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TRAB E SUBJETIVIDADE1

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TRABALHO E SUBJETIVIDADE
UNIDADE 1 – MUNDO DO TRABALHO E 
SEUS SIGNIFICADOS
Autoria: Patricia Kinast de Camillis – Revisão técnica: Sandra Regina Santana 
Costa
- -2
Introdução
Olá, caro estudante! Seja bem-vindo à disciplina Trabalho e subjetividade.
Se para você o trabalho pudesse ser uma escolha, você escolheria trabalhar ou não? A resposta para alguns pode
ser simples e direta; para outros, nem tanto, pois refletiriam acerca de vários aspectos da sua vida. Isso nos
mostra a complexidade que envolve a temática do trabalho nos dias de hoje.
A compreensão a respeito do que é trabalho, sua utilidade, seu significado e sua importância aos indivíduos
mudou bastante ao longo da história, assim como as apropriações da Psicologia a respeito do tema. Nesta
unidade, conheceremos as visões acerca de trabalho e sua centralidade em uma perspectiva histórica. Além
disso, veremos como a Psicologia, em diferentes vertentes, analisa o significado do trabalho. Ao final,
discutiremos o trabalho no século XX e como a modernidade líquida altera os conceitos acerca dessa temática.
Bons estudos!
1.1 Significado do trabalho
Os sentimentos e as disposições subjetivas que atribuímos ao trabalho se alteraram ao longo do tempo,
conforme as mudanças em nossa sociedade. Bendassolli (2010), Borges e Yamamoto (2014) lembram que o
trabalho passa a ser tema para discussão, análise e críticas quando o capitalismo cria necessidades de integração
do trabalho e o coloca como categoria-chave para definir o que é o humano.
O significado do trabalho está relacionado ao que chamamos de “centralidade do trabalho”, que diz respeito à
sua importância na descrição de nossa identidade. Entretanto, para compreendermos a centralidade do trabalho
nos dias de hoje, precisamos entender seu percurso histórico. Vamos lá?
1.1.1 Tradições da centralidade do trabalho
Em se tratando do mundo ocidental, começamos pelas tradições grega arcaica e clássica (século VIII a.C. ao
século IV a.C) e greco-romana (século III a.C. ao século V d.C.), de acordo com as quais o trabalho era constituído
por um conjunto de atividades ligadas à sobrevivência. Embora alguns pensadores gregos afirmassem que o
trabalho degradava o corpo roubando tempo de reflexão (atividade de ordem mais elevada), a maioria da
sociedade grega era formada por pequenos produtores rurais, com a visão depreciativa do trabalho restrita a
poucos. Entretanto, cabe pontuar que, para o pensamento grego, o trabalho não era em si um fato degradante,
mas sim a dependência formada entre o trabalhador e uma outra pessoa a quem se dirigia o fruto da atividade
laboral. O trabalho tinha valor somente quando era realizado para satisfazer às necessidades do próprio
trabalhador, e “[...] trabalhar para outro homem em troca de salário era inconcebível para os gregos”
(BENDASSOLLI, 2010, p. 12). O artesão autossuficiente era liberto, enquanto o camponês que dependia de outro,
não.
O lazer era um momento de tempo livre, algo que o indivíduo usava para si mesmo. Assim, o problema com o
trabalho seria a sua incompatibilidade com a fruição dada ao ócio. O período de descanso entre períodos de
trabalho não era considerado lazer, mas diversão. Lazer não era descanso; estava relacionado ao cultivo da
mente por meio de atividades que tinham intenso valor em si mesmas. Dessa forma, segundo a tradição grega,
existia uma divisão entre trabalho manual e trabalho intelectual – este sim tido como nobre.
Comparando o pensamento grego antigo com os dias atuais, vale uma reflexão: o que temos em nosso tempo de
lazer? O período que passamos fora do trabalho é absorvido pelo consumo de bens ou serviços dependentes do
ciclo de trabalho, ou seja, só conseguimos consumir se trabalharmos.
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Figura 1 - Estátua de Sócrates, importante filósofo grego
Fonte: Anastasios71, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: trata-se da estátua de gesso de um homem sentado, com a mão esquerda no queixo, simbolizando
um momento de reflexão do indivíduo. Ele tem cabelos e barba encaracolados, está com o peito nu e com um
tecido atrás de suas costas que desce cobrindo suas pernas. A estátua está virada de lado em campo aberto. Atrás
dela, aparece o céu, com tons de azul, lilás e amarelo, e várias nuvens brancas.
De acordo com a tradição judaico-cristã, com ênfase nos séculos V ao XIII, o trabalho era, ao mesmo tempo,
castigo e salvação. É interessante destacar que existem duas leituras ambíguas acerca do significado do trabalho
na Bíblia: o pecado de Adão causou sua expulsão do paraíso, obrigando-o a trabalhar. Assim, o trabalho seria
fonte de sofrimento, algo imposto. Porém, antes desse episódio, o trabalho não tinha nenhuma conotação de
pena ou dificuldade. Para o teólogo Santo Agostinho (354-430), segundo Bendassolli (2010), por exemplo, o
trabalho do homem sobre a natureza tinha uma parcela de contemplação: o homem recebe de Deus o material
sobre o qual pode trabalhar e, assim, pode assumir um lugar também de criação. Entretanto, a ideia que
predominava para o Cristianismo era a de que havia uma natureza penitencial no trabalho. Bendassolli (2010),
Borges e Yamamoto (2014) lembram que o trabalho possuía uma forte conotação moral de obrigação e culpa.
Ainda para a tradição judaico-cristã, no modelo de vida monástica, o trabalho era alvo de grande controle
disciplinar com uma rígida sequência de atividades para evitar o ócio e os vícios, relacionando o trabalho à
penitência. Porém, com o crescimento das cidades e do comércio, os trabalhadores precisavam de uma
justificativa religiosa que não visse o trabalho como castigo para que pudessem exercer suas atividades e
vocações. Conforme Bendassolli (2010), Borges e Yamamoto (2014), isso gerou uma mudança que viu o trabalho
como fonte de salvação.
Por fim, temos a tradição renascentista (século XIV ao século XVI), de acordo com a qual o trabalho tinha valor
em si mesmo; era fonte de autorrealização: o próprio trabalho dava sentido à atividade. O trabalhador e sua obra
eram partes do mesmo conjunto, do qual o humano era o criador. Nessa tradição presente nas sociedades pré-
capitalistas, o ser humano era visto como o homo faber – construtor do seu próprio destino, próprio mundo e de
si mesmo, de forma livre e autônoma (BENDASSOLLI, 2010; BORGES; YAMAMOTO, 2014). Assim, o trabalho não
estava dissociado da diversão ou do lazer, entendidos como a capacidade de usufruir das coisas. Quando
compreendemos o trabalho como criação, o prazer está ligado ao fato de que o trabalhador “consome/desfruta”
sua própria obra quando a realiza (BENDASSOLLI, 2010).
