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AV1 MATÉRIA SLIDE E NOTAS AULAS

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DIREITO CONSTITUCIONAL II
e-mail: professorftavares@globo.com
SEMANA 1
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO
REGRAS DE ORGANIZAÇÃO
ADOÇÃO DA FEDERAÇÃO:
	A Constituição da República de 1988 adotou como forma de Estado o federalismo, que constituí-se em uma aliança ou união de Estados, baseada em uma Constituição. Merece destacarmos que os Estados que aderem à federação perdem sua soberania, mantendo uma autonomia política limitada.
- 1824 – o estado era unitário. Após a proclamação da república - adoção do estado federal por inspiração norte americana. Os EUA eram uma confederação que depois mudaram para federação. No Brasil o artífice foi Rui Barbosa. Adotamos uma federação sui generis, pois ela possui, ao invés de 2 (federação tradicional), 3 níveis, com a adoção do municipialismo. Nossa federação é assimétrica, por conta das diferenças regionais. A partir daí a federação passa ser cláusula pétrea, é imutável. Não pode ser mudada nem por reforma constitucional – vide art. 60 §4º, I, CF (abolir = qualquer prejuízo).
Art. 18 cc (combinado com) art. 1º caput CF. Autonomia possui limites ( OBS.: a soberania é que não tem limites). Estados membros possuem autonomia, liberdade limitada, não podem aviltar a constituição. A união, também, não é soberana. Soberana é a república federativa. A união é autônoma, ela é soberana, somente, quando representa os interesses do país. 
A tônica é a aliança perpétua, união indissolúvel – baseada em uma constituição. É diferente de confederação – que é aliança entre estados soberanos. Em caso de dissolução – decretação da intervenção – art. 34, I, CF. 
Todos os estados membros perdem soberania, mas eles nunca a tiveram, pois viemos de um estado unitário. O mais correto dizer que os estados membros ganharam autonomia.
Organização Político-Administrativa
Os princípios federativos são invioláveis, portanto fazem parte da cláusula pétrea – art. 60 §4º
Princípios Federativos
Estado uninacional: vários estados, uma única nacionalidade
Repartição constitucional de competência – entre União, Estados, DF e Municípios
Cada ente federativo possui uma parcela para legislar e competência tributária que garanta aos estados renda própria.
Poder de auto-organização dos estados membros
Sistema constitucional das crises – alguns autores entendem que somente estado de sítio e estado de defesa fazem parte desse sistema, nas nosso professor entende que também a intervenção federal. A intervenção é considerada uma pena política e é a mais grave apicada a um ente federado.
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA E DA PARTICIPAÇÃO POLÍTICA
A adoção da espécie federal de Estado gravita em torno do princípio da autonomia e da participação política dos entes federativos, pressupondo a consagração de certas regras previstas no Texto Constitucional. A caracterização da organização constitucional federal, exige do constituinte a decisão de criar o Estado Federal e suas partes indissociáveis (Estados-membros) com um governo geral, que pressupõe a renúncia e o abandono de certas porções de competências administrativas, legislativas e tributárias por parte dos governos locais. Previsão constitucional: Arts. 1o. e 18, da CRFB/88 
PRINCÍPIOS PREVISTOS NA CARTA POLÍTICA
Os cidadãos dos diversos Estados-membros devem possuir uma única nacionalidade;
Repartição constitucional de competências entre a União, estados-membros, Distrito Federal e município;
Necessidade de cada ente federativo possuir uma esfera de competência tributária que lhe garanta renda própria;
Poder de auto-organização dos Estados-membros, Distrito Federal e municípios, atribuindo-lhes autonomia constitucional;
Possibilidade constitucional excepcional de intervenção federal, para assegurar o equilíbrio federativo;
Participação dos Estados no Poder Legislativo Federal, de forma a permitir-se a ingerência de sua vontade na formulação da legislação federal; 
Possibilidade de novo Estado ou modificação territorial de Estado existente dependendo da anuência da população do Estado envolvido no processo;
Existência de um órgão de cúpula do Poder Judiciário com competência para interpretar e proteger a Constituição da República, atuando como guardião desta.
PRINCÍPIO DA INDISSOLUBILIDADE DO VÍNCULO FEDERATIVO
Finalidades:
A unidade nacional; A necessidade descentralizadora.
A República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados e municípios e do Distrito Federal (Art. 1o.). A organização político-administrativa da República compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios, todos autônomos e possuidores da tríplice capacidade de auto-organização e normatização própria, autogoverno e auto-administração.
PRINCÍPIOS DA FEDERAÇÃO:
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA - os entes federativos tem participação na representação – a caixa de ressonância é o Senado Federal. Os estados e/ou municípios legislam em concordância com a constituição. 
PRINCÍPIO DA NACIONALIZAÇÃO – princípio observado – uma única nacionalidade. Exemplo de exceção: Iraque – curdo, xinita, etc.
PRINCÍPIO DA REPARTIÇÃO CONSTITUCIONAL DE COMPETÊNCIAS – OBS.: a tributação foi o motivo financeiro da queda da confederação nos EUA. Por esse princípio, cada estado-membro gera recursos para se manter. Poder de auto organização dos estados-membros, que após terem a autonomia, tem que se organizar – art. 11 ADCT. Estados: art. 25 CF e municípios: art. 29 CF. Mutação territorial – criação de novos estados-membros. Se um novo estado ou município for constituído deve cumprir o art. 11 ADCT. Mutação é possível, mas não a dissolução. Requisitos para a mutação: plebiscito, participação do povo.
PRINCÍPIO DE INTERVENÇÃO – princípio federativo de possibilidade constitucional de intervenção federal com a supressão temporária da autonomia do estado-membro.
PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO – congresso nacional – bicameral.
PRINCÍPIO DO VÍNCULO E DA INDISSOLUBILIDADE - A criação do STF foi para manter a federação e ser a guardiã da constituição – e tratar, essencialmente, de questões constitucionais – art. 102, f CF. Por esse princípio o sucesso de um é o de todos. E a reciprocidade é verdadeira. A unidade nacional.
CAPITAL FEDERAL
O art. 18, par.1o., da CF, determina que Brasília é a Capital Federal, estando inserida geograficamente no Distrito Federal, sendo este o ente federativo.
Ao Distrito Federal é vedado dividir-se em municípios (art. 32, CF/88)
Segundo preleciona o mestre José Afonso da Silva: “ Brasília assume uma posição jurídica específica no conceito brasileiro de cidade. Brasília é civitas civitatum, na medida em que é cidade-centro, pólo irradiante, de onde partem, aos governados, as decisões mais graves, e onde acontecem os fatos decisivos para os destinos do País.
UNIÃO
A União, pessoa jurídica de Direito Público Interno, é entidade federativa cabendo-lhe exercer as atribuições da soberania do Estado brasileiro. A União poderá agir em nome próprio, ou em nome de toda Federação, quando relaciona-se internacionalmente com os demais países
Estados-membros - Autonomia estadual
A autonomia dos Estados-membros caracteriza-se pela tríplice capacidade de: 
auto-organização e normatização própria, Autogoverno e auto-administração. 
