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PROCESSOS CONSTRUTIVOS I 
Prof. Normelio Vitor Fracaro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PATO BRANCO 
2013 
 
 
 
 
 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
Campus de Pato Branco 
Departamento de Construção Civil - DACOC 
Coordenação de Engenharia Civil (COECI) 
SUMÁRIO 
PARTE I 
 Introdução a Tecnologia 
Tecnologia Tradicional e Especial 
Princípio Fundamental da Construção Civil 
Classificação das Construções 
Canteiro de Obras 
 
Locação de Obras 
Locação por Piquetes 
Locação por Cavaletes 
Locação por Tábuas Corridas 
PARTE II 
 Estudo do Subsolo 
A importância do Estudo do Subsolo 
Prospecção do Subsolo 
Métodos de Exploração do Subsolo 
Apresentação dos Resultados de um serviço de Sondagem 
 Fundações Diretas 
 Fundações Indiretas 
 Escolha do Tipo de Fundação 
Conceito de Fundação 
Escolha do Tipo 
Vantagens e Desvantagens 
 
PARTE III 
 Alvenarias 
PARTE IV 
 Fôrmas Para Concreto 
Condições de Uso 
Fôrmas de Madeira 
Componentes das Fôrmas de Madeira 
 Armaduras Para Concreto 
Tipos de aço 
Condições de um Bom Aço 
Classificação 
Emendas das Barras 
Corte das Barras 
Curvatura das Barras 
Montagem das Barras 
Corrosão de Armaduras em Concreto 
 
Concreto Armado 
Histórico 
Etapas de obtenção do concreto 
Controle da Qualidade do Concreto 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
Esta apostila tem por objetivo propiciar aos alunos, do Curso de Engenharia Civil da 
UTFPr, Campus de Pato Branco, uma forma de acompanhamento básico relativo a disciplina de 
Processos Construtivos I em seu ementário. Buscamos trabalhar com síntese de cada assunto e 
em forma de tópicos para que o aluno possa usar como base de pesquisa, sendo que o 
acompanhamento deve ser aprofundado para melhor entendimento. 
Os conteúdos aqui encontrados são uma compilação de dados de vários autores atuantes 
ou não na área da construção civil e em alguns casos uma adaptação por mim efetivada. Os 
autores que nos possibilitaram esta montagem estão listados na referência bibliográfica. 
Não queremos com isso entrar no mérito de discuções relativas a autoria de cada texto e 
sim queremos nos utilizar de argumentos para que possamos trabalhar didaticamente da melhor 
forma possível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO A TECNOLOGIA EM CONSTRUÇÃO CIVIL 
(NOÇÕES GERAIS) 
 
A tecnologia é uma ciência extremamente vasta e tão velha como o próprio homem. Ela 
continua dando importantes resultados acarretando a realização de progressos consideráveis. 
Durante muito tempo as diferentes profissões eram submetidas apenas a regras empíricas que se 
transmitiam de operários a aprendizes no curso de longos anos de aprendizagem. 
A tecnologia inicialmente realiza uma classificação, a mais completa possível, dos produtos 
e métodos utilizados para elaborá-los. Em seguida descreve-os com precisão e empreende por 
fim, um estudo crítico de cada processo, fazendo intervir as leis da matemática, da física, química 
e etc. 
A tecnologia em si, visa transmitir estruturas sistemáticas de execução, portanto, faz saber 
aquilo que se pretende desenvolver. Na área de planejar e executar, a tecnologia desenvolve-se 
acompanhando, corrigindo, criando fazendo renascer, reprovando, adaptando, agrupando, 
aprofundando, diversificando, enfim vivendo. 
 
Segundo Roger Bonvim, citado no prólogo do livro Manual de Construção: 
“Edificar é usar inteligentemente as forças e os materiais escolhidos com o fim de pôr a 
disposição dos homens, sobre fundamentos notáveis, uma porção de espaços bem dispostos e 
condicionados de acordo com suas conveniências e com um elevado grau de segurança. O 
edifício deve estar distribuído em função da natureza e das necessidades do homem, dotado de 
boas condições de aeração, luz, temperatura e de silêncio, quaisquer que sejam o clima e o 
ambiente geral em que se erga a construção. Deste modo são criados o ambiente e a segurança 
em que o homem deve viver, como queira, que de um a outro edifício passe a sua vida de família, 
de negócios, de trabalho e de beneficiário de serviços como escolas, igreja, hospital, casas de 
comércio e de diversão”. 
 
Obras de Engenharia: São aquelas que preencham uma ou mais necessidades do 
homem (proteção, trabalho, estudo, bem estar, lazer, transporte, abastecimento de água, 
produção de energia, e outros). 
 
Tecnologia Tradicional e Especial: 
Uma obra de engenharia envolve: Elementos materiais, tecnologias e elementos humanos. 
a) Elementos Materiais: Todo e qualquer material ou equipamento empregado (blocos 
pétreos naturais e artificiais, concretos simples, armado e protendido, metais e ligas, madeiras, 
plásticos, borrachas e outros). 
 
b) Tecnologias: Conjuntos de conhecimentos ou princípios científicos aplicados na 
elaboração de um objeto ou uma obra. É materializada através de técnicas produtivas ou 
construtivas. 
b.1) Tecnologia Especial: toda e qualquer tecnologia recém criada, materializada por 
técnicas ainda pouco difundidas, e portanto, aplicadas em obras especiais. Como exemplo: 
Tecnologia do concreto protendido, tecnologia da argamassa armada, entre outras. 
b.2) Tecnologia Tradicional: toda e qualquer tecnologia dominada e inteiramente difundida, 
materializadas por técnicas facilmente assimiladas e portanto, aplicadas em obras irrestritamente. 
Por exemplo: Tecnologia do concreto simples, tecnologia do concreto armado, tecnologia do aço, 
etc. 
c) Elementos Humanos: Indivíduos que desenvolvem atividades utilizando elementos 
materiais e aplicando tecnologias adequadas. 
A tecnologia das construções e os processos construtivos estão articuladas com as demais 
disciplinas do curso aqui relacionadas: 
 Materiais de Construção 
 Topografia 
 Resistência dos Materiais 
 Mecânica dos Solos 
 Estruturas de Edificações, etc. 
Alguns conceitos de estudiosos da técnica sobre a tecnologia: 
- é a ciência que visa a aceleração do desenvolvimento de um país, 
- é o impulso que abre as portas para um futuro próspero de um país, 
- visa o maior rendimento com o esforço físico cada vez menor, 
Para que uma obra seja considerada perfeita ela deve apresentar: 
a) harmonia do objeto com o ambiente 
b) harmonia do objeto com o espectador 
c) harmonia entre as diferentes partes. 
 
PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
Todo o prédio/edifício deve ser praticamente perfeito, executado no tempo mínimo razoável 
e pelo menor custo, aproveitando-se da melhor forma o material e o máximo rendimento das 
ferramentas e dos operários. 
Consideremos os elementos de uma construção, de uma obra de dois ou três pavimentos 
por exemplo, todas as partes componentes do mesmo, que melhoram suas condições de solidez 
e durabilidade. Segundo a importância da missão que cumprem são classificados em três grupos 
ou categorias: essenciais, secundários e auxiliares. 
 
Os elementos ESSENCIAIS são os que fazem parte indispensável da própria obra, como 
as fundações, pilares, paredes externas, vigas, telhados, coberturas, pisos, tetos e escadas... 
Os elementos SECUNDÁRIOS são as paredes divisórias, portas, janelas, vergas, 
decoração, instalações hidráulicas, elétricas e calefação. 
Os elementos AUXILIARES são aqueles utilizados somente enquanto se constrói a obra e 
são constituídos por cercas, tapumes, andaimes, rampas, elevadores, guinchos... 
 
CLASSIFICAÇÃO DA CONSTRUÇÃO 
 
Atendendo a natureza do material que é manipulado podemos classificá-las em obras de 
terra, madeira, tijolos, pedras, concreto, mistas e metálicas. 
São obras de terra os poços, terraplanagem, cavas, galeriasde minas e túneis. São 
consideradas obras de madeira as estruturas das construções, quando se emprega este material. 
Tal é o caso das casas provisórias, coberturas, armaduras para telhados e pontes. As obras de 
tijolos são os prédios/edifícios normais, como as casas de alvenaria de tijolos, muros de arrimo, 
barragens, canais, etc. como obras de pedras podemos citar muros de arrimo, barragens, etc. 
Obras de concreto são aquelas nas quais se emprega o concreto simples ou armado tais como: 
pontes, canais, barragens, etc. as obras mistas são aquelas onde dois ou mais materiais são 
utilizados (tijolos + concreto + madeira). Como obras metálicas temos algumas pontes, estruturas 
para coberturas, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CANTEIRO DE OBRAS 
 
Canteiro é o conjunto de disposições tidas como convenientes para a execução da obra 
prevista nas melhores condições possíveis. Consiste, portanto, em coordenar os meios 
necessários para a realização da obra, respeitando sempre e fielmente, as diretrizes gerais 
impostas pelo proprietário da obra. As diretrizes gerais baseiam-se em certos elementos 
fundamentais que são: 
 A rapidez de execução; 
 A economia; 
 A qualidade da obra. 
É evidente que estas diretrizes se entrelaçam, porém dentro da organização de uma obra, 
uma delas pode ser mais importante. 
 
A RAPIDEZ exigida pelo proprietário ou pelo rendimento financeiro da construção. É em 
muitos casos, o objetivo principal. No entanto, não é prudente considerá-la isoladamente ou só 
unida ao fator econômico, pois se ela é fator importante no momento do financiamento da obra 
não o será no momento da execução, uma execução excessivamente rápida, exige com 
freqüência o emprego de processos especiais e relativamente caros. 
 
