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A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN - Congresso de Engenharias - Universidade Federal de São João del-Rei - MG Anais do XII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial SELEÇÃO DE GRAXAS PARA ROLAMENTOS Júnior das Graças Pereira (1) (jrclegrip@yahoo.com.br), Jorge Nei Brito (1) (brito@ufsj.edu.br) (1) Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) - Departamento de Engenharia Mecânica. RESUMO: Atualmente, com o elevado nível de produtividade, qualquer parada não programada causa um grande dano. Dentre as máquinas que compõem um parque industrial destacam-se os equipamentos rotativos, que representam um percentual significativo do maquinário instalado. Estes equipamentos devem suportar um trabalho contínuo sujeito a altas velocidades e esforços. Mesmo com esta importância, as falhas em rolamentos se apresentam como uma das principais causas de falhas em equipamentos rotativos. Os rolamentos são os mais importantes elementos de máquinas utilizados como elemento de ligação entre componentes com movimentos relativos de rotação. Os mesmos estão presentes nos mais diversos tipos de aplicação, rotação, tamanho e ambiente. A sua falha, em geral, leva a parada do equipamento trazendo enormes prejuízos à operação. Aproximadamente 43% dos rolamentos empregados nas indústrias falham em virtude de uma lubrificação inadequada. Estima-se que 90% dos rolamentos sejam lubrificados por graxa. O objetivo deste trabalho é apresentar um método de seleção de graxas para rolamentos. Os resultados obtidos mostram-se bastante satisfatórios de acordo com os estudos realizados. PALAVRAS-CHAVE: Rolamento, Graxa, Seleção de Graxa, Aplicação de Graxa. GREASE SELECTION FOR BEARINGS ABSTRACT: Currently, the high level of productivity, any unscheduled stop cause great harm. Among the machines that make up an industrial park stand out rotating equipment, representing a significant percentage of the installed machinery. This equipment must withstand a continuous work subject to high speeds and efforts. Despite this importance, bearing failures are presented as a major cause of failures in rotating equipment. The bearings are the most important elements of machines used as connecting element between components with relative movements of rotation. They are present in various types of application, rotation, size and environment. Their failure usually leads to arrest of bringing huge losses to equipment operation. Approximately 43% of employees in industries bearings fail due to inadequate lubrication. It is estimated that 90% of the bearings are lubricated by grease. The objective of this paper is to present a method of selecting for grease bearings. The results obtained were satisfactory according to the studies. KEYWORDS: Bearing, Grease, Grease Selection, Application of Grease.. 2° COEN - UFSJ XII CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN - Congresso de Engenharias da Universidade Federal de São João del-Rei - MG Anais do XII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 2 1. INTRODUÇÃO Os rolamentos são os elementos de máquinas mais comuns na indústria. Muitas vezes eles são os componentes de maior precisão do equipamento. Geralmente possuem tolerância de até 1/10 das tolerâncias dos demais elementos da máquina ou equipamento. Os rolamentos são dentre os componentes de uma máquina um dos mais importantes e um dos mais utilizados como elemento de ligação entre componentes com movimentos relativos de rotação. Os mesmos estão presentes nos mais diversos tipos de aplicação, rotação, tamanhos e ambientes. A sua falha, em geral, leva a parada do equipamento trazendo enormes prejuízos à operação. Aproximadamente 90% de todos os rolamentos são lubrificados com graxa. Esta prática apresenta bem menos problemas de vedação que a lubrificação a óleo e permite a criação de máquinas bem mais simples. Não é de se surpreender o fato de que a lubrificação à base de graxa em rolamentos esteja aumentando quando comparados aos métodos antigos de lubrificação a óleo. Com rolamentos lubrificados à base de graxa, podemos diferenciar entre lubrificação permanente e rolamentos que necessitam de relubrificação. Em termos gerais, a lubrificação permanente não depende do rolamento, mas sim das exigências específicas da aplicação. A correta seleção de uma graxa a ser aplicada em um rolamento, representa um enorme ganho potencial referente à vida útil desses componentes. 