AUTO-ORGANIZAÇÃO E NORMATIZAÇÃO PRÓPRIA
Os Estados-membros se auto organização pela manifestação do seu poder constituinte derivado-decorrente, culminando com a edição das respectivas Constituições Estaduais e , posteriormente, através de sua própria legislação, sempre, porém, atendendo integralmente os princípios extraídos da Constituição da República, ou seja, os princípios constitucionais sensíveis, princípios federais extensíveis e princípios constitucionais estabelecidos. (c/f STF – Pleno – Adin 216/PB – Rel. Min. Celso de Mello; RT 146/388.) 
CAPITAL FEDERAL – art. 18 §1º CF – Distrito Federal é ente federativo. Brasília não é ente federativo. O DF não é subdividido em municípios.
A união é ente federativodotado de autonomia política. A união não é soberana. Soberano é a república federativa do Brasil. A união é soberana quando representa o estado federal em certas situações.
Na atribuição constante do art. 21, I, CF – a união representa o estado.
Autonomia = tríplice capacidade: a) auto organização e normativa própria, b) auto governo e c) auto administração
Poder constituinte originário orientou o estado membro a não repetir a constituição.
A federação é assimétrica – pois temos várias realidades. É dada uma margem de liberdade para que os estados atendam às suas peculiaridades.
O princípio da simetria é para as normas de reprodução obrigatória.
Matérias exclusivas do presidente, do governador.
Art. 25 CF – os princípios sensíveis como separação dos poderes. 
Normatização própria – assembléia estadual
VER – EMENDA NO SIA – ministro Celso de Melo – sobre a auto organização – ADIn
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS
São assim denominados pois a sua inobservância pelos Estados-membros no exercício de suas competências legislativas, administrativas ou tributárias, pode acarretar a sanção politicamente mais grave existente em um Estado Federal, a intervenção na autonomia política. (Art. 34, inc. VII, da CRFB/88)
PRINCÍPIOS FEDERAIS SENSÍVEIS
São as normas centrais comuns à União, estados, Distrito Federal e municípios, portanto, de observância obrigatória no poder de organização do Estado. Ex. Arts. 1o. I a V; 3o., Ia IV; 4o. I a X; 2o.; 5o.; 6o a 11; 93, I a XI; 95, I, II e III.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ESTABELECIDOS
Consistem em determinadas normas que se encontram espalhadas pelo texto da constituição, e, além de organizarem a própria federação , estabelecem preceitos centrais de observância obrigatória aos Estados-membros em sua auto-organização.
Normas de competência: Arts. 23; 24; 25 CF
Normas de preordenação: Arts. 27; 28; 37 CF
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS – art. 34, VII, CF:
a forma republicana – mas com o plebiscito a monarquia poderia ter sido a forma de governo.
Direitos da pessoa humana.
Municípios foram alçados a autônomos. A questão do petróleo – estado não pode reter os recurso, pois pode afrontar a autonomia do município.
PRINCÍPIOS FEDERAIS EXTENSÍVEIS
Normas comuns à união, estados e municípios – de observância obrigatória – quanto ao poder de organização – art. 1º ao 5º CF. art. 3º CF – objetivos. At. 4º CF – princípios. Art. 6º e 14 CF.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ESTABELECIDOS – para organizar a própria federação – art. 23, 24, 25, 27, 28 e 37 CF.
AUTOGOVERNO
O autogoverno caracteriza-se pelo fato de ser o próprio povo de Estado quem escolhe diretamente seus representantes nos Poderes Legislativos e Executivos locais, sem que haja qualquer vínculo de subordinação ou tutela por parte da União.
A CF prevê expressamente a existência dos Poderes Legislativo (art. 27), Executivo (art. 28) e Judiciário (125), no âmbito dos estados.
AUTO-ADMINISTRAÇÃO
Complementando a tríplice capacidade asseguradora da autonomia dos entes federados, os Estados-membros se auto-administram no exercício de suas competências administrativas, legislativas e tributárias definidas constitucionalmente. 
- AUTO GOVERNO – escolha de seus representantes: executivo e legislativo, sem interferência da união.
 - AUTO ADMINISTRAÇÃO – no exercício de suas competências, definidas constitucionalmente no âmbito legislativo e executivo.
OBS.: a partir da CF de 1988, os municípios passam a ter a tríplice capacidade. A federação brasileira é sui generis pois possue 3 níveis, diferente da tradicional de 2 níveis. Os municípios e DF não tem constituição e sim lei orgânica. Os territórios jamais constituíram entes federativos, não tinham a tríplice capacidade, se apresentavam como uma autarquia, não são dotados de autonomia. Atualmente não os temos.
Brasília não é um ente federativo é Distrito Federal.
A União é dotada de capacidade de auto organização/normatização própria, auto governo e auto administração portanto ela é dotada de autonomia e não soberania. A autonomia traduz tríplice capacidade: auto organização, auto governo e auto administração.
Princípio da Simetria: existem normas de reprodução obrigatória. Ex. art. 61 e seguintes. Presidente ( Governador( Prefeito
Princípio constitucional sensível – de observância obrigatória. São normas comuns aos entes federados. Art. 34, VII. Se auto-administram no exercício do seu poder.
Nosso modelo de federação não é clássico (federal e estadual), nosso modelo é “sui generis” pois temos o municipal. Os municípios são entes autônomos, mas não possuem uma Constituição e sim Lei Orgânica, assim como o Distrito Federal. 
Territórios: Não temos atualmente, mas podems ter novamente. Nunca foram entes federativos. São descentralizações administrativas da União, são autarquias. O governador é nomeado pelo Presidente República. 
Auto-governo – é caracterizado pelo fato de que o povo escolhe seus governantes.
MUNICÍPIOS
A Constituição Federal elevou o município ao status de ente indispensável ao nosso sistema federativo, integrando-o na organização político-administrativa e garantindo-lhe plena autonomia. (Arts. 1o.; 18; 29; 30 e 34, VII, CF/88)
AUTONOMIA MUNICIPAL
A autonomia municipal, da mesma forma que a dos Estados-membros, configura-se pela tríplice capacidade de auto-organização e normatização própria, autogoverno e auto-administração.
A auto-organização se dá através da Lei Orgânica Municipal, e leis municipais;
Autogoverna-se mediante a eleição direta de seu prefeito, Vice-prefeito e vereadores, sem qualquer ingerência dos Governos Federal e Estadual;
Auto-administra-se, no exercício de suas competências administrativas, tributárias e legislativas, conferidas pela Constituição Federal. 
Exercício
CASO 1 - Tema: Autonomia dos entes federativos 
	A Constituição do Estado do Amapá estabelece no caput do artigo 195, que o plano diretor, instrumento básico da política de desenvolvimento econômico e social e de expansão urbana, devidamente aprovado pela Câmara Municipal, deveria ser obrigatoriamente observado pelos municípios com mais de cinco mil habitantes. 	Sob o argumento de que o dispositivo da Constituição estadual seria inconstitucional, determinado prefeito de um município que se enquadrava na hipótese prevista no dispositivo da Constituição estadual, lhe formula consulta sobre a validade daquela norma, tudo sob o argumento de possível afronta à autonomia municipal assegurada pelo artigo 18 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.	Encontraria amparo constitucional a tese do prefeito, se observado o disposto no artigo 182, § 1º, da Constituição da República de 1988? O artigo 195 da Constituição do Estado do Amapá realmente afronta a autonomia municipal, que, inclusive, é princípio constitucional sensível, conforme previsão constante no inciso VII, alínea c, do artigo 34 da Constituição da República de 1988?
