Buscar

RESUMO Gestalt AV1

Prévia do material em texto

Slide Apresentação Gestalt-terapia
GESTALT TERAPIA
É difícil conhecermos tudo sobre alguma coisa. Cada pessoa vê sob uma perspectiva diferente. Mas não é por isso que vamos reduzir o que foi visto a apenas uma perspectiva.
Agora falando sobre um paciente.... Não é possível saber tudo sobre ele – todas as suas variáveis, possibilidades... Ninguém é apenas aquilo que é visto por apenas um ângulo de visão.... Ela não é um depressivo, um cardíaco, um fígado, um sujeito em crise.... Ela é mais do que as partes pelas quais a perspectiva da ciência tenta entendê-lo – por mais difícil que seja lidar com essa totalidade ao mesmo tempo.
Ver o ser humano como um todo... inclusive passado, presente e futuro – as marcas físicas e psicológicas do que vivemos está aqui, agora, no presente.
Trabalhando com a descrição
 Enquanto descrevemos estamos irremediavelmente ligados ao presente. Não estamos nem antes, buscando causas, nem depois, tentando prever as consequências. Na descrição tudo o que é passado e tudo o que é futuro estão contidos no presente. 
Quando o cliente revela um problema no presente, a G - t busca nesse presente como o problema é mantido vivo pela pessoa e não nos porquês, no passado. No presente o passado ainda se apresenta como um problema aberto, ainda sem uma finalização. A força motriz para trabalhar com o problema está no presente, na situação atual, no incômodo atual. Com a descrição se busca a incorporação das sensações, do corpo na experiência, englobando a sua totalidade: corpo, sensações, emoções, sentimentos, pensamentos, fantasias, sonhos, tudo que constitui o campo de experiência único daquela pessoa. 
A Gestalt-Terapia é uma psicoterapia vivencial que destaca a consciência do aqui – e -agora: antes de procurarmos causas ou porquês, devemos focalizar nossa atenção no que está dado, no presente, no visível.
“Aqui e agora” O presente é ao mesmo tempo o passado, o presente e o futuro. Neste momento estão minhas experiências, meu self, meus projetos.
“Aqui e agora” O passado está em mim, na minha fala, na minha respiração, nos meus movimentos e na minha expressão. O passado é reestruturado em cada momento existencial.
O trabalho terapêutico: Ampliar as possibilidades de relação do indivíduo com o mundo. É a movimentação da relação figura/fundo.
Nossas fronteiras
Se uma pessoa se sente mal ao ter que falar em público, o remédio é empurrá-la para enfrentar a situação, cobrando: Você só vai resolver esse problema enfrentando! Quais recursos ela tem para enfrentar o problema?
A fronteira de contato: É o sentimento de integridade que nos diferencia do outro, nos individualiza. 
Na interação com o meio precisamos discriminar: precisamos avaliar para escolher o que vamos/podemos ou não aceitar e integrar à nossa vivência. Nem tudo o que vivenciamos é fruto de uma escolha consciente. Algumas vezes introjetamos verdades e adotamos comportamentos mecanicamente, por imposições/sugestões do meio. 
Na fronteira de contato o desconhecido, o novo. Ponto de divisa e de união. Ponto de encontro. É na fronteira de contato que o trabalho terapêutico é realizado. Por meio de uma relação de diálogo. 
O ciclo do contato/awareness:
A relação terapêutica
O encontro psicoterapeuta/paciente propõe-se a restaurar o contato figura/fundo da pessoa consigo mesma e com o mundo. Portanto as intervenções terapêuticas serão no sentido de facilitar/ampliar a consciência dos bloqueios ou interrupções no contato, awareness de si e do outro, através da vivência da própria relação psicoterápica.
O encontro terapêutico
O Gestalt-terapeuta acompanha o paciente nas suas descobertas, em lugar de interpretar e modificar atitudes pré-existentes. O próprio, paciente vai dando a direção de suas mudanças e o psicoterapeuta acompanha o seu movimento, confirmando-o.
Slide Fundamentos Gestalt-terapia
Principais influências teóricas da Gestalt-terapia
A Psicologia da Gestalt parte da premissa que uma parte só pode ser compreendida quando relacionada ao todo a qual pertence, UMA VISÃO SISTÊMICA E HOLÍSTICA.
A influência da Psicologia da Gestalt sobre o desenvolvimento da GT, surge também através da Teoria de Campo, de Kurt Lewin.
Teoria de Campo de Kurt Lewin: a personalidade é concebida como um espaço vital, que reúne a pessoa e o seu meio psicológico -um campo de forças, cuja dinâmica é determinada pelo resultado da relação entre a energia das necessidades da pessoa e a força exercida pelo seu meio psicológico.
Teoria Organísmica
Perls foi assistente de Kurt Goldstein, neuropsiquiatra que desenvolveu a Teoria Organísmica, que concebe a personalidade como o organismo total, que é composto de partes diferenciadas, porém nunca isoladas. 
- O todo é regido por leis que não se encontram nas partes. O todo é o seu próprio princípio regulador. 
- O indivíduo é um todo unificado, como um campo integrado em sentimentos, sensações, emoções, imagens.
