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Mediação e curadoria – resumo para prova As montagens de exposições de arte: dos Salões de Paris ao MoMA – Rejane Cintrão Curadoria: é a forma como as ideias são expostas, realizada através da seleção e organização de obras de arte, com estabelecimento de relações e diálogos. O curador deve criar métodos para apresentar obras e facilitar sua compreensão para todos os públicos. Antes da Arte Moderna, a arte era uma fuga à realidade, emoldurada. Nas exposições de arte, as obras ocupavam toda a parede, do teto ao chão (como nos Salões de Paris do século XVII). Não havia curador, mas sim um critério para seleção de obras: pintura histórica > retratos > naturezas-mortas e paisagens. Muito público e muitas raridades (flores, frutas, conchas, além de pinturas). Os Salões de Paris herdaram esta forma de exibição dos Gabinetes de Curiosidades, que exibiam objetos e obras de arte desde 1550. Nos gabinetes, os objetos eram escolhidos pelos colecionadores, que desempenhavam mediação entre público e obras. As exposições acumulativas com obras emolduradas perduraram até o século XX, ainda predominantes no século XIX mesmo com a arte moderna (na exposição de Coubert, que se recusava a exibir suas pinturas em meio a “objetos” não-artísticos. Isso foi o início de uma “curadoria”). Posteriormente, no início do século XX, surge a exposição em painéis, geralmente revestidos de tecido. Já em 1924, uma exposição de fotografia no Salão dos Independentes em Paris apresenta menos acúmulo, mais espaçamento, alinhamento com o projeto arquitetônico do museu – primeiros esforços de curadoria, de criação de um “trajeto” entre as obras, com inserção de sofás na sala de exposição. O mesmo era trazido para as exposições brasileiras. No século XX, a Alemanha é pioneira nas mudanças de expografia. Inaugura o primeiro museu de arte moderna e, com a curadoria de Alexander Dorner, criam-se salas especiais para acolher as obras. Cria- se a unidade narrativa, um guia impresso para explicação sobre obras e roteiro da exposição, com organização horizontal das obras e ambientação histórica. Em 1905, nos Estados Unidos, surgem as Secession Galleries montadas por Stieglitz, que dão protagonismo às fotografias, têm salas revestidas de tecido, luz direto do teto, luzes como decoração, cortinas, exposição espaçada. Em 1913, surge o Armory Show, uma exposição feita para aumentar as possibilidades de exibir as obras. Tinha uma montagem de painéis, com obras dispostas horizontal e verticalmente, com plantas para decorar as salas. Era uma mostra de arte e curadoria contemporânea. Em 1929 surge o Museu de Arte Moderna de Nova York – MOMA. Nova forma de exposição trazida por Barr Jr., baseada na Alemanha: espaçamento, paredes revestidas de algodão para criar um ambiente neutro, obras abaixo da linha dos olhos, bancos dentro das salas, etiquetas para explicação das obras, painéis para formar percursos, etc. Divulgação da arte moderna. Nos Estados Unidos, a partir de 1942, surgem novas formas de exposição: Kiesler cria galerias com novas maneiras de pendurar obras (distanciadas das paredes), com iluminação cenográfica, sensação de pinturas “flutuantes”. Ações educativas em museus de arte: entre políticas e práticas - Maria Helena Rosa Barbosa O museu tem como função social a educação – função educativa – além da salvaguarda, conservação, exposição e comunicação. Educação museal: amparada pela Política Nacional de Museus (2003): papel do educador capacitado para oferecer “visitas vivas” (Mario de Andrade): o museu denuncia, critica e reflete. A visita ao museu não é fenômeno isolado: deve-se praticar um trabalho anterior e posterior à visitação. 