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL
A Lei Orgânica organizará os órgãos da Administração, a relação entre os órgão do executivo e Legislativo, disciplinando a competência legislativa do município, observada as peculiaridades locais, bem como sua competência comum, disposta no art. 23, e sua competência suplementar, disposta no art. 30, II, da CF/88; além de estabelecer as regras do processo legislativo municipal e toda regulamentação orçamentária
DISTRITO FEDERAL
A Constituição assegura ao Distrito Federal a natureza de ente federativo autônomo, em virtude da tríplice capacidade de auto-organização, autogoverno e auto-administração (arts. 1o.; 18; 32; 34, da CF/88), vedando-lhe a possibilidade de subdividir-se em municípios.
O DF também se auto-governará por lei orgânica, e também reger-se-a pelas leis distritais, editadas no exercício de sua competência legiferante.
TERRITÓRIOS
Os Territórios integram a União, e sua criação, transformação em estado ou reintegração ao estado de origem serão reguladasem lei complementar (CF art. 18, par. 2o.)
Os Territórios não são componentes do Estado Federal, pois constituem simples descentralizações administrativas-territoriais da própria União.
FORMAÇÃO DOS ESTADOS
A divisão político-administrativa da República Federativa do Brasil não é imutável (CF art. 18, par. 3o).
A divisão político-administrativa interna poderá ser alterada com a constituição de novos Estados-membros, pois a estrutura territorial interna não é perpétua.
São quatro as hipótese de alterabilidade divisional interna do território brasileiro:
Hipóteses de mutação do território
Incorporação (Fusão): Dois ou mais Estados se unem adotando novo nome. Consiste na reunião de um Estado a outro, perdendo ambos os Estados incorporados sua personalidade, por se integrarem a um novo Estado.
Subdivisão: ocorre quando um Estado dividi-se em vários novos Estados-membros, todos com personalidades diferentes, desaparecendo por completo o Estado-originário. Significa separar um todo em várias partes, formando cada qual uma unidade nova e independente das demais.
Desmembramento: Consiste em separar uma ou mais partes de um Estado-membro, sem que ocorra a perda da identidade do ente federativo primitivo, ou seja, o Estado que sofre a mutação não deixa de existir, mantendo sua personalidade primitiva.
Desmembramento-anexação: A parte desmembrada poderá anexar-se a um outro ente federativo;
Desmembramento-formação: A parte desmembrada poderá constituir novo Estado, ou ainda, formar um Território Federal.
Requisitos essenciais à mutação territorial
Consulta prévia às populações diretamente interessadas, por meio de plebiscito – vedada a possibilidade de realização posterior de consulta das populações diretamente interessadas, por meio de referendo, mesmo que haja previsão da Constituição Estadual nesse sentido; 
 Oitiva das respectivas Assembléias Legislativas dos Estados interessados (CF. art. 48, VI) – Função meramente consultiva.
Lei Complementar Federal específica aprovando a incorporação, subdivisão ou o desmembramento.
Lei ordinária federal prevendo os requisitos genéricos exigíveis, bem como a apresentação e publicação dos Estudos de Viabilidade Municipal;
Consulta prévia mediante plebiscito, às populações dos municípios diretamente interessados – (O art. 5o. Da Lei n. 9.709, de 18/11/1998, regulamentou a hipótese plebiscitária).
NOTA IMPOSTANTE: Proclamado pelo TRE o resultado negativo da consulta, a decisão negativa – preclusa no âmbito da Justiça Eleitoral - ,tem eficácia definitiva e vinculante da Assembléia Legislativa, impedindo a criação do Município projetado, sob pena de inconstitucionalidade por usurpação de competência judiciária. (RTJ. 158/36)
CARACTERÍSTICAS DA AUTONOMIA:
MUTAÇÃO TERRIORIAL – são simples descentralização administrativa da união – art. 18, § 3º CF – podem sofrer 3 espécies de alterações do território:
- incorporação e fusão – exemplo: Guanabara
- subdivisão – exemplo: Tocantins
- desmembramento – não surge um estado novo. Anexação. Formação
Requisitos:
Art. 14, I, CF – plebiscito
Lei complementar federal – quando são levados em consideração os aspectos econômicos.
Estado – STF – ouvido todo o território – art. 18 CF
EC 15 – alterou §4º do art. 18 CF – lei de eficácia limitada, pois, falta regulamentação. Alteração foi devido a atos praticados na Bahia e o Maranhão. OBS.: plebiscito é anterior – referendo é posterior. O plebiscito é homologado por decisão judicial – pelo TSE – e caso não seja aprovado, não volta a ser colocado., ou seja, torna a causa imutável.
Art. 19 CF – vedações constitucionais. I – o estado laico. III – é diferente de cota. 
Autonomia é a principal característica do estado. As 3 características são: auto administração (repartição constitucional de competência – técnica destinada a distribuir o poder entre as unidades, para que elas possam realmente se administrar).
Mutações territóriais
Incorporação ou fusão – as pessoas políticas deixam de existir e fundem-se em outro estado.
Subdivisão – quando um estado se divide em vários estados. O estado que sofre divisão não deixa de existir.
Desmembramento – anexação: a parte desmembrada poderá anexar-se a outra parte
Desmembramento – formação: a parte desmembrada será transformada em outro estado ou até mesmo território.
Requisitos para mutação territorial:
Consulta prévia a população diretmente interessada através de presbicito;
A oitiva das assembleías legislativas
Lei complementar federal
Lei federal prevendo os requisitos genéricos para a mutação 
25 DE AGOSTO - FORMAÇÃO DE MUNICÍPIOS
A EC N. 15/96, trouxe profundas alterações ao texto original do art. 18,§4º da CF/88, alterando os requisitos de observância obrigatória para todos os Estados-membros, para criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios, a saber: Lei complementar federal estabelecendo genericamente o período possível para a criação, incorporação, fusão ou desmembramento 
Exercício
CASO 2 – Tema: Criação, incorporação, fusão e o desmembramento de Municípios
	Em outubro de 1996, determinado município teve seus limites territoriais redefinidos em decorrência do desmembramento de parte do seu território, que foi incorporada ao território do município limítrofe. A alteração se deu em atenção ao clamor da população do município que sofreu o desmembramento, anseio constatado através de pesquisa de opinião, vários abaixo assinados e declarações de associações comunitárias. Cabe ressaltar que o desmembramento fez-se por lei estadual atendendo aos requisitos previstos em Lei Complementar estadual.	O processo de desmembramento seu deu amparado na redação originária do parágrafo 4º, do artigo 18, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, uma vez que a Emenda Constitucional nº 15/96, revestiu o mencionado parágrafo de eficácia limitada, dependente de complementação infraconstitucional. A validade do desmembramento foi questionada perante o Supremo Tribunal Federal. Indaga-se:
a) Pesquisas de opinião, abaixo-assinados e declarações de organizações comunitárias, favoráveis à criação, à incorporação ou ao desmembramento de Município, são capazes de suprir os requisitos constitucionais de validação do ato?
b) Como deveria ocorrer a manifestação popular, como forma de democracia participativa, indispensável ao pretendido desmembramento?
c) Como a questão do desmembramento deveria ser enfrentada à luz da eficácia e aplicabilidade da norma contida no § 4º, do artigo 18, da Constituição da República?
VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS DE NATUREZA FEDERATIVA
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
	I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; 
"Imunidade tributária de templos de qualquer culto. Vedação de instituição de impostos sobre o patrimônio, renda e serviços relacionados com as finalidades essenciais das entidades. Artigo 150, VI, b e § 4º, da Constituição. Instituição religiosa. IPTU sobre imóveis de sua propriedade que se encontram alugados. A imunidade prevista no art. 150, VI, b, CF, deve abranger não somente os prédios destinados ao culto, mas, também, o patrimônio, a renda e os serviços 'relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas'. O § 4º do dispositivo constitucional serve de vetor interpretativo das alíneas b e c do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal. Equiparação entre as hipóteses das alíneas referidas." (RE 325.822, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 14/05/04)
II - recusar fé aos documentos públicos (em todo território nacional); e III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. Obs.: cota é uma decisão política. É diferente da proteção do estado para os brasileiros discriminados
Formação dos MunicípiosArt. 18 §4º é norma de eficácia limitada. Está pendente de legislação federal.
A decisão do plesbicito transforma-se em coisa julgada. É imutável. Somente o poder constituinte originário poderia alterar essa decisão.
Vedações a todos os entes federados:
Quando o Papa vem ao Brasil vem como chefe de Estado e não somente como chefe religiosa.
Uma única nacionalidade. Concurso público em São Paulo veda a inscrição de candidato do nordeste. É inconstitucional.
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SEMANA 2
COMPETÊNCIAS NA FEDERAÇÃO BRASILEIRA
COMPETÊNCIAS - É a técnica destinada a proceder à distribuição do poder entre as unidades integrantes da federação. 
CLASSIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS – legislativa, administrativa, tributária
REPARTIÇÃO: Exclusiva, Privativa, Comum, Concorrente, Suplementar, Remanescente ou residual
TEORIAS
TEORIA DOS PODERES IMPLICITOS 
	Onde foi atribuído o ônus a uma unidade federativa, deve ser reservado, ainda que implicitamente, o respectivo bônus além de ser cumprida a obrigação firmada em nível constitucional.
TEORIA DA PREDOMINÂNCIA DO INTERESSE
Se o interesse é local, atua o Município;
Se ultrapassa os limites municipais ou está vinculado a toda unidade estadual (Interesse Estadual) outorga-se a competência ao Estado;
Se ultrapassa os limites estaduais ou compreende todo território nacional (Interesse Nacional) demarca-se a união a competência para atuar.
Ex. Federalismo Cooperativo
CASO 1 - Tema: Repartição de competências
Lei Municipal determinou tempo máximo de espera em fila para atendimento em agência bancária. Inconformado, um banco impetrou Mandado de Segurança preventivo contra atos do Prefeito e do Coordenador do Procon do Município, objetivando que suas agências e seus postos de serviços bancários sejam desobrigados do cumprimento das exigências impostas pela Lei Municipal. Em síntese, alega a instituição financeira que o tempo de atendimento ao cliente das agências bancárias, correntista ou não, é também matéria suscetível de ser disciplinada por legislação federal, assim como aquela referente ao horário de funcionamento dos estabelecimentos bancários.	Nos autos da ação constitucional, o Prefeito e o Coordenador do Procon local asseguram inexistir usurpação de competência por parte do município, defendendo a possibilidade de legislação municipal versar sobre o tema, uma vez que não está sendo disciplinado o horário de funcionamento dos bancos, mas sim o tempo máximo de espera em fila, estando a norma dentro da órbita do art. 30, inciso I da Carta da República. Indaga-se:
	Qual o princípio que norteia a repartição de competências dentro de um Estado Federal? PRINCÍPIO DA PREDOMINÂNCIA DO INTERESSE
	Com base no princípio apontado, assim como na jurisprudência do STF, estaria correta a tese defensiva do Prefeito e o Coordenador do Procon local ? SIM. A MATÉRIA É DE INTERESSE LOCAL, RELACIONADA À CONSUMO. A MATÉRIA NÃO DIZ RESPEITO À ATIVIDADE FIM DO BANCO (EX.: HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO)
COMPETÊNCIAS EM ESPÉCIES
COMPETÊNCIAS EXCLUSIVAS – art. 21 CF/88 e seus incisos
OBS¹: Não há possibilidade de qualquer delegação. É matéria de competência administrativa. E de interesse nacional.
	OBS²: Pela natureza da competência arrolada, surge evidente a indelebilidade da atribuição direcionada a união porque todas elas descrevem atividades personalíssimas ao órgão central em um Sistema Federativo
COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS – art. 22 §único CF/88 
OBS¹: Há possibilidade de delegação. É matéria de competência legislativa 
OBS²: REQUISITOS
Delegação expedida através de Lei Complementar. OBS.: a própria constituição diz. Não é lei ordinária, ou seja, está condicionada à CF.
Caráter genérico da Norma de delegação destinando a todos os Estados-Membros
Autorização para legislar apenas sobre questões específicas
Adoção do rito previsto na Lei Delegada
OBS³: Não se estendem aos Municípios pois as teorias não se inserem no rol dos assuntos de interesse local a que se refere o art. 30, I, CF/88
	OBS4: Estende-se ao Distrito Federal – art. 32, CF/88 
COMPETÊNCIAS COMUNS – art. 23 CF/88 - 
OBS¹: Possuem natureza (competência)administrativa
	OBS²: Destinam-se a todos os Entes da Federação
	OBS³: Aponta para o Federalismo Cooperativista
 OBS: de acordo com art. da CF – inciso III – obra de arte – atuação da PF.
 Responsabilidade solidária. Exemplo: educação ( direito de todos e dever do estado), saúde ( mesmo existindo o SUS.
COMPETÊNCIAS CONCORRENTES – art. 24 CF/88 – rol taxativo
OBS¹: Caráter meramente Legiferante (legislativo). Somente para a União, Estados e DF
	OBS²: Não são atribuídas aos Municípios (art. 30, II, CF/88 - norma para atendimento aos interesses locais)
	NOTAS: Problemas de superposição de Normas, ou Antinomias entre espécie normativa.
COMPETÊNCIA SUPLEMENTAR - art. 24 § 2º CF/88
Exercitam-na os Estados, o Distrito Federal e os Municípios no âmbito da competência legislativa concorrente. Sobre as lacunas deixadas pela União.
	Nota: Não há como se confundir a competência suplementar – exercitada exclusivamente no âmbito da competência concorrente – com a competência residual atribuída aos Estados-membros pelo §1º do art. 25, da CRFB/88.
	Enquanto a competência residual tem a base constitucional vinculada ao §1º do art. 25 e possui objeto abrangente, a competência suplementar se acha disciplinada no §2º do art. 24 e tem por conteúdo exclusivo a edição de leis pelos Estados e Distrito Federal.