A ECONOMIA é quase sempre, resultado de uma organização racional. Garante-se a 
economia: 
a) por um profundo conhecimento do projeto; 
b) por pronta distribuição de planos de detalhes aos dirigentes responsáveis pelos 
canteiros junto a obra. 
Nas pequenas obras, os estudos e planos são simples, pois envolvem soluções diretas 
entre os proprietários, engenheiros e mestres de obras. Já nos grandes empreendimentos, 
quando atuam no canteiro várias firmas empreiteiras, a condução do processo é mais complexa. 
 
Fatores que influem diretamente na economia: 
a) sincronização da atuação das várias empreiteiras para eliminar tempos mortos e 
eliminar manobras erradas; 
b) redução de movimentos desnecessários; 
c) escolha acertada das instalações; 
d) limpeza e ordem do canteiro. 
Portanto, com uma equipe bem constituída, funcionando de comum acordo, consegue-se: 
realização sem tropeços, sem falhas e sem operações desnecessárias ou erradas. 
A QUALIDADE da obra é obtida principalmente: 
a) do conhecimento a fundo dos materiais e sua colocação na obra; 
b) da escolha de mão de obra e dos quadros de pessoal chamados a colaborar; 
c) de uma marcha racional de tarefas, que evite: deteriorações, reparos e retoques; 
d) de limpeza e ordem nas oficinas do canteiro; 
e) de iluminação e aeração convenientes; 
f) de manutenção e conservação dos equipamentos e máquinas operatrizes. 
 
Na construção civil a diversidade dos tipos de obras é muito grande. Uma construção se 
distingue da outra: 
 pela forma; 
 pelos materiais empregados; 
 pelos processos de construção; 
 pelas condições locais; 
 pelos meios de financiamento; 
 pela quantidade de mão de obra empregada; 
 pelo quadro de pessoal. 
 
Por essa razão pode-se dizer que cada construção é um caso particular. 
 
Outras providências para a organização de um canteiro será a construção do barracão de 
guarda de materiais e abrigo dos operários residentes. O compartimento do vigia deverá ser 
disposto de tal forma que, a qualquer hora do dia ou da noite, possa ser controlado a entrada e 
saída de pessoal e equipamentos ou materiais. Os depósitos devem ser dispostos de modo a 
atender o critério de utilização dos materiais, evitando-se longos percursos de transporte para sua 
aplicação. Muitas vezes são necessários telheiros que se destinam a proteger das intempéries o 
amassadouro, a ferragem, as bancadas de dobragem dos aços, etc. o escritório deverá ocupar 
lugar bem próximo a entrada principal da obra. 
Após o preparo do terreno estabelecemos a posição definitiva ou o espaço a ser ocupado 
pela futura obra, depósitos em geral e demais materiais a serem utilizados durante a construção. 
Para finalizar a organização do canteiro abrange: 
 conhecimento dos volumes e quantidades de materiais necessários; 
 a determinação do ritmo da obra, face a produção diária e disponibilidade de 
pessoal; 
 dimensionamento das instalações de armazenagem pelo consumo diário; 
 disposição de espaços vago das instalações indispensáveis(circulação de pessoal); 
 fixação das posições de máquinas móveis (guinchos, elevadores, gruas, etc.) e sua 
trajetória no tempo de duração da obra ou período de utilização; 
 previsão da época de instalação de máquinas fixas e sua disposição; 
 determinação da energia elétrica necessária para a execução das redes de 
distribuição; 
 serviços gerais de segurança e higiene (I.S) dentro da praça de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LOCAÇÃO DE OBRAS 
 
DEFINIÇÃO 
É a transferência dos pontos determinados no projeto arquitetônico (planta em escala) para 
o terreno, determinando assim onde se encontram os alicerces, paredes, vigas, etc. 
É um serviço de extrema importância, visto que toda a obra será construída a partir dessas 
linhas iniciais, não podendo ser alterada posteriormente. 
Algumas condições devem ser respeitadas durante a fase de locação de obras. São 
considerados graves erros técnicos: 
a- falta de esquadro dos pisos, 
b- desníveis de qualquer natureza, 
c- abaulamentos, 
d- fuga do prumo, 
e- não coincidência de medidas, 
f- qualquer outro aspecto que discorde do projeto inicial 
O projeto é constituído de desenhos representativos da idéia final, com suas respectivas 
medidas e distâncias entre paredes. Geralmente as paredes de cutelo ou espelho são 
representadas com a espessura de 15 cm, frontal ou a chato são representadas com espessura 
de 20 cm, por facilidade de representação. Quando não acompanhado de projeto estrutural, cabe 
ao mestre de obras a responsabilidade de visualizar no projeto arquitetônico a solução estrutural a 
ser adotada. Como as paredes deverão se assentar sobre vigas, e estas sobre pilares ou estacas, 
é evidente que, para que fiquem em equilíbrio deverão ficar na vertical; logo, as estacas deverão 
situar-se exatamente sob o “eixo” das paredes. 
A locação pode ser feita através de qualquer um dos métodos: piquetes, cavaletes ou 
tábuas corridas (cavaletes contínuos). 
 
Locação por piquetes 
Consiste em cravar no solo, nos pontos de interesse, um piquete de madeira (seção de 2,5 
cm por 2,5 cm com comprimento variável), sobre o qual coloca-se um prego para a fixação da 
linha. É um processo pouco usado porque: 
a- é difícil obter esquadro perfeito 
b- é difícil obter níveis perfeitos 
c- deve ser removido muito cedo 
d- execução de estacas no ponto onde está cravado o piquete 
e- desloca-se com muita facilidade 
É possível atenuar as desvantagens, colocando o piquete mais afastado do ponto, cravá-lo 
mais profundamente, etc., porém continua difícil obter bom nivelamento. Este método pode 
auxiliar no segundo método. 
 
Locação por cavaletes 
Consiste em cravar duas ou três estacas e nelas pregar uma ou duas travessa,em nível; 
na extremidade de cada eixo de parede. Os cavaletes devem estar afastados de no mínimo 1,00 
m da face das paredes transversais. Os pontos de mudança de direção ficam determinados pelos 
pontos de intersecção das linhas. Na travessa é mais fácil deslocar a linha de um lado para outro, 
até obter-se simultaneamente a distância e o esquadro da obra. Nas travessas cravam-se três 
pregos: 
 o do meio indica o eixo da parede e serve de referência para a perfuração da estaca, 
 os laterais indicam as faces da parede e servem para o levantamento destas. 
 
Obs. Podem, ainda ser fixados mais pregos indicando as faces de pilares, vigas e sapatas 
ou blocos, desde que identificados de maneira a não confundi-los entre si. 
 
Locação por tábuas corridas 
O método dos cavaletes contínuos é uma extensão do anterior, pois executamos uma 
cerca em torno da obra, constituídas de travessas pregadas em estacas. A vantagem é a 
eliminação de piquetes no interior da obra, porém exige atenção maior uma vez que não ficam 
bem delimitados os comprimentos de paredes internas.; 
O nivelamento é um aspecto de fundamental importância. Para a sua execução utilizamos 
nível de precisão e também teodolitos para locação de grandes obras. Nas obras de menor porte 
pode-se usar também o nível de mangueira (mangueira transparente com água). Deve-se evitar o 
nível de bolha (ou de pedreiro), pois sua precisão é muito pequena. Para medidas de distâncias é 
conveniente o uso de trenas de fibra não elástica ou aço. O nivelamento pode ser obtido de 
diversas maneiras: nivelando um a um dos cavaletes ou nivelando apenas os quatro cantos. Em 
ambos os casos o ponto de referência inicial deve ser mantido para nivelar os demais. Pode-se 
transportar cotas de uma estaca para outra e assim circundar a obra desde que se verifique 
também o nível entre o último e o primeiro cavalete ou estaca. 
O esquadro pode ser obtido por um dos processos: 
a- com teodolito, 
b- com esquadro metálico, cujo lado menor tenha no mínimo 60 cm., 
c- pelos números pitagóricos e seus múltiplos, 
d- pela verificação das diagonais. 
Obs. As estacas podem Ter dimensões de 2,5 cm por 10 cm e comprimento variável, 
afastadas entre si de aproximadamente 1,50 m. 
O método mais conveniente para cada tipo de obra depende do equipamento disponível, 
da experiência dos profissionais envolvidos, do discernimento e bom senso do técnico 
responsável nos casos de maior complexidade. 
Obs. Maiores detalhes na seqüência gráfica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1) ESTUDO DO SUBSOLO E FUNDAÇÕES 
 
a) Exame do terreno 
Muitas vezes o aspecto de um solo leva o técnico a considerá-lo firme. No entanto, um 
exame mais cuidadoso pode mostrar tratar-se de solo altamente compressível, exigindo 
consolidação prévia. Este exame denomina-se sondagem e tem por finalidade verificar a natureza 
do solo, a espessura das diversas camadas, a profundidade e a extensão da camada mais 
resistente que deverá receber as cargas da construção, e determinar o tipo da estrutura de 
fundação a ser especificada. Para efeito prático na construção, a Mecânica dos Solos divide os 
materiais que ocorrem na superfície da crosta terrestre em: 
a) Rochas - solos rochosos (rochas em decomposição ou sã); 
b) Solos Arenosos/Siltosos - com propriedade de compacidade (grau de compacidade); 
c) Solos Argilosos - com propriedade de consistência (limite de consistência). 
Antes de se decidir pelo tipo de fundação em um terreno, é essencial que o profissional 
adote os seguintes procedimentos: 
a) visitar o local da obra, detectando a eventual existência de alagados, afloramento de 
rochas etc.; 
b) visitar obras em andamento nas proximidades, verificando as soluções adotadas; 
c) fazer sondagem a trado (broca) com diâmetro de 2" ou 4", recolhendo amostras das 
camadas do solo até atingir a camada resistente; 
d) mandar fazer sondagem geotécnica. 
 
