíquicos e físicos. A origem do delirium tremens encontra--se o desenvolvimento 
inesperado de uma síndrome de abstinência de álcool. Seus sintomas são: angústia, confusão 
mental, alucinações, tremores, cãibras, febre, suores, insónia e agitação. 
Síndrome de Wernicke aguda, frequentemente associada ao delírio tremens, está 
relacionada a deficiência de tiamina (Vitamina- B1) e manifesta-se por: rebaixamento de 
consciência, nistagmo – dificuldade na estabilização da imagem e ataxia – alteração da força 
muscular. Está associado à alta mortalidade 
Síndrome de Korsakoff há comprometimento: da memória para dados recentes, 
camuflações, desorientação no tempo e espaço e também é causada pela deficiência de 
Tiamina. 
 
Maconha 
É originária das folhas da Cannabis sativa. Pode ser 
ingerida e fumada. Provoca efeitos de sensação de bem estar, 
relaxamento e alteração de percepção de tempo e espaço. 
Praticamente não há risco de overdose. A síndrome de 
29 
 
abstinência inclui: fissura, irritabilidade, nervoso, inquietação, sintomas depressivos, insônia, 
redução do apetite e cefaleia. 
Alterações Clínicas e Psiquiátricas: taquicardia, hiperemia conjuntival,problemas 
respiratórios, diminuição da fertilidade e comprometimento da habilidade psicomotora. 
Menos de 10% dos usuários se tornam dependentes. 
 
Cocaína 
Extraída da folha da Erythoxylon coca. Pode ser inalada, injetada e fumada. Provoca 
efeitos de sensação de poder, aumento da energia e sensação de controle da situação. 
Oferece Risco de Overdose. A síndrome de 
abstinência caracteriza-se por: fadiga, sonhos vívidos e 
desagradáveis, insônia ou hipersonia, aumento do apetite e 
retardo ou agitação psicomotora. 
Alterações Clínicas e Psiquiátricas: aumento da 
temperatura, aumento da PA, degeneração irreversível de 
músculos, alucinações e delírios. 
Na intoxicação o paciente pode apresentar: taquicardia, hipertensão, palidez, dilatação 
de pupilas, arritmias e convulsões potencialmente fatais. 
A plantação de Coca ocorre exclusivamente na América do Sul. 
 
Crack 
É resultado da mistura de cocaína com outras 
substâncias como bicarbonato de sódio, amônia, formando um 
cristal. É utilizado fumado. 
Existe risco de overdose, as alterações clínicas, psíquicas 
e o quadro de intoxicação são as mesma da cocaína pura 
Provoca dependência com grande rapidez. É uma das 
drogas mais consumidas atualmente. Chama-se crack devido ao barulho produzido por sua 
queima. 
 
Alucinógenos 
São originados de diversas drogas como a dimetiltriptilina, a 
psilocibina e a dietilamina do ácido lisérgico. São utilizados por via oral, 
injeção e inalação. O nome popular é LSD. 
30 
 
Oferece pequeno risco de overdose. As alterações clínicas e psíquicas incluem: 
aceleração do pulso, dilatação de pupilas e episódios raros de convulsão. Na intoxicação 
observa-se: ansiedade intensa, depressão e efeito flashback, onde o individuo pode apresentar 
os efeitos psíquicos até meses após ficar sem consumir a droga. 
É um conjunto de drogas sendo algumas muito perigosas. Alguns cogumelos possuem 
alucinógenos e são muito utilizados no Brasil, em forma de chás. 
 
Tranquilizantes 
Originado de substâncias usadas na medicina tais como: Diazepam, Bromazepam, 
Midasolam e Flumitrazepam. Podem ser utilizados por via oral e Injetáveis. 
Provoca sensações similares ao álcool, desinibição e 
sonolência. Tem risco de overdose quando combinados com álcool. 
Alterações Clínicas e Psíquicas: perda da consciência, 
lentificação motora, dificuldade de aprendizado e memória, fala 
pastosa, dificuldade na marcha. 
Embora sejam drogas comercializadas e vendidas 
obrigatoriamente com retenção de receita médica, estão entre as 
mais usadas no Brasil. 
 