- Uma verdadeira compreensão da condição individual só é alcançada se considerarmos o indivíduo como parte da totalidade da natureza e em particular da sociedade humana a que pertence.
- O todo não pode ser compreendido pelo estudo das partes isoladas. 
- O homem possui um impulso dominante de autorregulação pelo qual é permanentemente motivado. Tem dentro de si potencialidades que regulam seu próprio crescimento.
- Goldstein afirma também que todas as necessidades do organismo visam a sua autorregulação sendo também esta a função de todos os sintomas. 
- Outros teóricos influenciaram o desenvolvimento da GT, como Jung (polaridades), Reich (couraça muscular), Rogers (congruência/incongruência) e Moreno (psicodrama).
.
Psicologia da Gestalt
O princípio mais importante da abordagem gestáltica é a afirmação de que a análise das partes nunca pode proporcionar uma compreensão do todo, uma vez que o todo será definido pelas interações e interdependências das partes. As partes de uma gestalt não mantêm sua identidade quando estão separadas de sua função e lugar no todo. 
Embora não haja equivalente preciso em português para a palavra alemã gestalt, o sentido mais geral que se pode dar ao termo seria uma espécie de disposição ou configuração de uma organização específica das partes que constituiria um todo particular. 
A Gestalt ofereceu algumas sugestões a respeito dos modos pelos quais os organismos se adaptam para alcançar sua organização e equilíbrio. Um aspecto desta adaptação envolve a forma pela qual um organismo torna suas percepções significativas, a maneira pela qual distingue figura do fundo. 
A escola gestáltica estendeu o fenômeno figura-fundo para descrever a maneira pela qual um organismo seleciona o que é ou não é de seu interesse num dado momento. Para um homem sedento, um copo de água colocado entre seus pratos favoritos emerge como figura principal contra o fundo menos importante constituído pela comida. 
A percepção adapta-se à necessidade, capacitando-nos a satisfazer nossas necessidades. Uma vez satisfeita a sede do exemplo, sua percepção da pessoa sobre o que é figura e o que é fundo provavelmente. Köhler, Wertheimer e Koffka, são os principais autores da Psicologia da Gestalt ou Psicologia da Forma.
Teoria de Campo -Kurt Lewin (1890-1947)
Estudou a interdependência entre a pessoa e o seu meio social. O comportamento é uma função do campo, do qual ele é parte, ele não depende nem do passado e nem do futuro, mas do campo presente. 
Na abordagem de campo da Gestalt-terapia tudo é visto como vir a ser, ou em movimento - nada é estático. O campo é a pessoa no seu espaço de vida. A realidade é sempre compreendida como relacional.
Existencialismo
A Gestalt-terapia fundamenta-se no Existencialismo absorveu o que a maioria das terapias existenciais considera importante: o encontro existencial interpessoal e a visão de homem em relação ao meio.
Pode ser considerado “existencial” tudo que diz respeito à forma como o homem experimenta sua existência, a assume, a orienta, a dirige. Cada pessoaé entendida como livre e responsável pela construção de seu projeto existencial. A liberdade, é vista como um ato consciente, uma escolha, ou pelo ponto de vista da Gestalt-terapia, uma awareness, ou consciência aguçada do que está sendo vivido no momento presente.
Fenomenologia
A Gestalt-terapia é fenomenológica por ser centrada na descrição subjetiva do sentimento (awareness) do indivíduo. É mais importante descrever do que explicar: o “como” precede o “porque”. O essencial é o processo que está se desenvolvendo aqui e a gora.
Fenômeno é o que se apresenta, traduzido para a Gestalt é aquilo que damos significado. Sem consciência não há mundo e sem mundo não há o sujeito: o sujeito se percebe em sua relação com o mundo. O sujeito só percebe e dá significado se há intencionalidade, a subjetividade vai se constituir a partir desse movimento.
A fenomenologia se relaciona com o “aqui e agora” da Gestalt-terapia. O presente é ao mesmo tempo o passado, o presente e o futuro. Neste momento estão minhas experiências, meu self, meus projetos. O passado está em mim, na minha fala, na minha respiração, nos meus movimentos e na minha expressão. O passado é reestruturado em cada momento existencial.
Assim, a Gestalt-terapia não é uma terapia de ajustamento, mas de autorrealização. Crescer neste sentido é buscar desenvolver seus próprios recursos. Psicoterapia é entendida como crescimento (Humanismo). 
Ampliar a consciência é assumir e aceitar a responsabilidade por suas próprias escolhas; acreditando em nós mesmos podemos acreditar no outro e no mundo.
Slide Aula 2 Gestalt-terapia
Gestalt-terapia
A construção da GT se deu em torno de algumas ideias presentes na Psicologia da Gestalt; Fenomenologia; Teorias de Campo e Organísmica; Humanismo e Existencialismo, no que consideram o homem a partir de sua relação com o meio ambiente, ou seja, relacional, contextualizado, global, singular, auto-regulado e transformador.