08 de setembro - COMPETÊNCIA RESIDUAL OU REMANESCENTE - art. 25 §1º CF/88
Como observado há poderes enumerados à União e aos Municípios, concluindo-se logicamente que os Estados apenas podem exercitar a autonomia política no contexto do que remanescer das competências que foram, de modo expresso, entregues ao órgão central e às unidades municipais. Exemplo: legislar sobre a utilização do espaço aéreo é competência da União – art. 22 CF (privativa). Como residual podemos ter a legislação estadual sobre o uso do espaço para táxi aéreo. 
OBS.: não há rol taxativo
Principal característica do estado federal é a autonomia. Comporta três capacidades. A mais importante é a auto-administração. Há uma distrbuiição de poder chamado de repartição constitucional de competências.
Temos 3 modalidades de competências:
Comp. Adminstrativa – distribuição de tarefas
Comp. Legislativa: Importa atividade legiferante dos entes federativos
Comp. Tributária – Os entes federativos tem de se mantes. 
Atende a uma classificaçao prevista na própria constituição. 
Competencia Exclusiva ou Material – 1) é uma competência da União; 2) é uma competência material ou administrativa e 3) em razão das matérias arroladas é indelegável.
Competencia Privativa – Cabe delegação, mas é discricionário. É competência legislativa. Quando feita vale para todos os Estados e DF. A união delega para estado delegar sobre questões específicas. Matérias arroladas no art. 22. (Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.)
Obs.: Nem sempre a CRFB dispensa uma característica uniforme em delegação de competência. Não houve do constituinte cuidado no trabalho de especificação da palavra EXCLUSIVA e PRIVATIVA 
Competencia Comum – Também é administrativa. Exige uma responsabilidade solidária entre todos os entes federativos. A educação por exemplo, dever de todos e dever do Estado, também a saúde. (vide art 23)
Competência Concorrente – Art. 24
Não há concorrência concorrente para Municípios, somente para estado e DF. (O municipío pode suplementar, conforme art. 30)
Competência Suplementar – todos os entes, inclusive municípios. É quando inexiste legislação federal sobre a matéria. A união legisla sobre regras gerais. Art. 30
Competência Remanescente ou Residual – Art. 25 § 1º
Competência Exclusiva da UniãoCompetência residual ou remanescente não é taxativa. Não é da união e não é do Município, então é dos Estados.
CASO 2 - Tema: Repartição de competências
O Governador de determinado Estado da federação apresentou projeto de lei que tem por escopo limitar em R$ 3.00 (três reais) a cobrança de estacionamentos em shopping, independente do tempo de utilização pelos usuários dos espaços destinados à guarda dos veículos. O projeto converteu-se em lei. 	Indignada com a edição da lei, por achá-la inconstitucional, a Associação dos Administradores de Shopping, afora a medida judicial cabíveis no sentido de assegurar a livre estipulação de valores e cobrança, pela utilização dos espaços destinados à guarda de veículos nestes estabelecimentos comerciais, e o faz alicerçando sua tese na possível usurpação de competência pela lei estadual. Indaga-se:
Quais as matérias objeto da questão? Uso do direito de propriedade privada– art. 22 I CF/88
A quem caberia legislar sobre as matérias apontadas? União – art. 22 I CF/88
Não caberia delegação pois preço é específica.
Semana 3 - CASO 1 – Repartição de competências
A Lei 11.387/00, do Estado de Santa Catarina, isenta do pagamento de multas, nas hipóteses que menciona, os motoristas infratores da lei de trânsito. À luz do critério e da técnica empregados pelo legislador constituinte originário para partilhar as competências entre os entes da federação, podemos afirmar que referida a lei estadual se compatibiliza formalmente com a CRFB/88? Não, pois trânsito (CTB) é afeto à União – art. 22 CF
SEMANA 3
Intervenção - Sistema Constitucional das Crises
Introdução
Após a análise das normas que regem o Estado Federal, percebe-se que a regra é a autonomia dos entes federativos (União / Estados / Distrito Federal e municípios), caracterizada pela tríplice capacidade de auto-organização e normatização, auto-governo e auto-administração.
A intervenção consiste em medida excepcional de supressão temporária da autonomia de determinado ente federativo, fundada em hipóteses taxativamente previstas no texto constitucional, e que visa à unidade e preservação da soberania do Estado Federal e das autonomias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. A intervenção é do ente politicamente mais amplo para outro menos amplo.
INTERVENÇÃO – medida excepcional, pois a 1ª regra é autonomia. Ela é temporária, com a supressão da autonomia. Para alguns autores é uma pena política. Medida fundada nas hipóteses da constituição – não existe subjetividade. Visa a manutenção da autonomia. Quais os critérios a adotar? Não é tipificado, usar o princípio da proporcionalidade ou decretação vinculada – provocada não de ofício. Cabe ao procurador geral com origem no STF. Incisos VI e VII por decreto governamental. Passa por um controle político. 
Art. 34 CF – intervenção da União nos Estados
Art. 35 CF – intervenção da União nos Territórios e dos Estados nos seus Municípios 
Impossibilidade de Intervenção da União nos Municípios
União não poderá intervir diretamente nos municípios, salvo se existentes dentro de Território Federal (CF, art. 35, caput- OBS. território é descentralização administrativa da União – um autarquia). Como ressaltado pelo Supremo Tribunal Federal, "os Municípios situados no âmbito territorial dos Estados membros não se expõem à possibilidade constitucional de sofrerem intervenção decretada pela União Federal, eis que, relativamente aos entes municipais, a única pessoa política ativamente legitimada a neles intervir é o Estado-membro".
CASO 2 – Tema: Intervenção federal
Diante da total falência do sistema de saúde no Município do Rio de Janeiro, o Presidente da República editou Decreto declarando o estado de calamidade pública do setor hospitalar do Sistema Único de Saúde – SUS, e, dentre outras determinações, autoriza, nos termos do inciso XIII do art. 15 da Lei 8.080/90, a requisição, pelo Ministro da Saúde, dos bens, serviços e servidores afetos a hospitais do Município ou sob sua gestão. Indignado com a medida adotada pelo Governo Federal, o Prefeito do Rio de Janeiro manifestou-se argüindo a inconstitucionalidade da medida, o que faz com escopo na vedação constitucional que inibe a possibilidade de a União intervir no Município. Por outro lado, o Governo Federal aponta possível equívoco na posição do Governo local, sustentando que apenas se aplicou o disposto na Lei 8.080/90: 
"Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições:... XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização;“
	Diante do impasse, o Governo local impetrou Mandado de Segurança distribuído perante o Supremo Tribunal Federal. Com base na jurisprudência do STF, aponte as possíveis inconstitucionalidades encontradas no caso, que revestem de vício a intenção do governo federal. A Intervenção é ato privativo do Chefe do Poder Executivo
Esse ato extremado e excepcional de intervenção na autonomia política dos Estados-membros / Distrito Federal, pela União, somente poderá ser consubstanciado por decreto do Presidente da República (CF, art. 84, X); No caso da intervenção Municipal, pelos governadores de Estado. É, pois, ato privativo do Chefe do Poder Executivo. É um ato político discricionário (cabe ao chefe do executivo decidir), exclusivo – indelegável 
CASO 1 – Tema: Intervenção federal
Diante do impasse quanto à criação de um Município em área disputada por Estados-membros, um deles decide incorporar a parte do território que cabia ao outro. Após tomar ciência do fato, o Presidente da República decide não lançar mão da extraordinária prerrogativa de decretar a intervenção federal (CRFB, art. 34, II), o que motiva o Governador do Estado prejudicado a impetrar mandado de Segurança no Supremo Tribunal Federal. Entende o chefe do Poder Executivo estadual que a abstenção presidencial quanto à concretização da intervenção aflige o vínculo federativo e a integridade do território nacional, o que autorizaria o Tribunal a ordenar a decretação da medida. A tese do Governador tem procedência? Em hipótese alguma, pois, de acordo com o art. 34, II, CF/88 – esse é um poder discricionário do Presidente da República. OBS.: no art. 102, I,f CF/88 – temos a competência do STF.