Anfetaminas 
Originário de substâncias sintéticas tais como o fenoproporex, matilfenidrato, 
marizinol, metanfetamina e dietilpropina. Pode ser 
utilizado por via oral, injetadas e inaladas. 
Apresenta risco de overdose. As alterações 
clínicas e psíquicas incluem: diminuição do sono e do 
apetite, aumento da energia, intoxicação, dilatação de 
pupilas, taquicardia, alucinações, delírios e convulsões. 
Podem induzir sintomas depressivos, após a interrupção do uso. São componentes de 
alguns remédios inibidores de apetite. 
 
Inalante e Solventes 
Tem origens diversas, como: éter, clorofórmio e 
acetato de etila. Podem ser utilizados inalados. Provocam 
31 
 
sensações de euforia, diminuição da inibição, sensação de leveza, bem-estar e força 
Oferece risco de overdose. Alterações Clínicas e Psíquicas: redução da coordenação 
motora, fala pastosa, diminuição dos reflexos, lesões em vários órgãos, destruição de 
neurônios, intoxicação, depressão do SNC, convulsão, coma e morte. 
O ato de cobrir o rosto com plástico para inalar melhor a droga, pode provocar morte 
por asfixia, caso o usuário perca a consciência. 
 
Nicotina 
Originário da planta Tabaco. É utilizada inalada, mascada e aspirada. Não há risco de 
overdose 
Alterações Clínicas e Psíquicas: câncer, doenças 
pulmonares, cardiovasculares e gastrointestinais, 
complicações na gravidez, 
A intoxicação é muito rara, pode provocar 
euforia, sintomas de hiperatividade e relaxamento 
muscular. 
 
Ações de Enfermagem 
 Realizar ações educativas contra o uso de drogas 
 Realizar diagnóstico precoce com relação a: 
o Uso de drogas 
o Abuso de drogas 
o Intoxicação 
o Abstinência 
 Estimular o usuário a ter vontade de parar 
 Evitar julgamentos. 
 
5.16. Transtornos de Personalidade 
Traço de personalidade é um aspecto do comportamento duradouro da pessoa; é a 
sua tendência à sociabilidade ou ao isolamento. O comportamento final de uma pessoa é o 
resultado de todos os seus traços de personalidade. 
O que diferencia uma pessoa da outra é a amplitude e intensidade com que cada traço 
é vivido. O diagnóstico só deve ser dado a adultos, pois a personalidade só está completa 
nessa época. 
32 
 
Afetam todas as áreas de influência da personalidade de um indivíduo: o modo como 
ele vê o mundo, a maneira como expressa as emoções, o comportamento social. Para a 
classificação deste problema ha subdivisão em tipos de personalidade patológica. 
 
Transtorno de Personalidade Antissocial 
Caracteriza-se pelo padrão social de comportamento: irresponsável, explorador e 
insensível constatado pela ausência de remorsos. 
Não se ajustam às leis do Estado simplesmente por não quererem, frequentemente 
têm problemas legais e criminais por isso. 
Manipulam os outros em proveito próprio, dificilmente mantêm um emprego ou um 
casamento por muito tempo. 
Aspectos essenciais: insensibilidade aos sentimentos alheios, atitude de desrespeito 
por normas, regras e obrigações sociais de forma persistente. Estabelece relacionamentos com 
facilidade, principalmente quando é do seu interesse, mas dificilmente é capaz de mantê-los. 
Baixa tolerância à frustração e facilmente explode em atitudes agressivas e violentas. 
Incapacidade de assumir a culpa do que fez de errado, ou de aprender com as punições. 
Tendência a culpar os outros ou defender-se com raciocínios lógicos, porém improváveis. 
 
Transtorno de Personalidade Borderline (Limítrofe) 
Caracteriza-se por um padrão de relacionamento emocional intenso, porém confuso e 
desorganizado. 
A instabilidade das emoções é o traço marcante deste transtorno, se apresenta por 
flutuações rápidas no estado de humor de um momento para outro sem justificativa real. 
Essas pessoas reconhecem sua labilidade emocional, mas justificam-nas com 
argumentos implausíveis. 
Comportamento impulsivo frequentemente é autodestrutivo. Estes pacientes não 
possuem um projeto de vida ou uma escala de valores duradoura, até mesmo quanto à própria 
sexualidade. O paciente rejeita a si mesmo, por isso a insatisfação pessoal é constante. 
 
