Buscar

Psicologia do Trabalho: Resumo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

Psicologia do Trabalho
Unidade I
	O debate acerca do tema “Trabalho”, envolve indagações sobre:
O que se enquadra nesse conceito (?)
Qual o lugar e a função do trabalho na sociedade e para o indivíduo, em particular (?)
Função: Essencialmente defensiva (pode oferecer satisfações substitutivas aos desejos forjados por histórias infantis; modo de fuga de si e dos conflitos, reforçada pela ideia da ação que oculta a questão de sentido do trabalho); Essencialmente social (atividade que liga aos outros e que implica se ajustar a eles para produzir algo útil); Essencialmente psicológica (ele é um operador simbólico indispensável do separar-se de si mesmo, da delimitação de si, ou seja, é ‘se livrar’ das preocupações pessoais para engajar-se na história/necessidade do outro). 
Lugar na sociedade: É modo de inserção da cidadania. 
Lugar para o indivíduo: Participa do processo de construção e desconstrução do sujeito; O lugar que ocupa para cada sujeito depende das saídas favoráveis que esse sujeito pode encontrar, criar por seu desejo, história e personalidade = considerando, aqui, a visão freudiana de que as pulsões libidinais de agressão podem ser transmitidas para a execução do trabalho e, por meio de uma ressonância simbólica, pode-se mudar o objetivo da pulsão no processo de sublimação- mecanismo de defesa que busca tornar sociável as pulsões do id- que permite que significado do trabalho se baseie em um ponto de vista da história pessoal do trabalhador). 
Características do trabalho:
Se funda sobre uma relação universal, essencial para estabelecer o envolvimento, entre o homem e a natureza.
Existe uma relação de transformação mútua que permite que o trabalho exista desde o primórdio da humanidade. 
Não envolve, apenas, o assalariamento. 
O trabalho doméstico, o trabalho beneficente, o trabalho sindical, político, convocam a necessidade de lembrar da distinção entre trabalho e emprego. 
Essa confusão entre os termos ‘trabalho’ e ‘emprego’ se dá pela historicidade, principalmente devido a Revolução Industrial, em que o trabalho era tido como, especificamente aquela atividade fabril. Já que as fábricas, nesse período, absorviam grande parte da população provocando a transição de uma atividade artesanal para uma atividade fabril, essencialmente, remunerado que passou a caracterizar o conceito de ‘trabalho’ como um todo. Atualmente, as próprias políticas de trabalho fazem essa confusão entre os termos.“O emprego é uma atividade alienada em que o profissional atua por mera necessidade financeira, distante de algum tipo de apreciação. ” 
Assim, trabalho e emprego diferenciam-se pelas condições de assalariamento e funcionalidade. Enquanto o emprego se limita as necessidades básicas de sobrevivência que carecem da parte monetária, o trabalho envolve satisfação pessoal, atingir sonhos e objetivos traçados durante o decorrer da vida. 
Tem um caráter totalmente social.
É um suporte de relações sociais específicas. O trabalho é feito para o outro. Entretanto, é preciso considerar que cada profissional tem vivências e características específicas que podem interferir no modo de operar de cada um. Nesse contexto, o indivíduo se apropria das normas sociais, do coletivo, e passa a enxerga-las como atividade mobilizadora. Cumpre essas regras, mas não de um modo passivo, já que considera suas experiências pessoais, o que favorece o exercício do trabalho de modo específico e benéfico, no sentido da individualidade ser um diferencial quando se avalia a criatividade do trabalhador, que pode ocorrer por meio de regras informais.
Assim, desconsidera-se a visão que existe de trabalho como esponja. Onde o indivíduo apenas absorve regras e conhecimentos sem contribuir para transformação do meio. De modo que, o coletivo não deve objetivar que o profissional se submeta a ordens, ou seja, o trabalhador passa a possuir flexibilidade para agir, modificar o coletivo favorecendo-o e enriquecendo-o por meio de inovações e observações pessoais.
Existe um uso de si, no trabalho, por si, mas devido ao caráter social, pelo outro. Que se caracteriza pela troca de experiências. 
O coletivo possui um papel significativo na construção da identidade do trabalhador, por permitir o confronto entre semelhanças e diferenças de práticas e de traços de atividades. 
Implica sempre em um confronto com o real (seja um real físico ou das relações sociais) e, simultânea e dialeticamente, entre a relação consigo e a relação com o outro. 