Requisitos da Intervenção:
uma das hipóteses taxativamente descritas na Constituição Federal (CF, art. 34 - Intervenção Federal; CF, art. 35 - Intervenção Estadual), pois constitui uma excepcionalidade no Estado Federal;
intervenção do ente político mais amplo, no ente político, imediatamente menos amplo (União nos Estados e Distrito Federal; Estados nos municípios);
ato político - decretação exclusiva - de forma discricionária ou vinculada dependendo da hipótese - do Chefe do Poder Executivo Federal (Presidente da República - intervenção federal; governador de Estado - intervenção municipal), a quem caberá, igualmente, a execução das medidas interventivas.
Informe Jurisprudencial
Conforme salientado pelo Ministro Celso de Mello, "o mecanismo de intervenção constitui instrumento essencial à viabilização do próprio sistema federativo, e, não obstante o caráter excepcional de sua utilização - necessariamente limitada às hipóteses taxativamente definidas na Carta política -, mostra-se impregnado de múltiplas funções de ordem político-jurídica, destinadas (a) a tornar efetiva a intangibilidade do vínculo federativo; 
(b) a fazer respeitar a integridade territorial das unidades federadas; (c) a promover a unidade do Estado Federal e (d) a preservar a incolumidade dos princípios fundamentais proclamados pela Constituição da República" (STF – Intervenção Federal n.° 591-9/BA - Rel. Ministro-PresidenteCelso de Mello, Diário da Justiça, Seção I, 16 set. 1998, p. 42).
Intervenção Federal - Quadro Geral
Espontânea – ato discricionário (sim ou não) do chefe do executivo que analisa de ofício, sem provocação.
Defesa da unidade nacional, CF, art. 34, I e II,
Defesa da ordem pública, CF, art. 34, III. OBS.: no complexo do Alemão é colaboração, não é uma intervenção.
Defesa das finanças públicas, CF, art. 34, V
Provocada – também, discricionário
Por solicitação – (governo solicita) defesa dos Poderes Executivo ou Legislativo locais, CF, art. 34, IV. OBS.: a solicitação pode ser do presidente da assembléia legislativa, quando, por exemplo, o governador inviabiliza o funcionamento da câmera.
Por requisição – não é discricionário do Presidente da República. É por decretação. E é utilizado quando não há outros meios. Tramitação, por exemplo: por provocação o TJ vai ao STF ( único com poder discricionário)- em caso de sim – requerimento ao PresRep.
STF (CF, art. 34, IV – Poder Judiciário)
STF, STJ ou TSE (CF, art. 34, VI – ordem ou decisão judicial) – vide art. 36, I CF/88
STJ (CF, art. 34, VI – execução de lei federal) - vide art. 36, III CF/88 – recusa à execução de lei federal
STF (CF, art. 34, VII) - vide art. 36, III CF/88
Hipóteses
A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: 
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; 
b) deixar de entregar aos municípios receitas tributárias fixadas nesta constituição dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial
Princípios Constitucionais Sensíveis
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta;
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde
Procedimento da Intervenção Federal
iniciativa;
 fase judicial (somente presente em duas das hipóteses de intervenção - CF, art. 34, VI e VII);
decreto interventivo;
controle político (não ocorrerá em duas das hipóteses de intervenção - CF, art. 34, VI e VII).
Iniciativa
A Constituição Federal, dependendo da hipótese prevista para a intervenção federal, indica quem poderá deflagrar o procedimento interventivo:
a. Presidente da República: nas hipóteses previstas nos incisos I, II, III, V ex officio poderá tomar a iniciativa de decretar a intervenção federal.
b. solicitação dos Poderes locais (CF, art. 34, IV): os Poderes Legislativo (Assembléia Legislativa ou Câmara Legislativa) e Executivo (Governador do Estado ou do Distrito Federal) locais solicitarão ao Presidente da República a decretação da intervenção no caso de estarem sofrendo coação no exercício de suas funções. O Poder Judiciário local, diferentemente, solicitará ao Supremo Tribunal Federal que, se entender ser o caso, requisitará a intervenção ao Presidente da República;
c. requisição do Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral, na hipótese prevista no art. 34, VI, segunda parte, ou seja, desobediência a ordem ou decisão judiciária. Assim, o Superior Tribunal de Justiça e o Tribunal Superior Eleitoral poderão requisitar, diretamente ao Presidente da República a decretação da intervenção, quando a ordem ou decisão judiciária descumprida for sua mesma. 
Ao Supremo Tribunal Federal, porém, além da hipótese de descumprimento de suas próprias decisões ou ordens judiciais, cabe-lhe, exclusivamente, a requisição de intervenção para assegurar a execução de decisões da Justiça Federal, Estadual, do Trabalho ou da Justiça Militar, ainda quando fundadas em direito infraconstitucional. A iniciativa deverá ser endereçada ao próprio Presidente da República.
Nota Importante
Observe-se que somente o Tribunal de Justiça local tem legitimidade para encaminhar ao Supremo Tribunal Federal o pedido de intervenção baseado em descumprimento de suas próprias decisões. Assim, a parte interessada na causa somente pode se dirigir ao Supremo Tribunal Federal, com pedido de intervenção federal, para prover a execução de decisão da própria Corte Maior. 
Quando se tratar de decisão de Tribunal de Justiça, o requerimento de intervenção deve ser dirigido ao respectivo Presidente do Tribunal Local, a quem incumbe, se for o caso, encaminhá-lo ao Supremo Tribunal Federal, sempre de maneira fundamentada.
CASO 1 – Tema: Intervenção Federal e descumprimento de decisão judicial
Preocupado com a situação de um determinado Estado que, por várias vezes, deixou de cumprir decisões e ordens judiciais, o Presidente da República lhe questiona, na qualidade de Advogado-Geral da União, se seria necessário o ajuizamento de uma ação direta interventiva para decretar a intervenção federal. Como você responderia à consulta? E se a mesma consulta fosse formulada por um Governador de Estado, que pretendesse decretar a intervenção em um determinado Município?
d. Ação proposta pelo procurador-Geral da República nas hipóteses previstas no art. 34, inciso VI "início" e VII, respectivamente endereçada ao Superior Tribunal de Justiça (ação de executoriedade de lei federal) e ao Supremo Tribunal Federal (ação direta de inconstitucionalidade interventiva).