Aspectos essenciais: padrão de relacionamento instável variando rapidamente, 
comportamento impulsivo principalmente quanto a gastos financeiros, sexual, abuso de 
substâncias psicoativas, pequenos furtos, dirigir irresponsavelmente, rápida variação das 
emoções, passando de um estado de irritação para angustiado e depois para depressão, 
sentimento de raiva frequente e falta de controle desses sentimentos, comportamento suicida 
33 
 
ou auto-mutilante, sentimentos persistentes de vazio e tédio, dúvidas a respeito de si mesmo, 
de sua identidade como pessoa, de seu comportamento sexual, de sua carreira profissional. 
 
Transtorno de Personalidade Paranóide 
Caracteriza-se pela tendência à desconfiança de estar sendo explorado. A 
expressividade afetiva é restrita e modulada, considerado um indivíduo frio. 
A hostilidade, irritabilidade e ansiedade são sentimentos frequentes entre os 
paranóide. O paranóide dificilmente ri de si mesmo ou de seus defeitos, ofende-seintensamente, geralmente por toda a vida quando alguém lhe aponta algum defeito. 
Aspectos essenciais: excessiva sensibilidade em ser desprezado, tendência a guardar 
rancores recusando-se a perdoar insultos, injúrias ou injustiças, interpretações errôneas de 
atitudes neutras ou amistosas de outras pessoas, tendência a distorcer e interpretar 
maleficamente os atos dos outros, senso de direitos pessoais em desproporção à situação real, 
repetidas suspeitas injustificadas relativas à fidelidade do parceiro conjugal, tendência a se 
autovalorizar excessivamente, preocupações com fofocas, intrigas e conspirações . 
 
Transtorno de Personalidade Dependente 
Caracterizam-se pelo excessivo grau de dependência e confiança nos outros. Precisam 
de outras para se apoiar emocionalmente e sentirem-se seguras. Permitem que os outros 
tomem decisões importantes a respeito de si. Sentem-se desamparadas quando sozinhas. 
Resignam-se e submetem-se com facilidade, chegando mesmo a tolerar maus tratos 
pelos outros. 
Quando postas em situação de comando e decisão essas pessoas não obtêm bons 
resultados. 
Aspectos essenciais: é incapaz de tomar decisões do dia-a-dia sem uma excessiva quantidade 
de conselhos ou reafirmações de outras pessoas, permite que outras pessoas decidam 
aspectos importantes de sua vida, submete suas próprias necessidades aos outros, evita fazer 
exigências, sente-se desamparado quando sozinho, medo de ser abandonado, facilmente 
ferido por crítica ou desaprovação. 
 
Transtorno de Personalidade Esquizoide 
Dificuldade de formar relações pessoais ou de expressar as emoções. A indiferença é o 
aspecto básico, isolamento e o distanciamento social. 
34 
 
Fraca expressividade emocional, não se perturbam com elogios ou críticas. Aquilo que 
na maioria das vezes desperta prazer nas pessoas, não diz nada a estas pessoas, como o 
sucesso no trabalho, no estudo ou uma conquista afetiva. 
Aspectos essenciais: poucas ou nenhuma atividade produzem prazer, frieza emocional, 
afetividade distante, capacidade limitada de expressar sentimentos calorosos, ternos ou de 
raiva para como os outros, indiferença a elogios ou críticas, pouco interesse em ter relações 
sexuais, preferência quase invariável por atividades solitárias, vida introspectiva e fantasias 
pessoais, falta de amigos íntimos e do interesse de fazer amizades, insensibilidade a normas 
sociais ,como uma atitude respeitosa com idosos ou àqueles que perderam uma pessoa 
querida recentemente. 
 
Transtorno de Personalidade Ansiosa 
Padrão de comportamento inibido e ansioso com autoestima baixa. É um sujeito: 
hipersensível a críticas e rejeições, apreensivo, desconfiado, com dificuldades sociais. 
É tímido, Tem medos infundados de agir tolamente perante os outros. 
Aspectos essenciais: é facilmente ferido por críticas e desaprovações, não costuma ter amigos 
íntimos além dos parentes mais próximos, só aceita um relacionamento quando tem certeza 
de que é querido, evita atividades sociais ou profissionais onde o contato com outras pessoas 
seja intenso, experimenta sentimentos de tensão e apreensão enquanto estiver exposto 
socialmente, exagera nas dificuldades, nos perigos envolvidos em atividades comuns, porém 
fora de sua rotina. 
 