b) Equipamentos de sondagem 
Dependendo do tipo solo, a sondagem deverá utilizar o melhor processo que forneça 
indicações precisas, sem deixar margem de dúvida para interpretação e que permitam resultados 
conclusivos, indicando claramente a solução a adotar. 
A sondagem mais executada em solos penetráveis é a sondagem geotécnica a percussão, 
de simples reconhecimento, executada com a cravação de um barrilete amostrador, peça tubular 
metálica robusta, oca, de ponta bizelada, que penetrando no solo, retira amostras seqüentes, que 
são analisadas visualmente e em laboratório para a classificação do solo e determina o SPT 
(Standart Penetration Test), que é o registro da somatória do número de golpes para vencer os 
dois últimos terços de cada metro, para a penetração de 15 cm. Nas próximas figuras são 
mostrados um esquema do equipamento de sondagem geotécnica de percussão, a planta de 
locação dos furos e um laudo de sondagem. 
 
 
c) Princípios gerais da aptidão de suporte de um solo resistente 
A resistência (sustentação) de um solo destinado a suportar uma construção é definida 
pela carga unitária (expressa em kgf/cm2 ou Mpa), sob a qual, praticamente, o assente deixa de 
aumentar. Os solos apresentam resistências por limite de carga que podem suportar, sem 
comprometer a estabilidade de construção. 
 
d) Especificação para fundações rasas ou diretas 
As fundações do tipo rasa ou direta é executada quando a resistência de embasamento 
pode ser obtida no solo superficial numa profundidade que pode variar de 1,0 a 3,0 metros. Nesse 
caso, pode-se executar alicerces ou sistemas de sapatas interligadas por vigamentos, levando em 
conta os seguintes cuidados na execução: 
a) executar o escoramento adequado na escavação das valas com profundidades maiores 
que 1,5 m, quando o solo for instável; 
b) consolidar o fundo da vala, com a regularização e compactação do material; 
c) executar o lastro de concreto magro, para melhor distribuir as cargas quando se tratar de 
alicerces de alvenaria de tijolos ou pedras, ou proteger o concreto estrutural, quando se tratar de 
sapatas; 
d) determinar um sistema de drenagem para viabilizar a execução, quando houver 
necessidade; 
e) determinar um processo de impermeabilização da alvenaria acima do solo, para não 
permitir a permeabilidade da umidade por capilaridade. 
 
e) Especificações para fundações profundas 
Quando o solo resistente se encontra em profundidades superiores a 3,0 metros, podendo 
chegar a 20,0 m ou mais é recomendado executar fundações do tipo profunda, cujo 
dimensionamento e especificação são determinadas pelas características das cargas e do solo 
analisado, constituída de peça estrutural do tipo haste (ou fuste) que resistem predominantemente 
esforços axiais de compressão. 
 
f) Considerações sobre o dimensionamento de fundações 
No processo de dimensionamento de fundações o estudo compreende preliminarmente 
duas partes essencialmente distinta: 
a) Estudo do solo, por meio da sondagem, com a aplicação do estudo da Mecânica dos 
Solos e Rochas; 
b) Cálculo das cargas atuantes sobre a fundação, com a aplicação do estudo da análise 
das estruturas. 
Com esses dados, passa-se à escolha do tipo de fundação, tendo-se ainda presente que: 
a) as cargas da estrutura devem ser transmitidas às camadas de solo capazes de suportá-
las sem ruptura; 
b) as deformações das camadas de solo subjacentes às fundações devem ser compatíveis 
com as da estrutura; 
c) a execução das fundações não devecausar danos às estruturas vizinhas; 
d) ao lado do aspecto técnico, a escolha do tipo de fundação deve atender ao aspecto 
econômico; 
e) finalmente, segue-se o dimensionamento e detalhamento, estudando-se a fundação 
como elemento estrutural. 
 
1.1) FUNDAÇÕES RASAS OU DIRETAS 
a) Sapatas associadas ou combinadas 
Transmitem ações de dois ou mais pilares adjacentes. São utilizadas quando a distância 
entre as sapatas é relativamente pequena, onde este tipo de fundação oferece uma opção mais 
econômica. Com condições de carregamento similares, podem ser assentes em uma sapata 
corrida simples, mas quando ocorrem variações consideráveis de carregamento, um plano de 
base trapezoidal satisfaz mais adequadamente à imposição de coincidir o centro geométrico da 
sapata com o centro das ações. Podem ser adotadas também no caso de pilares de divisa, 
quando há um pilar interno próximo, onde a utilização de viga-alavanca não é necessária; a viga 
de rigidez funciona também como viga de equilíbrio (ou viga-alavanca). Viga de RigidezPilar
A
A
Vista Lateral Corte A-A
Planta
 
 Sapata associada retangular 
b) Sapatas Isoladas 
As sapatas são estruturas de concreto armado, de pequena altura em relação às 
dimensões da base. São estruturas "semiflexíveis" e, ao contrário dos alicerces que trabalham a 
compressão simples, as sapatas trabalham a flexão. 
 
c) Sapata corrida 
Os alicerces na generalidade dos casos são executados de forma contínua, sob a linha de 
paredes de uma edificação, utilizando-se: 
a) Sistema de alvenaria de tijolos maciços, em bloco simples ou escalonado; 
b) Sistema de pedras argamassadas sobre lastro de concreto simples; 
c) Sistema de alvenaria sobre lajes de concreto armado (sistema misto); 
d) Sistema em concreto ciclópico. 
c.1) Sapatas corridas para pilares 
Os pilares são locados freqüentemente em uma fila com espaçamentos relativamente 
curtos, de maneira que, se fossem utilizadas sapatas isoladas, estas se aproximariam ou mesmo 
se sobreporiam a uma base adjacente. Uma sapata corrida contínua é então desenvolvida na 
linha dos pilares. 
 
c.2) Sapatas corridas sob carregamento contínuo 
Semelhantes às anteriores, no entanto suporta ação de paredes ou muros 
VIGA DE RIGIDEZ PILAR
Planta
Vista lateral Corte A-A
A
A
 
 Sapata corrida para pilares 
A
A
Planta Corte A-A
 
Sapata corrida sob carregamento contínuo 
 
d) Sapata de divisa 
São estruturas de carga excêntrica usadas em divisas de terreno. 
d.1) Sapatas com vigas de equilíbrio 
No caso de pilares posicionados junto a divisa do terreno o momento produzido pelo não 
alinhamento da ação com a reação, deve ser absorvido por uma viga, chamada viga de equilíbrio, 
apoiada nas sapatas junto a divisa e em sapata construída para pilar interno. A NBR 6122 [1996] 
indica que, quando ocorre uma redução das ações, caso do projeto da sapata interna, esta sapata 
deve ser dimensionada, considerando-se apenas 50% da redução da força; e quando da soma 
dos alívios totais puder resultar tração na fundação do pilar interno, o projeto deve ser reestudado. 
d.2) Sapata associada em divisa 
Viga de RigidezPilar
A
A
Vista lateral Corte A-A
Planta
 
 
e) Blocos 
São elementos de grande rigidez, executados com concreto simples ou ciclópico, 
dimensionados de modo que as tensões de tração neles produzidas possam ser resistidas pelo 
concreto. Podem ter suas faces verticais, inclinadas ou escalonadas e apresentar em planta 
seção quadrada ou retangular. 
 
 a) altura constante b) altura variável 
 
f) Radier 
O radier é um sistema de fundação que reúne num só elemento de transmissão de carga, 
um conjunto de pilares. Consiste em uma placa contínua em toda a área da construção com o 
objetivo de distribuir a carga em toda superfície. Seu uso é indicado para solos fracos e cuja 
espessura da camada é profunda. Quando as áreas das bases das sapatas totalizam mais de 
70% da área do terreno, é recomendado o emprego de radier. Trata-se de uma sapata associada, 
formando uma laje espessa, que abrange todos os pilares da obra ou ações distribuídas. Podem 
ser executados dois sistemas de radier: sistema constituído por laje de concreto (sistema flexível) 
e sistema de laje e vigas de concreto (sistema rígido). 
 
Vigas
Laje
Pilar
Laje
Vigas
A A
Planta
Corte A-A
 
 
 
 
DETALHES CONSTRUTIVOS DAS SAPATAS 
A face de contato de uma sapata deve ser assente a uma profundidade tal que garanta que 
o solo de apoio não seja influenciado pelos agentes atmosféricos e fluxos d’água. Na divisa com 
terrenos vizinhos, salvo quando a fundação for assente sobre rocha, tal profundidade não deve 
ser inferior a 1,5m. E na escolha do nível da base da sapata, devem ser considerados os 
seguintes fatores: 
a) altura da sapata; 
b) altura dos baldrames; 
c) dificuldades de execução das fôrmas e das concretagens; 
d) necessidade de espaço acima das sapatas para passagem de dutos, pisos rebaixados, 
etc.; 
e) profundidade da camada de solo de apoio; 
f) volume de terra resultante das escavações; 
g) presença de água subterrânea; 
h) necessidade de aumentar as cargas permanentes. 
A altura da sapata pode ser variável, linearmente decrescente, da face do pilar até a 
extremidade livre da sapata, proporcionando uma economia no volume de concreto. No entanto, a 
altura h0 é limitada a um valor tal, que o cobrimento seja suficiente nas zonas de ancoragem, e no 
mínimo 15 cm; e o ângulo das superfícies laterais inclinadas do tronco de pirâmide não dificulte a 
concretagem. Segundo MONTOYA [1973] este ângulo não deve ultrapassar 30, que corresponde 
aproximadamente ao ângulo do talude natural do concreto fresco. 
As sapatas de altura constante são mais fáceis de construir, mas como o consumo de 
concreto é maior são indicadas quando há a necessidade de um volume elevado para aumentar o 
peso próprio e quando as sapatas têm de pequenas dimensões. 
No caso de sapatas de altura variável, no topo da sapata deve existir uma folga para apoio 
e vedação da fôrma do pilar. No caso de sapatas próximas, porém situadas em cotas diferentes, a 
reta de maior declive que passa pelos seus bordos deve fazer, com a vertical, um ângulo  como 
mostrado na figura 1.12, com os seguintes valores: 
 solos pouco resistentes:   60; 
 solos resistentes:  = 45; 
 rochas:  = 30; 
A fundação situada em cota mais baixa deve ser executada em primeiro lugar, a não ser 
que se tomem cuidados especiais. 
 