O trabalho como uso de si - Dualidade (relação consigo e relação com o outro): Fala-se de “relação consigo” porque o sujeito (trabalhador) age com suas capacidades, motivações, desejos -conscientes e inconscientes-, etc. 
Nesse sentido, o trabalho refere-se a busca pela realização de si, de objetivos e planos pessoais.
Fala-se, por outro lado, do uso de si para o outro ou, do uso feito pelo outro. Nesse sentido, o trabalho se caracteriza como aquele que é imposto para ser efetuado, reforçando, assim, as dimensões sócias históricas. 
Mas, sabe-se que, o indivíduo não pode se adaptar e, apenas internalizar, funcionando como uma esponja. 
Pode-se, entretanto, falar dessa dualidade como justificativa para a pluralidade das concepções de trabalho que aparecem. Já que, o entendimento que se têm por “trabalho” e a forma de pensar sobre ele depende das condições histórico-sociais em que cada pessoa (aquele que fala ou pensa a respeito do assunto) vive. 
Significado etimológico: Vem do latim “tripalium” que significa instrumento de tortura. Está associado ao estado daquele que sofre. Atualmente, essa noção é vivenciada através do esforço, embora esse seja necessário para que se alcance os objetivos.
Assim, se o trabalho acata essa visão de sofrimento e é realizado contra o desejo, acontece uma luta contra si. A luta ocorre uma vez que a repressão desse desejo conduz o indivíduo a um tipo de anestesia do funcionamento psíquico e a um empobrecimento entendido como despersonalização pela instrumentalização. =. Esse cenário corresponde, desse modo, ao que se entende por prazer ou sofrimento no trabalho que se caracteriza pelo uso (bom ou mau) que se faz de si, satisfazendo as exigências de afirmação do Eu (da identidade, do gosto). =. O prazer está ligado a uma ação por parte do indivíduo que seja autônoma, que corresponda aos seus valores, que possa encontrar sentido na realização do trabalho para si e, também, que faça sentido para o outro. =. O primeiro passo para a formação dessa identidade, geralmente, consiste na formação inicial, é o que oferta encontros identificatórios e permite articular o pulsional e o social (história do sujeito e história do grupo).
A busca da identidade parte de influências narcísicas e se apoia sobre o laço social e suas mediações com o trabalho, sendo construída pela distância do papel e à tarefas acordadas, mas também, pela distância à modelização das práticas produzidas pela formação ou pelo grupo que passam por períodos de desengajamentos que tem enfeito inverso ao engajamento, ações e criatividade, ou seja, desengajamentos favorecem identificações novas e afirmações das singularidades por permitir uma reestruturação coletiva. Enquanto que engajamentos favorecem a afirmação e a transformação da identidade. 
Essa construção da identidade envolve a construção de gênero social (define as fronteiras do aceitável com o inaceitável, expõe ao sujeito seus limites e solicita o estilo pessoal) e estilo pessoal (só existe devido ao patrimônio, é a possibilidade de transformação dos gêneros na história real das atividades, requer criatividade, invenção de soluções). 
Trabalho e ordem simbólica: De um modo geral, sabe-se que o significado do trabalho depende do contexto histórico e social, sendo assim não estagnado. Nas sociedades primitivas, por exemplo, o significado do trabalho era atravessado pelo sagrado (ligação com os deuses). Na Grécia Antiga, o trabalho era atividade designada apenas aos escravos.
Em níveis mais subjetivos, complementa-se a ideiade que o trabalho é feito com e para o outro. Nesse sentido a significância se relaciona a ideia de que a atividade supõe uma coordenação, um reconhecimento e uma validação pelo outro. 
E a significância para si, já mencionada no tópico anterior, com relação a representar objetivos conquistados e relacionar-se com gostos pessoais, prazer e identidade. 
O sentido não se decreta, ele é construído pelo duplo movimento de: investimentos e desejos inconscientes x validações sociais. Está ligado à história pessoal, mas é, também, produto de construções intersubjetivas, o que implica dizer que para isso é necessária uma “área de jogo” (espaço para debates e troca de opiniões). 
Trabalho e prova do real: O exercício do trabalho compreende imprevistos, problemas (para os quais pode-se não estar preparado), questões sem respostas, faltas, etc. Além de lidar com recursos insuficientes e inadaptados para os modos operatórios. Impondo, assim, limitações.
