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Vasodilatadores FÁRMACOS UTILIZADOS PARA PREVENIR O COMPROMETIMENTO DA FUNÇÃO MIOCÁRDICA CAUSADA PELA VASOCONSTRIÇÃO SRAA (resumo para relembrar) SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA: Em caso de queda de pressão, as células são estimuladas a liberarem a renina. A renina converte o angiotensinogênio (liberado pelo fígado) em angiotensina I. A angiotensina I é convertida em angiotensina II pela ECA (Enzimas conversoras de angiotensina, liberadas pelos pulmões e rins). A angiotensina II tem a função de aumentar a pressão arterial por vasoconstrição e estimula a adrenal a liberar a aldosterona, responsável por aumento da reabsorção renal de sódio e água. -> aumento de volemia e pressão sanguínea. Vasodilatadores inibidores de ECA Como o próprio nome já diz, os inibidores de ECA irão agir inibindo as enzimas conversoras de angiotensinogênio, portanto não haverá angiotensina II para exercer a função de aumento de pressão por vasoconstrição e liberação da aldosterona. Este medicamento não provoca queda de pressão, apenas inibe o aumento. Interrompe a dilatação ventricular e a disfunção sistólica. Indicados em ICC, cardiomiopatia dilatada e insuficiência valvar crônica (IVCM). São eles: Enalapril – aprovado pela Federação internacional para cães e gatos. Benazepril – pode ser manipulado. Em humanos chama-se Renitec e veterinário é o Fortekor. Captopril Lisinopril A diferença nesses medicamentos está na farmacocinética e na farmacodinâmica de cada um (absorção, biotransformação e excreção). Vasodilatadores que atuam nos canais de cálcio Para haver a contração muscular nos vasos sanguíneos é necessário a presença do cálcio. Anlodipina Bloqueador de canal de cálcio, diminuindo a musculatura lisa vascular, impedindo-a de contrair, portanto é um vasodilatador arteriolar. Administração via oral. É um vasodilatador que não atua na ECA, porém potencializa os efeitos da mesma (sinergismo). Hidralazina Vasodilator arteriolar Mecanismo de ação: Inibe a entrada de cálcio (não há total bloqueio como o anterior) para as células musculares lisas dos vasos. Administração via oral. Ambos medicamentos indicados em ICC, cardiomiopatia dilatada e insuficiência valvar crônica (IVCM). Vasodilatadores de Nitrato (fornecedores de NO3) Os nitratos são produzidos fisiologicamente em exercício físico. E são responsáveis por relaxamento da musculatura lisa vascular, causando vasodilatação. Nitroglicerina (Venodilatador) Adesivo / pomada – utilizados após a tricotomia. Absorção via transdérmica. Absorção ultra rápida (situação de emergência), exemplo quando o animal está descompensado ou com edema pulmonar. Nitroprussiato Efeito misto (arterial e venoso) Administração via infusão IV Situação emergente - Não devem ser utilizados em uso contínuo. Indicados para crise hipertensiva. Vasodilatadores digitálicos Vem da planta Digitalis purpúrea. São eles: - Digoxina - Digitoxina Perigosos, causam efeitos colaterais podendo levar a óbito. Risco de intoxicação. Podem causar arritmia. Mecanismo de ação: A bomba sódio potássio é um mecanismo fisiológico onde há: entrada de duas moléculas de potássio e saída de três moléculas de sódio, depois entra as três moléculas de sódio de volta e saem quatro moléculas de cálcio. O mecanismo de ação desse medicamento inibi a bomba sódio potássio, não saindo o cálcio para fora da célula, se acumulando. O cálcio em excesso promove a queda da atividade simpática e da frequência cardíaca. Indicações: Diminuir taquicardia. Cardiomiopatia dilatada – dilatação do coração e afilamento das paredes ventriculares. ICC crônica. Disfunção miocárdica sistólica. Doenças valvares Doenças sistêmicas/ isquêmicas / tóxicas. Interações medicamentosas - Diminuem o efeito dos medicamentos inibidores de ECA como captopril e os poupadores de potássio como espironolactona. Diminuem o efeito de verapramil