Fundações próximas, mas em cotas diferentes NBR 6122 (1996) 
 
Deve ser executada uma camada de concreto simples de 5cm a 10cm, ocupando toda a 
área da cava da fundação. Essa camada serve para nivelar o fundo da cava, como também serve 
de fôrma da face inferior da sapata. Em fundações apoiadas em rocha, após o preparo da 
superfície (chumbamento ou escalonamento em superfícies horizontais), deve-se executar um 
enchimento de concreto de modo a se obter uma superfície plana e horizontal, nesse caso, o 
concreto a ser utilizado deve ter resistência compatível com a pressão de trabalho da sapata. 
O cobrimento utilizado para as sapatas deve ser igual ou maior que 5 cm, visto que se 
encontram num meio agressivo. Em terrenos altamente agressivos aconselha-se executar um 
revestimento de vedação. 
 
1.2) FUNDAÇÕES INDIRETAS OU PROFUNDAS 
São aquelas em que o peso da construção é transmitido ao solo firme por meio de um 
fuste. Estas estruturas de transmissão podem ser estacas ou tubulões. 
 
 
1.2.1) Fundações em Estacas 
 
As estacas são peças estruturais alongadas, de formato cilíndrico ou prismático, que sãocravadas (pré-fabricadas) ou confeccionadas no canteiro (in loco), com as seguintes finalidades: 
a) transmissão de cargas a camadas profundas do terreno; 
b) contenção dos empuxos de terras ou de água (estaca prancha); 
c) compactação de terrenos. As estacas recebem, da obra que suportam, esforços axiais 
de compressão. 
A estes esforços elas resistem, seja pela atrito das paredes laterais da estaca contra o 
solo, seja pelas reações exercidas pelo solo resistente sobre a ponta da peça. Conforme a estaca 
resista apenas pelo atrito lateral ou pela ponta, ela se denomina, respectivamente, estaca 
flutuante ou estaca carregada de ponta. 
 
uso de estacas se justifica quando não se encontram camadas superficiais 
resistentes sendo necessário buscá-las em camadas mais profundas para que sirvam de 
apoio a fundação. 
 
As estacas podem ser usadas, também, como contenção dos empuxos de terra ou de água 
através das estacas-pranchas e ainda para se fazer a compactação de terrenos. 
Dentre os vários tipos de estacas têm-se as brocas, Strauss, Franki, apiloadas, pré-
moldadas de concreto, metálicas, de madeira, tipo mega, raiz e as escavadas, cada uma com a 
sua característica própria que atende as diferentes condições técnicas e econômicas da obra. 
O que a seguir se expõe foi adaptado de ALONSO (1983). 
 
1.2.2) Tipos de estacas quanto à resistência do terreno 
 
Modo de trabalhar das estacas: 
a) a capacidade resistente da estaca se compõe de duas parcelas: atrito lateral e de ponta; 
b) a estaca é carregada na ponta, trabalhando como pilar; 
c) ela resiste pelo atrito lateral: é a estaca flutuante; 
d) a estaca atravessa um terreno que se adensa sob seu peso próprio, ou sob a ação de 
uma camada de aterro sobrejacente, produzindo o fenômeno do atrito negativo, isto é, o solo em 
vez de se opor ao afundamento da estaca, contrariamente, vai pesar sobre ela favorecendo assim 
a sua penetração no solo. 
Quanto à posição, as estacas podem ser verticais e inclinadas e quanto aos esforços a que 
ficam sujeitas, classificam-se em estacas de compressão, tração e flexão. 
 
 
a) Estacas Brocas 
Estas estacas são executadas por uma ferramenta simples denominada broca (trado de 
concha ou helicoidal - um tipo de saca rolha), que pode atingir até 6 metros de profundidade, com 
diâmetro variando entre 15 a 25 cm, sendo aceitáveis para pequenas cargas, ou seja, de 50 kN a 
100 kN (kilo Newton). Recomenda-se que sejam executadas estacas somente acima do nível do 
lençol freático, para evitar o risco de estrangulamento do fuste. Devido ao esforço de escavação 
exigido são necessárias duas pessoas para o trabalho. 
O espaçamento entre as estacas brocas numa edificação não pode ultrapassar 4 metros e 
devem ser colocadas nas interseções das paredes e de forma eqüidistante ao longo das paredes 
desde que menor ou igual ao espaçamento máximo permitido. 
 
 
a.1) Roteiro para execução de estacas brocas 
 
a) Escavação ou perfuração: utilizando trado manual (tipo concha ou helicoidal), usando de 
água para facilitar a perfuração; 
b) Preparação: depois de atingir a profundidade máxima, promover o apiloamento do fundo, 
executando um pequeno bulbo com pedra britada 2 ou 3, com um pilão metálico; 
c) Concretagem: Preencher todo o furo com concreto (traço 1x3x4), promovendo o 
adequado adensamento, tomando cuidados especiais para não contaminar o concreto (utilizar 
uma chapa de compensado com furo para o lançamento do concreto para proteger a boca do 
furo); 
d) Colocação das esperas: fazer o acabamento na cota de arrasamento desejada, fixando 
os arranques para os baldrames. 
 
c) Estacas Strauss 
 
Estas estacas abrangem a faixa de carga compreendida entre 200 e 800 kN, com diâmetro 
variando entre 25 e 40 cm. Uma estaca do tipo strauss com diâmetro de 25 cm pode suportar até 
20 toneladas, de 32 cm até 30 t e de 38 cm chega a suportar 40 t. A execução requer um 
equipamento constituído de um tripé de madeira ou de aço, um guincho acoplado a um motor 
(combustão ou elétrico), uma sonda de percussão munida de válvula em sua extremidade inferior, 
para a retirada de terra, um soquete com aproximadamente 300 kg, tubulação de aço com 
elementos de 2 a 3 metros de comprimento, rosqueáveis entre si, um guincho manual para 
retirada da tubulação, além de roldanas, cabos de aço e ferramentas. 
 
A estaca strauss apresenta vantagem de leveza e simplicidade do equipamento que 
emprega, o que possibilita a sua utilização em locais confinados, em terrenos acidentados ou 
ainda no interior de construções existentes, com o pé direito reduzido. Outra vantagem 
operacional é de o processo não causa vibrações que poderiam provocar danos nas edificações 
vizinhas ou instalações que se encontrem em situação relativamente precária. Como 
característica principal, o sistema de execução usa revestimento metálico recuperável, de ponta 
aberta, para permitir a escavação do solo, podendo ser em solo seco ou abaixo do nível d'água, 
executando-se estacas em concreto simples ou armado. 
 
 
 
b.1) Processo executivo das estacas strauss 
a) centraliza-se o soquete com o piquete de locação, perfura-se com o soquete a 
profundidade de 1,0 m, furo este que servirá para a introdução do primeiro tubo, que é dentado na 
extremidade inferior (chamado de coroa), cravando-o no solo; 
b) a seguir é substituída pela sonda de percussão, que por meio de golpes, captura e retira 
o solo; 
c) quando a coroa estiver toda cravada é rosqueado o tubo seguinte e assim 
sucessivamente até atingir a camada de solo resistente, providenciando sempre a limpeza da 
lama e da água acumulada dentro do tubo; 
d) substituindo-se a sonda pelo soquete, é lançado no tubo, em quantidade suficiente para 
ter-se uma coluna de 1,0 m, o concreto meio seco; 
e) sem tirar a tubulação, apiloa-se o concreto formando um bulbo e na seqüência executa-
se o fuste lançando-se o concreto sucessivamente em camadas apiloadas, retirando-se a 
tubulação na seqüência da operação; 
f) a concretagem é feita até um pouco acima da cota de arrasamento da estaca, deixando-
se um excesso para o corte da cabeça da estaca. 
 
c) Estacas Franki 
Estas estacas abrangem a faixa de carga de 500 a 1700 kN e seu progresso executivo que 
consiste na cravação de um tubo com ponta fechada e execução de base alargada, causando 
muita vibração, podendo provocar danos nas construções vizinhas. 
Na execução, crava-se o tubo no solo, logo a seguir se derrama uma quantidade de 
concreto quase seco, apiloado por meio de um pesado maço, de modo a formar um tampão, para 
impedir a entrada d'água e solo no interior do tubo, que é arrastado e obrigado a penetrar no 
terreno. 
Alcançado a profundidade desejada, imobiliza-se o tubo e com percussões energéticas 
destaca-se o tampão, o qual junto com uma carga de concreto é apiloado no terreno para a 
formação do bulbo. 
Logo após lançam-se novas quantidades de concreto que se apiloam ao mesmo tempo em 
que se efetua a retirada parcial do tubo, elevando de 20 a 30 cm de cada vez. 
 