Fase Judicial
Essa fase apresenta-se somente nos dois casos previstos de iniciativa do Procurador-Geral da República (CF, art. 34, VI, "execução de lei federal" e VII), uma vez que se trata de ações endereçadas ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal.
Nota Importante
Em ambos os casos os Tribunais Superiores, para o prosseguimento da medida de exceção, deverão julgar procedentes as ações propostas, encaminhando-se ao presidente da República, para os fins de decreto interventivo. Nessas hipóteses, a decretação da intervenção é vinculada, cabendo ao Presidente a mera formalização de uma decisão tomada por órgão judiciário.
Decreto Interventivo
A intervenção será formalizada através de decreto presidencial (CF, art. 84, X), que, uma vez publicado, tornar-se-á imediatamente eficaz, legitimando a prática dos demais atos conseqüentes à intervenção.
Amplitude, Prazo e Condições
O art. 36, § 1.°, determina que o decreto de intervenção especifique a amplitude, o prazo e as condições de execução e, se necessário for, afaste as autoridade locais e nomeie temporariamente um interventor, submetendo essa decisão à apreciação do Congresso Nacional no prazo de 24 horas.
Participação dos Conselhos da República e de Defesa Nacional
Nas hipóteses de intervenções espontâneas, em que o Presidente da República verifica a ocorrência de determinadas hipóteses constitucionais permissivas da intervenção federal (CF, art. 34, I, II, III, V), ouvirá os Conselhos da República (CF, art. 90, I) e o de Defesa Nacional (CF, art. 91, § 1.°, II), que opinarão a respeito. Após isso, poderá discricionariamente decretar a intervenção no Estado-membro.
O Interventor
O interventor nomeado pelo Decreto presidencial será considerado para todos os efeitos como servidor público federal, e a amplitude e executoriedade de suas funções dependerá dos limites estabelecidos no decreto interventivo.
Limites
A Constituição Federal não discriminou os meios e as providências possíveis de ser tomadas pelo Presidente da República, por meio do decreto interventivo, entendendo-se, porém, que essesdeverão adequar-se aos critérios da necessidade e proporcionalidade à lesão institucional. OBS.: deve ser observado o princípio da proporcionalidade e subprincípio da necessidade.
Controle Político
A Constituição Federal prevê a existência de um controle político sobre o ato interventivo, que deve ser realizado pelos representantes do Povo (Câmara dos Deputados) e dos próprios Estados-membros (Senado Federal), a fim de garantir a excepcionalidade da medida;
Apreciação do Congresso Nacional
Submetido o decreto à apreciação do Congresso Nacional, no prazo de vinte e quatro horas, este poderá rejeitá-la ou, mediante decreto legislativo, aprovar a intervenção federal (CF, art. 49, IV).
Caso o Congresso Nacional não aprove a decretação da intervenção, o Presidente deverá cessá-la imediatamente, sob pena de crime de responsabilidade (CF, art. 85, II).
Nota Importante
Nas hipóteses previstas no art. 34, VI e VII, o controle político será dispensado, conforme expressa previsão constitucional, e o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade (CF, art. 36, § 3.°). OBS.: o art. 36 CF dá orientações.
Intervenção Estadual no Município
A intervenção estadual nos municípios tem a mesma característica de excepcionalidade já estudada na intervenção federal, pois a regra é a autonomia do município e a exceção a intervenção em sua autonomia política, somente nos casos taxativamente previstos na Constituição Federal (CF, art. 35).
Decretação
Por ser um ato político, somente o governador do Estado poderá decretá-la, dependendo na hipótese do art. 35, IV, de ação julgada procedente pelo Tribunal de Justiça.
Tramitação – e solicitação espontânea ao presidente da república – ouvido o conselho da república e de defesa nacional – antes de ir para o congresso – art. 89, 90 e 91 CF. em 24. OBS.: a tramitação por requisição não precisa passar pelo congresso. Decreto interventivo – materialização: art. 84, X CF. após publicação no Diário Oficial – passam a eficácia imediata – em 24 o congresso apreciará. Amplitude – art. 36, §1º CF. congresso poderá rejeitar.
Tempo – o prazo é de 30 dias prorrogáveis por mais 30. O interventor nomeado será considerado funcionário público e ele atuará de acordo com o que estiver expresso no decreto. Limites.
Sistemas de Crises
Intervenção Federal – a regra é a autonomia dos entes federativos. A intervenção é medida excepcional que temporariamente suspende a autonomia do ente federativo. Essa medida é taxativa, somente a CF trata das possibilidades de intervenção. É possível também a supressão de direitos. Tem de atender a uma regra onde somente o ente politicamente mais amplo poderá intervir em um ente politicamente menos amplo. A União intervém no Estado, Estado intervém no Município. Não pode a União intervir no município, tem uma exceção que é a intervenção de município localizado em Território Federal, atualmente não temos território. 
Caso conhecido de intervenção da União que praticou uma intervenção no sistema de saúde do município do RJ. O prefeito impetrou um mandato de segurança contra e logrou êxito. É um ato privativo do chefe do Executivo, é ato discricionário, excepcional, indelegável. (art. 84, X). Pode ocorrer a decretação vinculada, não pode o presidente decretar de ofício, tem de ser provocado, mas ele é quem decide. No caso do art. 34, IV é uma requisição que não cabe discricionariedade no caso do Poder Judiciário requisitar. No caso do estado não é o Presid. Do Tribunal de Justiça que solicita. O Presidente do TJ pede ao STF que requisite ao Presidente da República. O presidente do STF pode não pedir, é discricionário do STF. Mas se o STF pedir o Presid. da República é obrigado a decretar, caso contrário responderá por responsabilidade... (ler art. 85).
Rio de Janeiro é campeão de descumprir princípios constitucionais sensíveis.
Espécie normativa: decreto interventivo. Passa por um controle político, vai para o Congresso Nacional, exceto em intervenção na requisição. O presidente conta com órgãos de consulta que são Conselho de Defesa Nacional e Conselho da República. A opinião deles não vincula o Executivo, é mera consulta. 
Os requisitos
. tem que especificar a amplitude, ou seja, quais as medidas que serão adotadas, se haverá afastamento do governador.
. O prazo máximo é de até 30 dias, prorrogáveis uma única vez por mais 30 dias.
Se o presidente nomear interventor, não é obrigatório, mas se o fizer deverá ser nomeado no decreto, será considerado para todos os efeitos como um servidor público federal. Não existe uma discriminação das medidas e como serão utilizados. Deve obedecer aos princípios da proporcionalidade e da necessidade. 
O controle se dará pelo CN que apreciará o decreto. Se não aprovar a medida a intervenção deverá cessar imediatamente. Se não cessar é ato inconstitucional.
SEMANA 4
Defesa do Estado e das Instituições Democráticas
Sistema Constitucional das Crises - CONTINUAÇÃO
Medidas excepcionais para manter ou restabelecer a ordem nos momentos de anormalidade constitucionais.