2. GRAXAS LUBRIFICANTES As graxas podem ser definidas como produtos formados pela dispersão de um espessante em um óleo lubrificante. O espessante, também chamado sabão, é formado pela neutralização de um ácido graxo ou pela saponificação de uma gordura por um metal. O metal empregado dará seu nome à graxa. A estrutura das graxas, observadas ao microscópio, mostra-se como uma malha de fibras, formada pelo sabão, onde é retido o óleo. As graxas apresentam diversas vantagens e desvantagens em relação aos óleos lubrificantes. Entre as vantagens, podemos citar: As graxas promovem uma melhor vedação contra a água e Impurezas. Quando a alimentação de óleo não pode ser feita continuamente, empregam-se as graxas, pois elas permanecem nos pontos de aplicação. As graxas promovem maior economia em locais onde os óleos escorrem. As graxas possuem maior adesividade do que os óleos. 3. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DE GRAXAS PARA ROLAMENTOS A seleção correta de uma graxa lubrificante para um rolamento deve atender a requisitos específicos que permitam uma lubrificação eficiente nesses componentes. 2° COEN - UFSJ XII CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN - Congresso de Engenharias da Universidade Federal de São João del-Rei - MG Anais do XII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 3 Basicamente são consideradas as seguintes variáveis na seleção de graxas para um rolamento: temperatura de serviço; fator de velocidade; coeficiente de carga C/P; seleção do óleo lubrificante e condição de lubrificação. 3.1. Temperatura de Serviço Devido ao atrito interno a temperatura de serviço inerente a um rolamento está entre 35 °C e 70 °C. Porém, as temperaturas podem influenciar o rolamento de modo que a sua temperatura final seja muito mais alta ou, algumas vezes, mais baixa. Fabricantes de veículos, por exemplo, têm de considerar temperaturas entre -40 °C e +160 C. Em certas aplicações as temperaturas podem ser ainda mais extremas. Contudo, na escolha de uma graxa deve-se certificar de que a gama de temperaturas de serviço do lubrificante é suficiente para lidar facilmente com qualquer influência adicional de temperatura que possa ser encontrada na prática. A utilização da técnica de análise termográfica para estimativa da temperatura de trabalho deve ser utilizada a fim de se evitar qualquer equivoco. Através imagem térmica ou termograma, Figura 1, tem-se o valor da temperatura de trabalho do equipamento. FIGURA 1. Imagem térmica de um redutor. 3.2. Fator de Velocidade O fator de velocidade atingível de uma graxa lubrificante depende, em grande parte, do tipo de óleo básico, viscosidade, tipo de espessante, e naturalmente do tipo de rolamento empregado. Sob condições de serviço em altas velocidades é importante que haja um constante fornecimento de óleo a uma dada proporção dentro do rolamento, combinado a umaótima adesão do lubrificante às superfícies do rolamento para que se obtenha uma lubrificação ideal. Para a maioria das graxas de lubrificação de rolamentos produzidas, os fatores máximos de velocidade são fornecidos para a utilização com rolamentos esféricos em pistas de rolagem 2° COEN - UFSJ XII CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN - Congresso de Engenharias da Universidade Federal de São João del-Rei - MG Anais do XII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 4 profundas. O valor n x dm do rolamento é determinado pela velocidade do rolamento sob condições normais de serviço n (RPM) multiplicado pelo diâmetro médio do rolamento dm em [mm]. Aditivos sólidos como grafite e dissulfeto de molibdênio (MoS2) podem ser considerados para um fator de velocidade A < 20 000. A seleção da graxa adequada e o preenchimento com graxa são muito importantes em aplicações de velocidade baixa. 3.3. Coeficiente de Carga C/P O coeficiente entre a classificação C da carga dinâmica básica do rolamento em [N] e sua atual carga dinâmica equivalente Pem [N], sob condições normais de serviço, permite conclusões referentes às exigências que devem ser atendidas pela graxa. Os valores dispostos na Tabela 1 devem ser observados para a seleção correta de uma graxa. TABELA 1. Critérios para seleção de graxas x C/P 3.4. Seleção do Óleo Lubrificante A seleção do óleo é baseada principalmente na viscosidade necessária para proporcionar uma lubrificação adequada para o rolamento em sua temperatura de funcionamento. A viscosidade do óleo depende da temperatura, tornando-se inferior à medida que a temperatura aumenta. A relação viscosidade-temperatura de um óleo é caracterizada pelo índice de viscosidade IV. Para a lubrificação do rolamento, são recomendados óleos que tenham um índice de viscosidade alto (pouca alteração com temperatura) de pelo menos 95. Para que seja formada uma película de óleo fina o suficiente na área de contato entre os corpos rolantes e as pistas, o óleo deve reter uma viscosidade mínima na temperatura de 2° COEN - UFSJ XII CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN - Congresso de Engenharias da Universidade Federal de São João del-Rei - MG Anais do XII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 5 funcionamento. A viscosidade cinemática mínima ν1 exigida na temperatura de funcionamento para proporcionar uma lubrificação adequada pode ser determinada a partir do Diagrama 1, desde que