e cimetidina. - Exacerbação do efeito vagal dos medicamentos parassimpatomiméticos (diminuem a FC) como o popanolol. Risco de intoxicação com Furosemida e ácido acetilsalicílico, por causarem hipocalemia (baixa de potássio no sangue). Não pode ser utilizado em caso de obstrução venosa e tamponamento (liquido no pericárdio fazendo obstrução). Não pode ser utilizado com inotrópicos. Intoxicação Acontece em 25% dos pacientes tratados. Anorexia/ vomito/ diarreia/ letargia. Taquiarritmia / arritmia ventricular Bradiarritmia - bloqueio atrioventricular (não passagem ou muito lenta do impulso elétrico) Inodilatadores São medicamentos chamados de inotrópicos positivos potentes. Responsáveis por aumentar a força de contração do coração e por dilatação arterial São caros e importados. Efeito sinergista com os inibidores de ECA e diuréticos. São eles: Milrinona Anrinona Pimobendan – disponível no Brasil. Mecanismo de ação: diminuem o aporte de cálcio nos vasos, causando dilatação. Inotrópico positivo – aumenta o aporte de cálcio para a célula cardíaca aumentando a força de contração. Agem em locais diferentes, de acordo com os receptores. Indicações Cardiomiopatia dilatada – coração dilatado e parede dos ventrículos adelgadas. IVCM – insuficiência valval crônica de mitral. Ainda não há apresentações comerciais – somente manipulado. Dose: 0,2- 0,6 mg/Kg dividida em duas doses ou A dose começa como SID até haver resposta, e ne necessário Bid. Sid – administração de 24 em 24hs (1 vez ao dia). Bid – administração de 12 em 12hs (2 vezes ao dia). Tid – administração de 8 em 8hs (3 vezes ao dia). Qid – administração de 6 em 6hs (4 vezes ao dia). Fármacos Vasoativos Agem nos vasos sanguíneos Podem causar vasoconstrição (aumento de pressão arterial) O que causa a hipotensão? Hipovolemia / Hemorragia; Deficiência da contratilidade do miocárdio – coração não tem força para se contrair. Arritmias – parte elétrica. Queda de RVS – resistência cardiovascular sistêmica. Ex: choque anafilático (extrema dilatação) *Tudo o que causar queda de pressão. Hipotensão de importância clínica PAS – pressão arterial sistólica (maior pressão). PAM – pressão arterial media. Cães e gatos PAS < 80-90mmHg. PAM < 60 mmHg. Equinos PAS < 90-100mmHg. PAM < 70mmHg. Consequências da hipotensão Diminuição da perfusão dos órgãos Diminuição do fluxo sanguíneo renal Diminuição do fluxo sanguíneo para musculatura esquelética (equinos) Queda do fluxo sanguíneo coronariano Queda do fluxo sanguíneo cerebral Débito cardíaco Volume de sangue que sai do coração por minuto para a artéria. PA = pressão arterial. DC = volume sistólico X frequência cardíaca. RVS = Resistência vascular sistêmica. É influenciada pelo tônus vascular arteriolar. Vasodilatadores reduzem a RVS e vasoconstritores aumentam a RVS. PA = DC X RVS Fármacos Inotrópicos – Aumentam a força de contratibilidade do miocárdio (aumento do volume sistólico). Fármacos Vasopressores – vasoconstrição arteriolar, aumenta a resistência vascular sistêmica. Aumento de pressão arterial = DC x RVST Inotrópico + vasopressor = sinergistas Fenilefrina Vasoconstritor puro Bradicardia reflexa = abaixa a FC (compensação do aumento de PA). Quando a FC abaixa é sinal que a pressão arterial aumenta. DC não é alterado. Dose: Cão = 0,05 – 0,2 mg/kg - bolus (de uma vez na veia). Equinos = 0,25 – 2,0mg/kg/min por infusão. Noroadrenalina Venoconstritora Aumento de resistência vascular sistêmica. Bradicardia reflexa. Sempre por infusão de forma lenta Objetivo PAS = 90. PAM= 60. Dose = 0,05 a 0,10 mg/ Kg/ min. Adrenalina Catecolamina endógena Arritmogênico – pode causar arritima Utilizada em parada cardíaca – reanimação cardiopulmonar Vasopressor Doses e indicações: Reanimação – 0,1 a 0,2 mg/kg. Choque anafilático Choque séptico Choque hipovolêmico (hemorragia / desidratação). Efedrina Mimetiza (estimula) o sistema simpático (simpatomomimética de ação direta) Facilita a liberação de (NA) de neurotransmissoressimpáticos Estimula a força de contração, inotropismo e debito cardíaco. Estimula o relaxamento da musculatura brônquica, entrando mais ar. Administração IV Dopamina IV sob infusão contínua lenta Dose-dependente – aumento da dose/ aumento do efeito Vasoativo e dilatador Inotropismo – aumenta a força de contração Conotropismo – aumenta a frequência cardíaca. Dobutamina Influência sob seus receptores Aumenta mais ainda o debito cardíaco Aumenta o cronotropismo Dose-dependente Indicações – cães e gatos. 