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E atualmente, como se dá a relação entre o trabalhador e a obra produzida? Imagine alguém submetido a um
trabalho repetitivo, monótono e fisicamente desgastante, ou mesmo uma pessoa que trabalhe em um escritório
com ar-condicionado, mas sem autonomia ou liberdade para “consumir” sua própria obra. Infelizmente, essa é a
realidade de muitas pessoas.
1.1.2 Centralidade do trabalho
A centralidade do trabalho trata do sentido e do valor das atividades laborais na vida humana e é uma das
premissas da discussão acerca do significado do trabalho. Os demais princípios são: as atitudes e crenças em
relação ao trabalho, os resultados valorizados no trabalho e os valores do trabalho (BENDASSOLLI, 2010).
Figura 2 - Qual é a importância do trabalho na sua vida?
Fonte: kate_sept2005, iStock, 2020.
CASO
Em uma grande indústria automobilística, os trabalhadores descreveram algumas táticas que
visavam alterar as regras impostas pela empresa de modo a tirar proveito delas. Em um dado
momento, os gestores decidiram oferecer prêmios em dinheiro para os trabalhadores que
identificassem falhas cometidas pelo setor anterior ao seu (considerando que o trabalho seguia
um processo contínuo de departamento para departamento). Era uma medida de controle que
se apoiava na vigilância de um setor sobre o outro (de um grupo de trabalhadores sobre
outros). O resultado foi completamente diferente do que aquele que a instituição esperava: os
funcionários começaram afazer acordos entre si para que um setor deixasse “passar um erro
pequeno” propositalmente. Assim, o colega de um departamento indicava o erro para a
supervisão, recebia a recompensa monetária e dividia o dinheiro com o colega que havia
errado. O caso mostra uma tentativa de controle esbarrando em uma estratégia que, em um
primeiro momento, poderíamos chamar de “malandragem”, mas que, no entanto, mostra que
os significados e interpretações relacionadas ao trabalho estão em jogo em ambos os lados –
para patrões e empregados.
- -5
Fonte: kate_sept2005, iStock, 2020.
#PraCegoVer: uma mulher negra de cabelos presos vestindo uma camiseta cinza claro está segurando no colo
um bebê de cerca de um ano, também negro, vestindo uma camiseta verde claro. Apoiado sobre uma mesa verde,
ele está brincando com cubos de madeira em que aparecem letras.
A pergunta que queremos responder é: qual a importância do trabalho no conjunto total da vida de uma pessoa?
A resposta sofre a influência de grandes transformações econômicas e culturais: o trabalho, que antes fazia parte
da vida social dos grupos e comunidades, agora é visto como mercadoria. Vivemos ainda as transformações nos
costumes: o trabalho deixou de ser desempenhado em casa, como subsistência, para tornar-se um emprego
regido pelas leis da divisão de tarefas e do gerencialismo. Surgem as categorias do público e do privado: o
trabalho é associado ao público, enquanto a vida familiar ou o lazer são vistos como privados. É claro que, com o
advento das redes sociais em meio digital, isso muda bastante.
Figura 3 - Fábrica no início da Revolução Industrial
Fonte: Everett Collection, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: trata-se de uma foto em preto e branco que mostra jovens meninos e meninas trabalhando na
sala de fiação do Cornell Mill em Fall River, Massachusetts. A foto foi tirada por Lewis Hine. Em uma sala grande
e com pé direito alto, há três fileiras com máquinas de fiar, nas quais aparecem rolos de linhas. Há alguns
meninos sentados trabalhando e outros em pé, posando para a foto.
A partir da Revolução Industrial (1760-1840), o tempo de trabalho tornou-se o tempo do relógio e o espaço de
trabalho passou a ser a fábrica. Atualmente, essas fronteiras ficam cada vez mais diluídas.
A centralidade do trabalho é definida como a importância geral do trabalho na vida do indivíduo se comparado
com outras atividades, como lazer, tempo com amigos e família. Entretanto, essa relevância depende do passado
cultural da pessoa e de sua socialização. Existe ainda uma diferença entre envolvimento com o emprego (em uma
organização) e envolvimento com o trabalho (mais geral). Por isso, para que compreendêssemos as
consequências da alta ou da baixa centralidade do trabalho para o indivíduo com relação ao comprometimento,
considerando parâmetros organizacionais, foi elaborada uma escala composta por seis itens. Clique nos ícones
para conhecê-los:
O interesse pelo trabalho.
A importância de ser bem-sucedido no trabalho.
A presença de preocupações não ligadas ao trabalho durante o expediente.
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A presença de preocupações não ligadas ao trabalho durante o expediente.
A importância de estar a par do que ocorre no ambiente de trabalho.
Repartição equitativa entre trabalho e não trabalho.
Interiorização de papéis associados ao trabalho.
O resultado dessa escala, segundo Bendassolli (2010), é que a centralidade do trabalho varia em função das
percepções dos indivíduos sobre o seu próprio emprego e das características das funções laborais. Assim,
conforme Borges e Yamamoto (2014), se o trabalho não possuir um propósito, ou se não permitir autonomia,
uso da criatividade e controle dos próprios resultados, provavelmente não será central na vida do trabalhador.
Figura 4 - Qual a importância de ser bem-sucedido no trabalho?
Fonte: ESB Professional, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: trata-se uma montagem em que aparecem várias pessoas em frente a um gráfico de barras
branco. Da esquerda para a direita, aparecem: um homem em pé vestindo terno e gravata segurando um
notebook preto; um homem sentado em uma das barras do gráfico vestindo camisa social branca, gravata e calça
escuros com um notebook branco sobre as pernas; uma mulher em pé, de cabelos presos e usando um conjunto
branco; sentada na última barra do gráfico, uma mulher vestindo calça preta, camisa social cor de rosa e com um
notebook branco sobre as pernas; em pé e de lado, com a mão direita na última barra do gráfico, uma mulher
vestindo calça preta, uma camisa social de mangas compridas e um colar volumoso.
Ao tratarmos da temática do significado do trabalho e sua centralidade para os indivíduos, é preciso
considerarmos as premissas relacionadas às atitudes e crenças com relação às atividades laborais. As atitudes
ajudam a predizer o comportamento de uma pessoa, uma vez que são consideradas pressuposições de natureza
cognitiva e afetiva e agem como estruturas normativas. A dimensão cognitiva envolve representações, imagens e
informações cristalizadas de conhecimentos acerca do mundo em que vive o indivíduo. A dimensão afetiva, por
sua vez, compreende sentimentos ou emoções provocados pela interação com o conhecimento a respeito de um
dado aspecto da realidade, ou pela falta dele, ou por estados afetivos associados à história de cada pessoa. O
comportamento é resultado das dimensões cognitiva e afetiva quando o indivíduo se confronta com a realidade.
Segundo Bendassolli (2010), o significado do trabalho é também uma representação, ou seja, um conjunto de
imagens, informações e conceitos detidos pela pessoa em sua experiência com o trabalho.
