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AULA 4- DIRINT ESTRUTURA DO CONTEÚDO • Nacionalidade 2.1.5.1. NO direito Internacional 2.1.5.2. No Brasil 2.1.6. A condição do Estrangeiro 2.1.6.1. Entrada do estrangeiro versus medidas de saída compulsória. Nacionalidade 1 – Definição 2 – Modalidades 3 - Formas de aquisição 4 - Nacionalidade e Cidadania 5 - Nacionalidade Originária no Direito Brasileiro: Hipóteses Constitucionais 6 - Tratado de Amizade Brasil – Portugal 6.1 - Direitos Especiais dos Portugueses 7 - NACIONALIDADE DERIVADA 7.1 - Definição 7.2 - Tipos de Naturalização: 7.2.1 - Ordinária 7.2.2 - Extraordinária 7.3 - Natureza Jurídica da Naturalização 7.4 - Processo de naturalização 7.5 - Hipóteses de Perda da Nacionalidade Brasileira 7.6 - Reaquisição de Nacionalidade Brasileira 8 - Hipóteses de Acumulação de Nacionalidades 8 - Conflito Positivo e Negativo de Nacionalidades 1 - Definição Vínculo jurídico que liga a pessoa ao Estado Duas dimensões: - Jurídico política: vertical/ liga o indivíduo ao Estado em que pertence e contém uma série de obrigações do indivíduo para com o Estado ( pagamento de tributos, eleições, serviço militar) com a contrapartida da proteção diplomática que o Estado estende ao indivíduo onde quer que se encontre no estrangeiro - Sociológica: horizontal/ é o pertencimento nacional, que faz do indivíduo membro de uma comunidade, da população que constitui o Estado e que partilha os mesmos valores culturais e sociais 2 - Modalidades A nacionalidade pode ser: Originária: adquirida no momento do nascimento OBS: países que querem restringir o critério irão relativizar esta questão ( Europa) Derivada: ocorre por meio de naturalização voluntária ou imposta ex: casamento, naturalização 3 - Formas de aquisição • Ius soli: aquisição da nacionalidade do país em que se nasce, critério territorial Vigorava no período feudal e renasceu quando da colonização do continente americano para fins de integrar o imigrante e formar uma nova nação. • Ius sanguinis: aquisição da nacionalidade dos pais à época do nascimento Formas de aquisição Ius domicilii: o domicílio é um elemento componente para aquisição da nacionalidade seja originária seja derivada. Na originária temos a hipótese do filho de brasileiro que nasce no exterior e que venha a residir no Brasil antes da maioridade e na secundária é o elemento assegurador da naturalização. Ius laboris: há legislações que admitem o serviço em prol do Estado como elemento favorecedor e facilitador para a consecução da naturalização Formas de Aquisição Mudança de Nacionalidade: A liberdade individual na aquisição derivada de nacionalidade é a expressão dos direitos de mudar e de não mudar de nacionalidade: 1) Direito de mudar - Direito de perder (renunciar) – quando um indivíduo requer naturalização em um país, geralmente se lhe exige que renuncie à nacionalidade anterior Renúncia tácita: é quando cidadão naturalizado volta a seu país de origem, diz-se ter renunciado à nacionalidade obtida por via de naturalização - Direito de adquirir: geralmente os governos apresentam hipóteses discricionárias para a aquisição da nacionalidade, no entanto às vezes esta é facultada ao estrangeiro 2) Direito de não mudar - Direito de não adquirir: nas hipóteses de mudança territorial – cessão /anexação- no Estado (conseqüência de guerra e tratado de paz), sendo comum à nova soberania impor sua nacionalidade às pessoas domiciliadas no território anexado, o que representa desrespeito à autonomia da vontade do individuo ex: região do Tirol, região da Alsácia - Direito de não perder: na hipótese de um território anexado cabe às pessoas nele domiciliadas permanecer com a nacionalidade anterior - Apatridia: Convenção para redução da apatridia: artigo 8º. Os Estados contratantes não destituirão uma pessoa de sua nacionalidade se isto causar sua apatridia Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão artigo 15: 1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade 2. Ninguém poderá ser privado arbitrariamente de sua nacionalidade e a ninguém será negado o direito de trocar de nacionalidade - Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem artigo 19: “toda pessoa tem direito à nacionalidade que legalmente lhe corresponda, podendo mudá-la se assim o desejar, pela de qualquer outro país que estiver disposto a concedê-la. 4 - Nacionalidade e Cidadania Nacionalidade: vínculo jurídico que une, liga, vincula, o indivíduo ao estado Cidadania: representa um conteúdo adicional, de caráter político, que faculta à pessoa certos direitos políticos como o de votar e ser eleito A nacionalidade é conceito mais amplo que engloba a cidadania. Portanto um nacional pode em certas hipóteses perder ou ter suspensos seus direitos políticos, deixando de ser cidadão, sem que isto represente a perda da nacionalidade 4 - Nacionalidade e Cidadania A nacionalidade ainda acentua o aspecto internacional, distinguindo os nacionais dos estrangeiros, enquanto que a cidadania frisa os aspectos nacionais sobretudo os de participação nas decisões da polis O atributo da nacionalidade pode ser passado aos descendentes, o de cidadania não. ( caso alemão) (ius sanguinis) Há cargos políticos que só podem ser preenchidos pelo brasileiro nato dada a exigência de vínculo maior com a nação do que a condição de cidadão: Art. 12 § 3.º CF São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas. 5 - Nacionalidade Originária no Direito Brasileiro: Hipóteses Constitucionais art. 12 CF: São brasileiros: I- natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; 5 - Nacionalidade Originária no Direito Brasileiro: Hipóteses Constitucionais c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente, ou venham a residir na República Federativa do Brasil antes da maioridade e, alcançada esta, optem em qualquer tempo pela nacionalidade brasileira; 5 - Nacionalidade Originária no Direito Brasileiro: Hipóteses Constitucionais • o texto anterior desta alínea explicitava: “Art.12- São brasileiros: I – natos: c) os nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, desde que venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira;” Portanto, os filhos de pai ou mãe brasileira, nascidos no exterior, seriam brasileiros natos desde que residissem no Brasil e, junto à Justiça Federal, nos termos do inciso X do art. 109 da Constituição Federal, optasse pela nacionalidade, que poderia ser feita em qualquer tempo. 5 - Nacionalidade Originária no Direito Brasileiro: Hipóteses Constitucionais • O art. 12, inciso I, alínea “c” da Constituição Federal de 1988, texto dado pela Emenda Revisional nº 54 de 20 de setembro de 2007, cita: “Art. 12- São brasileiros: I- natos: c) os nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente, ou venham a residir na República Federativa do Brasil antes da maioridade e, alcançada esta, optem em qualquer tempo pela nacionalidade brasileira.” 5 - Nacionalidade Originária no Direito Brasileiro: Hipóteses Constitucionais • Entende-se por repartição brasileira competente o Consulado ou a Embaixadado Brasil no exterior. • OBS 1: Sendo um princípio constitucional que a lei não irá retroagir, salvo para beneficiar, todos os filhos de brasileiros registrados em Consulado antes da Emenda de 2007, já são brasileiros natos, dispensando-se a opção de nacionalidade, devendo apenas, portando a certidão de nascimento emitida pelo Consulado brasileiro no exterior, fazer a inscrição desta junto ao cartório de 1º Ofício do estado de residência, podendo ainda ser feito no cartório de 1º Ofício do Distrito Federal, nos termos do art.32, § 1º da Lei de Registros Públicos (5.015/73). 5 - Nacionalidade Originária no Direito Brasileiro: Hipóteses Constitucionais • OBS 2: Para os não registrados em consulado brasileiro, em qualquer tempo, deverão, primeiramente, fixar residência em território nacional e transcrever o termo de nascimento ocorrido no exterior junto à Vara de Registro Público. Posteriormente, quando possuir capacidade civil, segundo a lei brasileira, deverá optar pela nacionalidade brasileira na Justiça Federal. É importante ressaltar que um documento para ter validade no Brasil deverá ser legalizado e traduzido por tradutor público juramentado. 