Transtorno de Personalidade Histriônica 
Caracteriza-se pela: tendência a ser dramático, buscar as atenções para si mesmo, ser 
um eterno "carente afetivo", comportamento sedutor e manipulador, exibicionista, fútil, 
exigente e lábil (muda facilmente de atitude e de emoções). 
Aspectos essenciais: busca frequentemente elogios, aprovações e reafirmações, 
comportamento e aparência sedutores sexualmente, abertamente preocupada com a 
aparência e atratividade físicas, expressa as emoções com exagero, sente-se desconfortável 
nas situações onde não é o centro das atenções, suas são superficiais e mudam facilmente, é 
imediatista, estilo de conversa superficial e vago. 
 
Transtorno de Personalidade Obsessiva 
Tendência ao perfeccionismo, comportamento rigoroso e disciplinado consigo e 
exigente com os outros. Emocionalmente frio. Formal, intelectualizada, detalhista. 
35 
 
Essas pessoas tendem a ser devotadas ao trabalho em detrimento da família e amigos, 
com quem costuma ser reservado, dominador e inflexível. Dificilmente está satisfeito com seu 
próprio desempenho. Pessoa indecisa e cheia de dúvidas. 
Aspectos essenciais: o perfeccionismo pode atrapalhar no cumprimento das tarefas, 
insistência em que as pessoas façam as coisas a seu modo ou querer fazer tudo por achar que 
os outros farão errado, excessiva devoção ao trabalho em detrimento das atividades de lazer, 
expressividade afetiva fria, comportamento rígido e insistência irracional, excessivo apego a 
normas sociais em ocasiões de formalidade, relutância em desfazer-se de objetos por achar 
que serão úteis algum dia, indecisão prejudicando seu próprio trabalho ou estudo. 
 
Os transtornos de personalidade são diagnosticados com base em uma avaliação 
psicológica e no histórico e na gravidade dos sintomas. 
As pessoas com esses transtornos geralmente não buscam tratamento por iniciativa 
própria. Tendem a procurar ajuda depois que o comportamento já causou grandes problemas 
em seus empregos ou relacionamentos ou quando elas são diagnosticadas com outro 
problema psiquiátrico, como transtorno de humor ou de abuso de substâncias. 
A psicoterapia podem ajudar muitas pessoas. Medicamentos podem ser úteis para a 
terapia. 
 
5.17.Transtornos Somatoformes 
A essência desses transtornos é: o sintoma físico sem base médica constatável, 
persistência nas queixas, apesar de repetidos achados negativos. 
A pessoa pode ter uma doença física fundamentada, mas com queixas exageradas. 
Recusa por parte do paciente em admitir que o problema seja psicológico. Tendem a 
trocar de médico, possuem intermináveis listas de exames e medicações; Transtornos de 
personalidade podem estar associados. 
 
5.17.1.Transtorno de Somatização 
Caracteriza-se por múltiplas, recorrentes, frequentes, mutáveis e prolongadas queixas 
de sintomas físicos sem uma base médica constatável. 
A principal diferença entre esse transtorno e a hipocondria é a atitude do paciente. Na 
hipocondria o paciente revela uma intensa preocupação e sofrimento com algum problema 
sério; na somatização o paciente queixa-se de seus sintomas, mas não possui a mesma crença 
e temor. 
36 
 
Passam anos mudando de clínicos, e fazendo vários exames. As queixas mais comuns 
estão: no tubo digestivo com dores, eructações, regurgitações, vômitos e náuseas; queixas 
dermatológicas e sexuais. 
Recusa-se a aceitar que nenhuma disfunção foi descoberta pelos exames e consultas. 
Começa antes dos 30 anos de idade e é mais comum em mulheres. Frequentemente estão 
associados como depressão e ansiedade. 
Uma das consequências são as indisposições de ânimo geradas em quem está próximo, 
com o tempo se cansam de tanto ouvirem as mesmas queixas. O começo de qualquer queixa 
não pode ser ignorado. 
 