As atitudes mais comuns são emprego, tarefa, ocupação e carreira. O trabalho percebido como é umemprego
meio para a obtenção de recursos financeiros necessários à sobrevivência, e é uma parte distinta do restante da
vida das pessoas. Quando o trabalhador alcança estabilidade e confiança em seu trabalho, passa a interpretá-lo
como um conjunto de cuja realização ou desempenho depende de treinamento e formação específica,tarefas
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como um conjunto de cuja realização ou desempenho depende de treinamento e formação específica,tarefas
associando o trabalho ao domínio de uma técnica e ao controle de certos resultados. Conceber o trabalho como 
 indica que o trabalhador já desenvolve um conjunto de responsabilidades e uma identidade comocupação
relação ao objetivo global do trabalho. Assim, temos o desenvolvimento de uma profissão, que é fundamental
para o significado da própria vida do indivíduo-trabalhador. Por fim, pode-se visualizar o trabalho como carreira
, tendo uma identificação com sua realização pessoal e até mesmo sua personalidade, sendo uma forma de
autoexpressão e de individuação. A vida de muitas pessoas tem significado pelo fato de possuírem e avançarem
com maestria em uma carreira que permite organizar suas experiências no campo do trabalho. Atualmente, para
os autores Bendassolli (2010) e Borges e Yamamoto (2014), sabe-se que nem todas as pessoas têm condições e
oportunidade para acessarem uma carreira, e a maioria permanece com uma atitude de trabalho-emprego.
Outra forma de abordar as atitudes e crenças com relação ao trabalho é relacioná-lo com a questão de satisfação
e insatisfação. Se o trabalho for compatível com as crenças da pessoa, ela poderá ter mais ou menos satisfação ou
insatisfação. Nessa perspectiva, as crenças são um sistema que representa todas as expectativas ou hipóteses,
conscientes ou não, que um indivíduo aceita como verdade sobre o mundo que vive, em um dado momento.
Existem cinco sistemas de crenças relacionados ao trabalho. O primeiro indica que o trabalho é algo bom em si,
porque dá dignidade às pessoas – acredita-se que todos deveriam trabalhar. O sucesso é ligado diretamente ao
esforço, enquanto a riqueza atesta o investimento pessoal no trabalho. O segundo sistema de crenças diz
respeito ao sistema organizacional, no qual o trabalho ganha significado apenas quando influencia uma
organização (ou grupo) e contribui para a progressãona hierarquia organizacional, levando ao sucesso na
carreira organizacional. O terceiro sistema indica o trabalho como a principal forma de realização humana, pelo
qual o homem cria o mundo e a si mesmo. Para o sistema de crenças humanistas – o quarto sistema, o trabalho
também é uma fonte de autorrealização e de satisfação de necessidades de desenvolvimento pessoal, ou seja, o
foco do trabalho deve ser o desenvolvimento pessoal, e não a produtividade e seus resultados. Por isso, as
empresas deveriam enriquecer a experiência laboral de seus trabalhadores para descobrir e desenvolver seus
potenciais. Por fim, temos o sistema de crenças ligado à ética do lazer, de acordo com o qual a realização humana
ocorre no lazer, quando o indivíduo escolhe como usar seu tempo e fazer o que lhe interessa exercendo sua
criatividade de maneira livre. De acordo com essa hipótese, o trabalho não tem significado em si mesmo, sendo
apenas uma necessidade humana para a produção de bens e serviços e a obtenção de renda.
Conforme Bendassolli (2010), compreender os principais sistemas de crenças possibilita à área de Recursos
Humanos ou de Gestão de Pessoas de uma organização (incluindo o profissional de Psicologia) desenvolver uma
gestão de pessoal compatível com as ideias da maioria de seus membros.
Os valores do trabalho são definidos, conforme Bendassolli (2010, p. 91), “[...] como a importância que os
indivíduos atribuem a certos resultados obtidos no contexto de trabalho”. Nesse sentido, precisamos
compreender a origem e a estabilidade desses valores, ou seja, por quais processos eles são adquiridos – família,
VOCÊ QUER LER?
Algumas correntes defendem que, em vez de buscarmos felicidade no trabalho, deveríamos ter
como foco um propósito. A justificativa é a de que a felicidade é passageira, enquanto o
propósito, embora mais trabalhoso, é mais duradouro. Leia a respeito dessa ideia em uma
matéria da revista Época Negócios:
https://epocanegocios.globo.com/Carreira/noticia/2019/07/por-que-voce-deve-parar-de-
buscar-felicidade-no-trabalho.html.
https://epocanegocios.globo.com/Carreira/noticia/2019/07/por-que-voce-deve-parar-de-buscar-felicidade-no-trabalho.html
https://epocanegocios.globo.com/Carreira/noticia/2019/07/por-que-voce-deve-parar-de-buscar-felicidade-no-trabalho.html
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compreender a origem e a estabilidade desses valores, ou seja, por quais processos eles são adquiridos – família,
cultura, amigos etc. –, embora haja uma instabilidade no que se refere a valores, na medida em que possuem
importância relativa ao longo do tempo e das situações (culturas).
1.1.3 Função psicológica do trabalho
Na Psicologia, os estudos a respeito do significado do trabalho e sua função psicológica possuem um marco
importante, que é o projeto Meaning of Work(MOW). O MOW foi realizado no ano de 1987 por uma equipe
internacional de oito países, que coletou dados de uma amostra de 8.749 pessoas. A pesquisa demonstrou que o
significado do trabalho é um constructo multideterminado, ou seja, não se desenvolve apenas quando o
indivíduo possui experiência pessoal com o trabalho e com as condições na qual ele é realizado; o significado do
trabalho também é construído pelas influências sociais, políticas, culturais, psicológicas, econômicas e
tecnológicas de uma determinada época (BENDASSOLLI, 2010).
O modelo proposto pelo MOW, de acordo com Bendassolli (2010), envolve três dimensões: variáveis
condicionais, variáveis centrais e consequências. As dimensões do significado do trabalho incluem:condicionais
a situação familiar e a pessoal; a história laboral e o trabalho atual do indivíduo; e o ambiente macroeconômico.
As variáveis do significado do trabalho são: centralidade do trabalho como um papel de vida, normascentrais
sociais sobre trabalho, resultados valorizados no trabalho, importância dos objetivos de trabalho e, também, a
identificação com o trabalho como um papel. Na dimensão das do significado do trabalho, estãoconsequências
as expectativas subjetivas no que tange às condições futuras de trabalho e os resultados objetivos das atividades
laborais.
A do trabalho foi definida pela equipe do projeto MOW como “[...] a importância do trabalho nacentralidade
vida do indivíduo em um dado momento de sua história pessoal” (BENDASSOLLI, 2010, p. 94). O valor do
trabalho envolve a identificação e o compromisso com as tarefas, bem como a decisão ao que diz respeito às
esferas preferidas de vida. Busca-se entender qual o peso do trabalho em relação a outros domínios da existência
(lazer, comunidade, religião, família).