1950: classes populares se aproximam do museu: Museu de Arte Moderna da Bahia com ações culturais de Lina Bo Bardi. Até 1970, a arte-educação em museus não era sistematizada e era influenciada pelas “escolinhas de arte”. Após a proposta da abordagem triangular de Ana Mae Barbosa, em 1980, adotou-se uma nova abordagem para o ensino da arte: história da arte, leitura de obra de arte e fazer artístico. Em primeiro lugar, busca-se instigar a análise dos alunos através da leitura da obra, a qual valoriza a primeira impressão dos educandos sobre a obra de arte, a opinião dos mesmos sobre as sensações causadas pela obra, etc. Posteriormente, visa-se fazer arte: o aluno é estimulado a se inspirar na obra de arte para reconstruir sua própria perspectiva, fazendo uso de suas capacidades. Não ocorre mera releitura simplista e tecnicista, mas sim a provocação para que o aluno se manifeste artisticamente.E, por fim, fecha-se o triângulo: através da contextualização, arte- educador e aluno debatem sobre o contexto de produção da obra de arte, a trajetória do artista, as repercussões da obra, a técnica utilizada para sua elaboração, entre outros aspectos. Assim, faz-se uso de elementos da História da Arte, com favorecimento de esforços interdisciplinares que permitam que a Arte dialogue com as demais disciplinas curriculares. É necessário esforço para romper com o preconceito contra a educação nos museus, para que as ações museológicas se tornem ações educativas. Favorecer, ainda, a inclusão e acesso à arte. Como os museus podem não dialogar com as escolas se sua função primordial é a educação? Gabinetes de Curiosidades (século XVI) Salões de Paris (século XVII) Exposições independentes: Courbet (século XX) Exposições com painéis (século XX) Alexander Dorner (século XX) Secession Galeries (1905) Armory Show (1913) MOMA (1929) Kiesler (1942) Ações educativas em alguns museus de arte brasileiros Realização de pesquisa qualitativa com aplicação de questionários por e-mail para administração e educação de oito museus do Brasil. Questões: em que se embasam as ações do setor educativo do museu e quais os problemas enfrentados? Os museus realizam ações para diferentes públicos porém nem todos realizam ações para públicos não-escolares (famílias, idosos, deficientes físicos, etc). Nota-se que para a realização de programas para públicos especiais é necessário haver assessoria e é preciso que os educadores estejam capacitados para garantir acesso intelectual do público às obras. Para a aplicação de programas em família, deve-se notar a diferença de faixa etária e propor a resolução de desafios para promover troca de ideias. Problemas identificados pelos museus: ordem financeira, falta de pessoal, espaço físico, exposições de curta duração, etc. Nem todos os museus esclarecem seu embasamento teórico para ações educativas. Exposições de curta duração restringem o público Instabilidade do setor educativo dificulta trabalhos É necessário capacitação de educadores Ocorrem modificações do referencial teórico para a prática dos museus, como se verifica com a aplicação da teoria de Robert Ott com o sistema de interpretação Image Watching (descrever, analisar, interpretar, fundamentar e revelar). Já as teorias de Paulo Freire e Teresinha Franz priorizam diálogo, problematizações, compreensão crítica e respeito ao saber individual não-formal. Museu propõe discussão do “cubo branco” – Adriano Pedrosa Pensamento sobre a arquitetura de museus e a relação entre arte e arquitetura. Modelo modernistade arquitetura: cubo branco. Seria um pano de fundo, limpo, isento, sem excessos, sem enfeites, para aumentar o impacto das obras. Porém a tentativa de ser “isento” já carrega um discurso: a suposta “pureza” do cubo branco contamina arte e arquitetura, é autoritária. Não existe isenção. Um museu que foge ao modelo modernista é o Guggenheim Bilbao, que usa a arquitetura escultórica para criar arte também na estrutura do museu. A arte contemporânea quer dialogar com o espaço expositivo e por isso há obras site specific. Deslocamentos acerca do cubo branco – Marta Bogéa A arte contemporânea transforma o cubo branco. O cubo branco que utiliza seu “vazio” para compor iluminação, sombra, novos espaços, transgressões, cores. A leitura da obra é acúmulo e não isolamento: as obras destacam o cubo branco em vez de “apagá-lo”, e isso dialoga com a opinião de Adriano Pedrosa – que diz que o cubo branco não é isento de significados. O cubo branco, portanto, é realmente “neutro”? Ele só é considerado “neutro” porque existe uma convenção, porém o cubo branco está circunscrito no tempo e no espaço histórico.
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