O real se apresenta pela resistência sempre oposta ao domínio como produção imaginária, é uma prova dolorosa, mas que desperta os potenciais de criatividade e de descoberta. 
O conflito com o real envolve o distanciamento entre trabalho prescrito e trabalho real, entre tarefa e atividade. 
O real acaba quando o trabalho se esvazia de suas significações e quando os membros são separados das técnicas que utilizam, do saber que manipulam e da cultura na qual eles vivem, sendo, apenas, a instituição a ponte de contato com a realidade. 
Não existe trabalho sem esforço, sem atividade. 
Essa atividade se apoia em um esforço, em uma energia que se dá em prol de um objetivo. Assim, a atividade é orientada e complementa o papel que exerce no campo social, uma vez que o trabalho é realizado para o outro e a atividade não deve visar objetivos individuais. 
Entre o trabalho idealizado e o trabalho prescrito (o real), a atividade é sempre o encontro singular do sujeito com uma situação concreta.
A atividade relaciona-se a ressingularização, gestão de normas a partir de suas características e valores, formalização, prescrições, determinações, normas e antecedentes. 
Duplo sentido do caráter do trabalho humano: Relação universal entre homem e natureza x suporte de relações sociais específicas.
Duplo valor do Trabalho: Privilegia a construção do sujeito x consiste em um universo de pressões e de exploração.
Pontos positivos sobre o Trabalho: Possui essencial contribuição a vida comum, por permitir a realização de si no campo social. Além de ser associado à criação, à liberdade, o trabalho é a atividade pela qual o homem transforma a natureza e também se transforma.
Pontos negativos sobre o Trabalho: Faz do trabalho uma condenação devido à uma visão heteronômica (de sujeição) e de alienação, onde as atividades não consideram o livre arbítrio do sujeito. O que garante, de certo modo, a organização social instituída (a divisão social e técnica do trabalho). 
	Esse conjunto significa que o trabalho é uma atividade que se relaciona com a gestão (o trabalhador gerencia, por si só, o próprio trabalho cotidianamente. O que se relaciona muitas vezes a ação com o que está prescrito, ou seja, há uma flexibilização da norma, que causa uma dificuldade de analisar, por exemplo um acidente por meio da norma prescrita quando essa já não é mais a norma ‘respeitada’ por um atraso com relação ao real), com o real e com o prescrito. 
Processo histórico de transformação do trabalho:
	Na Grécia Antiga, o trabalho passa a ser designado apenas aos escravos. Os filósofos exaltavam a ociosidade e consideravam o trabalho degradante. Essa visão permanece até o surgimento das sociedades ocidentais (atuação do comércio e das civilizações). 
	O sistema de produção inicial era o artesanal. Nesse sistema manual, o trabalhador detinha todo poder sobre o processo de transformação da matéria prima. Mas, devido a distância entre os feudos desenvolve-se a figura do “mercador”, responsável por pegar o material produzido pelo artesão e vender, em geral, montava-se feiras nas portas dos feudos para fornecer acesso a todos. Na produção artesanal, todas as etapas de produção são realizadas na maioria das vezes por uma única pessoa. O artesão até poderia ter auxiliares, mas ele conhecia todas as etapas para a confecção do produto, era dono das ferramentas e tinha acesso ás matérias primas necessárias, ou seja, ele detinha os meios necessários e o conhecimento em relação a todas as etapas de produção. Além disso, antes das transformações introduzidas pela Revolução Industrial, era o artesão quem decidia quantas horas trabalharia por dia, isto é, era ele quem controlava o tempo e a intensidade do trabalho.
	O mercador, entretanto, começou a perceber que os artesões eram espertos na medida em que optavam por matérias primas mais baratas para produzir os produtos que seriam produzidos e por matérias primas melhores para produzir os mesmos produtos para si; com o tempo que os mercadores gastavam indo à cada feudo e com a chegada de novas pessoas os centros urbanos, eles começaram a colocar os artesões no mesmo espaço para facilitar as vendas e a fiscalização dos artesãos. 