5 - Nacionalidade Originária no Direito Brasileiro: Hipóteses Constitucionais • Registro de Nascimento • Segundo a Lei brasileira, os filhos de pais brasileiros também são brasileiros natos , mesmo que tenham nascido no exterior. Porém, para que possam usufruir da nacionalidade brasileira, é necessário que seu nascimento seja registrado em Repartição Consular brasileira. O registro de nascimento constitui prova de filiação e de nacionalidade brasileira e é pré-requisito para a obtenção de outros documentos brasileiros. • O Registro de Nascimento é gratuito! • O Brasil não faz restrições à múltipla nacionalidade. Basta que um dos genitores (pai ou mãe) da criança seja brasileiro para que seu filho também obtenha a nacionalidade brasileira. • O Registro de Nascimento da criança é indispensável para a obtenção do passaporte brasileiro. Por isso: primeiro registre o nascimento de seu filho/sua filha em Repartição Consular brasileira, para solicitar o passaporte para menores! • O Registro de Nascimento estrangeiro, não vale como documento brasileiro, mesmo que um dos pais seja brasileiro. 5 - Nacionalidade Originária no Direito Brasileiro: Hipóteses Constitucionais • A Lei Federal nº 11.790 de 2 de outubro de 2008, alterou a redação do artigo 45 da Lei 5.015 de 31 de dezembro de 1973. De acordo com o novo texto legal, não há mais a necessidade de autorização judicial para o registro de nascimento dos maiores de 12 anos. O registro de nascimento só poderá ser requerido no lugar de residência do interessado. REGISTRO DE MENORES DE 12 ANOS: O registrando não precisa comparecer pessoalmente. COMPARECIMENTO OBRIGATÓRIO DA MÃE OU PAI DE NACIONALIDADE BRASILEIRA. REGISTRO DE MAIORES DE 12 ANOS: O declarante será o próprio registrando, assistido pelo(a) genitor(a) de nacionalidade brasileira. O “REQUERIMENTO DE NASCIMENTO” será assinado pelo registrando e seu genitor ou genitora. COMPARECIMENTO OBRIGATÓRIO DO REGISTRANDO, DA MÃE OU PAI DE NACIONALIDADE BRASILEIRA E DUAS TESTEMUNHAS. TODOS DEVEM COMPARECER COM SEUS PASSAPORTES OU CARTEIRAS DE IDENTIDADE VÁLIDAS. REGISTRO DE MENORES ENTRE 16 ANOS E 18 ANOS INCOMPLETOS: (= 12 anos) REGISTRO DE MAIORES DE 18 ANOS: O declarante será o próprio registrando, acompanhado de duas testemunhas. Não há necessidade da presença de nenhum dos genitores. Todos devem comparecer com seus passaportes ou carteiras de identidade válidas. O “ REQUERIMENTO DE NASCIMENTO” será assinado pelo registrando. 6 - Tratado de Amizade Brasil – Portugal • 5.1 - Direitos Especiais dos Portugueses • O §1º, do artigo 12, da Constituição Federal Brasileira estabelece que "aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição". • Aos portugueses, contudo, a Constituição prevê duas hipóteses: aquisição de nacionalidade adquirida (caso em que obedecerá aos mesmos requisitos dos demais indivíduos originários de países de língua portuguesa), conforme entendimento do art. 12, inciso II, alínea a; ou aquisição de quase nacionalidade, hipótese prevista no art. 12, §1º, pela qual não perdem a nacionalidade portuguesa, possuindo todos os direitos atribuídos ao brasileiro naturalizado, desde que haja reciprocidade em favor dos brasileiros. 6 - Tratado de Amizade Brasil – Portugal • Deve ser respeitado o princípio da reciprocidade, o qual "é a garantia recíproca que um Estado recebe do outro quanto ao tratamento aos respectivos nacionais". • O constituinte quis dizer, com a reciprocidade, que ambas as partes deverão ter os tratamentos correspondidos, ou seja, o tratamento a ser dispensado ao português no Brasil deverá ser o mesmo que o brasileiro recebe em Portugal. 6 - Tratado de Amizade Brasil – Portugal • A Constituição Federal do Brasil "concede aos portugueses residentes no Brasil a condição de brasileiro naturalizado". Portanto, o português equiparado não poderá exercer as atividades atribuídas exclusivamente aos brasileiros natos. • Importante frisar que o indivíduo não perderá a sua nacionalidade portuguesa e não deverá cumprir os requisitos necessários "para a naturalização dos originários de países de língua portuguesa". 