seja utilizado um óleo mineral. Quando a temperatura de funcionamento for conhecida por experiência ou puder ser determinada de outra forma, a viscosidade correspondente na temperatura de referência padronizada internacionalmente de 40 °C (ou seja, a classe de viscosidade ISO VG do óleo) poderá ser obtida a partir dos diagramas, Figura 2, compilado para um índice de viscosidade de 95. Determinados tipos de rolamentos, por exemplo, rolamentos autocompensadores de rolos, rolamentos de rolos toroidais, rolamentos de rolos cônicos e rolamentos axiais autocompensadores de rolos, normalmente têm uma temperatura de funcionamento mais alta do que outros tipos de rolamentos, por exemplo, rolamentos rígidos de esferas e rolamentos de rolos cilíndricos, sob condições operacionais comparáveis. Para a determinação da viscosidade mínima do óleo básico, o diâmetro médio do rolamento dm em [mm], a rotação do rolamento n em (RPM) e a temperatura do rolamento sob condições normais de serviço são utilizados. FIGURA 2. Seleção da viscosidade cinemática requerida. 3.5. Condição de Lubrificante A viscosidade real do óleo básico deve ser dimensionada de acordo com as solicitações existentes. A seguinte relação é geralmente utilizada como um parâmetro indicador da condição prevista de lubrificação. 2° COEN - UFSJ XII CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN - Congresso de Engenharias da Universidade Federal de São João del-Rei - MG Anais do XII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 6 κ = ν / ν1 = coeficiente de viscosidade. ν = viscosidade sob condições normais de serviço. ν1 = viscosidade mínima exigida, dependendo do diâmetro médio e velocidade do rolamento. Ao selecionar o óleo, os seguintes aspectos devem ser considerados: A vida do rolamento pode ser estendida pela seleção de um óleo cuja viscosidade cinemática ν na temperatura de funcionamento seja maior que a viscosidade ν1 obtida no diagrama 1. Um ν > ν1 pode ser obtido pela escolha de um óleo mineral de classe de viscosidade ISO VG maior ou adotando-se um óleo com índice de viscosidade VI maior e que tenha pelo menos o mesmo coeficiente de pressão-viscosidade. Como a viscosidade aumentada eleva a temperatura de funcionamento do rolamento, freqüentemente há um limite prático no aprimoramento da lubrificação que pode ser obtido por esse meio. Quando a relação de viscosidade κ = ν/ν1 for menor que 1, um óleo que contenha aditivos EP será recomendado e, se κ for menor que 0,4, um óleo com tais aditivos deverá necessariamente ser utilizado. Um óleo com aditivos EP também pode aprimorar a confiabilidade operacional em casos em que κ é maior que 1 e os rolamentos de rolos de tamanho grande e médio são considerados. Deve-se lembrar que alguns aditivos EP podem produzir efeitos adversos (consulte a seção "Capacidade de carga: aditivos EP e AW"). Na Tabela 2 tem-se uma visão geral das condições de lubrificação previstas indicando os aditivos anti-desgaste, aditivos EP ou lubrificantes sólidos necessários. TABELA 2. Condição de lubrificação 2° COEN - UFSJ XII CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN - Congresso de Engenharias da Universidade Federal de São João del-Rei - MG Anais do XII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 7 4. SELEÇÃO DE GRAXA PARA ROLAMENTO DE TAMBOR DE CORREIA A seleção de uma graxa para aplicação em rolamentos de tambores de correia, Figura 3, segue a metodologia descrita anteriormente. Nessa aplicação tem-se dois rolamentos autocompensadores de rolos cilíndricos montados com buchas cônicas. Esses mancais são da planta de mineração da unidade do Grupo Gerdau, situada em Miguel Burnier. A rotação desses componentes é de aproximadamente 70 RPM e a carga dinâmica aplicada gira em torno de 10.000 N. Referente a níveis de contaminação tem-se a presença de partículas de minério em suspensão,. Também pode haver a projeção de água sobre os mancais durante o serviço de limpeza executados na área. FIGURA 3. Tambor de correia. 4.1. Levantamento da Temperatura de Serviço Nessa aplicação não houve necessidade de se estimar a temperatura de trabalho por meio da utilização da técnica de análise termográfica por não haver um fluxo de calor considerável nesses rolamentos. Para essa medição foi utilizado um medidor de contato que apresentou uma temperatura de trabalho em torno de 25°C. Devido à resistividade térmica da carcaça, esse valor foi acrescido de 5°C. Portanto, a temperatura operacional pode ser considerada como um valor de 30°C. 4.2. Cálculo do Fator de Velocidade Como a rotação de trabalho gira em torno de 70 RPM, basta apenasmultiplicar esse valor pelo diâmetro médio de 92,5 mm obtendo-se assim o valor de 6.475 mm x RPM. Esse fator de rotação é considerado crítico na seleção de um fluido. Para esse valor tem-se a condição de lubrificação limítrofe, responsável por gerar maiores taxas de desgaste tribológico. Aditivos sólidos como grafite e bissulfeto de molibdênio (MoS2) podem ser considerados para um fator de velocidade A < 20 000. Nesse caso optou-se pela utilização de bissulfeto de molibdênio (MoS2). 