	A produção artesanal começa a ser então dominada pelos mercadores que compravam as matérias-primas e vendiam o produto final. Aos artesãos menos especializados faltava organização e normalmente acabavam por trabalhar diretamente para o mercador. Nesse período a economia mercantil começava a se desenvolver (tinha como característica incentivo a manufatura), em algumas oficinas alguns aprendizes de artesão começaram a se tornarem assalariados, geralmente os artesões mais pobres empregavam-se em oficinas que se apropriavam da sua força de trabalho, surgindo aos poucos o sistema de manufaturas, e nota-se o começo de algumas modificações no sistema econômico além do produtor. O sistema de manufaturas é bastante viável para os mercadores no sentido de que, além de acelerar a produção, o que era necessidade porque a demanda não estava sendo suprida pela produção artesanal, como eles não detinham o poder sobre o saber dos artesãos o sistema não deixava com que eles perdessem a produção, o controle e tão pouco o lucro.
Na manufatura, o capitalista reúne um numeroso contingente de trabalhadores em um espaço comum, uma oficina. Apesar de o trabalho ser essencialmente manual, cada um dos artesãos realizava uma etapa da produção da mercadoria: a divisão técnica do trabalho. O artesão já não era responsável pelo produto do seu trabalho, ao contrário, recebia um determinado salário pelo seu tempo de dedicação ou por sua produtividade. A manufatura tinha como objetivo a potencialização dos lucros, mas, ao mesmo tempo, o controle rígido dos trabalhadores.
	Por conseguinte, a Revolução Industrial, iniciada na metade do século XIX (1850-1870) e terminada durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), altera drasticamente o modo de produção das mercadorias. A partir da manufatura, com a introdução das máquinas e a objetividade suprema do lucro, o capitalista fomentará a fábrica. Volta a existir uma exaltação do trabalho, e a compreensão do próprio homem antes visto como aquele que não deveria trabalhar para enriquecer (prática que era repreendida pela Igreja Católica que tratava o lucro como pecado e o trabalho como punição divina) mas para sobreviver, ocorre a legitimação do lucro (sai da filosofia católica e ingressa na filosofia protestante onde o lucro era visto como bênção divina e o trabalho como dignificação do homem), o trabalho passa a ser assalariado sendo transformado em mercadoria (de onde surge a confusão entre os termos “trabalho” e “emprego”) e surge a classe operária e a noção de contrato de trabalho. 
	Nesse contexto de passagem da filosofia católica para filosofia protestante surge a centralidade do trabalho associada a uma ética de cumprimento do dever, de justificação do esforço e da submissão, uma vez que o assalariamento aparenta ser uma recompensa por esse esforço. A Igreja Católica que antes repugnava o trabalho, vendoque sairia prejudicada indo de encontro a essa ideia e passa a defende-la. 
	Com relação aos modelos de produção, desenvolvem-se, o taylorismo e o fordismo. A existência desses modelos separa a concepção (o saber fazer) da produção, surge a figura do operário alienado destinado, apenas, a execução de sua função.
	Taylorismo
	Fordismo
	Criado por: americano Frederick W. Taylor (1856-1915)
Princípio de funcionamento: 
Os trabalhadores deveriam ser organizados de forma hierarquizada e sistematizada, ou seja, cada trabalhador desenvolveria uma atividade específica no sistema produtivo da indústria (especialização do trabalho). 
O trabalhador é monitorado segundo o tempo de produção. Cada indivíduo deve cumprir sua tarefa no menor tempo possível, sendo premiados aqueles que se sobressaem. Isso provoca a exploração do proletário que tem que se “desdobrar” para cumprir o tempo cronometrado.
	Criado por:  Henry Ford (1863-1947)
Princípio de funcionamento:
Nada mais é que uma junção prática do sistema taylorista e da facilidade das máquinas. Ford criou uma espécie de "esteira rolante", onde as peças dos automóveis passavam em frente ao trabalhador, este que tinha que fazer seu serviço dentro de um curto espaço de tempo.
A essência do fordismo é baseada na produção em massa, mas para isso é preciso que haja consumo em massa. Outra ideologia particular é quanto aos trabalhadores que deveriam ganhar bem para consumir mais.
	A crise do capitalismo de 1970 também chamada crise do fordismo/taylorismo, é um fato relevante para a transformação do trabalho. Ela é caracterizada por problemas envolvendo o poder excessivo do trabalho na relação com o capital. Essa crise trouxe causas como: profundo desemprego estrutural (as pessoas que saem das fábricas não conseguem ser absorvidos no mercado rapidamente), complexas reestruturações produtivas, culpabilização do próprio trabalhador por sua exclusão do mercado de trabalho (a não inserção se dá por aquele profissional que não tem especialização) e trouxe à tona a confusão entre classe operária e trabalhadora (trabalho é necessário?). 