Este homem é visto de forma holística, global, levando em conta corpo, mente, emoções e comportamento. É considerado como uma unidade indivisível. É uma totalidade, um ser completo, inserido em outras totalidades. Com base na Teoria Organísmica, a Gestalt-terapia pensa o homem como uma unidade, possuidora de coerência interna e potencial de crescimento. 
Este crescimento se dá a partir da relação que ele experimenta com o mundo a sua volta, motivado basicamente pela satisfação de suas necessidades -que podem ser entendidas como quaisquer motivos considerados importantes no momento, tais como beber água, relacionar-se, dormir etc. Neste movimento de troca com o meio externo, ele é capaz de manter o seu equilíbrio interno. 
Segundo Perls (Isto é Gestalt, p. 77): “O organismo sadio se reorganiza com todas as suas potencialidades para a gratificação das necessidades primordiais. Imediatamente ao realizar-se uma tarefa, esta volta para o fundo e permite que a necessidade que neste intervalo se tornou mais importante, chegue ao primeiro plano. Este é o princípio da autorregulação organísmica. ”
A ideia da tendência à autorregulação utilizada em Gestalt-terapia parte do princípio geral da Homeostase, de regulação dos organismos, proposta em 1926 por Cannon, que postula que todo organismo possui capacidade para regular seu ambiente interno, de forma a mantê-lo estável, através de mecanismos que compensam ou neutralizam as influências ou estímulos perturbadores vindos do meio exterior.
A busca pela homeostase é dinâmica, porque, na medida em que outras necessidades emergem produzindo novos movimentos, ocorre o desequilíbrio e o trabalho pela estabilidade interna recomeça. Este processo ininterrupto é chamado em Gestalt-terapia de Ciclo de Autorregulação.
O Ciclo de autorregulação ou Ciclo da Gestalt ou Ciclo de Contato é um dos principais pilares teóricos da Gestalt-terapia. Está relacionado à ideia de saúde ou funcionamento saudável, que fala da capacidade de ajustamento entre o indivíduo e o meio. 
E o foco da Gestalt-terapia está na qualidade do contato, i. é, na precisão, na energização, na fluidez, na disponibilidade e abertura, no ritmo e na discriminação. O contato ocorre no que a Gestalt-terapia chama de fronteira -que não é física ou fixa, mas que, à medida que delimita, possibilita o encontro com o novo, o diferente.
É na fronteira que pode ocorrer a mudança, transformação. É na fronteira de contato que o homem experimenta e discrimina o eu, na relação com o que não é o eu e desenvolve a capacidade de perceber tudo o que toca, infringe e transforma suas fronteiras e o próprio eu. 
Na fronteira de contato está o que foi formulado por Fritz Perls como Ego, constituído a partir do encontro entre a pessoa e o que não é a pessoa. Posteriormente, Paul Goodman desenvolveu a ideia de Self, descrita em obra conjunta com Frederick Perls e Ralph Hefferline (1997. P. 179):
“O self pode ser considerado como estando na fronteira do organismo, mas a própria fronteira não está isolada do ambiente; entra em contato com este; e pertence a ambos, ao ambiente e ao organismo...Não se deve pensar o self como uma instituição fixada; ele existe onde quer que haja de fato uma interação de fronteira, e sempre que esta existir. Parafraseando Aristóteles, ‘ quando se aperta o polegar, o self existe no polegar dolorido. ’”
Ciclo de Contato
Processo permanente de formação e destruição de figuras. Quando uma vivência passada ainda atua na autorregulação do organismo, impede o fluxo saudável. Perls tratou de quatro distúrbios de limite: a introjeção, confluência, projeção e retroflexão. Outros autores, acrescentaram novas possibilidades a essa lista.
Um sistema dinâmico: repouso, fluidez, sensação, consciência, mobilização, ação, interação, contato final, satisfação e retirada. É a expressão de um sistema, de um campo vital total, de autorregulação.
Gestalt-terapia
O foco da Gestalt-terapia é o ser no mundo. É na fronteira de contato que o trabalho terapêutico é realizado, desfazendo os bloqueios que dificultam o crescimento e a transformação. Para Yontef (!993, p. 186) “a noção básica da Gestalt-terapia de que contato –relacionamento é a primeira realidade ... e o organismo não tem significado separado do seu ambiente...”. 
O comportamento humano só adquire significado se visto em sua relação com o ambiente que o cerca.•O homem pode ser pensado como um campo (teoria de Campo), fazendo parte e em constante interação com um campo ainda maior, como uma rede. Todo movimento em qualquer ponto da rede influencia todos os demais.
A Gestalt-terapia aborda o homem sempre em sua relação com o meio que o circunda e pensa esta interação como um processo, a Awareness, que se refere à capacidade humana para perceber o que se passa dentro e fora de si, no momento presente, nos níveis corporal, mental e emocional. Este Conceito é definido por Yontef (1998, p.215) como: “...uma forma de experienciar. É o processo de estar em contato vigilante com o evento mais importante do campo indivíduo/ambiente, com total apoio sensoriomotor, emocional, cognitivo e energético”.