5.17.2.Hipocondria 
É a crença persistente na presença de pelo menos uma doença física: grave, 
progressiva, com sintomas determinados, ainda que os exames laboratoriais e consultas com 
vários médicos assegurem que nada exista. 
Os hipocondríacos normalmente sentem-se injustiçados e incompreendidos pelos 
médicos e parentes que não acreditam em suas queixas. Resistem em ir ao psiquiatra 
sentindo-se ofendidos. Os hipocondríacos podem ser enfadonhos por repetirem 
constantemente suas queixas. 
Há muito poucas pesquisas na literatura psiquiátrica porque estes pacientes se 
recusam a participar dos trabalhos científicos. Não se sabe ao certo que porcentagem da 
populaçãoé atingida, nem o perfil caracterológico dessas pessoas. 
Não se conhece medicação específica para hipocondria, acredita-se que psicoterapia 
pode ajudar quando iniciada com até três anos da sintomatologia instalada. 
 
5.17.3.Transtorno Doloroso Persistente 
A queixa predominante é de dor persistente, grave e angustiante, que não pode ser 
plenamente explicada por nenhum processo fisiológico ou por um transtorno físico. 
Geralmente existe um fator psicológico associado. 
A investigação de vida da pessoa revela ganhos que obtém com a queixa persistente 
de dor. Ao se fazer este diagnóstico: os familiares não devem tomar uma postura de 
indiferença ou desprezo pelo paciente, também não se deve submeter aos exageros, nem às 
tentativas de manipulação. 
 
O transtorno doloroso não é uma invenção, existe não como uma origem inflamatória, 
mas por algum mecanismo ainda pouco conhecido. 
37 
 
Deve-se, viver a solidariedade distante, estar do lado do paciente sempre, sabendo 
que ele pode usar de queixas para manipular quem está próximo. 
 
5.17.4.Tricotilomania 
A tricotilomania é um distúrbio caracterizado pela crônica tendência a puxar ou 
arrancar os próprios cabelos. 
 O início pode ocorrer na infância ou 
adolescência e continuar ao longo da vida. 
Ansiedade e depressão frequentemente 
acompanham o quadro. 
Hoje aproximadamente 4% da população 
apresentam tricotilomania. As mulheres são 4 vezes 
mais acometidas do que os homens. O início 
geralmente se dá antes dos 17 anos de idade. Início precoce é considerado antes dos 6 anos de 
idade, nessa fase a incidência é igual para ambos os sexos. 
Acompanhado o ritual de arrancamento dos pêlos, as pessoas com esse transtorno 
ficam alisando, enrolando e puxando os pêlos alvos. A tensão se eleva e um desejo 
incontrolável de arrancar o pelo se impõe, após o arrancamento há imediatamente uma 
sensação de alívio da tensão seguida de culpa por tê-lo feito. 
Depois de arrancar os pelos põem-no na boca e engolem. Logo surge uma região de 
visível falta de pêlos levando a pessoa a escondê-lo. Apesar dos prejuízos pessoais o 
comportamento continua. O remorso por ter arrancado o cabelo leva a um comportamento de 
autopunição, e como punição arranca-se mais cabelos. 
No tratamento as técnicas comportamentais: a hipnose e os antidepressivos estão 
entre as condutas que obtêm melhores resultados. Os antidepressivos inibidores da 
recaptação da serotonina apresentam bons resultados no início, mas não mantêm o benefício. 
A psicoterapia tem bons resultados. 
 
5.18. Transtorno Maníaco-Depressivo 
O transtorno afetivo bipolar era denominado até bem pouco tempo de psicose 
maníaco-depressiva. 
Esse nome foi abandonado principalmente porque este transtorno não apresenta 
necessariamente sintomas psicóticos, na maioria das vezes esses sintomas não aparecem. 
Dentre as características psicóticas podemos observar: ideias delirantes, transtornos 
de percepção e transtornos de comportamento. 
38 
 
Os transtornos afetivos não estão com sua classificação terminada. Esse transtorno 
deixou de ser considerada uma perturbação psicótica para ser considerada uma perturbação 
afetiva. 
O início se dá em torno dos 20 a 30 anos de idade, mas pode começar mesmo após os 
70 anos. 
O início pode ser tanto pela fase depressiva como pela fase maníaca. Iniciando: 
gradualmente ao longo de semanas, meses ou abruptamente em poucos dias. Há também os 
quadros mistos, que retardam o diagnóstico da fase em atividade. 
Se aceita a divisão do transtorno afetivo bipolar em dois tipos: 
 O tipo I - forma clássica em que o paciente apresenta os episódios de mania alternados 
com os depressivos. As fases maníacas não precisam necessariamente ser seguidas por 
fases depressivas, nem as depressivas por maníacas. Observa-se uma tendência dos 
pacientes a fazerem várias crises de um tipo e poucas do outro, há pacientes bipolares 
que nunca fizeram fases depressivas, há deprimidos que só tiveram uma fase maníaca 
enquanto as depressivas foram numerosas. 
 O tipo II caracteriza-se por não apresentar episódios de mania, mas de hipomania com 
depressão. 
 