 
Ao contrário das estacas pré-moldadas, estas estacas são recomendadas para o caso de a 
camada resistente encontra-se a profundidades variáveis. Também no caso de terrenos com 
pedregulhos ou pequenos matacões relativamente dispersos, pode-se utilizar esse tipo de 
estacas. A forma rugosa do fuste garante boa aderência ao solo (resistência por atrito). Havendo 
a ocorrência de camada de argila rija poderá haver deslocamento da estaca já concretada por 
compressão lateral. Nesse caso a solução é atravessar a camada de argila usando trado para 
evitar impactos. 
Não é recomendável, portanto, utilizar esta estaca nos seguintescasos: 
 Quando as construções vizinhas estão em estado precário; 
 Terreno com matacões; 
 Terreno com camadas de argila mole saturada onde há o risco de estrangulamento do 
fuste análogo ao que ocorre com a estaca Strauss. 
d) Estacas de madeira 
As estacas de madeiras devem ser de madeira dura, resistente, em peças retas, roliças e 
descascadas. O diâmetro da seção pode variar de 18 a 35 cm e o comprimento de 5 a 8 metros, 
geralmente limitado a 12 metros com emendas. No caso da necessidade de comprimentos 
maiores as emendas deverão ser providenciadas com talas de chapas metálicas e parafusos, 
devidamente dimensionados. Para um comprimento maior é usual emendar duas estacas. A 
capacidade resistente fica entre 300 kN a 500 kN. Durante a cravação, as cabeças das estacas 
devem ser protegidas por um anel cilíndrico de aço, destinado a evitar seu rompimento sob os 
golpes do pilão, assim como é recomendável o emprego de uma ponteira metálica, a fim de 
facilitar a penetração e proteger a madeira.A vida útil de uma estaca de madeira é praticamente 
ilimitada, quando mantida permanentemente sob lençol freático (água). Caso esteja sujeita a 
variação de umidade apodrecerá rapidamente. De qualquer maneira a estaca deve receber 
tratamento de preservação para evitar o apodrecimento precoce e contra ataques de insetos 
xilófagos. As madeiras mais utilizadas são: eucaliptos, peroba do campo, maçaranduba, arueira 
etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
e) Estacas pré-moldadas de concreto armado 
As estacas de concreto são indicadas para transpor camadas extensas de solo mole e em 
terrenos onde o plano de fundação se encontra a uma profundidade homogênea, sem restrição ao 
seu uso abaixo do lençol freático. 
As estacas podem ser de concreto centrifugado ou receber protensão e exigem controle 
tecnológico na sua fabricação. 
A principal desvantagem é a relacionadas ao transporte, que exige cuidado redobrado no 
manuseio e verificação de sua integridade momentos antes da sua cravação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A faixa de ação desta estaca é de 200 kN a 1500 kN. Normalmente, não se recomenda a 
utilização dela em três situações: 
 terreno com presença de matacões ou camadas de pedregulhos; 
 terreno cuja previsão da cota da ponta da estaca seja muito variável, de modo não ser 
possível selecionar regiões de comprimento constante; 
 caso em que as construções vizinhas se encontrem em estado precário, pois, as 
vibrações causadas pela cravação dessas estacas podem provocar danos a essas construções. 
 
f) Estacas metálicas 
Esta estaca é constituída de perfis metálicos simples ou compostos, tubos ou trilhos. Sua 
faixa de ação varia de 400 kN a 3000 kN. Embora, atualmente, seja o tipo de estaca mais cara por 
unidade de carga, a mesma pode ser uma solução vantajosa nos seguintes casos: 
 quando não se deseja vibração durante a cravação principalmente se forem perfis 
simples; 
 servem de apoio a pilares de divisa pois eliminam o uso de vigas de equilíbrio; ajudam 
no escoramento, no caso de subsolo, associando os perfis a pranchões de madeira. 
As estacas metálicas são particularmente indicadas pela sua grande capacidade de 
suporte de cargas e em terrenos onde a profundidade do plano de fundação é muito variável, sem 
problemas quanto ao transporte e manuseio, permitindo aproveitamento de peças cortadas e a 
combinação de perfis, desde que devidamente soldados. 
A principal vantagem é a rapidez na cravação, podendo ser utilizadas em solos duros e a 
desvantagem particular é a dificuldade em avaliar a nega. 
 
 
 
g) Estaca Apiloadas 
A estaca apiloada é uma estaca moldada “in loco”, como a Strauss, só que sem a utilização 
de tubo metálico no processo construtivo, sendo sua execução possível apenas em terreno com 
solo poroso até uma profundidade de 9m. 
 
É considerada melhor do que a broca, pois compacta bem o solo. Este tipo de estaca 
é muito utilizada onde a camada superficial do solo é comprovadamente porosa e 
colapsível. 
 
O solo colapsível é um residual de arenito do Grupo Bauru, em cuja camada superficial, até 
a profundidade de aproximadamente 6 m, encontra-se uma areia argilosa, marrom, laterizada, 
porosa e colapsível. Com a infiltração de água no terreno, esse tipo de solo sofre colapso 
provocando recalques na fundação e originando fissuras, trincas e até mesmo rachaduras nas 
paredes da edificação. 
Podem-se tomar medidas no sentido de proteger o terreno da infiltração da água da chuva, 
no entanto, há o risco de rompimento de tubulações de água ou esgoto o que causaria a 
inundação do terreno e, consequentemente, o colapso do solo. 
A solução eficaz para esse tipo de problema é a utilização de estacas cujo comprimento 
ultrapasse a camada de solo colapsível e penetre na camada abaixo mais resistente. 
h) Estaca Escavada 
É executada, geralmente, com o uso de lama betonítica e adotada para ações elevadas, 
acima de 1500 kN, competindo em custo com os tubulões a ar comprimido. Não causam 
vibrações, porém necessitam de área relativamente grande para a instalação dos equipamentos 
inerentes a sua execução. 
As principais fases de execução de um estacão são: 
1. Escavação de poço com cerca de 2 metros de profundidade e colocação de um tubo de 
aço (tubo-guia) para proteção do topo da escavação. 
2. Escavação a estaca até a profundidade de projeto, mantendo o furo cheio de lama 
bentonítica a fim de estabilizar as paredes da escavação (fase 1). 
3. Limpeza do fundo da escavação, tratamento da bentonita (fase 2) e colocação da 
armadura (fase 3). 
4. Lançamento do concreto, de baixo para cima, através de tubos de concretagem (fase 
3). 
5. Recuperação do tubo-guia. Estaca pronta (fase 4) 
h.1) Metodologia Executiva das Estacas Escavadas 
Os equipamentos mais utilizados no campo de estacas escavadas (estacões) são as 
mesas rotativas e/ou os rotatores hidráulicos que acionam uma haste telescópica (Kelly), 
equipadas na sua extremidade com baldes, caçambas ou trados. 
A perfuração no solo é feita por rotação, a ferramenta usada quando repleta de material é 
levantada e, automaticamente pela força centrífuga é esvaziada no caso de trado ou, quando for 
caçamba, este processo é pela abertura no fundo. 
O fluído utilizado para estabilização das paredes das escavações é normalmente a lama 
bentonítica, que consiste numa mistura de água e bentonita. 
Terminada a perfuração, inicia-se a colocação da armação; cuidados especiais são 
tomados para enrijecer a peça, evitando sua deformação, tais como barras transversais e sempre 
com recobrimento mínimo de 4 cm garantida por “roletes” – distanciadores. 
Após a instalação da armadura, inicia-se a fase de concretagem submersa, através de um 
tubo central ao furo munido de uma tremonha de alimentação. O lançamento do concreto deve 
ser constante, preenchendo a estaca de baixo para cima e garantindo a perfeita aderência do 
fuste da estaca ao terreno existente. 
 
i) Estaca raiz 
A execução desta estaca consiste, basicamente, em fazer a perfuração e em seguida 
injetar, sobre pressão, calda de cimento. O diâmetro varia entre 8 cm e 40 cm, para ações 
compreendidas entre 100 kN a 1000 kN. 
As vantagens da estaca raiz são: 
 apresenta a menor relação custo/carga; 
 equipamentos de pequenas dimensões facilitando a instalação em locais de difícil 
acesso; 
 os equipamentos de instalação da estaca não produzem vibrações, portanto, não 
causando danos as construções vizinhas; 
 podem ser instalados perto de locais onde há certas restrições de barulho como escolas 
e hospitais; 
 necessita de equipamentos maissimples, de fácil montagem e controle propiciando 
rapidez na instalação. 
 
j) Estaca Tipo mega 
A estaca tipo mega, geralmente de concreto, são cravadas com auxílio de um macaco 
hidráulico que pode reagir contra uma cargueira ou contra a própria estrutura. Embora sua origem 
esteja relacionada com o emprego em reforços de fundação, podem, também, ser usadas como 
fundação inicial nos casos em que há necessidade de reduzir ao máximo a vibração e quando, 
também, nenhum outro tipo de estaca pode ser feita. Por essa razão poucas são, pelo menos no 
Estado de São Paulo, as obras com esse tipo de estaca. 
Sua faixa de carga situa-se em torno de 700 kN. 
 
K) Hélice Contínua 
A estaca hélice contínua é uma estaca de concreto moldada "in loco", executada por meio 
de trado contínuo e injeção de concreto através da haste central do trado simultaneamente a sua 
retirada do terreno. 
Metodologia executiva - Perfuração 
A perfuração consiste em fazer a hélice penetrar no terreno por meio de torque apropriado 
para vencer a sua resistência. 
A haste de perfuração é composta por uma hélice espiral solidarizada a um tubo central, 
equipada com dentes na extremidade inferior que possibilitam a sua penetração no terreno. 
A metodologia de perfuração permite a sua execução em terrenos coesivos e arenosos, na 
presença ou não do lençol freático e atravessa camadas de solos. 
A velocidade de perfuração produz em média 250m por dia dependendo do diâmetro da 
hélice, da profundidade e da resistência do terreno. 
 
Concretagem 
Alcançada a profundidade desejada, o concreto é bombeado através do tubo central, 
preenchendo simultaneamente a cavidade deixada pela hélice que é extraída do terreno sem girar 
ou girando lentamente no mesmo sentido da perfuração. 
O concreto normalmente utilizado apresenta resistência característica fck de 18 Mpa, é 
bombeável e composto de areia, pedriscos ou brita 1 e consumo de cimento de 350 a 450 Kg/m3, 
sendo facultativa a utilização de aditivos. 
O abatimento ou "Slump" é mantido entre 200 e 240mm. Normalmente é utilizada bomba 
de concreto ligada ao equipamento de perfuração através de mangueira flexível. O preenchimento 
da estaca com concreto é normalmente executado até a superfície de trabalho sendo possível o 
seu arrastamento abaixo da superfície do terreno guardadas as precauções quanto a estabilidade 
do furo no trecho não concretado e a colocação da armação. 
 