A respeito das , existe uma orientação do trabalho como obrigação e como direito, envolvendonormas sociais
afirmações acerca de justiça no mundo laboral relacionadas ao indivíduo e à sociedade. No que se refere aos 
, destacam-se: oportunidade de aprender, boas relações interpessoais, oportunidades devalores do trabalho
promoções, carga horária de trabalho satisfatória, variedade, trabalho interessante, segurança no emprego,
ajuste entre requisitos do cargo e habilidades pessoais, pagamento, condições físicas de trabalho e autonomia
(BENDASSOLLI, 2010).
Com relação aos padrões gerais de , o trabalho é definido como uma atividade que adiciona valor pordefinições
meio do seu desempenho e pelo qual se é responsável; uma atividade que provê afetos e identidade positiva;
algo que beneficia os outros, mas que não precisa estar restrito a um local determinado. Existem indivíduos que
definem o trabalho como uma atividade (geralmente física) que é preciso executar, dirigida pelos outros e com
local de desempenho que não lhe é próprio; há ainda definições que veem o trabalho como uma atividade física e
mentalmente extenuante. Por fim, existem indivíduos que definem o trabalho como uma atividade que ocorre em
períodos determinados e que não permite a obtenção de afetos positivos (BENDASSOLLI, 2010). Você se
identificou com alguma definição?
Em resumo, Bendassolli (2010) explica que as definições do trabalho circundam eixos de valorização versus
desvalorização; conceito amplo versus conceito reduzido; produtivismo versus antiprodutivismo e centralidade
versus não centralidade. Esse é um campo bastante subjetivo.
- -9
Agora, pense: o trabalho é um interesse central na sua vida? Para quem vive em um país industrializado, a
resposta provavelmente será “sim”, embora nos últimos anos tenhamos vivido uma alteração para uma ênfase
maior no lazer. Entretanto, como as sociedades contemporâneas ainda não possuem outras formas de distribuir
bens e benefícios que não sejam pelo trabalho, este segue tendo um papel significativo na identidade pessoal.
1.2 Representações sociais sobre o trabalho
A representação social é um conjunto organizado de condições relativas a um objeto, isto é, um grupo de
informações, opiniões e crenças partilhadas pelos membros de uma população homogênea (BENDASSOLLI,
2010). Esse conjunto representativo é formado a partir de experiências individuais e de trocas interpessoais que
se tornam normatizadas e são usadas para explicar e lidar com a realidade. Segundo Bendassolli (2010), uma
representação social pode ser estudada em termos de sua origem, evolução, transformação e estabilidade. 
1.2.1 O sujeito do trabalho
Em uma população de desempregados, a representação social do trabalho está relacionada à remuneração
recebida (benefícios materiais) e é vista como um meio de ser socialmente útil enquanto fonte de integração
pessoal, como obrigação e necessidade de adaptação. Por outro lado, quando tratamos de indivíduos
empregados, o tipo de atividade que uma pessoa exerce determina a sua representação em relação ao trabalho.
Por exemplo, profissionais liberais tendem a definir o trabalho com mais características, enquanto operários
definem o trabalho de forma mais próxima às atividades realizadas.
Além da diferença que existe entre representações sociais de acordo com o exercício de uma determinada
atividade, a percepção de uma remuneração correspondente é ponto central para o indivíduo considerar algo
comotrabalho. Existe uma mistura entre fatores pessoais e sociais quando se trata do significado do trabalho em
um determinado momento sócio-histórico.
Acerca de desemprego, discute-se, também, a sua relação com saúde mental e o impacto sobre o bem-estar
psicológico. O desemprego desorganiza a experiência temporal de rotinas e quebra a regularidade de vivências
sociais compartilhadas no trabalho como, por exemplo, relações com outras pessoas fora do núcleo familiar; ele
desconecta os indivíduos de objetivos e propósitos sociais. Além disso, afeta a identidade e o status social do 
indivíduo, pois perde-se a referência de posicionamento em uma estrutura interdependente de papéis e de
poder. O desemprego de longa duração pode levar a uma perda dos processos identitários, tanto profissionais
quanto sociais, e ainda provocar quadros de depressão (BENDASSOLLI, 2010).
É necessário pontuar que o desemprego afeta também a representação que cada indivíduo tem de si mesmo
(autoconceito), o que gera menos satisfação com a vida e um menor nível percebido de competência. Há a
redução dos ganhos financeiros, das metas e objetivos de vida, a diminuição da capacidade de tomada de
decisões, o menor desenvolvimento de conhecimentos e habilidades pessoais, o aumento da insegurança sobre o
VOCÊ QUER VER?
A revista Exame listou 11 filmes que mostram o universo sombrio do trabalho. Selecione
alguns de seu interesse, assista e reflita: podemos mudar essa realidade?
https://exame.com/carreira/11-filmes-que-mostram-o-lado-sombrio-do-mundo-do-trabalho/
https://exame.com/carreira/11-filmes-que-mostram-o-lado-sombrio-do-mundo-do-trabalho/
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decisões, o menor desenvolvimento de conhecimentos e habilidades pessoais, o aumento da insegurança sobre o
futuro, a restrição de contatos interpessoais, entre outros. Tudo isso mostra, mais uma vez, a riqueza do trabalho
como categoria psíquica fundamental.
Vale dizer que a Psicologia pode aproveitar esse momento para fazer o indivíduo pensar a respeito do
significado do trabalho em sua vida, encarando o desemprego como uma etapa de transição, e assim confrontar o
sujeito com suas próprias escolhas, valores, possibilidades e desejos. Dessa forma, estimular a reflexão acerca de
outras identidades do indivíduo para além do trabalho (relacionadas a sua comunidade, por exemplo).
Temos ainda a relação entre trabalho e identidade, com a distinção entre identidade pessoal e social. A 
 se refere à imagem que o indivíduo tem de si mesmo, valorizando aquilo que lhe é singular eidentidade pessoal
próprio; é uma perspectiva essencialista, que considera a primazia de um interior, autônomo e relativamenteself
estável. A , por sua vez, é a representação que o indivíduo dá a si mesmo quando pertencente aidentidade social
um grupo; é uma perspectiva relativista, para a qual “[...] a identidade depende das normas e objetivações sociais
e valoriza noções como papel, posição social ou classe social” (BENDASSOLLI, 2010, p. 54). A identidade social
também depende de comparações intra e intergrupos, ou seja, as pessoas se sentem diferentes membros de
outros grupos, mas semelhantes aos membros de seu grupo.
O que a Psicologia tem a dizer a respeito de trabalho e identidade? Nesse sentido, a área pode contribuir com a
reflexão dos indivíduos acerca de suas experiências com o trabalho, o papel deste em suas biografias e sobre a
própria existência pessoal.