Quando o trabalho humano fabril começa a ser feito por máquinas, surge o medo do trabalho de base acabar e alguns sociólogos começaram a comentar sobre o “fim do trabalho” embora passassem a ver novas estruturas de trabalho que surgiam e o consequente impacto social do desemprego estruturado. Desse cenário emerge a discussão sobre a concepção do trabalho e seu papel enquanto categoria social estruturante da vida das pessoas. Abordavam-se questões como: 
Maior flexibilidade de gerenciamento (novos modos de organização do trabalho – os chamados modelos híbridos).
Diante das necessidades da 2º GM e de um sistema ocidental caindo, surge um modelo de produção japonês, o toyotismo.
 O Toyotismo, também conhecido como just-in-time, agia de forma que fosse produzido apenas o necessário.
Nas fábricas que seguiam este modelo, a produção estava em sintonia com a entrada de matéria-prima e com o mercado consumidor. Quando a procura era alta, eram produzidos mais produtos, quando ela diminuía, a produção caia. Assim, tornava-se desnecessário o espaço com estoque.
Ao contrário do sistema fordista-taylorista, o operário precisaria conhecer amplamente o processo produtivo e as novas tecnologias. Isto necessitava de uma mão-de-obra mais qualificada e reduzia a quantidade de trabalhadores dentro da indústria. Sendo assim, o toyotismo provocou, entre outros problemas, o aumento do desemprego.
Descentralização das empresas e organizações em redes (o impacto causado pela instalação das empresas nas cidades, as condições de trabalho que forneciam, formação e capacitação dos profissionais).
Declínio da influência dos movimentos dos trabalhadores (desestruturação dos sindicatos seja pela própria ausência ou pela falta de vontade do trabalhador em se comprometer com o social para não sair prejudicado. Atualmente isso ocorre com a “invisibilidade do assédio moral”). 
Diversificação das relações de trabalho.
Incorporação maciça das mulheres em condições discriminatórias (Há um discurso de culpabilização da mulher para que ela abdique de sua formação para dedicar-se ao lar) - Houve uma entrada no mercado de trabalho devido à Segunda Guerra Mundial, principalmente, porque os homens precisavam participar dos exércitos, mas as fábricas não podiam parar de produzir, logo as mulheres passaram a substituir os homens no trabalho fabril. Com a 2º GM, passou-se a se preocupara com a descartabilidade dos trabalhadores e não mais com a retenção.
Visão atual: De um lado existe a constituição de um segmento de trabalhadores polivalentes (o trabalhador tem mais espaço para criar) enquanto de outro lado existe uma ampliação das formas precárias e não padronizadas de relações de trabalho. 
Descentralização do trabalho: 
A tese do fim da centralidade do trabalho tem como fundamento o surgimento de uma sociedade pós-industrial, em que o trabalho deixaria de ter a relevância qualitativa e quantitativa que lhe foi atribuída no passado. Esta tese apresenta como pressuposto dois fatores recorrentes nas sociedades modernas: 1) Inovações técnico-científicas do capitalismo moderno; 2) Novas formas de organização produtiva e empresarial, que conjuntamente, têm implicado consequências negativas para a maioria dos trabalhadores, tal como o desemprego estrutural. 
André Gorz: Fim do trabalho e do proletariado.
Questiona a centralidade do trabalho a partir de:
Identificação das tendências de redução do emprego industrial. 
Ampliação das atividades em serviços.
Diminuição da jornada.
Aumento do desemprego
- Coloca-se um dilema entre liberdade do tempo e a abolição do trabalho. 	
O trabalho humano fosse considerado cada vez mais desnecessário.
Estabelecimento da sociedade do tempo necessário: as atividades autônomas seriam preponderantes e com isso as pessoas poderiam trabalhar menos e viver mais.
Entendia a possibilidade de reestabelecer o pleno emprego. 
Acreditava que o trabalho vivo seria substituído pelo trabalho morto (automação).
Defende que, diante dos modos de organização do trabalho conhecidos, atualmente, o trabalho não pode ser compreendido como formador de identidade.
Clauss Offe
O trabalho estaria perdendo seu status de fato, da vida.
Não se constituiria como força subjetiva motivadora central das atividades do indivíduo. 