Figura/fundo
A Gestalt-terapia se utiliza do conceito de Figura e Fundo propostos pela Psicologia da Gestalt, para entendimento de como se processa a percepção da realidade, ou a organização e formação de realidades individuais. Perls (1977, p.77) fala deste conceito como o princípio “...organizador que cria ordem a partir do caos. ” 
“Qualquer que seja a necessidade primordial do organismo, esta faz a realidade aparecer como tal”, ou seja, a realidade é construída com base nas necessidades do homem e a forma como ele a organiza e reorganiza é o processo de formação de Gestalt. Perls (1977, p.77) 
Yontef (1998, p.71) explica que quando uma necessidade é atendida, a Gestalt se fecha, não exerce mais influência e permite a emergência de novas Gestalten.
Ao contrário, quando a necessidade não é satisfeita, por ter sido bloqueada, estar fixa em alguma etapa, não reconhecida ou não expressa, “ ... a harmonia flexível e o fluxo do organismo/ambiente ficam perturbados.Necessidades não atendidas formam Gestalten incompletas que clamam por atenção e, portanto, interferem na formação de novas Gestalten”.
Saúde
A saúde é a possibilidade do fluir natural das relações. É expressa por Funcionamento Saudável, que é a habilidade individual de interagir criativamente com o ambiente, o que depende da qualidade da awareness. Para que haja awareness é preciso que o contato envolva as funções sensoriais, motoras e cognitivas de forma dinâmica, que incluem desde os sentidos (audição, visão, olfato, tato e paladar) até a linguagem e o movimento corporal.
Quando a awareness não ocorre, ou quando o contato é evitado, interrompido, distorcido ou obstruído a formação de Gestalten fica prejudicada, ocorre o desequilíbrio, ou funcionamento não saudável. Nestes casos, o indivíduo pode desenvolver mecanismos de defesa que se manifestam como rigidez ou padrões fixos e insatisfatórios de comportamento. Os mecanismos de defesa ou de evitação do contato podem ser saudáveis ou patológicos, conforme sua intensidade, sua maleabilidade, o momento em que intervêm e, de uma maneira mais geral, sua oportunidade”.
Defesas/resistências
A Gestalt-terapia parte do princípio de que todas as pessoas buscam e têm capacidade de estabelecer contatos satisfatórios com o ambiente. As formas como estas interações se dão fazem parte da construção do próprio indivíduo, inclusive as defesas ou resistências que ocorrem quando as trocas com o meio resultam em frustrações
Os autores Erwing e Miriam Polster (1979, p.63) definem a resistência como uma “...força criativa para controlar um mundo difícil.” e “...intrínseca ao indivíduo e integrante do seu processo de desenvolvimento.”. Para Ponciano, (1997, p.36): “A resistência como mecanismo de defesa do eu é uma forma de contato”.
Sintoma: Ponciano (1997, p.81) “Todo sintoma é uma forma desesperada, criada pelo organismo, para tentar se autorregular. Sintoma é, portanto, um tipo especial de resistência. Não deve ser sufocado, destruído a priori, pois sua função é revelar um aspecto oculto da totalidade, e é por intermédio dele que podemos atingi-la. ”
Papel da terapia: Segundo o trabalho de Erwing e Miriam Polster (1979), o papel da terapia é ajudar o cliente a experimentar suas resistências em lugar de tentar removê-las. •O processo terapêutico ajuda na reconfiguração do Ciclo de Contato, na awareness. 
A terapia: O terapeuta trabalha na fronteira de contato do indivíduo com o ambiente, orientando sua flexibilização e expansão e não deve julgar ou impor ideias e valores, mas apenas ajudar o indivíduo a alcançar o ajustamento saudável. A psicoterapia, mais do que lidar com a estrutura do sintoma, busca compreender como este está organizado pelo cliente, para poder trabalhar as possibilidades de mudanças
Abordagem fenomenológica: Trabalha com a descrição da realidade no presente. Traz para o presente (aqui-e-agora) as emoções e sentimentos vividos pelo cliente, com objetivo de que sejam reexperimentados. Estar atento ao cliente como um todo: fala, movimentos, modo de se apresentar etc... Evitar interpretar, apenas ouvir. Lembrar que o terapeuta está incluído na relação cliente-mundo.
Aqui-agora: O momento presente é privilegiado e, com base na Teoria de Campo, a Gestalt-terapia considera que não existe uma linearidade causal entre o passado e o presente, e a origem do comportamento pode ser sempre vista no presente, embora o passado possa ter funcionado como condição facilitadora.
Teoria Paradoxal da Mudança: O processo terapêutico deve ajudar o paciente a diferenciar a autorrealização da realização de um conceito pré-concebido. É no espaço psicoterapêutico que ele deve poder lidar com suas limitações, fantasias e expectativas que o afastam do seu potencial.
Slide Fenomenologia e Clínica
Fenomenologia e Psicologia - Psicologia Fenomenológica Fundamentos, Método e Pesquisas Yolanda Cintrão Forghieri
Na vida cotidiana temos uma atitude natural diante de tudo o que nos rodeia, acreditando que o mundo existe por si mesmo, independentemente de nossa presença. A atitude natural, não refletida, ignora a existência da consciência, como a "doadora" de sentido. Encontramo-nos, em cada momento da vida, em nossa experiência cotidiana, tendo com ela uma familiaridade imediata e pré-reflexiva que não provém daquilo que a ciência nos ensina.