1.2.2 Fundamentos modernos do significado do trabalho
Há quatro fundamentos da moderna centralidade do trabalho. Clique nos ícones para conhecê-los:
valor-trabalho;
trabalho-dever;
trabalho e subjetividade;
trabalho e moral.
A teoria do , introduzida pelo vocabulário econômico, entende o trabalho como o principal valor-trabalho
responsável pela criação de valor, e assim o separa de uma fonte espiritual ou criativa. A criação de valor via
trabalho se dá em função da divisão do trabalho, em que o ofício é simplificado, especializado e associado à
máquina, aumentando sua potência produtiva. Isso inicia toda uma trajetória de centralidade do trabalho, pois
ele deixa de ser fonte de sofrimento (BENDASSOLLI, 2010; BORGES; YAMAMOTO, 2014). Assim, o trabalho
ganha uma centralidade como manifestação da identidade do homem, não mais ligada a Deus e nem à
comunidade, mas na otimização dos interesses e da riqueza pessoal. O ser humano é um indivíduo
autointeressado, e não mais ligado à cultura coletivista judaico-cristã. Em resumo, o trabalho se torna uma
propriedade individual e, assim, cada indivíduo pode perseguir seus próprios interesses, satisfazer seus gostos e
preferências individuais, em um mercado livre, longe das amarras da moral religiosa.
Outro fundamento da moderna centralidade do trabalho diz respeito à atividade laboral enquanto dever (
). Aqui, aparece o protestante com relação ao trabalho, relacionando-o com o “dever”, cujatrabalho-dever éthos 
prestação de contas não se dá mais com Deus, mas com o próprio indivíduo e sua consciência. A vocação se
transforma em profissão, mantendo as conotações de dever, método e disciplina, coerentes com o vocabulário
econômico-capitalista (BORGES; YAMAMOTO, 2014). Nesse contexto, o trabalho é fonte de reconhecimento
social, pessoal, mas uma realização também divina, a qual dignifica o homem.
Na relação entre , “[...] o sujeito do trabalho é uma instância que abarca todas astrabalho e subjetividade
experiências humanas” (BENDASSOLLI, 2010, p. 23) e é o principal eixo de externalização de uma pessoa. Para
descrevermos quem somos, utilizamos a ideia de indivíduo que trabalha, cujo sentido da existência é extraído,
em grande parte, do trabalho. Assim, constrói-se uma subjetividade a partir de uma nova valorização do trabalho
e a seu sentido de definição da existência humana.
Por fim, o trabalho liga-se ao caráter moral dos indivíduos ( ), sendo uma forma de disciplina.trabalho e moral
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Por fim, o trabalho liga-se ao caráter moral dos indivíduos ( ), sendo uma forma de disciplina.trabalho e moral
Bendassolli (2010) lembra que, nas sociedades industriais – ou mesmo pós-industriais –, tornou-se natural
medir seu próprio valor pelo trabalho. Nesse contexto, a solidariedade e a coesão social não estariam mais na
religião, mas no trabalho, que possibilitaria a formação de uma consciência de interdependência entre as
pessoas. Dessa forma, o trabalho tem a possibilidade de fundar um novo regime moral, permitindo ao indivíduo
se realizar e se vincular aos outros (BENDASSOLLI, 2010; BORGES; YAMAMOTO, 2014).
1.3 Dimensões e estrutura organizacional
Para que possamos compreender a dinâmica dos processos empresariais, precisamos caracterizar e entender a
estrutura organizacional. De acordo com Srour (2012, p. 69), “[...] as organizações podem ser definidas como
coletividades especializadas na produção de um determinado bem ou serviço. Elas combinam agentes sociais e
recursos, de forma a economizar esforços e tornar seu uso eficiente”. As organizações são coletividades que
surgem para o alcance de um objetivo com um arranjo próprio para fins específicos. São unidades de ação e
decisão que possuem necessidades e interesses. As relações que estruturam as organizações são coletivas,
embora existam vínculos entre indivíduos que envolvem subjetividades dos agentes individuais. Em seu cerne,
as organizações operam pela lógica das relações coletivas, razão pela qual a Psicologia precisa de outros
referenciais teóricos – de áreas como Sociologia, Antropologia e Administração – para abordar o campo das
organizações.
1.3.1 Organizações como produto do trabalho humano coletivo
O sujeito do trabalho é construído a partir de uma visão moderna de trabalho com a introdução de um
vocabulário econômico (antes da Revolução Industrial, por exemplo, não existia a palavra “salário”). Assim, o
trabalho ganha uma nova organização conforme sua divisão e racionalização. O resultado disso é que os meios
de sobrevivência de todos são alterados.
A empresa e a indústria passam a ser os locais do trabalho e começam a ser organizadas paratal. Para Srour
(2012), as organizações formam um espaço em que (trabalhadores e donos), munidos de iagentes sociais
, processam (realizam o trabalho) e as transformam em nstrumentos de trabalho matérias-primas produtos
ou . Dentro desse espaço, as relações definem, então, o modo como os agentes se relacionamserviços finais
entre si em decorrência de sua atuação no processo de trabalho. Dessa forma, temos o aspecto operacional ou
operativo da produção, no qual os (donos e gestores) e os agentes da gestão agentes da execução
(trabalhadores) se situam frente a frente (SROUR, 2012).
Por sua vez, as relações de propriedade definem o modo como os agentes se relacionam em função da
capacidade que uns têm de apropriar-se dos excedentes econômicos que o trabalho gera. Essas relações
subordinam os relacionamentos de trabalho, mas são indissociáveis. Em ambas as relações, segundo Srour
(2012), os agentes podem ocupar, de forma isolada ou de maneira conjugada, posições de proprietário, gestor e
trabalhador. Vale destacar que todo agente individual porta um conjunto de relações coletivas. Embora seja um
indivíduo singular, no dia a dia das práticas sociais, encarna ou dá vida a vários agentes coletivos. Por isso, é
importante entendermos os conceitos de e de , uma vez que ambos servemrelações sociais agentes coletivos
de ferramentas indispensáveis para compreendermos as articulações que perpassam o espaço social da
organização.
Além disso, os conceitos de relações sociais e agentes coletivos contribuem, de acordo com Srour (2012), para a
percepção da enorme complexidade da realidade social, pois fornecem elementos importantes para
entendermos os conflitos intra e interorganizacionais quando captam a diversidade dos interesses em jogo.
Ajudam a não confundir vontades individuais e coletivas, embora os próprios agentes individuais suportem e
atualizem os interesses das coletividades. Ao analisarmos uma estrutura organizacional qualquer, iremos nos
deparar com diferentes tipos de relações. Ou seja, relacionamentos coletivos que articulam classes sociais e
categorias sociais (relações estruturais); vínculos coletivos que vinculam organizações e seus públicos (relações
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categorias sociais (relações estruturais); vínculos coletivos que vinculam organizações e seus públicos (relações
de consumo); e uniões interindividuais que conectam agentes individuais entre si (relações interpessoais).