As inovações tecnológicas iam fazer com que as empresas precisassem contratar cada vez menos.
Era preciso elaborar propostas para diminuir os efeitos (desemprego estrutural).
Aspectos comuns em Gorz e Offe: 
Apoiam-se na concepção de que a implantação das novas tecnologias tornaria o trabalho cada vez menos dispensável. 
Substituição do trabalho vivo pelo morto.
A tradicional sociedade salarial vem sendo suplantada por um mundo menos estável, uma vez que a estabilidade tende a gerar acomodação. O que resulta em uma crescente insegurança na vida dos trabalhadores e ameaça de exclusão social.
Apontaram para o fim da sociedade salarial seja pela perda da centralidade na formação da subjetividade dos trabalhadores, seja pelo papel atribuído a classe como sujeitos de transformação social. 
Se referiam positivamente a uma sociedade do tempo liberal que ficou na utopia. 
O que se vislumbra:
A diminuição do emprego assalariado não significa o fim do trabalho (se situa, ainda, como um dos vetores principais de estruturação das sociedades).
Focos de estudo:
Precarização do trabalho.
Individualização das relações de trabalho.
Insegurança.
Vulnerabilidade.
Fragmentação social.
Nas décadas de 70 a 90 a psicologia organizacional precisou e começou a se desvincular da noção, apenas, de gestão das pessoas e passou a se formar a psicologia do trabalho. Embora ainda exista essa vinculação, ela é reduzida.
Centralidade do trabalho: 
Manuel Catells: 
Caracteriza as transformações atuais como uma nova etapa do capitalismo.
Situa o trabalho como o cerne da estrutura social.
Nesse modelo, a palavra-chave éflexibilização (é um pouco contraditório, uma vez que se tende a querer se apropriar ainda mais do trabalhador).
Duas são as principais transformações: 
Individualização do trabalho (decorrência da flexibilidade que estimula a competitividade).
Fragmentação das sociedades.
Castell:
O fenômeno a ser compreendido é o da instabilidade das situações do trabalho.
Importância das questões relacionadas à precariedade, vulnerabilidade, exclusão e processos de desfiliação do trabalho.
Presença, aparentemente, cada vez mais insistente de indivíduos colocados em situação de flutuação na estrutura social.
Silhuetas incertas, à margem do trabalho e das fronteiras, desempregados e jovens à procura de emprego.
Castel vê o trabalho não enquanto relação técnica de produção, mas como suporte privilegiado de inscrição na estrutura social (status, proteção e identidade). 
Enfatiza a precarização que permite compreender os processos que alimentam a vulnerabilidade social e produzem o desemprego e a desfiliação.
Questões chaves da questão social atual:
Desestabilidade das estáveis.
Instalações na precariedade.
Déficit de lugares ocupáveis na estrutura social.
Questões comuns entre Castel e Catells:
Permanência da centralidade do trabalho como elemento de organização da sociedade, de integração e de laço social.
A forma de conceber o trabalho, a realidade contemporânea e os efeitos nocivos sobre o trabalho.
A centralidade sustenta-se na medida em que o trabalho permanece como referência dominante, não somente economicamente, mas também psicologicamente, culturalmente e simbolicamente. 
Entre sofrimento e a reapropriação: O sentido do trabalho
O avanço da tecnologia: benefícios e malefícios.
Toda organização é, de antemão, desestabilizadora da saúde.
O conforto com o real é gerador de sofrimento.
Relações intersubjetivas
Flexibilidade e plasticidade do trabalho.
O ambiente de comunicação formal é tão importante quanto a abertura para comunicação informal.
Equidade nas relações entre os diferentes níveis hierárquicos.
Dificuldade de expressão como justificativa da passividade.
Estratégias defensivas em função da frustração do trabalho.
Situação de resignação versus engajamento no trabalho e em sua transformação.
 Binômio contribuição/retribuição.
 Assalariamento e reconhecimento simbólico.
Laços entre a vida de dentro e fora do trabalho.
Denúncia como atitude contrária a indiferença.
Eficiência do trabalho versus realização de si. 
Revalorização da vida fora do trabalho, como novo eixo da identidade social, para evitar engajamento pela mudança no trabalho.
Investimento prioritário no campo profissional.
Trabalho atuando na formação da identidade (realização de si mesmo) sendo central na construção de saúde mental e física.

Continue navegando