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Exercicios sobre as Maximas Conversacionais de Grice

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CEDERJ – PORTUGUÊS I 
AULA 3 
EXERCÍCIOS SOBRE AS MÀXIMAS CONVERSACIONAIS 
PARA LEMBRAR: 
 
Segundo H. P. Grice, numa troca interativa, as pessoas fazem esforços 
cooperativos, com o objetivo de tornarem a comunicação efetiva. 
Nesse contrato cooperativo que se estabelece, então, entre emissor e receptor, 
certas “normas conversacionais” devem ser respeitadas. Trata-se do que Grice 
convencionou chamar de máximas conversacionais – estratégias normalmente adotadas 
pelos produtores para alcançar a aceitabilidade do receptor. São elas: 
 
Máxima da Quantidade “Não diga nem mais nem menos do que o necessário.” 
 
Máxima da Qualidade “Só diga coisas para as quais tem evidência adequada; 
não diga o que sabe não ser verdadeiro.” 
 
Máxima da Relação 
(Relevância) 
 
“Diga somente o que é relevante.” 
Máxima de Modo “Seja claro e conciso; evite a obscuridade, a prolixidade 
etc.” 
 
 
1- Observa-se, nos textos a seguir, a transgressão de algumas máximas conversacionais. 
Identifique-as: 
 
a) A mãe não gosta da fantasia que a filha, bem gordinha, comprou para o desfile do 
bloco de Carnaval e diz: 
 - Você está linda com essa fantasia de bailarina. 
 
b) - Há vinte anos atrás eu morava em Recife. 
 
 c) – O coração de Pedro é uma gelatina! 
 
d) Uma pessoa pergunta à outra: 
(I) – Você sabe onde tem uma farmácia? 
(II) – Sei! 
 
e) Nos Correios, ao fazer um pagamento, o atendente pergunta: 
– O senhor tem conta em banco? 
– Tenho só uns R$500,00. A conta é no Banco Itaú, agência 968-2, c/c... 
 
f) (I) - Essa atendente parece ser eficiente. 
 (I) - Sem dúvida, ela é muito boa. 
 
g) (I) - Você vai me dar um anel de brilhante de noivado? 
 (II) - Puxa! Como está quente, hoje. 
 (I) - Eu perguntei se você vai me dar um anel? 
 (II) - Em compensação, acho que finalmente vai chover. 
 
h) O professor passa vários exercícios no quadro, quando alguém pergunta: 
 (I) – É pra copiar? 
 (II) – Não! Tira xerox! 
 
2- Identifique a implicatura conversacional: 
 
Um diretor de uma multinacional pergunta a um amigo que chefia um dos departamentos 
da empresa: 
- Como Pedro vai na empresa? 
- Ah! Bastante bem, eu creio, ele gosta de seus colegas e ainda não foi preso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
1- 
a) A ironia é uma exploração da máxima da qualidade. Essa máxima diz que a 
contribuição para a conversa tem que ser verdadeira. No enunciado em questão, viola-se 
essa máxima, pois a pessoa está afirmando aquilo que sabe não ser verdadeiro. 
 
b) O enunciado é uma redundância. É claro que a expressão “Há vinte anos” só pode se 
referir a tempo passado, daí não haver necessidade de se dizer “há vinte anos atrás”. 
Redundâncias são uma exploração da máxima da quantidade. A pessoa que diz essa 
frase quer dizer que as situações mudam com o passar do tempo. Dessa forma, o uso é 
intencional e a violação é um recurso argumentativo. 
 
c) No uso de metáforas, ocorre a violação da máxima da qualidade, pois não se está 
dizendo que se acredita que o coração de Pedro seja uma gelatina, mas que Pedro tem 
um coração mole, no sentido (figurado) de “sensível”. 
 
d) Neste caso, viola-se a máxima da quantidade. A informação não contém a quantidade 
de informação exigida. Quando (I) faz a pergunta, ele está em busca de uma resposta 
mais específica, como a rua onde tem uma farmácia. 
 
e) A máxima da quantidade diz que se deve dar a quantidade de informação necessária 
para a comunicação. No enunciado em questão, o senhor que respondeu à pergunta 
infringe essa máxima, pois sua resposta contém mais informação do que é exigido. 
 
f) O duplo sentido criado pelo adjetivo “boa” é a evidência da falta de clareza de 
informações, o que proporciona uma quebra no uso convencional dos termos e expande 
as possibilidades de compreensão. Neste caso, viola-se a máxima de modo. 
 
g) No diálogo, o interlocutor "desconversa" e foge da pergunta de (I), não obedecendo à 
máxima de relevância. Mas, como supomos que, mesmo assim, (II) está cooperando, (I) 
é levada a implicar que (II) não só não lhe dará um anel de presente como não quer 
nenhum tipo de compromisso sério. 
 
h) No enunciado, o aluno que faz a pergunta não a fez de maneira adequada, ou seja, 
não foi claro, mostrando, assim, a inutilidade da resposta, o que gerou o humor. Violou-se 
a máxima de modo. 
 
2) Um primeiro juízo leva (I) a pensar que (II) quebrou a máxima de relevância ao dizer 
informações irrelevantes sobre Pedro, como, “ainda não foi preso". Por meio desse juízo, 
(I) é levado a buscar a implicatura por acreditar que (II), apesar disso, está cooperando. 
Depreende, então, a implicatura: (II) está sugerindo que Pedro não é um bom funcionário 
e que é potencialmente desonesto ou algo equivalente. Nesse momento, (I) faz o segundo 
juízo de relevância ao julgar que a implicatura é, então, relevante.

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