De modo geral, toda organização possui uma infraestrutura material (instalações e equipamentos), que opera
segundo uma determinada divisão do trabalho, e dispõe de algum mecanismo de substituição do pessoal. Ela
possui um universo simbólico composto pelos (patrimônio intelectual) e por quesaberes padrões culturais
são aprendidos e praticados pelos agentes sociais que fazem parte dela. Tudo isso é perpassado, segundo Srour
(2012), por um , que se traduz em mecanismos específicos por meio dos quais o controle ésistema de poder
exercido.
Figura 5 - Relações de poder
Fonte: Song_about_summer, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: um homem vestindo calças jeans e camisa de mangas compridas azul claro está de costas, com as
mãos na cintura, olhando para uma parede em que está desenhado um organograma com campos circulares
vazios.
Assim, toda organização funciona como , e , segundounidade produtiva entidade política agência cultural
Srour (2014). Em termos , as relações de produção demarcam o processo de produção e a troca deeconômicos
bens e serviços para satisfazer a diferentes necessidades. Em termos , as relações de poder marcam opolíticos
processo de enfrentamento de diferentes forças sociais para satisfazer interesses. E por fim, em termos 
, as relações culturais têm em seu bojo o processo de elaboração e difusão de representaçõessimbólicos
imaginárias (discursos ou mensagens) para satisfazer expectativas.
As organizações, sendo espaços sociais, constituem terreno de contradições em que agentes coletivos se
defrontam com base em interesses divergentes e em crenças ou dissonantes. A colaboração dos agenteséthos 
com os objetivos organizacionais depende de processos de negociação, de cooptação ou de submissão em função
do medo que eles têm de perder vantagens, posições ou emprego e também está condicionada por mecanismos
de persuasão. Permeando tudo isso, os indivíduos ainda possuem seus valores, orientações, crenças e atitudes
com relação ao trabalho, que se expressam de diversas formas no ambiente organizacional, refletindo de
maneira positiva ou negativa em seu desempenho no trabalho – por sua vez, isso refletirá no desempenho
organizacional.
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1.3.2 Psicologia e trabalho
Primeiramente, é preciso lembrar que a Psicologia surge da valorização do indivíduo e de sua subjetividade (ou
vida interior), reconhecendo um espaço legítimo para a individualidade. De acordo com Bendassolli (2010), é
uma característica tipicamente ocidental o fato de nos concebermos como seres independentes, com desejos,
sonhos e necessidades próprias. Temos, assim, o pressuposto geral da individualidade, que pode se associar a
outras ideias para gerar diferentes significados para o trabalho.
Inicialmente, a Psicologia Organizacional foi conhecida como Psicologia Industrial e tinha como foco o
desenvolvimento de técnicas para a seleção e treinamento de pessoal. O nome Psicologia Organizacional surgiu a
partir de teorias a respeito do desenvolvimento e comportamento organizacional quando, por volta dos anos de
1980, surge a preocupação com as condições de trabalho, com a saúde e com as doenças relacionadas ao
desempenho de alguma tarefa laboral. Segundo Bendassolli (2010), existem três abordagens no campo da
Psicologia Organizacional: o desenvolvimento profissional, o desempenho profissional e a satisfação no trabalho.
Na perspectiva do , o trabalho é algo que se aprende e uma forma de transição dadesenvolvimento profissional
infância para a vida adulta. Quando dominamos um conjunto de tarefas, esse domínio contribui para o nosso
senso de identidade. É importante destacar que existe uma associação entre trabalho e desenvolvimento pessoal.
Podemos encontrar distintas linhas de subjetivação, porém, o trabalho ainda é a linha mais dominante.
O trabalho preenche três funções essenciais de desenvolvimento: permite a sobrevivência do indivíduo, sua
reprodução, senso de independência e autonomia financeira; permite ao indivíduo criar-se e criar a sociedade
em que vive “humanizando”; permite haver o vínculo e o contato com outros seres humanos. Dessa forma,
conforme Bendassolli (2010), para o indivíduo, o trabalho é meio de desenvolvimento e organização psíquica e,
do ponto de vista social, é um tipo de processo civilizador que integra aspectos de sua própria personalidade
com demandas provenientes de estruturas sociais.
Por muito tempo, a responsabilidade pelo desenvolvimento profissional era atributo da área de Recursos
Humanos ou da Gestão de Pessoas. Ainda hoje, muitos trabalhadores consideram que um bom lugar para
trabalhar é onde existem oportunidades de crescimento pessoal e profissional, com treinamentos, experiências
diversificadas e desafiadoras.
Na abordagem do , existem duas orientações: uma descritiva e a outra normativa. A desempenho profissional
 apresenta um conjunto de comportamentos ou características que gera algum resultado no ambiente,descritiva
ou seja, alguma ação é realizada. De acordo com Bendassolli (2010), para que essa ação ocorra, são necessários
processos psicológicos fundamentais de categorias afetivas (vontade, disposição) e categorias cognitivas
(possuir conhecimentos, competências e habilidades). Na orientação , o foco está no desempenhonormativa
como ação geradora de resultados no ambiente, ou seja, transformações no mundo. Por isso, utiliza critérios de
valor para avaliar se um desempenho atinge ou não determinados padrões estipulados previamente ou aceitos
pelo grupo (organização).
Aqui, existem três grandes questões:
• Por que há variações de desempenho?
Considerando a mesma tarefa, a resposta recaisobre a personalidade, os valores e os fatores cognitivos
individuais.
• Em quais situações os indivíduos se desempenham melhor?
O foco está nos fatores do ambiente: condições de trabalho e recursos disponíveis.
• O que ocorre quando alguém está se desempenhando?
O objetivo é compreender o processo de desempenhar-se enquanto ocorre, considerando desempenho e
resultado como dimensões distintas.
De acordo com Bendassolli (2010), a perspectiva do desempenho entende o trabalho como atividade geradora
•
•
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De acordo com Bendassolli (2010), a perspectiva do desempenho entende o trabalho como atividade geradora
de valor (econômico, social ou outro). Se for valor econômico, estamos tratando de emprego. Nesse caso, as
discussões giram em torno do que o indivíduo teria que fazer, do desempenho esperado, do desempenho real,
como se dá a motivação e a satisfação (que geram desempenho superior), além de fatores ligados a organização e
controle do trabalho. O desempenho no trabalho também pode estar ligado a ajustamento social; assim, observa-
se que existem instruções normativas e padrões que conduzem a ações que são fatores socioculturais para
“medir” um bom ou mau desempenho. Na perspectiva do desempenho, o trabalho é visto como uma atividade,
uma tarefa a partir da qual se alcançam determinados resultados para o indivíduo e para a organização em que
trabalha. Na perspectiva do indivíduo, pode existir uma correlação positiva entre desempenho, autoestima e
satisfação. Atualmente, segundo Bendassolli (2010), a mentalidade de desempenho profissional se disseminou
para além do campo do trabalho e virou sinônimo de eficiência no amor, na família, no trato com as coisas
públicas – tudo é medido com a mesma régua do trabalho.