Colocação da armação 
O método de execução da estaca hélice contínua exige a colocação da armação após a 
sua concretagem. 
A armação, em forma de gaiola, é introduzida na estaca por gravidade ou com o auxílio de 
um pilão de pequena carga ou vibrador. As estacas submetidas a esforços de compressão levam 
uma armação no topo, em geral de 2 a 5,5m de comprimento. No caso de estacas submetidas a 
esforços transversais ou de tração, somente será possível para comprimentos de armações de no 
máximo 16m, m função do método construtivo. No caso de armações longas, as "gaiolas" devem 
ser constituídas de barras grossas e estribo espiral soldado na armação longitudinal para evitar a 
sua deformação durante a introdução no fuste da estaca. 
 
Equipamentos: O equipamento empregado para cravar a hélice no terreno é constituído 
de um guindaste de esteiras, sendo nele montada a torre vertical de altura apropriada à 
profundidade da estaca, equipada com guias por onde corre a mesa de rotação de acionamento 
hidráulico. Os equipamentos disponíveis permitem executar estacas de no máximo 25m de 
profundidade e inclinação de até 1:4 (H:V) 
 
Controle executivo 
Para controlar a pressão de bombeamento do concreto, a Fundesp possui instrumento 
medidor digital, que informa todos os dados de execução da estaca, tais como: inclinação da 
haste, profundidade da perfuração, torque e velocidade de rotação da hélice, pressão de injeção, 
perdas e consumo de concreto. Os parâmetros indicados no mostrador digital são registrados e 
fornecidos a um microcomputador para aplicação de software que imprime o relatório da estaca 
com as informações obtidas no campo. 
 Em centros urbanos, próximo a estruturas existentes, escolas, hospitais e edifícios 
históricos, por não produzir distúrbios ou vibrações e de não causar descompressão do terreno. 
 Em obras industriais e conjuntos habitacionais onde, em geral, há um grande 
número de estacas sem vibrações de diâmetros pela produtividade alcançada. 
Como uma estrutura de contenção, associada ou não a tirantes protendidos, próximo à 
estruturas existentes, desde que os esforços transversais sejam compatíveis com os 
comprimentos de armação permitidos. 
 
1.2.3) Capacidade de carga das estacas 
A determinação da resistência de estacas cravadas pode ser feita por meio da aplicação de 
fórmulas empíricas que relacionam a resistência da estaca com a penetração média ocorrida na 
última série de batidas do bate-estaca. Já para estacas moldadas in loco o ideal é realizar provas 
de carga de conformidade com a norma técnica. A prova de carga também é necessária nas 
obras de maior vulto, pois poderão indicar a possibilidade da redução dos coeficientes de 
segurança adotados e com isso auferir menos custo de execução dentro de uma garantia máxima 
de qualidade. 
 
1.3) TUBULÕES 
 
Tubulões são indicados onde são necessárias fundações com alta capacidade de cargas 
(superiores a 500 kN) podendo ser executados acima do nível do lençol freático (escavação a céu 
aberto) ou até abaixo do nível de água (ambientes submersos), nos casos em que é possível 
bombear a água ou utilizar ar comprimido. 
 
a) Tubulão encamisado escavado a céu aberto 
Este tipo de tubulão é o de execução mais simples e consiste na escavação manual de um 
poço com diâmetro variando de 0,70 a 1,20 metro, cujo emprego fica restrito a solos coesivos e 
acima de nível d'água. Na medida em que vai sendo escavado o tubo de concreto pré-moldado ou 
metálico vai descendo até a cota necessária, tem sua base alargada em forma de tronco de cone 
circular ou elíptico, sendo então totalmente preenchido de concreto simples ou armado. 
No sistema chamado Chicago, a escavação é feita em etapas, manualmente, com pá, 
cortadeira e picareta, em profundidades que podem variar de 0,50 m para argilas moles até 2,00 
m para argilas duras. As paredes são escoradas com pranchas verticais, ajustadas por meio de 
anéis de aço, escavando-se novas camadas, sucessivamente até atingir o solo resistente (cota de 
assentamento) onde é executado o alargamento da base (cebola) e após a liberação, preenche-
se totalmente o poço com concreto. 
 
 
 
Num outro sistema, chamado Gow, indicados para solos não coesivos, são usados 
cilindros telescópicos de aço, cravados por percussão, que revestem o poço escavado a pá e 
picareta. Atingida a cota desejada, faz-se o alargamento da base e, juntamente com a 
concretagem procede-se a retirada dos tubos. 
 
b) Tubulão encamisado a ar comprimido 
Quando a especificação para a execução do tubulão exige cotas de assentamento abaixo 
do lençol freático ou submerso a indicação é para a utilização de tubulões executados sob 
pressão hiperbárica a fim de expulsar a água e permitir a escavação manual ou com o uso de 
marteletes e até explosivos, se for o caso. Durante a fase de concretagem, também há 
necessidade de se manter a pressurização que é feita com os seguintes equipamentos: 
compressor de ar para fornecimento do ar comprimido, campânula (eclusa) ou câmara de 
equilíbrio de pressão, conjuntos de anéis de chapas de aço, anéis de concreto (tubos de concreto 
apropriados para tubulões), escada tipo marinheiro, guincho e baldes, marteletes a ar comprimido 
e ferramentas diversas.Por se trará de trabalho especial sob pressão hiperbárica em ambiente considerado 
insalubre com alto risco de vida para os trabalhadores, só pode ser realizada por empresa 
registrada com pessoal especializado, usando técnicas e equipamentos especiais. O Ministério do 
Trabalho regulamenta as atividades sob condições hiperbáricas por meio do Anexo 6 da Norma 
Regulamentadora NR-15. 
 
 
 
 
1.4) ESCOLHA DA FUNDAÇÃO 
Nos quadros a seguir, são apresentados as informações que poderão ser úteis na escolha 
mais adequada da solução em termos de fundação para as obras de engenharia. 
De qualquer modo, é sempre importante lembrar que a escolha definitiva deve levar em 
conta o levantamento geológico realizado por técnicos especializados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. ALVENARIAS 
 
2.1 BLOCOS CERÂMICOS 
Resumo Histórico: 
Utilizados desde 4.000 a.C. pelo homem, os materiais cerâmicos se destacam pela sua 
durabilidade, além da abundância da matéria-prima (argila) utilizada. Não se sabe exatamente a 
época e o local de origem do primeiro tijolo. Possivelmente foram os romanos os primeiros a 
utilizar o produto na forma que conhecemos hoje, registradas através das ruínas desta civilização 
que dominava o processo de queima da argila. 
Presume-se que a alvenaria tenha sido criada a cerca de 15.000 anos, pois necessitando 
de um refúgio natural para se proteger do frio e dos animais selvagens, o homem decidiu empilhar 
pedras. 
No entanto, quando a pedra natural começou a se escassear, o homem passou a substituí-
la pelo tijolo seco ao sol. 
O registro mais antigo do tijolo foi encontrado nas escavações arqueológicas em Jericó 
Oriente Médio, no período Neolítico inicial. 
A unidade de alvenaria (tijolo) era uma peça grande em forma de pão, seca ao sol, 
pesando em torno de 15Kg. Nestas unidades de barro, conformados à mão, se encontram 
marcados os dedos do homem neolítico que as elaborou. 
Uma forma - a cônica - é de interesse, pois se repete e está presente em lugares distantes 
sem ligação direta e em situações semelhantes. As unidades cônicas se encontram em muros 
construídos, por exemplo, na Mesopotâmia, há cerca de 7.000 anos, e na zona da costa norte do 
Peru, no Vale do Rio Chicama. 
Através das investigações realizadas nos últimos 40 anos, sabe-se que a alvenaria tem se 
racionalizado. 
Em 1954, na Suíça (Zurique) foi construído o primeiro edifício com muros de alvenaria 
desenhados racionalmente. Com 20 andares, os muros de alvenarias têm 32cm de espessura, 
determinados prioritariamente por condições de isolamento térmico. Desde então, o uso do 
sistema tem se disseminado. 
Entre os principais itens a serem destacados no desenvolvimento da alvenaria estrutural, 
atualmente, citamos: 
A produção de componentes adequados para a alvenaria armada com aço horizontal e 
verticalmente, viabilizando maior competitividade econômica da alvenaria. 
Nos países em desenvolvimento é observada a conscientização da importância do uso da 
alvenaria como material de construção civil, permitindo até habitações de interesse social. 
Face o exposto acima, encontram-se em andamento programas de pesquisas e a atual 
introdução da disciplina de alvenaria estrutural nos cursos de engenharia e arquitetura. 
Cumpre salientar que este processo está sendo adotado nas maiores universidades do 
país e encontra-se em discussão nas demais. 
 
2.1.1. DEFINIÇÃO DE BLOCOS CERÂMICOS/FABRICAÇÃO 
Os blocos cerâmicos são componentes construtivos utilizados em alvenaria (vedação, 
estrutural ou portante). Apresentam furos de variados formatos, paralelos a qualquer um dos seus 
eixos. 
São normalmente produzidos com argila ricas em juta e argilas montmorilonitas. 
A conformação ocorre por extrusão, onde a massa de argila é pressionada através do 
molde que dará a forma da seção transversal. A coluna extrudada obtida, passa por um cortador, 
onde se tem a dimensão do componente, perpendicular a seção, transversal. Posteriormente os 
blocos são submetidos a secagem e a queima é feita a temperaturas que variam entre 9000C e 
11000C. 
 
Tipos de blocos cerâmicos: 
São dois os tipos de blocos cerâmicos utilizados na construção civil, produzidos no Brasil. 
 