6 - Tratado de Amizade Brasil – Portugal • Em 7 de setembro de 1971, foi firmada em Brasília a Convenção sobre Igualdade de Direitos e Deveres entre Brasileiros e Portugueses - o Estatuto da Igualdade -, a qual foi "incorporada no ordenamento jurídico brasileiro pelo Decreto N° 70.391, de 12 de abril de 1972, e entrou em vigor em 22 de abril de 1972". • A Convenção tem como objetivo aplicar o princípio da igualdade de direitos contidos nas Constituições do Brasil e de Portugal, e estender a seus nacionais a igualdade de direitos, sem que, com isso, percam a nacionalidade originária. • Os benefícios do Estatuto da Igualdade não se aplicam automaticamente a todos os indivíduos que nele se enquadrem, pelo contrário, dependem de requisição à autoridade. No Brasil, os portugueses que desejem a equiparação de direitos com os brasileiros devem pleiteá-la ao Ministério da Justiça. Como requisito, exige-se: capacidade civil, segundo a lei pátria; residência permanente no território brasileiro; e gozo da nacionalidade portuguesa. 5 - Tratado de Amizade Brasil – Portugal • Para a obtenção de direitos políticos, o indivíduo de nacionalidade portuguesa deve residir permanentemente no país, por no mínimo 5 (cinco) anos, e não pode ter sido privado do exercício deste no seu Estado de origem. • Além disso, "a requisição do reconhecimento da igualdade de direitos e obrigações civis e do gozo dos direitos políticos pode ser feita cumulativa ou separadamente". • Salientamos que, mesmo sendo reconhecidas a igualdade de direitos e obrigações civis e políticas, os portugueses e os brasileiros também continuarão no exercício destes direitos no país de sua nacionalidade, "salvo aqueles que ofenderem a soberania nacional e a ordem pública do Estado de residência". É o que dispõe o artigo 3º da Convenção sobre Igualdade de Direitos e Deveres entre Brasileiros e Portugueses. • Com relação aos direitos políticos, o artigo 7º, §3°, do Decreto 70.391, de 1972, estabelece que "o gozo de direitos políticos no Estado de residência importa na suspenção do exercício dos mesmos direitos no Estado da nacionalidade". • Em conformidade com o artigo 9º, do Decreto 70.391, de 1972, portugueses e brasileiros que gozam do estatuto de igualdade não podem ser extraditados, salvo se a extradição foi requerida "pelo Governo do Estado da nacionalidade". 6 - Tratado de Amizade Brasil – Portugal • Documentação:Certificado de Igualdade de Direitos • O que é? • A igualdade de direitos foi estabelecida pela Constituição de 1988 aos portugueses com residência permanente no Brasil, caso haja reciprocidade em favor de brasileiros. Assim, esses estrangeiros, sem perder a nacionalidade originária, têm os mesmos direitos inerentes ao brasileiro, salvas as exceções previstas na Constituição. Da mesma forma, os brasileiros que vivem em Portugal e tenham interesse podem solicitar a igualdade de direitos nesse país. 5 - Tratado de Amizade Brasil – Portugal • Onde deve ser feito? O pedido de igualdade de direitos deve ser feito por meio de carta registrada ou Sedex para o Departamento de Estrangeiros do Ministério da Justiça (MJ), na Polícia Federal ou diretamente no Protocolo do MJ. • Quando deve ser feito? Não há um período específico para que seja feita essa solicitação. • Quem pode tirar? O próprio interessado. • Quanto custa? É um serviço público gratuito. • Como deve ser feito? O interessado deve preencher um requerimento disponível no site do Ministério da Justiça, providenciar a documentação mencionada no mesmo site e realizar o pedido por meio de carta registrada ou Sedex, na Polícia Federal ou no Protocolo do Ministério da Justiça. Se na documentação solicitada houver documentos expedidos no exterior, eles devem ser legalizados pela repartição consular brasileira no país de origem. 6 - Tratado de Amizade Brasil – Portugal • Com a entrada de Portugal na União Européia, vários incidentes diplomáticos entre Brasil e Portugal surgiram, pois Portugal (...) passou a adotar medidas restritivas da entrada de estrangeiros em seu território. Em função disso, alguns brasileiros, em diferentes oportunidades, foram proibidos de entrar em Portugal, sob a alegação de que pretendiam irregularmente estabelecer residência lá. Em retaliação, alguns portugueses foram igualmente proibidos de entrar no Brasil. OBS: Podemos concluir que não se trata de um caso de dupla nacionalidade, pois aos portugueses equiparados não será outorgada a nacionalidade brasileira, bem como não será outorgada a nacionalidade portuguesa aos brasileiros beneficiados com o estatuto da igualdade. 