De acordo com Bendassolli (2010), uma vez que exista uma estreita relação entre o valor, a importância e o
significado do trabalho para o indivíduo e suas expectativas de , é comum confundirmos asatisfação
centralidade do trabalho com o relacionamento que a pessoa tem com o emprego. Assim como se confunde
satisfação com implicação afetiva ou comprometimento no trabalho, é comum confundir satisfação com
motivação no trabalho. Dessa forma, o ponto central é a ideia de necessidade. Todo ser humano possui carências,
cuja satisfação impulsiona a ação. No caso da não satisfação de alguma necessidade, o resultado é a tensão, a
ansiedade ou o mal-estar. De qualquer forma, existe uma preocupação com o contentamento no trabalho, pois há
uma crença de que a satisfação se relaciona positivamente com o desempenho, de modo a resultar em boa
produtividade: se o indivíduo está bem, tendo boas condições de trabalho, logo o trabalho em si não será fonte
de sofrimento.
A satisfação também pode estar relacionada com o fato de o trabalho ter propósito e coerência para as pessoas.
Mesmo assim, segundo Bendassolli (2010, p. 48), “[...] o trabalho pode ser organizado de tal forma que estimule a
adesão dos trabalhadores e de fazê-lo corresponder aos fatores intrínsecos da motivação (aquilo que é do
próprio individuo), sendo mais do que uma relação salarial”. Nesse contexto, a Psicologia pode tratar da
organização real do trabalho como responsável pelos quadros de sofrimento, apatia, desinteresse e alienação do
trabalhador.
1.4 Trabalho e subjetividade no mundo contemporâneo
Expressamos nossa subjetividade em pensamentos, condutas, emoções e ações. No pensamento filosófico grego,
de acordo com Davel e Vergara (2010,p. 14), “[...] subjetividade é aquilo que é fundamental ao ser humano e que
permanece subjacente”; é tudo que constitui a individualidade humana e lhe é singular. Entretanto, a
subjetividade é um fenômeno posicional e contingente, ou seja, decorre das relações que a pessoa estabelece; ela
permite compreender a experiência humana em sua forma mais complexa, rica e profunda.
1.4.1 Trabalho no século XX
O século XX foi o século do trabalho, institucionalizado nos âmbitos social, político e econômico. As discussões
relacionadas ao tema envolvem questões como cidadania, inserção social, liberdade e autonomia, qualidade de
vida e, em especial para a Psicologia, a definição da identidade dos indivíduos. Entretanto, de acordo com
Bendassolli (2010, p. 27):
[...] o mesmo século XX que viu surgir a civilização do trabalho, formada pela produção industrial,
pela ética protestante e pelos trabalhadores operários como figuras extremamente importantes, viu
também transformações severas, em especial no campo do emprego.
Vale lembrar que o emprego é o formato institucionalizado do trabalho no ocidente industrial.
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Vale lembrar que o emprego é o formato institucionalizado do trabalho no ocidente industrial.
Figura 6 - Trabalho industrial
Fonte: aydinmutlu, iStock, 2020.
#PraCegoVer: uma mulher de cabelos loiros e cacheados está em pé dentro de uma indústria sorrindo para a
foto. Ela veste uma camisa xadrez azul e vermelha, calça jeans e coturnos de cor marrom claro. Está usando um
relógio no pulso esquerdo e tem as unhas pintadas de branco. Está usando um capacete laranja, carrega
protetores de ouvido apoiados no pescoço, luvas amarelas penduradas na cinta da calça e segura com as duas
mãos um tablet cinza claro. O chão é vermelho, com linhas amarelas e desenhos de pegadas amarelos. Atrás, há
várias caixas de papelão e máquinas.
Temos visto cada vez mais a redução de postos de trabalho em função de inovações tecnológicas, além da
conversão da “sociedade de produção” para a sociedade de serviço. Em termos subjetivos, a Psicologia tem
mostrado que as pessoas estão criando cada vez menos expectativas com relação ao trabalho, como se a
confiança idealizada em seu papel de realização pessoal e de produtor de identidade fosse cada vez menor
(BENDASSOLLI, 2010; BORGES, YAMAMOTO, 2014).
Hoje, as diversas tradições apontadas anteriormente convivem sem haver a prevalência de uma delas. É uma
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Hoje, as diversas tradições apontadas anteriormente convivem sem haver a prevalência de uma delas. É uma
verdadeira colcha de retalhos acerca do papel do trabalho na constituição da subjetividade, ora central, ora
periférico. Entretanto, podemos identificar cinco crenças (ou ) com relação ao significado do trabalho: oéthos 
moral-disciplinar, o romântico-expressivo, o instrumental, o consumista e o gerencialista. Cada um carrega um
pouco das tradições históricas do trabalho (BENDASSOLLI, 2010; BORGES; YAMAMOTO, 2014).
Éthos moral-disciplinar
Enfatiza o dever de trabalhar e os aspectos normativos dessa atividade, realçando o caráter reprodutivo e coletivo
do trabalho.
Éthos romântico-expressivo
Realça a natureza expressiva do trabalho, seu potencial de concretizar a verdadeira essência humana por meio de
sua obra, a qual o indivíduo domina e executa com maestria.
Éthos instrumental
Enfatiza a dimensão liberal do trabalho, ou seja, é uma troca submetida à lógica capitalista da eficiência, resumido
no emprego.
Éthos consumista
Entende o trabalho como meio de acesso a um prestígio social que vem por meio da aquisição de bens de
consumo que geram prazer e satisfação.
Éthos gerencialista
Apresenta o trabalho como sinônimo de carreira e “marca própria”, integrando qualidade de vida, sobrevivência,
expressão de si e consumo em uma única forma de gestão na qual somente o indivíduo é responsável.
Assim, há repertórios de significados do trabalho que, geralmente, contribuem para os processos de
subjetivação, de maneira cruzada, com influências simultâneas, via instituições, via grupos de pertencimento. Ao
longo da vida, o indivíduo pode deslocar-se de um éthos para outro, o que inevitavelmente causa conflitos.
Quando afirmamos que a centralidade do trabalho está sendo desmontada, na verdade, estamos indicando que
seu significado é plural, o que dificulta a sua definição na atualidade e torna mais difícil explicar a participação
do trabalho em processos subjetivos, como os que são investigados pela Psicologia (BENDASSOLLI, 2010;
BORGES; YAMAMOTO, 2014).
1.4.2 Trabalho na modernidade líquida
Hoje, vivemosem um mundo conectado virtualmente, globalizado, dinâmico e competitivo, no qual o
conhecimento possui grande valor e onde cada vez mais se trabalha dentro de uma lógica de serviços e menos de
produção.