Sempre que penso ou sinto, isto acontece em relação a algo ou a alguém, concretamente presente, ou apenas lembrado ou imaginado. Por outro lado, o mundo não é apenas um conjunto de objetos ou pessoas, existindo por si mesmos, pois cada um deles se toma um determinado objeto ou pessoa em virtude de ter um significado para quem o percebe. 
 "As coisas não podem ser sem o homem e o homem não pode ser sem as coisas que encontra." (M.Boss)
O corpo tem um poder de síntese; ele unifica as sensações e percepções de si, bem como as que se referem ao mundo; o corpo é simultaneamente unificado e unificador na sua constante e simultânea relação consigo e com o mundo. 
Na vivência pré-reflexiva imediata o ser humano desconhece seu corpo como tal; ou, em outras palavras, este encontra-se englobado na totalidade do existir. E não há manifestação do existir que não seja, de certo modo, corporal, pois não são apenas as sensações, nas quais temos uma percepção direta de objetos, que são vividas corporalmente. 
Mesmo quando imaginamos ou lembramos de algo, ou de alguém, estes aparecem com um colorido, uma forma, ou um perfume, um gosto, uma contextura. E até quando estamos engajados num pensamento racional e abstrato, o que visualizamos ainda mantém alguma relação com o que vimos e sentimos. 
Nosso corpo não é uma estrutura existindo por si mesma: estende-se muito além de nossas sensações do momento. Não nos encontramos apenas fisicamente localizados num determinado lugar, mas, em um mundo que é constituído não apenas de sensações, mas de significações. Os limites da minha capacidade coincidem com os limites de minha abertura ao mundo; eles estão sempre mudando de acordo com minhas novas experiências e a amplitude ou restrição com as quais eu as vivencio. 
O retorno às "coisas mesmas" e a intencionalidade 
Questionando os sistemas especulativos da Filosofia e as teorias explicativas das ciências positivas, Husserl propõe retornar a um ponto de partida que seja, verdadeiramente, o primeiro. 
A consciência é sempre intencional, está constantemente voltada para um objeto
A intencionalidade é, essencialmente, o ato de atribuir um sentido; é ela que unifica a consciência e o objeto, o sujeito e o mundo. Com a intencionalidade há o reconhecimento de que o mundo não é pura exterioridade e o sujeito não é pura interioridade, mas a saída de si para um mundo que tem uma significação para ele. 
Gestalt-terapia e fenomenologia clínica - Diálogo, processo e awareness Gary yontef
Fenomenologia é associada às abordagens existenciais, que enfatizam variáveis subjetivas da consciência. Com a fenomenologia se busca entendimento com base no que é dado e não na interpretação. Por isso trabalha entrando experiencialmente na situação. A exploração fenomenológica objetiva com a descrição clara e detalhada do que o fenômeno/objeto É, diminuir a ênfase no seria, poderia ser ou foi.
Fenomenologia e Gestalt-terapia - Marcos José Müller-Granzotto, Rosane Lorena Müller-Granzotto
Exemplo de situação clínica
O consulente começa a se queixar de quanto o incomoda o fato de sua namorada estar sempre reclamando dos programas sociais que ele propõe: “ela parece nunca estar satisfeita com as coisas que proponho para fazermos juntos...” Depois de um longo tempo de reclamações, o terapeuta intervém: “No que mais sua namorada está sempre insatisfeita com você?” Depois de um instante de silêncio, o consulente começa a se mexer na poltrona e de maneira trôpega diz: “Ela também acha que eu sou rápido demais quando eu cozinho”. O terapeuta estranha o modo ansiogênico do cliente e pontua: “Você é rápido demais para ela?” O consulente até aqui se mantinha em sua relaçãocom o clínico numa atitude natural. Ele falava da insatisfação de sua namorada como se isso fosse um fato dado em si mesmo, uma realidade estabelecida independentemente do modo como ele a estava contando para o clínico. Até que, então, atravessado por sua própria ansiedade, pode reconhecer algo inacabado e admitir que sua fala cumpre uma outra finalidade, dissimuladora de algo que retornou em ato, no curso da sessão. Eis que, então, sai da atitude natural e alcança um ponto de vista fenomenológico: não importam mais os fatos, mas a descoberta de um conflito insuspeitado até ali e aparentemente não ligado a nenhum fato de que possa se lembrar. O consulente elabora esse conflito nos termos de uma fala que vai além dos fatos. Tal falar o conduz para uma “forma”, para um modo de funcionamento dele mesmo: “sempre ajo como se estivesse fugindo de algo” Essa forma ou modo de funcionamento é uma ligação intencional que ele repete em sua relação com as mulheres e que, na experiência clínica, poderá ser trabalhada.
Slide Aqui, Agora Wareness
“...a Gestalt-terapia reconhece os atos de lembrar e planejar como funções presentes, muito embora se refiram ao passado e ao futuro. 
...embora uma preocupação com o passado e o futuro seja obviamente central para o funcionamento psicológico, comportar-se como se estivesse no passado ou no futuro, tal qual fazem muitas pessoas, compromete as possibilidades vitais da existência. 