7- Nacionalidade Derivada 7.1 Definição • Definição: nacionalidade derivada é a que ocorre por meio de naturalização voluntária ou imposta ex: casamento, naturalização • Art 12: São brasileiros • II - naturalizados: • a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; • b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. • § 1.º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro nato, salvo os casos previstos nesta Constituição. • § 2.º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. 7.2 - Tipos de Naturalização: • 2.1 – Ordinária ( art.64 ,I Lei 13445/2017) Art 12: São brasileiros II - naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; 7.2 - Tipos de Naturalização: a- na forma da Lei: Lei de Migração( Lei 13445/2017 artigos 65 e 66) • Art. 65. Será concedida a naturalização ordinária àquele que preencher as seguintes condições: I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira; II - ter residência em território nacional, pelo prazo mínimo de 4 (quatro) anos; III - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando; e IV - não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei. • Art. 66. O prazo de residência fixado no inciso II do caput do art. 65 será reduzido para, no mínimo, 1 (um) ano se o naturalizando preencher quaisquer das seguintes condições: I - (VETADO); II - ter filho brasileiro; III - ter cônjuge ou companheiro brasileiro e não estar dele separado legalmente ou de fato no momento de concessão da naturalização; IV - (VETADO); V - haver prestado ou poder prestar serviço relevante ao Brasil; ou VI - recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística. Parágrafo único. O preenchimento das condições previstas nos incisos V e VI do caput será avaliado na forma disposta em regulamento. 7.2 - Tipos de Naturalização: b- originários de países de língua portuguesa: apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral Países que adotam a língua portuguesa: Portugal, Angola, Cabo Verde, Moçambique, Guiné Bissau, Açores, Príncipe, Goa, Gamão, Diu, Macau e Timor 7.2 - Tipos de Naturalização: 2.2- Extraordinária ( art 64 ,II e art 67 da Lei 13445/2017) Art 12: São brasileiros II - naturalizados: b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) 7.2 - Tipos de Naturalização: • 2.3- Especial ( art 64 ,III, 68 e 69 da Lei 13445/2017) • Art. 68. A naturalização especial poderá ser concedida ao estrangeiro que se encontre em uma das seguintes situações: I - seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco) anos, de integrante do Serviço Exterior Brasileiro em atividade ou de pessoa a serviço do Estado brasileiro no exterior; ou II - seja ou tenha sido empregado em missão diplomática ou em repartição consular do Brasil por mais de 10 (dez) anos ininterruptos. • Art. 69. São requisitos para a concessão da naturalização especial: I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira; II - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando; e III - não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei. 7.2 - Tipos de Naturalização: • 2.4 – Provisória (art. 64 ,IV e 70 da Lei 13445/2017) • Art. 70. A naturalização provisória poderá ser concedida ao migrante criança ou adolescente que tenha fixado residência em território nacional antes de completar 10 (dez) anos de idade e deverá ser requerida por intermédio de seu representante legal. Parágrafo único. A naturalização prevista no caput será convertida em definitiva se o naturalizando expressamente assim o requerer no prazo de 2 (dois) anos após atingir a maioridade. Natureza Jurídica da Naturalização • Natureza Jurídica da Naturalização È um ato unilateral do Estado no exercício de sua soberania, podendo conceder ou negar nacionalidade a quem a requeira A Lei anterior a Lei 6815 Art. 121. A satisfação das condições previstas nesta Lei não assegura ao estrangeiro direito à naturalização. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) Natureza Jurídica da Naturalização • Natureza jurídica da naturalização ordinária: ato discricionário do Estado • Natureza jurídica da naturalização extraordinária: 2 correntes – ato discricionário/ direito subjetivo (RE 264848 Rel. Min carlos Ayres de Britto 29/06/05) Natureza Jurídica da Naturalização EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONCURSO PÚBLICO. ESTRANGEIRO. NATURALIZAÇÃO. REQUERIMENTO FORMALIZADO ANTES DA POSSE NO CARGO EXITOSAMENTE DISPUTADO MEDIANTE CONCURSO PÚBLICO. INEXISTÊNCIA DE OFENSA À ALÍNEA "B" DO INCISO II DO ARTIGO 12 DA MAGNA CARTA. O requerimento de aquisição da nacionalidade brasileira, previsto na alínea "b" do inciso II do art. 12 da Carta de Outubro, é suficiente para viabilizar a posse no cargo triunfalmentedisputado mediante concurso público. Isto quando a pessoa requerente contar com quinze anos ininterruptos de residência fixa no Brasil, sem condenação penal. A Portaria de formal reconhecimento da naturalização, expedida pelo Ministro de Estado da Justiça, é de caráter meramente declaratório. Pelo que seus efeitos hão de retroagir à data do requerimento do interessado. Recurso extraordinário a que se nega provimento. Processo de naturalização 1ª fase: • Requerimento ao Ministério da Justiça, juntando a documentação exigida e dirigido ao Pres. da República ( pode delegar através de portaria ao Ministro da Justiça) 2ª fase: • A decisão favorável à naturalização é publicada em DOU • Prazo de 1 ano para comparecer perante o poder judiciário e buscar seu certificado de naturalização. Petição Inicial dirigida à 1ª vara Cível da Justiça Federal ( jurisdição voluntária art. 119/ lei 6815) • Será necessário abrir mão formalmente de sua nacionalidade anterior • Os efeitos da naturalização operam-se ex nunc art 73 Lei 13445 • Vide Lei 13445 e material avulso sobre naturalização Hipóteses de Perda da Nacionalidade Brasileira • § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: • I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; • II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) • a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) • b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) Hipóteses de Perda da Nacionalidade Brasileira • Nossa constituição contempla somente duas hipóteses para perda da nacionalidade: a perda punição e a perda mudança • Para que a hipótese do inciso II se perfaça a manifestação do naturalizado deverá ser expressa. • OBS: Uma aquisição imposta ou uma aceitação tácita de nacionalidade estrangeira não rompia com os laços com a nacionalidade brasileira, até a mudança de posicionamento do STF por força do MS 33.864/ 2016 ( vide complementação no caderno) Reaquisição de Nacionalidade Brasileira • O brasileiro, tanto o nato como o naturalizado que tenha perdido a nacionalidade brasileira, pode readquirí-la (art 75 e 76 Lei 13445/2017), estabelecendo seu domicílio no Brasil, desde que a eleição de outra nacionalidade não tenha sido motivada para se eximir de deveres a cujo cumprimento estaria obrigado se se conservasse brasileiro. • Os efeitos da reaquisição de nacionalidade operam-se ex nunc LEI 818/1949 (Regula a aquisição, a perda e a reaquisição da nacionalidade, e a perda dos direitos políticos) DA REAQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE Art. 36. O brasileiro que, por qualquer das causas do art. 22, números I e II, desta lei, houver perdido a nacionalidade, poderá readquirí-la por decreto, se estiver domiciliado no Brasil. § 1º O pedido de reaquisição, dirigido ao Presidente da República, será processado no Ministério da Justiça e Negócios Interiores, ao qual será encaminhado por intermédio dos respectivos Governadores, se o requerente residir nos Estados ou Territórios. § 2º A reaquisição, no caso do art. 22, nº I, não será concedida, se apurar que o brasileiro, ao eleger outra nacionalidade, o fêz para se eximir de deveres a cujo cumprimento estaria obrigado, se se conservasse