1ª opção para choque cardiogênico – queda de frequência cardíaca e contração. Aumento de debito cardíaco durante a anestesia – em queda de pressão. Aumenta o fluxo sanguíneo do sangue em choque séptico. Dose inicial: 2-4 g/kg/min. Ritmo cardíaco - Ritmos fisiológicos Arritmia sinusal com marcapasso migratório (pequena variação fisiológica) - Ritmos patológicos Bradicardia sinusal – diminuição das ondas Taquicardia sinusal – aumento das ondas Fibrilação - impulsos nervosos desfibrilados Parado sino-atrial Contração ventricular prematura - Complexo Bizarro (VPC) = sem onda P = foco ectópico Taquicardia ventricular Fibrilação ventricular Parada cardíaca Causas de arritmia Modificação do equilíbrio entre o sistema simpático e parassimpático. Alterações iônicas principalmente de potássio e cálcio. Estiramento excessivo da musculatura cardíaca – cardiomiopatia dilatada. Trauma mecânico – pancada na região torácica. Hipóxia, isquemia e infarto do miocárdio. Hipercapnia (aumento de CO² no sangue – quando há parada respiratória), acidose metabólica (alteração de ph do sangue) Medicamentos arritmogênicos – adrenalina e digitálicos. ICC – lesão das células musculares do miocárdio por dilatação e estiramento excessivo. Os arrítmicos são utilizados em caso de arritmias quem causem comprometimento da função Classe I – antagonistas dos canais de sódio (inibem a entrada de sódio). Quinidina, lidocaína, procanamida. Classe II – Antagonistas β. Agem na fase 2. Diminuem a frequência cardíaca e automaticidade (da célula gerar o potencial de ação espontâneo) em célula anômala. Propanolol. Classe III – Agem na repolarização. Antagonista dos canais de potássio (não deixa sair), não ocorre potencial de ação, diminui a frequência cardíaca. Ex: Amiodarona. Classe IV- Antagonista do canal de cálcio lento que age na fase 2, faz com que a despolarização continue. Ex: Diltiazem e verapamil. Prolonga o período refratário absoluto (a célula não responde a nenhum estímulo). Fibrilação atrial Queda de 23% do volume sistólico Não completa a onda P. Diminuição da perfusão coronária. • Tratamento – ↓ Resposta Ventricular • Digoxina – promove queda de FC. • Betabloqueador dos canais de cálcio. • Bloqueador de canais de cálcio. Síndrome do nó doente / parada sinusal Nodo sinusal com uma pausa muito grande. Frequência de disparos do nodo sinusal. O espaço entre duas ondas R longas. Causam síncope ou convulsão • Tratamento – Atropina • 0,044 mg/kg – Implante de marca-passo (humanos) Contração ventricular prematura (VPC – complexo QRS bizarro) Batimento ventricular prematuro Queda do fluxo coronariano Queda do fluxo Sanguíneo Cerebral Tratamento – Lidocaina • 1-2 mg/kg bolus • 0,025-0,075mg/kg/min – Amiodarona • 1-3 mg/kg em 20 min diluido em Glicose 5% Taquicardia ventricular Queda na circulação coronariana Queda do fluxo sanguíneo cerebral. Mesmo tratamento de VPC – Lidocaina • 1-2 mg/kg bolus • 0,025-0,075mg/kg/min – Amiodarona • 1-3 mg/kg em 20 min diluido em Glicose 5% Fibrilação ventricular Tipo de parada cardíaca Inúmeros tópicos ectópicos disparando ao mesmo tempo Não gera débito cardíaco Tratamento desfibrilador 2-4 J/Kg. Parada cardíaca Não gera débito cardíaco Assistolia – linha isoelétrica Tratamento Manobras de RPC – ressuscitação cardiopulmonar (choque de desfibrilador)
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