Pense na quantidade de que você tem no seu celular e no número de serviços que esses mecanismosapps
oferecem. Essa lógica de serviços exacerba a sociedade do consumo, que, embora indique que o mundo não é
uma mercadoria, apresenta a característica da instantaneidade. Essa fluidez, o instantâneo, o ágil, o rápido é o
que Bauman (2001) chama de , na qual as relações são instantâneas e devemmodernidade líquida
proporcionar prazer imediato, com agilidade para que sejam valorizadas. O duradouro deixa de ter valor; o
momentâneo ocupa o lugar.
Isso se reflete nas relações de trabalho e no trabalho em si – e, paradoxalmente, é reflexo dessas mudanças. O
trabalho agora é, na maioria dos casos, “descorporificado”, e o capital viaja rápido e leve. Tudo pode ser
facilmente fragmentado, uma vez que os laços econômicos não são mais duradouros. Pense em alguns exemplos:
uma rede de hospedagem que não é proprietária de nenhum imóvel (Airbnb), uma empresa de transporte
privado que não possui veículos próprios (Uber), uma organização de comércio eletrônico sem estoques (Ebay),
entre outros. Sem fazer julgamento de valor quanto à importância e às utilidades desses negócios, a intensão é
mostrar sua virtualidade, agilidade e a falta de noção de território e de quem são os trabalhadores dessas
empresas. O capital não está preso a máquinas pesadas, mas viaja facilmente em notebooks e celulares.
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Nesse cenário, as relações de trabalho são facilmente feitas e desfeitas e possuem como características a
flexibilidade e o curto prazo. De acordo com Bauman (2001 p. 160), “[...] o trabalho adquiriu – ao lado de outras
atividades da vida – uma significação principalmente estética [...]. Raramente espera-se que o trabalho ‘enobreça’
os que o fazem, fazendo deles ‘seres humanos melhores’[...]”, sendo mais um estímulo e uma condição para o
consumo. Segundo Bauman (2001), quando passamos a tratar o trabalho com esse enfoque de eficiência (devido
ao excesso de competição global) e curto prazo, o resultado é um processo de precarização, uma vez que o
trabalho já não possui mais garantias e perspectivas sólidas e assume um panorama episódico, no qual existem
poucas chances de lealdade e compromisso mútuos. A nova identidade do trabalho é marcada pela fugacidade e,
assim como a maioria das relações na modernidade líquida, as pessoas estabelecem laços (mesmo que frágeis)
por alguns dias e sentem-se à vontade para irem embora a qualquer momento. Quando não percebem vantagens
suficientemente satisfatórias, existe notadamente um desengajamento e um enfraquecimento dos vínculos entre
capital e trabalho.
O trabalhador moderno deve ter uma postura flexível, subordinável, ágil, aberta a mudança em curto prazo e boa
adaptabilidade para conviver com um ambiente de incertezas; precisa saber lidar constantemente com crises e
caos. Conforme Bauman (2001), a consequência dessas exigências são trabalhadores cada vez mais
desmotivados e descomprometidos com suas funções, desconfiados sobre suas próprias potencialidades e
desvinculados de suas tarefas.
As organizações modernas líquidas também possuem características mais “soltas”. Utilizando muito pouco
vocabulário ligado a controle centralizador e hierárquico, elas valorizam o autogerenciamento e a
individualidade. Muito recentemente, surgiu o termo “uberização do trabalho” (ABILIO, 2017) se referindo a
uma nova forma de gestão e organização do trabalho, a qual é dispersa sem se perder o controle e cujo
gerenciamento se dá com base em algoritmos que reúnem diversas informações a respeito do trabalho. O
trabalhador fica à disposição da empresa, porém, sem clareza e controle acerca de como o seu trabalho é
VOCÊ QUER LER?
Você sabe o que é a “uberização do trabalho”? Para conhecer esse termo e descobrir as
consequências por trás das inovações no trabalho, leia o artigo "Uberização: do
empreendedorismo para o autogerenciamento subordinado". Clique no link e aproveite: 
.https://www.psicoperspectivas.cl/index.php/psicoperspectivas/article/viewFile/1674/1079
VOCÊ O CONHECE?
Zygmunt Bauman, sociólogo polonês que nasceu em 1925 e faleceu em 2017, foi professor da
London School of Economics. Ele cunhou o conceito de “modernidade líquida”, tão importante
para entendermos a atualidade. Para conhecer um pouco melhor as ideias de Bauman, leia
uma entrevista em que ele esclarece alguns pontos de sua análise:
https://www.fronteiras.com/entrevistas/a-fluidez-do-mundo-liquido-de-zygmunt-bauman.
https://www.psicoperspectivas.cl/index.php/psicoperspectivas/article/viewFile/1674/1079
https://www.fronteiras.com/entrevistas/a-fluidez-do-mundo-liquido-de-zygmunt-bauman
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trabalhador fica à disposição da empresa, porém, sem clareza e controle acerca de como o seu trabalho é
disponibilizado e remunerado. Existe, assim, um misto confuso entre a figura de trabalhador e empresário no
discurso de “seja seu próprio chefe”.
Nesse contexto, ainda temos muitas incertezas e imprecisões quanto ao papel do trabalho nos processos de
subjetivação dos indivíduos. Qual será a função psicológica do trabalho? Como será o sujeito desse trabalho? E
qual o significado do trabalho nos padrões descritos anteriormente?
O assunto é bastante amplo. Por isso, continuaremos nossa discussão na próxima unidade.
Até logo!
Conclusão
Embora tenhamos elementos sociais e culturais relacionados ao trabalho, a Psicologia tem seu papel na
compreensão do fenômeno e nas discussões contemporâneas a respeito do tema, uma vez que o indivíduo e suas
relações são elementos-chave para a subjetividade. Conforme estudamos, o trabalho assume diferentes
perspectivas, a depender da individualidade de cada pessoa.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• compreender o conceito de centralidade do trabalho;
• conhecer as tradições e os fundamentos modernos do significado do trabalho;
• compreender o papel da Psicologia na relação entre sujeito e trabalho.
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Porto Alegre: Artmed, 2014.
https://www.fronteiras.com/entrevistas/a-fluidez-do-mundo-liquido-de-zygmunt-bauman
	Introdução
	1.1 Significado do trabalho
	1.1.1 Tradições da centralidade do trabalho
	1.1.2 Centralidade do trabalho
	1.1.3 Função psicológica do trabalho
	1.2 Representações sociais sobre o trabalho
	1.2.1 O sujeito do trabalho
	1.2.2 Fundamentos modernos do significado do trabalho
	1.3 Dimensões e estrutura organizacional
	1.3.1 Organizações como produto do trabalho humano coletivo
	1.3.2 Psicologia e trabalho
	Por que há variações de desempenho?
	Em quais situações os indivíduos se desempenham melhor?
	O que ocorre quando alguém está se desempenhando?
	1.4 Trabalho e subjetividade no mundo contemporâneo
	1.4.1 Trabalho no século XX
	1.4.2 Trabalho na modernidade líquida
	Conclusão
	Bibliografia

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