- Bloco de vedação 
São aqueles destinados a execução de paredes que suportarão o peso próprio e pequenas 
cargas de ocupação (armários, pias, lavatórios, etc.), geralmente utilizados com furos na 
horizontal e com atual tendência ao uso com furos na vertical. 
 
- Blocos estruturais ou portantes 
São aqueles que além de exercerem a função de vedação, também são destinados a 
execução de paredes que constituirão a estrutura resistente da edificação (podendo substituir 
pilares e vigas de concreto). Estes blocos são utilizados com os furos sempre na vertical. 
Quando apresentam elevada resistência mecânica, padronização das dimensões, 
concorrem técnica e economicamente com as estruturas de concreto armado. 
Já os blocos com percentuais de furos mais elevados, conforme a solicitação que será 
submetido, poderão ser ou não reforçados com graute. 
 
2.1.2. VANTAGENS DO USO DOS BLOCOS CERÂMICOS 
 Leveza (decréscimo do custo das fundações); 
 Isolamento térmico e acústico; 
 Propicia a construção racionalizada; 
 Simplifica o detalhamento de projetos, facilitando a integração dos mesmos; 
 Diminuição do desperdício dos materiais (componente, argamassa de assentamento 
e reboco); 
 Decréscimo na espessura de revestimento (emboço ou reboco); 
 Canteiro de obra menos congestionado e espaço mais limpo; 
 Facilita a prumada das paredes; 
 Permite a utilização de componentes pré-moldados (vergas, contra-vergas etc.); 
 Facilita a execução das instalações hidrosanitárias e elétricas, no caso de blocos 
especiais (aqueles que apresentam espaços pré-definidos para as instalações); 
 
2.1.3. INDICES DE QUALIDADE DOS BLOCOS 
 Regularidade de formas e dimensões; 
 Arestas vivas e cantos resistentes; 
 Inexistência de fendas, trincas, cavidades etc. (massa homogênea); 
 Cozimento uniforme (produzir som metálico quando percutido); 
 Facilidade de corte (grãos finos e cor uniforme). 
Além dos índices de qualidade acima citados, os blocos devem estar em conformidade com 
as normas vigentes no que diz respeito a caracterização geométrica (forma e dimensão), 
resistência mínima à compressão, etc. 
 
2.1.4. NORMAS VIGENTES RELATIVAS A BLOCOS 
Existem as seguintes normas específicas sobre o assunto: 
NBR 7171 -(1992)- Bloco Cerâmico para Alvenaria - Especificação 
NBR 8042 - (1992)- Bloco Cerâmico para Alvenaria - Formas e Dimensões - Padronização 
NBR 8043 - (1993)- Bloco Cerâmico Portante para Alvenaria - Determinação da Área 
Líquida 
NBR 6461 - (1983) - Bloco Cerâmico para Alvenaria - Verificação da Resistência à 
Compressão 
 
2.2. ALVENARIAS DE BLOCOS CERÂMICOS 
 
2.2.1. CLASSIFICAÇÃO DAS ALVENARIAS QUANTO À SUA FUNÇÃO: 
a) Muros: alvenarias com faces planas a curvas e verticais ou inclinadas, empregadas 
como fechamento de jardins, pátios e terrenos e como elemento de contenção (de arrimo - solo). 
b) Paredes: alvenarias com faces planas ou curvas, geralmente verticais, empregadas 
como elementos de vedação dos ambientes de uma edificação, ou também como elementos 
resistentes. Conforme sua posição em relação ao exterior podem ser: paredes internas, paredes 
externas (maior espessura e mais impermeável). 
 
2.2.2. CLASSIFICAÇÃO DAS ALVENARIAS QUANTO À SUA ESPESSURA: 
As alvenarias poderão ter diversas espessuras, que serão sempre um múltiplo das 
dimensões dos Blocos cerâmicos.a) Cutelo ou de espelho ou de 1/2 vez: “espessura da alvenaria igual a espessura do 
bloco” 
b) Frontal ou a Chato ou 1 vez: “espessura da alvenaria igual a largura do bloco” 
 
As alvenarias de cutelo devem ser empregadas, essencialmente para vedação, suportando 
tão somente o peso próprio e sua altura não deve exceder a 3,00m e seu comprimento não deve 
ser superior a 5,00m. As alvenarias de cutelo e frontal não devem apresentar altura superior a 
3,00m, deve-se intercalar vigas de concreto armado com pilares. 
 
2.2.3. CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS TIPOS DE ALVENARIAS COM BLOCOS 
CERÂMICOS. 
 
a) Cutelo ou de espelho ou de 1/2 vez: 
Essas paredes são feitas com blocos assentes segundo a espessura, e a sua espessura 
corresponde a espessura dos blocos. 
Empregam-se nas divisões internas dos edifícios e desde que se disponha de boa base. 
Quando muito altas ou largas devem ser reforçadas. 
 
 
 
 
 
b) Frontal ou a chato ou de 1 vez: 
São formadas de blocos assentes segundo a sua maior face e de modo que a largura do 
tijolo ou bloco corresponda à espessura da parede. Essas paredes servem não somente para a 
vedação como também para suportar esforços. Empregam-se nos interiores para a amarração de 
paredes perimétricas muito extensas ou quando existe piso ou divisões no pavimento superior da 
construção. Têm sido usadas no exterior, porem com pilares de reforço. 
 
 
Na execução das alvenarias em prédios e edifícios de estrutura de aço ou concreto 
armado, as paredes deverão ser interrompidas 15 cm antes das vigas ou das lajes, ficando o 
arremate final – aperto de alvenaria – para ser feito com tijolos inclinados do tipo maciço e no 
mínimo 8 dias após aquela. 
 
 
 
Nenhum pano de alvenaria deverá ser executado com altura superior a 3 metros. 
Havendo necessidade de maior altura, será criada uma cinta de armação de concreto 
armado previamente dimensionada. 
Relembrando 
Materiais empregados no levantamento de alvenarias: 
a) Tijolos ou blocos cerâmicos 
a.1. maciços (tijolos): maior peso, menores propriedades termo-acústicas e cozimento 
pouco homogêneo. 
a.2. furados (blocos cerâmicos): (2,4,6, e 8) menor peso, melhores propriedades termo-
acústicas e resistência mecânica semelhante à dos tijolos maciços. 
 
b) argamassas 
Misturas convenientes dosadas e homogêneas de um ou mias aglomerados agregados 
miúdos e água. 
As argamassas mais empregadas são as de cal e areia, nos traços 1: 3 e 1:4, com adição 
de cimento conforme a finalidade da alvenaria (50 a 100 kgf/m3 de argamassa). 
 
Ferramentas a Acessórios: 
a) Caixa para queima da cal (deve ser extinta 24 a 48h antes do preparo da 
argamassa). 
b) Caixa para preparo da argamassa. 
c) Caixas para argamassa. 
d) Balde metálico (volume de 15 a 181). 
e) Pá. 
f) Enxada. 
g) Escantilhão (régua graduada de madeira). 
h) Linha de nylon. 
i) Colher de pedreiro. 
j) Nível de bolha. 
k) Nível de mangueira. 
l) Prumo. 
m) Martelo de pedreiro. 
n) Metro (escala métrica). 
o) Esquadro de metal. 
p) Andaimes compostos de cavaletes e tábuas para levantamento das fichas acima de 
1,50m. 
q) Peneira, no caso de areia grossa (abertura 3 a 4mm). 
 
 
Etapas de Execução das Alvenarias: 
a) Impermeabilização do baldrame (fita de papelão alcatroado ou pinturas sucessivas 
de asfalto). 
b) Locação das paredes e demarcação dos vãos de portas (8 cm maior que a largura 
nominal das portas, ao caso de serem de madeira). 
c) Levantamento dos cantos ou extremidades. (4 a 5 fiadas). 
d) Disposição dos tijolos ao longo da parede para verificação do tipo de corte de tijolo 
ou mesmo da espessura das juntas. 
e) Levantamento da parte intermediaria. 
 
Vejamos algumas ilustrações; 
Em paredes externas da construção devem ser marcados os alinhamentos das faces 
externas. 
Em paredes internas, podem ser marcados os alinhamentos de qualquer uma das faces. 
Estique fios entre os pregos correspondentes à marcação dos alinhamentos de uma das 
faces das paredes. 
Se você quiser amarre um fio de prumo de centro em um dos cruzamentos dos fios para 
marcar um canto da alvenaria linha-arame. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assente a argamassa os dois tijolos (blocos cerâmicos) que formam o canto da alvenaria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Determine todos os demais cantos da mesma forma. 
 
 
Estique um fio de nylon nas laterais dos blocos cerâmicos, amarrando-a aos pregos fixados 
na argamassa das juntas. 
 
 
O fio também pode ficar amarrado em blocos cerâmicos avulsos colocados ao lado dos 
blocos da alvenaria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Complete a primeira fiada adequadamente estudando previamente o posicionamento dos 
blocos cerâmicos. 
 
 
Você pode constatar o nivelamento colocando sobre a fiada um nível de bolha apoiado na 
régua de madeira. 
OBS: a bolha centralizada indica que a fiada está nivelada. Caso isto não ocorra, devem 
ser corrigidas as imperfeições. 
 
 
Na continuidade do levantamento da alvenaria é importante verificar se a prumada da 
parede está correta. 
 
 
Os cantos, extremidades e cruzamentos devem ser levantados primeiro, completando as 
fiadas em seguida. 
Deve-se observar a amarração correta dos blocos cerâmicos e a colocação de vergas 
sobre as aberturas das portas e contra-vergas no caso das janelas. 
 