Fase Maníaca 
Leva uma a duas semanas para começar se não tratado pode durar meses. O estado de 
humor está elevado podendo isso significar uma alegria contagiante ou uma irritação 
agressiva. 
Junto a essa elevação encontram-se alguns outros sintomas como: elevação da 
autoestima, sentimentos de grandiosidade podendo chegar a manifestação delirante de 
grandeza. 
Aumento da atividade motora apresentando grande vigor físico e com diminuição da 
necessidade de sono. 
Apresenta forte pressão para falar ininterruptamente, as ideias correm rapidamente a 
ponto de não concluir o que começou e ficar sempre emendando uma ideia não concluída em 
outra sucessivamente: a isto denominamos fuga-de-ideias. 
Apresenta elevação da percepção de estímulos externos levando-o a distrair-se 
constantemente com pequenos ou insignificantes acontecimentos. 
Aumento do interesse e da atividade sexual. Perda da consciência a respeito de sua 
própria condição patológica, pessoa socialmente inconveniente ou insuportável. Envolvimento 
em atividades potencialmente perigosas. 
39 
 
Podem surgir sintomas psicóticos típicos o que mostra um quadro mais grave quando 
isso acontece. 
Os sintomas incluem: sentimento de estar no topo do mundo com uma alegria e bem 
estar inabaláveis, nem mesmo más notícias, tragédias ou acontecimentos horríveis podem 
abalar o estado de humor. Nessa fase o paciente literalmente ri da própria desgraça; 
Sentimento de grandeza, o indivíduo imagina que é especial ou possui habilidades 
especiais, é capaz de considerar-se um escolhido por Deus, uma celebridade, um líder político, 
com o aprofundamento do quadro esta ideia torna-se uma convicção delirante, sente-se 
invencível, acham que nada poderá detê-los. 
Hiperatividade, os pacientes nessa fase não conseguem ficar parados, ou relaxar. 
O senso de perigo fica comprometido. O comportamento sexual fica excessivamente 
desinibido 
A maneira de falar geralmente se dá em tom de voz elevado. A necessidade de sono 
nessa fase é menor. Explosões de raiva podem acontecer, mas da mesma forma como aparece 
se desfaz. 
Os pensamentos correm de forma incontrolável para o próprio paciente, constitui-se 
na interrupção de temas antes de terem sido completados para iniciar outro e assim 
sucessivamente numa fuga de ideias. 
Sintomas Resumidos 
 Estado de agitação e elevação do humor 
 Aumento da disposição 
 Hiperatividade física 
 Distraibilidade 
 Aumento da libido 
 Inquietação motora 
 Aceleração de pensamento 
 Aceleração da fala 
 Irritabilidade 
 Impaciência 
 Autoconfiança exagerada 
 Associação rápida de ideias 
 Poucas horas de sono 
 Fuga de ideias 
 
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Fase Depressiva 
É de certa forma o oposto da fase maníaca. O humor está depressivo, a autoestima em 
baixa com sentimentos de inferioridade, sensação de cansaço é constante, as ideias fluem com 
lentidão e dificuldade, a atenção é difícil de ser mantida, o interesse pelas coisas em geral é 
perdido. 
Nessa fase o sono também está diminuído, mas ao contrário da fase maníaca, não é 
um sono que satisfaça ou descanse, uma vez que o paciente acorda indisposto. Quando não 
tratada a fase depressiva podem durar meses também. 
Na fase depressiva ocorre o posto da fase maníaca, o paciente fica com: sentimentos 
irrealistas de tristeza, desespero e autoestima baixa, não se interessa pelo que costumava 
gostar, cansa-se à-toa, tem pouca energia, tem dificuldade para dormir, sente falta do sono e 
tende a permanecer na cama por

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