Estado de Defesa e Estado de Sítio – são estados de exceção
Forças Armadas e Segurança Pública – não será visto
Substituição da legalidade normal
A legalidade normal é substituída por uma legalidade extraordinária, que é caracterizada por um “estado de exceção”. Por instrumento extraordinário, mas legal, não é arbitrário
O Sistema Constitucional das Crises fixa “normas que visam à estabilização e à defesa da Constituição contra processos violentos de mudança ou de perturbação da ordem constitucional, mas também á defesa do Estado quando a situação crítica derive de guerra externa. Para defesa do estado, do território nacional.
Defesa do Estado – OBS.: não é o estado de defesa
Pode ser entendida como:
Defesa do território nacional contra invasões estrangeiras (art. 34, II, e 137, II, da CF/88)
Defesa da soberania nacional (art. 91 da CF/88) – participação dos conselhos
Defesa da Pátria (art. 142 da CF/88) – participação das forças armadas
Defesa das Instituições Democráticas
Visa-se o equilíbrio entre os grupos de poder. Caracteriza-se como o equilíbrio da ordem constitucional.
Princípios da Necessidade e Temporariedade – OBS.: são necessários para a deflagração do estado de defesa.
A deflagração do sistema deve respeitar o Princípio da Necessidade, sob pena de configurar arbítrio e verdadeiro golpe de estado. Tem que estar taxativamente no texto constitucional.
A deflagração deve respeitar o Princípio da Temporariedade, sob pena de configurar verdadeira ditadura.
Estado de Defesa
O Estado de defesa corresponde às antigas medidas de emergência do direito constitucional anterior. 
Previsão normativa
Art. 136. O Presidente da República pode (decisão política), ouvidos (obrigatoriamente) o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional (órgãos consultivos que fazem a aferição de necessidade), decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. 
Objetivo e Hipóteses que autorizam a decretação (decreto governamental)
Objetivo a ser preservado: preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social. OBS: o estado de defesa pode ser preventivo ou para restabelecer.
Hipóteses: a) grave e iminente instabilidade institucional; b) calamidades de grandes proporções na natureza. 
Procedimento
Competência (privativa)e Titularidade – Presidente da República (art. 84, IX c/c art. 136, da CF/88).
Decreto: art. 136, 137 e 138 CF – tem que constar do decreto:
tempo de duração – 30 dias + 30 dias.
área a ser abrangida – Locais certos e determinados.
Medidas coercitivas
Conselhos consultivos
Oitiva do Conselho da República e DefesaNacional
Medidas
§ 1º - O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas (não é para todo o território nacional) e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: OBS.: que são taxativas:
I - restrições aos direitos de:   
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações (OBS.: o art. 5º diz que o estado não intervirá nas associações);  b) sigilo de correspondência; c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;   OBS.: sempre com ponderação de interesses, sem aniquilação.
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes. União pode se necessário usar, também, bens privados – pelo princípio da necessidade.
§ 3º - Na vigência do estado de defesa:   
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial;   
II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação;   
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;   
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso. 
Controle exercido pelo Congresso Nacional OBS.: por decreto poderá, também, sustar
Controle político imediato:
§ 4º - Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta. 
§ 7º - Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa. 
Controle político concomitante:
	Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar (OBS.: também na prorrogação) a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio. Por maioria absoluta ( metade mais um da totalidade dos congressistas das 2 casas )
Controle político sucessivo: (posterior)
Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes.
	Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justificação das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas. 
Controle jurisdicional – vide art. 85 CF
Controle jurisdicional concomitante:
§ 3º - Na vigência do estado de defesa:   
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial; 
Controle jurisdicional sucessivo: (posterior)
	Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes. 
Estado de Sítio - para situações mais graves
O Estado de sítio corresponde a suspensão temporária e localizada de garantias constitucionais, apresentando maior gravidade do que o Estado de defesa. 
Hipóteses de decretação
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:   
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;   temporalidade: 30 dias + prorrogação indefinida a cada 30 dias.
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.  temporalidade: 30 dias + prorrogação indefinida. 
OBS.: em razão da gravidade, o PresRep. não pode decretar, ele antes solicita permissão.
Procedimento
Competência do Presidente da República.
Prévia oitiva dos Conselhos da República e Defesa Nacional.
Autorização do Congresso Nacional (maioria absoluta dos seus membros)
Por decreto – espécie normativa
Indicação de sua duração.
Indicação das normas necessárias a sua execução.
Indicação das garantias constitucionais que ficarão suspensas.
Designação do executor das medidas específicas.
Áreas abrangidas. – cada caso é analisado
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas. 
Duração
30 dias (pode ser prorrogado sucessivamente, sem limites, com prorrogação não superior a 30 dias) - Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:   
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
Enquanto perdurar – indefinidamente - II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
Medidas coercitivas – Art. 137, inciso I, CF/88
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ( diferente do estado de guerra) ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:   
I - obrigação de permanência em localidade determinada;   
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;   
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; (norma de eficácia contida – já existe a lei)  
IV - suspensão da liberdade de reunião;   
V - busca e apreensão em domicílio;   
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;   
VII - requisição de bens. 
Medidas coercitivas – Art. 137, inciso II, CF/88 – observados os princípios da necessidade, da ponderação, da proporcionalidade
Em tese, qualquer medida restritiva de direitos poderá com suspensão de direitos poderá ser tomada, desde que:
a) tenham sido observados os princípios da necessidade e da temporariedade;
b) Tenha havido prévia autorização por parte do Congresso Nacional;
c) Tenha sido indicado no decreto a sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas.
Controle político congressual
Controle político prévio: 
	Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de: 
	Art. 138 (...)
	§ 3º - O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das medidas coercitivas. 
Controle político concomitante:
	Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio. 
Controle político sucessivo - posterior:
	Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes. 
Controle jurisdicional
Controle jurisdicional concomitante;
	Qualquer lesão ou ameaça a direito, abuso ou excesso de poder durante a execução do estado de sitio poderão ser apreciados pelo Poder Judiciário.
Controle jurisdicional sucessivo;Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes. 
Estado de exceção – estado de defesa e estado do sítio 
Há uma alteração de legalidade normal para uma excepcional, extraordinária, mas é legalidade.
Não é objetiva disputa pelo poder e sim o restabelecimento da ordem.
Para deflagrar sistema de crise é imprescindível os requisitos: necessidade e temporalidade
As necessidades estão taxativamente na CRFB. 
Estado de Defesa
Comentário art. 136 – Competência privativa do Pres. República. É uma decisão política (pode decretar, não deve). Os conselhos da República e da Defesa Nacional devem ser ouvidos, obrigatoriamente, pois são órgãos consultivos instituídos pela CRFB, mas a decisão é discricionária do PR. Depois enviado ao CN que decidirá pela manutenção ou cessação do Estado de Defesa.
O Estado de Defesa pode ser repressivo ou preventivo.
Locais restritos e determinados, entende-se que não é nacional, as medidas não são em todo o território nacional. 
As medidas coercitivas são taxativas. Dentre as seguintes tem de escolher as citadas, não pode inovar. 
Geralmente o executor do Estado de Defesa e Estado de Sítio é o Ministro da Justiça.
Estado de Sítio – prorrogações indeterminadas, mas a cada trinta dias. No caso de guerra decreta por trinta dias e a prorrogação é por quanto tempo perdurar o problema. 
Art. 137, II não há rol taxativo para a adoção das medidas no Estado de Sítio por motivo de guerra.

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