2° COEN - UFSJ XII CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN - Congresso de Engenharias da Universidade Federal de São João del-Rei - MG Anais do XII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 8 4.3. Critério de Seleção de Aditivos Através da Carga Aplicada C/P A força aplicada nos rolamentos foi estimada por meio de cálculos específicos. Para cada componente tem-se uma carga dinâmica aplicada de aproximadamente 10.000 N. A fim de determinar a magnitude dessa carga aplicada considerou-se o valor da capacidade de carga dinâmica dos rolamentos de 193 KN e dividiu-se pelo valor encontrado 10 KN. O valor de 19,3 indica que tem-ses uma carga dinâmica média onde se faz necessário a utilização de aditivos anti-desgaste na graxa selecionada. 4.4. Seleção do Óleo Lubrificante O óleo básico a ser utilizado na especificação do fluido pode ser de origem mineral em função da temperatura de serviço encontrada. O IV desse composto deve ser de aproximadamente 95. Através do diagrama da Figura 4 estimou-se a viscosidade cinemática do óleo lubrificante, em função do diâmetro médio do rolamento e temperatura de trabalho. Para um diâmetro médio de 92,5 mm e uma rotação de 70 RPM torna-se necessário um filme lubrificante com viscosidade cinemática mínima de 150 cSt. Como a temperatura de trabalho gira em torno de 30°C, para um IV de 95, um óleo básico com 80 cSt a 40°C, atende a essa necessidade requerida. FIGURA 4. Seleção da viscosidade cinemática requerida. 2° COEN - UFSJ XII CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN - Congresso de Engenharias da Universidade Federal de São João del-Rei - MG Anais do XII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 9 4.5. Estimativa da Condição de Lubrificação De acordo com o diagrama da Figura 3, a viscosidade cinemática mínima requerida gira em trono de 80 cSt a 40°C. Porém, esse valor apresentará uma condição de lubrificação (K) igual a 1. Para esse valor tem-se a condição de lubrificação limítrofe. Logo, optou-se por aumentar o valor da viscosidade. Devido a existência de algumas graxas no mercado com óleo básico definido optou-se por um valor de 200 cSt a 40°C, que representará um valor aproximado de 360 cSt a 30°C. Dividindo esse valor pela viscosidade cinemática requerida em função do diâmetro médio tem-se um K igual a 2,4. Ou seja, de acordo coma a Tabela 2 tem-se a combinação de atritos onde requer a utilização de aditivos anti-desgaste para atender a necessidade de formação de um filme químico, na condição de lubrificação mista. 4.6. Graxa Selecionada A graxa selecionada atende a todos os requisitos levantados. Devido haver a probabilidade de contaminação por água durante serviços de limpeza será utilizado um espessante de lítio/cálcio. Esse espessante, além de possuir boa estabilidade mecânica, apresenta boa resistência a lavabilidade. O óleo básico contido na graxa é de origem mineral e apresenta viscosidade cinemática de 200 cSt a 40°C. Esse produto apresenta aditivação anti- desgaste, além de apresentar lubrificantes sólidos de baixa granulometria de bissulfeto de molibdênio (MoS2). Na Tabela 3 tem-se as características típicas da graxa a ser aplicada, ou seja, Shell Retinax HDX 2, e na Figura 5 tem-se as informações técnicas. TABELA 3. Características da Graxa Shell Retinax HDX. 2° COEN - UFSJ XII CONEMI São João del-Rei, Minas Gerais, 02 a 05 de Outubro de 2012 A Engenharia transformando ideias em soluções inteligentes Anais do 2° COEN - Congresso de Engenharias da Universidade Federal de São João del-Rei - MG Anais do XII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial | 10 FIGURA 5. Boletim técnico da graxa especificada. 5. CONCLUSÃO Com a evolução tecnológica dos rolamentos, novos lubrificantes surgem no mercado de trabalho. A utilização correta de graxas em rolamentos aumenta significativamente a vida útil desses componentes. A seleção desses fluidos deve seguir uma metodologia prévia a fim de se evitar fenômenos inesperados durante o cisalhamento desses compostos. O trabalho apresentado demonstra um guia prático utilizado nas empresas para seleção de graxas para rolamentos. Esse se demonstra bastante eficiente nas aplicações realizadas no setor siderúrgico. Técnicas preditivas complementares, tais como: análise de vibrações, termografia e ultra-som, podem ser utilizadas para um maior refinamento na seleção e acompanhamento de performance desses fluidos aplicados. 7. REFERENCIAS Klüber Lubrication München KG., 2001. O Elemento Essencial em Rolamentos, 56p. Leal, L. C., Apostila de Tribologia, Departamento de Engenharia Mecânica, Santa Catarina, 1981. Stoeterau, R. L., Leal, L. C., Apostila de Tribologia, Departamento de Engenharia Mecânica, Universidade Federal de Santa Catarina, 2002.