brasileiro. § 3º No caso do art. 22, nº II, é necessário tenha renunciado à comissão, ao emprêgo ou pensão de Govêrno estrangeiro. • Revogação do Decreto de Perda da Nacionalidade • Serviço Prestado Revogação do decreto de perda da nacionalidade • Unidade organizacional responsável Secretaria Nacional de Justiça/ Departamento de Estrangeiros/ Divisão de Nacionalidade e Naturalização • Documentos exigidos do usuário (demandante do serviço) Requerimento devidamente preenchido e assinado; Cópia autenticada da certidão de nascimento; Declaração, sob as penas da lei, de que ao reaver a nacionalidade brasileira irá cumprir com os deveres de cidadão. • Onde encontrar os formulários exigidos: O formulário pode ser encontrado no endereço eletrônico do Ministério da Justiça www.mj.gov.br, no ícone “Estrangeiros » Nacionalidade e Naturalização » Nacionalidade”, ou ainda junto a uma das Unidades do Departamento de Polícia Federal. • Custo Serviço Gratuito • Canais de solicitação do serviço pelo usuário Encaminhar o requerimento devidamente preenchido e acompanhado da documentação listada ao Ministério da Justiça por meio de carta registrada ou SEDEX; na Polícia Federal; no Protocolo Geral do Ministério da Justiça; ou na repartição consular brasileira no exterior. • Formas de atendimento do serviço solicitado O pedido será encaminhado ao Departamento de Estrangeiros. Sendo admitido, será submetido ao Excelentíssimo Senhor Ministro de Estado da Justiça para inclusão em Portaria Coletiva de Revogação da Perda da Nacionalidade Brasileira e publicação da mesma no Diário Oficial. • Tempo médio de espera para o atendimento relativo ao serviço O tempo de espera para atendimento varia de acordo com a capacidade técnica de cada uma das unidades do Departamento de Polícia Federal, do Protocolo Geral do Ministério da Justiça; ou da Repartição consular brasileira no exterior. • Prazo para conclusão do serviço Após o recebimento do processo no Departamento de Estrangeiros, o tempo médio para decisão é de 30 (trinta) dias, caso não haja necessidade de apresentação de documentos complementares. Informações complementares Os requisitos exigidos devem ser sempre observados, para que haja mais celeridade na análise do processo. Sendo admitido o pedido, submete-se ao Excelentíssimo Senhor Ministro de Estado da Justiça para inclusão em Portaria Coletiva de Revogação da Perda da Nacionalidade Brasileira e publicação no Diário Oficial. Após, o interessado será informado por meio de correspondência. Não sendo o pedido admitido, o processo será arquivado, podendo ser formulado recurso no prazo de dez dias, contados da data da publicação no Diário Oficial da União Hipóteses de Acumulação de Nacionalidades • O Brasil reconhece a dupla nacionalidade que decorre da diversidade de critérios existentes sobre a aquisição da nacionalidade. • O indivíduo com dupla nacionalidade, sendo uma delas brasileira, só pode entrar no Brasil com passaporte brasileiro Conflito Positivo e Negativo de Nacionalidades • Conflito positivo de nacionalidade: • Código de Bustamante artigo 10: reconhecer- se-á a nacionalidade do país em que a pessoa tiver domicílio • Convenção sobre nacionalidade 1930 Art. 5º. Reconhecer-se-á tanto a nacionalidade do país no qual o binacional tenha sua residência habitual quanto a nacionalidade do país ao qual, segundo as circunstâncias, ele pareça, de fato, mais ligado Conflito Positivo e Negativo de Nacionalidades • Nacionalidade dominante efetiva: vários aspectos da vida do reclamante como sua residência, participação em eleições, propriedade, local de sua educação, pagamento de impostos, laços familiares, prestação de serviço militar e investimentos Conflito Positivo e Negativo de Nacionalidades • Apatrídia: quando a pessoa não adquire nenhuma nacionalidade ex: pessoa nascida em território de país que adota ius sanguinis filho de pais cuja nacionalidade adota o ius soli • Observar os Protocolos aditivos que tratam de apatrídia ( Aditivos à Convenção de Haia sobre Nacionalidade de 1930 e Convenção sobre a Proteção de Apatrídia de 1961)
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