 
 
Cuidados no levantamento das alvenarias 
a) Umedecimento dos tijolos para que não absorvam a água de amassamento da 
argamassa, tornando – a menos resistente e mais desagradável. 
b) Levantamento dos cantos no “prumo” e com juntas de “igual” espessura 
(escantilhão ou nível de mangueira, a cada cinco fiadas). 
c) Amarração dos blocos através de juntas verticais adequadamente alternadas. 
d) Alinhamento longitudinal da parede, colocando os blocos da parte intermediária com 
auxilio da linha de nylon. 
e) “Chumbamento” dos tacos para fixação dos caixilhos das portas e janelas de 
madeira e dos roda – pés. 
f) Levantamento das aberturas das portas e janelas “perfeitamente” no “prumo”. 
g) Extinção e queima da cal no mínimo 24h antes do preparo da argamassa. 
h) O volume da argamassa de cal e areia com adição de cimento deve ser tal que 
possa ser utilizada no máximo em duas horas. 
i) Demarcação dos vãos de janela na altura indicada no projeto arquitetônico, no caso 
de madeira, a largura do vão deverá ser 8 cm maior. 
j) O levantamento das paredes deve ser o mais uniforme possível, de forma a 
carregar a fundação por igual. 
 
É bom lembrar, portanto, que na execução da alvenaria... 
Inicia – se o trabalho partindo de uma das extremidades e assentando o tijolo sobre uma 
camada de argamassa previamente estendida sobre a fiada anterior, ou geralmente sobre o 
respaldo da viga da baldrame. O alinhamento é obtido com a colocação de dois tijolos extremos, 
previamente nivelados em cujas extremidades corre o cordel que se estende com auxilio de tijolos 
e depois por meio de pregos colocados nas juntas. 
Ao subir as paredes procura – se levantar sempre as regiões das esquinas (cantos) e 
colocando depois as partes intermediárias das paredes. Por conseguinte deve-se controlar as 
arestas dos tijolos nas esquinas, que constantemente se verifica a sua verticalidade com o prumo. 
 
Aprumando a parede 
 
 
a) Coloque o taco do prumo no bloco cerâmico a ser aprumado, e segure-o Desça o 
prumo, soltando o fio devagar até este alcançar a fiada mais baixa possível sem tocar o piso. 
b) Faça chegar ao prumo recuando ou avançando o bloco cerâmico que está sendo 
aprumado. 
 
A verticalidade dasfiadas é obtida com o prumo e a horizontalmente com o nível que 
constantemente o pedreiro aplica para verificar o andamento da alvenaria, ou com uma régua 
especialmente graduada para o fim, chamada escantilhão. 
O bloco cerâmico é assentado a mão e calcado ate tomar posição adequada percutindo-se 
ligeiramente com o cabo ou aba da colher com a qual se retira da junta o excesso de argamassa 
que reflui. 
Assentados os blocos cerâmicos de uma fiada, enchem-se as juntas verticais, calcando a 
argamassa com o auxilio da colher e recolhe-se o excesso que tende a refluir lateralmente. 
Terminada essa operação, estende-se nova camada de argamassa sobre um trecho da face 
superior da parede, assentando os blocos cerâmicos que lhe dão o alinhamento, fixa-se o cordel e 
passa-se a colocar os tijolos ou blocos cerâmicos intermediários. Tendo sempre o cuidado de 
desencontrar as juntas verticais, da maneira que a junta da fiada anterior se situe na região 
mediana do bloco cerâmico desta fiada. 
Os tijolos sempre apresentam pequenas diferenças de dimensões, a parede é aprumada 
numa das faces e a outra fica com as irregularidades próprias dos mesmos. Adota-se facear o 
bloco cerâmico sempre pelo lado externo da parede quando esta for perimetral. 
A espessura das juntas verticais e horizontais é em média de 1cm. 
A locação das paredes de alvenaria deverá obedecer rigorosamente o projeto 
arquitetônico, observando as dimensões, esquadro e formas dos ambientes, considerando as 
espessuras dos revestimentos laterais das paredes. 
 
 
 
Durante a elevação das alvenarias deve-se tomar o cuidado, em relação as aberturas de 
portas e janelas, (7 a 8cm a mais) do que a especificação do projeto arquitetônico, e deixar 
embutido na parede tacos de madeira previamente preparado, devidamente ranhurados e 
imunizados, com a finalidade de se fixar os caixilhos das aberturas por meio de parafusos. 
É bom lembrar que no levantamento da primeira fiada podem ser deixados tacos para 
aplicação do rodapé com bucha e parafusos. 
Os tacos são assentados de preferência junto com os blocos cerâmicos, com argamassa 
mista. Os chanfros permitem que os tacos fiquem firmes. A distancia entre os tacos para o rodapé 
não deve ser mais do que 45cm. Eles devem ser assentados deixando 1,5cm fora da alvenaria 
dos blocos cerâmicos. 
Isto é necessário porque a parede será revestida com emboço e reboco, e os tacos devem 
acabar na face desse revestimento. Assim, os rodapés poderão ser fixos com parafusos. 
Os tacos para batentes serão assentados da mesma forma. Cada lado batente recebera 
três tacos. 
 
3. ALVENARIA DE BLOCOS DE CONCRETO 
3.1 Modulação da alvenaria estrutural 
A grande competitividade do mercado atual, no entanto, demanda soluções que, 
associadas ao processo construtivo em alvenaria estrutural, melhorem a eficiência do processo, 
eliminando etapas construtivas, minimizando interferências entre os subsistemas e elevando a 
qualidade do produto final. Adotar soluções voltadas à industrialização, principalmente com a pré-
moldagem, pode ser um caminho para melhorar a eficiência do processo. 
Notadamente na alvenaria estrutural, os pré-moldados desempenham papel fundamental 
associando-se às particularidades deste processo, com relação à rapidez de execução, ao rígido 
controle de qualidade, à coordenação modular e à diminuição das improvisações e dos 
desperdícios. Eles são inseridos no processo construtivo sem que haja mudanças bruscas da 
base produtiva do setor. 
 
3.1.1 . Projetos para alvenaria estrutural 
Roman (1996) afirma que no projeto em alvenaria estrutural as paredes estruturais devem 
apresentar as seguintes funções: resistir às cargas verticais e de vento, aos impactos e cargas de 
ocupação, apresentar isolamento acústico e térmico, ser estanque à água da chuva e apresentar 
bom desempenho contra a ação do fogo. 
O processo tem que estar aliado ao uso de novas ferramentas, projetos discriminando os 
serviços, planejamento de obra, logística de canteiro e necessidade de mão-de-obra qualificada 
(Roman et al., 2000). 
Desta forma, ainda conforme os autores, para a alvenaria estrutural, além dos blocos e 
argamassas, os blocos especiais para instalações devem estar dispostos no ambiente de trabalho 
na quantidade especificada no projeto de paginação. 
Segundo Roman et al. (1999), o projeto executivo deve conter também recomendações 
sobre os procedimentos a serem seguidos na obra para que a alvenaria tenha o desempenho e a 
resistência estabelecidos pelo projetista. 
Os blocos de concreto que constituem as paredes estruturais das edificações em alvenaria 
estrutural. Podem reduzir o custo de edificações de até 10 pavimentos (sem transição) em torno 
de 20 a 40%. 
 
A modulação da alvenaria é o acerto das dimensões em planta e do pé direito da 
edificação, em função das dimensões dos blocos, de modo a se evitar cortes ou ajustes na 
execução das paredes. 
Durante a modulação de uma planta deve-se procurar, sempre que possível, amarrar duas 
ou mais paredes que se encontram. 
Amarração direta é o entrosamento alternado de fiadas. É a tendência de uniformização de 
tensões que ocorre ao longo da altura do edifício. Essa tendência é altamente benéfica ao 
comportamento estrutural das paredes, pois significa que as mais carregadas servem-se das 
menos solicitadas para aliviarem os seus excessos (CORRÊA & RAMALHO, 1994). 
A consideração da interação leva a diferenças apreciáveis nas cargas das paredes, 
podendo afetar de maneira significativa a segurança e a economia, pois contribui na prevenção do 
colapso progressivo, melhora o aproveitamento da capacidade resistente das paredes e favorece 
o contraventamento nas paredes. 
Amarração direta consiste na disposição dos blocos nas fiadas desde que 50% deles 
penetre alternadamente na parede interceptada, enquanto que a amarração indireta é obtida com 
o auxílio de barras ou telas metálicas. 
A amarração direta das paredes está intimamente ligada à modulação da alvenaria, pois 
relaciona a espessura do bloco com o seu comprimento. O ideal é que a dimensão do 
comprimento do bloco seja múltipla da espessura, com isto evita-se o uso de blocos especiais e 
facilita-se a amarração das paredes. Entretanto, nem sempre esta multiplicidade ocorre. Neste 
caso, recorre-se a procedimentos alternativos para prover a alvenaria de amarração eficiente, 
como por exemplo, com emprego de blocos especiais, os quais não possuem dimensões 
normalizadas. 
Nas figuras 1 e 2 serão apresentados exemplos de amarração direta para cantos e bordas 
com blocos de 15 cm e 20 cm de espessura. 
 
 
 
A adoção do bloco especial de 35 cm de comprimento modular requer cuidados especiais 
na etapa de execução, de forma que os espaços vazios de mesma dimensão entre os septos 
sejam assentados coincidentemente; também não são encontrados no mercado blocos canaleta 
de 34 cm de comprimento o que, fatalmente, acarretará em enchimentos localizados em vergas, 
contravergas e cintas. 
Apesar de mais simples, a modulação altimétrica também precisa ser discutida e analisada 
com os devidos cuidados. E os subsistemas devem guardar compatibilidade dos componentes 
entre si e entre os componentes de outros subsistemas. 
A modulação altimétrica não exige detalhes de amarração. Neste caso, a determinação do 
pé direito fica definida pela altura dos blocos, pela espessura das juntas e pelas exigências das 
leis municipais. 
 
Fonte: Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 8, n. 33, p. 1-27, 2006 
 
3.2. Execução de Alvenarias Estruturais 
 
As paredes executadas com blocos de concreto são assentes segundo o sentido 
longitudinal dos blocos obtendo paredes