Os sistemas sensoriais e motores do individuo só podem funcionar no presente, e é da perspectiva dessas funções que a experiência presente pode ser palpável e viva. Quando, por exemplo, um paciente esta lembrando um acontecimento passado e fica tenso enquanto está contando que foi espancado por seu pai, e trata esse incidente apenas como um acontecimento passado, ele está apenas minimamente presente. Se ele tomasse consciência de sua tensão, sua experiência presente seria bastante intensificada. Então, se pudesse permitir ainda mais que sua tensão estagnada crescesse ate um sistema vivo de tensão, bem poderia contar a historia com a raiva, especulemos, que é inerente a sua tensão. A tensão tem seu próprio poder de direção e — lembrança ou não — se move para o presente ao expressar-se na eloquência verbal, no choro, no grito, no soco, na repreensão ou em outras ações expressivas. O que anteriormente havia sido sufocado, engessado no passado, revive agora por meio das realidades motoras e sensoriais atualmente disponíveis. 
A conclusão emerge pelo reconhecimento, pela ampliação e pelo foco continuo ate que a descarga motora — disponível apenas no presente — finalmente libere a pessoa de viver no passado morto.” (Irving e Miriam Polster, Gestalt-terapia integrada)
“É o esforço repetido do organismo para satisfazer sua necessidade que causa a repetição: mas esse esforço é repetidamente inibido por um ato deliberado presente” (Perls, Hefferline e Goodman, Gestalt-terapia)
A proposta terapêutica não é reviver o trauma, mas trabalhar as situações inacabadas do passado que ainda habitam o presente e interferem bloqueando o seu fluxo de vida. Aqui, agora é visto como um campo temporal, atravessado pelo vivido – o passado recriado no presente, frente às possibilidades que o momento presente abre para o indivíduo. Estar no aqui, agora é um esforço de conscientizar-se de suas capacidades e habilidades na interação com o meio, o contato. Experiência de unidade do ser, que unifica passado, presente (o lugar do contato) e futuro, relacionado ao conceito de self.
Agora: Refere-se ao que está ocorrendo nesse momento.
Ex. no processo terapêutico, como uma experimentação: falar com uma pessoa que não está presente é diferente de falar a respeito dela.“Diga isso a essa pessoa
AWARENESS (Yontef)
...”estar em contato com a própria existência”. 
“Processo de estar em contato vigilante com os processos mais importantes do campo indivíduo/ambiente com total apoio sensoriomotor, emocional, cognitivo e energético”.
“Uma awareness eficaz é baseada e é energizada pela necessidade atual e dominante do organismo”.
É um processo contínuo de estar em contato com o próprio eu.  É a tomada de consciência global no momento presente, a atenção ao conjunto da percepção pessoal, corporal e emocional, interior e ambiental
A RELAÇÃO PSICOTERAPEUTA-CLIENTE (Frazão,Psicologia USP)
“Awareness é a apreensão, com todas as possibilidades de nossos sentidos, da ocorrência do mundo dos fenômenos dentro e fora de nós. Esta apreensão se dá no presente, no aqui-e-agora. Mesmo quando lembramos de algo do passado, o lá-e-então, o ato de lembrar está se dando no presente. Embora a awareness seja sempre presente, o objeto dela pode pertencer a um outro tempo e espaço”
“Para que haja a awareness é necessário haver contato, embora possa existir contato sem que haja awareness. É através do contato que a relação com o mundo pode ser nutritiva. Ele é o responsável pelas mudanças da pessoa e das experiências que ela tem do mundo .
O contato ocorre na fronteira de contato, que é o ponto no qual a pessoa experiência o "eu" em relação ao "não-eu". Embora a palavra fronteira possa sugerir a idéia de um lugar, não se trata disso. Fronteira de contato se refere à relação particular entre a pessoa e o meio, entre "eu" e "não-eu".”
Em Gestalt-Terapia dizemos que o funcionamento adequado da awareness é o campo da psicologia normal; qualquer perturbação será o campo da psicopatologia. Para Perls, Hefferline e Goodman "a formação de Gestalten completas e compreensivas é a condição de saúde mental e crescimento."
Slide Psicodiagnóstico em Gestalt-terapia
“Na relação estabelecida para o desenvolvimento do psicodiagnóstico o paciente desempenha um papel passivo, quase o de um objeto a ser estudado. Ele é submetido a testes e avaliações, observado em seus comportamentos e ações, totalmente alijado de qualquer possibilidade de participar das interpretações sobre o material que forneceu...”
“...Acrescentam-se a isso a ênfase nos aspectos psicopatológicos e a tendência a encaminhar os pacientes para tratamentos sem que ele compreenda exatamente a sua necessidade...
Foi no âmbito da psicologia fenomenológico-existencial que despontou a possibilidade de o processo psicodiagnóstico tornar-se interventivo e interativo. Pode-se dizer que o profissional passou a adotar uma atitude de respeito para com os significados já atribuídos pelo próprio cliente aos seus comportamentos, esperando a sua cooperação ao elaborar as possíveis interpretações.....visando uma compreensão conjunta e compartilhada, mesmo que nem sempre consensual” Prefácio de Marília Ancona-Lopez
PENSAMENTO DIAGNÓSTICO PROCESSUAL: UMA VISÃO GESTÁLTICA DE DIAGNÓSTICO 
Diagnóstico não é algo a que temos acesso de imediato, embora eu considere fundamental uma compreensão inicial do que se passa com o cliente e, por esta razão, sou absolutamente favorável a ter tantas entrevistas quantas necessárias com o cliente antes de dar início ao trabalho terapêutico. Não me parece que possamos estabelecer um vínculo terapêutico se não a partir da compreensão. Porém, o diagnóstico não é apenas algo que deve ocorrer no início da relação com o cliente, mas deve acompanhar todo o processo terapêutico. Constantemente cabem as perguntas: o que está acontecendo? e a serviço do que isto está acontecendo? (qual a função disso?). Uma vez que o diagnóstico deve acompanhar o processo terapêutico gostaria de esclarecer que não falo simplesmente em diagnóstico, e sim em
Pensamento diagnóstico processual.
Pensamento, porque me refiro à reflexão do terapeuta, que o ajuda a compreender o que se passa com o cliente.
Diagnóstico, porque se trata de um conhecimento que ocorre a partir da relação com o cliente e que visa discernir/discriminar o que se passa com este cliente.
Processual, porque deve acompanhar o processo terapêutico e, tanto quanto este, estar constantemente mudando e se reconfigurando, pois, à medida que nos relacionamos com nosso cliente vamos ampliando cada vez mais nosso conhecimento, o que nospossibilita uma compreensão cada vez maior. Pensar em termos de processo implica levar em consideração o crescimento do cliente, suas mudanças ao longo do tempo e na sua relação consigo e com o outro, as de seu mundo intra e inter-pessoal.
Inicialmente ao receber o cliente é importante não ter nenhuma idéia apriorística em mente. Trata-se de um estado de disponibilidade interna, no qual é possível deixar-se entrar em contato com aquilo que emergir na relação. Presto especial atenção àquilo que me impacta, querendo com isso dizer que presto atenção ao que me captura a atenção, me intriga, não faz sentido, me impressiona e assim por diante. 
O impacto pode ocorrer a nível do discurso do cliente, de sua aparência, de sua energia, de sua postura corporal, de sua afetividade (ou bloqueios dela), de sua voz, enfim, de qualquer coisa. Frequentemente o impacto me sinaliza alguma coisa que, via de regra, não compreendo de imediato, mas que me parece importante tentar compreender ao longo do tempo.
Gostaria de mencionar os sintomas que também sinalizam relações da figura com o fundo. Além de atentar para o impacto, atento também para as omissões: aquilo que o cliente não conta. Também presto atenção às associações, isto é, ao fluxo associativo do discurso do cliente (quer ele se refira a fatos ou a afetos). As associações podem revelar conexões das quais o cliente não se dá conta.
Além dos impactos, das omissões e das associações presto também atenção às repetições ...Entendo as repetições como cristalizações, que impedem a fluidez na formação de Gestalten...O importante é ouvir o pedido que transparece nas “repetições” e buscar, na interação presente organismo-meio, a possibilidade de resignificar a necessidade expressa pelo pedido, com vista à descristalização que possibilitará a retomada do processo fluido de formação e destruição de figuras.
O conceito de normalidade está ligado ao conceito de ajustamento criativo que é a capacidade de o organismo interagir ativamente com o meio, com vistas a possibilitar o atendimento de suas necessidades. Porém, nem sempre o meio pode atender às necessidades e neste caso, com vistas a manter a homeostase, i.e., manter o equilíbrio do organismo nas mais diversas (e adversas) condições, ocorre então um ajustamento criativo no qual a pessoa modifica sua necessidade a fim de que possa ser atendida. Desta forma a necessidade original passa por um processo de ajustamento, altamente criativo, às possibilidades do meio de supri-la.
Trata-se de um ajuste necessário à sobrevivência psíquica da pessoa num determinado momento, mas à medida que este ajustamento se mantém, deslocado no tempo e no espaço, acaba de se constituir num ajustamento disfuncional, embora seja importante compreender que em algum momento foi funcional e criativo.
O diagnóstico: É resultado da observação de como se revela, na interação com o terapeuta, a organização interna do cliente, sempre levando em conta o indivíduo em sua relação com o mundo. Esta organização refere-se ao movimento de formação/destruição de Figura e Fundo. Quando as figuras emergem nítidas, é possível notar a diferenciação entre Figura e Fundo e o interesse seletivo do cliente em algo particular. Assim, o comportamento motor tende a organizar-se de forma unificada e coesa, para satisfação das necessidades que originaram o processo. 
Para a realização do diagnóstico, o terapeuta deve perceber se o contato do cliente com o ambiente e a awareness fluem e ocorrem de forma clara; se foram alcançadas respostas satisfatórias em suas trocas com o meio externo e, consequentemente, a formação de uma boa gestalt. Quando o terapeuta observa dificuldades, é preciso buscar identificar em qual etapa do Ciclo da Gestalt ou Ciclo de Contato o problema está ocorrendo. É neste ponto que o Gestalt-terapeuta deve trabalhar: na direção de facilitar a abertura dos caminhos que estão bloqueados. Os bloqueios ou interrupções no contato entre o indivíduo e o ambiente manifestam-se como resistências.
A doença, ou o sintoma, deve ser sempre considerado a partir da relação organismo/ambiente, visto como existindo em alguém e não como uma realidade em si mesma. “Por isso, não deveríamos tratar a doença e sim a pessoa adoecida, na qual a relação harmoniosa entre os campos se quebrou.”, completa Ponciano (1997, p.37) Assim como em outras práticas psicoterápicas, o sintoma é o ponto de partida. 
“Todo sintoma é uma forma desesperada, criada pelo organismo, para tentar se auto-regular. Sintoma é, portanto, um tipo especial de resistência. Não deve ser sufocado, destruído a priori, pois sua função é revelar um aspecto oculto da totalidade, e é por intermédio dele que podemos atingi-la.” (Ponciano)
O papel da terapia é ajudar o cliente a experimentar suas resistências em lugar de tentar removê-las. O processo terapêutico ajuda na reconfiguração do Ciclo de Contato, na awareness. O terapeuta trabalha na fronteira de contato do indivíduo com o ambiente, orientando sua flexibilização e expansão e não deve julgar ou impor ideias e valores, mas apenas ajudar o indivíduo a alcançar o ajustamento saudável.
A psicoterapia, mais do que lidar com a estrutura do sintoma, busca compreender como este está organizado pelo cliente, para poder trabalhar as possibilidades de mudanças. 
 A clínica é desenvolvida com base na abordagem fenomenológica da realidade, que pode ser resumida nas seguintes práticas: Trabalha com a descrição da realidade no presente, Traz para o presente (aqui-e-agora) as emoções e sentimentos vividos pelo cliente, com objetivo de que sejam reexperimentados. Estar atento ao cliente como um todo: fala, movimentos, modo de se apresentar etc. Evitar interpretar, apenas ouvir, Lembrar que o terapeuta está incluído na relação cliente-mundo.
Slide Teoria de campo
Teoria de Campo Desenvolvida por Kurt Lewin (1890/1947) sobre o funcionamento e constituição dos grupos humanos: Os comportamentos dos indivíduos são decorrentes das interações que o indivíduo estabelece com o meio. Cada indivíduo percebe de forma diferente suas vivências , as influências que recebe do meio. 
Espaço Vital (Teoria de Campo)
Como a totalidade dos fatos (a situação) determina o comportamento de uma pessoa em um determinando momento. Este campo dinâmico, ou ambiente psicológico, corresponde aos padrões organizados de comportamentos e percepções do indivíduo em relação a si e ao seu ambiente. Os fatos que existem para cada indivíduo fazem parte do seu espaço vital. Os fatos que existem para o indivíduo fazem parte tanto dele quanto do ambiente. É a relação entre os fatos e o ambiente que influencia o comportamento do indivíduo. As partes do espaço vital são interdependentes – exercem influências entre si.
Teoria de Campo/Espaço Vital
Segundo a Teoria de Campo,o comportamento é decorrente das interações e que o indivíduo estabelece com o meio. Essa teoria explica como cada indivíduo sintetiza de forma diferente as vivências com o meio ao longo de sua vida: cada indivíduo possui uma dinâmica interna própria, portanto, interpreta e percebe as coisas, as pessoas, as situações de forma particular.
Slide O dar-se conta
Dar-se conta: Capacidade de perceber o que está acontecendo dentro de si mesmo e no ambiente. Capacidade de compreender aspectos de si mesmo e de situações. Nessa experiência distingue-se três tipos de experiência: dar-se conta de si mesmo, do ambiente e das fantasias.
Dar-se conta de si mesmo: Todos os fenômenos que ocorrem no mundo interior, incluindo o corpo. É a maneira de sentir a experiência no presente, independente de qualquer juízo do próprio sujeito ou de outras pessoas.
Dar-se conta do ambiente: Relacionado a tudo o que percebemos por meio dos sentidos e que liga o sujeito ao ambiente. Permite a consciência do que ocorre além da própria pele. Essas percepções estão relacionadas à forma do sujeito perceber coisas e experiências.
Dar-se conta da fantasia: Zona de fantasia ou intermediária é a que vai além do presente. Abrange o passado e o futuro, eas atividades de pensar, imaginar, planejar julgar, recordar, predizer o futuro. Roda nossa compreensão do passado e previsão de futuro se baseiam no presente – porque ocorrem no presente. Quando toda essa atividade mental evita que se viva o presente, converte-se em uma neurose, que afasta o sujeito do que está vivendo – é alienante. A capacidade de dar-se conta e estar alerta ao que ocorre em cada momento mantém o indivíduo em contato com sua existência.
Exercício do dar-se conta: Ser o observador do seu próprio dar-se conta e de reparar para onde se dirige e como vai acontecendo a sua atenção. Diga a si mesmo: “Eu me dou conta agora de...” e termine a frase com aquilo de que deu-se conta nesse momento.

Continue navegando